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U NIVERSIDADE DE P ERNAMBUCO

C AMPUS G ARANHUNS
C URSO DE L ICENCIATURA EM M ATEMÁTICA

Aplicação da teoria do grupo de permutações na definição


geral de determinante .
Ana Carolina Gonçalves Araújo

G ARANHUNS -PE
?? de Dezembro de 2021
2

A NA C AROLINA G ONÇALVES A RAÚJO

Aplicação da teoria do grupo de permutações


na definição geral de determinante
Aplicação da teoria do grupo de permutações no estudo de determinantes

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Licenciatura em Matemática do Cam-
pus Garanhuns da Universidade de Pernambuco
como requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Matemática.

Garanhuns-PE
?? de Dezembro de 2021
3

F OLHA DE APROVAÇÃO

Aplicação da teoria do grupo de permutações na definição geral de


determinante

Ana Carolina Gonçalves Araújo

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Licenciatura em Matemática do Cam-
pus Garanhuns da Universidade de Pernambuco
como requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Matemática.

Aprovada em ___/___/___

Nota: ______,______

BANCA E XAMINADORA

____________________________________________________
Prof. MSc. José Elizângelo Lopes Luna-Presidente

____________________________________________________
Prof. Dr. Dâmocles Aurélio Nascimento da Silva Alves-Avaliador interno
UPE

____________________________________________________
Prof. MSc. Rafael Dantas Sobrinho-Avaliador externo
Às minhas queridas avós, Graça e Gelva (in memoriam).
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, por ser meu apoio e por me escutar e ajudar em todos os momentos que
me trouxeram até aqui.
Ao meu primeiro professor de matemática, meu pai, Marcelo Araújo, por ter se alegrado
com a minha escolha, por nunca me deixar desistir, por sempre cuidar de mim e, principal-
mente, por ser minha maior inspiração profissional.
À minha mãe, Simone Gonçalves, por me dar a vida, por acompanhar todos meus estudos
até aqui, lutar comigo nos momentos necessários e sempre me ensinar que o futuro é feito a
partir da constante dedicação no presente.
Às minhas avós, Gelva Gonçalves e Maria das Graças Araújo (in memoriam), por me ama-
rem incondicionalmente, por vibrarem com cada conquista minha e terem esperado por esse
momento tanto quanto eu.
Ao meu irmão e amigo, Matheus Felipe, e à minha amiga e irmã de coração, Jennyfer
Stephanye, por sempre estarem ao meu lado e me lembrarem que nossos momentos comparti-
lhados com a família e com os amigos são tão importantes quanto nossas outras dedicações.
Aos demais parentes e amigos que participaram dessa jornada com apoio e alegria.
Agradeço aos amigos que a universidade me deu, em especial, à Paula, Thayná, Gilmara,
Erivelton e Tallison. Obrigada por compartilharem comigo todas as felicidades e dificuldades
da vida acadêmica e por todos os outros momentos extraordinários que vivemos.
Ao meu orientador, Prof. MSc. José Elizângelo, por cada disciplina ministrada ter me
mostrado que eu fiz a melhor escolha para a minha vida profissional e por todo tempo e interesse
dedicados para a realização deste trabalho. Sou eternamente grata por todo seu apoio.
Aos professores que me orientaram nas monitorias acadêmicas durante minha graduação:
Janaina, José Elizângelo, Iramí e Dâmocles. Sou grata também à todos os outros professores
que compõem o colegiado do curso, em especial, à Prof. Luciana, por cada ensinamento.
Por fim, agradeço à banca examinadora, Prof. Dr. Dâmocles Aurélio e Prof. MSc. Rafael
Dantas, pelo tempo dedicado à minha pesquisa e pelas contribuições feitas.

5
Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.
—J. R. R. TOLKIEN (1892-1973)
RESUMO

?
Comumente, desde sob o domínio escolar na educação básica, o determinante é facilmente
associado à matrizes de ordens 1, 2 e 3, partindo-se de definições particulares para os mes-
mos ou da solução de sistemas lineares, derivado da história de seu surgimento, além disso,
a abordagem leva também ao estudo de suas propriedades, ambas as coisas sem qualquer res-
ponsabilidade com o objeto matemático mencionado. No presente trabalho, formalizamos a
construção da definição geral de determinante através da utilização do grupo de permutações
e sinal de permutação, que oferece recursos suficientes para a obtenção de determinantes de
qualquer que seja a ordem. Ocorre que, a partir da ordem 4, o alcance torna-se exaustivo,
dessa forma, aplicamos, de forma adicional à proposta deste trabalho, a definição geral de de-
terminantes para a obtenção do resultado conhecido por "Teorema de Laplace", que otimiza
o encontro de determinantes de ordem n para operações com determinantes de, no máximo,
ordem n − 1.

Palavras-chave: Grupo de permutações. Determinante. Teorema de Laplace.

7
SUMÁRIO

1 Grupo de Permutações 3
1.1 Permutações 3
1.1.1 Sinal da Permutação 6
1.2 Grupo 7
1.3 Grupo de Permutações 8
1.3.1 Ciclos 11
1.3.2 Uma reinterpretação da definição de sinal de uma permutação. 15
2 Determinante 18
2.1 Determinante de ordem n 18
2.2 Demonstração de algumas propriedades clássicas 21
3 Teorema de Laplace 26
3.1 Generalidades 27
3.2 Cofator 27
3.3 Condensação de Laplace 29

8
LISTA DE FIGURAS

1 Determinante de uma matriz de ordem 3 em um livro didático para o 2º ano de


Ensino Médio. 2
2 Determinante de uma matriz de ordem 3 através do método de Sarrus em um
livro didático para o 2º ano de Ensino Médio. 2

9
INTRODUÇÃO

A ideia de determinante surge a partir da matemática oriental antiga, com a experimentação


da sociedade chinesa, que tinha uma grande aproximação com representações de sistemas line-
ares por meio de diagramas. Tempos após essas primeiras aparições do determinante, surgem,
no Japão, os estudos do matemático Seki Kowa. Segundo Batista e Luccas ([1], 2004, p.111-
112), Kowa desenvolveu a base da teoria dos determinantes por meio operações que envolviam
a simplificação de equações, objetivando eliminar as incógnitas de um sistema linear com duas
equações do primeiro grau. Tal operação foi denominada por ’multiplicação cruzada’ e foi
estendida, posteriormente, até sistemas com 4 equações e 4 incógnitas.
Segundo Boyer ([2], 1974, p. 297), os primeiros registros da ideia de determinante no
ocidente foram encontrados em correspondências trocadas entre o matemático alemão Leibniz
e L’Hospital, em 1693. Assim como na matemática chinesa e na matemática japonesa de Kowa,
Leibniz também associou o determinante a sistemas lineares.
Leibniz usou a palavra ’resultante’ para certas somas combinatórias de um deter-
minante. Ele provou vários resultados sobre resultantes, incluindo o que é essenci-
almente a regra de Cramer. (Néta, [9], 2014, p. 14)

Em contrapartida ao avanço que tanto a teoria quanto as aplicações dos determinantes tive-
ram com os anos seguintes a esses acontecimentos, se encontra o desconhecimento da definição
formal deste conceito, em especial na escola básica, em que não é raro ser ignorado totalmente
pelos professores e livros didáticos, ou substituído por ’definições’ errôneas ou, quando muito,
restritas aos casos particulares de ordens 1, 2, e 3.
É comum encontrar, em livros didáticos do 2º ano do Ensino Médio, as definições de de-
terminante de ordem 2 e 3 no formato presente na Figura 1. Isso ocorre apesar do que aponta
os Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco ([10], 2012, p. 128) quando
afirma, em suas expectativas para o ensino e aprendizagem de matemática no Ensino Médio,

1
2

que é necessário evitar a utilização de coletâneas de cálculos que simplesmente propõem uso
de fórmulas.

Figura 1 Determinante de uma matriz de ordem 3 em um livro didático para o 2º ano de Ensino Médio.

Entretanto, a medida que a ordem da matriz aumenta, a aplicabilidade de fórmulas para o


cálculo desses determinantes torna-se ainda mais exaustiva, diante disso, muitos livros didáticos
utilizam o método de Sarrus para justificar o cálculo do determinante de ordem 3, como na
figura 2, e evitam mencionar ordens superiores a essa.

Figura 2 Determinante de uma matriz de ordem 3 através do método de Sarrus em um livro didático
para o 2º ano de Ensino Médio.

Apesar disso, os Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco ([10], 2012,
p. 121) salientam que:

[· · · ] não se pode esquecer que a Matemática do Ensino Médio, como disciplina es-
tabelecida, também deve ser vista como uma ciência que apresenta características
estruturais específicas. É importante que o estudante perceba o papel de: definições,
simbologia, demonstrações e encadeamentos conceituais em sua composição interna.

Diante disso, o presente trabalho objetiva tratar da definição formal do determinante de


ordem n com base no estudo moderno desse tema, introduzindo-o no âmbito das permutações
dos elementos do conjunto In = {1, 2, 3, · · · , n}, sinal e grupo de permutações. Bem como
pretende demonstrar algumas propriedades clássicas a partir da utilização da definição formal.
CAPÍTULO

GRUPO DE PERMUTAÇÕES

Neste capítulo, faremos uma introdução aos elementos que darão sustento à definição de de-
terminante e contribuirão na construção de argumentos para demonstrar algumas propriedades
desse objeto matemático. Daremos ênfase aos conceitos de permutação e grupo de permuta-
ções, abordando também as ideias de sinal de uma permutação e dos k − ciclos e transposições.

