Você está na página 1de 80

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

THALYA SIMZEM DE MORAES

CONTRIBUIÇÕES DA NEUROARQUITETURA EM
UMA INSTITUIÇÃO PROFISSIONALIZANTE DE
MAQUIAGEM

CAMPO GRANDE
2021
THALYA SIMZEM DE MORAES

CONTRIBUIÇÕES DA NEUROARQUITETURA EM UMA


INSTITUIÇÃO PROFISSIONALIZANTE DE MAQUIAGEM

Monografia apresentada à disciplina De Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como


requisito parcial para a conclusão do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo,
do Centro Universitário Unigran Capital.

ORIENTADORA:
Profa. Mestra Renata Benedetti Mello Nagy Ramos

CAMPO GRANDE
2021
FOLHA DE APROVAÇÃO

Orientador(a): Renata Benedetti Mello Nagy Ramos

Examinador(a): Mariana Casagranda Akamine

Examinador(a): Natacha Oliskovicz

Monografia defendida e aprovada em:

Campo Grande, 30 de Novembro de 2021


Ser arquiteta e urbanista sempre foi um sonho muito sólido em minha vida, e a
caminhada para essa conquista está prestes a se concretizar. Mas nada do que foi
vivido durante toda essa trajetória teria sentido sem algumas pessoas essenciais
nesse percurso.
Dedico a Deus por ter me dado forças e perseverança de chegar até aqui. Aos meus
pais, por absolutamente tudo que fizeram por mim. Minha mãe, Eliana, que me
ensinou a lutar pelos meus sonhos e me apoiou em absolutamente tudo, e ao meu
pai, Arilson, que sempre se dispôs a me ajudar da forma que poderia. Sem eles com
certeza eu não estaria aqui hoje. Aos meus avós, Neri e Vilma, que sempre me
ofereceram palavras de conforto e amor.
Ao meu namorado, Claudinei, que sempre esteve comigo em todos estes anos de
faculdade, me dando todo o suporte psicológico que precisei. Ter como parceiro
alguém paciente e compreensivo foi fundamental.
Aos meus amigos de faculdade, Bárbara, Karoll, Thierry e Tiago. A faculdade não
teria sido a mesma sem vocês. Pessoas fundamentais que fizeram todo o processo
dificultoso, e as noites sem dormir serem muito mais leves e engraçadas.
Aos demais amigos, Leandro, Jéssyca, Milena. Agradeço todas as conversas,
desabafos de madrugada e risadas que trocamos.
Agradeço também a todos os professores que contribuíram para minha formação,
mas em especial para minha orientadora Renata, que sempre me deu suporte em
todos estes anos, e à professora Mariana Casagranda, que me ensinou muito nestes
últimos períodos.
Por fim, dedico a todos que de alguma forma, direta ou indiretamente participaram
da realização desse projeto.
Agradeço este trabalho à minha orientadora Renata e a todos os professores de
minha formação acadêmica que contribuíram de alguma forma e à Júlia Telles que
contribuiu com meu maior entendimento da temática relacionada à maquiagem.
“Aprenda a enxergar. Perceba que tudo se conecta a tudo o resto.”
Leonardo da Vinci
RESUMO
É de conhecimento geral que as redes sociais têm um poder muito forte sobre as
pessoas quanto a opiniões e padrões de comportamento. Atualmente, pode-se
perceber que a população num geral (entre homens e mulheres) têm cada vez mais
se cuidado quando o assunto é beleza e vaidade. Essa onda tem contribuído cada
vez mais para o mercado cosmetológico e consequentemente para os profissionais
que atuam na área da beleza também. Diante de um interesse pessoal, atrelado ao
conhecimento prévio sobre o assunto, a maquiagem surge como uma indagação
quanto ao mercado profissional dentro da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do
Sul. A partir disso, propõe-se a partir de um estudo arquitetônico a nível de
anteprojeto, uma instituição profissionalizante de maquiagem, a fim de atender um
público mais abrangente, na qual possa oferecer novas formas de trabalho.
Concomitantemente a isto, o anteprojeto vem com a proposta de concepção através
de estudos a partir da neuroarquitetura aplicados à ambientes educacionais, com o
intuito de criar espaços com bases científicas que possam levar bem-estar e cumprir
a real funcionalidade de cada ambiente.
ABSTRACT
It is generally knowing that social networks have a strong powerful on people as
opinions and behavior patterns. Nowadays, it is possible realize that population in
general (men and women) has increasily self caring when the subject is beauty or
vanity. This wave has increasingly contributed to the cosmetological market and
consequently to professionals who work in the beauty business as well. In front of a
personal interest attached to a prior knowledgement about the subject, the make up
comes up as a question about the professional business in Campo Grande, Mato
Grosso do Sul. From this, it proposes in front of architectural study in level of draft, a
professional make up institution in order to attend a larger public, in which it can offer
new works interfaces. Along this, the draft comes with a purpose of conception through
studies from neuroarchitecture aplied to educational environments in order of creating
science-based spaces which can allow wellness and perform the real functionality of
each space.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma estrutural sobre a temática. ..................................................... 6


Figura 2 - Fluxograma estrutural sobre a temática. ..................................................... 6
Figura 3 - Linha do tempo sobre a evolução da educação profissional no Brasil. ..... 14
Figura 4 - Tipos de maquiagem................................................................................. 20
Figura 5 - Layouts relacionados às atividades dos ambientes. ................................. 26
Figura 6 - Parâmetros de projeto............................................................................... 28
Figura 7 - Parâmetros de projeto............................................................................... 29
Figura 8 - Parâmetros de projeto............................................................................... 30
Figura 9 - Parâmetros de projeto............................................................................... 31
Figura 10 - Parâmetros de projeto............................................................................. 32
Figura 11 - Maquete física do edifício, com ênfase na fachada principal .................. 33
Figura 12 - Maquete física do Centro Administrativo Municipal e seu entorno. ......... 34
Figura 13 - Fachada principal do edifício Welcome feel at work. .............................. 35
Figura 14 - Pátio interno do edifício Welcome, feel at work. ..................................... 36
Figura 15 - Fachada posterior do bloco de atividades didáticas................................ 37
Figura 16 - Implantação e corte do Centro de Formação dos Profissionais da
Educação de São Caetano........................................................................................ 38
Figura 17 - Mapa Jardim dos Estados com vazios urbanos. ..................................... 40
Figura 18 - Loteamento Clara Goldman. ................................................................... 41
Figura 19 - Localização com ênfase no terreno. ....................................................... 41
Figura 20 - Mapa de usos.......................................................................................... 42
Figura 21 - Hierarquia viária. ..................................................................................... 43
Figura 22 - Mobilidade urbana................................................................................... 44
Figura 23 - Estudo de Massas................................................................................... 45
Figura 24 - Estudo Bioclimático. ................................................................................ 46
Figura 25 - Implantação com curvas de nível. ........................................................... 47
Figura 26 - Diagrama da topografia atual. .................... Erro! Indicador não definido.
Figura 27 - Fluxograma. ............................................................................................ 51
Figura 28 - Estudo de Implantação com cotas. ......................................................... 56
Figura 29 - Estudo volumétrico..................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 30 - Setorização dos blocos. ............................. Erro! Indicador não definido.
Figura 31 - Funcionalidades e implantação. ................. Erro! Indicador não definido.
Figura 32 – Estudo de movimentação de terra..........................................................52
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Contrapontos entre a pesquisa quantitativa e qualitativa. .......................... 9


Tabela 2 - Quadro sobre a Pesquisa Bibliográfica. ................................................... 11
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - População do bairro Jardim dos Estados. ............................................... 48


Quadro 2 - Índices Urbanísticos. ............................................................................... 48
Quadro 3 - Lotes e Recuos Mínimos. ........................................................................ 49
Quadro 4 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento. ............................. 50
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 6
1.2 OBJETIVOS 8
1.2.1 OBJETIVO GERAL 8
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 8
1.4 JUSTIFICATIVAS 8
1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA 9
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 11
2. CONCEITUAÇÃO DA TEMÁTICA 12
2.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE NO BRASIL 12
2.2 COSMÉTICOS E BELEZA NO CENÁRIO NACIONAL 16
2.3. ÁREAS DE ATUAÇÃO DO MAQUIADOR PROFISSIONAL 17
2.3.1 MAQUIAGEM SOCIAL / COMERCIAL 17
2.3.2 MAQUIAGEM PARA CINEMA E TELEVISÃO 18
2.3.3 MAQUIAGEM CÊNICA 18
2.3.4 MAQUIAGEM ARTÍSTICA 19
2.3.5 MAQUIAGEM DE MODA E PUBLICIDADE 19
2.3.6 BODYPAINTING 19
2.3.7 AULAS E CONSULTORIAS 19
2.3.8 ÁREAS PROFISSIONAIS ADJACENTES: FOTOGRAFIA E MODELOS 20
3 NEUROARQUITETURA E A EDUCAÇÃO 21
3.1.1 CONTEXTUALIZANDO A NEUROARQUITETURA 21
3.1.2 A NEUROARQUITETURA COMO ESTRATÉGIA EM AMBIENTES DE APRENDIZAGEM 23
4 PRECEDENTES 33
4.1 PRECEDENTE PLÁSTICO - CENTRO ADMINISTRATIVO MUNICIPAL DE SÃO CAETANO
DO SUL 33
4.2 PRECEDENTE TECNOLÓGICO - WELCOME, FEEL AT WORK 35
4.3 PRECEDENTE FUNCIONAL - CENTRO DE FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO DE SÃO CAETANO 36
5 INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE 38
6 VAZIOS URBANOS 39
7 LEVANTAMENTO 40
8 LEGISLAÇÃO 48
9 PROGRAMA DE NECESSIDADES 50
10 ESTUDO PRELIMINAR: IMPLANTAÇÃO E VOLUMETRIA Erro! Indicador não definido.
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66
12 WEBGRAFIA 68
13 FONTES DE ILUSTRAÇÕES 71
5

1 INTRODUÇÃO

O culto à imagem perfeita surgiu no mundo antigo, emergindo assim, um novo


mercado: o profissional maquiador. No contexto atual, mediante à busca incessante
pela beleza, a tendência do self care, além de uma grande contribuinte – a internet, –
nota-se o grande crescimento do mercado da beleza, e em consequência disso,
destaca-se a profissão do maquiador.
Contudo, por se tratar de uma profissão sem a regulamentação do Ministério
do Trabalho no Brasil, é notável a falta de padronização e pré-requisitos para atuar na
área, deixando margem para o autodidatismo, principalmente. Além disso, nota-se
que na cidade de Campo Grande – MS, a maquiagem social domina frente à grande
diversidade existente no campo de aplicação da maquiagem
Diante do exposto, o presente trabalho busca entender o cenário profissional
da maquiagem além de propor um projeto de uma instituição profissionalizante de
maquiagem que aborde as variadas áreas de atuação na maquiagem profissional,
através de um projeto arquitetônico com bases sólidas aliadas aos conceitos
científicos da neuroarquitetura a fim de proporcionar uma experiência mais assertiva
na absorção do aprendizado, através do estudo interdisciplinar.
Como objeto de estudo, a implantação se dará na região do Jardim dos
Estados, com o uso de um vazio urbano. O local foi escolhido mediante os
equipamentos e instituições existentes ali, além de apresentar uma ótima
infraestrutura para comportar o projeto.
6

Figura 1 - Fluxograma estrutural sobre a temática.

