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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

PARA O CONCURSO DA
POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ 2020

PROFESSOR GIOVANNY DIAS


INSTAGRAM @GIOVANNYDIASCARVALHO

APROVADO NA PMPI 2013

APROVADO NO BMPI 2017 CANAL NO YOUTUBE GIOVANNY DIAS

CONTEÚDO DA APOSTILA
LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MAPAS MENTAIS MAIS DE 100 QUESTÕES INÉDITAS
MILITAR DO PIAUÍ
ATUALIZADA, COMPLETA E CRONOGRAMA MONTADO EDITAL VERTICALIZADO
COMENTADA
NOÇÕES DE DIREITO DIREITO CONSTITUCIONAL
TODAS AS QUESTÕES DE
DIREITO PENAL CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
LEGISLAÇÃO DA BANCA
NUCEPE DIREITO HUMANOS (PDF) E MUITO MAIS...
Olá concurseiros, sou o professor muito nessa parte, o simples
Giovanny Dias, na oportunidade que dá certo !
atual iremos estudar a
LEGISLAÇÃO da Polícia Militar do
ESTADO DO PIAUÍ, mas somente Então, Vamos lá ! RUMO
a que se refere a parte do edital AOS APROVADOS PM-PI
– polícia militar do estado do 2020!!!
piauí – nucepe – 2020.

Bem, ao iniciarmos o estudo ESTUDA QUE DEUS AJUDA!


da legislação, podemos
concluir que a forma como a
NUCEPE trabalha as questões
é meramente “!Ctrl C + Ctrl V LEGISLAÇÃO com uma
“ da lei, ou seja, sem muito linguagem simples de
entendimento prático ( ao entender, pois já dizia o velho
contrário de como ocorre ditado: ‘ se você não conseguir
muito no Direito Penal ), mas explicar para a sua avó o que
de qualquer forma, iremos você acabou de aprender...
trabalhar com a hipótese da então você não aprendeu direito
pior prova possível, visto que ! ’.
você tem que se preparar
para o pior, só assim estará SE INSCREVA NO MEU CANAL
realmente preparado para DO YOUTUBE
um concurso dessa
magnitude. QUALQUER DÚVIDA PODE
ENTRAR EM CONTATO PELO
INSTAGRAM.
Ao estudarmos LEGISLAÇÃO
da PM-PI, vamos ver de
forma bem direta na parte
do ESTATUTO DA POLÍCIA
MILITAR DO PIAUI, que muita
coisa foi mudada e muita
coisa alterada,
trabalharemos com as
atualizações e como se sair
nas contradições que a
referida lei nos traz. Lembre-
se que você não precisa ser
DOUTORADO em legislação
para passar na prova, então,
aconselho que não ``viaje´´
Dispõe sobre o Estatuto dos Art. 3º - Os integrantes da Polícia
Policiais Militares do Estado do Militar, em razão da destinação
Piauí, e dá outras providências. constitucional da Corporação e em
decorrência das Leis vigentes,
constituem uma categoria especial
O GOVERNADOR DO ESTADO dos servidores públicos estaduais e
DO PIAUÍ são denominados policiais–militares.

§ 1º - Os policiais–militares
encontram-se em uma das seguintes
Faço saber que o Poder Legislativo
situações:
decreta e eu sanciono a seguinte
Lei: a) na ativa:

I – os policiais–militares de carreira;

Art. 1º - O presente Estatuto regula II – os incluídos na Polícia Militar


a situação, obrigações, deveres, voluntariamente, durante os prazos
direitos e prerrogativas dos a que se obrigam a servir;
policiais–militares do Estado do
III – os componentes da reserva
Piauí.
remunerada quando convocados; e
Objetivo do Estatuto!
IV – os alunos de órgãos de
Lembre-se: SIODEDIPRE ! formação de policiais–militares da
ativa.

Art. 2º - A Polícia Militar do b) na inatividade:


Estado do Piauí, subordinada
I – na reserva remunerada, quando
operacionalmente ao Secretário de
pertencem à reserva da Corporação
Justiça e Segurança Pública, é uma
e percebem remuneração do Estado
instituição permanente,
do Piauí, porém sujeitos, ainda, à
considerada força auxiliar e reserva
prestação de serviço na ativa,
do Exército, com organização e
mediante convocação;
atribuições definidas em Lei.
II – reformados, quando tendo
passado por uma das situações
Bastante ATENÇÃO da anteriores, estão dispensados,
Expressão Secretário de definitivamente, da prestação de
serviço na ativa, mas continuam a
Justiça e Segurança
perceber remuneração do Estado
Pública, o que temos hoje do Piauí.
é o cargo de Secretário de
SEGURANÇA PÚBLICA.
Como vimos. São duas
situações, o ponto importante
aqui é saber diferenciar cada
uma das subdivisões, por e obedece à sequência de graus
exemplo é de suma importância hierárquicos.
saber que o componente da
reserva pode ser da inatividade Só tem CARREIRA quem tá na ATIVA !
ou em algumas situações, da
A Estrutura hierárquica da
atividade, a depender do caso
POLICIA MILITAR DO PIAUÍ,
específico.
é formado por OFICIAIS E
PRAÇAS, da seguinte forma
(decrescente):
§ 2º - Os policiais–militares de
carreira são os que no desempenho OBS: Vamos falar posteriormente a respeito
das PRAÇAS ESPECIAIS.
voluntário e permanente do serviço
policial-militar, tem vitaliciedade OFICIAIS CORONEL
assegurada. TENENTE-CORONEL MAJOR
CAPITÃO 1º TENENTE 2º
Art. 4º - O serviço policial–militar TENENTE
consiste no exercício de atividade
inerentes à Polícia Militar e PRAÇAS SUBTENENTE
compreende todos os encargos na 1º SARGENTO 2º SARGENTO
legislação específica e relacionados 3º SARGENTO CABO
com a manutenção da ordem SOLDADO
pública no Estado do Piauí.

§ 2º - É privativa de brasileiro nato a


ATENÇÃO ! Muito Cuidado em trocas carreira de Oficial da Polícia
Militar.
de conceitos, ou seja, dica:
Art. 6º - Os policiais-militares da
Serviço Exercício de Atividade. reserva remunerada poderão ser
convocados para o serviço ativo,
em caráter transitório e mediante
Art. 5º - A carreira policial-militar é aceitação voluntária, por ato do
caracterizada por atividade Governador do Estado, desde que
continuada e inteiramente haja conveniência para o serviço.
devotada às finalidades da Polícia
Militar, denominada atividade
policial-militar. ATENÇÃO: CUIDADO COM A
DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS,
QUEM CONVOCA O POLICIAL MILITAR
DA RESERVA REMUNERADA PARA
Carreira Atividade continuada
RETORNAR AO SERVIÇO ATIVO É O
GOVERNADOR, NÃO CONFUNDA COM
ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DO
§ 1º - A carreira policial-militar é
COMANDANTE GERAL.
privativa do pessoal da ativa. Inicia-
se com o ingresso na Polícia Militar Art. 7º - São equivalentes as
expressões "na ativa", “em serviço
na ativa”, "em serviço", "em Art. 10 - O ingresso na Polícia
atividade" ou "em atividade policial- Militar fica condicionado à
militar" conferidas aos policiais- aprovação em concurso público,
militares no desempenho de cargo, que poderá ser regionalizado, com
comissão, encargos, incumbência ou exames de conhecimentos, exame
missão, serviço ou atividade psicológico, exame de saúde, exame
policial-militar ou considerada de de aptidão física e investigação
natureza policial-militar, nas social. (Alterado pela LC n° 35, de
organizações policiais-militares, bem 06.11.2003)2
como ou em outros órgãos do
ATENÇÃO ! O concurso poderá ser dividido
Estado do Piauí ou na União, por regiões, é o que acontece com os
quando previsto em lei ou últimos concursos da policia militar, são ao
regulamento. TODO CINCO ETAPAS + CURSO DE
FORMAÇÃO PARA INGRESSO.
Art. 8º - A condição jurídica dos
policiais–militares é definida pelos § 1º Após todas as etapas do
dispositivos constitucionais que lhe concurso, os candidatos a serem
forem aplicáveis1, por este Estatuto nomeados farão curso de formação
e pela legislação que lhe outorgar para ingresso. (Acrescentado pela
direitos e prerrogativas e lhes LC n° 35, de 06.11.2003)
impuser deveres e obrigações.
§ 2º Os exames de conhecimentos,
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. excetuados os exames práticos,
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. serão classificatórios e
ESTATUTO. OUTRAS habilitatórios, e as demais fases do
LEGISLAÇÕES.
concurso público terão caráter
Art. 9º - O disposto neste Estatuto apenas habilitatório. (Acrescentado
aplica-se no que couber: pela LC n° 35, de 06.11.2003)

I – aos policiais-militares da reserva QUER DIZER QUE SÓ VAI TE


remunerada e reformados; CLASSIFICAR O EXAME DE
CONHECIMENTO ( TUA PROVA
II – aos capelães policiais-militares. DO CONCURSO ! ), VAI TE
OU SEJA, APLICA-SE A TODOS OS POLICIAIS COLOCAR NUMA
MILITARES, NO QUE COUBER. CLASSIFICAÇÃO POR EXEMPLO:
1º...10º...75º...; AO MESMO
TEMPO QUE IRÁ TE HABILITAR
CAPITULO I PARA AS DEMAIS ETAPAS,
ENQUANTO AS DEMAIS ETAPAS
DO INGRESSO NA POLÍCIA
TERAM CARÁTER APENAS
MILITAR HABILITATÓRIO, OU SEJA,

2
Lei Complementar nº 35, de 06.11.2003,
publicada no Diário Oficial do Estado nº 215, de
1
Vide § 1º do art. 42, da Constituição Federal. 10.11.03.
DIRETAMENTE, NÃO provimento de cargo distinto ou
CLASSIFICA NINGUÉM. para outro concurso.
POR EXEMPLO: NO TESTE
(Acrescentado pela LC n° 35, de
FÍSICO QUEM FAZ A CORRIDA 06.11.2003)
DE 2400 METROS EM 10
MINUTOS NÃO TEM NENHUMA (Durante o prazo de
VANTAGEM SOBRE QUEM FAZ 3 (três) anos contados da posse, não
A MESMA CORRIDA EM 12 poderá o militar ser afastado da
MINUTOS, SERÃO
atividade de policiamento ostensivo
CONSIDERADOS APENAS:
nem ser removido, redistribuído ou
APTOS.
transferido)
§ 3º Às mulheres serão reservadas MUITO LEGAL ESSA PARTE, GERA DÚVIDAS
até 10% (dez por cento) das vagas EM MUITOS CANDIDATOS, PORÉM FOI
oferecidas no concurso público. ATUALIZADO POR A LEI DESCRITA ACIMA,
(Acrescentado pela LC n° 35, de SEMPRE FALO PARA MEUS ALUNOS:
06.11.2003) CONFIRAM A LETRA DA LEI MODIFICADORA.
SOBRE O CASO EM QUESTÃO, O PRÓPRIO
§ 4º O candidato terá o direito de EDITAL DA NUCEPE JÁ TRAZ CONSIGO A
conhecer as razões de sua REFERIDA ATUALIZAÇÃO.
reprovação em quaisquer fases do
concurso, sendo-lhe permitida a
apresentação de recursos. § 8º Não podem participar de
(Acrescentado pela LC n° 35, de comissão, banca de concurso, as
06.11.2003) pessoas que tiverem cônjuge,
companheiro, ou parente
SEMPRE CABE RECURSO! consangüíneo ou afim em linha reta
§ 5º Excetuadas as razões de ou colateral, até o terceiro grau,
reprovação no exame psicológico e inscrito no concurso público.
na investigação social, cuja (Acrescentado pela LC n° 35, de
publicidade será restrita ao 06.11.2003)
candidato, os resultados de cada
IMAGINA TUA MÃE
uma das fases do concurso serão APLICANDO TUA PROVA?
publicados no Diário Oficial do IA SER IMPARCIAL NÉ?( rs )
Estado. (Acrescentado pela LC n°
35, de 06.11.2003)
Art. 10-A. O exame de
DIVULGAÇÃO OFICIAL, EXCETO NOS CASOS
conhecimentos poderá consistir na
PREVISTOS.
realização de testes objetivos,
dissertativos ou práticos,
compreendendo as matérias
§ 6º A habilitação em quaisquer das
previstas no edital. (Acrescentado
etapas do concurso público ou no
pela LC n° 35, de 06.11.2003)
curso de formação para ingresso
não poderá ser aproveitada para TRAZ A POSSIBILIDADE DE TER REDAÇÃO.
Parágrafo único. Para obter efetivos e estáveis, com habilitação
aprovação nesta prova, o candidato em medicina e odontologia”. (NR)
deverá alcançar aproveitamento
Art. 10-D. O exame de aptidão
mínimo de 60% (sessenta por cento)
física constará de provas atléticas,
no geral e 50% (cinqüenta por
adequadas ao cargo, conforme
cento) em cada uma das matérias ou
previsto no edital. (Acrescentado
ser julgado apto no teste prático.
pela LC n° 35, de 06.11.2003)
48 PONTOS NO GERAL > 60% ( DE ACORDO
COM O EDITAL – 2017 PMPI NUCEPE ) Parágrafo único. O exame físico
Art. 10-B. O exame psicológico será realizado por meio de
adotará critérios científicos representante ou comissão
objetivos, sendo vedada a composta de representantes da
realização de entrevistas. instituição contratada para a
(Acrescentado pela LC n° 35, de realização do concurso ou por
06.11.2003) servidor ou comissão de servidores
efetivos e estáveis, com habilitação
CONSISTE EM TESTES
em educação física. (NR)
OBJETIVOS, (TESTE DE
PERSONALIDADE E ATENÇÃO ! QUEM FAZ
ETC..), MAS NUNCA CONCURSO DA PM, SEJA
ENTREVISTA ! QUAL FOR, JÁ DEVE IR
PRATICANDO OS EXERCÍCIOS
Parágrafo único. O exame será
COBRADOS NO EDITAL. TÁ
realizado por meio de representante ACIMA DO PESO? DIETA !
ou comissão de representantes da
instituição contratada para a Art. 10-E. A investigação social
realização do concurso ou por consistirá na apuração, dentre
servidor ou comissão de servidores outros requisitos previstos no edital
públicos efetivos e estáveis, com do concurso, na comprovação da
habilitação em psicologia. (NR) ausência de antecedentes criminais,
relativos a crimes cuja punibilidade
Art. 10-C. O exame de saúde não esteja extinta e não tenha
compreenderá os exames médicos e ocorrido a reabilitação,
odontológicos previstos no edital compreendendo processos na
do concurso público. Justiça Comum, na Justiça Federal,
(Acrescentado pela LC n° 35, de na Justiça Federal Militar e Justiça
06.11.2003) Eleitoral, certidão negativa de
Parágrafo único. O exame de saúde antecedente expedida pela Polícia
será realizado por meio de Federal, Polícia Civil e Auditoria
representante ou comissão Militar e certidão negativa de
composta de representantes da processo administrativo disciplinar
instituição contratada para a no âmbito da Corporação.
realização do concurso ou por (Acrescentado pela LC n° 35, de
servidor ou comissão de servidores 06.11.2003)
Parágrafo único. A Certidão de §1º-A A matrícula do candidato no
Antecedentes será expedida pelo curso de formação para ingresso
órgão de distribuição das comarcas nos quadros de oficiais ficará
onde o candidato haja residido nos condicionada:
últimos 5 (cinco) anos. (NR)
I – à aprovação nos exames do
Art. 10-F. O curso de formação concurso; (LC nº 134/2009)
para ingresso será realizado pela
II – ao resultado da investigação
Academia de Polícia Militar do
social, conforme deliberação da
Estado do Piauí, Batalhões,
Comissão do Concurso;
Companhias Militares ou outras
entidades congêneres, observada a III – ter idade mínima de vinte e um
seguinte duração mínima: anos e máxima de trinta anos no
(Acrescentado pela LC n° 35, de período da inscrição para o
06.11.2003) concurso;

I – Curso de Formação de oficiais: IV – à conclusão de curso superior


mínimo 2.400 horas-aula. de graduação em bacharelado em
Direito.
II – Curso de Formação de praças:
mínimo 600 horas-aula. § 1º-B Poderá ser exigido conclusão
de curso superior de graduação em
ATENÇÃO ! NOVA LEI Lei Complementar Nº
134 de 30/09/2009 ATUALIZOU A DURAÇÃO apenas uma área especifica do
MÍNIMA DE CURSOS DE FORMAÇÃO, E conhecimento para ingresso nos
TAMBÉM DEMAIS CRITÉRIOS! quadros de oficiais, conforme
§ 1º A matrícula do candidato no previsão no edital do concurso. (LC
curso de formação para ingresso nº 134/2009)
ficará condicionada: § 1º-C As cargas horárias dos cursos
I – à aprovação nos exames do de adaptação para ingresso nos
concurso; quadros de oficiais médicos,
dentistas, enfermeiros,
II – ao resultado da investigação farmacêuticos, capelães e
social, conforme deliberação da veterinários serão reguladas
Comissão do Concurso; conforme dispuser norma interna
III – ter idade mínima de dezoito da Corporação. (LC nº 134/2009)
anos e máxima de trinta anos no § 2º Ao candidato inscrito em curso
período de inscrição para o de formação para ingresso fica
concurso; assegurado uma bolsa no valor
IV – à conclusão do curso de ensino previsto no Anexo Único desta Lei,
médio. assegurado o direito de opção entre
a remuneração do cargo ocupado e
a bolsa para aqueles que forem
policiais militares ou servidores
públicos do Estado, bem como a não exerça, nem tenha exercido
revisão da mesma, na data e atividade prejudiciais ou perigosas à
proporção, sempre que se modificar Segurança Nacional.
a remuneração dos militares
Parágrafo Único – O disposto neste
estaduais.
Capítulo aplica-se, também aos
POR EXEMPLO: JÁ É SERVIDOR candidatos ao ingresso nos Quadros
PÚBLICO DO ESTADO DO de Oficiais em que é exigido o
PIAUÍ? PODE ESCOLHER ENTRE
diploma de estabelecimento de
SUA REMUNERAÇÃO ATUAL
OU A BOLSA DO CURSO DE
ensino superior reconhecido pelo
FORMAÇÃO. Governo Federal.

§ 3º A aprovação no curso de Art. 11-A. Para a investidura nos


formação para ingresso atenderá ao cargos da polícia militar, além de
disposto no regulamento do Órgão outros requisitos básicos previstos
de ensino da Polícia Militar e em lei, serão também exigidos os
constituirá requisito indispensável seguintes: (Acrescentado pela LC
para a nomeação no cargo. n° 35, de 06.11.2003)

§ 5º O policial militar deverá I – permissão para dirigir ou


ressarcir ao erário estadual o valor Carteira Nacional de Habilitação na
percebido a título de bolsa, se no categoria discriminada no edital do
momento da investidura não concurso;
preencher os requisitos necessários
II – altura mínima de 1,60 m (um
ao desempenho do cargo ou pedir
metro e sessenta), para homens, e
exoneração antes de completar:
1,55 (um metro e cinqüenta e cinco
a) cinco anos de exercício do cargo, centímetros), para mulheres;
se oficial;
III – aprovação no curso de
b) dois anos de exercício do cargo, formação para ingresso.
se praça. INVESTIDURA SE DÁ COM A POSSE!, OU SEJA
OU SEJA, POR EXEMPLO, O ESTADO DO DEPOIS DO CURSO DE FORMAÇÃO !
PIAUÍ VAI TER GASTOS COM SEU CURSO DE Parágrafo único. A comprovação
FORMAÇÃO, EM RAZÃO DISSO, ESPERA QUE
de possuir a altura mínima poderá
VOCÊ TRABALHE PARA ELE! E ASSIM
ESTABELECE UM TEMPO MÍNIMO. ser exigida na data de inscrição ou
em outra data, conforme previsão
Art. 11 – Para a matrícula nos no edital do concurso
estabelecimentos de ensino policial-
militar destinados à formação de
oficiais e graduados, além das CAPÍTULO II
condições relativas à nacionalidade,
idade, aptidão intelectual, DA HIERARQUIA E DA
capacidade física e idoneidade DISCIPLINA
moral, é necessário que o candidato
Art. 12 – A hierarquia e a disciplina § 3º - A disciplina e o respeito à
são a base institucional da Polícia hierárquica devem ser mantidos em
Militar. A autoridade e a todas as circunstâncias da vida,
responsabilidade crescem com o entre policiais-militares da ativa, da
grau hierárquico. reserva remunerada e reformados.

O ARTIGO 12 FOI OBJETO DE OU SEJA, O POLICIAL


PROVA NO CONCURSO DA PMPI 2013. MILITAR, MESMO
SÃO AS COLUNAS DA POLÍCIA MILITAR! QUE NAINATIVIDADE,
DEVE RESPEITAR A
§ 1º - A hierarquia policial-militar é a
HIERARQUIA E A
ordenação de autoridade em níveis DISCIPLINA.
diferentes, dentro da estrutura da
Polícia Militar. A ordenação se faz Art. 13 – Círculos hierárquicos são
por posto ou graduações; dentro de âmbitos de convivência entre
um mesmo posto ou de uma mesma policiais-militares da mesma
graduação se faz pela antigüidade categoria e têm a finalidade de
no posto ou na graduação. O desenvolver o espírito da
respeito à hierarquia é camaradagem em ambiente de
substanciado no espírito de estima e confiança, sem prejuízo do
acatamento à seqüência de respeito mútuo.
autoridade. Art. 14 – Os círculos hierárquicos e
VEJAMOS, PENSE NA HIERARQUIA escala hierárquica na Polícia Militar
MILITAR COMO SE FOSSE UMA são fixados no quadro e parágrafos
ESCADA, CADA DEGRAU seguintes:
CORRESPONDE A UM GRAU
Esquema rápido e objetivo:
HIERÁRQUICO. QUANDO SE TEM
DOIS POLICIAIS NO MESMO GRAU
Círculo de oficiais:
HIERÁRQUICO, POR EXEMPLO, DOIS
1- Superiores = Coronel, Tenente-
CABOS, VERIFICAR-SE-Á QUAL DELES
FOI NOMEADO PRIMEIRAMENTE À
Coronel e Major
GRADUAÇÃO DE CABO, E ESSE MAIS 2- Intermediários = Capitão
ANTIGO TERÁ PRECEDÊNCIA SOBRE
O MAIS MODERNO. 3- Subalternos = Primeiro Tenente e
Segundo Tenente
§ 2º - Disciplina é a rigorosa
observância e o acatamento integral Círculo de Praças:
das leis, regulamentos, normas e 1- Subtenentes e Sargentos
disposições que fundamentam o
organismo policial-militar e 2- Cabos e Soldados
coordenam seu funcionamento
regular e harmônico, traduzindo-se § 1º - Posto é o grau hierárquico do
pelo perfeito cumprimento do dever Oficial, conferido por ato do
por parte de todos e de cada um Governador do Estado.
dos componentes desse organismo.
§ 2º - Graduação é o grau A LEI TRAZ A RESSALVA DA PRECEDÊNCIA
hierárquico da Praça, conferido FUNCIONAL, OU SEJA, POR EXEMPLO,
por ato do Comandante-Geral da MESMO QUE O COMANDANTE GERAL
Polícia Militar. Revogado pela Lei NÃO SEJA O CORONEL MAIS ANTIGO, O
MESMO TERÁ PRECEDÊNCIA SOBRE
Complementar nº 68, de 23/03/2006
TODOS OS DEMAIS, EM RAÇÃO DA
ATENÇÃO! DADO UM NOVO FUNÇÃO !
ENTENDIMENTO A PARTIR DA Lei
§ 1º A antiguidade em cada posto
Complementar Nº 68 de ou graduação é contada a partir da
22/03/2006. ART 17, § 1º A data da assinatura do ato da
respectiva promoção, nomeação,
promoção das praças da Polícia Militar
declaração ou inclusão, salvo
do Estado do Piauí é da competência do
Governador do Estado, mediante
quando estiver taxativamente
proposta do Comandante Geral da
fixada outra data.
Corporação. § 2º O Governador poderá A PARTIR DO MOMENTO EM QUE
delegar ao Comandante-Geral a VOCÊ INGRESSA NO GRAU
competência para a promoção das HIERÁRQUICO CORRESPONDENTE.
praças.
QUER DIZER QUE INDEPENDE DO
MOMENTO DO INGRESSO NA
§ 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os ‘’POLÍCIA MILITAR’’, O QUE
IMPORTA É O INGRESSO NO
Alunos-Oficiais PM, são
POSTO OU GRADUAÇÃO.
denominados Praças Especiais.
Por exemplo: imagine que o
§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e soldado jannye helps tenha
final dos diversos Quadros e ingressado na polícia militar
Qualificações são fixados, no ano de 1990, enquanto o
soldado jimy melkim tenha
separadamente, para cada caso, em
ingressado na polícia militar
Lei de fixação de Efetivo.3 no ano de 2010, no entanto no
ano de 2015 o soldado jimy
§ 5º - Sempre que o policial-militar
melkim foi nomeado a
da reserva remunerada ou graduação de cabo, e logo no
reformado fizer uso do posto ou ano de 2016 o soldado jannye
graduação, deverá fazê-lo helps foi nomeado a cabo.
mencionando essa situação. Veja que o soldado jannye
helps é muito mais aintigo na
Art. 15 A precedência entre PM do que o soldado jimy
policiais-militares da ativa, do melkim, porém mesmo que o
soldado jimy melkim tenha
mesmo grau hierárquico, é
menos tempo de polícia,
assegurada pela antiguidade no ambos cabos. Far-se-á a
posto ou na graduação, salvo nos precedência a partir da ultima
casos de precedência funcional em promoção, ou seja, o soldado
lei ou regulamento. jimy melkim terá precedência
sobre o soldado jannye helps.
3
Lei nº 4.355, de 30.07.1990, DOE nº 153, de
ESSA É A REGRA.
15/08/90, que dispõe sobre a fixação do efetivo
da PMPI.
§ 2º No caso de ser igual a QUANDO ELE
antiguidade referida no parágrafo RETORNAR PARA O
anterior, a antiguidade é SERVIÇO ATIVO
estabelecida: MEDIANTE
CONVOCAÇÃO E ETC...,
a) entre policiais–militares do mesmo SERÁ CONTADO SEU
Quadro, pela posição nas EFETIVO TEMPO DE
respectivas escalas numéricas ou SERVIÇO, OU SEJA, O
registros de que trata o artigo 17; TEMPO EM QUE ELE
REALMENTE
b) nos demais casos, pela TRABALHOU.
antiguidade no posto ou na
Art. 16 A precedência entre as
graduação anterior, se, ainda assim,
praças especiais e as demais praças
subsistir a igualdade de
é assim regulada:
antiguidade, recorrer-se-á
sucessivamente, aos graus I – Os Aspirantes-a-Oficial PM são
hierárquicos anteriores, a data de hierarquicamente superiores aos
inclusão e à data de nascimento demais praças;
para definir a precedência e , neste
II – Os Alunos-Oficiais PM são
último caso, o mais velho
hierarquicamente superiores aos
considerado mais antigo;
Subtenentes PM.
c) entre os alunos de um mesmo
Art. 17 A Polícia Militar manterá
órgão de formação de policiais-
um registro de todos os dados
militares, de acordo com o
referentes ao seu pessoal da ativa e
regulamento de respectivo órgão, se
da reserva remunerada, dentro das
não estiverem especificamente
respectivas escalas numéricas,
enquadrados nas letra "a" e "b".
segundo as instruções baixadas pelo
§ 3º Em igualdade de posto ou Comandante da Corporação.
graduação, os policiais-militares da
Art. 18 Os Alunos-Oficiais são
ativa têm precedência sobre os da
declarados Aspirantes-a-Oficial PM
inatividade.
pelo Comandante Geral da Polícia
§ 4º Em igualdade de posto ou Militar que formar o Oficial PM.
graduação, a precedência entre os ATENÇÃO!
policiais-militares de carreira na
DADOUM NOVO ENTENDIMENTO A PARTIR
ativa e os da reserva remunerada DA

que as tiverem convocados é LeiComplementar Nº 68 de


definida pelo tempo de efetivo 22/03/2006.
serviço no posto ou graduação.