1.1 Permutações

Definição 1.1.1. Seja In = {1, 2, 3, · · · , n}. Damos o nome de permutação de In à aplicação


bijetiva σ : In → In . Além disso, definimos o conjunto S(In ) das permutações de In pondo

S(In ) = {σ : In → In ; σ é bijeção}

Proposição 1. #S(In ) = n!

Demonstração. Sabemos que, como σ é bijetiva, para cada i ∈ In , existe um j ∈ In ; σ (i) = j e


que sendo i1 , i2 ∈ In ; i1 ̸= i2 , então σ (i1 ) ̸= σ (i2 ).
Dessa forma, e sem perda de generalidade, seja nossa primeira escolha i1 = 1, existem n
escolhas para determinar o σ (i1 ) = j1 . Após isso, selecionamos o i2 = 2, em que σ (i2 ) = j2 ,
mas j2 ∈ In − { j1 } e, portanto, há n − 1 possibilidades de associação para i2 .

3
1.1. PERMUTAÇÕES 4

A cada nova escolha k fixamos então um ik ∈ In − Ik−1 ; ik = min(In − Ik−1 ), isto é, ik = k. E,


daí, σ (ik ) = jk é tal que σ (ik ) ∈ In − { j1 , j2 ..., jk−1 }, surgindo n − (k − 1) possibilidades para
se escolher o jk associado ao ik .
Segue, pelo princípio multiplicativo, n · (n − 1) · · · (n − k) · · · 1 permutações em S(In ) e como
n! = n · (n − 1) · · · (n − k) · · · 1, concluímos que há n! permutações em S(In ) e, logo, S(In ) =
{σw }w∈In! . Dessa forma, #S(In ) = n!

Por razões de concisão, adotaremos, em tudo o que segue, a notação matricial utilizada por
por Domingues e Iezzi (2003) para denotar o elemento σi ∈ S(In ), a saber,
 
1 2 ··· n
σi = (1.1)
σi (1) σi (2) · · · σi (n)
Além disso, diremos que 1.1 é a i-ésima permutação de In e convencionaremos estabelecer
σ1 (n) = id(n) = n
Exemplo 1.1.1. (Permutações de I1 = {1}) Nesse caso há 1! = 1 permutações em S(I1 ). Sendo
ela:    
1 1
σ1 = = .
σ1 (1) 1
Exemplo 1.1.2. (Permutações de I2 = {1, 2}) Nesse caso há 2! = 2 permutações em S(I2 ).
Sendo elas:
   
1 2 1 2
σ1 = = e
σ1 (1) σ1 (2) 1 2
   
1 2 1 2
σ2 = = .
σ2 (1) σ2 (2) 2 1
Exemplo 1.1.3. (Permutações de I3 = {1, 2, 3}) Nesse caso há 3! = 6 permutações em S(I3 ).
São elas:
   
1 2 3 1 2 3
σ1 = = ,
σ1 (1) σ1 (2) σ1 (3) 1 2 3
   
1 2 3 1 2 3
σ2 = = ,
σ2 (1) σ2 (2) σ2 (3) 1 3 2
   
1 2 3 1 2 3
σ3 = = ,
σ3 (1) σ3 (2) σ3 (3) 2 1 3
   
1 2 3 1 2 3
σ4 = = ,
σ4 (1) σ4 (2) σ4 (3) 2 3 1
   
1 2 3 1 2 3
σ5 = = e
σ5 (1) σ5 (2) σ5 (3) 3 1 2
   
1 2 3 1 2 3
σ6 = = .
σ6 (1) σ6 (2) σ6 (3) 3 2 1
1.1. PERMUTAÇÕES 5

A seguir, demonstraremos que a composição de permutações e a inversa de uma permutação


são bijetivas e, portanto, também são permutações de In .

Proposição 2. Se σi e σ j ∈ S(In ), então σi ◦ σ j ∈ S(In ).

Demonstração. A composição de funções é tal que σi ◦ σ j : In → In ; σi ◦ σ j (n) = σi (σ j (n)).


Sejam x, y ∈ In ; σi ◦ σ j (x) = σi ◦ σ j (y). Segue que σi (σ j (x)) = σi (σ j (y)), mas, por hipótese,
σi é injetiva, pois é bijetiva, daí σ j (x) = σ j (y) e, da mesma forma que σi é injetiva, σ j também
o é e, portanto, x = y. O que mostra que a composição de permutações é injetiva. Além disso,
como σi e σ j são bijeções, elas são sobrejetivas e então temos que para todo x ∈ In , existe um
z ∈ In ; tal que σi (z) = x e para todo z ∈ In , existe um w ∈ In ; de forma que σ j (w) = z. Daí,
σi (z) = x ⇒ σi (σ j (w)) = x ⇒ σi ◦ σ j (w) = x. Isso mostra que a composição de permutações é
sobrejetiva, pois para todo x ∈ In , existe um w ∈ In ; tal que σi ◦ σ j (w) = x.
Dessa maneira, σi ◦ σ j é bijetiva, já que é injetiva e sobrejetiva, e daí, σi ◦ σ j ∈ S(In ). ■
Exemplo 1.1.4. (Para I3 = {1, 2, 3}) Utilizaremos σ4 e σ5 do exemplo 1.3.3, em que:
   
1 2 3 1 2 3
σ4 = e σ5 = .
2 3 1 3 1 2
A permutação composta σ4 ◦ σ5 é formada da sequinte forma:
σ4 ◦ σ5 (1) = σ4 (σ5 (1)) = σ4 (3) = 1
σ4 ◦ σ5 (2) = σ4 (σ5 (2)) = σ4 (1) = 2
σ4 ◦ σ5 (3) = σ4 (σ5 (3)) = σ4 (2) = 3
Ou seja,
   
1 2 3 1 2 3
σ4 ◦ σ5 = = = id ∈ S(I3 ).
σ4 ◦ σ5 (1) σ4 ◦ σ5 (2) σ4 ◦ σ5 (3) 1 2 3

Proposição 3. Se σ ∈ S(In ), então σ −1 ∈ S(In ).

Demonstração. Sejam x, y ∈ In . Por definição, σ ∈ S(In ) e daí σ −1 : In → In é tal que:


σ −1 (x) = y ⇔ σ (y) = x. (1.2)
Sejam a, b ∈ In ; a = b. Daí, existem a′ , b′ ∈ In ; tais que σ −1 (a) = a′ e σ −1 (b) = b′ , mas,
por (1.2), temos que σ (a′ ) = a e σ (b′ ) = b e, como a e b são tais que a = b, fica evidente que
σ (a′ ) = σ (b′ ). Entretanto, por hipótese, σ é bijeção e, dessa forma, σ é injetiva, o que indica
que a′ = b′ e σ −1 é injetiva. Para mais, como σ é bijeção, temos que para todo x ∈ In , existe
um y ∈ In ; tal que σ (y) = x e não existe um outro número z ∈ In − {y}; tal qual σ (z) = x, mas
existe um k ∈ In − {x}; tal que, para esse z, σ (z) = k. Em que, σ −1 (x) = z e σ −1 (k) = z. Logo,
σ −1 é sobrejetiva.
Diante disso, σ −1 é bijetiva, por ser injetiva e sobrejetiva, e, portanto, σ −1 ∈ S(In ). ■
1.1. PERMUTAÇÕES 6

Exemplo 1.1.5. (Para I3 = {1, 2, 3}) Utilizaremos σ6 do exemplo 1.3.3, em que:


 
1 2 3
σ6 = .
3 2 1

Sejam x, y, z ∈ In . A permutação inversa é formada da seguinte forma:

σ6−1 (1) = x ⇔ σ6 (x) = 1 ⇒ x = 3

σ6−1 (2) = y ⇔ σ6 (y) = 2 ⇒ y = 2


σ6−1 (3) = z ⇔ σ6 (z) = 3 ⇒ z = 1
Ou seja,
   
1 2 3 1 2 3
σ6−1 = = = σ6 .
σ6−1 (1) σ6−1 (2) σ6−1 (3) 3 2 1

1.1.1 Sinal da Permutação

Definição 1.1.2. Seja σ ∈ S(In ). Damos o nome de assinatura de σ ao conjunto:

Aσ = {(i, j) ∈ In × In ; i < j e σ (i) > σ ( j)}.

e de sinal da permutação à função sgn : S(In ) −→ {−1, 1} tal que


(
1, se 2 | #Aσ
sgn(σ ) =
−1, se 2 ∤ #Aσ

Exemplo 1.1.6. (Sinal das permutações de I1 = {1}) Há apenas uma permutação em S(I1 ), do
exemplo 1.1.1:  
1
σ1 = id = .
1
vazio?
Mas perceba que não existem i, j ∈ I1 ; tais que i < j e σ1 (i) > σ1 ( j) e, portanto, Aσ1 = 0/ ⇒
#Aσ1 = 0. Como 0 é par, sgn(σ1 ) = 1.