Fonte: Edição da autora.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Nos últimos anos, o Brasil tem mostrado um crescimento expressivo no número


de empresas que atuam com serviços de beleza. Este dado pode ser comprovado
mediante o crescimento de Microempreendedores Individuais (MEI), que segundo o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE,2020), entre os
anos de 2009 e 2016, consoante aos dados do segmento da indústria de higiene
pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC), somam-se cerca de 645 mil novos MEI e
mais 26 mil Microempresas (ME), e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Ainda,
segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria
e Cosméticos (ABIHPEC), em 2017, aos serviços de beleza, representados pelos
salões de beleza, somam-se 1,33 milhões de pessoas ocupadas.
Segundo Shmidtt e Oliveira (2008), mulheres e homens de variadas idades têm
se tornado mais vaidosos e preocupados com a aparência. Concomitantemente a isto,
7

a indústria de cosméticos nos últimos tempos cresceu muito em relação ao self-care


(cuidado pessoal) o que contribuiu para o crescimento do setor da maquiagem e seus
serviços relacionados.
Mediante a isso, o presente trabalho traz em pauta as diversas possibilidades
para o profissional de maquiagem. Além da maquiagem social, muito explorada em
salões de beleza, há uma grande área de atuação, como a de show business que
envolve a maquiagem para teatro, TV e cinema. Outrossim, há o fashion show que
abrange os desfiles, os editoriais de modas; maquiagem para revistas; estúdios de
fotografia, dentre outros. Contudo, apesar das possibilidades dentro deste mercado,
são oferecidas poucas oportunidades de aperfeiçoamento profissional, no contexto
atual.
Inserido no cenário de beleza e cosméticos, buscou-se dentro do Perfil
Socioeconômico de Campo Grande (PLANURB, 2020) itens que tratam sobre ensino
profissionalizante na cidade. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial –
Departamento Regional de Mato Grosso do Sul (SENAC MS) foi a única instituição
destacada que aborda o ensino do departamento de beleza e estética, na qual uma
dessas inclui a maquiagem. Contudo, a cidade possui várias escolas, institutos e
estúdios profissionalizantes referentes à profissão de maquiador, como o Instituto
Embelleze (2021), por exemplo.
Entretanto, apesar de haver um volume considerável de espaços
profissionalizantes voltados para o setor da maquiagem, a grande maioria sempre
direciona esse aprendizado à maquiagem social, pouco envolvendo os outros setores
possíveis para a profissão.
“Nós moldamos nossos edifícios e depois nossos edifícios nos moldam.”
(Winston Churchill, 1943). A partir disso, o projeto arquitetônico em questão, buscará
bases em estudos da neuroarquitetura, que é um estudo interdisciplinar entre a
neurociência, a psicologia e a arquitetura. Segundo Elizondo e Rivera (2014) citado
por Gutiérrez (2018), “a qualidade do ambiente construído pode afetar o desempenho
do cérebro; como a experiência do meio ambiente onde estão as pessoas pode
influenciar seu estado emocional e em seu comportamento”.
Em relação ao projeto mais especificamente, o estudo da neuroarquitetura será
direcionado aos nichos da educação e do ambiente de trabalho, visto que o programa
de necessidades terá espaços relacionados às duas áreas ao mesmo tempo, para
diferentes usuários: alunos e professores.
8

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Utilizar os conceitos da neuroarquitetura para a concepção de um projeto


arquitetônico de um espaço multiuso com ênfase no ensino de maquiagem
profissional.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Este trabalho tem como objetivos específicos:


● Explanar sobre os conceitos da neuroarquitetura aplicada em ambientes de
aprendizado;
● Compreender como a maquiagem se insere culturalmente no contexto atual;
● Compreender aspecto socioeconômico da maquiagem na cidade de Campo
Grande – MS;
● Propor espaços apropriados que abordem as diversas áreas que a maquiagem
possibilita.

1.4 JUSTIFICATIVAS

Mediante o cenário atual da profissão de maquiador, é evidente a limitação


imposta à profissão devido à falta de preparo destes profissionais. Contudo, com a
evolução da internet e de reality shows que tratam da temática, é notável também, a
gama de possibilidades de atuação profissional dentro da área da maquiagem.
Entretanto, Campo Grande ainda se mostra muito conservadora nesta questão,
limitando um novo nicho no mercado de trabalho local.
Assim sendo, tem-se como proposta a conceituação de uma instituição
profissionalizante de maquiagem que contemple os conceitos de neuroarquitetura a
fim de guiar as soluções arquitetônicas de maneira estratégica no que tange à
percepção ambiental humana, a fim de criar espaços mais assertivos, mediante ao
programa de necessidades, visto que tal estudo aborda a perspectiva de
conhecimento através de três ciências: a neurociência, a psicologia e a arquitetura.
9

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA

De acordo com Gil (2002, p. 17), a pesquisa é definida como “o procedimento


racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas
que são propostos”. Diante de tal definição, este trabalho surge através de indagações
quanto ao meio profissional do maquiador, e como a concepção de um projeto
arquitetônico pode vir a colaborar com este público.
Referente à abordagem da pesquisa, esta possui um caráter qualitativo a fim
de se obter maior compreensão e apropriação do conteúdo abordado. Desta forma, o
presente trabalho envolve a busca de informações para serem descritas e analisadas,
com o intuito de traçar uma linha lógica dentre todos os pontos ao fim do trabalho.

Tabela 1 - Contrapontos entre a pesquisa quantitativa e qualitativa.

Fonte: Bauer e Gaskell (2008), adaptado pela autora.

Bauer e Gaskell (2008, p. 23) definem a pesquisa qualitativa como uma


abordagem que “evita números, lida com interpretações das realidades sociais, e é
considerada pesquisa soft”. Medeiros (2012, p. ) aborda que a pesquisa qualitativa
“pode ser entendida como aquela que produz achados não provenientes de quaisquer
procedimentos ou formas de quantificação”.
A natureza relacionada se trata de uma pesquisa básica, na qual não envolve
necessariamente a aplicação prática do estudo. Schwartzman (1979) ainda descreve
tal pesquisa como a que “acumula conhecimentos e informações que podem
eventualmente levar a resultados acadêmicos ou aplicados importantes, mas sem
fazê-lo diretamente.” O trabalho de conclusão de curso em questão envolverá um
levantamento de informações, que relacionam o estudo teórico através de pesquisas
bibliográficas, estudo de normas e legislação, análise do entorno imediato do lote a
ser implantado, que levará a um projeto arquitetônico a partir de uma problemática
levantada, mas sem de fato concretizá-lo. Entretanto, o mesmo ainda pode contribuir
10

para a comunidade acadêmica, principalmente por ser uma temática pouco explorada
dentro da arquitetura.
No que diz respeito aos objetivos, esta pesquisa se classifica como descritiva,
que envolve a descrição e a caracterização dos conceitos, segundo Mattos. Gil (2002)
relaciona a pesquisa descritiva com a descrição de um grupo populacional ou de um
fenômeno ou uma relação entre variáveis.
Além disso, são tomados dois tipos de procedimentos para este trabalho: a
pesquisa bibliográfica (conhecido também como revisão de literatura, estado da arte
ou estado do conhecimento), e a pesquisa documental.
A pesquisa bibliográfica envolve o estudo de trabalhos já publicados, como
livros, artigos e periódicos desenvolvidos por autores que passaram por este processo
de pesquisa científica. Para Ferreira (2002), o a pesquisa bibliográfica pode ser
definida como:
Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o
desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes
campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões
vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de
que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de
mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações
em anais de congressos e de seminários.

Gil (2002) ainda define que uma pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de
um material já desenvolvido, estes que relacionam livros e artigos científicos, e apesar
de quase todo tipo de pesquisa envolver uma pesquisa bibliográfica, há pesquisas
exclusivamente bibliográficas. Abaixo segue um resumo relativo ao processo da
pesquisa bibliográfica tomada para este trabalho.
11

Tabela 2 - Quadro sobre a Pesquisa Bibliográfica.

Fonte: Edição da autora.

No que se refere a pesquisa documental, estas relacionam o estudo de


documentos como: Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código de Obras e o Plano Diretor
da cidade de Campo Grande e Normas Técnicas Brasileiras (NBR). Gil (2002)
descreve que há uma semelhança entre a citada anteriormente, contudo, sua maior
diferença se dá pela natureza de suas fontes, e complementa que “a pesquisa
documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou
que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos de pesquisa”.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

A fim de alcançar os objetivos apontados, a divisão estrutural do trabalho foi


pensada em três tópicos principais: educação profissionalizante; área da beleza;
neuroarquitetura e ambientes de aprendizagem. A partir deste raciocínio a
conceituação da temática se dá a partir dos seguintes tópicos:
2.1 Educação Profissionalizante no Brasil: neste item é colocado em pauta
como a educação profissional no cenário nacional foi estruturada e como ela se dá
atualmente.
2.2 Cosméticos e Beleza no Cenário Nacional: no tópico relacionado, pauta-se
sobre o mercado de beleza no Brasil em dados e números, mediante informações
levantadas de órgãos responsáveis por administrar tais questões no âmbito brasileiro.
12

2.3 Áreas de Atuação do Maquiador Profissional: A partir deste ponto, é


pontuado quais são os tipos de mercado existentes para o profissional em questão e
como este se dá por caracterização. A fim de esclarecer melhor, este tópico se divide
em sub tópicos para discutir cada vertente da maquiagem.
2.4 Neuroarquitetura e a Educação: De modo a levantar um estudo científico
para o desenvolvimento do trabalho arquitetônico, o tópico relaciona estudos entre a
neurociência, a arquitetura e a educação, e como elas podem se relacionar para um
único objetivo. Este tópico é dividido entre dois sub tópicos que abordam o contexto
geral sobre a neuroarquitetura e o outro relaciona mais pontualmente como a
educação pode se relacionar com a neuroarquitetura.

2. CONCEITUAÇÃO DA TEMÁTICA

2.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE NO BRASIL

Conforme Garcia (2000), a história da Educação Profissional tem início ainda


no Brasil Imperial, com a chegada da família real. D. João VI foi o responsável pela
criação do Colégio das Fábricas, no qual tinha como objetivo atender à educação dos
artistas e aprendizes vindos de Portugal. Neste período, o conjunto Imperial tinha
como um de seus objetivos a formação de trabalhadores devido à preocupação do
futuro da sociedade brasileira, visto que poderiam se tornar adultos desocupados se
nenhuma medida fosse tomada.
Posteriormente, entre os anos de 1858 e 1886 houve a criação de liceus de
artes e ofícios, que de modo geral, tais cursos eram divididos em duas áreas: ciências
aplicadas e artes. Além disso, neste momento o acesso aos cursos era livre, sendo
restritos apenas para os escravos. Consoante aos dados do Ministério da Educação
(MEC, 2017), em 1889, após a abolição da escravatura no Brasil, o país totalizava 636
fábricas instaladas e 54 mil trabalhadores provenientes das mesmas, dentro de uma
população estimada de 14 milhões de habitantes.
Em 1906 houve um marco histórico no ensino técnico-industrial com a:

[...] realização do “Congresso de Instrução” que apresentou ao Congresso


Nacional um projeto de promoção do ensino prático industrial, agrícola e
comercial, a ser mantido com o apoio conjunto do Governo da União e dos
Estados. O projeto previa a criação de campos e oficinas escolares onde os
alunos dos ginásios seriam habilitados, como aprendizes, no manuseio de
instrumentos de trabalho. A Comissão de Finanças do Senado aumentou a
dotação orçamentária para os Estados instituírem escolas técnicas e
13

profissionais elementares sendo criada, na Estrada de Ferro Central do


Brasil, a Escola Prática de Aprendizes das Oficinas do Engenho de Dentro,
no Rio de Janeiro. Declaração do Presidente da República, Afonso Pena, em
seu discurso de posse, no dia 15 de novembro de 1906: A criação e
multiplicação de institutos de ensino técnico e profissional muito podem
contribuir também para o progresso das indústrias, proporcionando lhes
mestres e operários instruídos e hábeis. (BRASIL/MEC/SETEC, 2017).

