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Brasília, Nelson Machado, secretário executivo do Ministério da Fazenda falou sobre o sistema
de custos do governo federal e partir dessa avaliação de custos como é possível melhorar o
planejamento e o orçamento governamental com mais clareza e para onde estão sendo
destinados os recursos públicos.
KNA: Para lidar melhor com o dinheiro público, os gestores podem contar com uma nova
ferramenta informatizada. Quem explica pra gente os impactos dessa novidade é o Secretário
Executivo do Ministério da Fazenda Nelson Machado. Secretário o que é essa nova ferramenta?
Nelson Machado: Essa seria uma forma de montar um sistema de custo. Introduzir
informações de cada um dos objetos que estão sendo analisado o custo. Mas nós optamos no
governo federal, por fazer um sistema de custo utilizando as informações já existentes, nos
diversos sistemas chamados estruturantes que o governo federal mantém. E já mantém há
décadas, então são sistemas estáveis. Então nós temos o sistema de contabilidade (SIAFI),
bastante conhecido. Ele registra todos os pagamentos, todas as despesas, todas as receitas, todos
os recebimentos, todo o orçamento do governo federal é registrado no SIAFI. Além disso, nós
temos um outro sistema que chama SIGPLAN, que registra todas as quantidades de obras, de
serviços que deverão ser produzidos e que estão colocados no orçamento e também àquilo que
foi executado. Então, de um lado tenho as informações monetárias e do outro lado tenho as
informações físicas.
KNA: Esse sistema foi lançado recentemente, ele já está sendo colocado em uso ou não?
Nelson Machado: Esse sistema já está pronto, inclusive, nós fizemos uma entrega oficial
simbólica ao Tribunal de Contas, nós estivemos lá, levamos o ofício, dizemos que o sistema
estava pronto, e inclusive convidando o Tribunal de Contas da União a indicar um conjunto de
funcionários para compor o núcleo de análise e avaliação de custos do TCU, assim como
fizemos isso com todos os ministérios e todos os poderes, tanto o executivo, como o legislativo
e o judiciário, cada um compôs um grupo, que é chamado grupo de avaliação e validação das
informações de custos estas pessoas estão sendo treinadas para entrar no sistema, saber
manusear as informações que estão ali dentro. Cada um deles irá receber uma senha e com está
senha, eles vão acessar os dados de cada um dos seus órgãos e no primeiro momento eles vão
acessar e validar as informações, porque mesmo que as informações sejam existentes nos
sistemas estruturantes, na hora em que a gente juntar esses dois lados da informação, a
quantidade física e a quantidade monetária, isso pode ter algum ruído informacional, então é
importante que cada órgão faça a sua análise e no segundo momento, cada gestor deverá
analisar a informação e ver de que maneira ele pode avaliar e reduzir os custos do seu
departamento, porque, uma coisa é importante que se diga, nós estamos fazendo um sistema de
custo, não é só para conhecer o custo. Aliás, é preciso conhecer e medir, pois quem não mede,
não controla; mas é preciso conhecer e medir e depois ir buscar a redução de custos, essa é a
grande mágica. O gestor deve estar preocupado em reduzir os seus custos, para isso que serve
conhecer o custo, analisá-lo e buscar a forma de reduzir.
KNA: Agora, nesse sentido, existe alguma outra experiência nessa área que um sistema
mais ou menos deste tipo semelhante, tenha trazido algum impacto na redução de custo?
KNA: Ou seja, não existe algum tipo de meta, por exemplo, como tem no Setor Privado,
que olha não, acho que o ideal é reduzir 10%, 5% do custo atual, não existe isso? Ou o Governo
trabalha com isso?
Nelson Machado: As metas precisam ser estabelecidas depois que você tem um padrão
reconhecido, não é, porque senão fica uma meta sem muita segurança, nenhuma empresa chega
e diz, vou reduzir 20%, e não tira isso da cartola, ela faz uma análise, olha o seu concorrente, na
maioria das vezes, e diz bom, se o meu concorrente consegue produzir isso nesse patamar,
também, preciso produzir nesse mesmo patamar de preço, é um benchmark. Então ele coloca
uma meta que é factível, e ele viu algo acontecendo, nós imaginamos que depois de algum
tempo de uso dessa informação de custos, o que nós teríamos: cada departamento, cada unidade
poderia avaliar os seus custos e verificar, esta linha de ação tem um custo muito exacerbado,
nós podíamos mudar o jeito de fazer o mesmo serviço de maneira que fique mais barato. Então,
é um instrumento forte para o gestor. Então, o sistema de custo é mais um sistema de gestão do
que um sistema de controle de gestão.
KNA: Agora, só pra gente exemplificar, para os nossos telespectadores. Queria que o
senhor explicasse que diferença faz para o cidadão lá na ponta, um gestor gerir melhor os
recursos públicos?
Nelson Machado: Os recursos públicos são sempre escassos, aliás os recursos de forma
geral são escassos, nossas necessidades são sempre maiores que os recursos. A chave do gestor,
do administrador, é ele conseguir utilizar esses recursos e fazer o maior conjunto de serviços e
benefícios possíveis. O gestor público precisa tomar conta do recurso que é colocado a sua
disposição, do orçamento, que é colocado à sua disposição, avaliar as suas propostas, as
políticas públicas que ele tem que dar conta, melhorar a vida do cidadão, melhorar a qualidade
da educação, melhorar o atendimento na saúde, melhorar a segurança e verificar como é que ele
pode fazer isso utilizando o menor volume de recursos possíveis, porque na medida em que ele
reduz o uso desses recursos ele pode de um lado aumentar os serviços prestados à população, de
outro, reduzir a carga tributária que todos nós sempre achamos que é muito alta. Então, em um
sistema de custos, o gestor pode melhorar sua capacidade de gerir para melhorar o serviço e
reduzir a carga tributária.
Está certo! Muito obrigado pela entrevista. Conversei com Nelson Machado, Secretário