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MANUTENÇÃO

EM

CHAVES DE PARTIDA

1
ÍNDICE DE ASSUNTOS
ASSUNTOS Pág.

Introdução – MANUTENÇÃO .................................................................................................................... 3


CONDIÇÕES DE SERVIÇOS DAS CHAVES DE PARTIDA ..................................................................... 4
QUEDA DE TENSÃO.............................................................................................................................. 4
PRINCIPAIS CAUSADORES DE QUEDA DE TENSÃO......................................................................... 4
CIRCUITOS ALIMENTADORES DE MOTORES ELÉTRICOS............................................................... 4
MOTORES DE INDUÇÃO....................................................................................................................... 4
TABELA 1 – EFEITO APROXIMADO DA VARIAÇAO DA TENSÃO NOS MOTORES.......................... 5
CIRCUITOS DE COMANDO................................................................................................................... 5
COMPONENTES DE COMANDO – TABELA 2 – LIMITES DE VARIAÇÃO DE TENSÃO..................... 5
LIMITES DE TEMPERATURA.................................................................................................................... 6
LIMITES DE ALTITUDE - TABELA 3 – FATORES DE CORREÇÃO PARA A ALTITUDE .................... 6
POSIÇÃO DE MONTAGEM....................................................................................................................... 6
VIBRAÇÕES............................................................................................................................................... 7
GRAUS DE PROTEÇÃO - IP.................................................................................................................... 7
DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE COMPONENTES – TABELA 4 E TABELA 5............................................ 7
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CHAVES DE PARTIDA................................................................... 8
TRANSPORTE........................................................................................................................................ 8
ARMAZENAGEM..................................................................................................................................... 8
RECOMENDAÇÕES PARA A PRIMEIRA PARTIDA DE MOTORES..................................................... 9
ATERRAMENTO..................................................................................................................................... 9
CONEXÕES ELÉTRICAS........................................................................................................................ 10
MANUTENÇÃO EM CHAVES DE PARTIDA........................................................................................... 10
TIPOS DE MANUTENÇÃO – PREVENTIVA ....................................................................................... 10
CORRETIVA......................................................................................................................................... 11
SUBSTITUIÇÃO DE FUSÍVEIS............................................................................................................ 11
SUBSTITUIÇÃO DE CONTATOS DE CONTATORES........................................................................ 11
AJUSTES DE RELÉS DE SOBRECARGA........................................................................................... 11
AJUSTE DE RELÉS DE TEMPO.......................................................................................................... 11
PRINCIPAIS DEFEITOS - SUAS CAUSAS E AS ORIENTAÇÕES PARA OS REPAROS................ 12
O CONTATOR NÃO LIGA....................................................................................................................... 13
O CONTATOR NÃO ACIONA AS CARGAS........................................................................................... 17
O CONTATOR NÃO DESLIGA................................................................................................................ 21
A ABERTURA INDEVIDA DO CONTATOR............................................................................................ 25
O CONTATOR APRESENTA RUÍDO SONORO – ZUMBIDO................................................................ 26
A INTERRUPÇÃO DO CIRCUITO DE FORÇA DE RELÉS DE SOBRECARGA – CURTO-CIRCUITO 27
A CARBONIZAÇÃO DOS BORNES E/OU TERMINAIS DE FORÇA DE RELÉS BIMETÁLICOS.......... 28
A MÁ COMUTAÇÃO DOS CONTATOS AUXILIARES DOS RELÉS TÉRMICOS BIMETÁLICOS......... 29
ANEXO 1 - POTÊNCIA DE PERDAS EM FUSÍVEIS................................................................................ 30

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MANUTENÇÃO

Este trabalho busca explicar e esclarecer os problemas mais comuns ocorridos em componentes elétricos.
Mostra que a maioria das falhas não é causada por falta de qualidade na fabricação do produto.
A vida útil dos contatores, relés, capacitores, disjuntores, botoeiras, sinaleiros, componentes elétricos em
geral é determinada por suas condições de utilização.
Problemas de operação são causados pela utilização indevida desses equipamentos. As principais causas
desses problemas são:
• falta ou a não leitura de informações;
• elemento humano não habilitado para prestar serviços de eletricidade;
• dimensionamentos incorretos;
• redes elétricas fora dos limites normatizados;
• condições ambientais como temperatura e poluição fora dos limites especificados.