Exemplo 1.1.7. (Sinal das permutações de I2 = {1, 2}) Há duas permutações em S(I2 ), do
exemplo 1.1.2:    
1 2 1 2
σ1 = e σ2 = .
1 2 2 1
Cujas assinaturas e sinais respectivos são:

/ pois não existem i, j ∈ In ; tais que i < j e σ1 (i) > σ1 ( j).


1) Aσ1 = 0,
Logo, #Aσ1 = 0 e sgn(σ1 ) = 1;
1.2. GRUPO 7

2) Aσ2 = {(1, 2)}, pois 1 < 2 e σ2 (1) > σ2 (2).


Logo, #Aσ2 = 1 e sgn(σ2 ) = −1.
Exemplo 1.1.8. (Sinal das permutações de I3 = {1, 2, 3}) Há seis permutações em S(I3 ), do
exemplo 1.1.3:
     
1 2 3 1 2 3 1 2 3
σ1 = , σ2 = , σ3 = ,
1 2 3 1 3 2 2 1 3
     
1 2 3 1 2 3 1 2 3
σ4 = , σ5 = e σ6 = .
2 3 1 3 1 2 3 2 1
Cujas assinaturas e os sinais são:
/ pois não existem i, j ∈ In ; tais que i < j e σ1 (i) > σ1 ( j).
1) Aσ1 = 0,
Logo, #Aσ1 = 0 e sgn(Aσ1 ) = 1;
2) Aσ2 = {(2, 3)}, pois 2 < 3 e σ2 (2) > σ2 (3).
Logo, #Aσ2 = 1 e sgn(Aσ2 ) = −1;
3) Aσ3 = {(1, 3)}, pois 1 < 3 e σ3 (1) > σ3 (3).
Logo, #Aσ3 = 1 e sgn(Aσ3 ) = −1;
4) Aσ4 = {(1, 3), (2, 3)}, pois 1 < 2 < 3 e σ4 (2) > σ4 (1) > σ4 (3).
Logo, #Aσ4 = 2 e sgn(Aσ4 ) = 1;
5) Aσ5 = {(1, 2), (1, 3)}, pois 1 < 2 < 3 e σ5 (1) > σ5 (3) > σ5 (2).
Logo, #Aσ5 = 2 e sgn(Aσ5 ) = 1;
6) Aσ6 = {(1, 2), (1, 3), (2, 3)}, pois 1 < 2 < 3 e σ6 (1) > σ6 (2) > σ6 (3).
Logo, #Aσ6 = 3 e sgn(Aσ6 ) = −1.
A paridade das permutações é definida então de acordo com ser par ou ímpar a quantidade
de elementos da sua assinatura:

Definição 1.1.3. σ é dita uma permutação

1) Par, se sgn(σ ) = 1

2) Ímpar, se sgn(σ ) = −1

1.2 Grupo

Definição 1.2.1. (Domingues e Iezzi, 2003) Um sistema matemático constituído de um


conjunto não vazio G e uma operação (x, y) 7→ x ∗ y sobre G é chamado grupo se essa
operação se sujeita aos seguintes axiomas:

i) Associatividade
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 8

(a ∗ b) ∗ c = a ∗ (b ∗ c), quaisquer que sejam a, b, c ∈ G;

ii) Existência do elemento neutro


Existe um elemento e ∈ G tal que a ∗ e = e ∗ a = a;

iii) Existência de simétricos


Para todo a ∈ G existe um elemento a′ ∈ G tal que a ∗ a′ = a′ ∗ a = e.

Embora seja, pelos itens (i) e (ii) da definição anterior, a comutatividade assegurada para
operações com o elemento neutro de G e para operação com simétricos em G, nem sempre essa
propriedade será válida também para a operação com quaisquer dois elementos do conjunto.
Dessa forma, para tais conjuntos em que a comutatividade é válida, definimos:

Definição 1.2.2. (Grupo abeliano ou comutativo) Dizemos que um grupo G com a opera-
ção * sobre G é um Grupo Abeliano caso se cumpra o seguinte axioma:

iv) Comutatividade
a ∗ b = b ∗ a, quaisquer que sejam a, b ∈ G.

1.3 Grupo de Permutações

Proposição 4. (Moraes, 2013 - adaptada) O conjunto S(In ) munido da operação de com-


posição de permutações é um grupo.

Demonstração. Pela proposição 2 a operação de composição de permutações é fechada no con-


junto S(In ), pois, como a composição é bijetiva, temos que para quaisquer σi e σ j pertencentes
a S(In ), σi ◦ σ j ∈ S(In ). Logo, basta verificar a veracidade dos axiomas da definição 1.2.1 para
o conjunto S(In ):

i) Associatividade: Sejam σi , σ j e σk ∈ S(In ). Queremos mostrar que para todo x ∈ In ,

[(σi ◦ σ j ) ◦ σk ](x) = [σi ◦ (σ j ◦ σk )](x).

E daí:

[(σi ◦ σ j ) ◦ σk ](x) = (σi ◦ σ j )(σk (x))


= σi (σ j (σk (x)))
= σi (σ j ◦ σk (x))
= [σi ◦ (σ j ◦ σk )](x)

O que assegura a igualdade esperada.


1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 9

ii) Existência do elemento neutro: Queremos que exista um e ∈ S(In ); para todo σ ∈ S(In ),
e◦σ = σ ◦e = σ
Logo, mostraremos que, existe um e ∈ S(In ); de forma que para todo σ ∈ S(In ) e para
todo x ∈ In :

(I) (e ◦ σ )(x) = σ (x). Segue que:


(e ◦ σ )(x) = σ (x) ⇒ e((σ )(x)) = σ (x)
Como σ (x) ∈ In , para qualquer x ∈ In , e = id, pois para todo y ∈ In , id(y) = y.
(II) (σ ◦ e)(x) = σ (x). Segue que:
(σ ◦ e)(x) = σ (x) ⇒ σ (e(x)) = σ (x)

Mas, por hipótese, σ ∈ S(In ), daí e(x) = x. Portanto, e = id, pois para todo y ∈
In , id(y) = y.

De (I) e (II), existe um e ∈ S(In ); para todo σ ∈ S(In ), (e ◦ σ )(x) = (σ ◦ e)(x) = σ (x). O
que estabelece a igualdade desejada.
iii) Existência de simétricos: Queremos que para todo σ ∈ S(In ), exista um σ ′ ∈ (In )S; tal
que
σ ′ ◦ σ = σ ◦ σ ′ = e, com e = id.
Em que o elemento simétrico da composição de permutações (σ ′ ) é a permutação inversa
(σ −1 ), estabelecido na igualdade (1.2). Logo, mostraremos que, para todo σ ∈ S(In ) e
para todos x, y ∈ In , existe um σ −1 ∈ S(In );

(•) σ −1 ◦ σ (x) = id(x). Segue que, por definição, σ −1 (y) = x ⇔ σ (x) = y, portanto:

σ −1 ◦ σ (x) = σ −1 (σ (x))
= σ −1 (y)
= x
= id(x)
Dessa forma, σ −1 ◦ σ (x) = id(x)
(••) σ ◦ σ −1 (y) = id(y). Segue que, por definição, σ −1 (y) = x ⇔ σ (x) = y, portanto:

σ ◦ σ −1 (y) = σ (σ −1 (y))
= σ (x)
= y
= id(y)
Dessa maneira, σ ◦ σ −1 (y) = id(y)
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 10

De (•) e de (••), para todo σ ∈ S(In ), existe um σ ′ ∈ (In )S; tal que σ ′ ◦ σ = σ ◦ σ ′ = e,
com e = id e σ ′ = σ −1 .

Como se verificam todos os três axiomas da definição de grupo, o conjunto S(In ) munido
da operação de composição de permutações é um grupo. ■

Proposição 5. para todo n ∈ N; n > 2, S(In ) é não abeliano.

Demonstração. Consideremos os três casos possíveis:

(i) n = 1;
(ii) n = 2;
(iii) n > 2.

Para cada um deles temos:

(i) Em I1 , do exemplo 1.1.1, há somente 1 permutação, sendo ela:


 
1
σ1 =
1

Cuja única opção de composição será σ1 ◦ σ1 , que é comutativa, por se tratar de compo-
sição de duas permutações iguais. Além disso, para todo n ∈ N a composição de duas
permutações iguais de In será sempre comutativa.
(ii) Em I2 , segundo o exemplo 1.1.2, há 2 permutações e são elas:
   
1 2 1 2
σ1 = e σ2 = .
1 2 2 1

Fora as composições com permutações iguais os únicos casos possíveis serão:

σ1 ◦ σ2 e σ2 ◦ σ1 .

