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Meu primeiro contato com Marx foi no curso de Filosofia, mas outros meios
vieram a enriquecer meu conhecimento sobre o assunto. Então deixo aqui
como referência:
Em 1960 foi para a cidade de São Paulo. Entrou para a Companhia Cacilda
Becker, montou várias peças. Seus personagens, quase invariavelmente, eram
mendigos, vagabundos, delinquentes, e prostitutas. Plínio usava uma
linguagem característica do submundo. Durante o regime militar, implantado
em 1964, suas obras foram muito censuradas.
York”
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento399237/dois-perdidos-numa-
noite-suja
Dois perdidos numa noite suja é uma obra sobre o ter, nesse caso o dinheiro.
Quem tem posses tem mais oportunidades e relações sociais pois nesse sistema
o dinheiro é determinante. A obra é de um dramaturgo que sabia o que estava
falando, falava com propriedade, Plinio conhecia bem os malandros desse
mundaréu e as figuras marginalizadas do submundo de Santos. Figuras que ele
evidenciou e expôs para nós de forma pungente e impossível de não ficar em
nossas mentes nos fazendo pensar a nossa realidade, e a realidade dessas
personagens, que sofrem com a mão pesada do sistema.
TRABALHO E CENA
Visto isso, pretendo aqui voltar nossos olhos e nossa reflexão mais
especificamente na obra “Dois perdidos numa noite suja” onde as duas
personagens Tonho e Paco, mostram como são atingidas pelo sistema e então
marginalizadas.
PACO: Se eu tivesse minha flauta, me mandava agora mesmo. Não ia te aturar nem
mais um pouco. Você é chato paca.
TONHO: Poxa, você precisa mesmo da flauta. Na gaita, você é uma desgraça.
PACO: Sem sapatos, você não vai longe. Não vai fugir do negrão. Só vai entrar bem.
(MARCOS, 79, p.46)
Marx vai falar em suas obras sobre o fetiche da mercadoria isto é o poder que
a mercadoria tem enquanto representação, tornando se um ponto de partida
para definir o homem enquanto ser social e fazendo com que o mesmo se
movimente e se oriente pela vontade do ter, do possuir, isso no sistema
capitalista. Como esse fetiche faz o homem viver em função da mercadoria,
entramos em outro fetiche que seria uma força motora ainda maior, conhecido
como fetiche do dinheiro.
TONHO: (Frio). Vou acabar com você. Mas te dou uma chance. Prefere um tiro nos cornos ou
um beliscão? Só que o beliscão vai ser no seu saco com o alicate. E, enquanto eu
aperto, você vai ter que tocar gaita. (PAUSA)
PACO: Pelo amor de Deus, não faz isso comigo. Pelo amor de Deus... Juro... Eu juro... eu não
te encho mais o saco... Nunca mais... Pelo amor de Deus, deixa eu me arrancar... Eu... eu
juro...
(Paco vai caindo devagar. Tonho fica algum tempo em silencio, depois começa a rir e vai
pegando as coisas de Paco)
TONHO: Por que você não ri agora, paspalho? Por que não ri? Eu estou estourando de rir
(toca a gaita e dança.) Até danço de alegria! Eu sou mau! Eu sou o Tonho Maluco, o Perigoso!
Mau pacas!
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/capital-trabalho-alienacao-
segundo-karl-marx.htm Capital, Trabalho e Alienação, segundo Karl
Marx
https://www.ebiografia.com/plinio_marcos/
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento399237/dois-perdidos-numa-
noite-suja
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/capital-trabalho-alienacao-
segundo-karl-marx.htm