Nilo Peçanha em seu mandato como presidente da República, através do


decreto n° 7566 instaurou no ano de 1909 uma rede de 19 escolas de Aprendizes e
Artífices, que culminou nas escolas técnicas, e posteriormente nos Centros Federais
de Educação Tecnológica (CEFETs). Anos depois, tais escolas são transformadas em
liceus industriais. Conforme Souza (2011, p. 5) a partir de 1930 a educação
profissional passa a ser tratada como uma política pública, “construindo espaço de
negociação e, dessa forma, disputada por diversas frações de classes sociais”.
Outrossim, reafirmando a fala de Souza (2011), tal valorização da educação
profissional no Brasil só veio a partir da década de 1920, tendo uma relevância
nacional concreta a partir de 1929, após a crise da Grande Depressão, na qual os
chefes de Estado se depararam na necessidade de uma produção industrial nacional.
Este redirecionamento foi fundamental para reestruturação dos tipos de trabalhadores
no cenário brasileiro, estes agora com mais qualificação e conhecimento, envolvendo
um novo projeto para a sociedade brasileira. (Rollemberg, 2019 apud Souza, 2011).
Em 1937 a Constituição Federal Brasileira definiu um novo padrão no sistema
de ensino, padronizando todos os programas educacionais praticados no território
nacional, separando-os da seguinte forma:
● Ensino Industrial - Decretos Lei n° 4048 e n° 4073 de 20 e 30 de janeiro de
1942;
● Ensino Secundário - Decreto Lei n° 4244 de 09 de maio de 1942;
● Ensino Primário - Decreto Lei n° 8529 de 02 de janeiro de 1946.
Subsequentemente a isto, houve uma nova grande mudança no cenário
educacional brasileiro a partir do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso
(1995-2003), cujos dados apontam um crescimento exponencial do Ensino Superior e
Profissionalizante, principalmente em instituições privadas. Souza (2011) relata que
anteriormente a este fato, nem 12% da população brasileira era matriculada em
alguma instituição de ensino superior ou profissionalizante, dentro da faixa etária de
19 a 24 anos.
14

Assim sendo, com um cenário favorável à educação, houve a implementação


da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e do Plano Nacional de Educação
(PNE), ambos com objetivo de melhorar o cenário educacional e profissional através
do MEC. (Marques, 2018).
Entre os anos de 2003 a 2016 o cenário educacional profissionalizante ganhou
grande destaque nos governos Lula e Dilma. Marques (2018) aborda que neste
período houve um grande crescimento no ensino superior e um crescimento quanto
ao número de alunos matriculados em tais instituições, sendo de cunho privado ou
público.

[...] por sua vez, no que se refere ao alunado nós tínhamos, em 1996, um total
de 1.868.529 alunos, sendo 39,35% em instituições públicas e 60,65% em
instituições privadas. Já em 2005 a relação foi a seguinte: Total de alunos
4.453.156, sendo 26,77% no âmbito público e 73,23% no âmbito privado.
(SAVIANI, 2010, p. 14)

No ano de 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) implementou o


Decreto n° 6.095/2007 que “previa as diretrizes para a unificação de todas as
instituições federais de educação superior, que passaram a se denominar como IFET
(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia)”. A partir deste decreto, o
governo reformulou o ensino tecnológico e profissional, demandando mais
investimentos públicos. Segundo Pacheco (2011), estes possuem um caráter mais
inovador e ousado, que são características necessárias para atender “[...] uma política
e um conceito que busca antecipar aqui e agora as bases de uma escola
contemporânea do futuro e comprometida com uma sociedade radicalmente
democrática e socialmente justa”.

Figura 3 - Linha do tempo sobre a evolução da educação profissional no Brasil.

Fonte: Garcia et. al (2018). Adaptado pela autora.


15

Tais leis beneficiaram o estabelecimento de algumas bolsas de programas


como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC),
na qual destinava seus recursos financeiros para instituições como SENAC, SENAI
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), SESI (Serviço Social da Indústria),
SESC (Serviço Social do Comércio), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural), SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem de Cooperativismo), SEST
(Serviço Social do Transporte) e SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte).
A criação do PRONATEC foi efetivada na década de 40, no período da Era
Vargas (1930-1945), ligado à iniciativa privada quando o país passava por uma
reestruturação de mão de obra trabalhista, com o objetivo de melhorar o cenário
econômico do país. O programa tinha como intuito inicial facilitar o ingresso de
estudantes em sistemas educacionais privados. (MARQUES, 2018)
Atualmente a Rede Federal encontra-se em grande expansão, visto que fazem
parte da mesma: Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, Centros
Federais de Educação Tecnológica, Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades
Federais e Universidade Tecnológica Federal.
Além disso, de acordo com o Portal do MEC (Ministério da Educação) no ano
de 2017 no governo de Michel Temer (2016-2018), houve a implementação da
chamada Lei da Reforma do Ensino Médio (Lei n° 13.415), na qual além de aumentar
o tempo mínimo dos estudantes nas instituições escolares e possibilitar uma maior
flexibilização da grade curricular, visa oferecer o estudo de um curso técnico como
pré-requisito.
Já em 2019, é lançado o Programa Novos Caminhos, implementado no
mandato de Jair Bolsonaro (2018-2022), na qual tem como meta aumentar em até
80% o número de matriculados em cursos tecnológicos e profissionalizantes.
Entretanto, de acordo com a Folha de Pernambuco (2020), apesar de Jair
Bolsonaro discursar que a área da educação é vista como prioridade de seu governo,
a prática diz o contrário, visto que há uma redução de 28% do programa orçamentário
para a educação no ano de 2021.
16

2.2 COSMÉTICOS E BELEZA NO CENÁRIO NACIONAL

De acordo com Eldridgea (2015) obra bibliográfica Facepainting, alguns


antropologistas acreditam que os primeiros vestígios de pintura facial e corporal se
deram mediante a necessidade de proteção, camuflagem ou até mesmo parte de
rituais. Steven Mithen, professor de arqueologia e antropologia na Reading University
descreve o ocre (variedade de argila colorida por óxido de ferro, rica em hematita ou
em limonita descoberta em cavernas da África do Sul, com vestígios de 100.000 a
125.000 anos atrás) como um cosmético pré-histórico.
Outrossim, segundo a maquiadora e historiadora Fernanda Tunes (2018) a
maquiagem se tornou um hábito a partir do Egito Antigo com Cleópatra sendo a
grande precursora deste ritual de beleza. Contudo, nos anos conseguintes no período
medieval houve uma decaída neste hábito visto que a Igreja Católica foi a maior
influência do período, na qual tinha a vaidade vista como pecado.
No período moderno, a maquiagem sofre uma ascensão novamente, onde já
são observados alguns padrões de beleza impostos na sociedade, como a pele
extremamente branca, que era sinônimo de feminilidade e beleza. A partir de então, o
mundo de cosméticos e beleza teve um grande crescimento, aliado à tendência do
self care que é a preocupação do autocuidado atrelado à imagem visual, e que tem
grande reflexo no contexto da maquiagem. (Schimidtt e Oliveira, 2008).
No que se refere aos serviços de beleza, o Brasil tem mostrado um crescimento
expressivo segundo o SEBRAE (2019), visto que entre os anos de 2009 a 2016,
consoante aos dados da HPPC (2017) somaram-se cerca de 645 mil novos MEIs e
mais 26 mil MEs e EPPs. A ABIHPEC somou no ano de 2017 aproximadamente 1,33
milhões de pessoas relacionadas aos serviços de beleza.
Ainda dentro do mercado relacionado à beleza e cosméticos, buscou-se dentro
do perfil socioeconômico (2020) de Campo Grande (MS) itens que tratavam sobre
ensino profissionalizante na cidade. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
– Departamento Regional de Mato Grosso do Sul (SENAC) foi a única instituição
destacada que aborda o ensino do departamento de beleza e estética, na qual uma
dessas aborda a maquiagem. Contudo, a cidade possui várias escolas, institutos e
estúdios profissionalizantes no que tange à profissão de maquiador, como o Instituto
Embelleze, por exemplo.
17

De acordo com a resolução CNE/CP n° 1 de 05 de janeiro de 2021 do DOU


(Diário Oficial da União), na qual define as diretrizes curriculares nacionais gerais para
a educação profissional e tecnológica, no que tange à estruturação de cursos de
qualificação profissional, o artigo 13, parágrafo 7°, lista as seguintes considerações
mínimas:

Art. 13. A estruturação de cursos de qualificação profissional deve considerar,


no mínimo, os seguintes elementos para sua oferta:

I. identificação do curso;
II. justificativa e objetivos;
III. requisitos e formas de acesso;
IV. perfil profissional de conclusão;
V. organização curricular;
VI. critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências
anteriores;
VII. critérios e procedimentos de avaliação da aprendizagem;
VIII. biblioteca, instalações, equipamentos e laboratórios;
IX. perfil de professores, instrutores e técnicos; e
X. certificados a serem emitidos.

Desta forma, foi feito um levantamento de algumas instituições de beleza em


Campo Grande (SENAC, Embelleze e Instituto Mix), a fim de se obter um comparativo
de programação curricular, com o intuito de entender a infraestrutura exigida dentro
das necessidades de um instituto de tal porte.
Além disso, outro ponto relevante a ser destacado são os formatos de ensino
que são disponibilizados ao público atualmente. Com o crescimento deste segmento,
têm se tornado cada vez mais popular eventos como feiras de beleza, que são
caracterizadas por serem um evento corporativo que reúnem várias empresas que
estarão expondo seus produtos e serviços, e também os workshops que podem ser
caracterizados como oficinas, que tem como perfil ser um evento de prática e de curta
duração (normalmente até 8 horas, em média).

2.3. ÁREAS DE ATUAÇÃO DO MAQUIADOR PROFISSIONAL

2.3.1 MAQUIAGEM SOCIAL / COMERCIAL

Conhecida também como maquiagem sofisticada, de acordo com a


Universidade Anhembi Morumbi (2021), é o setor profissional mais conhecido e
atuado dentre os profissionais. São maquiagens voltadas à eventos sociais, como
festas de aniversário, formaturas, casamentos, eventos corporativos, dentre outros. O
18

desenvolvimento dessas maquiagens envolve a combinação de cores, nuances,


texturas, e estilos de acordo com a individualidade do cliente, estes que podem ser
mulheres, homens e crianças.
O profissional atuante geralmente trabalha em salões de beleza, em casa,
atendimento à domicílio, ou em seu próprio ateliê, conforme descrito na plataforma da
Beauty 4 Share.

2.3.2 MAQUIAGEM PARA CINEMA E TELEVISÃO

Nessa área, o profissional pode atuar dentro de novelas, seriados, filmes, ou


até telejornais. O grande desafio para estes profissionais é desenvolver um trabalho
de alta qualidade, principalmente devido às câmeras de alta definição, de acordo com
o Beauty 4 Share. Dentro desta área, a maquiagem naturalista é a mais explorada,
que deve ser uma maquiagem o mais natural possível, sem que se alterem os traços
naturais dos atores, de acordo com o maquiador Marcio Desideri (2016), artista
plástico e maquiador profissional. O maquiador aponta ainda que para atingir tal
naturalidade, o uso de maquiagens HD de Airbrush é bem explorado. Ademais, para
atuar neste segmento, é imprescindível que o maquiador possua técnicas alinhadas
ao conhecimento de jogos de cores e iluminação.
Além disso, dependendo do contexto inserido, pode ser exigido o conhecimento
da maquiagem de efeitos especiais para a caracterização de personagens, como por
exemplo deixar um ator careca, envelhece-lo, criar um machucado ou até mesmo criar
personagens do mundo fictício.

2.3.3 MAQUIAGEM CÊNICA

Assim como na maquiagem para cinema e tv, o profissional que atuar na


criação de maquiagens para palcos deve ter conhecimento técnico de iluminação, de
cores, e de contrastes. Dentro do meio teatral, a técnica mais utilizada é a de
contrastes, com o jogo de luz e sombra, através dos pontos de contornos e iluminação.
Isso se deve à distância entre a plateia e os atores, de acordo com Marcio Desideri
(2010).
19

2.3.4 MAQUIAGEM ARTÍSTICA

A maquiagem artística além de poder entrar na categoria de televisão, cinema


e cênica, ela envolve também festas e eventos temáticos, além de maquiagens para
circo e recreação infantil. (Universidade Anhembi Morumbi, 2021)
O profissional que atuar neste meio deve ter um conhecimento muito amplo,
devido aos diversos tipos de materiais que este pode se deparar, como tintas, látex,
próteses, pigmentos puros, airbrush, dentre outros. (Beauty 4 Share)
Além disso, o maquiador também pode fazer criação de cosplays e
caracterização de personagens, algo que vem sendo muito explorado nos perfis de
mídias sociais de maquiadores profissionais, como forma de divulgação do trabalho.