QUANDO NA RESERVA ART 17, § 1º A promoção das


REMUNERADA, O praças da Polícia Militar do Estado
TEMPO DE SERVIÇO do Piauí é da competência do
Governador do Estado, mediante
‘’CONGELA’’, ENTÃO
proposta do
Comandante Geral da Corporação. criação e até que um policial-militar
§ 2º O Governador poderá delegar tome posse ou desde que o
ao Comandante-Geral a
momento em que o policial-militar
competência para a promoção das
praças. exonerado, dispensado ou que
tenha recebido determinação
expressa de autoridade
CAPÍTULO III competente, o deixe ou até que o
outro policial-militar tome posse, de
DO CARGO E DA FUNÇÃO
acordo com as normas de
POLICIAIS-MILITARES
provimento previstas no Parágrafo
Único do art. 20.

Art. 19 Cargo policial-militar é Parágrafo Único – Consideram-se


aquele que só pode ser exercido também vagos os cargos policiais-
por policiais-militares em serviço militares cujos ocupantes:
ativo.
a) tenham falecido;
§ 1º O cargo policial-militar a que se
b) tenham sido considerados
refere este artigo é o que se
extraviados; e
encontra especificado nos Quadros
de Organização ou previsto, c) tenham sido considerados
caracterizado ou definido como tal desertores.
em outras disposições legais.
Art. 22 Função policial-militar é o
§ 2º - A cada cargo policial-militar exercício das obrigações inerentes
corresponde um conjunto de ao cargo policial-militar.
atribuições, deveres e
Art. 23 Dentro de uma mesma
responsabilidade que se constituem
organização policial-militar, a
em obrigações do respectivo titular.
seqüência de substituições bem
§ 3º - As obrigações inerentes ao como as normas, atribuições e
cargo policial-militar devem ser responsabilidades relativas, são
compatíveis com o correspondente estabelecidas na legislação
grau hierárquico e definidas em específica, respeitadas a
legislação ou regulamentação precedência e qualificações
peculiares. exigidas para o cargo ou para o
exercício da função.
CARGO SOMENTE SERVIÇO ATIVO
Art. 24 – O policial-militar ocupante
Art. 20 – Os cargos policiais-
do cargo provido em caráter
militares são providos com pessoal
efetivo ou interno, de acordo com
que satisfaça aos requisitos de grau
o Parágrafo Único do art. 20, faz
hierárquico e de qualificação
jus às gratificações e a outros
exigidos para seu desempenho.
direitos correspondentes ao cargo,
Art. 21 O cargo policial-militar é
considerado vago a partir de sua
conforme previsto em lei.4
Revogado pela Lei Complementar nº
Art. 26 – São manifestações
084/2007
essenciais do valor policial-militar:
Art. 25 As obrigações que, pela
I - o sentimento de servir à
generalidade, peculiaridade,
comunidade, traduzido pela
duração, vulto ou natureza não são
vontade inabalável de cumprir o
catalogadas como posições
dever policial-militar e pelo integral
tituladas em Quadros de
devotamento à manutenção da
Organização ou dispositivo legal são
ordem pública, mesmo com risco da
cumpridas como "Encargos",
própria vida;
"Incumbência", "Comissão",
"Serviços" ou "Atividade", policial- II - o civismo e o culto das
militar ou de natureza policial- tradições históricas;
militar.
III - a fé na elevada missão da
Parágrafo Único. Aplica-se, no que Polícia Militar;
couber, ao Encargo, Incumbência,
IV - o espírito-de-corpo, orgulho do
Comissão, Serviço ou Atividade,
policial-militar pela organização
policial-militar ou de natureza
onde serve;
policial-militar, o disposto neste
Capítulo para Cargo Policial V - o amor a profissão policial-
Militar. militar e o entusiasmo com que é
exercida; e

VI - o aprimoramento técnico-
TÍTULO II
profissional.
DAS OBRIGAÇÕES E DOS
DECORE: Sentimento, civismo, fé,
DEVERES POLICIAIS- amor, espírito e aprimoramento!
MILITARES

SEÇÃO II
CAPÍTULO I
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS-
Art. 27 – O sentimento do dever, o
MILITARES
pundonor policial-militar e decoro
da classe impõe a cada um dos
integrantes da Polícia Militar,
SEÇÃO I
conduta moral e profissional
DO VALOR POLICIAL-MILITAR irrepreensíveis, com observância
dos seguintes preceitos da ética
policial-militar:
4
Vide Lei nº 5.210, de 17 de setembro de 2001,
publicada em DOE nº 181, de 19.09.2001, que
dispõe sobre o Código de Vencimentos da
Polícia Militar do Piauí.
I - amar a verdade e a XIV - observar as normas da boa
responsabilidade como fundamento educação;
da dignidade pessoal;
XV - garantir assistência moral e
II - exercer com autoridade, material ao seu lar e conduzir-se
eficiência e probidade as funções como chefe de família modelar;
que lhe couber em decorrência do
XVI - conduzir-se, mesmo fora do
cargo;
serviço ou na inatividade, de modo
III - respeitar a dignidade da pessoa que não sejam prejudicados os
humana; princípios da disciplina, do respeito
e do decoro policial-militar;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis,
os regulamentos, as instruções e as XVII - abster-se de fazer uso do
ordens das autoridades posto ou da graduação para obter
competentes; facilidades pessoais de qualquer
natureza ou para encaminhar
V - ser justo e imparcial no
negócios particulares ou de
julgamento dos atos e na
terceiros;
apreciação do mérito dos
subordinados; XVIII - abster-se, o policial-militar
na inatividade, do uso das
VI - zelar pelo preparo próprio,
designações hierárquica, quando:
moral, intelectual, físico e também
pelo dos subordinados; a) em atividade político-partidárias;

VII - empregar todas as suas b) em atividades industrias;


energias em benefício do serviço;
c) em comerciais;
VIII - praticar a camaradagem e
d) para discutir ou provocar
desenvolver permanentemente o
discussão pela imprensa a respeito
espírito de cooperação;
de assunto políticos ou policiais-
IX - ser discreto em suas atitudes, militares, excetuando-se os da
maneiras e em sua linguagem escrita natureza exclusivamente técnica, se
e falada; devidamente autorizado; e

X - abster-se de tratar, fora do e) no exercício de funções de


Âmbito apropriado, de matéria natureza não policial-militar, mesmo
sigilosa, relativa à Segurança oficiais.
Nacional;
XIX – zelar pelo bom nome da
XI - acatar as autoridades civis; Polícia Militar e de cada um dos
seus integrantes, obedecendo e
XII - cumprir seus deveres de
fazendo obedecer aos preceitos da
cidadão;
ética policial-militar.
XIII - proceder da maneira ilibada
na vida pública e na particular;
Art. 28 – Ao policial-militar da ativa, IMAGINE QUE UM POLICIAL
ressalvado o disposto no parágrafo MILITAR APAREÇA DE
HELICÓPTERO PARTICULAR PARA
segundo, é vedado comerciar ou
TRABALHAR,
tomar parte na administração ou
gerência de sociedade ou dela ser
ESTRANHO NÃO? (RS)
sócio ou participar, exceto como
acionista ou quotista em sociedade
PODERÁ ENTÃO SER APLICADO
anônima ou por quotas de
ESSE ARTIGO AO CASO
responsabilidade limitada. CONCRETO.
§ 1º - Os policiais-militares na
reserva remunerada, quando
convocados, ficam proibidos de CAPÍTULO II
tratar, nas organizações policiais- DOS DEVERES POLICIAIS-
militares e nas repartições públicas MILITARES
civis, dos interesses de
organizações ou empresas privadas Art. 30 – Os deveres policiais-
de qualquer natureza. militares emanam de vínculo
racionais e morais que ligam o
§ 2º - Os policiais-militares da ativa policial-militar à comunidade
podem exercer diretamente, a estadual e à sua segurança, e
gestão de seus bens, desde que não compreendem, essencialmente:
infrinjam o disposto no presente
artigo. I - a dedicação integral ao serviço
policial-militar e a fidelidade à
§ 3º - No intuito de desenvolver a instituição à que pertence, mesmo
prática profissional dos integrantes com sacrifício da própria vida;
do Quadro de Saúde, é-lhes
permitido o exercício da atividade II - o culto aos símbolos nacionais;
técnico-profissional, no meio civil, III - a probidade e a lealdade em
desde que tal prática não todas as circunstâncias;
prejudiquem5 o serviço.
IV - a disciplina e o respeito à
Art. 29 – O Comandante-Geral da hierarquia;
Polícia Militar poderá determinar
aos policiais-militares da ativa que, V - o rigoroso cumprimento das
no interesse da salvaguarda da obrigações; e
dignidade dos mesmos, informem VI - a obrigação de tratar o
sobre a origem e natureza dos seus subordinado dignamente e com
bens, sempre que houver razões urbanidade.
relevantes que recomendem tal
medida.
DIFÍCIL DE DECORAR?
BIZU! . COMO
5
Assim foi publicado: “prejudiquem”. O correto DIFERENCIAR DEVER X
seria “prejudique”.
ÉTICA X VALOR ? FÁCIL !, Esse compromisso obedecerá aos
ÉTICA SEMPRE COMEÇA seguintes dizeres: "Ao ser declarado
COM VERBO. ENQUANTO Aspirante-a-Oficial da Polícia
OS OUTROS DOIS SÃO Militar, assumo o compromisso de
POUCOS ELEMENTOS DE
cumprir rigorosamente as ordens
FÁCIL MEMORIZAÇÃO.
das autoridades a que estiver
subordinado e de me dedicar
inteiramente ao serviço policial-
Art. 31 – Todo cidadão, após
militar, à manutenção da ordem
ingressar na Polícia Militar
pública e à segurança da
mediante inclusão, matrícula ou
comunidade, mesmo com o risco da
nomeação, prestará compromisso
própria vida".
de honra, no qual afirmará a sua
aceitação consciente das § 2º - Ao ser promovido ao primeiro
obrigações e dos deveres policiais- posto, o Oficial PM prestará o
militares e manifestará a sua firme compromisso de Oficial, em
disposição de bem cumpri-los. solenidade especialmente
programada, de acordo com os
Art. 32 – O compromisso a que se
seguintes dizeres: "Perante a
refere o artigo anterior terá caráter
Bandeira do Brasil e pela minha
solene e será prestado na presença
honra prometo cumprir os deveres
da tropa, tão logo o policial-militar
do Oficial da Polícia Militar do
tenha adquirido um grau de
Piauí e dedicar-me inteiramente ao
instrução compatível com o
seu serviço".
perfeito entendimento de seus
deveres como integrante da Polícia
Militar, conforme os seguintes
SEÇÃO II
dizeres: "Ao ingressar na Polícia
Militar do Piauí, prometo regular a DO COMANDO E DA
minha conduta pelos preceitos da SUBORDINAÇÃO
moral, cumprir rigorosamente as
ordens das autoridades a que
estiver subordinado e dedicar-me Art. 33 Comando é a soma de
inteiramente ao serviço policial- autoridade, deveres e
militar, à manutenção da ordem responsabilidades de que o policial-
pública e à segurança da militar é investido legalmente,
comunidade, mesmo com o risco de quando conduz homens ou dirige
própria vida". uma organização policial-militar. O
Comando é vinculado ao grau
§ 1º - O compromisso do Aspirante-
hierárquico e constitui uma
Oficial PM será prestado de acordo
prerrogativa impessoal, em cujo
com o cerimonial constante do
exercício o policial-militar se define
regulamento da Academia de
e se caracteriza como chefe.
Policia Militar, onde for formado.
Parágrafo Único. Aplica-se à Art. 37 Os cabos e soldados são,
Direção e à Chefia da Organização essencialmente, os elementos de
Policial-Militar, no que couber, o execução.
estabelecido para o Comando.
Art. 38 Às praças especiais cabe a
Art. 34 A subordinação não afeta, rigorosa observância das
de modo algum a dignidade pessoal prescrições dos regulamentos que
do policial-militar e decorre, lhes são pertinentes, exigindo-lhes
exclusivamente, da estrutura inteira dedicação ao estudo e ao
hierárquica da Polícia Militar. aprendizado técnico-profissional.

Art. 35 O Oficial é preparado, ao Art. 39 Cabe ao policial-militar a


longo da carreira, para o exercício responsabilidade integral pelas
do Comando, da Chefia e da decisões que tomar, pelas ordens
Direção das Organizações Policiais- que emitir e pelos atos que praticar.
Militares.

Art. 36 Os subtenentes e sargentos


CAPÍTULO III
auxiliam e completam as atividades
dos Oficiais, quer no adestramento DA VIOLAÇÃO DAS
da tropa e no emprego dos meios, OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES
quer na instrução e na
TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR É UMA
administração, bem como no CONDUTA CONTRÁRIA AO QUE DIZ O
comando de frações de tropa, REGULAMENTO DISCIPLINAR DA
mesmo agindo isoladamente, nas POLÍCIA MILITAR. PENA : PUNIÇÃO
atividades de policiamento DISCIPLINAR.
ostensivo peculiares à Polícia CONTRAVENÇÃO PENAL É UMA
Militar. CONDUTA DE MENOR POTÊNCIAL
LESIVO MAS QUE TAMBÉM É ILÍCITO,
Parágrafo Único. No exercício das EXEMPLO: JOGO DE AZAR.... PENA:
atividades mencionadas neste artigo PRISÃO SIMPLES OU MULTA.
e no comando de elementos
CRIME É UMA CONDUTA ILÍCITA
subordinados os subtenentes e GRAVE QUE PODEMOS ENCONTRAR
sargentos deverão impor-se pela NO CÓDIGO PENAL OU NAS LEIS
lealdade, pelo exemplo e pela ESPECIAIS, EXEMPLO: HOMICÍDIO,
capacidade profissional e técnica PECULATO, ROUBO, FURTO.... PENA:
RECLUSÃO OU DETENÇÃO.
incumbindo-lhes assegurar a
observância minuciosa e
ininterrupta das ordens, das regras
Art. 40 A violação das obrigações
do serviço e das normas operativas
ou dos deveres policiais-militares
pelas praças que lhes estiverem
constituirá crime, contravenção
diretamente subordinadas e a
penal ou transgressão disciplinar,
manutenção, da coesão e do moral
conforme dispuserem a legislação
das mesmas praças em todas as
ou regulamentação peculiares.
circunstâncias.
§ 1º A violação dos preceitos da c) os Comandantes, os Chefes e os
ética policial-militar é tão mais grave Diretores, na conformidade da
quando mais elevado for o grau legislação ou regulamentação da
hierárquico de quem a cometer. Corporação.

§ 2º No concurso de crime militar e § 2º O policial-militar afastado do


de contravenção penal ou cargo, nas condições, mencionadas
transgressão disciplinar será neste artigo, ficará privado do
aplicada somente a pena relativa ao exercício de qualquer função
crime. policial-militar, até a solução final
do processo ou das providências
Art. 41 A inobservância dos deveres
legais que couberem no caso.
especificados nas leis e
regulamentos ou a falta de exação Art. 43 São proibidas quaisquer
no cumprimento dos mesmos manifestações coletivas, tanto
acarreta para o policial-militar sobre atos de superiores, quanto às
responsabilidade funcional, de caráter reivindicatória.
pecuniária, disciplinar ou penal,
consoante a legislação específica.
NÃO PODE, POR EXEMPLO, FAZER GREVE.
Parágrafo Único. A apuração da
responsabilidade funcional,
pecuniária, disciplinar ou penal, SEÇÃO I
poderá concluir pela
incompatibilidade do policial militar DOS CRIMES MILITARES
com o cargo ou pela incapacidade
para o exercício das funções
policiais-militares a ele inerentes. Art. 44 Os Conselhos de Justiça,
em 1ª instância são competentes
Art. 42 O Policial-militar que, por para processar e julgar os policiais-
sua atuação, se tornar incompatível militares, nos crimes definidos em
com o cargo ou demonstrar lei como militares6.
incapacidade no exercício das
funções policiais-militares a ele Art. 45 Aplicam-se aos policiais-
inerentes, será afastado do cargo. militares, no que couber, as
disposições estabelecidas no
§ 1º São competentes para Código Penal Militar.
determinar o imediato afastamento
do cargo ou o impedimento do
exercício da função: SEÇÃO II
a) o Governador do Estado do DAS TRANSGRESSÕES
Piauí; DISCIPLINARES
b) o Comandante-Geral da Polícia
6
Os crimes militares estão definidos no Código
Militar; e
Penal Militar (Decreto-Lei Federal nº 1.001,
de 21 de outubro de 1969).
ATENÇÃO! ESTA LEI § 1º O Oficial, ao ser submetido a
(REGULAMENTO DISCIPLINAR) Conselho de Justificação, poderá
TAMBÉM ESTÁ NO SEU EDITAL,
ser afastado do exercício de suas
VEREMOS ELA DE
funções automaticamente ou a
critério do Comandante-Geral da
FORMA BEM DETALHADA EM
Polícia Militar, conforme
SEGUIDA NESTE MESMO
MATERIAL. estabelecido em Lei específica8.

§ 2º Compete ao Tribunal de
Justiça do Estado do Piauí, julgar
Art. 46 O Regulamento Disciplinar em única instância os processo
da Polícia Militar7 especificará e oriundos dos Conselhos de
classificará as transgressões e Justificação, na forma estabelecida
estabelecerá as normas relativas à em Lei específica.
amplitude e aplicação das penas
disciplinares, à classificação do § 3º O Conselho de Justificação
comportamento policial-militar e à também poderá ser aplicado aos
interposição de recursos contra as oficiais reformados e na reserva
penas disciplinares. remunerada.

§ 1º As penas disciplinares de Art. 48 O Aspirante-a-Oficial PM,


detenção ou prisão não podem bem como as praças com
ultrapassar de trinta dias. estabilidade assegurada,
presumivelmente incapaz de
§ 2º Ao Aluno-Oficial PM aplicam-se permanecer como policiais-militares
também as disposições disciplinares da ativa serão submetidos a
previstas no estabelecimento de Conselho de Disciplina, na forma da
ensino onde estiver matriculado. legislação específica9.

§ 1º O Aspirante-a-Oficial PM e as
SEÇÃO III praças com estabilidade
assegurada, ao serem submetidos a
DOS CONSELHOS DE Conselho de Disciplina, serão
JUSTIFICAÇÃO E DISCIPLINA afastados das atividades que
estiverem exercendo.

Art. 47 O Oficial presumivelmente § 2º Compete ao Comandante-Geral


incapaz de permanecer como da Polícia Militar julgar processos
policial-militar da ativa será 8
Trata-se da Lei nº 3.728, de 27 de maio de
submetido a Conselho de 1980, publicada no DOE nº 101, de
Justificação na forma da legislação 30.05.1980, que dispõe sobre o Conselho de
Justificação da Polícia Militar e Corpo de
específica. Bombeiros do Estado do Piauí.
9
Trata-se da Lei nº 3.729, de 27 de maio de
7
Decreto nº 3.548, de 31 de janeiro de 1980, 1980, publicada no DOE nº 101, de
publicado no DOE nº 32, de 15.01.1980, que 30.05.1980, que dispõe sobre o Conselho de
dispõe sobre o Regulamento Disciplinar da Disciplina da Polícia Militar e Corpo de
Polícia Militar do Piauí (RDPMPI). Bombeiros do Estado do Piauí.
oriundos do Conselho de Disciplina II - a percepção de remuneração
convocados no âmbito da correspondente ao grau hierárquico
Corporação. superior ou melhoria da mesma
quando, ao ser transferido para a
§ 3º O Conselho de Disciplina
inatividade, contar mais de 35
também poderá ser aplicado as
(trinta e cinco) de serviço, se
praças reformadas e na reserva
Oficial, e mais de 30 (trinta) anos de
remunerada.
serviço, se praça; e

Revogado pela Lei nº 5.210/2001

III - nas condições e nas limitações


imposta na legislação e
DICA:
regulamentação específica:

a) a estabilidade, quando praça com


CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO
10 (dez) anos ou mais anos de tempo
OFICIAIS. de efetivo serviço;

CONSELHO DE DISCIPLINA  b) uso das designações


ASPIRANTE A OFICIAL E hierárquicas;

PRAÇAS COM ESTABILIDADE c) a ocupação de cargo


correspondente ao posto ou à
ASSEGURADA.
graduação;

d) percepção de remuneração;
TÍTULO III
e) outros direitos previstos na lei
DOS DIREITOS E DAS específica que trata da
PRERROGATIVAS DOS remuneração dos policiais-militares
POLICIAIS–MLITARES do Estado do Piauí;

f) a constituição de pensão policial-


CAPÍTULO I militar;

DOS DIREITOS g) a promoção;

h) a transferência para a reserva


remunerada, a pedido, ou a
Art. 49 São direitos dos policiais- reforma;
militares:
i) as férias, os afastamentos
I - garantia da patente, em toda a temporários do serviço e as
sua plenitude, com as vantagens, licenças;
prerrogativas e deveres a ela
inerentes, quando Oficial; j) a demissão e o licenciamento
voluntário;
l) o porte de arma, quando Oficial, Poder Judiciário, deverá participar,
em serviço ativo ou em inatividade, antecipadamente, esta iniciativa à
salvo aqueles em inatividade por autoridade a qual estiver
alienação mental ou condenação subordinado.
por crimes contra a Segurança
Art. 51 Os policiais-militares são
Nacional ou por atividades que
alistáveis como eleitores na forma
desaconselham aquele porte; e
do que estabelece a Constituição
m) porte de arma, pelas praças, com Federal.
as restrições impostas pela Polícia
Parágrafo Único. Os policiais
Militar.
militares alistáveis são elegíveis,
Parágrafo único revogado pela Lei atendidas as seguintes condições:
nº 5.210/2001.
Parágrafo Único derrogado pelo §8º
Art. 50 O policial-militar que se do art. 14 da Constituição Federal
julgar prejudicado ou ofendido por de 1988.
qualquer ato administrativo ou
a) o policial-militar que tiver menos
disciplinar de superior hierárquico,
de 05 (cinco) anos de efetivo
poderá recorrer ou interpor pedido
serviço será, ao se candidatar a
de reconsideração, queixa ou
cargo eletivo, excluído do serviço
representação, segundo legislação
ativo, mediante demissão ou
vigente na Corporação.
licenciamento "ex-ofício";
§ 1º O direito de recorrer na esfera
b) o policial-militar em atividade,
administrativa prescreverá:
com 05 (cinco) ou mais anos de
em 15 (quinze) dias corridos, a efetivo serviço, ao se candidatar a
contar do recebimento da cargo eletivo, será afastado,
comunicação oficial, quanto a ato temporariamente, do serviço ativo e
que decorra da composição de agregado, considerado em licença
Quadro de Acesso; para tratar de interesse particular.
Se eleito, será no ato da
em 120 (cento e vinte) dias corridos,
diplomação, transferido para a
nos demais casos.
reserva remunerada, percebendo a
§ 2º O pedido de reconsideração, a remuneração a que faz jus, em
queixa e a representação não função de seu tempo de serviço.
podem ser feitos coletivamente.
SEÇÃO I
RECURSOS pedido de DA REMUNERAÇÃO
reconsideração, queixa ou
representação
Art. 52 A remuneração dos
§ 3º O policial-militar da ativa que, policiais-militares compreendem
nos casos cabíveis, se dirigir ao vencimentos ou proventos,
indenização e outros direitos e é qualquer trabalho, não podendo
devida em base estabelecidas em lei prover os meios de subsistência.
peculiar.10
Art. 54 O soldo é irredutível e não
§ 1º Os policiais-militares na ativa será sujeito a penhora seqüestro ou
percebem remuneração arresto, exceto nos casos previstos
constituídas pelas seguintes em lei.
parcelas:
Art. 55 Para efeito de montepio e
a) mensalmente: outros fundos, o valor do soldo é
igual para o policial-militar da ativa,
I - vencimentos, compreendendo
da reserva remunerada ou
soldo e gratificações;
reformado, de um mesmo grau
II - indenizações. hierárquico, ressalvado o disposto
no inciso II, do artigo 49.
b) eventualmente, outras
indenizações. Art. 56 É proibido acumular
remuneração de inatividade.
§ 2º Os policiais-militares em
inatividade percebem: Parágrafo Único. O disposto neste
artigo, não se aplica aos policiais-
a) mensalmente: proventos;
militares da reserva remunerada e
b) eventualmente: auxílio aos reformados, quanto ao
– invalidez. exercício do mandado eletivo,
quanto ao de função de magistério
MODIFICADO PELA LEI 6.173/12 ou cargo em comissão ou quanto ao
LEI DE PARCELA ÚNICA. contrato para prestação de
serviços técnicos ou especializados.
§ 3º - Os policiais-militares receberão
salário-família de conformidade Art. 57 Os proventos da inatividade
com a lei que o rege. serão previstos sempre que, por
motivo de alteração do poder
Art. 53 O auxílio-invalidez, aquisitivo da moeda, se
atendidas as condições estipuladas modificarem os vencimentos dos
em lei peculiar que trata da policiais-militares em serviço ativo,
remuneração dos policiais-militares, na percentagem concedida.
será concedido ao policial-militar,
que, quando em serviço ativo, Parágrafo Único. Ressalvados os
tenha sido ou venha a ser casos, previstos em lei, os proventos
reformado por incapacidade de inatividade não poderão exceder
definitiva e considerado inválido, a remuneração percebida pelo
total e permanentemente, para policial-militar da ativa no posto ou
na graduação correspondente aos
dos seus proventos.

10
Vide Lei nº 5.378, de 2004, que dispõe sobre
o Código de Vencimentos da Polícia Militar.
SEÇÃO II NÃO EXISTE MAIS
PROMOÇÃO POR BRAVURA!
DA PROMOÇÃO
§ 1º Em casos extraordinários,
Art. 58 O acesso na hierarquia poderá haver promoção em
policial-militar é seletiva, gradual e ressarcimento de preterição.
sucessivo e será feito mediante
promoções, de conformidade com o § 2º - A promoção de policiais-
disposto na legislação e militares feita em ressarcimento de
regulamentação de promoções de preterição será efetuada segundo o
oficiais e de praças11, de modo a princípio de antiguidade,
obter-se um fluxo regular e recebendo ele o número que lhe
equilibrado de carreira para os competir na escala hierárquica,
policiais-militares a que esses como se houvesse sido promovido
dispositivos se referem. na época devida.

§ 1º O planejamento da carreira dos Art. 60 Não haverá promoção de


oficiais e praças, obedecidas as policial-militar por ocasião de sua
disposições da legislação e transferência para a reserva
regulamentação a que se refere remunerada ou por ocasião de sua
este artigo, é atribuição do reforma.
Comandante- Geral da Polícia
Militar.
SEÇÃO III
§ 2º A promoção é um ato
administrativo e tem como DAS FÉRIAS E OUTROS
finalidade básica a seleção dos AFASTAMENTOS
policiais-militares para o exercício TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO
de funções pertinentes ao grau
hierárquico superior.
Art. 61 – Ao policial-militar será
Art. 59 As promoções serão concedido obrigatoriamente, 30
efetuadas pelos critérios de (trinta) dias consecutivos de férias,
antiguidade e merecimento ou, observado o plano elaborado pela
ainda, por bravura e post-mortem.12 sua Organização Policial-Militar.

§ 1º - Compete ao Comandante-
11
Vide Lei nº 3.936, de 03 de julho de 1984, e Geral da Polícia Militar a
o Decreto nº 6.155, de 10 de janeiro de
1985, que dispõem sobre promoção de regulamentação da concessão das
Oficiais da Polícia Militar do Estado do férias anuais.
Piauí, bem como o Decreto nº 9.888, de 24
de março de 1998, publicado no DOE nº 59, § 2º - A concessão de férias não é
de 27.03.1998, que aprova o Regulamento
de Promoção de Praças da Polícia Militar do
prejudicada pelo gozo anterior de
Piauí. licença para tratamento de saúde,
12
Vide Lei Complementar nº 17, de 08 de por punição decorrente de
janeiro de 1996, publicada no DOE nº 14 de
19.01.96, que dispõe sobre promoções em transgressão disciplinar, pelo estado
condições especiais.
de guerra ou para que estejam ou luto será concedido, no primeiro
cumpridos atos de serviço, bem caso, se solicitado por anteposição,
como não anula o direito àquelas à data do evento e, no segundo
licenças. caso, tão logo a autoridade a que
estiver subordinado o policial-
§ 3º - Somente em casos de interesse
militar tenha conhecimento do
de Segurança Nacional, de
óbito.
manutenção da ordem, de extrema
necessidade do serviço ou de Art. 63 – As férias e os outros
transferência para a inatividade, o afastamentos mencionados nesta
Comandante-Geral poderá Seção são concedidos com a
interromper ou deixar de conceder remuneração prevista na legislação
na época prevista, o período de específica e computados como
férias a que tiverem direito, tempo de efetivo serviço para
registrando-se então o fato em seus todos efeitos legais.
assentamentos.

