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PROCEDIMENTO DO JÚRI – LEI 11.

689/2008
Princípios norteadores: Competência crimes dolosos contra a vida e os conexos (ps: foro por prerrogativa de função
que esteja previsto na CF→ afasta o júri do julgamento) // Soberania dos veredictos. O Tribunal não pode reformar a
decisão do Júri, contudo, pode haver os seguintes recursos: Apelação por decisão manifestamente contrária à prova
do autos e revisão criminal. // Sigilo das votações: art. 483, §§1° e 2° CPP → quando der 4 votos a favor/contra
condenação deve-se parar a votação, para assegurar o sigilo das votações. // Plenitude de defesa.
PROCEDIMENTO 1ª FASE
- é bifásico: Judicium Accusationis (sumário de culpa) e Judicium Acusae (juízo da causa).
- inicia-se com a denúncia ou queixa (ação subsidiária), podendo ser arroladas oito testemunhas para cada fato e
cada réu. Após o recebimento da denúncia, citação do acusado para resposta preliminar no prazo de 10 dias,
devendo alegar tudo, inclusive preliminares e arrolar testemunhas, sob pena de preclusão.
- o prazo do réu para resposta inicia-se do cumprimento do mandado, na precatória é da efetiva intimação e se
citação invalidade, de quando parte ou acusado comparece em juízo. Se o acusado citado pessoalmente não
apresentar, juiz nomeia defensor dativo. Se não observado o procedimento de resposta inicial, nulo a partir daí.
Após resposta, se preliminares (que leve à extinção ou a absolvição sumária) ou documentos, abre para
manifestação do autor em 5 dias.
- há possibilidade de julgamento antecipado?? Não se aplica a previsão do procedimento ordinário. Deve aguardar e,
se for o caso, absolvição sumária.
- Após resposta, juiz designada audiência em 10 dias e nesse mesmo prazo deve determinar as diligências requeridas
pelas partes: juiz pode indeferir provas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Nenhum ato será adiado, salvo
quando imprescindível a prova faltante. Ordem é: oitiva do ofendido, test acusação, test defesa, esclarecimento dos
peritos, acareações, reconhecimento de pessoas e coisas, interrogatório, alegações orais.
- Após provas, não há possibilidade de requerimento de outras diligências (apesar de magistrado poder determinar),
já vai para alegações orais. Por vinte minutos, prorrogáveis por mais 10. Se assistente acusação, 10 minutos,
estendidos também para a defesa. Após debates, magistrado deve proferir decisão em audiência ou em 10 dias por
escrito, ordenando que os autos lhe sejam conclusos.
- A audiência poderá ser cindida caso observada a ocorrência da mutatio libelli: ocorrência de circunstância ou
elementar: MP deve aditar a denúncia. (art 384).
- Tb se aplica princípio da identidade física, apesar de não expresso. Procedimento deve ser concluído em no máximo
90 dias, mas é prazo impróprio se réu solto. Se réu preso, deve aplicar razoabilidade.
Pronúncia: é a decisão que permite que réu seja julgado pelo Júri. É decisão interlocutória mista não terminativa
(não decide o mérito e não põe fim ao processo, mas somente ao procedimento). Princípio do in dúbio pro
societatis: na dúvida deve ser submetido a julgamento: deve constatar existência de prova da materialidade e
indícios de autoria. As palavras utilizadas devem ser comedidas, apenas indicando autoria e materialidade e não
pode se aprofundar na analise das provas. O mais importante efeito da pronúncia é que o acusado será submetido a
julgamento perante o plenário, depois Tb se delimita a acusação que será submetida ao tribunal, fixando a
classificação do crime (por isso deve conter dispositivo legal, qualificadoras e causas de aumento// não precisa de
circunstância atenuante, pois podem ser reconhecidas ainda que não estejam na pronúncia). O terceiro efeito diz
respeito à prisão e à liberdade do acusado, vez que agora a prisão não é mais automática, deve analisar se presentes
requisitos da prisão preventiva (ordem pública, econômica, conveniência da instrução ou assegurar aplicação da lei).
O último efeito é a interrupção da prescrição, conforme diz CP, mesmo que haja posterior decisão de
desclassificação. A única possibilidade de alteração posterior da pronúncia é qd houver circunstância superveniente
que altere classificação do crime (ex: era homicídio tentado, mas a vítima morre). CABE RSE e, se o recurso for
provido, existe a DESPRONÙNCIA. Se pronunciado crime doloso, magistrado não faz considerações sobre o conexo,
apenas remete-o para o júri.
- inclusão de co-réu somente antes da pronúncia, senão nova denúncia.