2.3.5 MAQUIAGEM DE MODA E PUBLICIDADE

Este setor demanda bastante de profissionais da maquiagem, visto que são


essenciais para que as produções ocorram. Contudo, o maquiador que trabalha neste
segmento deve ser criativo e ser muito antenado nas tendências. Além disso, por
envolver câmeras, seja em editoriais, campanhas de marca ou para passarelas, o
trabalho deve ser impecável, devido à resolução de alta qualidade dos equipamentos.
(Beauty 4 Share)
Dependendo do contexto em que o profissional estiver trabalhando, a
maquiagem pode seguir uma linha mais naturalista (normalmente em campanhas de
marca), ou podem seguir uma linha mais conceitual, na qual cada item desenvolvido
na maquiagem tem um motivo e expressa algum significado.

2.3.6 BODYPAINTING

De acordo com a Universidade Anhembi Morumbi (2021), a técnica de


bodypainting envolve pinturas corporais e de estruturas anatômicas. Além disso, há
vários concursos de bodypainting com o intuito de divulgar o trabalho de maquiadores
profissionais.

2.3.7 AULAS E CONSULTORIAS

Além de todas as áreas colocadas em discussão, o maquiador profissional


pode atuar também na área da educação, ministrando cursos próprios de
20

automaquiagem ou maquiagem profissional, workshops ou atuando em alguma escola


profissionalizante.
O profissional também pode prestar consultorias ou trabalhar em parceria com
empresas ou para marcas de maquiagem, auxiliando na criação de produtos para
lançá-los no mercado.

Figura 4 - Tipos de maquiagem.

Fonte: Adaptado pela autora.

2.3.8 ÁREAS PROFISSIONAIS ADJACENTES: FOTOGRAFIA E MODELOS

De acordo com Ito, Souza e Carneiro (2008) apud Camargo (1997), a fotografia
é a escrita da luz. A fotografia surge em 1826 e sua primeira funcionalidade se dá
mediante o registro de objetos históricos. Posteriormente, esta se torna também uma
21

forma de representação artística, principalmente após a Revolução Industrial (1760-


1840).
Contudo, com a era digital, a fotografia ganhou força, devido a popularização
das redes sociais (Recuero e Rebs, 2010). Diante deste cenário, contas profissionais
utilizam deste recurso para divulgar seus trabalhos, muito utilizado dentro do campo
da maquiagem, haja vista ser um trabalho visual.
Além disso, outro campo que surge dentro deste contexto são os modelos de
fotografia para maquiagem. Devido à demanda, cursos são oferecidos para este novo
segmento profissional que têm ficado gradativamente mais popular. Como exemplo,
na cidade de Campo Grande há o Make Up Model Workshop e o Beauty Academy
que oferecem tais cursos.

2.4 NEUROARQUITETURA E A EDUCAÇÃO

2.4.1 CONTEXTUALIZANDO A NEUROARQUITETURA

Segundo Alison Whitelaw (2012) a qualidade do ambiente construído pode


afetar o desempenho do cérebro. Solís e Herrera (2017) afirmam que o vínculo entre
a arquitetura e a mente já é algo muito antigo e pôde ser notado em diferentes culturas.
As distribuições dos espaços já eram pensadas a fim de induzir alguns estados de
consciência nas pessoas. Alguns exemplos são a arquitetura religiosa e a arquitetura
carcerária, que utilizam da arquitetura para passar as sensações desejadas aos
usuários, sejam elas positivas ou negativas. Além disso, Marcos Vitrúvio (80 a.C. - 15
a. C.) mediante a Tríade Vitruviana apresentava que a arquitetura possui três
elementos fundamentais (firmitas, utilitas e venustas) que se relacionam com a
estabilidade, a funcionalidade e a beleza. A partir destas questões levantadas, surgem
novas formas de pensar a arquitetura e como estes edifícios podem refletir nas
sensações e ações.
Jonas Salk foi um grande contribuinte para as primeiras análises da relação
entre a fisiologia do ser humano e a arquitetura. A partir de uma experiência vivida,
Salk se associou ao arquiteto Louis Kahn para construir o Instituto Salk, localizado em
San Diego (Califórnia), considerado o primeiro benchmarking* da neuroarquitetura.
Contudo, foi apenas em 1998 que de fato descobriram a relação existente entre a
arquitetura e a fisiologia humana. Fred H. Gage juntamente com Peter Eriksson
descobriram que o cérebro humano é capaz de produzir novas células nervosas
(neurônios) e que este fator é facilitado quando o indivíduo está contextualizado em
22

um ambiente estimulante. Gage afirma então que as mudanças do entorno são


capazes de mudar o cérebro, o que consequentemente afeta o comportamento
humano.
A partir disso, em 2003 surge a Academia de Neurociência para Arquitetura
(ANFA), localizada em San Diego, Califórnia. Saez (2014) opina que apesar de a
neuroarquitetura ser um conceito novo, seria de suma importância levar em
consideração tais conceitos ao projetar, visto que mais de 90% do dia o ser humano
encontra-se inserido dentro de um edifício. Eve Edelstein (2014) conceitua a
neuroarquitetura como uma ciência que considera como cada aspecto arquitetônico
poderia influenciar determinados processos cerebrais, como o estresse, a emoção e
a memória.
Conforme Heller (2012), há 60 anos atrás um terço da população mundial vivia
em cidades (em média, 33% da população), enquanto que atualmente o meio urbano
abriga pelo menos metade da população. Especialistas estimam que em 2050, 70%
da população mundial estará habitada dentro do contexto urbano. Além disso, estudos
da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que em 2050 duas a cada três
pessoas viverão em uma metrópole, o que é um dado preocupante se não for levado
em consideração. Vários estudos indicam que a memória, a capacidade de
concentração e atenção são afetadas negativamente dentro do meio urbano.
Ademais, pessoas que vivem em grandes cidades são mais suscetíveis a
apresentarem níveis mais altos de ansiedade, depressão, estresse crônico e
transtornos mentais, comparado com quem vive no campo, visto que nas cidades as
pessoas são expostas a cheiros, ruídos, tráfego, poluição, espaços estreitos e
confinados, dentre outros.
A ANFA traz três fatores chaves que podem melhorar os espaços. A primeira
delas é a continuidade do espaço-tempo. Este tópico se baseia na teoria de que no
cérebro, especificamente na região do hipocampo, há neurônios que são ativos
quando o ser humano entra em contato com um lugar específico já frequentado. Tais
espaços são capazes de projetar focos temporais para os usuários, visto que cada
história particular de cada ser humano traz a tona o conceito de place-identity ou
place-attachment tratado por Moser (1998), e Cavalcanti e Elali (2001)
respectivamente, na qual significam literalmente espaço-identidade e espaço-apego.
Esses conceitos dizem respeito às relações simbólico-afetivas inerentes ao
relacionamento pessoa-ambiente.
23

Segundamente, há a percepção espacial. Este ponto é fundamental no


momento de projetar, visto que um ambiente pode acionar gatilhos positivos ou
negativos para os usuários. E por fim, o terceiro tópico se relaciona com a iluminação,
especificamente a natural. A iluminação é um aspecto vital para a existência do ser
humano, e um ambiente com uma iluminação inadequada pode ocasionar aspectos
negativos nos usuários. Um ponto importante tratado é que é de suma importância
que uma pessoa esteja exposta por 2 mil lux por pelo menos uma hora ao dia, em
média, visto que a falta da mesma pode ser um gatilho para a depressão.

2.4.2 A NEUROARQUITETURA COMO ESTRATÉGIA EM AMBIENTES DE


APRENDIZAGEM

O processo de aprendizagem é um assunto emergente desde a antiguidade


discutido entre os filósofos e é pauta até os dias atuais entre educadores, pedagogos
e psicólogos. McWhinney e Markos (2003) e Robinson (2015) definem que a
aprendizagem é o processo de adquirir conhecimento e habilidades. Schunk (2012)
diz que a aprendizagem é um meio de se adquirir e modificar crenças, estratégias,
atitudes e comportamentos. O psicólogo educacional relaciona seu estudo mediante
o conhecimento através da criação do mesmo e a relação com o ambiente, pautada
em duas vertentes: racionalismo e empirismo.
No que tange o racionalismo, Platão (428-348 a.C) acreditava que as ideias
das pessoas são inatas, ou seja, nascem no intelecto e que as mesmas descobrem a
partir da racionalização, pelo exercício da mente. Descartes (1596-1650) também era
um filósofo racionalista, mas além disso postulava sobre o exercício da dúvida, o que
levaria para o conhecimento real, em sua teoria.
Em contrapartida, o empirismo tem como base a aquisição do conhecimento
através dos sentidos e da percepção. Aristóteles (384-322 a.C.) acreditava que o
conhecimento era adquirido através da percepção e associação com o ambiente. John
Locke (1632-1704) defendia que todo conhecimento tinha origem nas impressões
sensoriais ou percepções pessoais. George Berkeley (1685-1753) tinha como crença
o conhecimento através das experiências.
Apesar de duas colocações distintas, McWhinney e Markos (2003) postulam
que não há uma forma correta de se adquirir o conhecimento, mas que há diferentes
formas que se relacionam ao resultado que se deseja alcançar. Brooks e Brooks
24

(1999) traz que a aprendizagem é complexa e dinâmica. O conhecimento é


dependente então da compreensão particular do mundo externo (relacionado à
qualidade do ambiente).
Para Edgar (2012) e Meirelles e Oliveira (2013) a aprendizagem não se dá
como um fenômeno isolado, mas age dentro de um conjunto, como a conexão ou
sujeição ao meio que cerca o indivíduo: fatores emocionais, neurológicos, relacionais
e ambientais.
A arquitetura escolar no Brasil se dá por um grande reflexo da arquitetura
escolar da Europa. Segundo a Fundação para o Desenvolvimento da Educação
(FDE), “[...] desde o século XIX, vários órgãos do poder público foram responsáveis
pelo planejamento, construção e manutenção dos estabelecimentos de ensino no
Brasil, com várias tentativas de se traçar diretrizes ou ‘padrões’ para a construção das
edificações escolares”. Anteriormente de se tornarem edifícios, as escolas
funcionavam em locais inapropriados. (MENDES e GONÇALVES, 2000;
NASCIMENTO, 2012)
Foi apenas a partir do Estado Novo, ao fim da década de 30, com a criação do
Ministério da Educação e Saúde, que os espaços educacionais começaram a ganhar
relevância, levando-se em consideração a iluminação, a ventilação, as instalações
sanitárias e até mesmo a estética. Contudo, as normas para estes ambientes são
efetivadas apenas no ano de 1976, pela Companhia de Construções de São Paulo
(Conesp). A partir disso, segundo Kowaltowski (2011, p. 91), “Os arquitetos
procuravam soluções adequadas a cada local e a cada situação, pelo sistema de
padronização, que definia dimensões, processos e materiais”.
Francisco Mora (2013), especialista em neuroeducação, afirma que por trás
dos conceitos científicos que demonstram tais influências no cérebro humano, há
também as emoções e seus efeitos no comportamento humano. Os primeiros estudos
relacionando as três ciências citadas (neurociência, arquitetura e educação) são
encontrados nos Estados Unidos da América, na cidade de San Diego, na qual é
fundada a Academia de Neurociência Para Arquitetura (ANFA). Gradualmente,
surgem estudos na América Latina e a partir do século XXI, há um crescente
desenvolvimento na Espanha.
Para Perkins (1957), o arquiteto deve pensar nos futuros usuários do edifício.
Quando o profissional tem esta visão, o profissional da construção civil pode criar uma
ferramenta para o professor e criar uma expansão da abordagem educacional.
25