§2º Revogado pelo Lei


SEÇÃO IV
Complementar nº 084/2007
DAS LICENÇAS
Art. 62 – Os policiais-militares têm
direito, ainda, aos seguintes
períodos de afastamento total do
Art. 64 – Licença é a autorização
serviço, obedecidas as disposições
para o afastamento total do
legais e regulamentares, por motivo
serviço, em caráter temporário,
de :
concedida ao policial-militar,
I - núpcias: 08 (oito) dias; obedecidas as disposições legais e
regulamentares.
II - luto: 08 (oito) dias;
§ 1º - A licença poder ser:
III - instalação: até 10 (dez) dias;
-especial;
VI - trânsito: até 30 (trinta) dias.
-para tratar de interesse particular;
ATENÇÃO ! NÚPCIAS E
LUTO SÃO DE 8 DIAS. -para tratamento de saúde de
PORÉM INSTALAÇÃO E pessoa da família;
TRÂNSITO SÃO
RESPECTIVAMENTE ATÉ 10 -para tratamento de saúde própria.
E ATÉ 30 DIAS, CUIDADO
§ 2º - A remuneração do policial-
COM ESSE ATÉ, SE RETIRAR
militar, quando no gozo de qualquer
ELE, A QUESTÃO FICA
COMPLETAMENTE das licenças constantes do
ERRADA! parágrafo anterior, é regulada em
legislação peculiar.
Parágrafo Único – O afastamento
do serviço por motivo de núpcias Art. 65 – A licença especial é a
autorização para afastamento total
do serviço, relativa a cada decênio § 6º - A concessão da licença
de tempo de efetivo serviço especial é regulada pelo
prestado, concedida ao policial- Comandante-Geral da Polícia
militar que a requerer, sem que Militar, de acordo com o interesse
implique em qualquer restrição para do serviço.
a sua carreira.
Art. 66 – A licença para tratar de
§ 1º - A licença especial tem a interesse particular é a autorização
duração de 06 (seis) meses, a ser para afastamento total do serviço,
gozado de uma só vez, podendo ser concedida ao policial-militar com
parcelada em 02 (dois) ou 03 (três) mais de 10 (dez) anos de efetivo
meses por ano civil, quando serviço, que a requerer com aquela
solicitado pelo interessado e finalidade.
julgado conveniente pelo
§ 1º - A licença será sempre
Comandante – Geral da
concedida com prejuízo da
Corporação.
remuneração e da contagem de
§ 2º - O período de licença especial tempo de efetivo serviço.
não interrompe a contagem do
§ 2º - A concessão de licença para
tempo de efetivo serviço.
tratar de interesse particular é
§ 3º - Os períodos de licença regulada pelo Comandante-Geral da
especial não gozados pelo policial- Polícia Militar, de acordo com o
militar são computados em dobro interesse do serviço.
para fins exclusivos da contagem de
Art. 67 – As licenças poderão ser
tempo para a passagem para a
interrompidas a pedido ou nas
inatividade e, nesta situação, para
condições estabelecidas neste
todos os efeitos legais. §3º
artigo.
Revogado pelo Lei Complementar
nº 084/2007 § 1º - A interrupção da licença
especial ou de licença para tratar
§ 4º - A licença especial não é
de interesse particular poderá
prejudicada pelo gozo anterior de
ocorrer:
qualquer licença para tratamento
de saúde e para que sejam a) em caso de mobilização e estado
cumpridos atos de serviços, bem de guerra;
como não anula o direito àquelas
b) em caso de decretação de estado
licenças.
de sítio;
§ 5º - Uma vez concedida a licença
c) para cumprimento de sentença
especial, o policial-militar será
que importe em restrição de
exonerado do cargo ou dispensado
liberdade individual;
do exercício das funções que
exerce e ficará à disposição do d) para cumprimento de punição
órgão de pessoal da Polícia Militar. disciplinar, conforme for
regulamentado pelo Comandante- 2º O militar do Estado, mesmo nos
Geral da Polícia Militar; e
períodos de folga, poderá ser
e) em caso de pronúncia em convocado para o serviço em
processo criminal ou indiciação em situações de calamidade pública, de
inquérito policial-militar, a juízo da
emergência, na ocorrência de
autoridade que efetivar a
desastres ou da prática de ações
pronúncia ou a indiciação.
criminosas que afetem gravemente a
§ 2º - A interrupção da licença para
segurança ou ordem pública.
tratamento de saúde de pessoa da
família, para de cumprimento de
pena disciplinar que importe em 3º As horas que excederem a
restrição da liberdade individual,
jornada diária serão remuneradas
será regulada na legislação da
por gratificação por operações
Polícia Militar
planejadas ou compensadas, na
LICENÇA ESPECIAL A
forma disciplinada no regulamento
CADA DEZ ANOS PERÍODO:
previsto no 1º deste artigo.
SEIS MESES SEM
PREJUÍZO NO TEMPO DE
SERVIÇO. 4º Não se aplica o 3º aos
LICENÇA PARA TRATAR DE militares que exerçam cargo em
INTERESSE PARTCULAR MAIS
DE DEZ ANOS COM PREJUÍZO comissão, percebem gratificação
NO TEMPO DE SERVIÇO. de representação de gabinete ou
outra gratificação pelo exercício

SEÇÃO V do cargo, ainda que em exercício

DA JORNADA DE TRABALHO E em outro Poder


DO REGIME DE TRABALHO

(AC) Pela Lei nº 6.467/2013 Art. 67-B. O regime de trabalho


dos militares do Estado
Art 67-A. Fica estabelecida jornada de
trabalho de 44 (quarenta e quatro)
obedecerá aos seguintes

horas semanais para os militares do princípios:

Estado do Piauí no efetivo exercício das


atribuições próprias do cargo. I- dedicação integral ao serviço do
militar;
1º Decreto disporá sobre a escala de
serviço, a jornada diária de trabalho, II- permanência e continuidade,
os períodos de descanso e as folgas. quanto à necessidade da prestação do
serviço;
próxima, só podendo retê-lo na
III- eficiência quanto à qualidade delegacia ou posto policial durante
técnico-profissional dos serviços a o tempo necessário à lavratura do
flagrante.
serem prestados;
§ 1º - Cabe ao Comandante-Geral da
Polícia Militar a iniciativa de
CAPÍTULO II responsabilizar a autoridade
policial-militar que não cumprir o
DAS PRERROGATIVAS
disposto neste artigo e que
maltratar ou consentir que seja
maltratado qualquer policial-militar
Art. 68 – As prerrogativas dos
ou não lhe der o tratamento devido
policiais-militares são constituídas
ao posto ou à sua graduação.
pelas honras, dignidade e distinção
devidas aos graus hierárquicos e § 2º - Se, durante o processo em
cargos. julgamento no foro comum, houver
perigo de vida para qualquer preso
Parágrafo Único – São
policial-militar, o Comandante-Geral
prerrogativas dos policiais-militares:
da Polícia Militar providenciará os
a) uso de títulos, uniforme, entendimentos com a autoridade
distintivos, insígnias e emblemas judiciária visando à guarda dos
policiais-militares da Polícia Militar, pretórios ou tribunais por força
correspondentes ao posto ou à policial-militar.
graduação;
Art. 70 – Os policiais-militares da
b) honras, tratamento e sinais de ativa, no exercício de funções
respeito que lhe sejam asseguradas policiais-militares são dispensados
em leis ou regulamentos; do serviço de júri na justiça civil e
do serviço na justiça eleitoral.
c) cumprimento de pena de prisão
ou detenção somente em
organização policial-militar, cujo
SEÇÃO ÚNICA
Comandante, Chefe ou Diretor
tenha precedência sobre o preso ou DO USO DOS UNIFORMES DA
detido; e POLÍCIA MILITAR

d) julgamento em foro especial, nos


crimes militares.
Art. 71 – Os uniformes da Polícia
Art. 69 – Somente em caso de Militar, com seus distintivos,
flagrante delito, o policial-militar insígnias e emblemas são privativos
poderá ser preso por autoridade dos policiais-militares e representam
policial, ficando esta, obrigada a o símbolo da autoridade policial-
entregá-lo imediatamente à militar com as prerrogativas que lhe
autoridade policial-militar mais são inerentes.
Parágrafo Único – Constituem quando expressamente determinado
crimes previstos na legislação ou autorizado.
específica o desrespeito aos
§ 2º Os policiais-militares na
uniformes, distintivos, insígnias e
inatividade, cuja conduta possa ser
emblemas policiais-militares, bem
considerada como ofensiva à
como seu uso por quem a eles não
dignidade da classe, poderão ser
tiver direito.
definitivamente proibidos de usar
OU SEJA, PODE POR uniformes, por decisão do
EXEMPLO UM Comandante-Geral da Polícia
POLICIAL MILITAR
Militar.
REFORMADO,
DEVIDAMENTE Art. 73 – O policial-militar fardado
AUTORIZADO,
tem as obrigações correspondentes
ULTILIZAR O
UNIFORME POLICIAL
ao uniforme que usa e aos
MILITAR COMPATÍVEL distintivos, emblemas ou às insígnias
PARA IR A UM que ostente.
CASAMENTO.
Art. 74 – É vedado ao qualquer
elemento civil ou organizações civis
Art. 72 – O uso dos uniformes com usar uniforme ou ostentar
seus distintivos, insígnias e distintivos, insígnias ou emblemas
emblemas, bem como modelos, que possam ser confundidos com os
descrição, composição, peças, adotados na Polícia Militar.
acessórios e outras disposições são
Parágrafo Único – São responsáveis
estabelecidas na regulamentação
pela infração das disposições deste
peculiar da Polícia Militar.
artigo os diretores ou chefes de
§ 1º - É proibido ao policial-militar o repartições, organizações de
uso de uniformes: qualquer natureza, firma ou
empregadores, empresas e institutos
a) em reuniões, programas ou
ou departamentos que tenham
qualquer outra manifestação de
adotado ou consentido sejam
caráter político-partidário;
usados uniformes ou ostentados
b) na inatividade, salvo para distintivos, insígnias ou emblemas
comparecer a solenidade militar e que possam ser confundidos com os
policiais-militares, e, quando adotados na Polícia Militar.
autorizado, a cerimônias cívicas
ATENÇÃO EM PROVA ! O
comemorativas de datas nacionais ESTATUTO SE PREOCUPA EM
ou atos sociais solenes de caráter TRAZER NO SEU TEXTO A
particular; VEDAÇÃO TAMBÉM

c) no estrangeiro, quando em
atividade não relacionadas com a DE QUALQUER
missão do policial-militar, salvo distintivos, insígnias
ou emblemas que II - ter sido julgado incapaz
definitivamente, enquanto tramita
possam ser
o processo de reforma;
confundidos com os
III - haver ultrapassado um ano
adotados.
contínuo de licença para
tratamento de saúde própria;

TÍTULO VI IV - haver ultrapassado 06 (seis)


meses contínuos em licença para
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
tratar de interesse particular;
CAPÍTULO I
V - haver ultrapassado 06 (seis)
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS meses contínuos em licença para
tratamento de saúde de pessoa da
SEÇÃO I
família;
DA AGREGAÇÃO
VI - ter sido considerado
oficialmente extraviado;

Art. 75 – A agregação é a situação VII - haver sido esgotado prazo que


na qual o policial-militar da ativa caracteriza o crime de deserção
deixa de ocupar vaga na escala previsto no Código Penal Militar, se
hierárquica, do seu quadro nela oficial ou praça com estabilidade
permanecendo sem número. assegurada;

§ 1º - O policial-militar deve ser VIII - como desertor, ter-se


agregado quando: apresentado voluntariamente, ou
ter sido capturado e reincluído a
for nomeado para cargo policial-
fim de se ver processar;
militar ou considerado de natureza
policial-militar estabelecida em lei IX - se ver processar, após fiar
ou decreto, não previsto nos exclusivamente à disposição da
quadros de organização da Polícia justiça comum;
Militar; (revogado pela Lei nº
X - haver ultrapassado 06 (seis)
5.468/2005)
meses contínuos sujeito a processo
-aguardar transferência "ex–ofício" no foro militar;
para a reserva remunerada, por ter
XI - ter sido condenado a pena
sido enquadrado em quaisquer dos
restritiva de liberdade superior a 06
requisitos que a motivam; e
(seis) meses, em sentença passada
-for afastado temporariamente do em julgado, enquanto durar a
serviço ativo por motivo de: execução ou até ser declarado
indigno de pertencer à Polícia
I - ter sido julgado incapaz
Militar ou com ela incompatível;
temporariamente, após um ano
contínuo de tratamento;
XII - ter passado à disposição da "c" do § 1º, é contada a partir da
Secretaria do Governo ou de data indicada no ato que torna
outros órgãos do Estado do Piauí, público o respectivo evento.
da União, dos demais Estados ou
§ 6º - A agregação do policial-militar,
dos Territórios e dos Municípios,
que se refere o item XIV da alínea
para exercer função de natureza
"c" do § 1º, é contada a partir da
civil;
data do registro como candidato
XIII - ter sido nomeado para até sua diplomação ou seu regresso
qualquer cargo público civil à Corporação, se não houver sido
temporário, não eletivo, inclusive da eleito.
administração indireta;
§ 7º - O policial-militar agregado fica
XIV - ter-se candidatado a cargo sujeito às obrigações disciplinares
eletivo desde que conte 05 (cinco) concernentes às suas relações com
ou mais anos de efetivo serviço; outros policiais-militares e
autoridades civis, salvo quando
XV - ter sido condenado à pena de
titular do cargo quer lhe dê
suspensão do exercício do posto,
precedência funcional sobre outros
graduação, cargo ou função
policiais-militares mais graduados ou
prevista no Código Penal Militar.
mais antigos.
§ 2º - O policial-militar agregado de
§ 8º - Este artigo não será aplicado
conformidade com as alíneas "a" e
para os policiais-militares nomeados
"b" do § 1º, continua a ser
para o Gabinete Militar do
considerado, para todos os efeitos,
Governador do Estado.
em serviço ativo.
Art. 76 – O policial-militar agregado
§ 3º - A agregação do policial-militar,
ficará adido, para efeito de
a que se refere a alínea "a" e os
alterações e remuneração, à
itens XII e XIII da letra "c" do § 1º, é
organização policial-militar que lhe
contada a partir da data de posse
for designada, continuando a
do novo cargo até o regresso à
figurar no respectivo registro, sem
Corporação ou transferência "ex-
número, no lugar que até então
ofício" para a reserva remunerada.
ocupava, com a abreviatura "Ag" e
§ 4º - A agregação do policial-militar, anotações esclarecedoras de sua
a que se refere os itens I, III, IV, V situação.
e X, da alínea "c" do § 1º, é contada
Art. 77 – A agregação se faz por
a partir do primeiro dia após os
ato do Governador do Estado do
respectivos prazos e enquanto
Piauí.
durar o respectivo evento.

§ 5º - A agregação do policial-militar,
a que se referem a alínea "b" e item SEÇÃO II
II, VI, VII, VIII, IX e XV, da alínea
DA REVERSÃO
III - é promovido por bravura, sem
haver vaga;
Art. 78 – Reversão é o ato pelo qual
o policial-militar agregado retorna VI - tendo cessado o motivo que
ao respectivo quadro tão logo cesse determinou sua reforma por
o motivo que determinou a sua incapacidade definitiva, retorna ao
agregação, voltando a ocupar o respectivo Quadro, estando este
lugar que lhe competir na com seu efetivo completo.
respectiva escala numérica, na 1ª
SEÇÃO IV
vaga que ocorrer.
DO AUSENTE E DO DESERTOR
Parágrafo Único – A qualquer
tempo poderá ser determinada a
reversão do policial-militar
Art. 81 – É considerado ausente o
agregado, exceto nos casos
policial-militar que por mais de 24
previstos nos incisos I, II, III, VI,
(vinte e quatro) horas consecutivas:
VII, VIII, XI, XIV e XV, da alínea "c"
do § 1º do art. 75. I – deixar de comparecer à sua
Organização Policial Militar sem
Art. 79 – A reversão será efetuada
comunicar qualquer motivo de
mediante ato do Governador do
impedimento; e
Estado do Piauí.
II – ausentar-se, sem licença, da
Organização Policial-militar onde
serve ou local onde deve
permanecer.

Parágrafo Único – Decorrido o


SEÇÃO III
prazo mencionado neste artigo,
DO EXCEDENTE serão observadas as formalidades
previstas em legislação específica.13

Art. 82 – O policial-militar é
Art. 80 – Excedente é a situação
considerado desertor nos casos
transitória a que, automaticamente,
previstos na Legislação Penal
passa o policial-militar que:
Militar.
I - tendo cessado o motivo que
determinou a sua agregação,
reverte ao respectivo quadro,
estando este com seu efetivo
SEÇÃO V
completo;
DO DESAPARECIMENTO E DO
II - aguarda a colocação a que faz
EXTRAVIO
jus na escala hierárquica após haver
sido transferido de quadro, estando 13
Vide Código de Processo Penal Militar
o mesmo com seu efetivo completo; (Decreto-Lei Federal nº 1.002, de 21 de outubro
de 1969).
Art. 85 – O desligamento ou a
exclusão do serviço ativo da Polícia
Art. 83 – É considerado
Militar é feito em conseqüência de:
desaparecido o policial-militar da
ativa que, no desempenho de I - transferência para a reserva
qualquer serviço, em viagem, em remunerada;
operações policiais-militares ou em
II - reforma;
caso de calamidade pública, tiver
paradeiro ignorado por mais de 08 III - demissão;
(oito) dias.
IV - perda de posto e patente;
Parágrafo Único – A situação de
V - licenciamento;
desaparecimento só será
considerado quando não houver VI - exclusão a bem da disciplina;
indício de deserção.
VII - deserção;
Art. 84 – O policial-militar que, na
VIII - falecimento; e
forma do artigo anterior,
permanecer desaparecido por mais IX -extravio.
de 30 (trinta) dias, será oficialmente
Parágrafo Único – O desligamento
considerado extraviado.
de serviço ativo só ocorrerá após a
Ausente mais de expedição de ato de autoridade
competente.
24 (vinte e quatro)
horas. Art. 86 – A transferência para a
reserva remunerada ou a reforma
não isentam o policial-militar da
Desertor casos indenização dos prejuízos causados
previstos na Legislação à Fazenda do Estado ou a terceiro,
Penal Militar. nem ao pagamento das pensões
decorrentes de sentença judicial.

Desaparecido mais Art. 87 – O policial-militar da ativa,


de 08 (oito) dias. enquadrado em um dos itens I, II e
V, do art. 85, ou demissionário a
pedido, continuará no exercício de
Extraviado mais de
suas funções até ser desligado da
30 (trinta) dias. Organização Policial Militar em que
serve.

CAPÍTULO II Parágrafo Único – O desligamento


da Organização Policial-militar em
DO DESLIGAMENTO OU que serve deverá ser feito após a
EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO publicação em Diário Oficial ou
Boletim da Corporação do ato
correspondente, e não poderá
exceder de 45 (quarenta e cinco) -estiver respondendo inquérito ou
dias da data da primeira publicação processo em qualquer jurisdição; e
oficial.
-estiver cumprindo pena de
qualquer natureza.

SEÇÃO I

DA TRANSFERÊNCIA PARA A I - O oficial ou a praça atingirem a


RESERVA REMUNERADA idade-limite de 60 (sessenta) anos, e
66 (sessenta e seis) anos para o
Capelão Militar; (NR) NR pela Lei
Art. 88 – A passagem do policial- nº 6.821/2016, de 16/05/16, em vigor
militar à situação de inatividade após 90 dias da data de sua
mediante transferência para a publicação.
reserva remunerada, se efetua:
III - ser oficial considerado não
I - a pedido; habilitado para o acesso, em caráter
definitivo, no momento em que vier
II - em condições especiais; e
ser objeto de apreciação para
III - "ex-ofício". ingresso em Quadro de Acesso;

Art. 89 – A transferência para a IV - ultrapassar 02 (dois) anos,


reserva remunerada, a pedido, será contínuos ou não, em licença para
concedida, mediante requerimento, tratar de interesse particular; (vide
ao policial-militar que conte, no Lei nº 4.034, de 11/12/1985)
mínimo, 30 (trinta) anos de serviços.
V - ultrapassar 02 (dois) anos
§ 1º - No caso do policial-militar contínuos em licença para
haver realizado qualquer curso ou tratamento de saúde de pessoa da
estágio de duração superior a 06 família.
(seis) meses, por conta do Estado do
VI - ultrapassar 02 (dois) anos de
Piauí, no Exterior, sem haver
afastamento, contínuo ou não,
decorrido 03 (três) anos de seu
agregado em virtude de ter sido
término, a transferência par a
empossado em cargo público civil
reserva remunerada, só será
temporário, não eletivo, inclusive da
concedida mediante indenização de
administração indireta;
todas as despesas correspondentes
à realização do referido curso ou VII - ser diplomado em cargo
estágio, inclusive as diferenças de eletivo, desde que conte 05 (cinco)
vencimentos. ou mais anos de efetivo serviço;

§ 2º - Não será concedida VIII - após 03 (três) indicações para


transferência para a reserva freqüentar os Cursos: Superior de
remunerada, a pedido, ao policial- Polícia; de Aperfeiçoamento de
militar que: Oficiais ou de Aperfeiçoamento de
Sargentos. A transferência para a Art. 92 A transferência do policial-
reserva remunerada dar-se-á após a militar para a reserva remunerada
3ª indicação, mediante parecer da poderá ser suspensa na vigência do
Comissão de Promoções e de estado de guerra, estado de sítio
decisão do Comandante- Geral. ou em caso de mobilização.

§ 1º A transferência para a reserva Art. 93 O oficial da reserva


remunerada processar-se-á à medida remunerada poderá ser convocado
que o policial-militar for para o serviço ativo por ato do
enquadrado em um item deste Governador do Estado para compor
artigo. Conselho de Justificação, para ser
encarregado de Inquérito Policial
§ 2º A nomeação do policial-militar
Militar ou incumbido de outros
para os cargos de que trata o item
procedimentos administrativos, na
VI, somente poderá ser feita;
falta de oficial da ativa em situação
pela autoridade federal hierárquica compatível com a do
competente; oficial envolvido.

pelo Governador do Estado ou §1º O oficial convocado nos termos


mediante sua autorização, nos deste artigo, terá os direitos e
demais casos. deveres dos da ativa de igual
situação hierárquica, exceto
§ 3º Ao policial-militar enquanto
quanto à promoção a que não
permanecer no cargo de que trata o
concorrerá, e contará como
item VI:
acréscimo esse tempo de serviço.
ser-lhe-á assegurado a opção entre
§2º A convocação de que trata este
a remuneração do cargo e a do
artigo dependerá da anuência do
posto ou de graduação;
convocado, precedida de inspeção
somente poderá ser promovido por de saúde, não podendo ser superior
antigüidade; a 12 (doze) meses.

ser-lhe-á contado o tempo de


serviço para efeito da promoção
SEÇÃO II
por antigüidade ou transferência
para a inatividade. DA REFORMA

§ 4º O policial-militar transferido
"ex-ofício" para a reserva
Art. 94 A passagem do policial-
remunerada por incidir nos itens I e
militar à situação de inatividade,
II deste artigo terá os seus
mediante reforma, se efetua "ex–
proventos calculados tomando-se
ofício".
por base o soldo integral do seu
posto ou graduação.
Art. 95 A reforma de que trata o Comandante-Geral da Polícia
artigo anterior será aplicada ao Militar.
policial-militar que:
Art. 96 Anualmente, no mês de
I – O oficial ou a praça atingirem a fevereiro, o órgão de pessoal da
idade-limite de 65 (sessenta e cinco) Corporação, organizará a relação
anos de permanência na reserva dos policiais-militares que houverem
remunerada, aplicando-se aos 68 atingindo a idade limite de
(sessenta e oito) anos para o permanência na reserva
Capelão Militar; (NR) NR pela Lei remunerada, a fim de serem
nº 6.821/2016 reformados.

