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01/01/2022 18:27 Estrutura de ganhos - Parte 2 – Os amplificadores - Artigos - Som ao Vivo








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Estrutura de ganhos – Parte 2 – Os


amplificadores

MAIS POPULARES
POSTED BY: FERNANDO BERSAN

INTRODUÇÃO
Esquemas de Reparo
No artigo anterior, disponível em http://www.somaovivo.mus.br/artigos.php?
id=191 , apresentamos uma série de conceitos necessários para o correto ajuste de
uma estrutura de ganhos. Recomendamos uma leitura prévia do artigo, para que tais
conceitos estejam bem fixados na memória. Amplificadores, Caixas
Acústicas e uma tal de
Neste artigo, vamos estudar principalmente os amplificadores, e ver como se impedância – Parte 2
aplicam os conceitos estudados, e até mesmo descobrir certas particularidades que
afetam estes equipamentos.  E apesar de se situarem no último elo da cadeia de
equipamentos, é interessante já saber como as coisas terminam antes de estudar os
outros equipamentos. Veremos, no decorrer do estudo, o porquê.
Os 10 mandamentos dos
Usaremos como modelo os equipamentos da Ciclotron, pois a linha de produtos microfones sem fio
deles, sendo bem ampla, nos permite estudar desde equipamentos para o mercado
amador até equipamentos voltados para o mercado profissional. Obviamente, o
estudo servirá para qualquer equipamento, de qualquer fabricante, bastando aplicar
os mesmos conhecimentos. Quem tem medo de
Phantom Power?
AMPLIFICADORES

Estudaremos inicialmente um Ciclotron DBL, versão atual de uma família de


produtos semelhantes, a saber:  DB, DBS, DBK, voltada para o mercado amador e
semi-profissional.
Eletricidade e Sonorização –
Parte 1 – Cálculo de
estimativa de consumo

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Vendo a foto do painel, podemos ver vários controles, a saber: Novo concorrente no
mercado
botão liga-desliga;
dois potenciômetros rotativos, conhecidos popularmente como “volume”,
marcados de “0” (potenciômetro na posição máxima, máxima amplificação) Utilizando plugins MultiRack
até “infinito” (potenciômetro na posição mínima, sem som na saída), com com a Behringer XR18
marcações em “-1”, “-3”, “-6”, “-10”, “-15”, “-20”, “-30”, “-40”.
luzes (em verde) indicativas de existência de sinal de áudio (SIGNAL);
luzes de aviso de OVERLOAD (vermelha), indicando a existência de algum
problema (geralmente impedância abaixo do mínimo ou curto-circuito na VANTEC – A caixa de som
saída;
Wireless da DAS
luzes de CLIP (vermelha).
luzes indicativas de TEMP (na verdade, indicam que há superaquecimento, e
que a proteção contra isto foi acionada).

Evidente que tal nomenclatura pode variar entre fabricantes diferentes. Overload
pode aparecer como “OL” e CLIP pode aparecer como “Peak”, ou até outro nome
qualquer (vide manual). E, infelizmente, esses indicadores tão importantes podem
simplesmente não existir em alguns produtos.

Para ilustrar isto, na mesma foto há também um amplificador da Yamaha,


importado, com exatamente as mesmas indicações que o Cíclotron, mas em vez de
“Overload”, temos “Protection”. E no potenciômetro rotativo, a sequência de valores
passa a ser de em “-3”, “-6”, “-10”, “-15”, “-20”, “-25”, “-30”, “-40”.

Fazem parte do nosso estudo de estrutura de ganho: a luz de CLIP e os


potenciômetros rotativos, somente. As luzes de sinal, ao contrário do que alguém
possa pensar, não têm serventia para a estrutura de ganhos, como já explicado no
artigo anterior.

Neste momento é importante lembrar o que um amplificador faz: ele pega um sinal
de entrada e o amplifica por uma razão constante. Se o sinal de entrada for baixo,
ele entregará no seu estágio de saída um sinal também baixo. Se o sinal de entrada
for alto, a saída será também alta. A “taxa” de amplificação é sempre constante em
um amplificador, mas cada aparelho tem a sua própria taxa, dependendo claro da
sua potência e da sensibilidade de entrada.