Rodríguez et al. (2016), afirma que dentre os estudos realizados em algumas escolas,
há várias críticas relacionadas à arquitetura incompatível com os espaços
educacionais e metodologias aplicadas. Para Saura, Muntañola, Méndez e Béltran
(2016), a arquitetura e o urbanismo têm que deixar de ser um instrumento técnico e
financeiro para se transformar em um instrumento educacional e de transmissão
cultural.
Adams Becker, Freeman, Hall, Cummins e Yuhnke (2016), investigadores do
relatório que investiga sobre o redesenho de espaços de aprendizagem, colocam em
pauta a necessidade de otimizar o investimento econômico que se realiza na
construção das escolas e romper com o modelo arquitetônico clássico, cujo consiste
no posicionamento das carteiras estudantis em filas direcionadas ao professor.
Assim sendo, para desenvolver os projetos educacionais e cumprir os objetivos
das pedagogias atuais, é necessária uma nova organização espacial, visto que as
novas metodologias abordam atividades de aprendizagem cooperativa e autodirigida,
diferente do que ocorre até atualmente, em que o aluno é o elemento ativo e o espaço
o elemento passivo, de acordo com Lippmann (2010).
Estudos relacionados à neuroeducação também apontam que o ambiente pode
não ser colaborativo com o desempenho mental caso o ambiente não apresente
conforto, possua estímulos distrativos ou até mesmo abranjam poucos estímulos
adequados às atividades (Mora, 2013). Ou seja, o processo de aprendizagem está
diretamente relacionado aos espaços e a adequação dos mesmos mediante as
atividades. (BERGSAGEL et al., 2007; TAYLOR, 2009; FRANÇA, 2011;
KOWALTOWSKI, 2011; LEIRINGER e CARDELLINO, 2011; BARRET, 2016). Montiel
(2017) afirma que a arquitetura escolar moderna, quando estudada a partir de
estratégias da neurociência, afasta a imagem de um centro escolar carcerário.
Souza (2018) aborda em seu trabalho autores que tratam sobre as múltiplas
inteligências (MIs) existentes. Gardner (2006) considera que “a inteligência se
relaciona a habilidade de resolver problemas e criar produtos como respostas dentro
de uma cultura ou comunidade.” Este autor divide as MIs em sete categorias, e a
autora trouxe mais duas a partir de reflexões acerca do assunto. Assim sendo, obtém-
se: (1) Verbal-linguística, (2) Lógico-matemática, (3) Musical, (4) Corporal-cinestésica,
(5) Visual-espacial, (6) Interpessoal, (7) Intrapessoal, (8) Naturalista e (9) Existencial.
A partir das sete MIs, Lippman (2003) elabora mais 18 Modalidades de
Aprendizagem (MAs). Tais modalidades servem de direcionamento para se obter um
26

bom projeto no que tange a atividade realizada em cada ambiente, a fim de atender
as necessidades exigidas. Diante disso, a autora criou uma tabela propondo tipos de
layouts relacionados às atividades de cada ambiente.

Figura 5 - Layouts relacionados às atividades dos ambientes.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) a partir de Lippmann (2003)

Souza (2018) relaciona em seu trabalho o estudo realizado por Lippmann e por
Gardner a fim de traçar os tipos de ambientes de aprendizagem mais adequados para
cada perfil.
27

Figura 4 - Quadro relacionando as MIs com as MAs de acordo com as características pessoais e
ambientais traçadas.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) a partir de Armstrong (2009)

Para Pearlman (2011), a solução para os espaços educacionais do século XXI


é a concepção de ambientes que apresentem dinâmica e adaptação, que estão
relacionados à tecnologia de construção aplicada. Conforme os novos modelos, o
conceito de corredor, por exemplo, é alterado de área de circulação para áreas de
relacionamento e aprendizagem informal.
28

Figura 6 - Parâmetros de projeto.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) com base em Nair, Fielding e Lackney (2013); Kowaltowski
(2011) e Deliberador (2016)
29

Figura 7 - Parâmetros de projeto.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) com base em Nair, Fielding e Lackney (2013); Kowaltowski
(2011) e Deliberador (2016)
30

Figura 8 - Parâmetros de projeto.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) com base em Nair, Fielding e Lackney (2013); Kowaltowski
(2011) e Deliberador (2016)
31

Figura 9 - Parâmetros de projeto.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) com base em Nair, Fielding e Lackney (2013); Kowaltowski
(2011) e Deliberador (2016)
32

Figura 10 - Parâmetros de projeto.

Fonte: Larissa Negris de Souza (2018) com base em Nair, Fielding e Lackney (2013); Kowaltowski
(2011) e Deliberador (2016)

Amann (2016) enfatiza que não se trata apenas de condições ambientais


ideais, relacionadas à temperatura, ventilação, luz, som, cores, materiais, mas a
combinação destes elementos a fim de alcançar um “microclima propício à
33

aprendizagem: estimulante, surpreendente, confortável e familiar. França (2011)


destaca também a importância da consideração do microclima e do entorno como
etapas iniciais do processo de projeto.
Como ferramenta de estudo a psicologia ambiental entra como uma das
vertentes estudadas dentro da neuroarquitetura. Tal ciência avalia a importância dos
estímulos do meio ambiente e a percepção dos mesmos no ser humano, que estão
diretamente relacionados ao bem-estar e à qualidade de vida (Galán, 2009).
Montiel (2017) aborda sobre o conceito de design thinking que se conceitua por
ser uma abordagem mais humanizada a fim de envolver todos os agentes da
comunidade que proponham soluções projetuais para os espaços em questão.
Mokhtar, Jiménez, Heppell e Segovia (2016) expõem questões didáticas que facilitam
a contextualização da arquitetura escolar (associada diretamente ao conceito de
design thinking) através da psicologia ambiental (1), dos impactos das condições
físicas na aprendizagem (2), das contribuições da neuroarquitetura, biofilia e ciência
comportamental (3), do sentido emocional do ambiente (4), das proporções dos
espaços (5), da iluminação do entorno (6), e da localização e relação com o exterior
(7).

3 ANÁLISE DE OBRAS CORRELATAS

3.1 PRECEDENTE PLÁSTICO - CENTRO ADMINISTRATIVO MUNICIPAL


DE SÃO CAETANO DO SUL

Como precedente plástico, optou-se pelo Centro Administrativo Municipal de


São Caetano do Sul, com um programa de 20.000 m², realizado pelo escritório
Carolina Penna. A escolha do edifício se dá por suas linhas retas, janelas em fitas
(que muito se remete ao minimalismo), uso de brises e jardins verticais.

Figura 11 - Maquete física do edifício, com ênfase na fachada principal


34

Fonte: Carolina Penna. Centro Administrativo Municipal. Disponível em:


http://www.carolinapenna.com/cetam. Acesso em: 05 de abr. de 2021

Figura 12 - Maquete física do Centro Administrativo Municipal e seu entorno.

Fonte: Carolina Penna. Centro Administrativo Municipal. Disponível em:


http://www.carolinapenna.com/cetam. Acesso em: 05 de abr. de 2021
35

3.2 PRECEDENTE TECNOLÓGICO - WELCOME, FEEL AT WORK

O edifício projetado por Kengo Kuma tem como conceito principal o uso da
biofilia, e seu uso está direcionado para espaços de trabalho. O projeto se insere na
antiga zona industrial desativada, no Parco Lambro de Milão.

Figura 13 - Fachada principal do edifício Welcome feel at work.

Fonte: Archdaily. 2021. Edifício biofílico de Kengo Kuma em Milão começa a ser construído.
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/958625/edificio-biofilico-de-kengo-kuma-em-milao-
comeca-a-ser-construido?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 05 de abr.
de 2021

Por ter bases biofílicas, o Welcome, feel at work possui um grande foco na
sustentabilidade também (que está diretamente ligada à biofilia), sendo um edifício
neutro em emissões de carbono, alimentado por fontes de energias renováveis,
através da captação de energia solar e reaproveitamento de água. No que tange às
técnicas construtivas a serem utilizadas, o edifício é principalmente em madeira, aço,
vidro e será construído sobre fundações de concreto, “combinando alta eficiência e
sustentabilidade em uma estrutura leve, orgânica e moderna." (ARCHDAILY, 2021).
36

Figura 14 - Pátio interno do edifício Welcome, feel at work.

Fonte: Archdaily. 2021. Edifício biofílico de Kengo Kuma em Milão começa a ser construído.
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/958625/edificio-biofilico-de-kengo-kuma-em-milao-
comeca-a-ser-construido?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em 05 de abr.
de 2021

3.3 PRECEDENTE FUNCIONAL - CENTRO DE FORMAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DE SÃO CAETANO

Desenvolvido pelo escritório de arquitetura Carolina Penna, localizado na


cidade de São Caetano do Sul, no Brasil, o Centro de Capacitação possui um caráter
público. Não possui apenas um caráter, mas o edifício por si só reflete isso em seu
37

arquitetônico, com a concepção de espaços de uso coletivo, além de ter abdicado


parte do lote para a criação de passeios e praças externas.
O edifício foi concebido a fim de formar educadores e provocar discussões
relacionadas à educação. Para isso, foram criados espaços para estudos, diálogos,
encontros e debates. No que tange à implantação, o projeto foi dividido em dois
blocos, um relacionado a eventos e outro às atividades didáticas.

Figura 15 - Fachada posterior do bloco de atividades didáticas.

Fonte: Archdaily. 2011. Centro de Formação dos Profissionais da Educação de São Caetano do Sul/
Carolina Penna. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-16708/centro-de-formacao-dos-
profissionais-da-educacao-de-sao-caetano-do-sul-carolina-penna. Acesso em 05 de abr. de 2021.
38

Figura 16 - Implantação e corte do Centro de Formação dos Profissionais


da Educação de São Caetano.

Fonte: Archdaily. 2011. Centro de Formação dos Profissionais da Educação de São Caetano do Sul/
Carolina Penna. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-16708/centro-de-formacao-dos-
profissionais-da-educacao-de-sao-caetano-do-sul-carolina-penna. Acesso em 05 de abr. de 2021.

4 INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE

O terreno escolhido para a concepção do anteprojeto se localiza no bairro


Jardim dos Estados, na região do Centro, no loteamento Clara Goldman, mais
precisamente situado em meio de quadra com acessos através das Ruas Piratininga
e Da Paz. O bairro tem como adjacentes Santa Fé, Cruzeiro, Centro, Bela Vista e
Chácara Cachoeira.
A escolha do local se deu primeiramente diante do desejo de usufruir de um
vazio urbano, visto que há muitos lotes nesta situação sem nenhuma função social na
cidade. Ademais, mediante análise de instituições educacionais e de
estabelecimentos relacionados à área da beleza, notou-se a presença destes pontos
nas proximidades do bairro selecionado. Por fim, levou-se em consideração a
dimensão do lote, os acessos, a infraestrutura e como tal edificação pode modificar a
paisagem urbana existente.
39

5 VAZIOS URBANOS

Borde (2012) citado por Beltrame (2013) afirma que a expressão “vazios
urbanos” faz referência à “ausência, ausências de múltiplas ordens associando-se, a
princípio, às descontinuidades, a espaços residuais no tecido urbano, atribuídos ao
processo capitalista permanente de construção e reconstrução da cidade”. Beltrame
(2013) ainda diz que é um espaço relacionado ao incômodo gerado por expectativas
e possibilidades de um espaço urbano sem um conteúdo social, como prevê o Estatuto
da Cidade.
Ademais, Sousa e Barbosa (2019) dizem que os vazios urbanos sempre estão
alocados em regiões onde “há infraestrutura urbana, ou ainda onde existe a existe a
eminência de sua implantação”. Essa configuração urbana muita das vezes se dá
mediante o fenômeno de especulação imobiliária que ocorre em situações de
aquisições de imóveis a fim de venda ou de aluguel, com a intenção de uma futura
valorização no mercado imobiliário.
Os lotes mais visados a este tipo de empreendimento são terrenos mais
afastados da região central (com boa infraestrutura), gerando um grande vazio no
meio. Por fim, a população que possui uma renda per capita mais baixa tem a
necessidade da busca por lugares de custo mais baixo, e desta forma são alocados
em regiões mais afastadas ainda, muitas vezes em situações precárias e de risco
devido aos locais de moradia inapropriadas. (SOUSA E BARBOSA, 2019)
De acordo com a Lei complementar n° 341 de 4 de dezembro de 2018, define-
se vazios urbanos:

“é o conjunto de lotes ou glebas particulares localizados no perímetro urbano


que não cumprem a função social, consideradas as características de
localização, infraestrutura disponível, acesso, abandono, não utilização ou
subutilização dos imóveis, excluindo as áreas de interesse ambiental.” (Lei
Complementar n° 341 de 4 de dezembro de 2018, p. 21)

Ademais, ainda de acordo com o Plano Diretor de Campo Grande, o terreno


trabalhado se insere dentro da Macrozona 1, na qual conforme o artigo 21, parágrafo
1° “será estimulado o adensamento e a compactação populacional, a ocupação de
áreas e lotes vazios ou subutilizados [...]” (Lei n° 341 de 4 de dezembro de 2018, p.
3).
O bairro escolhido para a implantação do projeto possui aproximadamente
1.582.156,14 m² e aproximadamente 148.000,00 m² de vazios urbanos, de acordo
40

com dados do SISGRAN, o que resulta em aproximadamente 10% do bairro sem


função social. Abaixo segue levantamento feito através do SISGRAN:

Figura 17 - Mapa Jardim dos Estados com vazios urbanos.