- a intimação será feita pessoalmente ao acusado e seu defensor. Se não for encontrado poderá ser intimado por
edital e pode ter júri sem réu.
Impronúncia Quando juiz não se convence da materialidade do fato ou da existência de indícios de autoria ou
participação (interlocutória mista terminativa), sendo possível o oferecimento de nova denúncia ou queixa se novas
provas (somente faz coisa julgada formal). O recurso é APELAÇÂO (defesa tem interesse para trancar portas do
cível).
Absolvição sumária é sentença, com julgamento de mérito: somente em situações manifestas em que é evidente e
inquestionável a ocorrência de situações do 416: inexistência do fato, réu não é o autor, fato não é infração penal,
excludentes de ilicitude ou culpabilidade. Faz coisa julgada material.
- tese de doença mental: se for a única tese de defesa, juiz pode “absolver”. Se for doença mental e legítima defesa,
não pode, deve ir a juri. É absolvição imprópria, pois aplica medida de segurança. Agora é apelação (antes era rse).
Remessa necessária? O artigo não foi revogado, mas alguns entendem que revogado tacitamente para caso de
absolvição.
Desclassificação quando há prova incontroversa de que não é doloso contra a vida. É interlocutória simples: na
decisão, juiz altera classificação jurídica do fato e remete autos ao juiz competente. Se juiz perceber que só mudou
classificação e fatos continuam o mesmo, pode sentenciar desde logo ou, se verificar novos fatos, pode utilizar do
procedimento da mutatio e abre vista ao MP para aditar denúncia. Se réu tiver preso, Novo juiz decide liberação. Da
decisão cabe recurso do 581, II.
PROCEDIMENTO 2ª FASE
Após transito em julgado da pronúncia, vai pra segunda fase. Extinção do libelo. Agora intima MP e acusação para
juntarem documentos, requererem diligência e apresentarem rol de até 5 testemunhas em 5 dias. Então, juiz saneia
o processo e faz relatório (para ser remetido ao jurado, os quais Tb receberão cópia da pronúncia).
Alistamento dos jurados
Agora Antes
Alistados pelo presidente do júri: 800 a 1500 nas 300 a 500 no DF ou mais de 100k e
comarcas com +1milhão habitantes, de 300 a 700 na 80 a 300 nas de menor população.
de 100k e 80 a 40 nas abaixo
Lista geral até 10/10 por imprensa e no tribunal Imprensa ou tribunal
Lista pode ser alterada de ofício ou por requerimento Antes era até segunda quinzena de
até 10/11, data de sua publicação definitiva dezembro.
Jurado que tiver integrado Conselho de Sentença nos
12 meses antes da publicação da lista geral é
excluído.
Desaforamento: ato por meio do qual se dá a alteração da competência territorial para o julgamento pelo Tribunal,
submetendo-o a foro estranho ao do delito, em razão da ocorrência de um dos fatores previstos em lei: interesse de
ordem pública, dúvida sobre imparcialidade dos jurados, segurança pessoa do acusado, demoro no julgamento em
razão do excesso de serviço comprovado (se julgamento não puder ser realizado em seis meses a partir do transito
da pronúncia). Não precisa ser na cidade mais próxima, mas dentro da mesma região.
Sorteio e convocação dos jurados Após a organização da pauta, intima MP, OAB e DPub para acompanharem o
sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica. Sorteio entre o 15º e o 10º dia útil antecedente à instalação da
reunião e é a portas abertas, retirando cédulas até completar o número de 25 jurados para a reunião periódica ou
extraordinária. A audiência não será adiada pelo não comparecimento das partes e o jurado não sorteado poderá ter
seu nome novamente incluído nas reuniões futuras. OS jurados convocados serão intimados por correio ou qlq meio
hábil a comparecer no dia e hora designados para a reunião, cuja relação será afixada no local das sessões de IJ.
Tribunal é composto, então, por 1 juiz togado e por 25 jurados que serão sorteados dentre os alistados, sete dos
quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
DO JULGAMENTO EM PLENÁRIO
Prestado compromisso pelo jurado, será iniciada instrução plenária qd presidente, o MP, o assistente, o querelante e
o defensor do acusado, tomaram as declarações do ofendido e, se possível, inquirição as testemunhas arroladas
pela acusação. Na test de defesa, defesa formula pergunta primeiro. Jurados Tb poderão perguntar ao acusado ou
ao ofendido.
        § 3o  As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e
esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por
carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 474.  A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no Capítulo III do
Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)