A LUZ DE CLIPPING

Se olharmos o manual deste aparelho, veremos um parâmetro especial nas suas


especificações:

“Sensibilidade de entrada: 0,775V (0dBu)”

O que isto quer dizer? Quer dizer que o amplificador, ao receber na sua entrada um
sinal de 0,775V (o equivalente a 0dBu), fornecerá na sua saída a potência máxima

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possível, sem distorção. Esse conceito é muito importante, guarde na sua memória!

Como os amplificadores geralmente têm um headroom de +3dB, então um sinal de


pico (um sinal de maior potência, mas muito rápido, geralmente de poucos
milissegundos) de até +3dBu (1,06V) também será amplificado sem distorção, não
acionando a luz de Clip.

Entretanto, ao receber qualquer sinal acima de +3dBu, o amplificador continuará


tentando aplicar a ele sua taxa constante de amplificação. Só que isto ultrapassará a
capacidade máxima de manejo de sinal do aparelho, e provocará então o clipamento
(distorção) do aparelho, resultando em um sinal de saída também distorcido.

Em resumo, o “clipping” quer dizer que o equipamento está sendo exigido além do
que foi projetado. E exigir além do projeto é sempre arriscado, pois há grande
chances de acarretar em defeitos.

Fazendo uma analogia com um carro, o “clipping” do amplificador é semelhante a


quando um carro é acelerado até que o conta-giros do motor vai lá no vermelho, o
que nunca é bom. Sabemos que, se deixarmos o motor por muito tempo nessas
condições, tal situação levará a danos severos ao veículo. Mesmo se o conta-giros só
entrar nessa faixa por alguns segundos (os “picos”), a vida útil do motor já é
reduzida quando comparado com um motor que cujas rotações nunca entraram na
faixa vermelha.

Voltando aos amplificadores, quando eles entram em regime de clipping, nesta


condição um sensor eletrônico detectará a existência de distorção e acionará a luz
de CLIP, para alertar ao operador que há algo errado.

O regime de clipping então, pode ser traduzido diretamente por excesso de sinal na
entrada, além do máximo suportado pelo equipamento, pois o amplificador tentará
amplificar esse sinal excessivo do mesmo jeito, ainda que o resultado seja distorção.

Informado disto, o operador então deverá imediatamente reduzir o sinal na entrada


do amplificador, seja pelos faders da mesa de som, seja pelos controles do próprio
amplificador, sob pena de danificar o amplificador e também os alto-falantes/caixas
aos quais o amplificador está ligado.

Clipping (Distorção) x Queima de Alto-Falantes

A maior causa de queima de falantes não é, ao contrário do que a maioria pensa,


motivada por excesso de potência, mas sim por distorção. Um alto-falante, por
norma (no Brasil, NBR 10.303) é feito para agüentar picos de até quatro vezes
(400%) sua potência máxima admissível sem danos. Por outro lado a mesma norma
prevê que o falante suporte distorções de 5% no máximo. Limites bastante
diferentes, não?

Agora, se a distorção é tão ruim, porque a deixamos acontecer? Porque trabalhamos


em regime de clipping? A maior causa dessas situações ocorre quando trabalhamos
com amplificadores de capacidade menor que a necessária, ou seja, de potência
insuficiente para alcançar os resultados desejados (em termos de volume, dB SPL).

Quando falta volume e o público começa a reclamar, geralmente o operador de som,


no anseio de resolver a situação, começa a aumentar os volumes e ganho, na
esperança de conseguir mais alguns decibéis de volume. Só que, ultrapassada a
capacidade máxima do amplificador, o restante é só distorção. E o resultado dessa
falta de potência e consequente distorção? Queima de falantes, queima do
amplificador, queima dos dois!

