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Zacariasgoes Podermoderador
Zacariasgoes Podermoderador
DO
PODER l\fODERADOR
. ., .
'POR
~. de @rics c masronrcltofi.
EGU~D'\ EDIÇÃO
RIO D~ .,JANEIRO
TY.POGRAPHIA UNIVERS ERT
Rua dos Invalidos,
I~ 1862 . ~
~,---~
mOllflHcn Otl S[~nOO f[oERAl
Este vo.ulne acha7~e registrado
sob número ,JLf?..!11:-----.-
do ano de ,.. :1'3...__ =_&:-._
DA NATllREZA R LIMITES
110
PODER ~'[ODEI1ADOR
• o,.
DA NATUREZA E' LHTITES
00
PODER MODERADOR
POR
~. de óEóes c ~iHl1·Ollcclloli.
,[GU~DA EDiÇÃO
RJO DE JAI1E1JlO
TYPOGRAPHIA UNL EH AL DE LAEMMERT
nua uos [nvalitlos, 61 B
1862
AO LEITOR
PODER MIODERAD10R
PRIMEIRA PARTE
• There can nol be a slronser proor
or Ihal genuine freedom, whlch IS lhe
boa I of Lili age and counlry Ihan lhe
power or discll ing, wilit decenc)' and
respecl, lhe nalurt> aml limil! 01' lhe
prerogaliyc. II
BUCKSTONJI:
P. U.
i8
II
1."
2.°
3,"
....... "
36
.. . . . . . . . . . . . . . . .. . .
Tornar o poder supremo inviolavel o mesmo é (lue
constituir seus ministros juizes da obedicncia que
lhe devem. ,Jão que Ihe'l'ecllsem obediencia de
ou Lro modo que dando ua demissão; irias em tal
caso a opinião publica toma-se por sua vez juiz
entre o poder superior e os millistros, e prestará
naturalmetlte seu apoio e favor áquel\es que pare-
cerem ter feito i su':\' conscicncia o sacl'illcio ele
seus interesses, o que não tem inconveniellte em
uma monarclüa hel'editaria, onde, respeiLada a
43
permanente dignidade do l1!onarcha, os esforços
dos partidarios dos nlÍrJi tro', que sahem digoa-
mente, .:e dirigem contra o uovo ministerio » n
Assim na rcsponsabilidade ministerial, em que algulJ
descobrem e torro ti mauutenção do equilibrio dos
podcre~, vejo cu a condição tutelar da 1larntonia delles.
III
P. M.
<lO
IV
eJO CLU~1I108.
o SR. ZACARIAS.. . . • •
o SR. ZACARtA·.
°
o deputado e senador são inviolaveiR, diz art. 2{) da
Constituição, pelas opiniões que proferirem noexercicio
-de suaR funcções, isto é: não podem ser meLLidos em
processo. Mas essa inviolabilidade dos membros de cada
uma das camaras não os exime da censura publica. O
deputado ou senador, contrariado na sua camara por
seus adversarias, combatido na imprensa, ah'o, muitas
vezes, ele injurias e calumnias, apenas escapa á respon-
sabilidade legal pelas opiniãe que pl'Oferil'em. A pes-
soa do Imperador, porém é não s6 inviola\'el, mas sa-
grada, não estando slljeila a responsabilidade alguma,
o que qucr dizer que, além de não r('spondcl' perante
autoridade alguma c.onstituic1a, deve ser objecto de res-
peito e veneração.
8t)
o SR. ZACARrAS.
t • • • • • • a • • • • • • • - • • • • •
1'. n. 7
TEROEIRA PARTE
°
Certo, nem texto, nem a nota citado, abonam-se
coma sciencia do direito publico antiga ou modema.
O poder moderador no Brasil é delegação nacional,
não porque o preambulo da Constituição diga fJue foram
omidas a' camara, lJ1Unicipa s a respeito do projecto
da me ma Con. tiluição, nem porque o arL. '12 da lei
fun\larnental declare o quatro poderes politicos (em
cujo nuol 1'0 entra o ll1ol1erador) delegações da nação,
mas por Uln:l raz.ão mais alta, a flue aquclle preambulo
e o referido arL. 12 tri bu tum homenagem, sem com tudo
serem necessClrios ao reconhecimento effectivo da dele-
gação.
Por outro lado, c at.Lonta a 111eSIlla raz:io, a falta rle
audiencia do povo portuguez. e de artigo expresso da
sua Constituição Politica, d c1arando que o poder mod.e-
rador e o demai poderes politicos são delegações da
naçãG, não illhibc Jue l1aquella monarchia Laos poderes
sejam tão eficazmente delegado. pelo povo, como o são
no Bra iI.
A razão, a que alindo, e que domiuando toda a Consti·
tuição, não depende do laconismo ou prolixidade com
que por ventura fôsse redigido o pacto fundamental, é a
da soberania.