Tais que:
σ1 ◦ σ2 (1) = σ1 (σ2 (1)) = σ2 (1) = σ2 (σ1 (1)) = σ2 ◦ σ1 (1)
,
σ1 ◦ σ2 (2) = σ1 (σ2 (2)) = σ2 (σ1 (2)) = σ2 ◦ σ1 (2)

Ou seja:
   
1 2 1 2
σ1 ◦ σ2 = = = σ2 ◦ σ1
σ1 ◦ σ2 (1) σ1 ◦ σ2 (2) σ2 ◦ σ1 (1) σ2 ◦ σ1 (2)
E, portanto, quando n = 2, a comutatividade é válida.
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 11

(iii) n > 2:
Seja x ∈ In , com In = {1, 2, 3, · · · , n}. Nesse caso, consideremos duas permutações de In ,
α e β , tais que:
 

 2, se x = 1 
 3, se x = 1

1, se x = 2 
2, se x = 2
α(x) = e β (x) =


 3, se x = 3 

 1, se x = 3
x, se x ≥ 4 x, se x ≥ 4
 

Ocorre que:

α ◦ β (1) = α(β (1)) = α(3) = 3 ̸= 2 = β (2) = β (α(1)) = β ◦ α(1)

α ◦ β (2) = α(β (2)) = α(2) = 1 ̸= 3 = β (1) = β (α(2)) = β ◦ α(2)


α ◦ β (3) = α(β (3)) = α(1) = 2 ̸= 1 = β (3) = β (α(3)) = β ◦ α(3)

Isso significa que:


 
1 2 3 ··· n
α ◦β = =
α ◦ β (1) α ◦ β (2) α ◦ β (3) · · · α ◦ β (n)
 
1 2 3 4 ··· n
= ̸=
3 1 2 4 ··· n
 
1 2 3 4 ··· n
̸= =
2 3 1 4 ··· n
 
1 2 3 ··· n
= = β ◦α
β ◦ α(1) β ◦ α(2) β ◦ α(3) · · · β ◦ α(n)

E daí, α ◦ β ̸= β ◦ α

Concluímos então que, para qualquer n > 2, o grupo S(In ) é não abeliano. ■

1.3.1 Ciclos

Definição 1.3.1. (Moraes, 2013)


Considere uma permutação π ∈ S(In ) e Jn = {n1 , n2 , · · · , nk }, 1 ⩽ k ⩽ n um subconjunto de
In . Diz-se que π é um ciclo de comprimento k ou um k − ciclo se as seguintes condições
de verificam:

(i) π(ni ) = ni+1 , 1 ⩽ i < k;

(ii) π(nk ) = n1 ;

(iii) π(n) = n, para n ̸∈ Jn = {n1 , n2 , · · · , nk }.


1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 12

NOTAÇÃO: π = (n1 n2 · · · nk ), em que os elementos que π transforma em si mesmo são


omitidos.

Exemplo 1.3.1. Seja π uma permutação de I7 , isto é, π ∈ S(I7 ), tal que:


 
1 2 3 4 5 6 7
π=
1 2 5 4 6 7 3

Nesse caso, há k = 4 elementos em J7 ; J7 = {i1 , i2 , i3 , i4 }, em que:




 i2 , se i = i1

i3 , se i = i2



π(i) = i4 , se i = i3

i1 , se i = i4





i, se i ̸∈ J
7

De forma que J7 = {3, 5, 6, 7} e uma das possibilidades será: i1 = 3, i2 = 5, i3 = 6 e i4 = 7.




 5, se i = 3

6, se i = 5



π(i) = 7, se i = 6

3, se i = 7





i, se i ̸∈ J
7

E, portanto, podemos escrever π = (3 5 6 7). Além dessa maneira, há ainda outras 3


possibilidades distintas, π = (5 6 7 3), π = (6 7 3 5) e π = (7 3 5 6).

Exemplo 1.3.2. (1) é o 1 − ciclo, correspondente à permutação idêntica.

Definição 1.3.2. (Transposição) Uma permutação τ ∈ S(In ); τ é um 2 − ciclo, é chamada


de transposição.

Exemplo 1.3.3. Seja τ uma permutação de I7 , isto é, τ ∈ S(I7 ), tal que:


 
1 2 3 4 5 6 7
τ=
1 4 3 2 5 6 7

τ é uma transposição, pois é um 2 − ciclo; τ = (2 4) = (4 2).

Definição 1.3.3. Sejam os ciclos π1 = (n1 n2 · · · nk ) e π2 = (m1 m2 · · · mw ) ∈ S(In ). π1 e


π2 são ditos disjuntos se {n1 , n2 , · · · , nk } ∩ {m1 , m2 , · · · , mw } = 0.
/
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 13

Exemplo 1.3.4. Sejam π e τ dos exemplos 1.3.1 e 1.3.3, respectivamente. Temos que:
   
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
π= eτ=
1 2 5 4 6 7 3 1 4 3 2 5 6 7
Em que π é um 4 − ciclo e τ é uma transposição, tais que π = (3 5 6 7) e τ = (2 4). Logo,
{3, 5, 6, 7} ∩ {2, 4} = 0/ e, daí, π e τ são ciclos disjuntos.

Proposição 6. (Morares, 2013) Se π1 e π2 são disjuntos, então π1 ◦ π2 = π2 ◦ π1 .

Demonstração. (Idem, 2013) Seja i ∈ In , o elemento que π1 deixa fixo. Então π1 também
deixa fixo π2 (1), assim, π1 ◦ π2 (i) = π2 (i) = π2 ◦ π1 (i). Analogamente, seja j ∈ In , o elemento
que π2 deixa fixo. Então π2 também deixa fixo π1 ( j), de onde vem, π2 ◦ π1 ( j) = π1 ( j) =
π1 ◦ π2 ( j). Agora seja k ∈ In , o elemento em que π1 e π2 deixam fixo. Nesse caso, é evidente
que π2 ◦ π1 (k) = π1 ◦ π2 (k) = k. ■

Definição 1.3.4. (Moraes, 2013) Seja σ ∈ S(In ) e s ∈ In . Dá-se o nome de órbita de s em


relação à permutação σ ao conjunto σ s = {s, σ (s), σ ◦ σ (s), · · · }.

Exemplo 1.3.5. Seja 3 ∈ In e seja π ∈ S(I7 ) o 4 − ciclo do exemplo 1.3.1;


 
1 2 3 4 5 6 7
π= = (3 5 6 7).
1 2 5 4 6 7 3

O conjunto π 3 é órbita de 3 em relação à permutação π, em que π 3 = {3, π(3), π ◦ π(3), · · · }.


Logo:
1) π(3) = 5;

2) π ◦ π(3) = π(π(3)) = π(5) = 6;

3) π ◦ π ◦ π(3) = π(π(π(3))) = π(π(5)) = π(6) = 7;

4) π ◦ π ◦ π ◦ π(3) = π(π(π(π(3)))) = π(π(π(5))) = π(π(6)) = π(7) = 3.


A partir de (4) o processo se repete. Daí, π 3 = {3, 5, 6, 7} e, do exemplo 1.3.1, π 3 = J7 .
Exemplo 1.3.6. Escreveremos todas as órbitas de σ ∈ S(I5 );
 
1 2 3 4 5
σ=
3 4 5 2 1

(I) Escolhemos primeiro um s1 = min (I5 ) = 1. A órbita de 1 em relação à permutação σ ,


será composta pelos números:

(1) σ (1) = 3;
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 14

(2) σ (σ (1)) = σ (3) = 5;


(3) σ (σ (σ (1))) = σ (σ (3)) = σ (5) = 1.

E, portanto, σ 1 = {1, 3, 5} = σ 3 = σ 5 .
(II) Agora escolheremos um s2 = min (I5 − σ 1 ) = min ({2, 4}) = 2. A órbita de 2 em relação
à permutação σ será composta pelos números:
(i) σ (2) = 4;
(ii) σ (σ (2)) = σ (4) = 2.
E daí, σ 2 = {2, 4} = σ 4 .
Perceba que I5 − (σ 1 ∪ σ 2 ) = 0,
/ por isso, o processo termina e já foram obtidas todas as
órbitas dos elementos de I5 em relação à permutação σ .
Diferente do exemplo 1.3.5, a permutação do exemplo 1.3.6 não é um k − ciclo, por causa
disso, a mesma apresenta mais de uma órbita. Porém, à vista do que representa a órbita de
3 no primeiro exemplo, é possível observar que as órbitas do segundo exemplo definem um
2 − ciclo, πσ 1 , e uma transposição, τσ 2 , tais que πσ 1 = (1 3 5) e τσ 2 = (2 4).

Teorema 1. Toda permutação de S(In ) se escreve como uma composição de ciclos disjun-
tos de comprimento n ≥ 2.
Demonstração. Iremos decompor o conjunto In como uma união disjunta de suas t órbitas em
relação à uma permutação σ ∈ S(In ), formando os ciclos π1 , π2 , · · · , πt ; tais que
σ = π1 ◦ π2 ◦ · · · ◦ πt .
Para todo s ∈ In , existe apenas um πi , com1 ≤ i ≤ t; tal que πi (x) ̸= x, isto é, que x ∈ πi . Pois
os ciclos são disjuntos. E, por isso e pela Proposição 6, temos que:
π1 ◦ π2 ◦ · · · ◦ πt (s) = π1 ◦ π2 ◦ · · · ◦ πi ◦ · · · ◦ πt (s) =
= π1 ◦ π2 ◦ · · · ◦ πi−1 ◦ πi+1 ◦ · · · ◦ πt ◦ πi (s) =
= π1 ◦ π2 ◦ · · · ◦ πi−1 ◦ πi+1 ◦ · · · ◦ πt (πi (s)) =
= πi (s) =
= σ (s).
Assim,
 
1 2 ··· s ··· n
σ = =
σ (1) σ (2) · · · σ (s) · · · σ (n)
 
1 2 ··· s ··· n
= =
π1 ◦ · · · ◦ πt (1) π1 ◦ · · · ◦ πt (2) · · · π1 ◦ · · · ◦ πt (s) · · · π1 ◦ · · · ◦ πt (n)
= π1 ◦ · · · ◦ πt
Portanto, toda permutação de S(In ) se escreve como uma composição de ciclos disjuntos.

