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DIREITO PENAL -12-04-2011

FALTA 30 MINUTOS

2.3 ERRO NA EXECUÇÃO- aberratio ictus

Previsão legal :. Art. 73 CP - Quando, por acidente ou


erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime
contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do Art. 20 deste Código. No caso de
ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do Art.
70 deste Código

Conceito: o agente, por acidente ou erro no uso dos meios


de execução, atinge pessoa diversa da pretendida, apesar de corretamente representada.
A exemplo temos: buscando matar o pai o agente atira , mais por erro na execução
acaba por atingir o tio, responderá como se o pai matasse .

Não há que se confundir erro sobre a pessoa e erro na


execução, visto que no primeiro represento mal, e excuto bem, no erro na execução
represento bem, mas executo mal.

Conseqüências: não exclui dolo, a culpa, logo não isenta o


agente de pena. Assim temos que o agente responde pelo crime com as mesmas
conseqüências do erro sobre a pessoa, ou seja: considerando as qualidades e condições
da vítima pretendida. Temos, então, as mesmas conseqüências do § 3º do Art. 20
Código Penal , porém temos a ressalva se atingida, também, a vítima pretendida teremos
concurso formal de delito, art. 70 do CP , temos ERRO A EXECUÇÃO EM SENTIDO
AMPLO.

A doutrina divide duas espécies de aberratio ictus:

Em sentido amplo Em sentido estrito


A vítima pretendida também é atingida. A vítima pretendida não é atingida
Aplicar-se-á concurso formal de delitos Este, por sua vez subdivide-se em 2
espécies:
A) erro no uso dos meios de execução. A
pessoa projetada esta no local, mas não é
atingida. Ocorre erro no manuseio do
meio de execução.
b) aberratio ictu em sentido estrito por
acidente. Neste a pessoa projetada pode
ou não estar no local, porém não é
atingida. Note que neste não temos erro no
manuseio do instrumento de execução. A
exemplo citamos: mulher coloca veneno
na comida do marido, por erro o filho
come a comida e morre, temos erro na

2.4. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO-ABERRATIO CRIMINIS

Previsão legal: Art. 74 - Fora dos casos do artigo


anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime
culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do Art. 70 deste
Código.
Conceito: o agente por acidente ou erro na execução do
crime, provoca resultado diverso do pretendido, lesando bem jurídico diferente do
projetado. Citamos como, por exemplo, agente atira um pedra para danificar o carro
conduzido pelo pai, mas por erro, acaba atingindo a cabeça do motorista que falece na
hora.

Note:

ARTIGO 73 DO CP ARTIGO 74 DO CP
Espécie de erro na execução Espécie de erro na execução
1)Pessoa X pessoa. 1) Coisa X pessoa
2) O resultado provocado é o mesmo do 2) O resultado provocado é diverso do
que o pretendido. pretendido.
3) O agente atinge o mesmo bem jurídico. 3) O agente atinge bem jurídico diverso.

Conseqüência: não isenta o agente de pena. Responde o


agente pelo resultado diverso do pretendido a título de culpa. Observação: se ocorre
também o resultado pretendido aplica-se o concurso formal de crimes.

Obs.: Alerta Zaffaroni não se aplicar o artigo 74 do CP se


o resultado diverso do pretendido atinge bem jurídico menos valioso, menos importante
para o homem, sobre pena de se instalar a impunidade. Neste caso o agente responde
pelo crime pretendido a título de tentativa. ( tentativa do homicídio do pai- jogar pedra
no carro). Resultado pretendido: morte, resultado alcançado: dano.

2.5 ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL: ABERRATIO CAUSAE

Previsão legal: criação doutrinária. Não tem previsão


legal.
Espécies:

Erro sobre o nexo causal Dolo geral


O agente, mediante um só ato, provoca O agente, mediante conduta desenvolvida
um resultado pretendido, porém como em dois ou mais atos, provoca o resultado
nexo causal diverso. pretendido, porém nexo de causalidade
diverso
Exemplo: empurro a vítima de um Exemplo: atiro na vítima e, imaginando
penhasco para que morra afogada, durante estar morta, empurro o corpo no mar,
a queda bate a cabeça em uma rocha vindo então a morrer asfixiada
morrendo de traumatismo craniano

Não confundir:

Aberratio causae Dolo geral


Erro sobre nexo causal. Erro sobre nexo causal.

Um so ato Conduta desenvolvida em 2 ou mais atos

Conseqüências: o erro sobre o nexo causae, não exclui


dolo, culpa, logo não isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime praticado,
um só crime. Não responde por tentativa, homicídio culposo. Ele responde pelo nexo
causae ??
Quanto ao nexo causae temos 3 correntes:

1)Reponde pelo crime 2) Responde pelo crime 3) Responde pelo crime


considerado o nexo efetivo, pretendido, projetado , considerado o nexo mais
ocorrido, real. virtual. Evitando-se benéfico para o réu in
responsabilidade penal dubio pro reo.
objetiva
Considerado o nexo Pretendido, projetado, Considerado o nexo mais
efetivo, ocorrido, real. virtual. benéfico para o réu in
dubio pro reo.
1º exemplo asfixia; 2 Evitando-se
ºtraumatismo craniano. responsabilidade penal
objetiva.

Alerta a doutrina que prevalece a 1º corrente.

QUESTÕES IMPORTANTES DE CONCURSO

1) Falsificar cheque do ITAÚ. MP Denúncia por falsificar


documento público. O cheque é documento público por equiparação.