Na Weg Acionamentos todos os processos de fabricação são acompanhados por um constante sistema
de controle de qualidade, constituído de um rigoroso programa de testes, de compras de materiais, controle de
produção individual e testes de produtos por amostragem, todos,organizados de forma a garantir e manter a total
qualidade de seus produtos.

Algumas dicas orientativas para prevenir falhas em contatores, relés, disjuntores, botoeiras e capacitores
são:
• não limar ou lixar quaisquer partes dos componentes;

• não aplicar graxa ou óleo nas partes móveis;

• manter todas as conexões elétricas livres de oxidação;

• manter todos os bornes e parafusos devidamente apertados;

• garantir níveis de tensão dentro das especificações;

• garantir a consistência dos sinais de comando;

• instalar os componentes em ambientes especificados;

• instalar os componentes corretamente nos armários ou caixas.

Se essas orientações forem conscientemente observadas, os


componentes terão melhor desempenho, assegurando o seu
perfeito funcionamento e o seu tempo de vida útil conforme
especificado pelo fabricante.

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CONDIÇÕES DE SERVIÇOS DAS CHAVES DE PARTIDA

1 - QUEDA DE TENSÃO

É importante salientar que a queda de tensão é um dos principais


problemas operacionais de circuitos elétricos em baixa tensão.

1.1 - PRINCIPAIS CAUSADORES DE QUEDA DE TENSÃO

• Correntes de partidas elevadas;

• Partidas longas de motores;

• Cabos subdimensionados;

• Transformadores subdimensionados;

• Linhas extensas.

1.2- CIRCUITOS ALIMENTADORES DE MOTORES ELÉTRICOS

Conforme a NBR 5410, a queda de tensão entre a origem da instalação e os


terminais do motor deve ser igual ou inferior aos valores a seguir:

• 4%, para instalações alimentadas diretamente por ramal de baixa tensão, a


partir de uma rede de distribuição pública de baixa tensão;

• 7%, para instalações alimentadas diretamente por uma subestação de


transformação a partir de uma instalação de alta tensão ou que possuam fonte
própria.

Nota:
em qualquer um dos casos acima, a queda de tensão parcial nos circuitos
terminais (chaves de partida por exemplo), deve ser igual ou inferior a 4%.

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1.3 - MOTORES DE INDUÇÃO

Segundo a norma NBR 7094, o motor deve funcionar satisfatoriamente com 10% da
variação de tensão, à freqüência nominal.

Tabela 1 – Efeito aproximado da variação da tensão nos motores elétricos

Desempenho do motor Tensão 20% acima Tensão 10% acima Tensão 10% abaixo
Da nominal da nominal da nominal

Conjugado de partida e
Conjugado máximo Aumenta 44% Aumenta 21% Diminui 19%

Corrente de partida Aumenta 25% Aumenta de 10 a 12% Diminui de 10 a 12%

Corrrente a plena carga Diminui 11% Diminui 7% Aumenta 11%

Escorregamento Diminui 30% Diminui 17% Aumenta 23%

Rotação Aumenta 1,5% Aumenta 1% Diminui 2%

Rendimento Pequeno aumento Aumenta 1% Diminui 2%

Fator de potência Diminui de 5 a 15% Diminui 3% Aumenta 1%

Temperatura Diminui 5% Diminui 3% Aumenta 6%

Ruído magnético sem carga Aumento perceptível Ligeiro aumento Ligeira diminuição

1.4 - CIRCUITOS DE COMANDO

A queda de tensão permitida pela norma VDE 0100 é de 5%.

1.5 - COMPONENTES DE COMANDO

Tabela 2 - Limites de variação de tensão

Componentes de comando Queda de tensão Sobretensão

15%
Bobinas de contatores Weg 10%
( VDE 0660 )
Bobina de faixa larga – especial
25% 10%
de contatores Weg
Relés eletrônicos Weg 15% 10%

Transformador de comando 5% 5%

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Caso a "queda de tensão" no circuito de comando ultrapasse os valores especificados
anteriormente, acarretará instabilidade de comando, que provoca ricochete e arco elétrico.
Por esses motivos pode-se afirmar que a queda de tensão excessiva é o principal
causador de colamento de contatos e queima de bobinas de contatores.

2 - LIMITES DE TEMPERATURA

A norma VDE 0670 estabelece que chaves de partida e CCM's devem trabalhar com
limites de temperaturas ambiente entre -5 e 40º C.
Para temperaturas acima de 40º C, deve-se adotar soluções específicas como a
utilização de ventiladores e o aumento das dimensões físicas da chave.