II - for julgado incapaz Art. 97 A situação de inatividade


definitivamente para o serviço ativo do policial-militar da reserva
da Polícia Militar; remunerada quando reformado por
limite de idade, não sofre solução
III - estiver agregado por mais de 02
de continuidade, exceto quanto às
(dois) anos, por ter sido julgado
condições de convocação.
incapaz temporariamente, mediante
homologação da Junta de Saúde, Art. 98 A incapacidade definitiva
ainda mesmo que se trate de pode sobrevir em conseqüência de:
moléstia curável;
I – ferimento recebido na
IV - for condenado à pena de manutenção da ordem pública ou
reforma, prevista no Código Penal enfermidade contraída nessa
Militar, por sentença passada em situação ou que nela tenha sua
julgado; causa eficiente;

V - sendo Oficial, tiver sido II – acidente em serviço;


determinado por decisão transitado
III – doença, moléstia ou
em julgado;
enfermidade adquirida, com relação
VI - sendo Aspirante-a-Oficial PM e de causa e efeito a condições
Praça com estabilidade assegurada, inerentes ao serviço;
for para tal indicado ao
IV – tuberculose ativa, alienação
Comandante-Geral da Polícia
mental, neoplasia, maligna, cegueira,
Militar, em julgamento de Conselho
lepra, paralisia irreversível e
de Disciplina.
incapacitante, cardiopatia grave,
Parágrafo Único. O policial-militar mal de Parkinson, pênfigo,
reformado, na forma do item V, só espondiloartrose anquilosante,
poderá readquirir a situação nefopatia grave e outras moléstias
policial-militar anterior, por outra que a lei indicar com base nas
sentença do Poder Judiciário e nas conclusões da medicina
condições nela estabelecidas, e, na especializada;
forma do item VI, por decisão do
V – acidente ou doença, moléstia §4º Considera-se alienação mental
ou enfermidade sem relação de todo caso de distúrbio mental ou
causa e efeito com o serviço. neuro-mental grave persistente, no
qual, esgotados os meios habituais
§1º Os casos de que tratam os itens
de tratamento, permaneça
I, II e III, deste artigo serão
alteração completa ou considerável
provados por atestados de origem
da personalidade, destruindo a
ou inquérito sanitário de origem,
autodeterminação do pragmatismo
sendo os termos do acidente, baixa
e tornando o indivíduo total e
ao hospital, papeletas de
permanentemente impossibilitado
tratamento nas enfermidades e
para qualquer trabalho.
hospitais, e os registros de baixa,
utilizados como meios subsidiários §5º Ficam excluídas do conceito de
para esclarecer a situação. alienação mental as epilepsias
psíquicas e neurológicas, assim
§2º Nos casos de tuberculose, as
julgadas pelas Juntas de Saúde.
Juntas de Saúde deverão basear
seus julgamentos, obrigatoriamente, §6º Consideram-se paralisia, todo
em observações clínicas, caso de neuropatia grave e
acompanhadas de repetidos exames definitiva que afeta a mobilidade,
subsidiários, de modo a comprovar sensibilidade, troficidade e mais
com segurança, a atividade da funções nervosas, no qual,
doença, após acompanhar sua esgotados os meios habituais de
evolução até 03 (três) períodos de tratamento, permaneçam distúrbios
06 (seis) meses de tratamento graves, extensos e definitivos que
clínico – cirúrgico metódico tornem o indivíduo total e
atualizado e, sempre que permanentemente impossibilitado
necessário, nosocomial, salvo para qualquer trabalho.
quando se tratar de formas
§ 7º - São também equiparados às
"grandemente avançadas" no
paralisias os casos de afecções
conceito clínico e sem qualquer
ósteo-músculo-articulares graves e
possibilidade de regressão completa,
crônicas (reumatismos graves e
as quais, terão parecer imediato da
crônicos ou progressivos e doenças
incapacidade definitiva.
similares), nos quais esgotados os
§3º O parecer definitivo a adotar, meios habituais de tratamento,
nos casos de tuberculose, para os permaneçam distúrbios extensos e
portadores de lesões definitivos, quer ósteo-músculo-
aparentemente inativas, ficará articulares residuais, quer
condicionado a um período de secundários das funções nervosas,
consolidação extra-nosocomial motilidade, troficidade ou mais
nunca inferior a 06 (seis) meses funções que tornem o indivíduo
contados a partir da época da cura. total e permanentemente
impossibilitado para qualquer b) o de Segundo Tenente PM, para
trabalho. Subtenente PM, Primeiro Sargento
PM, Segundo Sargento PM e
§ 8º - São equiparados à cegueira,
Terceiro Sargento PM;
não só os casos de afecções
crônicas, progressivas e incuráveis, c) o de Terceiro Sargento PM, para
que conduzirão à cegueira total, Cabo PM e Soldado PM.
como também os de visão
§ 3º - Aos benefícios previstos neste
rudimentar que permitam a
artigo e seus parágrafos poderão
percepção de vultos, não
ser acrescidos outros relativos à
susceptíveis de correção por
remuneração, estabelecidos em leis
lentes, nem removíveis por
peculiares, desde que o policial-
tratamento médico-cirúrgico.
militar, ao ser reformado, já
Art. 99 – O policial-militar da ativa, satisfaça as condições por elas
julgado incapaz definitivamente por exigidas.
um dos motivos constantes dos
Art. 101 – O policial-militar da ativa,
itens I, II, III e IV do art. 98, será
julgado incapaz definitivamente por
reformado com qualquer tempo de
um dos motivos constantes do item
serviço.
V, do art. 98, será reformado:
Art. 100 – O policial-militar da ativa,
I – com remuneração proporcional
julgado incapaz definitivamente por
ao tempo de serviço, se Oficial ou
um dos motivos constantes do item
Praça com estabilidade assegurada;
I, do art. 98, será reformado com a
e
remuneração calculada com base
no soldo correspondente ao grau II – com remuneração calculada
hierárquico imediato ao que possuir com base no soldo integral do posto
da ativa. ou graduação, desde que, com
qualquer tempo de serviço, seja
§ 1º - Aplica-se o disposto neste
considerado inválido, isto é,
artigo, aos cargos previstos nos
impossibilitado total e
itens II, III e IV, do art. 98, quando
permanentemente para qualquer
verificada a incapacidade
trabalho.
definitiva, for o policial-militar
considerado inválido, isto é, Art. 102 O policial-militar
impossibilitado total e reformado por incapacidade
permanentemente para qualquer definitiva que for julgado apto em
trabalho. inspeção de saúde por Junta de
Saúde, em grau de recursos ou
§ 2º - Considera-se, para efeito
revisão, poderá retornar ao serviço
deste artigo, grau hierárquico
ativo ou ser transferido par a
imediato:
reserva remunerada, conforme
a) o de Primeiro Tenente PM, para dispuser regulamentação peculiar.
Aspirante-a-Oficial PM;
§ 1º - O retorno ao serviço ativo b) não forem satisfeitas as
ocorrerá se o tempo decorrido na condições de tratamento exigidas
situação de reforma não neste artigo.
ultrapassar 02 (dois) anos e na
§ 3º - Os processos e os atos de
forma do disposto no § 1º, do artigo
registros de interdição do policial-
80;
militar terão andamento sumário,
§ 2º - A transferência para a reserva serão instruídos com laudo
remunerada, observado o limite de proferido por Junta de Saúde e
idade para permanência nessa isentos de custas.
situação, ocorrerá se o tempo
Art. 104 – Para fins do previsto na
decorrido na situação de
presente seção, as Praças
reformado, ultrapassar 02 (dois)
constantes do quadro a que se
anos.
refere o artigo 14, são consideradas:
Art. 103 – O policial-militar
I – Segundo Tenente PM: os
reformado por alienação mental
Aspirantes-a-Oficiais PM;
enquanto não ocorrer a designação
do curador, terá sua remuneração II – Aspirante a Oficial PM: os
paga aos seus beneficiários, desde alunos-oficiais PM;
que o tenham sob sua guarda e
III – Terceiro Sargento PM: os
responsabilidade e lhe dispensem
Alunos do Curso de Formação de
tratamento humano e condigno.
Sargentos PM;
§ 1º - A interdição judicial do
IV – Cabo: os alunos do Curso de
policial-militar, reformado por
formação de Cabo PM e de
alienação mental, deverá ser
Soldado PM.
providenciada junto ao Ministério
Público, por iniciativa de
beneficiário, parentes ou
SEÇÃO III
responsáveis, até 60 (sessenta) dias a
contar da data do ato da reforma. DA DEMISSÃO; DA PERDA DO
POSTO E DA PATENTE E DA
§ 2º - A interdição judicial do
DECLARAÇÃO DE
policial-militar e seu internamento
INDIGNIDADE OU
em instituição apropriada, policial-
INCOMPATIBILIDADE COM O
militar ou não, deverão ser
OFICIALATO
providenciados pela Corporação
quando:

a) não houver beneficiários, Art. 105 – A demissão da Polícia


parentes ou responsáveis; ou se não Militar, aplicada exclusivamente aos
o requerer no prazo previsto no § 1º; oficiais, efetua-se:

I – a pedido; e

II – "ex-ofício".
Art. 106 – A demissão a pedido será militar definida pela Lei do Serviço
concedida, mediante requerimento Militar.14
do interessado:
§ 4º - O direito à demissão, a pedido,
I – sem indenização aos cofres poderá ser suspenso, na vigência do
públicos, quando contar mais de estado de guerra, calamidade
05(cinco) anos de oficialato, na pública, perturbação da ordem
Corporação; interna, estado de sítio ou em caso
de mobilização.
II – com indenização das despesas
feitas pelo Estado do Piauí, com a Art. 107 – O Oficial da ativa
sua preparação e formação, quando empossado em cargo público
contar menos de 05 (cinco) anos de permanente, estranho à sua carreira
oficialato, na Corporação. e cuja função não seja de
magistério, será imediatamente,
§ 1º No caso do Oficial ter feito
mediante demissão "ex–ofício" por
qualquer curso ou estágio de
esse motivo transferido para a
duração igual ou superior a 06 (seis)
reserva, onde ingressará com posto
meses e inferior ou igual a 18
que possuía na ativa, não podendo
(dezoito) meses, por conta do
acumular qualquer provento de
Estado do Piauí, e não tendo
inatividade com a remuneração do
decorrido mais de 03 (três) anos do
cargo público permanente.
seu término, a demissão só será
concedida mediante indenização Art. 108 – O Oficial que houver
de todas as despesas perdido o posto e a patente será
correspondentes ao referido curso demitido "ex-ofício", sem direito a
ou estágio, acrescidas, se for o qualquer remuneração ou
caso, das previstas no item II, deste indenização e terá a sua situação
artigo e das diferenças de definida pela Lei do Serviço Militar.
vencimentos.
Art. 109 – O Oficial perderá o posto
§ 2º - No caso do Oficial ter feito e a patente de for declarado
qualquer curso ou estágio de indigno de oficialato, ou com ele
duração superior a 18 (dezoito) incompatível por decisão transitado
meses, por conta do Estado do em julgado, do Tribunal de Justiça,
Piauí, aplicar-se-á o disposto no em decorrência do julgamento a
parágrafo anterior, se ainda não que for submetido.
houver decorrido mais de 05 (cinco)
Parágrafo Único – O Oficial
anos de seu término.
declarado indigno do oficialato ou
§ 3º - O Oficial demissionário, a com ele incompatível, e condenado
pedido, não terá direito a qualquer à perda do posto e patente só
remuneração, sendo a sua situação poderá readquirir a situação

14
Lei Federal nº 4.375, de 17 de agosto de 1964,
que dispõe sobre o Serviço Militar.
policial-militar anterior por outra II – "ex-ofício".
sentença do Tribunal de Justiça e
§ 1º - O licenciamento a pedido
nas condições nelas estabelecidas.
poderá ser concedido, desde que
Art. 110 – Fica sujeito à declaração não haja prejuízo para o serviço, à
de indignidade para o oficialato, ou praça engajada ou reengajada que
de incompatibilidade com o mesmo conte, no mínimo, a metade do
por julgamento do órgão tempo de serviço a que se obrigou.
competente do Poder Judiciário, o
§ 2º - O licenciamento "ex-ofício"
oficial que:
será feito na forma da legislação
I – for condenado por tribunal civil peculiar:
ou militar à pena restritiva de
a) por conclusão de tempo de
liberdade individual superior a 02
serviço;
(dois) anos em decorrência de
sentença condenatória passado em b) por conveniência do serviço; e
julgado com a declaração por
c) a bem da disciplina.
expressa dessa medida;
§ 3º - O policial-militar licenciado
II – for condenado por sentença
não tem direito a qualquer
passado em julgado por crime para
remuneração e terá a sua situação
os quais o Código Penal Militar
militar definitiva pela Lei do
comina essas penas acessórias e por
Serviço Militar.
crimes previstos na legislação
concernente à Segurança Pública; § 4º - O licenciamento15 "ex-ofício" a
bem da disciplina receberá o
III – incidir nos casos previstos em
Certificado de Isenção previsto na
lei específica, que motivam
Lei do Serviço Militar.
apreciação por Conselho de
Justificação e neste for
considerado culpado. ONDE SE LÊ
‘’LICENCIAMENTO’’, NA
IV – tiver perdido a nacionalidade
VERDADE, A LEI QUERIA
brasileira. DIZER LICENCIADO.

SEÇÃO IV Art. 112 – O Aspirante-a-Oficial PM


DO LICENCIAMENTO e as demais praças empossadas em
cargos públicos permanente,
estanho à sua carreira e cuja
Art. 111 – O licenciamento do função não seja de magistério,
serviço ativo, aplicado somente às serão imediatamente licenciados
praças, se efetua: "ex-ofício", sem remuneração e

I – a pedido; e 15
Assim foi publicado no DOE. A expressão
correta, a nosso ver, seria “O licenciado...”
terão sua situação militar definida Parágrafo Único – O Aspirante a
pela Lei do Serviço Militar. Oficial PM ou a Praça com
estabilidade assegurada que houver
Observação importante: atualmente
é permitido o acúmulo com funções sido excluído a bem da disciplina só
de magistério ou da área da saúde, poderá readquirir a situação
atualização de 2019. policial-militar anterior:

Art. 113 – O direito ao -por outra sentença do Conselho


licenciamento a pedido poderá ser Permanente de Justiça e nas
suspenso na vigência do Estado de condições nela estabelecidas, se a
Guerra, Calamidade Pública, exclusão for conseqüência de
Perturbação da Ordem Interna, sentença daquele Conselho; e
Estado de Sítio ou em caso de
-por decisão do Comandante-Geral
mobilização.
da Polícia Militar, se a exclusão for
conseqüência de ter sido julgado
culpado com Conselho de
SEÇÃO V
Disciplina.
DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A
Art. 115 – É da competência do
BEM DA DISCIPLINA
Comandante – Geral da Polícia
Militar o ato de exclusão a bem da
disciplina do Aspitante-a-Oficial
Art. 114 – A exclusão a bem da
PM, bem como das praças com
disciplina, será aplicada "ex-ofício"
estabilidade assegurada.
ao Aspirante a Oficial PM ou às
praças com estabilidade Art. 116 – A exclusão da praça a
assegurada. bem da disciplina acarreta perda do
seu grau hierárquico e não a isenta
I – se assim houver decidido o
das indenizações dos prejuízos
Conselho Permanente de Justiça
causados à Fazenda do Estado do
ou se a Justiça Comum houver
Piauí ou a terceiros, nem das
aplicado pena restritiva de
pensões decorrentes da sentença
liberdade individual superior a 02
judicial.
(dois) anos, em sentença transitado
em julgado; Parágrafo Único – A praça
excluída a bem da disciplina não
II – se assim tiver decidido o
terá direito a qualquer
Conselho Permanente de Justiça,
remuneração ou indenização a sua
por haverem perdido a
situação militar será definida pela
nacionalidade brasileira;
Lei do serviço Militar.
III – nos casos que motivaram o
julgamento pelo Conselho de
Disciplina previstas no art. 48, e SEÇÃO VI
neste forem considerados culpados.
DA DESERÇÃO
serviço ativo, a partir da data da
ocorrência do óbito.
Art. 117 – A deserção do policial-
militar, acarreta uma interrupção Art. 119 – O extravio do policial-
do serviço policial-militar, com a militar da ativa acarreta
conseqüente demissão "ex–ofício" interrupção do serviço policial
para o Oficial ou exclusão do militar, com o conseqüente
serviço ativo para a Praça. afastamento temporário de serviço
ativo, a partir da data em que o
§ 1º - A demissão do oficial ou a
mesmo for oficialmente
exclusão da praça com estabilidade
considerado extraviado.
assegurada processar-se-á após 01
(um) ano de agregação, se não § 1º - O desligamento do serviço
houver captura ou apresentação ativo será feito 06 (seis) meses após
voluntária antes deste prazo. a agregação por motivo de extravio.

§ 2º - A praça sem estabilidade § 2º - Em caso de naufrágio, sinistro


assegurada será automaticamente aéreo, catástrofe, calamidade
excluída após oficialmente pública ou outros acidentes
declarada desertora. oficialmente reconhecidos, o
extravio ou o desaparecimento do
§ 3º - O policial-militar desertor, que
policial-militar da ativa será
for capturado ou que se apresentar
considerado como falecimento,
voluntariamente depois de haver
para fins deste Estatuto, tão logo
sido demitido ou excluído, será
sejam esgotados os prazos máximos
reincluído no serviço ativo e a
de possível sobrevivência ou
seguir agregado para se ver
quando se dêem por encerradas as
processar.
providências de salvamento.
§ 4º - A reinclusão em definitivo do
Art. 120 – O reaparecimento do
policial-militar, de que trata o
policial-militar extraviado ou
parágrafo anterior, dependerá da
desaparecido, já desligado do
sentença do Conselho de Justiça.
serviço ativo, resulta em sua
reinclusão e nova agregação,
enquanto se apurar as causas que
SEÇÃO VII
derem origem ao seu afastamento.
DO FALECIMENTO E DO
Parágrafo Único – O policial-militar
EXTRAVIO
reaparecido será submetido a
Conselho e Justificação ou a
Conselho de Disciplina, por decisão
Art. 118 – O falecimento do policial-
do Comandante Geral da Polícia
militar da ativa acarreta
Militar, se assim for julgado
interrupção do serviço policial
necessário.
militar, com o conseqüente
desligamento ou exclusão do
I- transferência para a -a data em que o policial-militar é
considerado incluído em uma
reserva remunerada;
Organização Policial Militar;
TODOS OS POLICIAIS
II - reforma; TODOS OS -a data de matrícula em órgão de
formação de policiais-militares; e
POLICIAIS
III-demissão; SOMENTE OFICIAIS -a data da apresentação pronto
para o serviço no caso de
IV - perda de posto e patente; nomeação.
SOMENTE OFICIAIS
§2º O policial-militar reincluído
V -licenciamento; SOMENTE começa a contar tempo de serviço
na data de reinclusão.
PRAÇAS
§3º Quando, por motivo de força
VI - exclusão a bem da disciplina;
maior oficialmente reconhecida
ASP A OFICIAL E PRAÇA COM (inundação, naufrágio, incêndio,
ESTAB. sinistro aéreo e outras
calamidades), faltarem dados para
VII - deserção; TODOS OS
contagem de tempo de serviço,
POLICIAIS caberá ao Comandante-Geral da
Polícia Militar arbitrar o tempo a
VIII - falecimento; TODOS OS
ser computado, para cada caso
POLICIAIS ( CLARO ! )
particular, de acordo com os
IX -extravio. TODOS OS elementos disponíveis.

POLICIAIS Art. 122 Na apuração do tempo de


serviço do policial-militar será feita
a distinção entre:
SEÇÃO III
I – tempo de efetivo serviço; e
DO TEMPO DE SERVIÇO
II – anos de serviço.

Art. 123 Tempo de efetivo serviço é


Art. 121 Os policiais-militares o espaço de tempo, computado dia-
começam contar tempo de serviço a-dia, entre a data de inclusão e a
na Polícia Militar a partir da data data limite estabelecida para
de sua inclusão, matrícula em órgão contagem ou a data de
de formação de policiais-militares desligamento do serviço ativo,
ou nomeação para posto ou mesmo que tal espaço de tempo
graduação na Polícia Militar. seja parcelado.
§ 1º - Considera-se como data de §1º Será também computado como
inclusão, para fins deste artigo: tempo de efetivo serviço, o tempo
passado dia-a-dia, pelo policial-
militar na reserva remunerada que e) decorrido em cumprimento de
for convocado para o exercício da pena restritiva da liberdade, por
função policial-militar, na forma do sentença passada em julgado, desde
art. 93. então não tenha sido concedida
suspensão condicional da pena,
§2º Não será deduzido do tempo de
quando então, o tempo que
efetivo além dos afastamentos
exceder ao período da pena será
previstos no artigo 63, os períodos
computado para todos os efeitos,
em que o policial-militar estiver
caso as condições estipuladas na
afastado do exercício de suas
sentença não o impeçam.
funções em gozo de licença
especial. Art. 125 – O tempo que o policial-
militar vier a passar afastado do
§3º Ao tempo de serviço de que
exercício de suas funções em
trata este artigo e seus parágrafos
conseqüência de ferimentos
apurados e totalizados em dias, será
recebidos em recebidos em
aplicado o divisor 365 (trezentos e
acidentes quando em serviço, na
sessenta e cinco), para a
manutenção da ordem pública ou
correspondente obtenção dos anos
de moléstia adquirida no exercício
de efetivo serviço.
de qualquer função policial-militar,
Art. 124 – A expressão "ano de será computado como se ele
serviço" designa o tempo de efetivo estivesse passado no exercício
serviço a que se refere o artigo 123, daquelas funções.
e seus parágrafos, com os seguintes
Art. 126 – O tempo passado pelo
acréscimos:
policial-militar no exercício de
Artigos revogados pela Lei atividades decorrentes ou
Complementar nº 103/2008 dependentes de operações de
guerra será regulado em legislação
§ 3º - Não é computável, para efeito
específica.
algum, o tempo:
Art. 127 – O tempo de serviço dos
a) que ultrapassar de 01(um) ano,
policiais-militares beneficiados por
contínuo ou não, em licença para
anistia será contado como
tratamento de saúde de pessoa da
estabelecer o ato legal que a
família;
conceder.
b) passado de licença para tratar de
Art. 128 – A data limite
interesse particular;
estabelecida para final de contagem
c) passado como desertor; dos anos de serviço, para fins de
passagem para a inatividade, será a
d) decorrido em cumprimento de
do desligamento do serviço ativo.
pena ou suspensão de exercício do
posto, graduação, cargo ou função, Parágrafo Único – A data limite não
por sentença passada em julgado; poderá exceder a 45 (quarenta e
cinco) dias, dos quais um máximo de admissão exijam a condição de
15 (quinze) dias no órgão solteiro, salvo em casos
encarregado de efetivar a excepcionais, a critério do
transferência, da data da Comandante –Geral da
publicação do ato da transferência Corporação.
para a reserva remunerada ou
§ 2º - O casamento com mulher
reforma em Diário Oficial ou
estrangeira, somente só poderá ser
Boletim da Corporação,
realizado após a autorização do
considerada sempre a primeira
Comandante Geral da Polícia
publicação oficial.
Militar.
Art. 129 – Na contagem dos anos de
ISSO MESMO! VAI
serviços não poderá ser computado
CASAR COM UMA
qualquer superposição dos tempos ESTRANGEIRA? TEM
de serviço público (federal, QUE TER
estadual e municipal ou passado em AUTORIZAÇÃO DO
órgão da administração direta) COMANDANTE GERAL!
entre si nem como os de acréscimos
Art. 131 – O Aluno- Oficial PM, e
de tempo para os possuidores de
demais praças que contrariem
curso universitário, e nem com o
matrimônio em desacordo com o § 1º
tempo de serviço computável após a
do artigo anterior, serão excluídas
inclusão na Polícia Militar,
sem direito a qualquer remuneração
matrícula em órgão de formação
ou indenização.
policial-militar ou nomeação para
posto ou graduação na
Corporação. CAPÍTULO V

DAS RECOMPENSAS E DAS


CAPÍTULO IV DISPENSAS DO SERVIÇO

DO CASAMENTO
Art. 132 – As dispensas constituem
reconhecimento dos bons serviços
Art. 130 – O policial-militar da ativa
prestados pelos policiais-militares.
pode contrair matrimônio, desde
que observada a legislação civil § 1º - São recompensas policiais-
específica. militares:

§ 1º - É vedado o casamento ao prêmios de Honra ao Mérito;


Aluno – Oficial PM, e demais
b) condecoração por serviços
praças enquanto estiverem sujeitos
prestados;
aos regulamentos dos órgãos de
Formação de Oficiais, de graduados c) elogios, louvores e referências
e de praças, cujos requisitos para elogiosas; e
d) dispensas do serviço. outros que congregam membros da
Polícia Militar que se destinam
§ 2º - As recompensas serão
exclusivamente, a promover
concedidas de acordo com as
intercâmbio social e assistência
normas estabelecidas nas leis e nos
entre policiais-militares e seus
regulamentos da Polícia Militar.
familiares e entre esses e a
Art. 133 – As dispensas do serviço sociedade civil local.
são autorizações concedidas aos
Art. 137 – O Estado concederá
policiais-militares para o
pensão, na forma que dispuser em
afastamento total do serviço, em
Lei, à família do policial-militar
caráter temporário.
falecido ou extraviado.
Art. 134 – As dispensas do serviço
Art. 138 – São adotados na Polícia
podem ser concedidas aos policiais-
Militar, em matéria não regulada na
militares:
Legislação Estadual, os
I – como recompensa; regulamentos e leis em vigor no
Exército Brasileiro, até que sejam
II – para desconto em férias; e
adotados e regulamentos
III – em decorrência de prescrição peculiares.
médica.
Art. 139 – Após a vigência do
Parágrafo Único – As dispensas de presente Estatuto, serão a ele
serviço serão concedidas com a ajustados todos os dispositivos
remuneração integral e computadas legais e regulamentares que com ele
com o tempo de efetivo serviço. tenham pertinência.

Art. 135 – A assistência religiosa à Art. 140 – O Oficial superior ou


Polícia Militar do Estado do Piauí é intermediário que, na data da
regulada por legislação específica. publicação

desta lei, já tiver incidido nas


disposições previstas nos incisos I,
TÍTULO V
do art. 61, e que estejam
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E desempenhando função ou cargo
TRANSITÓRIAS em comissão, nomeado pelo
Governador do Estado, não será
transferido "ex-ofício" para a
Art. 136 – É vedado o uso por parte reserva remunerada, enquanto
da organização civil, de designações permanecer nessa situação.
que possam sugerir sua vinculação à
Art. 141 – Esta lei entra em vigor na
Polícia Militar.
data de sua publicação, revogada as
Parágrafo Único – Excetuam-se das disposições em contrário.
prescrições deste artigo, as
associações, clubes, círculos e
Galera tem um vídeo no meu canal ou por qualquer meio lícito de
no youtube com toda a lei do comunicação social, de terem:
conselho de disciplina, vai lá !
a) Procedido incorretamente no
CONSELHO DE DISCIPLINA desempenho do cargo de que
estejam investidas;
b) Tido conduta (civil ou policial –
PALÁCIO DO GOVERNO DO militar) irregular ; ou
ESTADO DO PIAUÍ, em Teresina, c) Praticado ato que afete a honra
16 de julho de 1981. pessoal, a administração, o
pundonor policial – militar ou
LEI Nº 3.729 , DE 27 DE MAIO DE decoro da classe.
1980 Dispõe sobre o Conselho de
Disciplina da Polícia Militar e II – Afastadas do cargo ou função,
Corpo de Bombeiros do Estado do na forma da Legislação Policial –
Piauí e dá outras providências. O Militar, por se tornarem
GOVERNADO DO ESTADO DO incompatíveis com os mesmos ou
PIAUÍ, Faço saber que a demonstrarem incapacidade no
Assembléia Legislativa do Estado exercício de função policial –
do Piauí decreta e eu sanciono a militar a elas inerentes, salvo se
seguinte Lei: afastamento for em decorrência de
fatos que motivem sua submissão a
Art. 1º - O Conselho de Disciplina processo.
destina-se a apreciar a incapacidade
dos Aspirantes a Oficial, III – Condenadas por crime de
Subtenentes, Sargentos, Cabos e natureza dolosa, não prevista na
Soldados da Polícia Militar ( ou Legislação especial, concernentes à
Corpo de Bombeiros) do Estado do Segurança Nacional, em Tribunal
Piauí, com estabilidade assegurada, Civil e Militar, à pena restritiva de
para permanecerem na ativa, bem liberdade individual até dois (02)
como, dos Aspirantes a Oficial e anos(mínimo) tão logo transite em
das demais praças, reformados ou julgado a sentença; ou
na reserva remunerada, de
permanecerem na situação de IV – Pertencentes a partidos
inatividade em que se encontram, políticos ou associações, suspensos
criandolhe, ao mesmo tempo, ou dissolvidos por força de
condições para se defenderem. disposição legal ou decisão judicial,
ou que exerçam atividade
Art. 2º - Serão submetidas a prejudiciais ou perigosas à
Conselho de Disciplina, “ex. - Segurança Nacional.
ofício”, as praças referidas no
Parágrafo Único – São
Art. 1º: I – Acusadas oficialmente consideradas, entre outras, para os
efeitos desta Lei, pertencentes a
partido ou associação a que se § 2º - Não podem fazer parte do
refere este artigo, as praças Conselho de Disciplina; a) O Oficial
constantes no art. 1º que, ostensiva que formulou a acusação; b) Os
ou clandestinamente: a) Estejam Oficiais que tenham, entre si, com o
inscritos como seus membros; a) acusador ou com o acusado,
Prestem serviços ou angariam parentesco consangüíneo ou afim,
valores em seu benefícios; b) até o quarto grau; c) Os Oficiais
Realizem propaganda de suas quer tenham particular interesse na
doutrinas; ou c) Colaborem, por decisão do Conselho de Disciplina.
qualquer forma, mas sempre do
modo inequívoco, em suas Art. 6º - O Conselho de Disciplina
atividades. Art. 3º - As praças da funcionará sempre com a totalidade
ativa, constantes no Art. 1º, ao de seus membros, em local onde seu
serem submetidas a Conselho de Presidente julgar melhor indicado,
Disciplina, serão afastadas do para apuração do fato.
exercício de suas funções.
Art. 7º - Reunido o Conselho de
Disciplina, convocado previamente
Art. 4º - A nomeação do Conselho por seu Presidente, em local, dia e
de Disciplina, por deliberação hora designados com antecedência,
própria ou por ordem superior, será presente o acusado, o Presidente
da competência do Comandante mandará proceder à leitura e à
Geral da Polícia Militar do Piauí. autuação dos documentos que
constituírem o ato de nomeação do
Art. 5º - O Conselho de Disciplina Conselho de Disciplina; em seguida,
será composta de três(03) Oficiais ordenará a qualificação e o
da Corporação policial – militar. interrogatório do acusado, o que
será reduzido a auto, assinado por
§ 1º - O membro mais antigo do todos os membros do Conselho e
Conselho de Disciplina, no mínimo pelo acusado, fazendo-se a juntada
um Oficial intermediário (Capitão), de todos os documentos por este
será o Presidente, o que se lhe oferecidos.
seguir em antigüidade será o
interrogante e relator e, o mais Parágrafo Único – Quando o
moderno, o escrivão. acusado for praça da reserva
remunerada ou reformado e não for
localizado ou deixar de atender à
PRESIDENTE NO MÍNIMO UM CAPITÃO intimação, por escrito, para
INTERROGANTE E RELATOR SEGUE EM comparecer perante o Conselho de
ANTIGUIDADE O PRESIDENTE Disciplina: a) Não sendo localizada a
intimação publicada em órgão de
ESCRIVÃO O MAIS MODERNO
divulgação na área do seu domicilio;
b) Deixando de atender à intimação § 2º - Poderá o Comandante Geral
por escrito ou à publicação o da Polícia Militar do Piauí, por
processo correrá a revelia.] motivo de morte do acusado
suspender, em qualquer fase, os
Art. 8º - Aos membros do Conselho trabalhos do Conselho de
de Disciplina será licito reperguntar Disciplina, por terem cessado os
ao acusado e às testemunhas sobre motivos de sua de nomeação.
o objeto da acusação e propor
diligências para o esclarecimentos. Art. 12 – Realizada todas as
diligências, o Conselho de
Art. 9º - Ao acusado será Disciplina passará a deliberar, em
assegurada ampla defesa, tendo, sessão secreta, sobre o relatório a
após, o interrogatório, prazo de ser redigido.
cinco(05) dias, para oferecer razões,
por escrito, devendo o Conselho de § 1º - O relatório, elaborado pelo
Disciplina fornece-lhe o libelo escrivão, após conclusão do
acusatório. Conselho de Disciplina sobre o
mesmo, e assinado por todos os seus
Art. 10º - O Conselho de Disciplina membros, deverá decidir se a praça:
poderá inquiri o acusador ou
a) É ou não, culpada da acusação
receber, por escrito, seus
que lhe imputada; ou
esclarecimentos, ouvindo,
posteriormente a respeito, o
b) No caso do item III do art. 2º,
acusado.
levados em consideração os
preceitos da aplicação da pena
Art. 11- O Conselho de Disciplina
prevista no Código Penal Militar,
disporá de um prazo de
está, ou não, incapaz de
trinta(30)dias, a contar da data de
permanecer na ativa ou não na
sua nomeação, para conclusão dos
situação em que se encontra na
trabalhos, inclusive remessas de
inatividade.
relatório.