1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 15

Teorema 2. (Moraes, 2013) Toda permutação de S(In ), com n ≥ 2, pode ser escrita como
uma composição de transposições.

Demonstração. (Idem, 2013) Utilizando-se do resultado do Teorema 1, basta mostrar que todo
k − ciclo é uma composição de k − 1 transposições.
De fato,(n1 n2 · · · nk ) = (n1 nk ) ◦ (n1 nk−1 ) ◦ · · · ◦ (n1 n2 ). ■
 
1 2 3 4 5 6
Exemplo 1.3.7. Seja σ = ∈ S(I6 ).
2 3 1 5 6 4
São órbitas de I6 em relação à σ : σ 1 = σ 2 = σ 3 = {1, 2, 3} e σ 4 = σ 5 = σ 6 = {4, 5, 6}.
Então, pelo Teorema 1, σ pode ser escrito como a composição de dois 3 − ciclos distintos:

σ = (1 2 3) ◦ (4 5 6)

Decorre do Teorema 2 que cada k − ciclo pode ser decomposto em k − 1 transposições,


daí, cada um dos nossos 3 − ciclos podem ser decompostos em 2 transposições de 3 formas
diferentes:
(1 2 3) = (1 2) ◦ (1 3) = (2 1) ◦ (2 3) = (3 1) ◦ (3 2) e
(4 5 6) = (4 5) ◦ (4 6) = (5 4) ◦ (5 6) = (6 4) ◦ (6 5).
E daí, por uma das possibilidades:

σ = (1 2) ◦ (1 3) ◦ (4 5) ◦ (4 6) (1.3)

Além disso, por S(In ) ser o grupo de permutações sabemos que dado β ∈ S(In ):

β ◦ id = β e β ◦ β −1 = id

Dessa forma, podemos transformar a igualdade (1.3) em:

σ = (1 2) ◦ (1 3) ◦ (4 5) ◦ (4 6) ◦ id =
= (1 2) ◦ (1 3) ◦ (4 5) ◦ (4 6) ◦ (3 4) ◦ (4 3) =
= (1 2) ◦ (1 3) ◦ (4 5) ◦ (4 6) ◦ (3 4) ◦ (4 3) ◦ id =
= (1 2) ◦ (1 3) ◦ (4 5) ◦ (4 6) ◦ (3 4) ◦ (4 3) ◦ (1 6) ◦ (6 1) =
= ···

Sucede do exemplo 1.3.7 que uma permutação pode ser decomposta em infinitas transpo-
sições, contanto que a quantidade de transposições nessa decomposição tenha mesma paridade
das anteriores, tendo em vista que adicionar uma transposição na composição implica em adi-
cionar também a sua inversa, evitando alterações na permutação.

1.3.2 Uma reinterpretação da definição de sinal de uma permutação.


A seguinte definição trata sobre o sinal de uma permutação sob o ponto de vista do grupo
de permutações, utilizando-se do Teorema 1.
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 16

Definição 1.3.5. (Moraes, 2013) Seja σ = π1 ◦ π2 ◦ · · · ◦ πk ∈ S(In ) uma permutação de-


composta em k ciclos disjuntos. Definimos o sinal de σ por sgn(σ ) = (−1)n−k .

Exemplo 1.3.8. Seja σ ∈ S(I6 ) a permutação do exemplo 1.3.7, tal que:


 
1 2 3 4 5 6
σ= = (1 2 3) ◦ (4 5 6)
2 3 1 5 6 4
Dessa forma, sgn(σ ) = (−1)6−2 = (−1)4 = 1. E a permutação é par.

Proposição 7. (Moraes, 2013) Se τ é uma transposição, então sgn(τ) = −1.

Demonstração. (Idem, 2013) Sendo τ uma transposição, então move dois números e fixa cada
um dos outros n − 2 números. Assim, k = (n − 2) + 1 = n − 1. Assim, sgn(τ) = (−1)n−(n−1) =
(−1)1 = −1. ■

Proposição 8. (Moraes, 2013) Se σ e σ ′ são permutações de In , então sgn(σ ◦ σ ′ ) =


sgn(σ ) · sgn(σ ′ ).

Demonstração. (Idem, 2013) Da Proposição 7, infere-se que se σ é decomposta em k trans-


posições, então sgn(σ ) = (−1)k . Assim, se σ e σ ′ são compostas, respectivamente, por k e k′
transposições, então:
′ ′
sgn(σ ◦ σ ′ ) = (−1)k+k = (−1)k · (−1)k = sgn(σ ) · sgn(σ ′ )


Exemplo 1.3.9. Da mesma permutação dos exemplos 1.3.7 e 1.3.8:
 
1 2 3 4 5 6
σ= = (1 2 3) ◦ (4 5 6)
2 3 1 5 6 4
Pela igualdade 1.3 do exemplo 1.3.7:

σ = (1 2) ◦ (1 3) ◦ (4 5) ◦ (4 6)

Daí, pelas Proposições 7 e 8:

sgn(σ ) = sgn((1 2)) · sgn((1 3)) · sgn((4 5)) · sgn((4 6)) =


= (−1) · (−1) · (−1) · (−1) =
= 1.

E, portanto, sgn(σ ) = 1
1.3. GRUPO DE PERMUTAÇÕES 17

Proposição 9. (Moraes, 2013) Se σ é permutação de In , então sgn(σ ) = sgn(σ −1 ).

Demonstração. (Idem, 2013) Temos que 1 = sgn(id) = sgn(σ ◦ σ −1 ) = sgn(σ ) · sgn(σ −1 ).


Então, sgn(σ ) = sgn(σ −1 ) = 1 ou sgn(σ ) = sgn(σ −1 ) = −1, ficando assim provada a propo-
sição. ■
As definições 1.1.2 e 1.3.5 são equivalentes, podendo ser utilizadas indistintamente em
qualquer contexto, a demonstração será omitida, por estar além dos objetivos deste trabalho.
CAPÍTULO

DETERMINANTE

2.1 Determinante de ordem n

O conceito de determinante talvez seja o conceito mais difícil de se justificar matematica-


mente na educação básica, tendo em vista a ausência de ferramentas necessárias nesse nível
para a precedência ao tema. Com efeito concordamos com ([7], Luna, 2007, p.52) ao afirmar
que, na educação básica, "[...] é conveniente ter em mente, sobretudo, a natureza instrumental
da teoria dos determinantes, preparando o caminho para o nosso objetivo central, [...], e evitar
um detalhamento estéril que faz perder de vista o nosso horizonte buscado".
Uma vez dispondo da teoria das permutações, de que tratamos no capítulo precedente,
torna-se possível, enfim, enunciar uma definição compatível com tudo aquilo de que se costuma
dispor tanto nos estudos regulares na escola básica, quanto nos primeiros semestres no curso
superior.
Disto nos ocuparemos a partir de agora.

Definição 2.1.1. Seja Mn (K) = {(ai j ); ai j ∈ K e 1 ⩽ i, j ⩽ n} e K ⊂ C. Damos o nome de


determinante de ordem n ∈ N∗ , que denotaremos por det, à função

det : Mn (K) → K
A 7→ det A

definida por

18
2.1. DETERMINANTE DE ORDEM N 19

n
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) (2.1)
σ ∈S(In ) i=1

n
Sobre tal definição, convém notar que os fatores do produto ∏ aiσ (i) são os termos da ma-
i=1
triz A escolhidos de modo a que se tenha um elemento de cada linha e coluna, sem repetição.
A não-repetição das linhas é verificável de imediato já que o primeiro índice de cada fator em
n
∏ aiσ (i) = a1σ (1) · a2σ (2) · · · anσ (n) é distinto dos anteriores. Por outro lado, a impossibilidade
i=1
de repetição de colunas é garantida pela bijetividade de σ ∈ S(In ).