3 - LIMITES DE ALTITUDE

Com o aumento da altitude, há uma diminuição da densidade do ar, influindo na tensão


desruptiva e consequentemente, na tensão e corrente de serviço, assim como na capacidade
de dissipação do calor.
A norma IEC 158, determina que a altitude no local de instalação na deve exceder a
2000m. Já a NBR 6808, relativa a Conjuntos de Manobra e Controle de Baixa Tensão, em
razão da gama de equipamentos envolvidos nestas instalações, limita a altitude inicialmente
em 1000m e em seguida apresenta a tabela abaixo, com fatores de correção para uso em
locais com altitudes acima de 1000 m valores intermediários podem ser obtidos por
interpelação linear.

Tabela 3 - Fatores de correção para a altitude (NBR 6808)

Fatores de correção da temperatura

Altitude Tensão Corrente Elevação de


Máxima (m) nominal nominal temperatura
1000 1,0 1,0 1,0
1500 0,95 0,99 0,98
3000 0,80 0,96 0,92

4 - POSIÇÃO DE MONTAGEM

Os painéis devem ser instalados na vertical sendo que os componentes normalmente


admitem inclinações limites com a vertical.
Inclinações diferentes das especificadas causam redução da vida útil dos componentes ,
principalmente a dos contatores.

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5 - VIBRAÇÕES

Sob vibração ou impactos violentos, os componentes da chave (contatores e relés de


sobrecarga, relés eletrônicos, etc), podem apresentar modificações em seus estados de
operação, devendo ser instalados sobre superfície rígida.
Para a fixação de painéis (chaves) em paredes de alvenaria ou diretamente no piso,
recomenda-se que estes sejam firmemente chumbados.

6 - GRAUS DE PROTEÇÃO – IP ( INTERNATIONAL PROTECTION )

Conforme especificado na norma NBR 6146

7 - DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE COMPONENTES

Tabela 4 - Distâncias de isolação entre dispositivos de controle, comando e


proteção montados dentro de um painel.

Entre partes vivas ou entre Entre partes vivas e partes


Tensão nominal partes vivas e o terra móveis metálicas externas
(V) (mm) (mm)
Até 125 4 12
de 126 até 250 7 12
de 251 até 600 10 12

Tabela 5 - Distâncias de isolação dos barramentos

Entre partes vivas


Tensão nominal Entre partes vivas e o terra
(V) (mm) (mm)
Até 125 4 12
de 126 até 250 7 12
de 251 até 600 10 12

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8 - INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CHAVES DE PARTIDAS DE MOTORES

8.1 - TRANSPORTE

Os painéis devem ser erguidos pelos olhais de suspensão. Porém, para pequenos
painéis, os olhais não são necessários.
Sempre é importante que se obedeçam as indicações impressas na embalagem para
colocá-los na posição correta (setas). O levantamento ou depósito deve ser suave, sem
choques, sob pena de danificar os componentes internos. Após o transporte é necessário
reapertar todas as conexões.

8.2 - ARMAZENAGEM E LONGAS PARADAS DE CHAVES

Quando os painéis não forem imediatamente instalados, devem ser armazenados em


local seco, isento de poeira e gases corrosivos. O painel (chave) deve ser armazenado na
posição vertical.
Os painéis podem sofrer redução da resistência de isolamento quando armazenados em
ambientes úmidos (principalmente em transformadores de comando e auto-transformadores).
Para prevenção destes problemas pode-se instalar, no interior dos painéis, calefatores
(resistências desumidificadoras) com ou sem termostato, evitando-se assim que ocorra a
condensação do vapor d’água contido no ar e o conseqüente aparecimento de umidade.
Após a armazenagem ou longas paradas devem-se tomar as seguintes providências:

• Limpar os componentes de eventuais poeiras e resíduos;

• Secar o painel. O processo de secagem deve continuar até que sucessivas


medições da resistência de isolamento indiquem que esta atingiu um valor
constante acima do valor indicado;

• É extremamente importante impor uma boa ventilação no interior do painel


durante a operação de secagem para assegurar que a umidade seja
efetivamente removida;

• O calor para desumidificação pode ser obtido de fontes externas (estufa);

• Medir a resistência de isolamento. O valor mínimo em baixa tensão (500 V) é


de 0,5 MΩ;

• Reapertar todas as conexões;

• Energizar o painel sem carga e verificar o seu funcionamento.