O pior de tudo é que essa distorção não é bem percebida pelos nossos ouvidos.
Evidente que ouvidos bem treinados notam mais facilmente essa distorção e
percebem algo errado, mas geralmente a distorção passa despercebida pela maioria
dos operadores mais inexperientes. No máximo, nota-se “algo estranho” no som,
mas não se sabe o que é. Esse “algo estraho” é exatamente o que sai queimando
tudo…

Vamos voltar ao exemplo do carro. Com um motor 1.0, para se fazer algumas
ultrapassagens é necessário um maior cuidado, mais espaço. Infelizmente, alguns

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apressados, no anseio de forçar ultrapassagens, “esgoelam” o motor do veículo e o


forçam a 6.000, 7.000RPM, levando o equipamento a uma faixa de trabalho perigosa.
Muito mais seguro seria ter um carro com motor mais forte, 1.8 por exemplo, de
forma que uma ultrapassagem poderia ser feito em uma faixa de trabalho muito
mais cômoda para o motor, como 4.000, 5.000RPM.

Da mesma forma que consertar carro com motor estourado é algo muito caro,
também convém lembrar que o conserto de falantes é algo bem caro, principalmente
se bem feito e com peças originais para o recondicionamento. Um reparo de driver
titânio nacional geralmente custa de 50% a 70% do preço do mesmo, enquanto um
reparo original de driver importado costuma custar uma pequena fortuna (mais que
um driver nacional completo). Reparos de alto-falantes, principalmente os de 15” e
18” também não são baratos, custando facilmente na casa das centenas de reais.

Tudo isto é uma boa justificativa para aprendermos a fazer uma estrutura de ganho
eficiente e, principalmente, nunca deixarmos as luzes de Clip (ou Peak) acender
(não só no amplificador, mas também na mesa de som, equalizadores, etc). Se isto
acontecer, a solução é uma só: abaixar o volume, seja no próprio amplificador, seja
em um ponto anterior do sistema. Uma precaução que pode evitar grandes
prejuízos.

Sensibilidade de entrada

Voltando a falar dos amplificadores, o parâmetro “sensibilidade de entrada” é algo


sempre importante, indicando qual o sinal necessário para o amplificador mostrar
toda a sua potência. Podemos encontrar, no mercado, fabricantes que constroem
seus equipamentos com as seguintes sensibilidades de entrada:

1. Casos mais comuns:


0,775V (0dBu) – o valor mais comum no mercado amador e/ou semi-
profissional
1,23V (+4dBu) – o valor mais comum para equipamentos profissionais,
principalmente os de alta potência
1,55V  (+6dBu) o valor mais comum para ligação com equipamentos
digitais

2. Pouco comuns:
1V
0,900V
0,700V

Infelizmente, valor de sensibilidade de entrada não é algo padronizado. Em um


mesmo fabricante, por exemplo, pode haver até mesmo produtos semelhantes mas
com sensibilidade de entrada diferentes. Por outro lado, há bons fabricantes que
facilitam a vida do usuário, inserindo chaves de ajuste para a escolha de
sensibilidade de entrada, geralmente com valores de 0dBu ou +4dBu.

Reparem: não existe problema algum na sensibilidade ser de 0,500V ou mesmo de


5V, desde que o operador saiba o valor de entrada (exista tal informação no manual)
e – principalmente, que o operador saiba o que fazer com ela. Por outro lado, se
houvesse padronização, tudo seria muito facilitado.

Note também: quanto mais baixo for o valor da sensibilidade de entrada, mais
rapidamente o amplificador atingirá a sua potência máxima. Por outro lado, quanto
mais alto for o valor da sensibilidade de entrada, maior terá que ser o sinal de
entrada para o amplificador mostrar tudo o que pode dar.

Só que isto traz uma conseqüência com a qual precisamos ter cuidado. Alguns
fabricantes, no intuito de fazer o seu produto parecer melhor que os dos outros,
ajusta a sensibilidade de entrada para um valor baixo, de forma que usuários
inexperientes acreditarão que o amplificador X “dá muito mais som” que o
amplificador Y, ainda que ambos tenham a mesma potência em Watts RMS.