        § 1o  O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente,
perguntas ao acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri,
salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da
integridade física dos presentes. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 475.  O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da
prova. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Parágrafo único.  A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)

Seção XII

29/10/08
1) Julgamento em Plenário
1 – Pregão
→ Para verificar as ausências – art. 455 a 461 CPP
Não pode começar o Júri sem MP (justificado ou não) sem defesa técnica do acusado (se não comparecer comunica
a OAB e nomeia outro defensor, para outra data)
OBS: Ausência do réu – art. 457, CPP. De primeiro não podia fazer júri sem a presença física do réu em caso de crime
inafiançável. Se o réu não comparecia ocorria a chamada crise de instância! Somente se o crime fosse afiançável é
que poderia ser feito o julgamento sem o acusado.
HOJE: pode ter julgamento se o acusado estiver solto; se estiver preso o Estado é obrigado a levá-lo (a não ser que
este declare expressamente sua vontade de não comparecer ao Júri Popular).
Assistente não adia: não é parte essencial.
Caso o advogado sem desidioso, sem justificar sua ausência o juiz, caso seja crime de ação privada aplica art. 60,
CPP. Não á mais crise de instância.
OBS’: Testemunhas – art. 461, CPP. Se a parte não abrir mão daquela testemunha, o juiz vai mandar buscá-la. Se não
for encontrada, embora vivendo no mesmo lugar, adia o julgamento.
OBS’’: n° legal de jurados – art. 463, CPP. Dos 25 tem que ter 15.
2 – Sorteio: arts. 467 a 469, CPP
→ Recusas Motivadas. São aquelas por suspensão ou impedimento, dependem de prova; devendo o juiz decidir na
hora. NÃO HÁ LIMITES. Quantas conseguir provar, vão ser recusadas.
São aquelas que escondem isso, porque o juiz adverte às testemunhas que não podem ter qualquer relação com as
partes.
Neste caso, a DEFESA fala primeiro e depois o MP. Tem que ser os dois aceitando ou os dois recusando.
→ Recusas Imotivadas (ou peremptórias). Além das motivadas, pode cada parte recusar 3 testemunhas,
imotivadamente.
OBS: + 1 réu – art. 469, §1°. O antigo 461, o CPP falava que havendo mais de um réu e havendo recusas diversas o
julgamento poderia ser cindido.
HOJE: só ocorrerá separação se em decorrente das recusas, não houver número mínimo de 7jurados para compor o
conselho de sentença.
Determinado a separação será julgado primeiro o suposto autor e co- autor do fato ou seguirá regra do Código 429,
CPP. PS: Teoria Restritiva e Teoria Final do Fato.
3 – Oitivas
→ Vítima
→ Testemunhas.
v. art. 473, §1°. Leitura de peças!
→ Interrogatório
OBS: Algemas: art. 474, §3° CPP. A reforma trouxe algumas precauções em relação ao juiz. Não pode usar algemas
quanto estiver dentro do plenário do Júri, salvo se for necessário para ordem dos trabalhos; segurança das
testemunhas ou a garantia da integridade física dos presentes.
: Súmula vinculante 11. O juiz deve FUNDAMENTAR o uso da algema, sob pena de nulidade (do
julgamento). Crítica: falta de precedentes no sentido. Só existem 3! Vício formal, é inconstitucional, pois não seguiu
o tramite legal para ser súmula vinculante. Ademais, colocou tal regra para todos os atos; no entanto, o juiz não
muda sua convicção por estar o réu algemado ou não.
4 – Debates: art. 476 a 478, CPP
A) Ordem – art. 476, CPP.
B) Tempo – art. 477, CPP. Diminuiu para 1h e 30min.
OBS: Réplica e Tréplica (Inovação?)
OBS’: Vedações: art. 478, CPP. As partes não podem, durante o debate, utilizar como argumento:
 Pronúncia (ler trechos) Crítica: julgador recebe cópia da pronúncia.
 Acórdão Confirmatório (quando o réu recorre da pronúncia e o TJ confirma a pronúncia)
 Uso de algemas
 Silêncio do Réu
 Ausência do Réu
OBS’’: Documento – art. 479, CPP
12/11/08
QUESITAÇÃO NO JÚRI – INOVAÇÕES DA LEI 11.689/2008
Após a conclusão dos debates o juiz pergunta aos jurados, se estes estão prontos para julgar. Para isso o juiz deve
explicar os quesitos:
Art. 482, §único - fontes dos quesitos:
1) Pronúncia
2) Todas as teses de defesa, inclusive as utilizadas no interrogatório do réu.
3) Alegações das partes em plenário (MP – reproduz o que está na pronúncia; o que ele pode falar a mais são
as agravantes, que agora são identificadas pelo juiz, não sendo mais perguntadas aos jurados; o que pode
quesitar écausa de diminuição de pena