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8.3 - RECOMENDAÇÕES PARA A PRIMEIRA PARTIDA DE MOTORES

• Verificar se o mesmo poderá rodar livremente, removendo-se todos os


dispositivos de bloqueio e calços usados durante o transporte;

• Verificar se o motor está corretamente fixado e se os elementos de


acoplamento estão corretamente montados e alinhados;

• Certificar-se de que a tensão e a freqüência estão de acordo com o indicado


na placa de identificação;

• Observar se as ligações estão de acordo com o esquema de ligação impresso


na placa de identificação e verificar se todos os parafusos e porcas dos
terminais estão devidamente apertados;

• Verificar se o motor está devidamente aterrado. Desde que não haja


especificações exigindo montagem isolada do motor, será necessário aterrá-
lo, obedecendo as normas vigentes para ligação de máquinas elétricas ao
terra. Para isso deverá ser utilizado o parafuso identificado pelo símbolo de
terra, geralmente existente na caixa de ligação ou no pé da carcaça;

• Acionar o motor desacoplado para verificar se está girando livremente e no


sentido desejado. Para inverter a rotação de motor trifásico, basta inverter as
ligações à rede de dois terminais quaisquer;

• Medir a resistência de isolamento e secar o motor se necessário.

8.4 - ATERRAMENTO

Toda instalação deve ser aterrada. É providencial que se aterre as seguintes partes da
instalação:

• Neutro do transformador de potência;

• Carcaça metálica de motores, auto-transformadores, transformadores


de comando e medição, capacitares, etc...;

• As estruturas da chave (painel);

• Pára-raios.

O aterramento das partes acima é necessário, principalmente, porque:

• Protegem as pessoas contra contatos em partes metálicas eventualmente


energizadas;
• Protegem as instalações contra descargas atmosféricas;
• Garante o correto funcionamento dos equipamentos;
• Permite uma utilização confiável e correta das instalações.

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8.5 - CONEXÕES ELÉTRICAS

As conexões devem proporcionar um bom contato para que sejam evitados


aquecimentos, perdas de energia e instabilidade no circuito de comando. É fato que as
conexões afrouxam no transporte da chave. Por esse motivo recomenda-se que sejam
reapertados, antes do funcionamento, todos os parafusos e porcas.
Sempre que houver parada para manutenção é providencial o reaperto de todos os
pontos de conexão.

8.6 - MANUTENÇÃO EM CHAVES DE PARTIDA

8.6.1- TIPOS DE MANUTENÇÃO

a) Preventiva

Toda instalação deve ser periodicamente verificada por pessoas qualificadas, devendo o
intervalo entre as verificações ser compatível com a importância da instalação.

Deve ser dada especial atenção aos seguintes pontos:

• A conservação das medidas que coloquem partes vivas fora de alcance;

• O estado dos condutores e suas ligações, principalmente os de proteção;

• Verificar se os eletrodutos estão corretamente conectados ao painel,


protegendo mecanicamente os cabos;

• O estado dos cabos flexíveis que alimentem aparelhos móveis, assim como
seus dispositivos de proteção;

• O estado dos dispositivos de proteção e manobra, principalmente quanto ao


desgaste provocado por arcos e afrouxamento de contatos;

• Nunca limar ou lixar contatos;

• Verificar se as entradas e saídas de cabos estão vedadas, evitando a entrada


de pequenos animais;

• O ajuste dos dispositivos de proteção e a correta utilização dos fusíveis;

• O valor da resistência de isolamento em relação à terra;

• O valor da resistência dos eletrodos de aterramento;

• Toda instalação (ou parte) que pareça perigosa deve ser imediatamente
desenergizada e só recolocada em serviço após reparação satisfatória;

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• Verificar o estado geral dos pára-raios.

b) Corretiva

Toda falha ou anomalia constatada no equipamento elétrico ou em seu funcionamento,


deve ser comunicada às pessoas qualificadas para prática de reparos. Isto deve ser feito
principalmente quando os dispositivos de proteção contra as sobrecorrentes ou contra os
choques elétricos atuarem sem causa conhecida.

8.7 SUBSTITUIÇÃO DE FUSIVEIS

Em caso de atuação (queima) de um dos fusíveis de uma das três fases, devido à
correntes de curtos-circuitos, recomenda-se a substituição dos outros dois, pois sem dúvida,
estes outros dois sofreram um processo de envelhecimento precoce e terão, necessariamente,
alteradas as suas características funcionais, o que pode vir a comprometer seriamente a
segurança da instalação.
Para a substituição dos fusíveis de comando valem as mesmas considerações.