Por outro lado, fabricantes que ajustam a sensibilidade para um valor mais alto e,
quando comparados com outros, aparentemente dão menos som, o que não é

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verdade. Eles apenas precisam de mais sinal na entrada para mostrar toda a sua
força.

Por isto, quando compararmos amplificadores, é sempre bom dar uma conferida nos
valores de sensibilidade de entrada. E, é claro, na hora da comprar, adquirir
produtos com sensibilidades padronizadas entre si. É um dos motivos pelo qual é
melhor trabalhar com todos os amplificadores de potência da mesma marca em um
sistema de áudio, quando possível.

Chaves seletoras de taxas de amplificação – ganho constante.

No início do texto, nós falamos que os amplificadores de potência trabalham com


uma razão fixa de trabalho do sinal. Isso é verdade. Entretanto, alguns fabricantes (a
própria Ciclotron faz isto com a série Dynamic, a série profissional da empresa) tem
modelos que permitem escolher a taxa de amplificação do aparelho.

Nos Dynamic, pode-se escolher entre 20x e 40x. Segundo o manual do fabricante,
quando o ajuste está em 20x, o amplificador entrega um sinal com um ganho fixo de
26dB em cima do sinal de entrada. Quando em 40X, o amplificador entrega um
ganho fixo de 32dB em cima do sinal de entrada. Ou então pode-se escolher “0”,
onde a sensibilidade de entrada é de 0,775V e o amplificador trabalha com a sua
própria taxa interna de amplificação. Em outras marcas, é possível encontrar, por
exemplo, chaves seletoras com o padrão 0dBu, +4dBu e 40X.

Em resumo, quando selecionamos tal posição, para qualquer sinal de entrada será
aplicado um ganho constante. Por exemplo, em um amplificador com chave
posicionada em 40x, se entrarmos com 1V, o resultado será 1 x 40 = 40V na saída.

Isto pode ser útil quando temos diversas marcas de aparelhos misturados, de
diversas potências diferentes. Ajustar todos para uma mesma taxa de amplificação
significará resultados idênticos de potência em todos eles, a partir de um mesmo
sinal vindo da mesa de som.

Por exemplo, temos para alimentar as caixas de subwoofers três amplificadores, de


2.000W, 2.500W e 3.000W, respectivamente. Se todos forem ajustados para
sensibilidade de entrada = +4dBu, então ao recebem 1,23V na entrada, todos
apresentarão suas potências máximas. Só que as caixas ligadas ao amplificador de
3.000W vão dar mais som que as caixas ligadas no amplificador de 2.000W. Por outro
lado, se ajustarmos todos os amplificadores para a posição 40X, ao aplicarmos um
sinal igual aos três aparelhos  (por exemplo, 1V), teremos a mesma potência de
saída em cada um deles (40V), o que se traduz em que todas as caixas vão dar a
mesma quantidade de som.

Pode parecer desperdício de potência (pois na verdade estamos nivelando por baixo,
trazendo o amplificador de 3.000 para operar igual ao de 2.000W), mas na prática
estamos padronizando as potências, padronizando os resultados, o que pode ser
extremamente útil.

Potenciômetros Rotativos de “Volume”

Para que serve os potenciômetros rotativos, os “controles de volume” existentes nos


amplificadores? Eles são basicamente atenuadores da sensibilidade de entrada ou,
melhor ainda, atenuadores de ganho.

Quando ajustados ao máximo do seu curso*, então o equipamento estará ajustado


para fornecer sua máxima potência quando o sinal de áudio for igual à sensibilidade
de entrada informada no manual.

*Nota: em muitos amplificadores, tal situação é indicada pelo valor “0”, mas isto
não quer dizer que seja 0dBu ou 0,775V. É “zero” para indicar que o ajuste está igual
ao valor da sensibilidade de entrada, que varia de fabricante para fabricante, como
vimos.