§ 2º - A decisão do Conselho de
§ 1º - O Comandante Geral da
Disciplina será tomada por maioria
Polícia Militar do Piauí, a
de votos de seus membros .
requerimento do Presidente do
Conselho de Disciplina, poderá § 3º - Quando houver vencido, será
prorrogar por mais vinte(20) dias o facultada a sua justificação por
prazo de conclusão dos trabalhos, escrito.
para efetuar diligências visando à
produção de novas provas
§ 4º - Elaborado o relatório, com um
imprescindíveis à elucidação do
termo de encerramento, o Conselho
fato.
de Disciplina remeterá o processo
ao Comandante Geral da Polícia Comando Geral nos assentamentos
Militar do Piauí. da praça, se esta for da ativa.

Art. 13 – Recebido os autos do § 2º - Também será publicado em


processo do Conselho de Disciplina, Boletim do comando Geral o
o Comandante Geral, dentro do despacho exarado no processo,
prazo de vinte (20) dias, aceitando, procedendo-se, neste caso, como no
ou não, sua deliberação e, neste parágrafo anterior, para o caso da
último caso, justificando os motivos praça da ativa.
do despacho, determinará:
§ 3º - No caso de a decisão do
I – O arquivamento do processo, se Comando Geral ser pela reforma da
não julgar a praça culpada ou praça, esta será efetuada no grau
incapaz de permanecer na ativa ou hierárquico que a mesma possui na
na situação em que se encontra na ativa, com proventos proporcionais
inatividade; ao tempo de serviço.

II – A aplicação da pena disciplinar,


Art. 14 – O acusado ou, em caso de
se considerar contravenção ou
revelia, o Oficial designado para
transgressão disciplinar a razão pela
acompanhar o processo, poderá
qual a praça foi julgada culpada.
interpor recurso da decisão do
III – A remessa do processo à Conselho de Disciplina ou da
Auditoria da Justiça Militar do solução posterior do Comandante
Estado do Piauí, se considerar da Polícia Militar do Piauí.
crime – militar a razão pela qual a
Parágrafo Único – O prazo para
praça foi considerada culpada ; ou
interposição de recurso será de
IV – A efetivação da reforma ou dez(10) dias, contados da data em
exclusão, a bem da disciplina, se que o acusado tomar conhecimento
considerar que: oficial da decisão do Conselho de
Disciplina, ou da publicação da
a) A razão pela qual a praça foi
decisão do Comandante Geral da
considerada culpada, está prevista
Corporação, em Boletim do
nos itens I, II e IV do Art. 2º; ou b)
Comando Geral.
Se, pelo crime cometido, previsto
no item III do art. 2º a praça foi
Art. 15 – Caberá, em princípio, ao
julgada incapaz de permanecer na
Comandante Geral da Polícia
ativa ou na situação de inatividade
Militar do Piauí, no prazo de
em que se encontrar.
vinte(20) dias, contados da data do
recebimento do processo, apreciar
§ 1º - O despacho do Comandante
os recursos que forem interpostos
Geral que determinar o
nos processos oriundos dos
arquivamento do processo, deverá
Conselhos de Disciplina.
ser publicado em Boletim do
Art. 16 – Aplicam-se a esta lei,
subsidiariamente, no que couber, as
normas do Código de Processo
Penal Militar.

Art. 17 – Prescrevem-se em seis (06)


anos, contados da data em que
forem praticados, os casos
previstos nesta Lei.

Art. 18 – O Comandante Geral da


Polícia Militar do Piauí , atendendo
as peculiaridades da Corporação,
baixará instruções para o
funcionamento dos Conselhos de
Disciplina.

Art. 19 – Esta Lei entrará em vigor


na data de sua publicação,
revogadas as disposições em
contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO DO
ESTADO DO PIAUÍ, em Teresina,
27 de maio de 1980.
GOVERNADOR DO ESTADO
REGULAMENTO DISCIPLINAR os subordinados, em geral, e os
DA POLÍCIA MILITAR DO recrutas, em particular, com
PIAUÍ urbanidade e justiça, interessando-
se pelos seus problemas. Em
REGULAMENTO DISCIPLINAR
contrapartida, o subordinado é
DA POLÍCIA MILITAR DO
obrigado a todas as provas de
PIAUI (R D P M P I) TITULO I
respeito e deferência para com seus
DISPOSIÇÕES GERAIS
superiores, de conformidade com os
CAPITULO I GENERALIDADES
regulamentos policiais – militares.

Art. 1º - O Regulamento Disciplinar Parágrafo Único – As


da Polícia Militar do Piauí tem, por demonstrações de camaradagem,
finalidade, especificar e classificar cortesia e consideração,
as transgressões disciplinares, obrigatórias entre os policiais –
estabelecer normas relativas à militares, devem ser dispensadas aos
amplitude e à aplicação das militares das Forças Armadas e aos
punições disciplinares, à policiais – militar de outras
classificação do comportamento corporações.
policial – militar das praças e à
interposição de recursos contra a Art. 4º - Para efeito deste
aplicação da punições. Regulamento, todas as
Organizações Policiais Militares,
Parágrafo Único – São também
tais como: Quartel do Comando
tratadas, em parte, neste
Geral, Comandos de Policiamento,
Regulamento, as recompensas
Corpos de Tropa, Diretoria,
especificadas no Estado dos
Gabinetes, Estabelecimentos,
Policiais – Militares.
Assessorias, Repartições, Escolas,
Campos de Instruções, Serviços,
Art. 2º - A camaradagem torna-se
Centos de Formação e
indispensáveis à formação e ao
Aperfeiçoamento, Unidades
convívio da família policial – militar,
Operacionais e outras serão
cumprindo existir as melhores
denominadas de “OPM”. Parágrafo
relações sociais entre os policiais –
Único – Para efeito deste
militares.
Regulamento, os Comandantes,
Parágrafo Único – Incumbe aos Diretores ou Chefes de OPM serão
superiores incentivar e manter a denominados “Comandantes”.
harmonia e a amizade entre seus CAPÍTULO II PRINCÍPIOS
subordinados. GERAIS DA HIERARQUICA E
DA DISCIPLINA
Art. 3º - A civilização é a parte da
educação policial – militar e, como Art. 5º - A hierárquica militar é a
tal, de interesse vital para disciplina ordenação da autoridade em níveis
consiste. Importa ao superior tratar diferentes, dentro da estrutura das
Forças Armadas, Polícias Militares, 6. A rigorosa observância das
Corpos de Bombeiros, Forças prescrições regulamentares e das
Militares e Policiais – Militares leis.
estrangeiros, por postos e
§ 2º - A disciplina e o respeito à
graduações.
hierárquica devem ser mantidos
O CONCEITO DE HIERARQUIA permanentemente pelos policiais –
AQUI NO RDPM É UM POUCO militares na Ativa e Inatividade.
DIFERENTE DO QUE EXPÕE O
ESTATUTO DA PMPI, MAS Art. 7º - As ordens devem ser
AMBOS COM O MESMO prontamente obedecidas.
ELEMENTO CENTRAL, A
QUESTÃO DA ordenação § 1º - Cabe ao Policial – Militar a
da autoridade inteira responsabilidade pelas
ordens que der e pelas
consequências que delas
em níveis diferentes. resultarem.

§ 2º - Cabe ao subordinado, ao
Parágrafo Único – A ordenação dos receber uma ordem, repeti-la e
postos e das graduações na Polícia solicitar os esclarecimentos
Militar se faz conforme preceitua o necessários ao seu total
Estatuto dos Policiais Militares. entendimento e compreensão.

§ 3º - Quando a ordem importar em


Art. 6º - A disciplina Policial Militar responsabilidade criminal para o
é a rigorosa observância e o executante, poderá o mesmo
acatamento integral das Leis, solicitar sua confirmação por
regulamentos, ordens normas e escrito, cumprindo à autoridade
disposições, traduzindo-se pelo que a emitiu, atender à solicitação.
perfeito cumprimento do dever por
parte de todos e de cada um dos § 4º - Cabe ao executante que
componentes da OPM. exorbitar ou emitir-se no
cumprimento de ordem recebida, a
§ 1º - São manifestações essenciais responsabilidade pelos excessos e
de disciplina: omissos que cometer.
1. A correção de atitudes;
2. A obediência pronta às ordens CAPÍTULO III
dos superiores hierárquicos, ou de ESFERA DA AÇÃO DO
quem tem autoridade para ordenar; REGULAMENTO DISCIPLINAR
3. A dedicação integral ao serviço; E COMPETÊNCIA PARA SUA
4. A colaboração espontânea à APLICAÇÃO
disciplina coletiva e à eficiência da
instituição; Art. 8º - Estão sujeitos a este
5. A consciência das
responsabilidades;
Regulamento os policiais – militares Parágrafo Único – A competência
na Ativa e Inatividade. conferida aos Chefes de Seção, de
serviço e de Assessorias, limitar-se-á
§ 1º - O disposto n este Regulamento
às ocorrências relacionadas às
aplica-se, no que couber, aos
atividades inerentes ao serviço de
capelães policiais militares.
suas repartições.
§ 2º - Os alunos de órgãos
específicos de formação de Art. 10º - Aos policiais militares na
policiais militares também estão Inatividade não se aplicam as
sujeitos aos Regulamentos, normas e disposições deste Regulamento pelo
prescrições das OPM em que fato de poderem tratar no meio
estejam matriculados. civil, inclusive sob a forma de
crítica, pela imprensa ou outro meio
Art. 9º - A competência para aplicar de divulgação, de qualquer assunto,
as prescrições contidas neste excetuando o de natureza policial
Regulamento é conferida ao cargo e militar de caráter sigiloso ou
não ao grau hierárquico. São funcional.
competentes para aplicá-las:
Parágrafo Único – A prescrição
1. O Governador do Estado, a todos deste Artigo não se aplica aos
os integrantes da Polícia Militar; policiais militares inativos, quando
estiverem convocados para o
2. O Comandante Geral, aos que
serviço ativo, no exercício de
estiverem sob o seu comando;
função em qualquer Organização
3. O Chefe do Gabinete militar, aos Policial Militar, fardados ou (ainda,
que estiverem sob a sua chefia; quando atuarem coletivamente com
policias militares da Ativa ou
4. O Chefe do Estado Maior,
Inatividade.
Comandante do Policiamento da
Capital, Comandante do ATENÇÃO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO
Policiamento do Interior, ARTIGO 10, É O QUE VAI TE FAZER
ENTENDER A APARENTE CONTRADIÇÃO DO
Comandante de Policiamento de
ARTIGO 8 COM O ARTIGO 10 !
Área, Comandante do Corpo de
Bombeiros, Diretores, aos que
servirem sob suas ordens; Art. 11 – Todo policial militar que
tiver conhecimento de um fato
5. Ajudante Geral, Comandantes e
contrário à disciplina, deverá
Subcomandantes de OPM, Chefes
participar a seu chefe imediato por
de Seção, Serviços, Assessorias,
escrito ou verbalmente. Neste
Comandantes de Subunidades, aos
último caso, deve confirmar a
que servirem sob suas ordens; 6.
participação, por escrito, no prazo
Comandantes de Pelotões
máximo de 48(quarenta e oito)
Destacados, aos que servirem sob a
horas.
suas ordens.
ATENÇÃO !! UMA QUESTÃO que estiver subordinado.
DA PROVA PASSADA
ESTAVA NESTE ARTIGO 11,
§ 4º - A autoridade, a quem a parte
COMO JÁ DISSE, A BANCA
disciplinar é dirigida, deve dar a
TRABALHA MUITO COM
PRAZOS ! solução no prazo máximo de
4(quatro) dias úteis, podendo se
necessário, ouvir as pessoas
§ 1º - A parte deve ser clara, concisa
envolvidas, obedecidas as demais
e precisa, vede conter os dados
prescrições regulamentares. Na
capazes de identificar as pessoas ou
impossibilidade de solucionála neste
coisas envolvidas, o local, a data e
prazo, o seu motivo deverá ser,
hora da ocorrência e caracterizar
necessariamente, publicado em
as circunstâncias que a envolveram,
Boletim e, neste caso, o prazo
sem tecer comentários ou opiniões
poderá ser prorrogado até 30(trinta)
pessoais.
dias.

§ 2º - Quando, para preservação da


§ 5º - A autoridade que receber a
disciplina e do decoro da
parte, não sendo competente para
Corporação, a ocorrência exigir
solucioná-la, deve encaminhá-la a
uma pronta intervenção, mesmo
seu superior imediato, com as
sem possuir ascendência funcional
informações que lhe comportarem.
sobre o transgressor, a autoridade
policial militar de maior antiguidade
Art. 12 – No caso de ocorrência
que presenciar ou tiver
disciplinar envolvendo policiais –
conhecimento do fato, deverá
militares de mais de uma OPM,
tornar imediatas e enérgicas
caberá ao Comandante
providências, inclusive prende-lo “
imediatamente superior da linha de
em nome da autoridade
subordinação apurar (ou
competente”, dando ciência a esta,
determinar a apuração) dos fatos,
pelo meio mais rápido, da
procedendo, a seguir, de
ocorrência e das providências em
conformidade com o Art. 11 e seus
seu nome tomadas.
parágrafos, do presente
Regulamento, com os que sirvam
§ 3º - Nos casos de participação de
sob a sua linha de subordinação
ocorrência com policial militar de
funcional.
OPM diversa daquela a que
pertence o signatário da parte deve Parágrafo Único – No caso de
este, direta ou indiretamente, ser ocorrência disciplinar envolvendo
notificado da solução dada, no militares ( FA) e policiais militares, a
prazo máximo de 6(seis) dias úteis, autoridade policial militar
expirando este prazo, deve o competente deverá tomar as
signatário da parte informar a medidas disciplinares referentes aos
ocorrência referida à autoridade a elementos a ela subordinados,
informando, pelos canais de serviços estabelecidas por
hierárquicos, sobre a ocorrência, as autoridades competente.
medidas tomadas e o que foi por ela
OU SEJA, NÃO É TRANSGRESSÃO SOMENTE
apurada, ao Comandante Militar da O QUE ESTÁ NO ANEXO DESSE
Área. REGULAMENTO, MAS SIM QUALQUER ATO
QUE AFETE A HONRA PESSOAL E ETC...
TÍTULO II
CAPÍTULO V
DAS TRANSGRESSÕES
DISCIPLINARES JULGAMENTO DAS
TRANSGRESSÕES
CAPÍTULO IV

ESPECIFICAÇÃO DAS Art. 15 – O julgamento das


TRANSGRESSÕES transgressões deve se precedido de
um exame e de uma análise que
Art. 13 – Transgressão Disciplinar é considerem:
qualquer violação dos princípios da
1. os antecedentes do transgressor;
ética, dos deveres e das obrigações
2. as causas que a determinarem; 3.
policiais militares, na sua
a natureza dos fatos ou os atos que
manifestação elementar e simples, e
a envolverem; 4. as conseqüências
qualquer omissão ou ação contrária
que dela possam resultar.
aos preceitos estatuídos em leis,
regulamentos, normas ou
Art. 16 – No julgamento das
disposições, deste que não
transgressões podem ser levantadas
constituam crime.
causas que justifiquem a falta ou
circunstâncias que a atenuem e /ou
Art. 14 – São transgressões
a agravem.
disciplinares:

1. todas as ações ou omissões Art. 17 – São causas de


contrárias à disciplina policial – justificação:
militar especificadas no anexo ao 1. Ter sido cometido a transgressão
presente Regulamento; na prática de ação meritória, no
interesse do serviço ou da ordem
2. todas as ações, omissões ou atos,
pública;
não especificados na relação de
2. Ter sido cometido a transgressão
transgressões do anexo citado, que
em legitima defesa, própria ou de
afetem a honra pessoal, o pundonor
outrem;
policia militar, o decoro da classe
3. Ter sido cometida a transgressão
ou o sentimento d o dever e outras
em obediência a ordem superior ;
prescrições contidas no Estatuto
4. Ter sido cometida a transgressão
dos Policiais Militares, leis e
pelo uso imperativo de meios
regulamentos, bem como aquelas
violentos a fim compelir
praticadas contra regras e ordens
subordinado a cumprir
rigorosamente o seu dever, no caso
de perigo, necessidade urgente, 8. Ser praticada a transgressão com
calamidade pública e manutenção premeditação;
da ordem e da disciplina; 9. Ter sido praticada a transgressão
5. Ter havido motivo de força em presença de tropa;
maior, plenamente comprovado e 10. Ter sido praticada a
justificado; transgressão em presença de
6. Nos casos de ignorância, falta de público;
prática no serviço, plenamente 11. Ter praticado a transgressão,
comprovada, deste que não atente apesar da advertência ou proibição;
contra os sentimentos normais de 12. Ter praticado a transgressão
patriotismo, humanidade e com risco de perigo público.
probidade.
CAPITULO VI
Parágrafo Único – Não haverá CLASSIFICAÇÃO DAS
punição, quando for reconhecida TRANSGRESSÕES
qualquer causa de justificação.
Art. 20 – A transgressão da
Art. 18 – São circunstâncias disciplina deve ser classificada,
atenuantes: deste que não haja causas de
1. bom comportamento; justificação, em:
2. relevância de serviços prestados; 1. Leve;
3. Ter sido cometida a transgressão 2. Média;
apara evitar mal maior; 3. Grave.
4. Ter sido cometida a transgressão
em defesa própria, de seus direitos Parágrafo Único – A classificação
onde outrem, deste que não da transgressão compete a quem
constitua causa de justificação; couber aplicar a punição,
5. Falta de prática no serviço. respeitadas as considerações
estabelecidas no art. 15.
Art. 19 – São circunstâncias
agravantes: Art. 21 – A transgressão da
1. mau comportamento; disciplina deve ser classificada
2. prática simultânea ou conexão de como “grave” quando, não
duas ou mais transgressões; chegando a constituir crime,
3. reincidência da transgressão, constitua a mesma ato que afete o
mesmo punida verbalmente; sentimento do dever, a honra
4. conluio de duas ou mais pessoas; pessoal, o pundonor policial militar
5. ser praticada a transgressão ou o decoro da classe.
durante a execução de serviços;
6. ser cometida a falta em presença TITULO III
de subordinado; PUNIÇOES DISCIPLINARES
7. Ter abusado o transgressor de CAPITULO VII
sua autoridade hierárquica; GRADUAÇÃO E EXECUÇÃO
DAS PUNIÇÕES
§ 2º - A advertência, por ser verbal,
Art. 22 – A punição disciplinar não deve constar das alterações do
objetiva o fortalecimento da punido, devendo, entretanto, ser
disciplina. registrada em sua ficha disciplinar
por quem o advertir.
Parágrafo Único – A punição deve
ter em vista o beneficio educativo e Art. 25 – Repreensão – É a punição
exemplo à coletividade a que ele que, publicada em Boletim, não
pertence. priva o punido da liberdade.

Art. 23 – As punições disciplinares a Art. 26 – Detenção- Consiste no


que estão sujeitos os policiais cerceamento da liberdade do
militares, segundo a classificação punido, o qual deve permanecer no
resultante ao julgamento da local que for determinado,
transgressão, são as seguintes, em normalmente o quartel, sem que
ordem de gravidade crescente: fique, no entanto, confinado.
1. advertência; § 1º - O detido comparece a todos
2. repreensão; os atos de instrução e serviço.
3. detenção;
4. prisão e prisão em separado; § 2º - Em casos especiais, a critério
5. licenciamento e exclusão a bem da autoridade que aplicou a
da disciplina. punição, o Oficial pode ficar detido
na sua residência.
§ 1º - As punições disciplinares de
detenção e prisão não podem Art. 27 – Prisão – Consiste no
ultrapassar de trinta dias. confinamento do punido em local
próprio e designado para tal.
§ 2º - A prisão em separado não
pode ultrapassar de quinze dias. § 1º - Os policiais militares dos
diferentes círculos de Oficiais e
Art. 24 – Advertência – È a forma praças estabelecidos no Estatuto
mais branda de punir. Consiste dos Policiais Militares não poderão
numa admoestação feita ficar presos no mesmo
verbalmente ao transgressor compartimento.
podendo ser em caráter particular
ou ostensivamente. § 2º - São lugares de prisão:

§ 1º - Quando ostensivamente, - Para Oficial – determinado pelo


poderá ser na presença de superior, Comandante no aquartelamento;
no círculo de seus pares ou na
presença de toda ou parte da - Para Subtenente e Sargentos –
OPM. compartimento denominado “ Prisão
de Subtenente e Sargentos”; Único - O punido fará suas
rejeições no refeitório da OPM, a
- Para as demais praças – não ser que o Comandante
compartimento fechado, determine o contrário em relação
denominado “Xadrez”. ao local.

§ 3º - Em casos especiais, a critério NO LUGAR DE ‘’REJEIÇÕES’’ NA VERDADE O


da autoridade que aplicou a REGULAMENTO QUIS DIZER ‘’REFEIÇÕES’’
punição, o Oficial ou Aspirante a
Oficial pode ter sua residência Art. 29 – Em casos especiais, a
como local de cumprimento de prisão pode ser agravada para
prisão, quando esta não for “Prisão em Separado”, devendo o
superior a 48 horas. punido permanecer confinado e
isolado, fazendo suas refeições no
§ 4º - Quando a OPM não dispuser local da prisão. Este agravamento
de instalação apropriadas, cabe à não pode exceder à metade da
autoridade que aplicou a punição, punição aplicada.
solicitar ao escalão superior, local
para servir de prisão, em outra Parágrafo Único – A prisão em
OPM. separado deve constituir, em
princípio, a parte inicial do
§ 5º - Os presos disciplinares devem cumprimento da punição e não deve
ficar separados dos presos a exceder à metade da punição
disposição da justiça. aplicada. 9
§ 6º - Compete à autoridade que
aplicar a primeira punição de prisão Art. 30 – O recolhimento de
à praça, ajuizar da conveniência e qualquer transgressor à prisão, sem
necessidade de não confirmar o nota de punição publicada em
punido, tendo em vista os altos Boletim Interno da OPM (OBM), só
interesses da ação educativa da poderá ocorrer por ordem das
coletividade e a elevação do moral autoridades referidas nos itens nº
da tropa. 1), 2), 3) 4) e 5) do Art. 9º.

Neste caso, esta circunstância será Parágrafo Único – O disposto neste


fundamentalmente publicada em art. Não se aplica no caso
boletim da OMP e o punido terá o configurado no § 2º do Art. 11, ou
quartel por menagem. quando houver:
1. presunção ou indício de crime;
Art. 28 – A prisão deve ser 2. embriaguez;
cumprida sem prejuízo da instrução 3. ação de psicotrópicos;
e dos serviços internos. Quando o 4. necessidade de averiguação;
for em prejuízo, esta condição deve 5. necessidade de
ser declarada em boletim. Parágrafo incomunicabilidade.
A exclusão a bem da
Art. 31 – Licenciamento e Exclusão
disciplina deve ser
a bem da disciplina consistem no
aplicada “ex. – ofício”,
afastamento, “ ex. ofício”, do
policial militar das fileiras da ao Aspirante a Oficial e
Corporação, conforme prescrito no à praça com
Estatuto dos Policiais Militares. estabilidade
assegurada.
§ 1º - O licenciamento a bem da
disciplina deve ser aplicado à praça
sem estabilidade de assegurada,
mediante a simples análise de suas CAPÍTULO VIII NORMAS PARA
alterações por iniciativa do APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO
Comandante, ou por ordem das DAS PUNIÇÕES
autoridades relacionadas nos itens
1), 3), 4) e 5),do Art. 9º quando:
Art. 32 – A aplicação da punição
1) – A transgressão afeta o compreende uma descrição
sentimento do dever, a honra sumária, colara e precisa dos fatos
pessoal, o pundonor militar e o e circunstâncias que determinaram
decoro e, como repressão imediata, a transgressão (Anexa); o
assim se torna absolutamente enquadramento da punição é a
necessária à disciplina, 2) No decorrência da punição em Boletim
comportamento MAU, verifica-se a da OPM.
impossibilidade de melhoria de
comportamento, como está § 1º - Enquadramento – É a
prescrito neste Regulamento. caracterização da transgressão
acrescida de outros detalhes
§ 2º - A exclusão a bem da disciplina relacionados com o comportamento
deve ser aplicada “ex. – ofício”, ao do transgressor, cumprimento da
Aspirante a Oficial e à praça com punição ou justificação.
estabilidade assegurada, de acordo
com o prescrito no Estatuto dos No enquadramento, são
Policiais Militares. necessariamente mencionados:

O licenciamento a bem da 1) a transgressão cometida, em


disciplina deve ser termos precisos e sintéticos e a
especificação em que a mesma
aplicado à praça sem
incida pelos números constantes do
estabilidade de
anexo ou pelo item 2 do Art. 14.
assegurada. Não devem ser emitidos
comentários deprimentes e/ou
ofensivos, sendo, porém, permitidos
ou ensinamentos decorrentes, deste § 4º - Quando a autoridade que
que não contenham alusões aplicar a punição não dispuser de
pessoais; Boletim para sua publicação, esta
deve ser feita, mediante solicitação
2) os itens, artigos e parágrafos das escrita, no da autoridade
circunstâncias atenuantes e/ou imediatamente superior.
agravantes, ou causas de
justificação; Art. 33 – A aplicação da punição
deve ser feita com justiça,
3) a classificação da transgressão; serenidade e imparcialidade, para
que o punido fique consciente e
4) a punição imposta; convicto de que a mesma se inspira
no cumprimento exclusivo de um
5) o local de cumprimento da dever.
punição, se for o caso;
Parágrafo Único – Ninguém será
6) a classificação do punido, sem ser ouvido.
comportamento militar em que a O Oficial e o Aspirante a Oficial se
praça punida permaneça ou justificarão, por escrito.
ingresse;
Art. 34 – A publicação da punição
7) a data do início do cumprimento imposta ao Oficial ou Aspirante a
da punição, se o punido tiver sido Oficial, em princípio, deve ser feita
recolhido de acordo com o em Boletim Reservado, podendo ser
parágrafo 2º do Art. 11º; em Boletim Ostensivo, se as
circunstâncias ou a natureza da
8) a determinação, para posterior transgressão da punição deve
cumprimento, se o punido estiver obedecer às seguintes normas:
baixado, afastado do serviço, por
qualquer motivo, ou à disposição de 1) a punição deve ser proporcional à
outra autoridade. gravidade da transgressão, dentro
dos seguintes limites;
§ 2º - Publicação em Boletim – É o a) de advertência até 10 dias de
ato administrativo que formaliza a detenção, para transgressão leve;
aplicação da punição ou a sua b) de detenção até 10 dias de
justificação. prisão, para a transgressão média;
c) de prisão à punição prevista no
§ 3º - Quando ocorrer caso de art. 29 deste Regulamento, para a
justificação, no enquadramento e transgressão grave.
na publicação em Boletim,
menciona-se a justificação da falta, Punição prevista no art.
em lugar da punição imposta. 29 deste Regulamento =
PRISÃO EM SEPARADO.
IDEM’’, NINGUÉM
2) a punição não pode atingir até o PODERÁ SER PUNIDO
DUAS VEZES PELO
máximo previsto no item anterior,
MESMO FATO.
quando ocorrerem, apenas,
circunstâncias atenuantes;
Art. 36 – A aplicação da primeira
3) a punição deve ser dosada, punição classificada como “prisão”
quando ocorrerem circunstâncias é da competência do Comandante
atenuantes e agravantes; Geral.

