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Tópicos de correcção:
I
Comente as seguintes afirmações:
II
b. Uma lei retrospectiva é aquela que visa a produção de efeitos para o passado,
não obstante poder afectar situações que venham a constituir-se no futuro.
Falso. Uma lei que visa a produção de efeitos para o passado é uma lei retroactiva.
Uma lei retrospectiva produz efeitos a partir da sua entrada em vigor, isto é, visa
aplicar-se para o futuro mas vai afectar relações jurídicas já constituídas antes da sua
entrada em vigor.
III
a. Uma lei do Parlamento que proíbe o uso de burca islâmica nas aulas de
educação física, não obstando, porém, ao uso de crucifixos e outros símbolos
religiosos;
Estamos neste caso perante uma lei que vem restringir um direito, liberdade e
garantia: a liberdade religiosa (art. 41.º CRP), mais concretamente a liberdade de
culto. Neste caso coloca-se particularmente a questão de saber se esta lei
restritiva não será atentatória do princípio da igualdade (art. 13.º), na medida em
que proíbe apenas o uso de burca islâmica, mas não outros símbolos religiosos.
Está aqui em causa uma categoria suspeita, o que, para alguns autores, implica
uma presunção de inconstitucionalidade, devendo o escrutínio do julgador ser mais
exigente. Ainda assim, discutir a questão de saber se há um fundamento objectivo
que justifica a diferenciação de tratamento ou se esta é arbitrária.
b. Uma lei do Parlamento que, de modo a conter a onda de violência que se tem
feito sentir, impõe aos agentes policiais a repressão de toda e qualquer
manifestação através da aplicação de gás mostarda sobre os manifestantes. (7
valores: 3,5+3,5)
Estamos neste caso perante uma lei que vem restringir um direito, liberdade e
garantia: o direito de manifestação, previsto no art. 45.º CRP. Neste caso coloca se
particularmente a questão de saber se esta lei restritiva respeita as exigências que
o art. 18.º da CRP estabelece para que o legislador possa restringir direitos,
liberdades e garantias. O art. 18.º exige desde logo que a restrição seja feita por lei
da AR (o que se verifica) e nos casos expressamente previstos na CRP: não é o
caso – referir a discussão a propósito disso. Particularmente relevante nesta sede:
princípio da proporcionalidade nas suas três vertentes: adequação, necessidade e
proporcionalidade em sentido estrito: discutir a admissibilidade da medida sob esse
ponto de vista. Pode também desde logo discutir-se a legitimidade do meio
utilizado.