Por outro lado, ao variarmos a posição do potenciômetro (nos equipamentos da


Ciclotron, a variação vem marcada em valores como -1, -3, -6, -10, -15, -20, -30,
-40), estaremos na verdade  aumentando o valor da sensibilidade, fazendo com que

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seja necessária um maior sinal de entrada para o aparelho mostrar toda sua
potência.

Por exemplo, se na posição “0” temos 0,775V, então:

– potenciômetro em -3, sensibilidade de entrada passa a ser de 1,06V

– potenciômetro em -6, sensibilidade de entrada passa a ser de 1,55V

– potenciômetro em -10, sensibilidade de entrada passa a ser de 2,45V

– potenciômetro em -20, sensibilidade de entrada passa a ser de 7,75V

– potenciômetro em -40, sensibilidade de entrada passa a ser de 77,50V (!!!)

Evidente que trabalhar com amplificadores em posições como -30 ou -40dB é


contra-indicado, haja vista que provavelmente teremos que trabalhar com tudo no
“talo” (ganhos dos canais, masters da mesa de som, etc) para se ter volume de som
suficiente. A não ser, é claro, que alguém esteja usando um amplificador de milhares
de Watts em um ambiente onde necessite de dezenas de Watts.

Por outro lado, nem sempre vamos trabalhar com o potenciômetro no máximo
(posição “0”). Nessas condições, muitas vezes o ruído de fundo é também
amplificado, causando grande incômodo (aquele “hiss” que aparece na caixa de som,
nos períodos de silêncio).

Na verdade, definir a posição ideal para estes potenciômetros é construir a efetiva


estrutura de ganhos do sistema, sempre lembrando que, independentemente do
valor do sinal de entrada, que a potência máxima que o amplificador pode fornecer é
sempre constante, não mudará.  

Também é importante salientar que esses valores apresentados no curso do


potenciômetro não são escolhidos a esmo. Eles realmente tem uma relação baseada
em decibéis, ou seja, correspondem efetivamente a uma relação de potência de
metade (-3dB), um quarto da potência (-6dB), um décimo da potência (-10dB). Isso é
bastante útil, pois quando mantemos o sinal de entrada igual para ambos os canais,
por essa identificação dos potenciômetros rotativos do amplificador, sabemos
podemos comparar a potência de um canal com a do outro. Infelizmente, não são
todos os fabricantes que fazem assim.

Por exemplo, existem igrejas construídas em forma de “L”.  Uma nave principal e um
anexo lateral com menor quantidade de pessoas. Podemos, por exemplo, deixar o
canal que atende a nave principal com o volume total, e o canal que atende o anexo
lateral com metade (-3) ou um quarto (-6) da potência, de acordo com o número
aproximado de pessoas que o anexo acomoda (metade ou um quarto das pessoas)
em relação à nave principal.

Cabe também ressaltar que, por não haver certas padronizações no mercado de
áudio, um fabricante qualquer pode quere “inovar” e fazer seu produto diferente da
maioria, como vemos no exemplo abaixo:

Note: as luzes de Clip (vermelhas) estão presentes, as luzes de Sinal  também


(amarelas), mas, o fabricante chamou os potenciômetros rotativos de GAIN e
valores que vão de infinito (sem som, “volume todo fechado”) até “34”, passando
por 10, 15, 20, 22, 24, 26, 28, 30, 32. Na verdade, isto nada mais é do que taxas de
ganho fixo, conforme visto acima.

Daí vem o nome de que os potenciômetros rotativos são “atenuadores de ganho”,


haja vista que podemos, a partir de uma taxa de ganho máxima, variar tais valores.

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01/01/2022 18:27 Estrutura de ganhos - Parte 2 – Os amplificadores - Artigos - Som ao Vivo

Por último, há também aqueles amplificadores que simplesmente não estabelecem


nenhuma marcação, como estes dois aqui:

O Machine simplesmente tem marcado “MIn” e “Max”, enquanto a StudioR preferiu


colocar seu potenciômetro de volume atrás, com marcações entre 0 e 10.