Fonte: SISGRAN. Adaptado pela autora.

6 LEVANTAMENTO

Quanto ao espaço, diante de dados extraídos da Mapoteca de Campo Grande


(MS), o projeto contemplará o uso de dois lotes (14B e 10A, conforme imagem abaixo),
contudo, mediante estudo a partir de satélites do Google Earth, e de levantamento do
próprio local, parte do lote 14B se encontra em uso. Dessa forma, dentre 5.206,50 m²
somados entre os lotes, fará-se uso de 4.713 m² disponíveis.
41

Figura 18 - Loteamento Clara Goldman.

Fonte: Mapoteca. Adaptado pela autora.

Figura 19 - Localização com ênfase no terreno.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

No que se refere aos usos adjacentes, a região possui edifícios de usos


residenciais, corporativos e comerciais predominantemente. Além disso, fez-se um
levantamento de empreendimentos relacionados à área da beleza e de instituições de
42

educação superior e técnica, conforme figura 20. Os pontos em vermelho indicam os


empreendimentos da área de cosmetologia e o azul, uma instituição de ensino
superior.

Figura 20 – Levantamento empreendimentos da área da beleza e instituições educacionais.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

Mediante a mobilidade urbana, no que se refere aos dados apontados pelo


Sistema Municipal de Indicadores de Campo Grande (SISGRAN), levantou-se que as
ruas Piratininga e da Paz são ruas coletoras que conforme definição do Departamento
de Trânsito (DETRAN), são “destinadas a coletar, interceptar e distribuir o trânsito que
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade”. Ou seja, são vias que
possibilitam o trânsito nas regiões da cidade, e tem como característica a velocidade
permitida de 40 km/h.
Ademais, a rua Alagoas e Avenida Ceará, na qual a primeira se encontra
adjacente à quadra do lote e a Ceará a uma quadra do lote, são definidas por serem
ruas arteriais, definidas como vias caracterizadas por interseções “em nível,
geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade direta aos lotes lindeiros e
às vias coletoras e locais, possibilidade o trânsito entre as regiões da cidade”. Se
diferencia da anterior por serem vias de um trânsito mais rápido (60 km/h) e por se
43

traçarem entre as regiões da cidade, possibilitando o caminho para este acesso de


uma região à outra.

Figura 21 - Hierarquia viária.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

No que diz respeito à escala do pedestre, foram pontuados três pontos de


ônibus próximos ao terreno (conforme figura 22), o que possibilita o acesso facilitado
ao público.
44

Figura 22 - Mobilidade urbana.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

O local ainda não é provido de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. A ciclovia mais


próxima se localiza na Avenida Afonso Pena a 450 metros do lote abordado, o que
ainda é um aspecto positivo para quem opta por este meio de transporte.
45

Figura 23 - Estudo de Massas.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

Figura 24 – Estudo de Massas em Perspectiva.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

Quanto ao estudo de massas, é notável que o lote em questão não possui


nenhum tipo de vegetação arbórea em sua área, apenas no limite da rua Piratininga.
Ademais, quanto às volumetrias já existentes, os edifícios em sua maioria são térreos,
alguns possuem dois ou três andares, e dentro dos limites estudados, pontuou-se dois
prédios, na qual um é residencial, e o outro corporativo (mais próximo ao lote em
estudo).
Figura 25 – Estudo Solar
46

Fonte: 3D Sun Path. Adaptado pela autora.

Figura 26 - Estudo Bioclimático.

Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

Ao que diz respeito do estudo solar, adotou-se como parâmetro o período de


fim de tarde (16:30 horas), o mais crítico para a cidade de Campo Grande que tem
predominância de altas temperaturas. Nota-se que o terreno sofre mais exposição
solar neste período no verão e na primavera. No período de inverno, pouco se tem de
insolação no terreno neste horário, principalmente pelo prédio corporativo que se
encontra aproximado do lote.
Além disso, verifica-se que na cidade de Campo Grande, os ventos
predominantes têm sentido sudoeste-nordeste, como apontado no diagrama acima,
na qual 11,28% dos ventos têm de 2-4 m/s de velocidade, conforme dados do
Projeteee, do ano de 2016.
47

Referente à infraestrutura local, este é respaldado por abastecimento de água


potável, coleta de esgoto, vias asfaltadas e rede de gasoduto presente em algumas
vias, incluindo a Rua da Paz.
Quanto à topografia, foi levantado que há sete curvas de nível presentes no
terreno, este tendo uma inclinação de 6,85% longitunalmente e de 8,33%
transversalmente. Abaixo segue a implantação do terreno com a presença das curvas
e um diagrama para maior percepção visual de estudo do mesmo.

Figura 27 – Levantamento topográfico existente

Fonte: SISGRAN. Adaptado pela autora.

Mediante informações técnicas quanto a drenagem local, a carta de drenagem


de Campo Grande indica que o lote em questão se insere no Grau de Criticidade IV,
que pontua os seguintes problemas para a região: alagamentos, inundações e
enchentes em vários pontos; sistema de microdrenagem insuficiente em vários
pontos; bocas-de-lobo assoreadas, com localização e distribuição irregular; e
ocorrência de ligações clandestinas de esgoto. A partir destas informações, deve-se
trabalhar de forma a contribuir com alguma melhoria quanto à drenagem.
Além disso, a Carta Geotécnica da cidade classifica os lotes inseridos na
Unidade Homogênea I, e pontua o relevo da região como colina, definindo da seguinte
forma: áreas praticamente planas; suaves onduladas; declividades variando de 0 a
15%. Mediante estudo topográfico, o terreno em questão possui uma declividade de
6,85% longitudinalmente e de 8,33% transversalmente. Os problemas mencionados
pela carta são: Dificuldades localizadas com fundações profundas; Dificuldades na
48

absorção de efluentes por fossas sépticas nas áreas com solo de textura argilosa;
Ocorrência de poluição de poços rasos; Alagamentos localizados em funções das
dificuldades de escoamento de águas pluviais e servidas nas áreas urbanizadas de
baixa declividade (menor que 3%).
Em relação à população do bairro, foram levantados dados pelo Perfil
Socioeconômico de Campo Grande do ano de 2010 e verifica-se as seguintes
características nos mesmos:

Quadro 1 - População do bairro Jardim dos Estados.

Item Quantidade
População (2010) 3655
População Masculina 1710
População Feminina 1945
N° de Domicílios particulares permanentes 1246
Idade Média 39,14
Taxa média de crescimento (2007-2010) -2,93
Média de moradores 2,93
Densidade demográfica 21,64

Fonte: PLANURB. Adaptado pela autora

Além disso, o bairro é apontado como um dos bairros com maior rendimento
nominal médio mensal em salários mínimos (mais de 5 salários mínimos), e o décimo
em bairros com mais domicílios particulares do tipo apartamento.

7 LEGISLAÇÃO

No que se refere à legislação vigente que se aplica aos lotes em estudo, os


mesmos encontram-se inseridos na Zona 1 do município de Campo Grande, de
acordo com a Lei Complementar n° 341/2018. As categorias de uso permitidas no
terreno são: Residencial, comércio varejista, comércio atacadista, serviços, industrial,
loteamento e especial; sendo o porte do projeto em questão classificado como S18.
Tal descrição abrange edifícios dos seguintes portes: universidade, curso de ensino
superior, centro de ensino superior. Os índices urbanísticos são:

Quadro 2 - Índices Urbanísticos.


49

Índices Urbanísticos
Aplicados ao Lote
Itens Coeficientes (m²)
Taxa de Ocupação
Térreo e 1° pavimento 0,70 3.299,1 m²
Demais Pavimentos 0,50 2.356,5 m²
Coeficiente de aproveitamento mínimo 0,10 471,3 m²
Coeficiente de aproveitamento básico 4,00 18.852, m²
Coeficiente de aproveitamento máximo 5,00 23.565, m²
Índice de Elevação Livre -

Fonte: SISGRAN. Adaptado pela autora.

Ademais, a Lei n° 341/2018 prevê que os lotes e recuos mínimos para a zona
em questão são:

Quadro 3 - Lotes e Recuos Mínimos.

Lotes e Recuos Mínimos


Itens Coeficientes
Área 250,00
Testada Esquina (m) 15,00
Testada Meio de Quadra (m) 10,00
Térreo e 1° Pavimento - Livre
Frente
Demais Pavimentos - 5,00
Térreo e 1° Pavimento - Livre
2 < Índice de Elevação < 6 - h/6
(mínimo 3,00)
Lateral e Fundos 6≤Índice de Elevação<12 - h/8
(mínimo 3,00)
Índice de Elevação ≥12 - h/10
(mínimo 5,00)

Fonte: SISGRAN. Adaptado pela autora.

O art. 25 da Lei n° 341/2018 explana que as Zonas Ambientais têm como


objetivo o apoio à gestão ambiental e ordenamento. Dessa forma, o terreno em
questão se insere na ZA 1, esta que possui uma taxa de relevância ambiental de 36%,
e prevê a taxa de permeabilidade mínima de 20%.
50

8 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades partiu da base de estudos de escolas


profissionalizantes, de seriados sobre a temática e principalmente a partir da grade do
curso superior de Estética com ênfase em Maquiagem, oferecido pela Universidade
Anhembi Morumbi.
Além disso, dividiu-se o programa em seis setores: externo, administrativo,
banheiros, serviço, escola e apoio. A partir disso, relaciona-se os itens que
abrangeriam cada setor e pontua-se o pré-dimensionamento para cada ambiente,
totalizando em um programa de 1.473,00 m².

Quadro 4 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento.

