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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASILIA

RESENHA CRITICA AO FILME


QUE HORAS ELA VOLTA?

ALUNO (A): Ariádiny Gonçalves dos Santos


Matricula: 1711010127

PROFESSOR (A): Luciana Lombas

Outubro/2020
Em que horas ela volta, conhecemos a historia de uma mãe e empregada
domestica Val, que migrou de seu estado de origem Pernambuco para São Paulo com a
busca de proporcionar melhores condições de vida a sua filha Jessica, que anos depois
entra em contato com a mãe relatando que gostaria de ir para cidade prestar o
vestibular.
Trata-se de uma relação sistemática entre empregado e patrão, onde a filha da
empregada começa a morar na casa dos patrões, um ambiente totalmente diferente
do que ela estaria habituada, o que gerou um conflito devido aos costumes
divergentes daquele lar.
Talvez essa divergência no comportamento explique a desigualdade social para
com a classe domestica e trabalhadora, onde muitas vezes a empregada e quem cria o
filho do patrão, sendo assim se tornando ‘’agregada’’ ao núcleo familiar, o que de
forma visível foi exposto no filme, Val a empregada cuidou do filho de seus patrões
como se fosse seu próprio filho.
A chegada de sua filha Jessica, fez com que ela saísse dessa zona de conforto e
rompesse o estereotipo que fazia com que ela acreditasse que nasceu pra cumprir
todas as ordem ali propostas, pois de forma surpreendida sua filha descobre que a
mãe reside com os patrões e assim ela também terá que morar com eles.
Ao chegar e ser recebida, Jessica trata os patrões como pessoas normais,
conversa e se apresenta, Carlos que no filme e o patrão de sua mãe, apresenta
interesse no comportamento autentico e inteligente de Jessica, o que de uma certa
forma gera desconforto em sua esposa. Por identificar a inteligência de Jessica, Carlos
dispõem de livros para que ela possa ler e a acomoda no quarto de hospedes.
Com o decorrer da convivência e de conversas, Carlos descobre que Jessica se
interessa em prestar vestibular para o curso de arquitetura , então a convida para
conhecer o Copa, um famoso prédio turístico da capital desenhado por Oscar
Niemeyer.
Em sua inocência Jessica não consegue identificar que o interesse de Carlos se
da além de sua inteligência, mesmo ele nunca tendo sido correspondido por ela, por
esta acostumada que o tratamento entre as pessoas não se limita por suas condições
sociais.
Os questionamentos de Jessica a sua mãe sobre as condições que ali são vividas
alarma faíscas entre elas, onde Jessica questiona o porque da mãe ter que almoçar na
cozinha e também por ter se acomodado a situação de empregada domestica.
Barbara esposa de Carlos, se incomoda com o comportamento de Jessica
dentro de sua casa, e pede para que Val oriente sua filha a fica somente nas áreas que
são designadas aos empregados não tendo acesso aos cômodos comuns da casa.
Acidentalmente, Jessica cai na piscina, e vista por Barbara que ordena para que a
garota saia da piscina, seguidamente pede para que a agua da piscina seja trocada,
alegando que teria um bicho passado por ali, tudo isso para mascarar seu sentimento
de desprezo e sua postura mesquinha, pelo fato da filha da empregada ter entrado na
agua.
Por diversas vezes no filme a personagem Barbara (patroa) deixa evidenciado
seu sentimento de desprezo com Jessica filha da empregada Val, frases como ‘’ se sinta
em casa ‘’ ‘’você e da família’’, frases que de uma certa forma impõem para Val o
sentimento de devoção pela oportunidade de estar ali, assim transformando tudo em
gratidão.
Por ter sido criado pela empregada, o filho do casal e alheio ao sentimento,
tendo Val como sua verdadeira mãe, o que trás a bruta realidade das famílias com uma
condição mais elevada e que possuem domesticas, pois os pais se ausentam do
crescimento de seus filhos o que faz com que a criança passe a enxergar como mãe a
domestica que está ali todos os dias no seu convívio.
Em mesma idade escolar o filho do casal e Jessica irão prestar vestibular, os
pais acreditam que o menino ira se sair bem colocado na prova já que sempre estudou
nas melhores escolas particulares da capital, de forma indireta chegam ate a duvidar
da capacidade de Jessica por ela pretender ingressas na USP (Universidade de São
Paulo), isso se da por ser pobre e vir de escolas publicas.
O inesperado abala a estrutura da família ‘’tradicional’’, quando Jessica
consegue aprovação na primeira fase do vestibular e seu filho não.
Ao final do filme, a mensagem que foi proposta surpreende, quando Jessica
relata a sua mãe que deixou um filho pequeno em Recife, para que pudesse tentar
uma Universidade em São Paulo. O que não difere da escolha de sua própria mãe, que
largou tudo que tinha para tentar da uma vida de conforto para sua filha mesmo ela
não estando junto. Com a confissão da filha Val se comove e resolve ficar junto de sua
filha, ainda pede para que o seu neto venha.
Essa historia trás a tona a desigualdade social que e vivenciada pelas classes
sociais, no decorrer do filme e nítido o desdenho que a Patroa trata a empregada,
duvidando até mesmo da capacidade de sua filha para estudar em uma universidade
federal. O que nos faz refletir, sobre o quanto algumas pessoas podem ter deixado pra
trás o sonho de viver algo grandioso devido palavras que foram lançadas.
A competitividade entre as escolas publicas e particulares criam candidatos um
tanto equivocados acerca do ensino. E compreensível sim que o ensino publico ainda
precise de melhorias, mas precisar dessas melhorias não quer dizer que seja impossível
de se conquistar algo, a luta pela educação começa dentro de cada um, não digo
educação intelectual mas sim a moral, a de lhe fazer entender que dinheiro não
compra nada, e que a empregada que limpa o chão pode sim ter um filho cursando
medicina.

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