Súmulas 156 e 162 (onde está falando agravante colocar qualificadoras ou causas de aumento) STF. A quesitação
gera nulidade quando não feita da forma correta ou indagada da melhor forma.

Ademais, qualquer quesito que gere a perplexidade do júri também leva a nulidade. As perguntas devem ser
simples, objetivas, sem induzir o Júri popular.

Art. 484 – antes da reforma, o juiz presidente explicava os quesitos na sala-secreta. Agora, a explicação deve ser feita
ainda em plenário; de maneira pública. (Prof. alega que na prática tal vai ser desconsiderado; gera uma mera
irregularidade)
- VOTAÇÃO DOS QUESITOS

Local: sala especial (art. 485, CPP)


Intervenção na votação – vetado!! Preservar o livre voto dos jurados. A impugnação deve ser feita durante a
explicação dos quesitos.
Distribuição das cédulas (art. 486, CPP)
“Sobra” ou “descarga” (art. 487, CPP) – o que não é votado
Decisões por maioria (art. 489, CPP)
Contradição nas respostas (art. 490. CPP) – juiz explica a contradição e manda votar de novo.

ORDEM DOS QUESITOS – art. 483

1- Materialidade do fato (antes: autoria ou participação);


2- Autoria ou participação;
3- Se o acusado deve ser absolvido (Antes: destrinchava as teses defensivas, formulando quesitos para cada
tese); pode ser absolvido até por pena!
4- Se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
5- Se existe
6-
ANTES
1 – autoria e materialidade
2 – nexo de causalidade
3 – o réu se defendeu de agressão injusta?
4 – agressão era atual?
5 – agressão era eminente?
6 – utilizou dos meios necessários?
7 – utilizou dos meios de forma moderada?
8–
9–