4) por uma única transgressão, não Art. 37 – Nenhum policial militar


deve ser aplicada mais de uma deve ser interrogado ou punido, em
punição; estado de embriaguez ou sob a ação
de alucinógenos.
5) a punição disciplinar, no entanto,
não exime o punido da Art. 38 – O início do cumprimento
responsabilidade civil que lhe da punição disciplinar deve ocorrer
couber; com a distribuição do Boletim da
OPM que publica a aplicação da
6) na ocorrência de mais de uma punição.
transgressão, sem conexão entre si,
a cada uma deve ser imposta a § 1º - O tempo de detenção ou
punição correspondente. Em caso prisão, antes da respectiva
contrário, as de menor gravidade publicação em BI, não deve
serão consideradas como ultrapassar de 72 horas.
circunstâncias agravantes da
transgressão principal. § 2º - A contagem de tempo de
cumprimento da punição vai do
§ 1º - No concurso de crime e momento em que o punido for
transgressão disciplinar, quando recolhido até aquele eme que for
forem da mesma natureza, deve posto em liberdade.
prevalecer a aplicação da pena
relativa ao crime, se como tal Art. 39 – A autoridade que
houver capitulação. necessitar punir seu subordinado., à
disposição ou serviço de outra
§ 2º - A transgressão disciplinar será autoridade, deve a ela requisitar a
apreciada, para efeito de punição, apresentação do punido, para a
quando da absolvição ou rejeição aplicação da punição.
da denúncia.
Parágrafo Único – Quando o local
BASICAMENTE O
determinado para cumprimento da
MESMO PRINCÍPIO
APLICADO AO DIREITO punição não for a sua OPM, pode
PENAL DO ‘’NO BIS solicitar aquela autoridade que
determine o recolhimento do
punido diretamente ao local § 2º - Quando uma autoridade, ao
determinado. julgar uma transgressão, concluir
que a punição a aplicar está além
Art. 40 – O cumprimento da do limite máximo que lhe é
punição disciplinar, por policial autorizado, cabe à mesma solicitar a
militar afastado do serviço, deve autoridade superior, com ação
ocorrer, após a sua apresentação, disciplinar sobre o transgressor, a
pronto na OPM, salvo nos casos de aplicação da punição devida.
preservação da disciplina e do
decoro da Corporação. Art. 42 – A interrupção da
contagem de tempo da punição, nos
Parágrafo Único – A interrupção casos de baixa a hospital ou
da licença especial, licença para enfermaria e outros, vai do
tratar de interesse particular ou de momento em que o punido for
licença para tratamento de saúde retirado do local de cumprimento
de pessoa da família, para da punição até o seu retorno.
cumprimento de punição
disciplinar, somente ocorrerá, Parágrafo Único – O afastamento e
quando autorizada pelas o retorno do punido ao local de
autoridades referidas nos itens 1), 2) cumprimento da punição devem ser
e 30 do art. 9º. publicados em Boletim.

Art. 41 – As punições disciplinares, CAPITULO IX


de que trata este Regulamento,
devem ser aplicadas de acordo com MODIFICAÇÃO NA
as prescrições no mesmo APLICAÇÃO DAS PUNIÇÕES
estabelecidas. A punição máxima
que cada autoridade referida no Art. 43 – A modificação da
Art. 9º pode aplicar, acha-se aplicação de punição pode ser
especificada no Quadro apenso. realizada e pela autoridade a aplicar
ou por outra, superior e
§ 1º - Quando duas autoridades de competente, quando tiver
níveis hierárquico diferentes, conhecimento de fatos que
ambas com ação disciplinar sobre o recomendem tal procedimento.
transgressor, conhecerem da
transgressão, à de nível mais § 1º As modificações da aplicação
elevado competirá punir, salvo se de punição são:
entender que a punição está dentro
dos limites de competência da do 1) anulação;
menor nível, caso em que 2) relevação;
comunicará ao superior a sanção 3) atenuação;
disciplinar que aplicou.
4) agravação. conhecimento de comprovada
ilegalidade ou injustiça na aplicação
da punição e não tenha
SOMENTE PODERÁ
competência para anulá-la ou não
MODIFICAR A PUNIÇÃO A
PRÓPRIA AUTORIDADE A disponha dos prazos referidos no §
APLICAR OU AUTORIDADE 2º do Art. 44, deve propor a sua
SUPERIOR E COMPETÊNTE, anulação à autoridade de
VIMOS NO INÍCIO DO competente, fundamentalmente.
REGULAMENTO QUE A
COMPETÊNCIA EM REGRA Art. 47 –A relevação da punição
SE DÁ NÃO RELATIVO AO consiste na suspensão de
GRAU HIERÁRQUICO, MAS cumprimento da punição imposta.
SIM AO CARGO.

Parágrafo Único – A relevação da


Art. 44 – A anulação da punição punição pode ser conceda:
consiste em tornar sem efeito a 1) quando ficar comprovado que
aplicação da mesma. forem atingidos os objetivos visados
com a aplicação da mesma,
§ 1º - Deve ser concedida, quando independente do tempo de punição
for comprovada terem ocorrido a cumprir;
injustiças ou ilegalidade na sua 2) por motivo de passagem de
aplicação. comando, data de aniversário da
PM, ou data nacional, quando já
§ 2º - Far-se-á em obediência aos tiver sido cumprida, pelo menos,
prazos seguintes: metade.
1) em qualquer tempo e em qualquer
circunstância, pelas autoridades Art. 48 – A atenuação da punição
especificas nos itens 1), e 2) do Art. consiste na transformação da
9º; 2) no prazo de 60 dias, pelas punição proposta ou aplicação em
demais autoridades. uma mais rigorosa, se assim o exigir
o interesse da disciplina e da ação
§ 3º - A anulação, sendo concedida educativa do punido.
ainda durante o cumprimento de
punição, imposta em ser o punido OBSERVAÇÃO - A
posto em liberdade, imediatamente. atenuação da punição
consiste na transformação
Art. 45 – A anulação da punição
da punição proposta ou
deve eliminar toda e qualquer a
anotação e /ou registro nas aplicação em uma MENOS
alterações do militar relativos à sua rigorosa, se assim o exigir o
aplicação.
interesse da disciplina e da

Art. 46 – A autoridade que tornar ação educativa do punido,


neste Capítulo e, necessariamente,
O LEGISLADOR ERROU
publicada em boletim.
CLARAMENTE NESSE
PONTO. § 2º - Ao ser incluída na Polícia
Militar, a praça será classificada no
Art. 49 – A agravação da punição comportamento “BOM”.
consiste na transformação da
punição proposta ou aplicada em Art. 52 – O comportamento policial
uma mais rigorosa, se assim o exigir militar da praça deve ser
o interesse da disciplina na ação classificada em:
educativa do punido.
1) Excepcional – quando, no
Parágrafo Único – A “ prisão em período de 08 anos de efetivo
separado” é considerada como uma serviço, não tenha sofrido qualquer
das formas de agravação da punição disciplinar;
punição de prisão, para soldado.
2) Ótimo – quando, no período de
Art. 50 – São competentes para 04 anos de efetivo serviço tenha
anular, revelar, atenuar e agravar as sido punido com até uma detenção;
punições impostas por si ou por
seus subordinados, as autoridades 3) Bom - quando, no período de 02
discriminadas no Art. 9º, devendo anos de efetivo serviço tenha sido
esta decisão ser justificada em punido com até duas prisões; 13
Boletim.
4) Insuficiente – quando, no
TITULO IV período de 01 ano de efetivo
COMPORTAMENTO POLICIAL serviço, tenha sido punido com até
MILTIAR duas prisões;
CAPITULO X CLASSIFICAÇÃO,
RECLASSIFICAÇÃO E 5) Mau – quando, no período de 01
MELHORIA DO ano de efetivo serviço, tenha sido
COMPORTMENTO punido com mais de duas prisões.

Art. 51 – O comportamento policial Art. 53 – A reclassificação do


militar das praças espelha os eu comportamento da praça deve ser
procedimento civil e policial miltiar, feita, autenticamente, como se
sob o ponto de vista disciplinar. estabelece a seguir:

§ 1º - A classificação, 1) Do Excepcional para o:


reclassificação, bem como a a) Ótimo, quando a praça for
melhoria de comportamento, é da punida com repreensão ou
competência do Comandante da detenção;
OPM, obedecendo ao disposto b) Bom, quando a praça for punida
com prisão; 3) do Bom para o Ótimo – Quando,
2) Do ótimo para o Bom, quando a no prazo de 04 anos, não houver a
praça for punida, no período de 04 praça sofrido qualquer punição;
anos de efetivo serviço, com mais
de uma detenção; 4) de Ótimo para Excepcional –
Quando, no prazo de 08 anos, não
3) Do Bom para o: houver a praça sofrido qualquer
a) Insuficiente, quando a praça for punição.
punida, no período de 01 ano de
efetivo serviço, com duas prisões; Art. 55 – Para efeito de
b) Mau, quando a praça for punida, classificação, reclassificação e
no período de 01 ano de efetivo melhoria de comportamento, tão
serviço, com mais de duas prisões; somente de que trata este
Capítulo:
4) Do Insuficiente para o Mau,
quando a praça for punida, no 1) duas repreensões eqüivalem a
período de 01 ano de efetivo uma detenção;
serviço, com mais de duas prisões. 2) quatro repreensões eqüivalem a
um prisão;
Parágrafo Único – A 3) duas detenções eqüivalem a uma
reclassificação do comportamento prisão.
de soldado, com punição de prisão
de mais de 20 dias, agravada para TÍTULO V
“prisão em separada”, é feita,
DIREITO E RECOMPENSAS
automaticamente para o
CAPÍTULO XI
comportamento Mau, qualquer que
seja o seu comportamento anterior. APRESENTAÇÃO DE
RECURSOS
Art. 54 – A melhoria do
comportamento da praça deve ser Art. 56 – Interpor recursos
feita, automaticamente, como se disciplinares é o direito concedido a
estabelece a seguir: policial militar que se julgue, ou
julgue subordinado seu,
1) do Mau para o Insuficiente – prejudicado, ofendido ou
Quando, no prazo de 01 ano, não injustiçado por superior
houver a praça sofrido qualquer hierárquico, na espera disciplinar.
punição;
Parágrafo Único – São recursos
2) do Insuficiente para o Bom – disciplinares: 1) o pedido de
Quando, no prazo de 2 anos, não reconsideração de ato; 14 2) a
houver a praça sofrido qualquer queixa; 3) a representação;
punição;
Art. 57 – Reconsideração de Ato –
É o recurso interposto, mediante deve ser feita dentro de um prazo
requerimento, por meio do qual o de cinco dias úteis, a contar da
policial – militar que se julgue ou publicação em Boletim, da solução
julgue subordinado seu de que trata o parágrafo anterior.
prejudicado, ofendido ou
injustiçado, solicita à autoridade § 3º - O queixoso deve informar, por
que praticou o ato, que reexamine escrito, à autoridade de quem vai se
sua decisão e reconsidere seu ato. § queixar, do objetivo do recurso
1º - O pedido de reconsideração de disciplinar que irá apresentar.
ato deve ser encaminhado através
da autoridade a quem o requerente § 4º - O queixoso deve ser afastado
estiver diretamente subordinado. da subordinação direta da
autoridade contra quem formulou o
§ 2º - O pedido de reconsideração recurso, até que o mesmo seja
de ato deve ser apresentado no julgado.
prazo máximo de oito horas úteis, a Deve, no entanto, permanecer na
contar da data em que o policia localidade onde serve, salvo a
militar tomar, oficialmente, existência de fatos que contra –
conhecimento dos fatos que o indiquem a sua permanência na
motivaram. mesma.

§ 3º - A autoridade, a quem é Art. 59 – Representação – É o


dirigido o pedido de reconsideração recurso disciplinar, normalmente
de ato, deve dar despacho ao redigido sob forma de ofício ou
mesmo, no prazo máximo de quatro parte, interposto por autoridade
dias úteis. que julgue suborinado seu estar
sendo vítima de injustiça ou
Art. 58 – Queixa – É o recurso prejudicado em seus direitos, por
disciplinar, normalmente redigida ato de autoridade superior.
sob forma de ofício ou parte,
interposto pelo policial militar que Parágrafo Único – A apresentação
se julgue injustiçado, dirigido deste recurso disciplinar deve
diretamente ao superior imediato seguir os mesmos procedimentos
da autoridade contra quem é prescritos no art. 58 e seus
apresentada a queixa. parágrafos.

§ 1º - A apresentação da queixa só é Art. 60 – A apresentação do


cabível após o pedido de recurso disciplinar mencionado no
reconsideração de ato Ter sido parágrafo único da o art. 56, deve
solucionado e publicado em Boletim ser feita individualmente; tratar de
da OPM onde serve o queixoso. caso especifico; cingir-se aos fatos
que o motivaram; fundamentar-se
§ 2º - A apresentação da queixa em novos argumentos, provas ou
documentos comprobatórios e pundonor policial militar, ou ao
elucidativos e não apresentar decoro da classe;
comentários. § 1º - O prazo para
apresentação de recurso 2. ter bons serviços prestados,
disciplinar, pelo policial militar que comprovados pela análises de suas
se encontre cumprindo punição alterações;
disciplinar, executando serviço ou
ordem que motive a apresentação 3. ter conceito favorável de seu
do mesmo, começa a ser contado Comandante;
quando cessarem as situações
citadas. 4. ter completado, sem qualquer
punição:
§ 2º - O recurso disciplinar que a) 09 anos de efetivo serviço,
contrarie o prescrito neste quando a punição a anular for de
Capítulo é considerado prejudicado prisão;
pela autoridade a quem foi b) 05 anos de efetivo serviço,
destinado, cabendo a esta mandar quando a punição a anular for de
arquivá-la e publicar sua decisão em repreensão ou detenção.
Boletim, fundamentalmente.
Art. 63 – A entrada de
§ 3º - A tramitação de recurso deve requerimento solicitando
Ter tratamento de urgência em cancelamento de punição, bem
todos os escalões. como solução dada ao mesmo,
devem constar em Boletim.
CAPÍTULO XII
CANCELAMENTO DE Parágrafo Único – A solução do
PUNIÇÕES requerimento de cancelamento de
punição é da competência do
Art. 61 – Cancelamento de punição Comandante Geral.
é o direito concedido ao policial
militar de ter cancelada a Art. 64 – O Comandante Geral pode
averbação de punições e outras cancelar uma ou todas as punições
notas a elas relacionadas, em suas de policial militar que tenha
alterações. prestado comprovadamente
relevantes serviços
Art. 62 – Cancelamento da punição independentemente das condições
pode ser concedido ao policial enunciadas no Art. 62 do presente
militar que o requerer dentro das Regulamento e do requerimento do
seguintes condições: interessado.

1. não ser a transgressão, objeto da Art. 65 – Todas as anotações


punição, atentatória ao sentimento relacionadas com as punições
do dever, a honra pessoal, ao canceladas devem ser tingidas, de
maneira que não seja possível a sua como administrador e à capacidade
leitura. Na margem onde for feito o física.
cancelamento, deve ser anotado o
número e a data d o Boletim da § 2º - Só serão registrados nos
autoridade que concedeu o assentamentos dos policiais
cancelamento, sendo esta anotação militares os elogios registrados
rubricada pela autoridade individuais obtidos no desempenho
competente para assinar as folhas de funções próprias à Polícia
de alteração. CAPÍTULO XIII Militar e concedidos por
DAS RECOMPESAS autoridades com atribuições para
fazê-lo.
Art. 66 – Recompensas constituem
reconhecimento dos bons serviços § 3º - O elogio coletivo visa a
prestados por policiais militares. reconhecer e a ressaltar um grupo
de policiais militares ou fração de
Art. 67 – Além de outras previstas tropa ao cumprir destacatamento
em leis e regulamentos especiais, um determinada missão.
são recompensas policiais militares:
1. o elogio; § 4º - Quando a autoridade que
2. as dispensas do serviço; elogiar não dispuser de Boletim para
3. a dispensa da revista do recolher a publicação, esta deve ser feita,
e do pernoite, nos Centros de mediante solicitação escrita, no da
Formação, para alunos dos cursos autoridade imediatamente superior.
de formação.
Art. 69 – As dispensas do serviços,
Art. 68 – O elogio pode ser como recompensa, podem ser:
individual ou coletivo.
1) dispensa total do serviço, que
§ 1º - O elogio individual, que coloca isenta de todos os trabalhos da
em relevo as qualidades morais e OPM, inclusive os de instruções;
profissionais, somente poderá ser
formulado a policiais militares que 2) dispensa parcial do serviço isenta
se hajam destacado do resto da de alguns trabalhos, que devem ser
coletividade no desempenho de ato especificados na concessão.
de serviço ou ação meritória. Os
aspectos principais que devem ser § 1º - A dispensa total do serviço é
abordados são os referentes ao concedida pelo prazo máximo de 08
caráter, à coragem e dias e não deve ultrapassar o total
desprendimento, à inteligência, à de 16 dias no decorrer de um ano
conduta civil e policial militar, às civil. Esta dispensa não invalida o
culturas profissional e geral, à direito de férias.
capacidade como instrutor, à
capacidade como comandante e § 2º – A dispensa total do serviço
para ser gozada fora da sede, fica funcionamento dos referidos
subordinada às mesmas regras de Conselhos.
concessão de férias. § 3º - A
Parágrafo Único – As causas
dispensa total do serviço é regulada
determinantes que levam o policial
por dias de 24 horas, contados de
militar a ser submetido a um destes
boletim a boletim. A sua publicação
Conselhos, “ex. ofício” ou a pedido,
deve ser feita, no máximo, 24 horas
e as condições para sua instrução,
antes do seu início, salvo motivo de
funcionamento, e providências
força maior.
decorrentes, estão estabelecidas na
legislação que dispõe sobre os
Art. 70 – As dispensas da revista do
citados Conselhos e dá outras
recolher e de pernoitar no quartel,
providências.
podem ser incluídas em uma mesma
concessão. Não justificam a
Art. 74 – O Comandante Geral
ausência do serviço para o qual o
baixará instruções complementares
aluno está ou for escalado e nem da
necessárias à interpretação,
instrução a que deve comparecer.
orientação e ampliação deste
Regulamento, às circunstâncias e
Art. 71 – São competentes para
casos não previstos no mesmo.
conceder as recompensas de que
trata este Capítulo, as autoridades
especificadas no artigo 9º deste
Regulamento.

Art. 72 – São competes para anular,


restringir ou ampliar as recompensas
concedidas por si ou por seus
subordinados, as autoridades
especificadas no art. 9º, devendo
essa decisão ser justificada em
boletim.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 73 – Os julgamentos a que


forem submetidos os policiais
militares, perante Conselho de
Justificação ou Conselho de
Disciplina, serão conduzidos
segundo normas próprias ao
Muito bem concurseiros, qual a Boletim e, neste caso, o prazo poderá ser
prorrogado até 15 (quinze) dias.
melhor forma de revisar? Isso
GABARITO A
mesmo! Fazendo muitas questões !
NUCEPE PMPI - 2013
42. Segundo o “RDPM-PI”, a modificação
da aplicação de punição disciplinar pode
TODAS AS QUESTÕES DE ser realizada pela autoridade, quando tiver
LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR E conhecimento de fatos que recomendem tal
BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO procedimento. As modificações da
PIAUÍ DOS ÚLTIMOS TRÊS aplicação de punição são:
CONCURSOS (2013 E 2017) DA BANCA
NUCEPE
A) revisão disciplinar, anulação, atenuação
Conhecimentos Específicos Legislação da e agravação.
Polícia Militar do Piauí B) revisão disciplinar, relevação, atenuação
e agravação.
NUCEPE PMPI - 2013 C) revisão disciplinar, anulação, relevação e
41. Com relação ao “Regulamento agravação.
Disciplinar da Polícia Militar do Estado do D) revisão disciplinar, anulação, atenuação
Piauí (RDPM-PI)”, assinale a alternativa e relevação.
correta. E) anulação, relevação, atenuação e
agravação.
A) Hierarquia militar é a ordenação da
autoridade em níveis diferentes, dentro da
GABARITO E
estrutura das Forças Armadas, Polícias
Militares, Corpos de Bombeiros, Forças
NUCEPE PMPI - 2013
Militares e Policiais-Militares estrangeiros,
43. O “Conselho de Disciplina” destina-se a
por postos e graduações.
apreciar a incapacidade dos Aspirantes a
B) São manifestações essenciais de
Oficial, Subtenentes, Sargentos, Cabos e
disciplina a correção de atitudes e a
Soldados da Polícia Militar (ou
dedicação parcial ao serviço.
Corpo de Bombeiros) do Estado do Piauí,
C) Quando a ordem importar em
com estabilidade assegurada, para
responsabilidade criminal para o
permanecerem na ativa, bem como dos
executante, poderá o mesmo solicitar sua
Aspirantes a Oficial e das demais praças,
confirmação por escrito, podendo a
reformados ou na reserva remunerada, de
autoridade que a emitiu atender à
permanecerem na situação de inatividade
solicitação ou não.
em que se encontram, criando-lhes, ao
D) Todo policial militar que tiver
mesmo tempo, condições para se
conhecimento de um fato contrário à
defenderem. Com relação ao “Conselho de
disciplina deverá participar a seu chefe
Disciplina”, assinale a alternativa correta.
imediato, por escrito ou verbalmente. Neste
último caso, deve confirmar a participação,
por escrito, no prazo máximo de 72 (setenta A) As praças da ativa, Aspirantes a Oficial,
e duas) horas. Subtenentes, Sargentos, Cabos e Soldados
E) A autoridade, a quem a parte disciplinar da Polícia Militar (ou Corpo de Bombeiros)
é dirigida, deve dar a solução no prazo do Estado do Piauí, ao serem submetidas ao
máximo de 04 (quatro) dias úteis, podendo, Conselho de Disciplina, permanecerão no
se necessário, ouvir as pessoas envolvidas, exercício de suas funções.
obedecidas as demais prescrições B) A nomeação do Conselho de Disciplina,
regulamentares. Na impossibilidade de por deliberação própria ou por ordem
solucioná-la neste prazo, o seu motivo superior, será da competência do
deverá ser, necessariamente, publicado em Governador do Estado do Piauí.
C) A nomeação do Conselho de Disciplina,
por deliberação própria ou por ordem A) repreensão, advertência, detenção,
superior, será da competência do prisão especial e prisão em separado,
Comandante Geral da Polícia Militar do licenciamento e exclusão a bem da
Piauí. disciplina.
D) Aos membros do Conselho de Disciplina B) advertência, repreensão, detenção,
será lícito reperguntar apenas ao acusado prisão especial e prisão em separado,
sobre o objeto da acusação e propor licenciamento e exclusão a bem da
diligências para os esclarecimentos. disciplina.
E) Aos membros do Conselho de Disciplina C) repreensão, advertência, detenção,
será licito reperguntar apenas às prisão e prisão especial, licenciamento e
testemunhas sobre o objeto da acusação e exclusão a bem da disciplina.
propor diligências para os esclarecimentos. D) advertência, repreensão, detenção,
prisão e prisão em separado, licenciamento
GABARITO C e exclusão a bem da disciplina.
E) repreensão, advertência, detenção,
NUCEPE PMPI - 2013 prisão e prisão em separado, licenciamento
44. A “Transgressão da Disciplina” deve ser e exclusão a bem da disciplina.
classificada como “grave” quando:
GABARITO D
A) chegando a constituir contravenção,
constitua a transgressão disciplinar ato que NUCEPE PMPI - 2013
afete o sentimento do dever, a honra 46. Segundo o “Código Disciplinar da
pessoal, o pundonor policial militar ou o Polícia Militar do Estado do Piauí”, a
decoro da classe. punição disciplinar de prisão consiste no
B) chegando a constituir crime, constitua a confinamento do punido em local próprio e
transgressão disciplinar ato que afete o designado para tal. Assinale a alternativa
sentimento do dever, a honra pessoal, o correta, com relação aos lugares de prisão.
pundonor policial militar ou o decoro da
classe. A) Para o oficial - determinado pelo
C) não chegando a constituir crime, Comandante no aquartelamento.
constitua a transgressão disciplinar ato que B) Para o oficial - determinado pelo
afete, apenas, o sentimento do dever, a Governador do Estado do Piauí nos
honra e o pundonor policial militar ou o aquartelamentos.
decoro da classe. C) Para o oficial - determinado pelo
D) não chegando a constituir crime, Comandante Geral da Polícia Militar do
constitua a transgressão disciplinar ato que Estado do Piauí nos aquartelamentos.
afete, apenas, a honra pessoal, o pundonor D) Para o oficial - determinado pelo Chefe
policial militar ou o decoro da classe. do Estado Maior da Polícia Militar do
E) não chegando a constituir crime, Estado do Piauí nos aquartelamentos.
constitua a transgressão disciplinar ato que E) Para o oficial - determinado pelo
afete o sentimento do dever, a honra Comandante Geral ou Chefe do Estado
pessoal, o pundonor policial militar ou o Maior da Polícia Militar do Estado do Piauí
decoro da classe. nos aquartelamentos.