Assim, o somatório, que considera todas as permutações de In , assegura que todas as pos-
sibilidades que atendam ao critério da não repetição de linhas e colunas virão a ser utilizados e
seu sinal dependerá diretamente da permutação utilizada, pois:
n n n n
∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) = sgn σ1 · ∏ aiσ1 (i) + sgn σ2 · ∏ aiσ2 (i) + · · · + sgn σn! · ∏ aiσn! (i)
σ ∈S(In ) i=1 i=1 i=1 i=1

A depender da ordem da matriz a ter seu determinante calculado, o processo torna-se bas-
tante exaustivo, tendo em vista que, por exemplo, o determinante de uma matriz de ordem 6
apresenta 6! permutações e, portanto, 6! parcelas no seu somatório, de acordo com a defini-
ção 2.1.1. Em vista disso, nos deteremos aqui em dar especial atenção para os casos em que
n ∈ {1, 2, 3}, que surgem, ainda no ensino básico, como definições aparentemente desconexas
umas das outras.
No resultado a seguir, as estabeleceremos como meros casos particulares da definição geral
que enunciamos:

Teorema 3. Seja A = [ai j ] ∈ Mn (k), com n ∈ {1, 2, 3}. Nestas condições,

Se n = 1, então
det A = a11 ;
Se n = 2, então
det A = a11 · a22 − a12 · a21 ;
Se n = 3, então

det A = a11 ·a22 ·a33 +a12 ·a23 ·a31 +a13 ·a21 ·a32 −a11 ·a23 ·a32 −a12 ·a21 ·a33 −a13 ·a22 ·a31

Demonstração. Mostraremos os determinantes de cada um dos três casos a partir da aplicação


direta da igualdade 2.1 da definição 2.1.1. De forma que:
2.1. DETERMINANTE DE ORDEM N 20

(1) Para A ∈ M1 (K), decorre que A = [a11 ] e o det A será igual a:


1
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
σ ∈S(I1 ) i=1

= ∑ sgn σ · a1σ (1)


σ ∈S(I1 )
 
1
= sgn · a11
1
= 1 · a11
= a11
 
a11 a12
(2) De igual forma, para A ∈ M2 (K), com A = , det A será:
a21 a22

1
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
σ ∈S(I2 ) i=2

= ∑ sgn σ · a1σ (1) · a2σ (2)


σ ∈S(I2 )

Em que, pelos exemplos 1.1.2 e 1.1.7:

   
1 2 1 2
det A = sgn · a11 · a22 + sgn · a12 · a21
1 2 2 1
= 1 · a11 · a22 + (−1) · a12 · a21
= a11 · a22 − a12 · a21

(3) Para A ∈ M3 (K), teremos:  


a11 a12 a13
A = a21 a22 a23 
a31 a32 a33

E daí,
1
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
σ ∈S(I3 ) i=3

= ∑ sgn σ · a1σ (1) · a2σ (2) · a3σ (3)


σ ∈S(I3 )
2.2. DEMONSTRAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES CLÁSSICAS 21

Segue que:
   
1 2 3 1 2 3
det A = sgn · a11 · a22 · a33 + sgn · a11 · a23 · a32 +
1 2 3 1 3 2
   
1 2 3 1 2 3
+ sgn · a12 · a21 · a33 + sgn · a12 · a23 · a31 +
2 1 3 2 3 1
   
1 2 3 1 2 3
+ sgn · a13 · a21 · a32 + sgn · a13 · a22 · a31
3 1 2 3 2 1

Logo, pelo exemplo 1.1.8:


det A = 1 · a11 · a22 · a33 + (−1) · a11 · a23 · a32 + (−1) · a12 · a21 · a33 +
+ 1 · a12 · a23 · a31 + 1 · a13 · a21 · a32 + (−1) · a13 · a22 · a31

E, portanto, det A é igual a:


a11 · a22 · a33 + a12 · a23 · a31 + a13 · a21 · a32 − a11 · a23 · a32 − a12 · a21 · a33 − a13 · a22 · a31

2.2 Demonstração de algumas propriedades clássicas

Ainda como consequência direta da definição de determinante e da atribuição do grupo de


permutações, demonstraremos os resultados que mais frequentemente costumam comparecer
quando da apresentação ou da aplicação do conceito dos determinantes nos cursos de matemá-
tica elementar.
Aqui, seguindo a praxe do contexto clássico, os chamaremos de "propriedades".

Proposição 10. (Moraes, 2013) (Propriedade da matriz transposta) O determinante de uma


matriz e de sua transposta são iguais.

Demonstração. Sejam A = [ai j ]n e sua transposta At = B = [bi j ]n , tais que bi j = a ji . Do capítulo


1, sabemos que toda permutação σ de In possuí inversa −σ , cujos sinais são iguais, ou seja,
sgnσ = sgn − σ . Além disso, por definição, σ (i) = j ⇔ −σ ( j) = i, daí,
n
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) =
σ ∈S(In ) i=1
n
= ∑ sgn (−σ ) · ∏ a(−σ (i))i =
−σ ∈S(In ) i=1
n
= ∑ sgn (−σ ) · ∏ bi(−σ (i)) = det B
−σ ∈S(In ) i=1

Portanto, como det A = det B e B = At , det A = det At ■


2.2. DEMONSTRAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES CLÁSSICAS 22

Essa propriedade é muito útil quando atrelada a outras propriedades. Pois, para proprie-
dades relacionadas às linhas da matriz A, basta aplicar a Proposição 10 e estará mostrada a
veracidade da propriedade em relação às colunas da mesma matriz. Como no caso a seguir.

Proposição 11. (Propriedade da matriz triangular inferior) Se A = [ai j ]n é tal que ai j = 0,


sempre que i < j, então det A = a11 · a22 · · · ann .

Demonstração. Partimos da definição de determinante da matriz de ordem n:


n
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
σ ∈S(In ) i=1
n n
= sgn(id) · ∏ ai(id(i)) + ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
i=1 σ ∈S(In )−{id} i=1
n n
= sgn(id) · ∏ aii + ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
i=1 σ ∈S(In )−{id} i=1

n
Suponha por absurdo que existe σ ∈ S(In ) − {id}; ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) ̸= 0.
S(In )−{id} i=1
Ocorre que,

(i) Para a1σ (1) ̸= 0, 1 ⩾ σ (1), mas σ (1) ∈ In ⇒ σ (1) = 1;

(ii) Para a2σ (2) ̸= 0, 2 ⩾ σ (2), mas σ (2) ∈ In − {1} ⇒ σ (2) = 2;

(iii) Repetindo o processo, para todo i ∈ In , para que aiσ (i) ̸= 0, com σ (i) ∈ In − { j}1⩽ j⩽i−1 ,
significa que aiσ (i) = i. O que é um absurdo, pois σ ̸= id.

Dessa forma,
n
∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) = 0
S(In )−{id} i=1

E daí,
n
det A = sgn(id) · ∏ aii + 0 =
i=1
n
= sgn(id) · ∏ aii =
i=1
= 1 · a11 · a22 · · · ann

Portanto, Se A = [ai j ]n é uma matriz triangular inferior, então det A = a11 · a22 · · · ann . ■
2.2. DEMONSTRAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES CLÁSSICAS 23

Suponhamos que B = [bi j ]n é a transposta da matriz A, com bi j = 0, sempre que i > j.


Dessa forma, B é uma matriz triangular superior e sabemos, do pressuposto na propriedade
1, que det A = det B. Portanto, o determinante de uma matriz triangular superior também é
caracterizado pela multiplicação dos elementos da diagonal principal, ou seja,

det B = b11 · b22 · · · bnn

Corolário 1. (Propriedade da matriz diagonal) Se A = [ai j ]n é tal que ai j = 0, sempre que


i ̸= j, então det A = a11 · a22 · · · ann .

Demonstração. É imediata. ■
Exemplo 2.2.1. (Determinante da matriz identidade) Seja Id = [di j ]n a matriz identidade;
(
1, i = j
di j =
0, i ̸= j

Por definição, a matriz identidade é, então, uma matriz diagonal cujo todos os elementos da
sua diagonal principal são iguais a 1. Portanto,
n n
det Id = ∏ aii = ∏ 1 = 1
i=1 i=1

Proposição 12. (Propriedade da permutação de linhas) Sejam A = [ai j ]n e B = [bi j ]n , são


tais que existem k, w ∈ In ; bk j = aw j e bw j = ak j .

det A = − det B

Demonstração. Seja B, a matriz obtida da matriz A pela permutação das linhas k e w e seja
π = (k w) a transposição correspondente a essa permutação de linhas. Assim,
n
det B = ∑ sgn σ · ∏ biσ (i) =
σ ∈S(In ) i=1

= ∑ sgn σ · b1σ (1) · · · bkσ (k) · · · bwσ (w) · · · bnσ (n) =


σ ∈S(In )
= ∑ sgn σ · a1σ (1) · · · awσ (k) · · · akσ (w) · · · anσ (n) =
σ ∈S(In )
= ∑ sgn σ · a1σ (1) · · · akσ (w) · · · awσ (k) · · · anσ (n) =
σ ∈S(In )
= ∑ sgn σ ◦ π · a1σ (π(1)) · · · akσ (π(k)) · · · awσ (π(w)) · · · anσ (π(n))
σ ,π∈S(In )
2.2. DEMONSTRAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES CLÁSSICAS 24

Das Proposições 7 e 8, sabemos que sgnσ ◦ π = sgnπ · sgnσ = −sgnσ . Portanto,


det B = ∑ −sgn σ · a1σ (π(1)) · · · akσ (π(k)) · · · awσ (π(w)) · · · anσ (π(n)) = −det A
σ ∈S(In )

E daí, como det B = − det A, temos que det A = − det B. ■


Além disso, sendo l,t ∈ In e sendo C = [ci j ]n a matriz obtida pela permutação das colunas
l e t da matriz A, dessa forma, C = Bt e daí, det C = det B, mas det B = − det A, logo,
det C = − det A e, por fim, det A = − det C.