8.8 - SUBSTITUIÇÃO DE CONTATOS DE CONTATORES

Esta prática é comum apenas para contatos de força, já que o desgaste dos contatos
auxiliares é considerado desprezível.
Os contatos de força devem ser substituídos quando o seu desgaste for superior a 2/3
da espessura inicial. Deve-se substituir os três contatos simultaneamente. Sempre que ocorrer
a troca dos contatos é de suma importância verificar o estado da câmara de extinção de arco.

8.9 - AJUSTES EM RELÉS DE SOBRECARGA E DE TEMPO

a) Relé de Sobrecarga

Para que o relé ofereça, também, uma proteção eficaz contra falta de fase, é necessário
que seja ajustado para a corrente de trabalho (medida no funcionamento) e não para a corrente
nominal (valor de placa do motor).

b) Relé de Tempo

O relé de tempo deve ser ajustado para o tempo de partida, que é o tempo necessário
para o motor atingir no mínimo 90% da rotação síncrona.

c) Determinação do tempo de partida

Na teoria, é calculado em função do conjugado e inércia da carga e do motor.

Na prática, é cronometrado. Através de um tacômetro verifica-se quando o motor atinge


90% da rotação síncrona (instante ideal para a comutação). Se não dispuser de tacômetro, a
partida pode ser observada com um alicate amperímetro. O motor estará apto a comutar
quando a corrente atingir valores em torno da nominal.
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NAS PÁGINAS SEGUINTES APRESENTAMOS OS PRINCIPAIS DEFEITOS
NOS COMPONENTES UTILIZADOS NAS CHAVES DE PARTIDAS DE
MOTORES ELÉTRICOS, SUAS CAUSAS E AS SOLUÇÕES
RECOMENDADAS.

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A - O CONTATOR NÃO LIGA

A1 – Circuito interrompido devido a abertura do fusível de comando

Causas: a ocorrência de um curto-circuito ou sobrecarga

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª substituir o fusível de comando por outro de


igual valor.

Nota:
caso o fusível de comando seja o mesmo do circuito de força,
devem-se substituir todos os fusíveis desse mesmo circuito.

A2 – Circuito interrompido devido à atuação do relé de sobrecarga

Causas: a ocorrência de um curto-circuito ou sobrecarga

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª aguardar o tempo de resfriamento do relé – 5 minutos;

3ª rearmar o relé.

A3 – Falta de sinal no circuito de comando

Causas: fiação interrompida ou defeito nos elementos de comando


( pressostatos, termostatos, chaves-bóias e outros ).

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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A4 – Bobina queimada por sub-tensão

Situações:

• a bobina aquece sofrendo perceptível dilatação


do conjunto bobinado;

• ocorre o escurecimento do isolante e o mesmo passa a apresentar


coloração marrom escuro;

• o conjunto bobinado dilata suas bordas internas impedindo o


encaixe normal do núcleo de aço.

Causa: tensão aplicada na bobina com valor inferior a 80% do


nominal.

Os principais motivos desse baixo valor de tensão são


provenientes de:

• oscilações na rede;

• quedas de tensão em redes muito longas;

• transformador de comando sub-dimensionado;

• quedas de tensão causadas pela elevada resistência de contato


em elementos de comando.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª substituir a bobina;

3ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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A5 – Bobina queimada por sobre-tensão

Situações:

• o corpo da bobina sofre leve dilatação;

• ocorre o escurecimento do isolante e o mesmo passa a apresentar


coloração marrom escuro.

Causa: tensão aplicada na bobina com valor acima de 10% do


nominal.

O motivo desse alto valor de tensão são as ocorrências de


fortes perturbações na rede. Os principais motivos dessas
perturbações são:

• bancos de capacitores instalados na rede de alimentação;

• o desligamento de cargas de alta potência sem o


devido reajuste do “tap” do transformador de força.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª prover os meios para garantir que as tensões


aplicadas nas bobinas se encontrem dentro do
limite de +10% .

3ª substituir a bobina;

4ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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A6 – Bobina queimada por surto de tensão

Situações:

• ocorre o rompimento de uma ou várias espiras da bobina;

• pode ocorrer o escurecimento ao redor da região do(s)


rompimento(s).

Causa: alto valor de tensão aplicada na bobina em curto espaço de


tempo.