PROGRAMA DE NECESSIDADES
SETORES ESPAÇOS M² QUANTIDADE M² TOTAL
Estacionamento Carros 13m² 30 392m²
EXTERNO
Estacionamento Carros PNE 18m² 3 54m²
Recepção 42m² 1 42m²
Administrativo 8m² 1 8m²
Tesouraria 4m² 1 4m²
ADMINISTRATIVO Secretaria 7m² 1 7m²
Direção 8m² 1 8m²
Financeiro 8m² 1 8m²
Monitoramento 8m² 1 8m²
Banheiro Feminino 16m² 2 32m²
BANHEIROS Banheiro Masculino 11m² 2 22m²
Banheiro PNE 4m² 3 12m²
Sala Funcionários 14m² 1 14m²
Banheiro 3m² 1 3m²
DML Térreo 3m² 1 3m²
DML Pavimento Superior 10m² 1 10m²
Restaurantes 10m² 3 31m²
Café 6m² 1 6,37m²
SERVIÇO
Praça Alimentação 125m² 1 125m²
Almoxarifado Loja 1 e 2 5m² 2 10m²
Almoxarifado Loja 3 6m² 1 6m²
Acesso-serviço 19m² 1 19m²
Sala de mídias 17m² 1 17m²
Sala Professores 29m² 1 29m²
Sala de aula 25m² 2 49m²
Sala de aula 20m² 2 39m²
ESCOLA
Sala de aula 28m² 1 28m²
Laboratório 1 21m² 1 21m²
51

Laboratório 2 19m² 1 19m²


Centro de Simulação 74m² 1 74m²
Biblioteca 35m² 1 35m²
Camarim 12m² 1 12m²
Área de descompressão 37m² 1 37m²
Corredor exposição 84m² 1 84m²
Sala de eventos 105m² 1 105m²
Estúdio de gravação (conteúdos internet) 12m² 2 23m²
APOIO
Estudio fotográfico 24m² 1 24m²
Loja 1 e 3 13m² 2 27m²
Loja 2 16m² 1 16m²
Espaço baby 17m² 1 17m²
TOTAL 82 1473m²

Fonte: Edição da autora.

A partir do estudo acima, concebeu-se o fluxograma abaixo:

Figura 28 - Fluxograma.

Fonte: Edição da autora.

9 CONCEITO

Mediante o mercado de beleza e cosméticos campo-grandense, no qual o


profissional maquiador é muito limitado em sua atuação, este projeto tem como intuito
contribuir com a mudança desse cenário e valorizar esse profissional. Desta forma,
analisou-se o funcionamento do prisma óptico estudado por Isaac Newton (1665). O
físico analisou que a luz branca, ao refratar em um prisma (definido como um sólido
criado a partir de um polígono e uma reta), se decompõe em sete cores do espectro
52

visível. Essa decomposição se dá a partir de duas faces planas e não paralelas que
ao receber a luz branca, separa tais espectros fazendo com que cada uma destas
sofra um desvio diferente.
Fazendo o uso de um prisma de vidro em formato triangular, diferente do que
outros haviam feito até então, em que faziam demonstrações apenas com os
espectros de luzes coloridos produzidos por um prisma, Newton (1665) fez análises
dos eventos da dispersão e da composição da luz branca, onde demonstrou que esta
luz (a mesma da luz emitida pelo Sol) é a composição de várias cores diferentes, hoje
conhecido como radiações monocromáticas. Através disto, Newton demonstrou que
a separação da luz branca em diferentes cores ocorria pelos diferentes desvios
sofridos dos componentes da luz ao atravessar o prisma de vidro devido ao fenômeno
físico denominado refração.
Foi a partir da observação de Newton sobre a refração das cores que surgiu o
círculo cromático. Este círculo contém doze cores, onde é possível visualizar as cores
primárias (vermelho, amarelo e azul), secundárias (laranja, verde e roxo) e terciárias
(vermelho-arroxeado, vermelho-alaranjado, amarelo-alaranjado, amarelo-
esverdeado, azul-arroxeado e azul-esverdeado), formadoras do espectro visível.
Figura 29 – Refração da luz no prisma

Fonte: SILVEIRA, 2015, p. 26.

As investigações sobre os fenômenos cromáticos levaram Newton à


compreensão da manifestação cromática nos objetos, em função da luz que
absorvem e refletem. Estudando os anéis alternados de franjas escuras e
claras, que são vistos numa película de ar existente entre uma superfície de
vidro plana e a parte convexa de uma lente plano-convexa de distância focal
grande (efeito conhecido como os Anéis de Newton), Newton obteve medidas
tão precisas que Thomas Young as utilizou, cem anos mais tarde, para
calcular os comprimentos de onda da luz. (SILVEIRA, 2015, p. 26).
53

Desta forma, assim como o prisma, o intuito do projeto é que os alunos entrem
igualmente na escola, mas possam traçar caminhos diferentes ao sair da instituição,
com o objetivo de abrir possibilidades para este público, que por muitas vezes não vê.
A partir do conceito, a volumetria do projeto reflete a ideia do prisma em sua
arquitetura, criando um contexto e também um volume imponente e chamativo para
quem visita e vê.

10 ANTEPROJETO

10.1 TOPOGRAFIA E IMPLANTAÇÃO

Para a concepção do estudo de anteprojeto, levou-se em consideração todas


as condicionantes colocadas neste trabalho, além de refletir o uso do terreno dentro
do formato disponível para uso. Dessa forma, buscou-se inserir os blocos
arquitetônicos a fim de formarem uma configuração que encaixasse no terreno,
formando este fluxo em “L”.
Figura 30 – Estudo de implantação no lote com recuos

Fonte: Autora.

Contudo, conforme apresentado no tópico 6, na figura 27, o desnível existente


é de sete metros, o que torna a implantação de qualquer empreendimento
desafiadora. Dessa forma, foi necessário fazer um estudo de terraplanagem desse
lote, sendo indicado movimentações como implantação de platôs, taludes, e ainda
fazendo uso de muros de arrimos, conforme indicado na figura 31 e 32.
54

Figura 31 – Diagrama de movimentação de terra

Fonte: SISGRAN. Adaptado pela autora.

Figura 32 – Estudo de movimentação de terra

Fonte: Autora.

Mediante tal estudo, segue o estudo de corte do lote, com indicações de seu
perfil atual e de sua proposta, indicados nas figuras 33 e 34.

Figura 33 – Corte AA Lote (Corte transversal)

Fonte: Autora.
55

Figura 34 – Corte BB Lote (Corte longitudinal)

Fonte: Autora.

Diante deste estudo, juntamente com a análise dos precedentes apontados,


sentiu-se a necessidade de atender a comunidade a partir da concepção deste
projeto. Conforme a ideia já apresentada no item 3.3, que discute sobre a
funcionalidade do projeto, para o projeto Prisma dedicou-se uma área para circulação
de pessoas e veículos, contemplação e descompressão dos usuários, de modo que
as pessoas possam circular entre as ruas Piratininga e Da Paz de forma convidativa
e segura. Abaixo segue a implantação condizente à figura 34.
56

Figura 34 – Implantação.

Fonte: Autora.

A fim de criar fluxos que não se chocassem no estudo, dividiu-se esses fluxos
em regiões diferentes no lote para exercício das atividades propostas. Abaixo segue
um diagrama indicando a setorização deste lote, além de indicar os acessos de
pedestres e veículos, nas figuras 35 e 36.

Figura 35 – Setorização do lote implantado.


57

Fonte: Autora.

Figura 36 – Acessos ao lote.

Fonte: Autora.

10.2 A NEUROARQUITETURA E A IMPLANTAÇÃO

Mediante estudo da implantação, setorizou-se parte dele como uma gentileza


urbana, sendo então voltado para os usuários particulares do edifício, mas também
para o público em geral do entorno. Dessa forma, todo o lote foi pensado nesse fluxo
de pessoas, sendo bem pavimentado, mantendo o mínimo de área permeável.
Primeiramente, implantou-se linhas orgânicas em todo o edifício, remetendo as
curvas presentes no meio natural, de modo geral. Assim sendo, partindo-se da
topografia, marcou-se esse movimento através da pavimentação em contrastes de
cores e texturas, através do uso dos pisos ecodrenos nas cores terracota e pêssego,
piso fulget, deck de madeira e áreas permeáveis. Ademais, tais curvas já fazem alusão
ao meio artístico da maquiagem, com um design mais fluido.
58

Figura 37 – Paisagismo

Fonte: Autora.
O uso de diferentes texturas e cores permite uma maior exploração dos cinco
sentidos do ser humano, sendo possível mudar a sua percepção do ambiente através
de estratégias ambientais. Dessa forma, um espaço que já contemplem
características que agradam as pessoas, devido tais estímulos, é um ganho positivo
para atrair público.
Além disso, fez-se uso da implantação das árvores Ipê-amarelo e Oiti,
vegetações arbóreas muito características da cidade de Campo Grande, criando
assim uma identificação regional entre as pessoas e o local.
Quanto à edificação, por ser um material único, optou-se por fazer uso de tal
na cor azul, devido aos seus benefícios já comprovados por estudos, conforme
Bencke (2011). O azul tem esses benefícios por ser uma cor altamente presente na
natureza, e inconscientemente as pessoas se conectam mais, reagindo a elas
sensações de felicidade, e incentivando também a criatividade, atividade muito
explorada neste projeto.
59

10.3 VOLUMETRIA E PARTIDO ARQUITETÔNICO

Para a volumetria, partiu-se da ideia de linhas retas e da formação de formas


geométricas para dar movimento ao volume, conforme figura 38.

Figura 38 – Diagrama de estudo do Prisma

Fonte: Autora.

Dessa forma, o partido arquitetônico para a concepção do conceito criado foi


a inserção de águas do telhado em diferentes inclinações para obter o resultado final.
Além disso, diante dos precedentes apresentados, buscou-se fazer uso do alumínio,
do aço, da madeira e do vidro, na qual fachadas que possuem maior incidência solar
são protegidas por brises soleil, devido ao uso de vidro que visa integrar o interno com
o externo além de valorizar a iluminação natural dentro do edifício. Assim sendo, o
projeto busca fazer essa referência trazendo uma solução arquitetônica para as
fachadas com mais incidência solar (norte e oeste), mediante figura 39.

Figura 39 – Diagrama de Brises Soleil


60

Fonte: Autora.

10.4 PLANTA BAIXA

Conforme explanado no item 8 (Programa de Necessidades), o projeto foi


setorizado em 6 setores: externo, administrativo, banheiros, serviço, escola e apoio.
Assim sendo, o bloco B é um setor mais administrativo, e o bloco A contempla o
restante. Por ser um projeto voltado também para o público externo, a área térrea é
mais direcionada ao público geral e a pessoas que tenham interesse em alugar salas
para eventos ou outra particularidade.
Ademais, a escada interna é o ponto de destaque da área interna, que além de
cumprir sua função de mobilidade, possui pequenas áreas de descompressão que
são banhadas por uma luz natural com abertura zenital de policarbonato.
Figura 40 – Planta Humanizada Térreo Bloco A

Fonte: Autora
Figura 41 – Planta Humanizada 1° Pavimento Bloco A
61

Fonte: Autora

Figura 42 – Planta Humanizada Bloco B

Fonte: Autora.

11 ESCOLHA DE MATERIAIS E A NEUROARQUITETURA

Para a concepção do projeto, optou-se por fazer uso da técnica construtiva de


alvenaria de vedação combinados com pilar e viga, que é a técnica mais difundida no
Brasil, com acesso fácil a mão de obra. Contudo, para trazer os elementos
arquitetônicos desejados, optou-se pelo policarbonato alveolar que tem como
propriedades leveza e maleabilidade, além de trazer a translucidez desejada para o
projeto; além do uso do Aluminum Composite Material (ACM) na cobertura do edifício,
de modo a formar uma unidade entre edifício e cobertura.
Ademais, o uso de madeira é de suma importância neste projeto, devido aos
seus benefícios ao homem. Desta forma, o uso de brises soleil, além de ser uma
estratégia bioclimática, também será uma estratégia psicoarquitetônica.
Quanto à estrutura, optou-se por uma estrutura metálica que possui mais
resistência e leveza, possibilitando vãos livres maiores.
62

12 DOCUMENTOS TÉCNICOS

Figura 43 – Corte AA (Bloco A)

Fonte: Autora

Figura 44 – Corte BB (Bloco A)

Fonte: Autora

Figura 45 – Corte CC (Bloco B)


63

Fonte: Autora.

Figura 46 – Corte DD

Fonte: Autora.
Figura 47 – Fachada Norte

Fonte: Autora.
64

Figura 48 – Fachada Sul

Fonte: Autora

Figura 49 – Maquete Volumétrica Fachada

Fonte: Autora

Figura 50 – Maquete Volumétrica


65

Fonte: Autora

Figura 51 – Maquete volumétrica

Fonte: Autora

Figura 52 – Maquete Volumétrica Fachada Sul

Fonte: Autora
66

Figura 53 – Maquete Volumétrica Interna

Fonte: Autora

Figura 54 – Maquete Volumétrica Interna

Fonte: Autora.