Proposição 13. (Propriedade das linhas iguais) Se A = [ai j ]n é tal que existem k, w ∈ In ;
para todo j ∈ In , ak j = aw j , então det A = 0

Demonstração. Nesse caso, A é obtida de si mesma pela permutação de duas linhas iguais.
Dessa forma, como consequência imediata da Proposição 12, det A = − det A e, portanto,
det A = 0. ■

Proposição 14. Seja w ∈ R e sejam A = [ai j ]n e B = [bi j ]n tais que existe um k ∈ In ;


(
w · ai j , se i = k
bi j =
ai j , se i ̸= k

Então,
det B = w · det A
Demonstração. Começaremos aplicando a definição 2.1.1 para o determinante da matriz B.
n
det B = ∑ sgn σ · ∏ biσ (i) =
σ ∈S(In ) i=1

= ∑ sgn σ · b1σ (1) · · · bkσ (k) · · · bnσ (n)


σ ∈S(In )

Mas, para todo σ ∈ S(In ), bkσ (k) pertence a k-ésima linha de B e daí, por definição dos elemen-
tos de B em relação aos de A e com akσ (k) pertencendo a k-ésima linha de A:

det B = ∑ sgn σ · a1σ (1) · · · w · akσ (k) · · · anσ (n) =


σ ∈S(In )
n
= ∑ sgn σ · w · ∏ aiσ (i) =
σ ∈S(In ) i=1
n
= w· ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) = w · det A
σ ∈S(In ) i=1

Dessa forma, sendo B a matriz obtida de A pela multiplicação de sua k-ésima linha por um
escalar w ∈ R, det B = w · det A. ■
2.2. DEMONSTRAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES CLÁSSICAS 25

Proposição 15. (Propriedade da linha nula) Se A = [ai j ]n é tal que existe um k ∈ In ; para
todo j ∈ In , ak j = 0, então det A = 0

Demonstração. Mais uma vez começaremos aplicando a definição 2.1.1 para o determinante
da matriz A.
n
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i) =
σ ∈S(In ) i=1

= ∑ sgn σ · a1σ (1) · · · akσ (k) · · · anσ (n)


σ ∈S(In )

Mas, para todo σ ∈ S(In ), akσ (k) pertence a k-ésima linha de A e, portanto, akσ (k) = 0, logo:

det A = ∑ sgn σ · a1σ (1) · · · a(k−1)σ (k−1) · 0 · a(k+1)σ (k+1) · · · anσ (n) = ∑ 0=0
σ ∈S(In ) σ ∈S(In )

Diante disso, se A é a matriz de ordem n cuja k-ésima linha é nula, então det A = 0. ■
CAPÍTULO

TEOREMA DE LAPLACE

Para matrizes de ordem n ≥ 4 o cálculo do determinante é um somatório com no minimo


24 parcelas, tendo exatamente 24 no caso em que n = 4. Com o intuito de evitar ao máximo
os processos demasiado exaustivos uma das possibilidades é suprimir a igualdade 2.1, gerando
alguns dos chamados métodos de condensação, que objetivam resumir o determinante da matriz
de ordem n por operações com determinantes de matrizes de, no máximo, ordem n − 1.
Na educação básica o método de condensação mais utilizado é o conhecido Teorema de La-
place, método esse desenvolvido pelo matemático e físico Pierre-Simon Laplace (1749-1827).
Nessa modalidade de ensino geralmente o teorema é visto a partir da sua restrição aos casos
em que n = 4. Isso ocorre pois, como Luna ([7], 2007, p. 53) indica, "A opção da parte do
professor em abordar ou não este aspecto, deve estar vinculado diretamente à sua intenção ou
não de abordar a resolução de sistemas lineares de ordem maior do que três, uma vez que a
utilidade desse teorema é justamente o de fornecer uma definição geral para qualquer ordem,
baseado na idéia de menor complementar e cofator.".
Ainda há outros métodos de condensação cuja utilização se restringe, na melhor das situ-
ações, ao nível superior. São alguns desses: a condensação de Chió, a condensação de Hoüel
e a condensação de Dodgson. De acordo com Kososki ([6], 2019, p. 9-10) o matemático e
escritor Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898), mais conhecido pelo pseudônimo Lewis Car-
roll, propôs em sua obra "Um tratado elementar sobre determinantes"de 1866 o método dos
contractantes, método esse conhecido hoje em dia como condensação de Dodgson.
Nesse capítulo iremos reter o estudo ao método de condensação de Laplace, o teorema de
Laplace, como aplicação da definição geral de deterinante.

26
3.1. GENERALIDADES 27

3.1 Generalidades

Queremos aqui reduzir o processo de encontrar o determinante da matriz A = [ai j ] ∈ Mn (K),


com n ≥ 2, em operações com determinantes de ordem n − 1. Acontece que, embora esse
processo seja útil para encontrar o determinantes ainda desconhecidos, é possível utiliza-lo
também para as matrizes de ordens 2 e 3, em que já conhecemos seus determinantes do teorema
3. Seja então uma matriz C = [ci j ] ∈ M3 (K), tal que:
 
c11 c12 c13
C = c21 c22 c23  ,
c31 c32 c33

pelo teorema 3, o det C será igual a

c11 · c22 · c33 + c12 · c23 · c31 + c13 · c21 · c32 − c11 · c23 · c32 − c12 · c21 · c33 − c13 · c22 · c31

Mas perceba que, todos os elementos de B estão presentes em duas parcelas do det C, pode-
mos então escolher uma linha (ou coluna) da matriz para colocar seus elementos em evidência.
Seja então, sem perda de generalidade, a linha 1 a escolhida para esse processo.

det C = c11 · (c22 · c33 − c23 · c32 ) + c12 · (c23 · c31 − c21 · c33 ) + c13 · (c21 · c32 − c22 · c31 ) =
= c11 · (c22 · c33 − c23 · c32 ) + c12 · (−1) · (c21 · c33 − c23 · c31 ) + c13 · (c21 · c32 − c22 · c31 )

Que, por sua vez, pelo teorema 3:


     
c22 c23 c21 c23 c21 c22
det C = c11 · det + c12 · (−1) · det + c13 · det (3.1)
c32 c33 c31 c33 c31 c32

Dessa forma, sob posse de conhecimento da equação 3.1, é possível calcular o determi-
nante de ordem 3 por operações com determinantes de ordem 2. Além disso, é dito que a
igualdade 3.1 é o desenvolvimento do det C pela linha 1 e os termos que multiplicam cada um
dos elementos dessa linha, na igualdade citada, são denominados cofator do elemento.

3.2 Cofator

Definição 3.2.1. (Kososki, 2009) Seja A uma matriz quadrada de ordem n ≥ 2. Chama-se
menor, de um elemento ai j , o determinante da matriz obtida eliminando-se a linha i e a
coluna j da matriz A. O menor será denotado por Mi j .

Exemplo 3.2.1. Vamos encontrar o menor de cada elemento da coluna 2 de B = [bi j ]4 , tal que
 
b11 b12 b13 b14
b21 b22 b23 b24 
B= b31 b32 b33 b34 

b41 b42 b43 b44


3.2. COFATOR 28

Os elementos da segunda coluna de A são: b12 , b22 , b32 e b42 . Daí, seus respectivos meno-
res, utilizando a definição 3.2.1, serão:
   
b21 b23 b24 b11 b13 b14
M12 = det b31 b33 b34  ; M22 = det b31 b33 b34  ;
b41 b43 b44 b41 b43 b44
   
b11 b13 b14 b11 b13 b14
M32 = det b21 b23 b24  e M42 = det b21 b23 b24  .
b41 b43 b44 b31 b33 b34

Definição 3.2.2. (Kososki, 2009) Se A é uma matriz quadrada de ordem n ≥ 2, então o


cofator, denotado por Ai j , será

Ai j = (−1)i+ j · Mi j . (3.2)

Exemplo 3.2.2. Vamos encontrar o cofator de cada elemento da coluna 2 de B = [bi j ]4 , tal que
 
b11 b12 b13 a14
b21 b22 b23 b24 
B= b31 b32 b33 b34 

b41 b42 b43 b44


Da iguadade 3.2 da definição 3.2.2 e pelo exemplo 3.2.1:
(i) O cofator de b12 será
B12 = (−1)1+2 · M12 =
= (−1)3 · M12 =
= (−1) · M12 =
= −M12

(ii) O cofator de a22 será


B22 = (−1)2+2 · M22 =
= (−1)4 · M22 =
= 1 · M22 =
= M22

(iii) O cofator de a32 será


B32 = (−1)3+2 · M32 =
= (−1)5 · M32 =
= (−1) · M32 =
= −M32
3.3. CONDENSAÇÃO DE LAPLACE 29

(iv) O cofator de a42 será


B42 = (−1)4+2 · M42 =
= (−1)6 · M42 =
= 1 · M42 =
= M42

E, portanto, B12 = −M12 , B22 = M22 , B32 = −M32 e B42 = M42 . Ou ainda:
   
b21 b23 b24 b11 b13 b14
B12 = −det b31 b33 b34  ; B22 = det b31 b33 b34  ;
b41 b43 b44 b41 b43 b44
   
b11 b13 b14 b11 b13 b14
B32 = −det b21 b23 b24  e B42 = det b21 b23 b24  .
b41 b43 b44 b31 b33 b34