Os principais motivos desses altos valores de tensão são as


ocorrências de :

• descargas atmosféricas;

• curto-circuito entre a média e a baixa tensão;

• aplicar por equívoco tensão na bobina com o valor


superior a 200% do nominal.

Orientações:

1ª avaliar os circuitos de proteção contra descargas


atmosféricas;

2ª prover os meios para garantir que as tensões aplicadas


nas bobinas se encontrem dentro do limite de +10% como
por exemplo, instalar pára-raios de linha ou supressores
de sobretensões;

3ª substituir a bobina;

4ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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B – O CONTATOR NÃO ACIONA AS CARGAS
B1 - Contatos de força danificados - carbonizados

Situações:

B1.1 - Contatos de força e bobina danificados

• ocorre a destruição do(s) contato(s) de força;

• pode ocorrer o colamento do(s) contato(s) de força;

• geralmente, ocorre o escurecimento ao redor da região do(s)


contato(s);

• pode ocorrer a carbonização da carcaça nas regiões de alojamento


dos contatos fixos;

• pode ocorrer a carbonização do cabeçote nas regiões de


alojamento dos contatos móveis;

• pode ocorrer o travamento dos contatos móveis e de suas


respectivas molas de contato.

Causa: tensão aplicada na bobina com valor inferior a 80% do


nominal.

Os principais motivos desse baixo valor de tensão são


provenientes de:

• oscilações na rede;

• quedas de tensões em redes muito longas;

• transformador de comando sub-dimensionado;

• quedas de tensão, causadas pela elevada resistência de contato


em elementos de comando.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª substituir o contator;

3ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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B1.2 - Contatos de força danificados - carbonizados

• pode ocorrer a destruição do(s) contato(s) de força;

• pode ocorrer o colamento do(s) contato(s) de força;

• pode ocorrer o desgaste prematuro do(s) contato(s) de força;

• geralmente ocorre o escurecimento do(s) contato(s) de força.

Causa: erros de dimensionamentos

Os principais erros de dimensionamentos são:

• erro na determinação da categoria de emprego do contator, de


acordo com os tipos de cargas a serem manobradas –
AC1(resistivas) ou AC3 (motores gaiolas);

• erro na determinação da categoria de emprego do contator de


acordo com os tipos de manobras a serem efetuadas pelos
contatores – AC3 (motores gaiolas regime contínuo) ou AC4
(motores gaiola regime intermitente ou reversão a plena marcha);

• o número de manobras/hora do contator está acima da categoria


de emprego – AC1, AC3 ou AC4.

Orientações:

1ª redimensionar o contator conforme a sua categoria de


emprego tanto para os tipos de cargas quanto para o
seus tipos de manobras;

2ª substituir o contator;

3ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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B2 - Bornes de força carbonizados – falta de fase

Situações:

• pode ocorrer a carbonização de dois contatos de força;

• pode ocorrer o travamento dos contatos;

Causa: o circuito de potência não possui proteção contra falta de fase

Orientações:

1ª para o acionamento de motores trifásicos, utilizar sempre


relés térmicos de sobrecarga com ação de proteção
contra a falta de fase;

2ª para motores com baixa tolerância às sobrecorrentes


devemos utilizar relés eletrônicos para a proteção contra
a falta de fase;

3ª substituir o contator;

4ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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B3 - Bornes de força carbonizados – má conexão

Situações:

• ocorre a carbonização do(s) borne(s) de força;

• pode ocorrer o travamento do(s) parafusos(s) de aperto(s);

• ocorre aquecimento no borne – acima de 60° C.

Causa: má conexão – mau contato

As principais ocorrências das más conexões são:

• parafusos mal apertados, com o torque de aperto abaixo do


especificado;

• terminais mal prensados / grimpados;

• terminais impróprios;

• bitolas de cabos abaixo do necessário.

Orientações:

1ª praticar manutenções preventivas, efetuando


periodicamente, o reaperto das conexões;

2ª praticar manutenções preventivas, efetuando


periodicamente, as medições das temperaturas nos
bornes, cabos, barramentos e conexões – abaixo
de 70°C;

3ª garantir a correta prensagem / grimpagem dos


terminais;

4ª utilizar terminais e ferramentas de aperto apropriadas;

5ª substituir o contator;

6ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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C -- O CONTATOR NÃO DESLIGA

C1 - Contatos de força fundidos em conseqüência da ocorrência


de um curto-circuito

Situação:

• ocorre a fusão / colamento prematuro do(s) contato(s) de força;

• geralmente ocorre o escurecimento ao redor da região do(s)


contato(s);

• pode ocorrer a carbonização da carcaça nas regiões de alojamento


dos contatos fixos;

• pode ocorrer a carbonização do cabeçote nas regiões de


alojamento dos contatos móveis.