REGRAS
§1° - preservação do sigilo das votações. Quando atingir a maioria pára de contar, a fim de não revelar o sentido dos
votos.
§2° - quesito genérico sobre teses defensivas (O jurado absolve o acusado?)
§4° - desclassificação – quesito específico depois do segundo quesito (CERTO) Se vier depois o júri já condenou ou
absolveu.
§5° - tentativa – quesito específico. (única causa de diminuição de pena que entra aqui)Terceira pergunta.
Desistência voluntária entra aqui!!!!
§6° - mais de um crime e mais de um acusado – cada crime tem uma série de quesitação e para cada acusado tem
quesitos específicos.
A pergunta de se o jurado absolve o acusado deve ser, de regra, a terceira. Será, portanto a quarta quando:
1) Tentativa estas duas hipóteses estão
2) Homicídio culposo (v. art. 492?) previstas no Código. \
Tese defensiva da inimputabilidade: se responder negativamente à pergunta da absolvição, deve o juiz quesitar após
perguntando se o réu padecia de doença mental era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
Homicídio privilegiado – quesita após a terceira pergunta geral, pois deve primeiro condenar depois diminuir a pena.
?qualificadora objetiva?
19/11/08
QUESTÕES FINAIS
1) Sentença Condenatória.
Aqui não há relatório, tendo em vista que sua função é mostrar que o juiz conhece o processo. Sendo tudo feito na
audiência, de forma imediata, já mostra que o juiz conhece a causa. A fundamentação se restringe à dosimetria da
pena, não havendo discussão do mérito da causa.
2) Absolvição
2.1 – Própria → Como houve englobamento das teses defensivas, não se sabe por qual tese o júri absolveu o
indivíduo, caso hajam várias teses (havendo só uma, não terá tal dúvida) Desta forma, não tranca as portas do Cível.
2.2 – Imprópria → Se houver também tese de doença mental, haverá um quarto quesito para ser respondido. Caso a
respostas sejam SIM, haverá absolvição imprópria e ao réu será dado medida de segurança.
3) Desclassificação (art. 492)
Havendo desclassificação o juiz do júri deve quesitá-la antes da absolvição (vai ser o 3° quesito). Ocorre geralmente
quando houver maioria de negativa no quesito da tentativa e maioria afirmativa no quesito da desclassificação.
§1° - havendo desclassificação do crime dolos para outro de competência da vara comum, o presidente do júri
profere sentença em seguida, julgando ele mesmo o processo. Julga prejudicado os demais quesitos, dissolve o
conselho de sentença e sentencia. Isso porque com a desclassificação há afastamento da competência do Júri para
julgar aquele crime.
PS: Júri não julga crime culposo.
Quando o delito resultante da nova classificação for de menor potencial ofensivo, o próprio juiz depois do
transito em julgado dá vista ao MP para que este ofereça transação penal ou suspensão condicional do processo.
Professor: Caso o MP não concorde com a desclassificação feita pelo Juiz, entra por analogia com Recurso em
Sentido Estrito (581, II) Para a corrente majoritária não cabe nenhum recurso, tendo em vista que era uma tese de
defesa da qual o réu já se defendeu, só podendo o MP propor imediatamente transação ou suspensão.
→ Conseqüências
a) Crime que não admite transação penal ou suspensão condicional do processo( pena máxima =< 2 anos e
pena mínima =< 1 ano respectivamente) Juiz toca pra frente e sentencia. Também fará isso não havendo os
demais requisitos previstos nos art. 76 e 89 da Lei 9099/95.

b) Crime que admite. Abre vistas pro MP.

§2° - Em casos de crime conexos, há dupla quesitação. Caso o doloso contra a vida seja desclassificado, não há
julgamento do conexo, o qual também vai ser julgado pelo juiz presidente do júri.

Havendo absolvição do crime doloso, o júri julga SIM o crime conexo, uma vez que firmou sua competência para
competência daquele julgamento, e deve julgar todo o mérito do processo.
RECURSOS DAS DECISÕES DO JÚRI
→ art. 593, III CPC: Apelação
A) Nulidade do júri. Não tem limite. Vai a novo júri
B) Contrária à decisão do Júri. Juiz sentencia diferentemente do que o júri julgou, violando a soberania do júri
popular.
C) Erro na pena. Juiz na dosimetria dá pena desproporcional.
D) Manifestamente contrária à prova dos autos. É arbitrária. Aqui que ataca verdadeiramente a decisão do júri.
O júri é anulado havendo novo julgamento.
Nas hipóteses “b”e “c”, dando provimento do recurso o próprio Tribunal pode julgar o mérito. Nas outras alíneas
haverá novo júri, ressaltando que na alínea “d”, essa só pode ser utilizada como fundamento uma única vez não
importando quem recorreu.

1) Protesto por Novo Júri →revogado. Lei Processual no Tempo:


1ª corrente→ condenação surgiu após a Lei Nova, utiliza-se o art. 2° do CPP, pois a Norma Processual
tem aplicação imediata
2ª corrente →Lei Nova entrou em vigor no prazo para recurso, o condenado tem direito. LICPP.
3ª corrente →Norma Processual se enquadra como direito fundamental do Processo, logo, o que vale é
a Lei vigente da época do fato. (Professor)
PS: Norma mista →aquela que é processual, mas tem reflexo no direito matérial. Ex: art. 366, CPP (suspende o
processo e a prescrição) Aplicar sempre a norma mais benéfica. Só é pro reo.

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