13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano - PLANURB. Perfil


Socioeconômico de Campo Grande/ Agência Municipal de Meio Ambiente e
Planejamento Urbano - PLANURB. 27. ed. rev. Campo Grande, 2020.

APOLINÁRIO, Danielle da Silva. Maquiagem como atividade de trabalho: cuidado,


emoções, e condições que envolvem essa área. 2019. Trabalho de Conclusão de
67

Curso (Bacharelado em Psicologia) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,


2019.

BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e
som. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes LTDA, 2002.

CARDOSO, Samuel Machado. Escola de Arquitetura e Centro de Inovação FAB


LAB - Campus Unisul Tubarão. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade do Sul de Santa Catarina,
Tubarão, 2020.

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para


a Educação Profissional e Tecnológica. Resolução CNE/CP N° 1, de 5 de Janeiro
de 2021.

ELDRIDGE, Lisa. Facepainting: The story of makeup. Nova Iorque, Abrams Image,
2015.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

GUTIÉRREZ, Laurente. Neuroarquitetura, criatividade, e aprendizagem no desenho


arquitetônico. Paideia XXI. v. 6, n. 7. p. 171-189. 2018.

KUHNEN, Clediani; CINELLI, Marina. A percepção dos stakeholders da moda em


relação ao profissional maquiador. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Cosmetologia e Estética) - Universidade do Vale do Itajaí, Balneário
Camboriú, 2011.

LUCAS, Juliane Calvi. Centro de Beleza. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso


(Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário São Lucas, 2019.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portal MEC. Conheça a história da educação


brasileira.

OLIVEIRA, Nara Simone de. A carreira de maquiadores: um estudo de trajetórias


profissionais. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração)
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

SCHNEIDER, Estela Maris. REIS, Mariana. Tendência do mercado da maquiagem:


Conceito da arte e da tecnologia. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Cosmetologia e Estética) - Universidade do Vale do Itajaí, Balneário
Camboriú, 2010.

SILVEIRA, Luciana. Introdução à teoria da cor. 2. Ed. Curitiba: UTFPR, 2015.

SOUZA, Larissa Negris de. Arquitetura escolar, parâmetros de projeto e


modalidades de aprendizagem. 2018. Dissertação (Mestrado em Arquitetura,
Tecnologia e Cidade na Área de Arquitetura, Tecnologia e Cidade) - Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2018.
68

SOUZA, Kéthuly Arbuíni. Educação profissionalizante: estudo sobre a gestão da


arquitetura institucional no Brasil. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - UNIFACIG Centro Universitário,
Manhuaçu, 2019.

14 WEBGRAFIA

ABIHPEC. A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Essencial para o


Brasil. ABIHPEC. 2021. Disponível em: https://abihpec.org.br/site2019/wp-
content/uploads/2021/03/Panorama_do_Setor_atualizado-1103.pdf. Acesso em 16
de mar. de 2021.

ABIHPEC; SEBRAE. Caderno de Tendências #2019-2020. SEBRAE. 2020.


Disponível em:
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/CADERNO%20DE%20
TENDENCIAS%202019-2020%20Sebrae%20Abihpec%20vs%20final.pdf. Acesso
em 16 de mar. de 2021.

ARCHTREDS PORTOBELLO. Archtrends, 2019. Design thinking: como aplicar em


projetos de arquitetura e interiores. Disponível em:
https://archtrends.com/blog/design-thinking-como-aplicar-em-projetos-de-arquitetura-
e-interiores/. Acesso em 03 de abr. de 2021.

BELTRAME, Gabriella. Vazios urbanos: notas sobre a escassez social do imóvel


urbano. Interseções 20 anos. 2013. n. 1, p. 113-138, jun. 2013. Disponível em:
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intersecoes/article/view/9419/7308.
Acesso em 09 de jun. de 2021.

Beauty 4share, 2020. Maquiador Profissional: Quais setores um maquiador pode


atuar? Disponível em: https://www.beauty4share.com.br/maquiador-profissional-
quais-setores-um-maquiador-pode-atuar/. Acesso em 02 de maio de 2021.

CAROLINA PENNA. Carolina Penna. Centro Administrativo Municipal. Disponível


em: http://www.carolinapenna.com/cetam. Acesso em: 05 de abr. de 2021.

FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas “estado da arte”.


Educação e Sociedade. São Paulo, ano XXIII, n° 79, p. 257-272, ago. 2002. Online.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v23n79/10857.pdf. Acesso em 04 de maio
de 2021.

Foco de Bolsonaro, apoio à educação básica e profissional sofre esvaziamento no


MEC. Folha de Pernambuco, [S. l.: s. n.], 13 de outubro de 2020. Disponível em:
https://www.folhape.com.br/politica/foco-de-bolsonaro-apoio-a-educacao-basica-e-
profissional-sofre/158002/. Acesso em 29 de mar. de 2021.

GARCIA, Adilso de Campos; et. al. Educação Profissional no Brasil: Origem e


trajetória. Revista Vozes dos Vales. Ano 7, n. 13. 2018. Disponível em:
http://site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2018/05/Edilene1502.pdf. Acesso
em 28 de mar. de 2021.
69

GOUVEIA, Fábio Gomes; et. al. Investigação de fotografia nas redes sociais: novos
desafios, novos métodos. XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação. 2016. Disponível em:
https://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-1953-1.pdf. Acesso
em 05 de maio de 2021.

HARROUK, Christele. Archdaily. 2021. Edifício biofílico de Kengo Kuma em Milão


começa a ser construído. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/958625/edificio-biofilico-de-kengo-kuma-em-milao-
comeca-a-ser-construido?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso
em 05 de abr. de 2021

HELM, Joanna. Archdaily. 2011. Centro de Formação dos Profissionais da Educação


de São Caetano do Sul/ Carolina Penna. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/01-16708/centro-de-formacao-dos-profissionais-da-
educacao-de-sao-caetano-do-sul-carolina-penna. Acesso em 05 de abr. de 2021.

INSTITUTO MIX. Blog I’m. Curso de Maquiagem Profissional: o caminho para a


especialização! Disponível em: https://www.institutomix.com.br/blog/beleza/curso-de-
maquiagem-profissional-o-caminho-para-a-especializacao/. Acesso em 30 de mar. de
2021.

ITO, Murilo Alves de Almeida; SOUZA, Rodrigo Pereira; CARNEIRO, Luciano. A


interpretação da beleza na criação fotográfica em moda. Akrópoles: Revista de
Ciências Humanas da UNIPAR. 2008. n. 1, p. 53-59, jan./mar. 2008. Disponível em:
https://revistas.unipar.br/index.php/akropolis/article/view/2214/1829#. Acesso em 05
de maio de 2021.

Maquiagem: História e Comércio | Conexão. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (25:14 min.)
Publicado pelo Canal Futura. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=jNzSHyS8r4E. Acesso em 29 de mar. de 2021.

MEDEIROS, Marcelo. Pesquisas de abordagem qualitativa. Revista Eletrônica de


Enfermagem. 2012. p. 224-225. Disponível em:
https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/13628/11615 Acesso em 04 de maio de
2021.

MOKHTAR, Farid Noriega; et. al. Criando espaços de aprendizagem com alunos para
o terceiro milênio. Bordón: Revista de Pedagogía. 2016. n. 1, v. 68. 2016. Disponível
em: https://recyt.fecyt.es/index.php/BORDON/article/view/36905/25443. Acesso em
03 de abr. de 2021.

MONTIEL, Isabel Vaquer. Neuroarquitetura na educação. Uma aproximação ao


estado da questão. Revista Doctorado. v. 3, n. 2. 2017. Disponível em:
https://revistas.innovacionumh.es/index.php/doctorado/article/view/641. Acesso em
08 de mar. de 2021.

PARANÁ. DETRAN. Manual de habilitação. Disponível em:


https://www.detran.pr.gov.br/arquivos/File/habilitacao/manualdehabilitacao/manualde
habparte4.pdf. Acesso em 08 de jun. de 2021.
70

PRAZERES, Mauro. SP Escola de Teatro. 2016. Técnicas de Palco | As maquiagens


cênica, de caracterização, de transformação e de efeitos especiais. Disponível em:
https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/tecnicas-de-palco-as-maquiagens-
cenica-de-caracterizacao-de-transformacao-e-de-efeitos-especiais. Acesso em 02 de
maio de 2021.

Projeteee. 2016. Dados Climáticos: Campo Grande, MS. Disponível em:


http://projeteee.mma.gov.br/dados-climaticos/?cidade=MS+-
+Campo+Grande&id_cidade=bra_ms_campo.grande.intl.ap.868100_inmet. Acesso
em 09 de jun. de 2021.

RECUERO, Carlos Leonardo; REBS, Rebeca. As significações da produção da


fotografia em sites de redes sociais. Rumores. 2013. n. 13, v. 7, jan-jun/2013.
Disponível em: https://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/58937/61920.
Acesso em 06 de maio de 2021.

SENAC. Senac. Cursos Livres: Maquiador. Disponível em:


https://www.sp.senac.br/cursos-livres/curso-de-maquiador. Acesso em 30 de mar. de
2021.

SENAC. Senac Cursos, 2021. Curso de Maquiagem Senac 2020 - Inscrição, Vaga,
Conteúdo. Disponível em: https://www.senaccursos2020.com.br/curso-de-
maquiagem-senac/. Acesso em 01 de abr. de 2021.

SOLIS, Elizondo; HERRERA, Rivera. O espaço físico e a mente: reflexão sobre a


neuroarquitetura. Cuadernos de Arquitectura y Asuntos Urbanos. Ano 07, n. 7.
2018. Disponível em:
http://cuadernos.uanl.mx/pdf/num7/4.%20El%20Espacio%20Fisico%20y%20la%20M
ente.%20Reflexion%20sobre%20la%20neuroarquitectura.pdf. Acesso em 08 de mar.
de 2021.

SALLES, Renata. Maquiagem conceitual – Você sabe o que é isso? Rio de Janeiro,
19 ago. 2015. Blog. Disponível em:
http://www.nossolook.com.br/2015/08/maquiagem-conceitual-voce-sabe-o-que-
e.html. Acesso em 02 de maio de 2021.

SPASSO COSMÉTICOS. 2019. Qual é o melhor curso de automaquiagem em


Campinas? Disponível em: https://spasso.com.br/curso-de-automaquiagem-
campinas/. Acesso em 02 de maio de 2021.

SCHWARTZMAN, Simon. Pesquisa acadêmica, pesquisa básica e pesquisa


aplicada em duas comunidades científicas. 1979. Disponível em:
http://www.schwartzman.org.br/simon/acad_ap.htm. Acesso em 03 de maio de 2021.

Universidade Anhembi Morumbi, 2021. Estética e Cosmética Com Ênfase em


Maquiagem Profissional (Tecnólogo). Disponível em:
https://portal.anhembi.br/graduacao/cursos/tecnologia-em-estetica-e-cosmetica-com-
enfase-em-maquiagem-profissional/#carreira. Acesso em 02 de maio de 2021.
71

15 FONTES DE ILUSTRAÇÕES

Webneel. 50 Mind-Blowing Body Painting Art works from World BodyPainting Festival.
Disponível em: https://webneel.com/webneel/blog/24-beautiful-creative-body-
painting-art-works-your-inspiration. Acesso em 02 de maio de 2021. (FIGURA)

Capricho. 2019. Bianca Andrade se manifesta após polêmica sobre investigação da


Payot. Disponível em: https://capricho.abril.com.br/beleza/bianca-andrade-se-manifesta-apos-polemica-
sobre-investigacao-da-payot/. Acesso em 02 de maio de 2021. (figura)

Dear John – Official Trailler (HD). Direção: Lasse Hallström. Estados Unidos: Screen
Gems, 2010. 1 vídeo (2:26 min). Publicado pelo Sony Pictures Entertainment.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=r0fq5dd0C60. Acesso em 02 de
maio de 2021.

Você também pode gostar