Na verdade, conforme aprenderemos, não existe muita diferença prática em ter ou


não esses valores indicados, pois na montagem da estrutura de ganhos poderemos
ajustar a posição dos potenciômetros apenas pelas luzes indicativas. Entretanto, em
certas situações, ter os valores indicados e marcados em uma relação de decibéis,
como fez a Cíclotron e a Yamaha.

Amplificadores sem potenciômetros rotativos

No Brasil, nas décadas de 1970, 1980, vários amplificadores foram lançados no


mercado sem nenhum tipo de controle de volume, como o Gradiente A-1, Cygnus
PA-400, Cygnus PA-1800, etc.  Todos tinham ganho fixo em relação ao sinal de
entrada.

Na maioria dos casos, quando isto acontecia, o amplificador tinha VU´s do tipo
analógico (como o A-1) ou barra de led´s (como o PA-1800). Nesse caso, a
montagem de uma estrutura de ganhos era feita com base no VU do equipamento.
Era necessário verificar o tempo todo como o VU se comportava, e atuar na mesa de
som (ou mixer) caso necessário.

Atualmente, os amplificadores até podem ter VU´s também (vide a foto do Machine,
acima), mas geralmente estão equipados também com potenciômetros rotativos, o
que é bem melhor e torna os ajustes muito mais fáceis.

Limitadores: fazendo o seu amplificador trabalhar para você

Alguns amplificadores (geralmente os mais caros, voltados para o mercado


profissional) dispõem de um recurso bastante útil, que são os limitadores
(LIMITERS). Um circuito eletrônico analisa todo o tempo o nível de sinal de entrada.
Quando o mesmo ultrapassa o máximo permitido, o circuito de proteção entra em
ação e limita o mesmo a um teto imediatamente anterior ao do CLIP, evitando assim
a distorção.

O recurso é muito útil e considerado um circuito de proteção, pois protege tanto o


amplificador quanto as caixas acústicas de excessos prejudiciais. Entretanto, cabe
https://www.somaovivo.org/artigos/estrutura-de-ganhos-parte-2-–-os-amplificadores/ 7/10
01/01/2022 18:27 Estrutura de ganhos - Parte 2 – Os amplificadores - Artigos - Som ao Vivo

salientar que ele não é milagroso. O sinal limitado tem conseqüências prejudiciais a
sua sonoridade, semelhante a um sinal fortemente comprimido. A sonoridade muda
para pior e fica até mesmo não natural, mas pelo menos não há riscos de danos aos
equipamentos.

Por isto que a maioria dos equipamentos que possuem limitadores tem luzes
indicativas que o circuito está em ação (limitando), de forma que o usuário também
possa diminuir o sinal de entrada para evitar essa limitação. Por outro lado, para
evitar esse prejuízo à sonoridade, outros inclusive têm a opção de desligar o
limitador, deixando a cargo do operador controlar a distorção!

Ou seja: o uso de amplificadores com circuitos de limitação não exclui a necessidade


de se fazer uma correta estrutura de ganhos, mas que ajuda muito a evitar
problemas, principalmente quando temos um operador sem muito conhecimento,
isso ajuda. É o amplificador trabalhando para você, uma preocupação a menos.

Limiters Inteligentes (ou Limiters de 2ª. Geração)

A potência máxima de um amplificador é medida em cima de tensões padronizadas,


como 127V e 220V. Os limiters são então ajustados na fábrica pensando nos valores
de potência encontrados.

Só que, na prática, uma variação na tensão de entrada provocará mudanças também


na potência máxima que o amplificador pode fornecer. Por exemplo, um
amplificador que fornece 1000W quando alimentado por 220V, pode fornecer apenas
900W quando alimentado por 200V. Pequenas variações, mas que fazem diferença
na efetiva proteção de alto-falantes.

Um limitador de 1ª. Geração não saberia lidar com tais pequenas alterações, e
limitaria a potência sempre em 1.000W. No caso de tensão baixa, acarretando a
mudança da potência máxima para 900W, o limiter então deixaria de proteger, já
que está fixo em 1.000W.