GABARITO A
GABARITO E

NUCEPE PMPI - 2013


NUCEPE PMPI - 2013
47. De acordo com o “Regulamento
45. As “Punições Disciplinares” a que estão
Disciplinar da Polícia Militar do Estado do
sujeitos os policiais militares, segundo a
Piauí / RDPM-PI”, a punição disciplinar de
classificação resultante ao julgamento da
“Prisão em Separado” não pode ultrapassar:
transgressão, são as seguintes, em ordem de
gravidade crescente:
A) 10 dias. 42. Com base na Lei nº 3.729, de 27/05/1980,
B) 05 dias. (Conselho de Disciplina da Polícia Militar e
C) 15 dias. do Corpo de Bombeiros Militar do Estado
D) 30 dias. do Piauí), qual o prazo que caberá, em
E) 20 dias. princípio, ao Comandante Geral da Polícia
Militar do Piauí, contado da data do
GABARITO C recebimento do processo, para apreciar os
recursos interpostos, oriundos de Conselho
NUCEPE PMPI - 2017
de Disciplina?
41. Com base no Estatuto dos Policiais
Militares do Estado do Piauí (Lei n.º 3.808,
A) 10 dias.
de 16 de julho de 1981, do Estado do Piauí),
B) 15 dias.
assinale a afirmativa correta.
C) 05 dias.
D) 08 dias.
A) A Polícia Militar do Estado do Piauí, E) 20 dias.
subordinada operacionalmente ao
Secretário de Administração e Segurança GABARITO E
Pública, é uma instituição permanente,
considerada força auxiliar e reserva do NUCEPE PMPI - 2017
Exército, com organização e atribuições 43. De acordo com o Regulamento
definidas em Lei. Disciplinar da Polícia do Piauí (Decreto n.º
B) Durante o prazo de 3 (três) anos 3.584, de 31 de janeiro de 1980, do Estado do
contados da posse, não poderá o militar ser Piauí), o comportamento do policial militar
afastado da atividade de policiamento da praça deve ser classificado como
ostensivo nem ser removido, redistribuído excepcional, quando:
ou transferido, exceto nos casos de
comprovada necessidade, cabendo A) no período de 06 anos de efetivo
exclusivamente ao Comandante Geral da serviço, não tenha sofrido qualquer
Polícia Militar a formalização dos punição disciplinar.
respectivos atos. B) no período de 04 anos de efetivo serviço,
C) O Comandante Geral da Polícia Militar não tenha sofrido qualquer punição
poderá determinar aos policiais militares disciplinar.
ativos e inativos que, no interesse da C) no período de 03 anos de efetivo serviço,
salvaguarda da dignidade dos mesmos, não tenha sofrido qualquer punição
informem sobre a origem e natureza dos disciplinar.
seus bens, sempre que houver razões D) no período de 08 anos de efetivo
relevantes que recomendem tal medida. serviço, não tenha sofrido qualquer
D) Em matéria não regulada na legislação punição disciplinar.
estadual, são adotados, na Polícia Militar, E) no período de 05 anos de efetivo serviço,
os regulamentos e leis em vigor no Exército não tenha sofrido qualquer punição
Brasileiro, até que sejam adotados disciplinar.
regulamentos peculiares.
GABARITO D
E) O Aspirante-a-Oficial PM e os praças
com estabilidade assegurada, ao serem
NUCEPE PMPI - 2017
submetidos a Conselho de Justificação,
44. O Regulamento Disciplinar da Polícia
serão afastados das atividades que
Militar do Piauí (Decreto n.º 3.584, de 31 de
estiverem exercendo.
janeiro de 1980, do Estado do Piauí) prevê
que são recursos disciplinares:
QUESTÃO ANULADA MAS
CONSIDERO LETRA B E D
A) o pedido de reconsideração de ato, a
NUCEPE PMPI - 2017 queixa e a revisão disciplinar.
B) o pedido de reconsideração de ato, a C) 05 anos.
queixa e a representação.
D) 06 anos.
C) o pedido de reconsideração de ato, a
representação e a revisão disciplinar. E) 08 anos.
D) a revisão disciplinar, a representação e a
queixa. GABARITO A
E) o pedido de reconsideração de ato, a
queixa, a representação e a revisão NUCEPE PMPI - 2017
disciplinar. 47. De acordo com a Lei Estadual nº 3.729,
de 27/05/1980, o Conselho de Disciplina da
GABARITO D Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Piauí será composto
NUCEPE PMPI - 2017 por:
45. Segundo o Estatuto dos Policiais
Militares do Estado do Piauí (Lei nº 3.808,
de 16 de julho de 1981, do Estado do Piauí), A) quatro (04) oficiais da corporação
as dispensas do serviço podem ser policial militar e pelo juiz auditor militar
concedidas aos policiais militares: estadual.
B) três (03) oficiais da corporação policial
militar.
A) como recompensa, para desconto em C) cinco (05) oficiais da corporação policial
férias e em decorrência de prescrição militar.
médica, e por ordem judicial. D) três (03) oficiais da corporação policial
B) por ordem judicial, para desconto em militar e pelo juiz auditor militar estadual.
férias e em decorrência de prescrição E) cinco (05) oficiais da corporação policial
médica. militar e pelo juiz auditor militar estadual.
C) como recompensa, para desconto em
férias e em decorrência de prescrição GABARITO B
médica.
D) como recompensa, por ordem judicial e CONCURSO PÚBLICO – CORPO DE
em decorrência de prescrição médica. BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO
E) como recompensa, para desconto em PIAUÍ
férias e por ordem judicial.
NUCEPE BMPI - 2017
GABARITO C QUESTÃO 41 Segundo o Estatuto dos
Policiais Militares do Estado do Piauí (Lei
NUCEPE PMPI - 2017 nº 3.808, de 16/07/1981), o sentimento do
46. O Estatuto dos Policiais Militares do dever, o pundonor policial-militar e decoro
Estado do Piauí (Lei nº 3.808, de 16 de julho da classe impõe a cada um dos integrantes
de 1981, do Estado do Piauí) preconiza que da Polícia Militar, conduta moral e
fica sujeito à declaração de indignidade ou profissional irrepreensíveis, com
de incompatibilidade para o oficialato, por observância dos preceitos da ética policial-
julgamento do órgão competente do Poder militar, desta forma, indique a alternativa
Judiciário, o oficial que for condenado por CORRETA:
tribunal civil ou militar à pena restritiva de
liberdade individual, em decorrência de A) Respeitar a dignidade da pessoa humana,
sentença condenatória passada em julgado, quando escalado de serviço, e zelar pelo
com a declaração por expressa dessa preparo próprio, moral, intelectual, físico e
medida, e desde que a referida pena seja também pelo dos subordinados.
superior a, pelo menos, B) Cumprir e fazer cumprir as leis, os
regulamentos, desde que autorizado por
superior hierárquico e ser justo e imparcial
A) 02 anos.
no julgamento dos atos e na apreciação do
B) 04 anos. mérito dos subordinados;
C) Praticar a camaradagem e desenvolver B) V, F, V, F, V, F, V
permanentemente o espírito de cooperação
C) V, F, F, F, V, V, V
e empregar todas as suas energias em
benefício do serviço. D) V, F, F, F, F, F, V
D) Acatar as autoridades apenas militares e
proceder da maneira ilibada na vida pública E) V, F, F, F, V, F, V
e na particular.
GABARITO E
E) Observar as normas da boa educação e
fazer uso do posto ou da graduação para
NUCEPE BMPI - 2017
obter facilidades pessoais de qualquer
QUESTÃO 43 A Lei Estadual do Piauí nº
natureza ou para encaminhar negócios
3.729, de 27/05/1980, trata do Conselho de
particulares ou de terceiros.
Disciplina, destina-se a apreciar a
GABARITO C incapacidade dos Aspirantes a Oficial,
Subtenentes, Sargentos, Cabos e Soldados
NUCEPE BMPI - 2017 da Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros
QUESTÃO 42 Considerando as normas do Estado do Piauí, com estabilidade
previstas no Estatuto dos Policiais Militares assegurada, para permaneceram na ativa.
do Estado do Piauí (Lei nº 3.808, de Desta forma, analise as afirmações a seguir,
16/07/1981), identifique com “V”, a(s) e identifique com V, a(s) afirmativa(s)
alternativa(s) VERDADEIRA(S), e “F” para VERDADEIRA(S) e F, para a(s) FALSA(S), e
a(s) FALSA(S), e marque a alternativa com a assinale a alternativa com a sequência
sequência CORRETA: CORRETA.

I. Os alunos de órgãos de formação Policiais I. As praças da ativa do Corpo de


Militares do Piauí são considerados na Bombeiros Militar do Estado do Piauí, ao
situação de Ativos. serem submetidas a Conselho de Disciplina,
II. Na Reserva Remunerada, o militar não precisam ser afastadas do exercício de
estadual do Piauí está dispensado, suas funções.
definitivamente, da prestação de serviço na II. O Conselho de Disciplina será composto
ativa, mas continua a perceber de três (03) oficiais da corporação do
remuneração do Estado do Piauí. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
III. Qualquer brasileiro pode ingressar na Piauí. O membro mais antigo do conselho de
carreira de Oficial da Polícia Militar do disciplina, no mínimo um oficial
Piauí, desde que seja aprovado em intermediário (capitão), será o presidente, o
concurso público. que lhe seguir em antiguidade será o
IV. Os Policiais Militares na Reserva escrivão, o mais moderno será o relator.
Remunerada não estão sujeitos mais à Lei nº III. O Conselho de Disciplina pode
3.808, de 16/07/1981, pois já cumpriram seu funcionar com dois de seus membros, em
dever funcional. local onde seu Presidente julgar melhor
V. Para as mulheres serão reservadas até indicado, para apuração do fato.
10% (dez por cento) das vagas oferecidas no IV. O Corregedor Geral do Corpo de
concurso público para ingresso na carreira Bombeiros Militar do Estado do Piauí
Policial Militar. também tem competência de nomeação do
VI. Posto é o grau hierárquico do Oficial, Conselho de Disciplina.
conferido por ato do Comandante Geral do V. O Conselho de Disciplina disporá de um
Corpo de Bombeiros Militar do Piauí. VII. prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data
Em igualdade de posto ou graduação, os de sua nomeação, para conclusão dos
policiais militares da ativa têm precedência trabalhos, inclusive, remessas de relatórios.
sobre os da inatividade). VI. O Comandante Geral do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Piauí, a
A) V, V, V, V, V, V, V requerimento do Presidente do Conselho
de Disciplina, poderá prorrogar por mais de
30 (trinta) dias, o prazo de conclusão dos e) a situação, regalias, deveres, direitos e
trabalhos, para efetuar diligências visando à prerrogativas dos policiais–militares do
produção de provas imprescindíveis à Estado do Piauí.
elucidação do fato.
VII. No caso de a decisão do Comandante 2ª) BANCA GD - A Polícia Militar do
Geral ser pela reforma da praça, esta será Estado do Piauí:
efetuada no grau hierárquico que a mesma
possui na ativa, com proventos a) subordinada operacionalmente ao
proporcionais ao tempo de serviço. Secretário de Justiça e Segurança Pública,
VIII. Prescrevem-se em seis (06) anos, é uma instituição permanente, considerada
contados da data em que foram praticados, força auxiliar e reserva da Marinha, com
os casos previstos nesta Lei nº 3.729, de 27 organização e atribuições definidas em Lei.
de maio de 1980. b) subordinada administrativamente ao
Secretário de Justiça e Segurança Pública,
A) F, F, V, F, V, F, V, F é uma instituição permanente, considerada
força auxiliar e reserva do Exército, com
B) F, F, V, F, V, F, V, V
organização e atribuições definidas em Lei.
C) F, F, F, F, V, V, V, V
c) subordinada operacionalmente ao Secretário
D) F, F, F, F, V, F, V, V de Justiça e Segurança Pública, é uma
instituição permanente, considerada força
E) F, F, V, F, V, V, V, V auxiliar e reserva das Forças Armadas, com
organização e atribuições definidas em Lei.
d) subordinada operacionalmente ao Secretário
GABARITO D de Justiça e Segurança Pública, é uma
instituição permanente, considerada força
auxiliar e reserva do Exército, com
organização e atribuições definidas em Lei.
A banca GD (Giovanny Dias) e) subordinada operacionalmente ao Secretário
de Justiça e Segurança Pública, é uma
preparou para voçê incríveis 100
instituição permanente, considerada força
questões de legislação! auxiliar e reserva do Exército, com
organização e atribuições definidas em Medida
Provisória.
Lei Estadual nº 3.808, de 16/07/1981
(Estatuto dos Policiais Militares do Estado
do Piauí).
3ª) BANCA GD - Os integrantes da Polícia
Militar, em razão da destinação constitucional
1ª) BANCA GD - O presente Estatuto
da Corporação e em decorrência das Leis
regula:
vigentes:

a) a situação, obrigações, deveres, direitos


a) constituem uma categoria comum dos
e prerrogativas dos policiais–militares do
servidores públicos estaduais e são
Estado do Piauí.
denominados policiais–militares.
b) a situação, obrigações, deveres, direitos
e prerrogativas dos policiais–militares do b) constituem uma categoria especial dos
Brasil. servidores públicos federais e são denominados
c) somente a situação, deveres, direitos e policiais–militares.
prerrogativas dos policiais–militares do
Estado do Piauí. c) constituem uma categoria comum dos
d) somente a situação, obrigações, direitos servidores públicos regionais e são
e prerrogativas dos policiais–militares do denominados policiais–militares.
Estado do Piauí.
d) constituem uma categoria especial dos da prestação de serviço na ativa, mas
funcionários públicos estaduais e são continuam a perceber remuneração do Estado
denominados policiais–militares. do Piauí.
b) na inatividade: na reserva remunerada,
e) constituem uma categoria especial dos
quando pertencem à reserva da Corporação e
servidores públicos estaduais e são
percebem remuneração do Estado do Piauí,
denominados policiais–militares.
porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço
na ativa, mediante convocação; reformados,
4ª) BANCA GD - Os policiais–militares quando tendo passado por uma das situações
encontram-se em uma das seguintes situações: anteriores, estão dispensados, definitivamente,
da prestação de serviço na ativa, mas
a) na ativa: os policiais–militares de carreira; os continuam a perceber remuneração do Estado
incluídos na Polícia Militar voluntariamente, do Piauí.
durante os prazos a que se obrigam a servir; os c) na atividade: na reserva remunerada, quando
componentes da reforma quando convocados; pertencem à reserva da Corporação e
e os alunos de órgãos de formação de policiais– percebem remuneração do Estado do Piauí,
militares da ativa. porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço
na ativa, mediante convocação; reformados,
b) na ativa: os policiais–militares de carreira; os quando tendo passado por uma das situações
incluídos na Polícia Militar obrigatoriamente, anteriores, estão dispensados, definitivamente,
durante os prazos a que se obrigam a servir; os da prestação de serviço na ativa, mas
componentes da reserva remunerada quando continuam a perceber remuneração do Estado
convocados; e os alunos de órgãos de do Piauí.
formação de policiais–militares da ativa. d) na inatividade: na reserva remunerada,
c) na ativa: os policiais–militares de carreira; os quando pertencem à reserva da Corporação e
incluídos na Polícia Militar voluntariamente, não percebem remuneração do Estado do
durante os prazos a que se obrigam a servir; os Piauí, porém sujeitos, ainda, à prestação de
componentes da reserva remunerada quando serviço na ativa, mediante convocação;
convocados; e os alunos de órgãos de reformados, quando tendo passado por uma
formação de policiais–militares da ativa. das situações anteriores, estão dispensados,
d) na ativa: os policiais–militares de carreira; os definitivamente, da prestação de serviço na
incluídos na Polícia Militar voluntariamente, ativa, mas continuam a perceber remuneração
durante os prazos a que se obrigam a servir; os do Estado do Piauí.
componentes da reserva remunerada quando e) na inatividade: na reforma, quando
convocados; e os alunos de órgãos de pertencem à reserva da Corporação e
formação de policiais–militares da reserva. percebem remuneração do Estado do Piauí,
e) na ativa: os policiais–militares de licença; os porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço
incluídos na Polícia Militar voluntariamente, na ativa, mediante convocação; reserva
durante os prazos a que se obrigam a servir; os remunerada, quando tendo passado por uma
componentes da reserva remunerada quando das situações anteriores, estão dispensados,
convocados; e os alunos de órgãos de definitivamente, da prestação de serviço na
formação de policiais–militares da ativa. ativa, mas continuam a perceber remuneração
do Estado do Piauí.
5ª) BANCA GD - Os policiais–militares
encontram-se em uma das seguintes situações:
6ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
a)na inatividade: na reserva remunerada, marque a alternativa incorreta:
quando pertencem à reserva da Corporação e
percebem remuneração do Estado do Piauí, a) Os policiais–militares de carreira são os que
porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço no desempenho voluntário e permanente do
na ativa, mediante convocação; renomeados, serviço policial-militar, tem vitaliciedade
quando tendo passado por uma das situações assegurada.
anteriores, estão dispensados, definitivamente,
b) O exercício policial–militar consiste no
serviço de atividade inerentes à Polícia Militar DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR
e compreende todos os encargos na legislação
específica e relacionados com a manutenção 8ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
da ordem pública no Estado do Piauí. marque a alternativa correta:

c) A carreira policial-militar é caracterizada


a) O ingresso na Polícia Militar fica
por atividade continuada e inteiramente
condicionado à aprovação em concurso
devotada às finalidades da Polícia Militar,
público, que não poderá ser regionalizado, com
denominada atividade policial-militar.
exames de conhecimentos, exame psicológico,
d) A carreira policial-militar é privativa do exame de saúde, exame de aptidão física e
pessoal da ativa. Inicia-se com o ingresso na investigação social.
Polícia Militar e obedece à sequência de graus
b) Antes de todas as etapas do concurso, os
hierárquicos.
candidatos a serem nomeados farão curso de
e) É privativa de brasileiro nato a carreira de formação para ingresso.
Oficial da Polícia Militar.
c) Os exames de conhecimentos, incluídos os
exames práticos, serão classificatórios e
7ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, habilitatórios, e as demais fases do concurso
marque a alternativa incorreta: público terão caráter apenas habilitatório.

d) O candidato terá o direito de conhecer as


a) Os policiais-militares da reserva remunerada
razões de sua reprovação em quaisquer fases
poderão ser convocados para o serviço ativo,
do concurso, sendo-lhe permitida a
em caráter transitório e mediante aceitação
apresentação de recursos.
voluntária, por ato do Governador do Estado,
desde que haja conveniência para o serviço. e) Excetuadas as razões de reprovação no
exame psicológico, cuja publicidade será
b) São equivalentes as expressões "na ativa",
restrita ao candidato, os resultados de cada
“em serviço na ativa”, "em serviço", "em
uma das fases do concurso serão publicados no
atividade" ou "em atividade policial-militar"
Diário Oficial do Estado.
conferidas aos policiais-militares no
desempenho de cargo, comissão, encargos,
9ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
incumbência ou missão, serviço ou atividade
marque a alternativa incorreta:
policial-militar ou considerada de natureza
a) Para obter aprovação nesta prova, o
policial-militar, nas organizações policiais-
candidato deverá alcançar aproveitamento
militares, bem como ou em outros órgãos do
mínimo de 60% (sessenta por cento) no geral e
Estado do Piauí ou na União, quando previsto
50% (cinquenta por cento) em cada uma das
em lei ou regulamento.
matérias ou ser julgado apto no teste prático.
c) A condição jurídica dos policiais–militares é
b) O exame psicológico adotará critérios
definida pelos dispositivos constitucionais que
científicos objetivos, sendo vedada a
lhe forem aplicáveis16, por este Estatuto e pela
realização de entrevistas.
legislação que lhe outorgar direitos e
prerrogativas e lhes impuser deveres e c) A Certidão de Antecedentes será expedida
obrigações. pelo órgão de distribuição das comarcas onde
o candidato haja residido nos últimos 2 (dois)
d) O disposto neste Estatuto aplica-se no que
anos. (NR)
couber aos policiais-militares da reserva
remunerada e reformados; d) O curso de formação para ingresso será
realizado pela Academia de Polícia Militar do
e) O disposto neste Estatuto não aplica-se aos
Estado do Piauí, Batalhões, Companhias
capelães policiais-militares.
Militares ou outras entidades congêneres
e) A aprovação no curso de formação para
ingresso atenderá ao disposto no regulamento
do Órgão de ensino da Polícia Militar e
d) permissão para dirigir ou Carteira Nacional
constituirá requisito indispensável para a
de Habilitação na categoria discriminada no
nomeação no cargo.
edital do concurso; altura mínima de 1,60 m
(um metro e sessenta), para homens, e 1,55 (um
10ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, metro e cinquenta e cinco centímetros), para
marque a alternativa correta: mulheres; aprovação no curso de formação
O policial militar deverá ressarcir ao erário para ingresso.
estadual o valor percebido a título de bolsa, se
e) permissão para dirigir ou Carteira Nacional
no momento da investidura não preencher os
de Habilitação na categoria discriminada no
requisitos necessários ao desempenho do cargo
edital do concurso; altura mínima de 1,60 m
ou pedir exoneração antes de completar:
(um metro e sessenta), para homens, e 1,55 (um
a) dois anos de exercício do cargo, se oficial; metro e cinquenta e cinco centímetros), para
cinco anos de exercício do cargo, se praça. mulheres; frequência no curso de formação
b) cinco anos de exercício do cargo, se oficial; para ingresso.
três anos de exercício do cargo, se praça.
c) cinco anos de exercício do cargo, se oficial;
dois anos de exercício do cargo, se praça. DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
d) quatro anos de exercício do cargo, se 12ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
oficial; três anos de exercício do cargo, se marque a alternativa incorreta:
praça. a) A hierarquia e a disciplina são a base
e) dez anos de exercício do cargo, se oficial; institucional da Polícia Militar. A autoridade
dois anos de exercício do cargo, se praça. e a responsabilidade crescem com o grau
hierárquico.
11ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
marque a alternativa correta: b) A hierarquia policial-militar é a ordenação
Para a investidura nos cargos da polícia militar, de autoridade em níveis diferentes, dentro da
além de outros requisitos básicos previstos em estrutura da Polícia Militar. A ordenação se
lei, serão também exigidos os seguintes: faz por posto ou graduações; dentro de um
mesmo posto ou de uma mesma graduação se
faz pela antiguidade no posto ou na graduação.
a) permissão para dirigir ou Carteira Nacional O respeito à hierarquia é substanciado no
de Habilitação na categoria discriminada no espírito de acatamento à sequência de
edital do concurso; altura mínima de 1,60 m autoridade.
(um metro e sessenta), para homens, e 1,50 (um
metro e cinquenta), para mulheres; aprovação c) Disciplina é a rigorosa observância e o
no curso de formação para ingresso. acatamento integral das leis, regulamentos,
b) permissão para dirigir ou Carteira Nacional normas e disposições que fundamentam o
de Habilitação na categoria discriminada no organismo policial-militar e coordenam seu
edital do concurso; altura mínima de 1,65 m (um funcionamento regular e harmônico,
metro e sessenta e cinco), para homens, e 1,55 traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do
(um metro e cinquenta e cinco centímetros), dever por parte de todos e de cada um dos
para mulheres; aprovação no curso de componentes desse organismo.
formação para ingresso.
d) A disciplina e o respeito à hierárquica devem
c) permissão para dirigir ou Carteira Nacional ser mantidos em todas as circunstâncias da
de Habilitação na categoria discriminada no vida, entre policiais-militares da ativa, da
edital do concurso; altura mínima de 1,60 m reserva remunerada e reformados.
(um metro e sessenta), para mulheres, e 1,55 (um
e) Círculos hierárquicos são âmbitos de
metro e cinquenta e cinco centímetros), para
convivência entre policiais-militares de
homens; aprovação no curso de formação para
direfente categoria e têm a finalidade de
ingresso.
desenvolver o espírito da camaradagem em
ambiente de estima e confiança, sem prejuízo O Círculo de Oficiais Subalternos
do respeito mútuo. compreende:

a) CORONEL PM; TENENTE CORONEL PM;


MAJOR PM.
b) CAPITÃO PM
c) PRIMEIRO TENENTE PM; SEGUNDO
TENENTE PM.
d) SUBTENENTES E SARGENTOS.
e) CABOS E SOLDADOS.

16ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,


marque a alternativa correta:

a) Posto é o grau hierárquico do Oficial,


conferido por ato do Comandante Geral da
Polícia Militar.
b) Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos-Oficiais
PM, são denominados Praças.

c) Em igualdade de posto ou graduação, os


policiais-militares da ativa têm precedência
sobre os da inatividade.

d) Sempre que o policial-militar da ativa,


reserva remunerada ou reformado fizer uso do
13ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, posto ou graduação, deverá fazê-lo
marque a alternativa correta: mencionando essa situação.
e) A precedência entre policiais-militares da
O Círculo de Oficiais Superiores compreende:
ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada
a) CORONEL PM; TENENTE CORONEL PM;
pela antiguidade no posto ou na graduação,
MAJOR PM.
inclusive nos casos de precedência funcional
b) CAPITÃO PM
em lei ou regulamento.
c) PRIMEIRO TENENTE PM; SEGUNDO
TENENTE PM.
17ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto:
d) SUBTENENTES E SARGENTOS.
A precedência entre as praças especiais e as
e) CABOS E SOLDADOS.
demais praças é assim regulada: Os Aspirantes-
a-Oficial PM são hierarquicamente superiores
14ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
aos demais praças; Os Alunos-Oficiais PM são
marque a alternativa correta:
hierarquicamente superiores aos Subtenentes
O Círculo de Oficiais Intermediários PM.
compreende:
CERTO ( ) ERRADO ( )
a) CORONEL PM; TENENTE CORONEL PM;
MAJOR PM.
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-
b) CAPITÃO PM
MILITARES
c) PRIMEIRO TENENTE PM; SEGUNDO
TENENTE PM.
d) SUBTENENTES E SARGENTOS.
e) CABOS E SOLDADOS. 18ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
marque a alternativa correta:
15ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
marque a alternativa correta: a) Cargo policial-militar é aquele que só pode
ser exercido por policiais-militares em serviço 19ª) BANCA GD – O sentimento do dever, o
ativo ou reserva remunerada. pundonor policial-militar e decoro da classe
impõe a cada um dos integrantes da Polícia
b) Consideram-se também vagos os cargos
Militar, conduta moral e profissional
policiais-militares cujos ocupantes: tenham
irrepreensíveis, com observância dos seguintes
falecido; tenham sido considerados
preceitos da ética policial-militar. São exemplos
extraviados; e tenham sido considerados
de preceitos da ética policial militar, exceto:
desertores.

c) A cada cargo policial-militar corresponde um a) amar a verdade e a responsabilidade como


conjunto de atribuições, deveres e fundamento da dignidade pessoal; exercer com
responsabilidade que se constituem em autoridade, as funções que lhe couber em
faculdade do respectivo titular. decorrência do cargo;

d) Cargo policial-militar é o exercício das b) respeitar a dignidade da pessoa humana;


obrigações inerentes ao função policial-militar. cumprir e fazer cumprir as leis, os
regulamentos, as instruções e as ordens das
e) Os cargos policiais-militares são providos autoridades competentes.
com pessoal que satisfaça ou não aos
requisitos de grau hierárquico e de c) ser justo e imparcial no julgamento dos atos
qualificação exigidos para seu desempenho. e na apreciação do mérito dos subordinados;
zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual,
DO VALOR POLICIAL-MILITAR físico e também pelo dos subordinados.

d) acatar as autoridades civis; o aprimoramento


19ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
técnico-profissional.
marque a alternativa correta:
e) cumprir seus deveres de cidadão; observar as
São manifestações essenciais do valor policial- normas da boa educação.
militar:

I - o sentimento de servir à comunidade,


20ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
traduzido pela vontade inabalável de cumprir o
marque a alternativa incorreta:
dever policial-militar e pelo integral
a) Ao policial-militar da ativa, ressalvado o
devotamento à manutenção da ordem pública,
disposto no parágrafo segundo, é vedado
mesmo com risco da própria vida;
comerciar ou tomar parte na administração ou
II - o civismo e o culto das tradições históricas; gerência de sociedade ou dela ser sócio ou
participar, exceto como acionista ou quotista
III - a fé na elevada missão da Polícia Militar; em sociedade anônima ou por quotas de
responsabilidade limitada.
IV - o espírito-de-corpo, orgulho do policial-
militar pela organização onde serve; b) Os policiais-militares na reserva remunerada,
quando convocados, ficam proibidos de tratar,
V - o amor a profissão policial-militar e o
nas organizações policiais-militares e nas
entusiasmo com que é exercida; e
repartições públicas civis, dos interesses de
VI - o aprimoramento técnico-profissional. organizações ou empresas privadas de qualquer
natureza.
Estão corretas, somente:
c) Os policiais-militares da ativa podem exercer
a) I, II, III e IV. b) I, III, IV e V.
diretamente, a gestão de seus bens, desde que
c) I, II, III, IV, V, VI. d) II, IV e V. não infrinjam o disposto no presente artigo.
e) I, II, III, IV, V.
d) No intuito de desenvolver a prática
profissional dos integrantes do Quadro de
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR Saúde, é-lhes permitido o exercício da
atividade técnico-profissional, no meio civil,
desde que tal prática não prejudiquem17 o
serviço. a) Comando é a divisão de autoridade, deveres
e responsabilidades de que o policial-militar é
e) O Comandante-Geral da Polícia Militar
investido legalmente, quando conduz homens
poderá determinar aos policiais-militares que,
ou dirige uma organização policial-militar. O
no interesse da salvaguarda da dignidade dos
Comando é vinculado ao grau hierárquico e
mesmos, informem sobre a origem e natureza
constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo
dos seus bens, sempre que houver razões
exercício o policial-militar se define e se
relevantes que recomendem tal medida.
caracteriza como chefe.

b) A subordinação afeta, de modo algum a


DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES dignidade pessoal do policial-militar e decorre,
exclusivamente, da estrutura hierárquica da
Polícia Militar.

21ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, c) O Oficial é preparado, ao longo da carreira,


marque a alternativa correta: para o exercício do Comando, da Chefia e da
Direção das Organizações Policiais-Militares.
Os deveres policiais-militares emanam de d) Os subtenentes, sargentos e cabos auxiliam
vínculo racionais e morais que ligam o policial- e completam as atividades dos Oficiais, quer
militar à comunidade estadual e à sua no adestramento da tropa e no emprego dos
segurança, e compreendem, essencialmente: meios, quer na instrução e na administração,
bem como no comando de frações de tropa,
I - a dedicação integral ao serviço policial-
mesmo agindo isoladamente, nas atividades de
militar e a fidelidade à instituição à que
policiamento ostensivo peculiares à Polícia
pertence, mesmo com sacrifício da própria
Militar.
vida;
e) Os cabos e soldados são, essencialmente, os
II - o culto aos símbolos nacionais;
elementos de execução e às praças especiais
III - a probidade e a lealdade em todas as cabe a rigorosa observância das prescrições
circunstâncias; dos regulamentos que lhes são pertinentes,
exigindo-lhes parcial dedicação ao estudo e ao
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
aprendizado técnico-profissional.
V - o brando cumprimento das obrigações; e

VI - a obrigação de tratar o subordinado


dignamente e com urbanidade.

Estão corretas, somente:


a) I, II, III e IV.
b) I, III, IV e V.

c) I, II, III, IV, V, VI.


d) II, IV e V.
e) I, II, III, IV, V.