Causas: as principais causas da ocorrência de um curto circuito são:

• erro de ligação;

• erro de projeto;

• erro na ligação da carga;

• quedas acidentais de corpos condutores entre os componentes


elétricos da instalação;

• a presença de animais entre os componentes elétricos da


instalação;

• perda da capacidade de isolação dos componentes causada pelo


acúmulo de poluição / umidade.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª dimensionar adequadamente os dispositivos de proteção


contra as correntes de curtos-circuitos;

3ª descolar os contatos (colamento reversível), substituir


os contatos ou substituir o contator;

4ª testar o circuito antes de liberá-lo para a operação.

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C2 - Contatos de força fundidos em conseqüência
do fim de sua vida útil

Situação:

• ocorre a fusão / colamento do(s) contato(s) de força;

• geralmente ocorre o escurecimento ao redor da região do(s)


contato(s);

• pode ocorrer a carbonização da carcaça nas regiões de alojamento


dos contatos fixos;

• pode ocorrer a carbonização do cabeçote nas regiões de


alojamento dos contatos móveis.

Causa: este defeito é decorrente do desgaste, além do especificado,


das pastilhas de prata dos contatos de força

Nota:
as pastilhas de prata dos contatos entram em estado
crítico de operação quando reduzem seus volumes
à terça parte do inicial.

Orientações:

1ª praticar manutenções preventivas verificando


periodicamente o desgaste das pastilhas;

2ª efetuar a substituição do jogo de contatos de força;

3ª no caso de contatores que utilizem molas de contato do


tipo plana, substituir além do jogo de contatos, também,
o jogo de molas;

4ª quando se substituirem os jogos de contatos / molas


verifique, também, as condições da câmara de extinção
de arco e, se for o caso, proceda, também, à sua
substituição;

5ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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C3 - Contatos de força fundidos em razão da inconsistência /
repique dos sinais provenientes dos elementos de comando

Situação:

• ocorre a fusão / colamento do(s) contato(s) de força;

• geralmente ocorre o escurecimento ao redor da região do(s)


contato(s);

• pode ocorrer a carbonização da carcaça nas regiões de alojamento


dos contatos fixos;

• pode ocorrer a carbonização do cabeçote nas regiões de


alojamento dos contatos móveis.

Causa: este defeito é decorrente da inconsistência / repique dos sinais


provenientes dos elementos de comando

Nota:
A inconsistência / repique dos sinais dos elementos de comando
promovem um elevado número de manobras/minuto ultrapassando,
em muito, os valores especificados para a categoria de emprego.
O aquecimento causado pelas altas correntes geradas, sem o
devido intervalo de tempo para o resfriamento os contatos, provoca a
fusão / colamento dos mesmos.
Além da inutilização dos contatores, podem ocorrer danos
irreversíveis às cargas manobradas.

Orientações:

1ª garantir um bom sinal de comando utilizando elementos


de comando com comutação dos contatos, tipo ação
rápida;

2ª verificar a queda de tensão em partidas de cargas de


grande potência – efeito oscilador;

3ª sempre que os sinais de comando forem gerados por


equipamentos microprocessados, utilizar filtros anti-
parasitas na alimentação dos contatores acionados.

4ª substituir o contator;

5ª testar o circuito antes de liberá-lo para a operação.

23
C4 - Contator não abre em virtude de falsos sinais provenientes
dos elementos de comando

Situação: após a abertura do contato do elemento de comando o


contator permanece fechado ou sofre um atraso na sua
abertura

Causas: esses falsos sinais de comando são decorrentes da tensão


gerada por efeitos indutivos ou de tensão armazenada por
efeito capacitivo na fiação de comando

As principais causas desses falsos sinais são:

• a fiação de comando próxima da fiação de potência;

• a fiação de comando muito longa;

• ambas as causas anteriores.

Orientações:

1ª separar a fiação de comando da fiação de potência;

2ª encurtar a fiação de comando;

3ª utilizar contatores com bobinas alimentadas em CC;

4ª diminuir a impedância da fiação de comando, conectando


um resistor de carga, ligado em paralelo com a bobina do
contator – esse resistor deve drenar de 3 a 5 vezes a
corrente de manutenção do contator.