3.3 Condensação de Laplace

Teorema 4. Sejam A ∈ Mn (K), com n ≥ 2, e w, k ∈ In . O desenvolvimento do determinante


de A pela linha w será
n
det A = ∑ aw j · Aw j (3.3)
j=1

E o desenvolvimento do determinante de A pela coluna k será


n
det A = ∑ aik · Aik (3.4)
i=1

Demonstração. Partindo da expansão do det A temos:


n
det A = ∑ sgn σ · ∏ aiσ (i)
σ ∈S(In ) i=1

= ∑ sgn σ · a1σ (1) · a2σ (2) · · · anσ (n)


σ ∈S(In )

Queremos desenvolver esse determinante pela coluna k, assim, cabe colocar em evidência
o elemento aik , pois para todo σ ∈ S(In ), existe i ∈ In , tal que σ (i) = k. Daí

det A = ∑ sgn σ · aik · a1σ (1) · a2σ (2) · · · a(i−1)σ (i−1) · a(i+1)σ (i+1) · · · anσ (n) (3.5)
σ ∈S(In )

Perceba que os fatores da igualdade 3.5, exceto o sgn σ e o aik , são elementos do menor
complementar de aik . Seja Mik = [bst ]n−1 esse menor complementar. Dessa forma, existe uma
3.3. CONDENSAÇÃO DE LAPLACE 30

permutação única β ∈ S(In−1 ) que relaciona as mesmas entradas que σ . Daí, cada termo da
expansão do det A que apresenta o fator aik é da forma:

sgn σ · aik · b1β (1) · b2β (2) · · · bn−1β (n−1)

Analogamente, cada escolha da permutação β está associada a somente uma permutação σ


e, diante disso, há uma bijeção entre os conjuntos S(In−1 ) e {σ ∈ S(In ); σ (i) = k}. Além disso,
β é encontrada a partir da omissão de uma das n associações da permutação σ composta pelo
ciclo π1 = n n − 1 · · · k + 1 k , podendo ser escrita como:

 
1 ··· i ··· n−1
β = =
β (1) · · · β (i) · · · β (n − 1)
 
1 ··· i ··· n−1
=
π1 ◦ σ (1) · · · π1 ◦ σ (i + 1) · · · π1 ◦ σ (n)

Em que o ciclo π1 diminui todos os índices maiores que k para adaptar a In−1 .
Para escrever a permutação σ em função de β é preciso primeiro definir a permutação
β ′ ∈ S(In ), em que para todo v ∈ In−1 , temos que β ′ (v) = β (v) e para n, temos que β ′ (n) = n.
Ou seja,

 
′ 1 ··· i ··· n−1 n
β = =
β ′ (1) · · · β ′ (i) · · · β ′ (n − 1) β ′ (n)
 
1 ··· i ··· n−1 n
=
π1 ◦ σ (1) · · · π1 ◦ σ (i + 1) · · · π1 ◦ σ (n) n

Perceba que sgn β = sgn β ′ .


Agora, compondo β ′ pelo ciclo π2 = n n − 1 · · · i + 1 i temos:


 
′ 1 ··· i+1 ··· n i
β ◦ π2 = =
π1 ◦ σ (1) · · · π1 ◦ σ (i + 1) · · · π1 ◦ σ (n) n
 
1 ··· i i+1 ··· n
=
π1 ◦ σ (1) · · · n π1 ◦ σ (i + 1) · · · π1 ◦ σ (n)

Que é igual a composição de π1 por σ , pois:

 
1 ··· i ··· n−1 n
π1 ◦ σ =
π1 ◦ σ (1) · · · n · · · π1 ◦ σ (n − 1) π1 ◦ σ (n)

Ou seja,
3.3. CONDENSAÇÃO DE LAPLACE 31

π1 ◦ σ = β ′ ◦ π2
π1−1 ◦ π1 ◦ σ = π1−1 ◦ β ′ ◦ π2
id ◦ σ = π1−1 ◦ β ′ ◦ π2
σ = π1−1 ◦ β ′ ◦ π2

O que implica em

sgn σ = sgn (π1−1 ◦ β ′ ◦ π2 )


Pela proposição 7:

sgn σ = sgn π1−1 · sgn β ′ · sgn π2


sgn σ = (−1)n−i · sgn β · (−1)n−k
sgn σ = (−1)2n−(i+k) · sgn β
sgn σ = (−1)2(n−i+k) · (−1)i+k · sgn β
sgn σ = (1)(n−i+k) · (−1)i+k · sgn β
sgn σ = (−1)i+k · sgn β

Dessa forma,

n
det A = ∑ ∑ sgn β · (−1)i+k · aik · a1σ (1) · · · a(i−1)σ (i−1) · a(i+1)σ (i+1) · · · anσ (n)
i=1 β ∈S(In−1 )
n
i+k
= ∑ (−1) · aik · ∑ sgn β · a1σ (1) · · · a(i−1)σ (i−1) · a(i+1)σ (i+1) · · · anσ (n)
i=1 β ∈S(In−1 )
n
= ∑ aik · (−1)i+k · Mik
i=1
n
= ∑ aik · Aik
i=1

Portanto, o desenvolvendo do determinante de uma matriz A de ordem n por sua coluna k,


n
com k ∈ In , é ∑ aik · Aik .
i=1
Pela aplicação da Proposição 10 (Propriedade da matriz transposta) é possível desenvolver
o determinante da matriz A por suas linhas, o que mostra a igualdade 3.3, que diz que, sendo
n
w ∈ In , o desenvolvimento do determinante de A pela linha w será: det A = ∑ aw j · Aw j ■
j=1
3.3. CONDENSAÇÃO DE LAPLACE 32

Exemplo 3.3.1. Desenvolvimento do determinante da matriz B = [bi j ]4 pela 2º coluna utili-


zando o teorema de Laplace.

det B = b12 · B12 + b22 · B22 + b32 · B32 + b42 · B42


Do exemplo 3.2.2
   
b21 b23 b24 b11 b13 b14
det B = − b12 · det b31
 b33 b34  + b22 · det b31 b33 b34 
b41 b43 b44 b41 b43 b44
   
b11 b13 b14 b11 b13 b14
− b32 · det b21 b23 b24  + b42 · det b21 b23 b24 
b41 b43 b44 b31 b33 b34

Diante disso, há dois possíveis caminhos a serem tomados, em que o primeiro deles é aplicar
diretamente o Teorema 3 para obter os determinantes de ordem 3. Já o segundo caminho
é a reutilização do Teorema de Laplace para transformar os determinantes de ordem 3 em
somatório com determinantes de ordem 2, nesse caminho ainda é possível fazer redução, pelo
Teorema de Laplace, para operação de soma com determinantes de ordem 1.
CONCLUSÃO

Ao decorrer deste trabalho, definimos o determinante de uma matriz genérica de ordem


n como um somatório de produtos entre elementos dessa matriz, de forma que as parcelas
apresentem um, e somente um, elemento de cada coluna e cada linha da matriz.
Para tanto, utilizamos o grupo de permutações como ferramenta associada à escolha desses
fatores presentes nas parcelas do somatório, bem como definimos o sinal de cada permutação,
os ciclos, as transposições e as órbitas. Ainda provamos resultados provenientes da utilização
de ciclos em ralação aos grupo de permutações como, por exemplo, que toda permutação pode
ser escrita como composição de ciclos e transposições, o que acarretou na reinterpretação do
sinal das permutações.
Para além do objetivo principal deste trabalho, foi possível, através da definição geral, ex-
plorar vários aspectos já comumente associados a esse tema, diante disso, demonstramos al-
gumas propriedades clássicas dos determinantes. Além disso, partindo da aplicação direta da
definição geral, junto com as definições de cofator e menor complementar, demonstramos o
conhecido Teorema de Laplace.
Em linhas gerais, pode-se compreender ainda a utilização de outros algoritmos e teoremas
que visam facilitar o cálculo para determinantes de ordem maior ou igual a 3, como os outros
métodos de condensação, parte deles já mencionados no início do capítulo 3, muitos dos quais
são demonstráveis partindo da aplicação direta da definição apresentada e de propriedades.

33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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uma proposta de interação entre domínios de conhecimento. Revista Educação Matemática
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São Paulo, 1974.

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Santa Catarina. Florianópolis, SC. 2009.

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proposta para a Escola Francisco Pereira da Costa. Monografia. Garanhuns, (Não publi-
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34
3.3. CONDENSAÇÃO DE LAPLACE 35

[8] M ORAES, W. J. R. de. O estudo de determinantes sob a ótica do grupo de permutações.


Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática) − Instituto de Matemática e Estatís-
tica, Universidade Federal de Goiás. Goiás. 2013.

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− Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande,
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[10] P ERNAMBUCO. Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco. Recife,


2012.
Este volume foi tipografado em LATEX na classe UFPEThesis e editada pelo Prof. Elizângelo Lopes para
uso no curso de Licenciatura em Matemática do Campus Garanhuns da Universidade de Pernambuco-
UPE..

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