Já um limiter de 2ª. Geração, por sua vez, faz análise não só do sinal de entrada, mas
também da tensão de entrada, e controla seu funcionamento pelos dois parâmetros,
não mais por um só. São feitos pequenos ajustes no valor de entrada máxima,
levando em conta a tensão de entrada. Por exemplo, uma tensão um pouco mais
baixa leva o limiter a atuar com 0,70V, não mais com 0,775V. Tudo isso é feito de
forma transparente para o usuário, e se traduz em um sistema de proteção ainda
mais eficiente, dentro dos parâmetros de fábrica, claro.

Amplificadores com Threshold.

Em ainda alguns poucos amplificadores (nacionais / importados) o controle de


“volume” na verdade é um ajuste de Threshold do Limiter interno do amplificador.
Ajustando o “volume”, realmente estamos limitando a potência à metade do
máximo, a 1/4 do máximo, e assim por diante. O valor da sensibilidadde de entrada
permanecerá fixo (por exemplo, 0,775mV sempre), o que mudará é a potência
máxima, que realmente será limitada a valores específicos.

O objetivo disto é trazer um controle mais eficaz nos casos em que o valor limite de
potência tem que ser controlado exatamente. Isto pode, por exemplo, substituir um
processador externo usado para implementar a função de Limiter de um sistema de
alto-falantes.

Alguém vai perguntar: qual é melhor? Atenuar o sinal de entrada (e ter um Limiter,
interno ou externo) ou implementar logo um Limiter com Threshold?

No sistema de atenuador, se mantivermos o sinal de entrada constante e ajustarmos


o atenuador para -3dB, teremos metade da potência. Se ajustarmos para -6dB,
teremos um quarto da potência, e assim sucessivamente. O mesmo acontecerá
também no sistema de Threshold.

Entretanto, a diferença surge quando aparece uma mudança no ganho na mesa de


som. Uma mudança nesse ganho afeta os amplificadores equipados com
atenuadores, pois a tensão de entrada muda.

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Já com o ajuste de Threshold do Limiter, o controle é mais preciso, pois limita-se


exatamente a potência máxima possível (independente de qualquer alteração na
mesa de som), permitindo assim um controle mais eficiente nos casos onde o
excesso de potência pode ser prejudicial, como no caso de drivers.

Por outro lado, qualquer alteração necessária no sentido de aumentar ou diminuir a


potência disponível levará ao operador de som a uma intervenção direta no
amplificador. Isso pode ser fácil se o amplificador estiver logo abaixo da mesa, como
pode ser complicado de ser feito no meio de um show quando os amplificadores
estiverem juntos às caixas de som.

CONCLUSÃO

Neste artigo, apresentamos os aspectos básicos de um amplificador quanto aos seus


ajustes para a implementação de uma correta estrutura de ganhos. Estudamos as
grandes particularidades que esses equipamentos – aparentemente simples –
podem ter.

Aprendemos a função do parâmetro “Sensibilidade de Entrada”, aprendemos pra


que servem os Ajustes de Sensibilidade (ou Atenuadores de Ganho, mas nunca
“Volume”), aprendemos que a Luz de Clip nunca deve acender.

Entretanto, uma informação que não ficou clara: qual deverá ser o valor do ajuste
dos potenciômetros do amplificador. Deixar no máximo (posição 0)? Será -3? Será
-6? Ou mesmo -40? Quem responderá isso é a mesa de som! Mas isso fica para o
próximo artigo.

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1 COMMENT ON "ESTRUTURA DE GANHOS – PARTE 2 – OS AMPLIFICADORES"

Guilherme |
14 de fevereiro de 2019 at 14:25 |
Responder

Bom dia gostei muito do artigo e gostaria de ter a dúvida final


esclarecida se possível!

Entretanto, uma informação que não ficou clara: qual deverá ser o valor do
ajuste dos potenciômetros do amplificador. Deixar no máximo (posição 0)?
Será -3? Será -6? Ou mesmo -40? Quem responderá isso é a mesa de som! Mas
isso fica para o próximo artigo.

Aguardo um retorno

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Att,

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