24
D – A ABERTURA INDEVIDA DO CONTATOR

Situação: o contator abre indevidamente sem que ocorra o sinal


de desligamento dos elementos de comando

Causa: tensão aplicada na bobina com valor inferior a 80% do


nominal.

Os principais motivos desse baixo valor de tensão são


provenientes de:

• oscilações na rede;

• quedas de tensões em redes muito longas;

• transformador de comando sub-dimensionado;

• quedas de tensão em razão da elevada resistência de contatos em


elementos de comando;

• quedas de tensão resultante da partida de motores de grande


potência.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª garantir a estabilidade da tensão de comando;

3ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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E – O CONTATOR APRESENTA RUÍDO SONORO - ZUMBIDO

Situação: o contator apresenta ruído sonoro contínuo – zumbido, em


níveis acima do normal – chama a atenção

Causas: os principais motivos desses ruídos são:

• a presença de corpos estranhos no entreferro;

• anel de curto-circuito partido;

• bobina com tensão de comando errada – CC/CA;

• bobina alimentada com freqüência errada – 60/50 Hz;

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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F – A INTERRUPÇÃO DO CIRCUITO DE FORÇA DE RELÉS
TÉRMICOS BIMETÁLICOS RESULTANTE DE CURTO-CIRCUITO

Situações:

• a interrupção da(s) resistência(s) de aquecimento da(s)


lâmina(s) bimetálica(s);

• avaria no conjunto resistência/bimetal;

• total destruição do relé.

Causas: as principais causas da ocorrência de um curto circuito são:

• erro de ligação;

• erro de projeto;

• erro na ligação da carga;

• quedas acidentais de corpos condutores entre os componentes


elétricos da instalação;

• a presença de animais entre os componentes elétricos da


instalação;

• perda da capacidade de isolação dos componentes em razão do


acúmulo de poluição / umidade.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª dimensionar, adequadamente, os dispositivos de proteção contra


as correntes de curtos-circuitos;

3ª substituir o relé bimetálico;

4ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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G – A CARBONIZAÇÃO DE BORNES E/OU TERMINAIS DE
FORÇA DE RELÉS TÉRMICOS BIMETÁLICOS

Situações:

• ocorre a carbonização do(s) borne(s) e/ou do(s) terminal(ais) de


força;

• pode ocorrer o travamento do(s) parafusos(s) de aperto(s);

• ocorre aquecimento no borne – acima de 60° C.

Causa: má conexão – mau contato

As principais ocorrências das más conexões são:

• parafusos mal apertados, com o torque de aperto abaixo do


especificado;

• terminais mal prensados / grimpados;

• terminais impróprios;

• bitolas de cabos abaixo da necessária.

Orientações:

1ª praticar manutenções preventivas, efetuando


periodicamente o reaperto das conexões;

2ª praticar manutenções preventivas efetuando


periodicamente, as medições das temperaturas nos
bornes, cabos, barramentos e conexões – abaixo
de 70°C;

3ª garantir a correta prensagem / grimpagem dos


terminais;

4ª utilizar terminais e ferramentas de aperto apropriadas;

5ª substituir o relé térmico;

6ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

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H – A MÁ COMUTAÇÃO DOS CONTATOS AUXILIARES
DOS RELÉS TÉRMICOS BIMETÁLICOS

Situações:

• a comutação e/ou continuidade dos circuitos auxiliares


dos relés térmicos bimetálicos encontram-se em
condições anormais;

• pode haver a fusão/colamento das pastilhas dos contatos


auxiliares impedindo que o relé desarme ou religue.

Causas: as principais causas das anomalias são:

• erro de ligação;

• erro de projeto;

• erro na ligação da carga;

• quedas acidentais de corpos condutores entre os componentes


elétricos da instalação;

• a presença de animais entre os componentes elétricos da


instalação;

• perda da capacidade de isolação dos componentes resultante do


acúmulo de poluição / umidade.

Orientações:

1ª identificar e eliminar a causa do problema;

2ª dimensionar, adequadamente, os dispositivos de


proteção contra as correntes de curtos-circuitos;

3ª substituir o relé bimetálico;

4ª testar o circuito antes de liberar o equipamento para a


operação.

Notas:
• a atuação do relé bimetálico pode ocorrer em decorrência
da má regulagem de sua corrente de operação, o que
dificulta a identificação da causa da ocorrência;
• os relés abertos por usuários perdem a garantia Weg.
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