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RESUMO:
INTRODUÇÃO
1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
ABRASIVOS : CLASSIFICAÇÃO, PROPRIEDADES E APLICAÇÃO
Classificação
Os abrasivos são classificados em naturais (ex.: diamante e quartzo) e
artificiais (ex.: carbeto de silício e alumina eletrofundida.
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Propriedades
Como mencionado, as características intrínsecas (físicas e químicas) de
cada material direcionam sua aplicação como um abrasivo específico para cada
uso. As características do material correlacionam-se diretamente com as
propriedades requeridas para um abrasivo, são elas:
1. Dureza
2. Tenacidade/Friabilidade
3. Refratariedade e estabilidade química
Dureza
Define-se a dureza como a resistência de um material a ser penetrado por
outro. Veja a situação relativa dos abrasivos nas escalas de medição mais
conhecidas na tabela 1:
Tenacidade/Friabilidade
Na terminologia aplicada aos materiais, a tenacidade refere-se à
capacidade de se suportar tensões provocadas por impacto, sem se romper. A
tenacidade é a propriedade predominante em materiais dúcteis, porém os
abrasivos, devido a sua estrutura químico-cristalográfica, não apresenta
dutilidade..
Para materiais abrasivos, a tenacidade é a quantidade de trabalho
necessária para se quebrar um grão abrasivo sob determinadas condições ou
esforços aplicados. Quanto maior o esforço aplicado para se produzir a ruptura
do grão, maior a tenacidade do mesmo.
O conceito oposto ao da tenacidade é o de friabilidade, que corresponde
à facilidade para se romper um material sob uma determinada força ou impacto.
A friabilidade define bem uma classificação dos abrasivos: materiais de
maior friabilidade são utilizados em operações de retífica e polimento ( ex.: SiC e
alumina eletrofundida branca), já os materiais menos friáveis são utilizados em
operações envolvendo grandes remoções ( ex.: alumina eletrofundida marrom ).
Várias são as variáveis que interferem em um grão para que ele seja menos ou
mais friável que outro: porosidade, tensões residuais, composição química,
forma do grão, etc.
Conjuntamente com a tenacidade, é importante considerar a
refratariedade do abrasivo, pois durante o trabalho do grão sobre uma
superfície, grande quantidade de calor é gerada. A estabilidade química
também é um fator crítico, pois o material que está sendo abrasionado, não deve
ter uma afinidade química com o abrasivo utilizado para que este tenha um bom
desempenho de aplicação.
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Aplicação
Os abrasivos são aplicados de diversas formas, desde ligados (rebolos)
até livres (em operações de jateamento). As ferramentas abrasivas que utilizam
os grãos abrasivos em sua estrutura, podem ser classificadas genericamente em
três classes(3).
ABRASIVOS LIGADOS
Rebolos – são ferramentas abrasivas conformadas, que apresentam em sua
estrutura basicamente um tipo de ligante, que atua como liga (matriz), e os grãos
abrasivos dispersos nesta. Os rebolos realizam operações de desbastes leves e
pesadas, e principalmente retíficas com grandes e pequenas remoções, como
também retíficas de precisão. Eles podem ser classificados de acordo com o tipo
de liga que possui: vitrificados (ceramizados), resinóides (liga à base de resina)
e borrachosos (borracha como liga).
Discos de corte e desbaste– estas ferramentas abrasivas são utilizadas em
operações de corte e desbastes leves e pesados. Os discos de uma maneira
geral são fabricados com ligas resinóides, portanto, no processo de tratamento
térmico, são submetidos a um processo de cura, diferentemente dos rebolos
que geralmente são vitrificados (ocorrência de queima durante o tratamento
térmico).
ABRASIVOS NÃO LIGADOS
Lixas – as lixas são as ferramentas abrasivas mais conhecidas. São
aplicadas desde em operações finais de grandes remoções, como em finos
acabamentos superficiais. Diferentemente dos rebolos e discos não apresentam
liga em sua estrutura.
Grãos Livres
Os abrasivos podem ser também aplicados de forma livre, ou seja, sem
liga ou depositados em costados com camadas adesivas. É o caso dos
abrasivos utilizados na indústria de polimento. Eles podem estar inseridos em
massas para polimento, ou podem também atuar de forma livre sobre
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Como se observa na tabela II, quanto “mais fino” o grão, maior sua
utilização em operações de polimento, ao contrário dos mais grossos que são
utilizados em operações de desbaste. Isto pode ser justificado pelo formato dos
grãos: maior a angulosidade do grão, maior será seu poder de abrasão. Quanto
menor o tamanho dos grãos, menor é o grau de rugosidade que estes fornecem
nas peças abrasionadas.
Alumina Eletrofundida
O óxido de alumínio possui propriedades como elevada dureza e alto
ponto de fusão, requisitos básicos para a produção de materiais abrasivos e
refratários respectivamente.
A eletrofusão é o processo utilizado para a produção de alumina
eletrofundida. Parte-se de um material particulado e produz-se um bloco fundido,
que precisa ser transformado em partículas através de processos de cominuição
( figura 1). Algumas propriedades particulares dos materiais produzidos desta
maneira justificam todo esse processamento, como a elevada dureza (tamanho
grande de cristal) e baixa reatividade (poucos contornos de grãos).
Grãos
de
Beneficiamento ALO
Branco
Bloco
De ALO Branco
Carbeto de Silício
Os primeiros relatos da existência do carbeto de silício (SiC) foram feitos
por Berzelius e datam de 1810. Entretanto, foi Acheson quem reconheceu o
grande potencial de aplicação deste material, após obtê-lo pela passagem de
uma corrente elétrica através de uma mistura de argila e coque, em 1891. O
pesquisador batizou o novo material de carborundum, por acreditar se tratar de
um mistura entre carbono e córindom. Análises químicas posteriores revelaram
que se tratava de um composto de silício e carbono na razão 1:1, ou seja, SiC.
Acheson logo percebeu o grande potencial de aplicação dos cristais pois
possuíam um poder de abrasão muito superior aos abrasivos naturais utilizados
na época, fundando em setembro de 1891 a companhia Carborundum para a
produção de carbeto de silício.
Todo o carbeto de silício comercializado internacionalmente nos dias
atuais é produzido pelo processo Acheson, a partir de uma mistura de sílica e
coque. A obtenção de SiC envolve uma elevada quantidade de energia elétrica,
cerca de 7 a 8 KWh por kg de material produzido.
O carbeto de silício tem sua coloração variada em função de sua pureza
química. De forma genérica, quanto menor a presença de contaminantes, mais
claro é o material. Comercialmente dispõe-se do verde (99% de SiC) e do preto
(98%). É um produto com altíssima dureza e boa estabilidade química.
Estima-se que atualmente em nível mundial sejam produzidas em torno
de 600.000 toneladas de SiC em países como Canadá, EUA, Brasil, México,
França, Alemanha, Itália, Holanda, Noruega, Espanha, Suíça, China e Japão.
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Pedra de
Grãos de SiC
SiC
Pasta
Serigráfica Alumina
Eletrofundida
Granilha
Vidrado (Fritas)
Engobe
Base
(Biscoito)
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65
60 55
53
55 50
50
45
40
35
30
ALO SiC
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. G. CH Nussbaum, Rebolos e Abrasivos, Vol. I, Editora Jacomo, São Paulo.
2. Alumina Science and Technology Handbook Chemicals, L.D Hart Editor.
3. R. Basso, M. Suster, J. C. Carvalho, Otimização do Uso de Aluminas em
Vidrados Cerâmicos.