Ora a respeito de soberania ha duas escolas oppo '(,as:
uma qne s6 a reconhece no principe por direito di\ ino,
outra que a faz residir no povo, ou seja, conforme
inexaclamenle, a meu yêr, pretende Rousseau, o re ul~
tado de pequenas porc,ões de oberania inhereotes a
cada individuo, ou resida immediatamente em toda a
communh'5o civil como direito essencial á ent.idade
collp,cliva, ás familias coo I.ituidas em sociedade, no
sentido de . Thomaz: f Non cL~jtl,slibet ml'io {aeU le-
gem, sed maU itucl'inis aat princip'is vieem nmltitudinis
gerentis. » .
to2
II.
III
1.°
2.°
3.°
4. •
v
Se .Ia l'efet'en.la. e l'eSI)onsobilidade ministe-
rial nos actos do podei' .l1o.1el'ador vem o
aniquilamento desse poelel'.
VI
VII
VIII
8e é bastante a .-espousabilidatle 100.-al dos
minist.-os_
x
Peti~ão de p.·incipio.
XI
Dispõe o art. f 32 :
« Os ministros de estado referendaráõ ou
assignaráõ todos os actos dOo poder executivo,
sem o que não poderáõ ser executados. »
Art. 133;
« Os ministros de estado são responsaveis:
« L° Por traição.
« 2.° Por peita.
« 3.° Por abuso de poder.
« 4-.0 Pela falta de observancia da lei.
« 5.° Pelo que obrarem contra a liberdade,
segurança ou propriedade dos cidadãos.
« 6.° Por qualquer dissipação dos bens
publicos. J
Art. 135:
« Não salva o ministro da responsabilidade a
ordem do Imperador vocal ou por escripto. J
Observa o autor do Ensaio (pag.83, 108 e 109) que
todos esses artigos da Constituição acham-se collocados
no capituLo que trata especialmente e tem por titulo
« Do poder executivo D, inferindo d'ahi que, pois
473
todos são relativos aos actos do executivo, a referenda
e a responsabilidade ministerial, que estabelecem, só
em relação ao executivo devem ser entendidas, e não
ao moderador.
EUe se expr~me assim:
« Os arts. 132,133,134 e 135, todos rela ti·
vos ao poder executivo, tem uma concatenação
logica tão cerrada, todos elles estão tão fixados
pelo arUO (132). e pela rubrica do capitulo na by-
pothese de que os actos são do poder executivo,
que nem a martello se pMe nelles dar ingresso
ao poder moderador. J
Antes de tudo direi não ser exacto, que o capitulo em
que se acham taes artigos, se 10 ,itule« Do poder execu-
tivo. » Otitulo do capitulo em questão é.Do ministerio.•
Dir-se-hia que o autor do Ensaio, imbuido no falso
presupposto de achar-se adoptada pela nossa Constitui-
I
ção a .theoria de B. Constant, na parte que elevou o mi-
nisterio ao gráo de um poder constitucional, sob o nome
de « Poder ministerial ou executivo », tomou as pala-
vras« Do ministerio », que se acham no alto do cap. 6°
do tit. 5° da Constituição, como equivalentes dest'outra3
«Do poder executivo ., e assim as foi traduzindo, per-
suadido talvez, de que tal equipolencia muito aprovei-I
tava á sua causa.
ocerto é, porém, que a nossa Constituição não con-
funde poder executivo com ministerio: daquelle trata no
cap. 2°, deste no cap. 6° do tit. 5.° E, pois, da inscripç;jo
do capitulo, a que pertencem os artigos de que se
trata, não ha argumento em favor da opinião do Ensaio.
Examinarei cada um desses artigos.
:174
P. M. 1.2
178
XIII
XIV
§ 1.0
Pl'Osegue o Ensaio:
xv
§ L"
DOUTLUNA DE TIlIER .
(*) On Ubel'ly.
250
PapJnu.
Ao leitor. JI1
Advertencia da primeira edição. rx
Da natur za e limite do poder moderador ii)
PRIMEIRA PARTE.
I. O que é o poder moderador . 18
II. A re pon abiljdade dos actos do poder moderador e-
gWldo a COD tituiç;.10 primitiva . 23
TIl. A re pon abilidade dos actos do poder moderador á vista
do Acto addicional . li7
IV. A responsabilidade do acto do poder moderador em
face da lei de 23 de Novembro d 18!j,i 50
V. Nomeação de senadore 55
,I. Direito de graça . . . . 61
SEGUNDA PARTE.
Discill'sO proferido na essão de i) de Julbo de 186L 67
Di l:urso prof rido na e ão de i6 de Julho de i8Gi 75
Di lU'SO proferido na ses ão de 25 de JuLho de i861 89
TERCEIRA PARTE.
I. Porque razão o poder modemdor é uma delegação na-
cional . 100
II. Qual a razão porque o poder moderador é delegado pri-
vaLivamente . . :100
INDICE.