Falsificação de Documento Público


Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento
público verdadeiro:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

Agente alega que não sabia ser crime. O erro que o agente
alega e erro de subsunção. No erro do tipo o agente desconhece a realidade, logo o
agente sabia que estava falsificando. Quanto a erro de proibição o agente sabia que era
ilícito. Assim a questão envolve erro de subsunção, a previsão legal não existe , temos
uma criação doutrinária.
Conceito de erro de subsunção: não se confunde com erro
de tipo, pois não há falsa percepção da realidade.também não se confunde com erro de
proibição, conhecendo o agente a ilicitude do seu comportamento.

Tratasse de erro que recai sobre valorações jurídicas. O


agente interpreta equivocadamente o sentido jurídico do seu comportamento. A
exemplo citamos penso que cheque é documento particular; ignoro que jurado é
funcionário público para fins penais.

Conseqüências: não exclui dolo não exclui culpa, não


isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime, o erro pode gerar, no máximo,
uma atenuante de pena (art. 66 do CP, atenuante genérica inominada).

2) Servidor Público federal X Servidor Público Estadual.


Além temos um atirador que pretende matar o Servidor Federal, porém, por erro na
execução caba matando o Servidor Estadual ( aberratio ictus). Pergunta-se: O
homicídio será processado na Justiça Estadual ou federal??

Assim de acordo com o artigo 73 do Cp, diz que devo


considerar as qualidades da vítima pretendida, porém o aberratio ictus só tem
conseqüências penais, não tem conseqüências processuais penais, assim no caso em tela
a competência é Estadual. A aberratio ictus é matéria penal sem reflexos processuais.
Para fins de competência considerasse a vítima real .

ERRO PROVOCADO OU DETERMINADO POR 3º

Previsão legal: Art. 20§ 2º do CP.

Erro Sobre Elementos do Tipo


Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Erro Determinado por Terceiro

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro

Conceito: No erro de tipo o agente erro por conta própria ,


por si só. Já na hipótese do Art. 20§ 2º do CP, existe terceira pessoa que induz o agente
a erro (não espontâneo).
Exemplo: médico quer matar paciente, depois de colocar
veneno na seringa, pede para enfermeira ministrar dizendo tratasse de antibiótico.

Conseqüências: quem determina dolosamente o erro de


outrem, responde por crime doloso. Quem determina culposamente, responde por crime
culposo. Temos a figura do autor mediato.

Quanto a enfermeira. Se o evento era imprevisível temos


fato atípico. Se previsível, responde por culpa. Se previu, querendo ou assumindo o
risco, caracterizará o dolo , direto e eventual.

Não confundir.

Erro de tipo Em comum tem os dois: Delito putativo por erro do


tipo- DELITO DE
ALUCINAÇÃO- fantasia o
crime.
Exemplo. Atiro contra Falsa percepção da Exemplo. Atiro contra
arbusto imaginado La se realidade. pessoa que já estava morta
esconder um animal.
O agente imagina agindo Os agentes não sabem o O agente imagina estar
licitamente, de acordo com que fazem agindo fora da lei, a
a lei margem da lei.
O agente ignora a presença O agente ignora a ausência
de elementar do tipo. de uma elementar. Ignora
Ignora que atrás do arbusto que não atira mais contra
tem uma pessoa. alguém, visto que pessoa
O agente pratica fato tipo morta deixa de ser alguém.
sem querer. O agente pratica fato
atípico sem querer.

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PENAL SUBSTANTIVO, ADJETIVO, CIFRA NEGRA, AMARELA E.......
DA CONDUTA

CONDUTA COMISSIVA E OMISSIVA

DO CRIME COMISSIVO

Este é praticado por ação. Lembre se do tipo proibitivo,


ou seja: o direito penal protege bens jurídicos proibindo algumas condutas desvaliosas.
O agente pratica justamente a conduta que o tipo proíbe.

DO CRIME OMISSIVO

Este é praticado por omissão. Lembre-se do que é tipo


mandamental, ou seja: neste o direito penal protege bens jurídicos determinando a
realização de condutas valiosas.

Assim, temos a omissão do agente, não age, praticando a


conduta valiosa determinada pelo direito penal.

Na norma mandamental pode decorrer:

Do próprio tipo penal. OMISSÃO IMPORPRIA PURA.


A exemplo temos:

Omissão de Socorro: Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:

De uma cláusula geral. OMISSÃO IMPRÓPRIA PURA.

A exemplo temos:
Relevância da Omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Alterado pela L-007.209-1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
obs.dji.grau.4: Exercício Regular do Direito
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Relação de Causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.

Relevância da Omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
Exercício Regular do Direito
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Omissão própria Omissão imprópria


O agente tem dever O agente tem o dever
genérico de agir, ou seja, o específico de evitar o
dever atinge a todos resultado.
indistintamente. Dever de Eles tem personagens
solidariedade. próprios, são os chamados
garantidores “ dever de
garante”, artigo 13, p 2 do
CP.
Conseqüência: a omissão Conseqüência: a omissão
está descrita no tipo. Existe esta descrita em cláusula
subsunção direta do tipo. geral. Por não ter evitado
Omissão do tipo penal tem resultado o agente
uma subsunção direta. responde por crime
comissivo, como se o
Não admite tentativa. tivesse praticado.

Entre a omissão é o tipo


penal, não existe subsunção
direta, você precisa passar
pelo artigo 13 p 2 e depois
ir para o tipo.

Admite a tentativa.
CRIME COMISSIVO

CRIME OMISSIVO

A) OMISSIVA PROPRIA
B) OMISSIVA IMPRORIA ( DELITO COMISSIVO POR OMISSÃO)

CRIME DE CONDUTA MISTA

Precedente: conduta comissiva e um


Subseqüente: conduta omissiva.

A exemplo temos apropriação de coisa alheia art. 169 do cp

Apropriação de Coisa Havida por Erro, Caso Fortuito ou Força da Natureza


Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Apropriação de Coisa Achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,
dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

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