DO COMANDO E DA
SUBORDINAÇÃO

22ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,


marque a alternativa correta:
E DISCIPLINA

DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E


25ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
DOS DEVERES
marque a alternativa correta:

23ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, a) O Oficial presumivelmente incapaz de


marque a alternativa incorreta: permanecer como policial-militar da ativa será
submetido a Conselho de disciplina na forma
a)A violação das obrigações ou dos deveres da legislação específica.
policiais-militares constituirá crime,
b) O Oficial, ao ser submetido a Conselho de
contravenção penal ou transgressão
Justificação, deverá ser afastado do exercício
disciplinar, conforme dispuserem a legislação
de suas funções automaticamente ou a critério
ou regulamentação peculiares.
do Comandante-Geral da Polícia Militar,
b) A violação dos preceitos da ética policial- conforme estabelecido em Lei específica
militar é tão mais grave quando mais elevado
c) Compete ao Tribunal de Justiça do Estado
for o grau hierárquico de quem a cometer.
do Piauí, julgar em dupla instância os processo
c) No concurso de crime militar e de oriundos dos Conselhos de Justificação, na
contravenção penal ou transgressão disciplinar forma estabelecida em Lei específica.
será aplicada somente a pena relativa ao crime.
d) O Conselho de Justificação também poderá
d) São proibidas quaisquer manifestações
ser aplicado aos oficiais reformados e na
coletivas sobre atos de superiores, exceto às
reserva remunerada.
de caráter reivindicatória.
e) O Governador do Estado do Piauí é e) O Aspirante-a-Oficial PM, bem como as
competente para determinar o imediato praças com estabilidade assegurada,
afastamento do cargo ou o impedimento do presumivelmente incapaz de permanecer como
exercício da função. policiais-militares da ativa serão submetidos a
Conselho de Justificação, na forma da
legislação específica.
DAS TRANSGRESSÕES
DISCIPLINARES

26ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,


24ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, marque a alternativa correta:
marque a alternativa correta:
a) O Aspirante-a-Oficial PM e as praças com
a) O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar estabilidade assegurada, ao serem submetidos a
especificará e classificará as transgressões. Conselho de Disciplina, serão afastados das
b) O Conselho de Disciplina estabelecerá as atividades que estiverem exercendo.
normas relativas à amplitude e aplicação das b) Compete ao Comandante-Geral da Polícia
penas disciplinares, à classificação do Militar julgar processos oriundos do Conselho
comportamento policial-militar e à interposição de Justificação convocados no âmbito da
de recursos contra as penas disciplinares. Corporação.
a) O Aspirante-a-Oficial PM e as praças com
c) As penas disciplinares de detenção ou prisão
estabilidade assegurada, ao serem submetidos a
não podem ultrapassar de vinte dias.
Conselho de Disciplina, poderão ser afastados
d) Ao Oficial PM aplicam-se também as das atividades que estiverem exercendo.
disposições disciplinares previstas no b) Compete ao Governador julgar processos
estabelecimento de ensino. oriundos do Conselho de Disciplina
convocados no âmbito da Corporação.

DOS CONSELHOS DE JUSTIFICAÇÃO


e) O Conselho de Justificação não poderá ser comunicação oficial, quanto a ato que decorra
aplicado aos oficiais reformados e na reserva da composição de Quadro de Acesso;
remunerada. c) O direito de recorrer na esfera
administrativa prescreverá em 120 (cento e
vinte) dias corridos, nos demais casos.
DOS DIREITOS
27ª) BANCA GD - São direitos dos policiais- d) O pedido de reconsideração, a queixa e a
militares nas condições e nas limitações representação podem ser feitos coletivamente.
imposta na legislação e regulamentação
e) O policial-militar da ativa que, em qualquer
específica, EXCETO:
hipótese, se dirigir ao Poder Judiciário, deverá
participar, antecipadamente, esta iniciativa à
a) a estabilidade, quando praça com 3 (três) autoridade a qual estiver subordinado.
anos ou mais anos de tempo de efetivo serviço;

b) uso das designações hierárquicas; 30ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,


marque a alternativa correta:
c) a ocupação de cargo correspondente ao Os policiais-militares são alistáveis como
posto ou à graduação; eleitores na forma do que estabelece a
Constituição Federal.
d) percepção de remuneração;
Os policiais militares alistáveis são elegíveis,
e) outros direitos previstos na lei específica atendidas as seguintes condições:
que trata da remuneração dos policiais- O policial-militar que tiver menos de
militares do Estado do Piauí; ________________ será, ao se candidatar a cargo
eletivo, excluído do serviço ativo, mediante
demissão ou licenciamento "ex-ofício";
28ª) BANCA GD - São direitos dos policiais-
militares nas condições e nas limitações O policial-militar em atividade,
imposta na legislação e regulamentação _________________ serviço, ao se candidatar a
específica, EXCETO: cargo eletivo, será afastado, temporariamente,
a) a constituição de pensão policial-militar; do serviço ativo e agregado, considerado em
licença para tratar de interesse particular. Se
b) a promoção; eleito, será no ato da diplomação, transferido
para a reserva remunerada, percebendo a
c) a transferência para a reserva remunerada, a
remuneração a que faz jus, em função de seu
pedido, ou a reforma;
tempo de serviço.
d) as férias, os afastamentos temporários do
serviço e as licenças; Complete corretamente:

e) a demissão e o licenciamento como punição; a) 03 (três) anos de efetivo serviço; com 04


(quatro) ou mais anos de efetivo
b) 06 (seis) anos de efetivo serviço; com 06 (seis)
ou mais anos de efetivo
29ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
c) 07 (sete) anos de efetivo serviço; com 07
marque a alternativa correta:
(sete) ou mais anos de efetivo
d) 05 (cinco) anos de efetivo serviço; com 05
a) O policial-militar que se julgar prejudicado
(cinco) ou mais anos de efetivo
ou ofendido por qualquer ato judicial ou
e) 08 (oito) anos de efetivo serviço; com 08
disciplinar de superior hierárquico, poderá
(oito) ou mais anos de efetivo
recorrer ou interpor pedido de
reconsideração, queixa ou representação,
DA REMUNERAÇÃO
segundo legislação vigente na Corporação.

b) O direito de recorrer na esfera 31ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,


administrativa prescreverá em 10 (dez) dias marque a alternativa correta:
corridos, a contar do recebimento da
a) Os proventos da inatividade serão previstos 33ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto,
sempre que, por motivo de alteração do poder marque a alternativa incorreta:
aquisitivo da moeda, se modificarem os
vencimentos dos policiais-militares em serviço a) Ao policial-militar será concedido
ativo, em percentagem menor. obrigatoriamente, 30 (trinta) dias consecutivos
de férias, observado o plano elaborado pela sua
b) Ressalvados os casos, previstos em lei, os
Organização Policial-Militar.
proventos de inatividade poderão exceder a
remuneração percebida pelo policial-militar da b) Compete ao Comandante-Geral da Polícia
ativa no posto ou na graduação Militar a regulamentação da concessão das
correspondente aos dos seus proventos. férias anuais.
c) Os proventos da inatividade serão previstos
c) A concessão de férias não é prejudicada
sempre que, por motivo de alteração do poder
pelo gozo anterior de licença para tratamento
aquisitivo da moeda, se modificarem os
de saúde, por punição decorrente de
vencimentos dos policiais-militares em serviço
transgressão disciplinar, pelo estado de guerra
ativo, em percentagem maior.
ou para que estejam cumpridos atos de
d) Ressalvados os casos, previstos em lei, os serviço, bem como não anula o direito àquelas
proventos de inatividade não poderão exceder licenças.
a remuneração percebida pelo policial-militar d) Somente em casos de interesse de
da ativa no posto ou na graduação Segurança Nacional, de manutenção da ordem,
correspondente aos dos seus proventos. de extrema necessidade do serviço ou de
e) Os proventos de inatividade nunca poderão transferência para a inatividade, o
exceder a remuneração percebida pelo policial- Comandante-Geral poderá interromper ou
militar da ativa no posto ou na graduação deixar de conceder na época prevista, o
correspondente aos dos seus proventos. período de férias a que tiverem direito,
registrando-se então o fato em seus
DA PROMOÇÃO assentamentos.
e) Compete também ao Governador a
32ª) BANCA GD – De acordo com o Estatuto, regulamentação da concessão das férias
marque a alternativa correta: anuais.

a) O planejamento da carreira dos oficiais e


praças, obedecidas as disposições da legislação 34ª) BANCA GD - Os policiais-militares têm
e regulamentação a que se refere este artigo, é direito, ainda, aos seguintes períodos de
atribuição do Governador. afastamento total do serviço, obedecidas as
disposições legais e regulamentares, por motivo
b) A promoção é um ato judicial e tem como
de :
finalidade básica a seleção dos policiais-
militares para o exercício de funções I - núpcias: 08 (oito) dias;
pertinentes ao grau hierárquico superior.
II - luto: 08 (oito) dias;
c) Em casos extraordinários, poderá haver
III - instalação: até 10 (dez) dias;
promoção em ressarcimento de preterição.
VI - trânsito: até 30 (trinta) dias.
d) Haverá promoção de policial-militar por
ocasião de sua transferência para a reserva
remunerada ou por ocasião de sua reforma.
e) As promoções serão efetuadas somente Estão corretas, somente:
pelos critérios de antiguidade e merecimento a) II, III e IV. b) I. c) I, II, III, IV. d) II, IV.
e) I, III, IV.

DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS


TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO 35ª) BANCA GD - Licença é a autorização
para o afastamento total do serviço, em
caráter temporário, concedida ao policial- consentir que seja maltratado qualquer
militar, obedecidas as disposições legais e policial-militar ou lhe der o tratamento devido
regulamentares. ao posto ou à sua graduação.

A licença poder ser, EXCETO: c) Se, durante o processo em julgamento no


a) especial. b) para tratar de interesse foro comum, houver perigo de vida para
particular. qualquer preso policial-militar, o Comandante-
c) para tratamento de saúde de pessoa da Geral da Polícia Militar providenciará os
família. d) para tratamento de saúde própria. entendimentos com a autoridade judiciária
e) em razão judicial.
visando à guarda dos pretórios ou tribunais por
força policial-militar.
36ª) BANCA GD – marque a alternativa
correta, de acordo com o Estatuto da PMPI: d) Os policiais-militares da ativa, no exercício
a) Uma vez concedida a licença especial, o de funções policiais-militares não são
policial-militar será exonerado do cargo ou
dispensados do serviço de júri na justiça civil e
dispensado do exercício das funções que
do serviço na justiça eleitoral.
exerce e ficará à disposição do órgão de
pessoal da Polícia Militar. e) As prerrogativas dos policiais-militares são
b) A licença especial é a autorização para constituídas pelas honras, dignidade e
afastamento parcial do serviço, relativa a cada distinção indevidas aos graus hierárquicos e
decênio de tempo de efetivo serviço prestado, cargos.
concedida ao policial-militar que a requerer,
sem que implique em qualquer restrição para a
sua carreira.

c) A licença especial tem a duração de 06 (seis)


meses, a ser gozado de uma só vez, podendo
ser parcelada em 02 (dois) ou 03 (três) meses
por ano civil, quando solicitado pelo
interessado e julgado conveniente pelo
Governador.

d) O período de licença especial interrompe a


contagem do tempo de efetivo serviço.

e) A concessão da licença especial é regulada


pelo Governador, de acordo com o interesse do
serviço.

DAS PRERROGATIVAS

37ª) BANCA GD – marque a alternativa


correta, de acordo com o Estatuto da PMPI:

a) Somente em caso de flagrante delito, o


policial-militar poderá ser preso por autoridade
policial, ficando esta, obrigada a entregá-lo
imediatamente à autoridade policial-militar
mais próxima, podendo retê-lo na delegacia ou
posto policial durante o tempo conveniente ao
delegado.

b) Cabe ao Comandante-Geral da Polícia


Militar a iniciativa de responsabilizar a
autoridade policial-militar que não cumprir o
disposto neste artigo e que maltratar ou
insígnias e emblemas, bem como modelos,
descrição, composição, peças, acessórios e
outras disposições são estabelecidas na
regulamentação peculiar da Polícia Militar.
d) É permitido ao policial-militar o uso de
uniformes em reuniões, programas ou qualquer
outra manifestação de caráter político-
partidário;

e) É proibido ao policial-militar o uso de


uniformes na inatividade, salvo para
comparecer a solenidade militar e policiais-
militares, e, quando autorizado, a cerimônias
cívicas comemorativas de datas nacionais ou
atos sociais solenes de caráter particular;

39ª) BANCA GD – marque a alternativa


correta, de acordo com o Estatuto da PMPI:

a) É proibido ao policial-militar o uso de


uniformes na inatividade: no estrangeiro,
quando em atividade relacionadas com a
missão do policial-militar, salvo quando
expressamente determinado ou autorizado.

b) Os policiais-militares na inatividade, cuja


conduta possa ser considerada como ofensiva
à dignidade da classe, poderão ser
definitivamente proibidos de usar uniformes,
por decisão do Governador.

c) O policial-militar fardado tem as obrigações


correspondentes ao uniforme que usa e aos
distintivos, emblemas ou às insígnias que
ostente.

DO USO DOS UNIFORMES DA POLÍCIA d) É permitido ao qualquer elemento civil ou


MILITAR organizações civis usar uniforme ou ostentar
distintivos, insígnias ou emblemas que possam
ser confundidos com os adotados na Polícia
38ª) BANCA GD – marque a alternativa
Militar.
incorreta, de acordo com o Estatuto da PMPI:
e) Constituem crimes previstos na legislação
a) Os uniformes da Polícia Militar, com seus específica o desrespeito aos uniformes,
distintivos, insígnias e emblemas são privativos distintivos, insígnias e emblemas policiais-
dos policiais-militares e representam o símbolo militares, bem como seu uso por quem a eles
da autoridade policial-militar com as tiver direito.
prerrogativas que lhe são inerentes.
DA AGREGAÇÃO, DA REVERSÃO E
b) Constituem crimes previstos na legislação
SEÇÃO DO EXCEDENTE
específica o desrespeito aos uniformes,
distintivos, insígnias e emblemas policiais-
militares, bem como seu uso por quem a eles 40ª) BANCA GD – marque a alternativa
não tiver direito. incorreta, de acordo com o Estatuto da PMPI:
c) O uso dos uniformes com seus distintivos,
b) O policial-militar que, na forma do artigo
a) A agregação é a situação na qual o policial- anterior, permanecer desaparecido por até 30
militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala (trinta) dias, será oficialmente considerado
hierárquica, do seu quadro nela permanecendo extraviado.
com número. c) A situação de desaparecimento só será
b) A agregação se faz por ato do Governador considerado quando não houver indício de
do Estado do Piauí. deserção.
c) O policial-militar deve ser agregado quando d) O policial-militar é considerado desertor nos
haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos casos previstos na Legislação Penal Comum.
em licença para tratar de interesse particular;
e) É considerado ausente o policial-militar da
d) O policial-militar deve ser agregado quando ativa que, no desempenho de qualquer serviço,
ter sido considerado oficialmente extraviado; em viagem, em operações policiais-militares ou
em caso de calamidade pública, tiver paradeiro
e) O policial-militar deve ser agregado quando
ignorado por mais de 08 (oito) dias.
como desertor, ter-se apresentado
voluntariamente, ou ter sido capturado e
reincluído a fim de se ver processar DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO
SERVIÇO ATIVO

41ª) BANCA GD – marque a alternativa 43ª) BANCA GD - O desligamento ou a


incorreta, de acordo com o Estatuto da PMPI: exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é
a) Reversão é o ato pelo qual o policial-militar feito em consequência: de:
agregado retorna ao respectivo quadro tão
logo cesse o motivo que determinou a sua
I - transferência para a reserva remunerada;
agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe
competir na respectiva escala numérica, na 1ª II – reforma; III - demissão;
vaga que ocorrer.
IV - perda de posto e patente;
b) A reversão será efetuada mediante ato do
Comandante Geral da Polícia Militar do Piauí. V - licenciamento;

c) Excedente é a situação transitória a que, VI - exclusão a bem da disciplina;


automaticamente, passa o policial-militar que
VII - deserção; VIII - falecimento;
tendo cessado o motivo que determinou a sua
IX – extravio; X – agregação;
agregação, reverte ao respectivo quadro,
estando este com seu efetivo completo.
d) Excedente é a situação transitória a que, Estão corretas, somente:
automaticamente, passa o policial-militar que a) I, II, III e IV.
aguarda a colocação a que faz jus na escala b) I, III, IV, VIII, IX, X.
hierárquica após haver sido transferido de c) I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X.
quadro, estando o mesmo com seu efetivo d) II, IV e V.
completo. e) I, II, III, IV, V e X.

DO AUSENTE E DO DESERTOR, DO DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA


DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO REMUNERADA E DA REFORMA

44ª) BANCA GD - O oficial ou a praça


42ª) BANCA GD – marque a alternativa
atingirem a idade-limite de:
correta, de acordo com o Estatuto da PMPI:

a) 65 (sessenta e cinco) anos, e 70 (setenta) anos


a) É considerado ausente o policial-militar que
para o Capelão Militar
por até 24 (vinte e quatro) horas consecutivas.
b) 70 (setenta) anos, e 77 (setenta e sete) anos
para o Capelão Militar Piauí, com a sua preparação e formação,
c) 80 (oitenta) anos, e 88 (oitenta e oito) anos quando contar menos de 05 (cinco) anos de
para o Capelão Militar oficialato, na Corporação.
d) 50 (cinquenta) anos, e 55 (cinquenta e cinco)
d) No caso do Oficial ter feito qualquer curso
anos para o Capelão Militar
ou estágio de duração igual ou superior a 06
e) 60 (sessenta) anos, e 66 (sessenta e seis) anos
(seis) meses e inferior ou igual a 18 (dezoito)
para o Capelão Militar
meses, por conta do Estado do Piauí, e não
tendo decorrido mais de 04 (quatro) anos do
45ª) BANCA GD - A reforma será aplicada ao: seu término, a demissão só será concedida
mediante indenização de todas as despesas
a) Oficial ou a praça atingirem a idade-limite de
correspondentes ao referido curso ou estágio.
70 (setenta) anos de permanência na reserva
e) No caso do Oficial ter feito qualquer curso
remunerada, aplicando-se aos 77 (setenta e
ou estágio de duração superior a 18 (dezoito)
sete) anos para o Capelão Militar;
meses, por conta do Estado do Piauí, aplicar-
b) Oficial ou a praça atingirem a idade-limite de
se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda
50 (cinquenta) anos de permanência na reserva
não houver decorrido mais de 05 (cinco) anos
remunerada, aplicando-se aos 55 (cinquenta e
de seu término.
cinco) anos para o Capelão Militar;
c) Oficial ou a praça atingirem a idade-limite de
47ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto
65 (sessenta e cinco) anos de permanência na
da PMPI, marque a alternativa incorreta:
reserva remunerada, aplicando-se aos 68
(sessenta e oito) anos para o Capelão Militar;
d) Oficial ou a praça atingirem a idade-limite de a) O Oficial demissionário, a pedido, não terá
60 (sessenta) anos de permanência na reserva direito a qualquer remuneração, sendo a sua
remunerada, aplicando-se aos 66 (sessenta e situação militar definida pela Lei do Serviço
seis) anos para o Capelão Militar; Militar.
e) Oficial ou a praça atingirem a idade-limite de
b) O direito à demissão, a pedido, poderá ser
64 (sessenta e quatro) anos de permanência na
suspenso, na vigência do estado de guerra,
reserva remunerada, aplicando-se aos 65
calamidade pública, perturbação da ordem
(sessenta e cinco) anos para o Capelão Militar;
interna, estado de sítio ou em caso de
mobilização.
DA DEMISSÃO; DA PERDA DO POSTO E
DA PATENTE E DA DECLARAÇÃO DE c) O Oficial da ativa empossado em cargo
INDIGNIDADE OU INCOMPATIBILIDADE público permanente, estranho à sua carreira e
COM O OFICIALATO cuja função não seja de magistério, será
imediatamente, mediante demissão "ex–ofício"
por esse motivo transferido para a reserva,
46ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto onde ingressará com posto que possuía na
da PMPI, marque a alternativa incorreta: ativa, não podendo acumular qualquer
provento de inatividade com a remuneração do
a) A demissão da Polícia Militar, aplicada cargo público permanente.
exclusivamente aos oficiais, efetua-se a pedido
d) O Oficial que houver perdido o posto e a
e "ex-ofício".
patente será demitido "ex-ofício", sem direito a
b) A demissão a pedido será concedida, qualquer remuneração ou indenização e terá a
mediante requerimento do interessado sem sua situação definida pela Lei do Serviço
indenização aos cofres públicos, quando Militar.
contar mais de 05(cinco) anos de oficialato, na
e) O Oficial perderá o posto e a patente de for
Corporação;
declarado indigno de oficialato, ou com ele
c) A demissão a pedido será concedida, incompatível por decisão transitado em
mediante requerimento do interessado com julgado, do Comandante Geral da Polícia
indenização das despesas feitas pelo Estado do
Militar do Piauí, em decorrência do julgamento Interna, Estado de Sítio ou em caso de
a que for submetido. mobilização.

DO LICENCIAMENTO, DA DESERÇÃO E
48ª) BANCA GD - Fica sujeito à declaração de
DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO
indignidade para o oficialato, ou de
incompatibilidade com o mesmo por julgamento
50ª) BANCA GD – marque a alternativa
do órgão competente do Poder Judiciário, o
correta, de acordo com o Estatuto da PMPI:
oficial que:

a) A deserção do policial-militar, acarreta uma


I – for condenado por tribunal civil ou militar à
interrupção do serviço policial-militar, com a
pena restritiva de liberdade individual inferior
consequente demissão "ex–ofício" para a Praça
a 02 (dois) anos em decorrência de sentença
ou exclusão do serviço ativo para o Oficial.
condenatória passado em julgado com a
declaração por expressa dessa medida; b) A demissão do oficial ou a exclusão da
praça sem estabilidade assegurada processar-
II – for condenado por sentença passado em
se-á após 01 (um) ano de agregação, se não
julgado por crime para os quais o Código Penal
houver captura ou apresentação voluntária
Militar comina essas penas acessórias e por
antes deste prazo.
crimes previstos na legislação concernente à
Segurança Pública; c) A praça com estabilidade assegurada será
automaticamente excluída após oficialmente
III – incidir nos casos previstos em lei
declarada desertora.
específica, que motivam apreciação por
Conselho de Justificação e neste for d) O policial-militar desertor, que for
considerado culpado. capturado ou que se apresentar
voluntariamente depois de haver sido demitido
IV – tiver perdido a nacionalidade brasileira.
ou excluído, será reincluído no serviço ativo e
a seguir agregado para se ver processar.
Estão corretas, somente:
e) A reinclusão em definitivo do policial-militar
a) II, III e IV. b) I.
dependerá da sentença do Conselho de
c) I, II, III, IV. d) II, IV.
Disciplina.
e) I, III, IV.

49ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto


51ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto
da PMPI, marque a alternativa correta:
da PMPI, marque a alternativa incorreta:
a) O licenciamento do serviço ativo, aplicado
somente aos oficiais, se efetua a pedido e "ex-
a) O falecimento do policial-militar da ativa
ofício".
acarreta interrupção do serviço policial militar,
b) O licenciamento do serviço ativo é aplicado
com o consequente desligamento ou exclusão
somente às praças especiais.
do serviço ativo, a partir da data da ocorrência
c) O policial-militar licenciado tem direito a
do óbito.
remuneração.
d) O Aspirante-a-Oficial PM e as demais praças b) O extravio do policial-militar da ativa
empossadas em cargos públicos permanente, acarreta interrupção do serviço policial militar,
estanho à sua carreira e cuja função seja de com o consequente afastamento temporário de
magistério, serão imediatamente licenciados serviço ativo, a partir da data em que o mesmo
"ex-ofício", sem remuneração e terão sua for oficialmente considerado extraviado.
situação militar definida pela Lei do Serviço
c) O desligamento do serviço ativo será feito 01
Militar.
(um) ano após a agregação por motivo de
e) O direito ao licenciamento a pedido poderá
extravio.
ser suspenso na vigência do Estado de Guerra,
Calamidade Pública, Perturbação da Ordem
d) Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, 53ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto
catástrofe, calamidade pública ou outros da PMPI, marque a alternativa correta:
acidentes oficialmente reconhecidos, o
extravio ou o desaparecimento do policial- a) O policial-militar da ativa não pode contrair
militar da ativa será considerado como matrimônio, mesmo que observada a legislação
falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo civil específica.
sejam esgotados os prazos máximos de possível
b) É permitido o casamento ao Aluno – Oficial
sobrevivência ou quando se deem por
PM, e demais praças enquanto estiverem
encerradas as providências de salvamento.
sujeitos aos regulamentos dos órgãos de
e) O policial-militar reaparecido será submetido Formação de Oficiais, de graduados e de
a Conselho e Justificação ou a Conselho de praças, cujos requisitos para admissão exijam a
Disciplina, por decisão do Comandante Geral condição de solteiro, salvo em casos
da Polícia Militar, se assim for julgado excepcionais, a critério do Comandante –Geral
necessário. da Corporação.

c) O casamento com mulher estrangeira,


somente só poderá ser realizado após a
DO TEMPO DE SERVIÇO
autorização do Comandante Geral da Polícia
Militar.
52ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto
da PMPI, marque a alternativa incorreta: d) O Aluno- Oficial PM, e demais praças que
contrariem matrimônio em desacordo com o
a) Na apuração do tempo de serviço do estatuto, serão excluídas com direito a
policial-militar será feita a distinção entre remuneração ou indenização.
tempo de efetivo serviço e anos de serviço e) O casamento com mulher estrangeira,
somente só poderá ser realizado após a aviso
b) Tempo de efetivo serviço é o espaço de
prévio ao Comandante Geral da Polícia Militar.
tempo, computado dia-a-dia, entre a data de
inclusão e a data limite estabelecida para
contagem ou a data de desligamento do serviço
54ª) BANCA GD - As dispensas constituem
ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja
reconhecimento dos bons serviços prestados
parcelado.
pelos policiais-militares. São recompensas
c) Não será deduzido do tempo de efetivo os policiais-militares:
períodos em que o policial-militar estiver I- prêmios de Honra ao Mérito;
afastado do exercício de suas funções em
II- condecoração por serviços prestados;
gozo de licença especial.
III- elogios, louvores e referências elogiosas;
d) Ao tempo de serviço de que trata este
artigo e seus parágrafos apurados e totalizados IV- dispensas do serviço;
em dias e horas, será aplicado o divisor 365 V- diárias;
(trezentos e sessenta e cinco) dias e 6 (seis)
horas, para a correspondente obtenção dos Estão corretas, somente:
anos de efetivo serviço. a) II, III, IV e V. b) I e V.
e) Não é computável, para efeito algum, o c) I, II, III, IV. d) II, IV.
tempo passado como desertor. e) I, III, IV.

55ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto


DO CASAMENTO E DAS
da PMPI, marque a alternativa correta:
RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO
SERVIÇO
a) As recompensas serão concedidas de acordo
com as normas estabelecidas somente no
estatuto.
b) As dispensas do serviço são autorizações intercâmbio social e assistência entre policiais-
concedidas aos policiais-militares para o militares e seus familiares e entre esses e a
afastamento total do serviço, em caráter sociedade civil local.
permanente.
c) O Estado concederá pensão, na forma que
c) As dispensas do serviço podem ser dispuser em Lei, à família do policial-militar
concedidas aos policiais-militares como falecido ou extraviado.
recompensa, para desconto em férias, em
d) São adotados na Polícia Militar, em matéria
decorrência de prescrição médica e por ação
regulada na Legislação Estadual, os
judicial.
regulamentos e leis em vigor no Exército
d) As dispensas de serviço serão concedidas Brasileiro, até que sejam adotados e
com a remuneração parcial e computadas com regulamentos peculiares.
o tempo de efetivo serviço.
e) Após a vigência do presente Estatuto, serão
e) A assistência religiosa à Polícia a ele ajustados todos os dispositivos legais e
Militar do Estado do Piauí é regulada por regulamentares que com ele tenham
legislação específica. pertinência.

Lei Estadual nº 3.729, de 27/05/1980


(Conselho de Disciplina de Policiais Militares e
Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí).

57ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de


Disciplina da PMPI, marque a alternativa
correta:

a) O Conselho de Disciplina destina-se a


apreciar a incapacidade dos Aspirantes a
Oficial, Subtenentes, Sargentos, Cabos e
Soldados da Polícia Militar ( ou Corpo de
Bombeiros) do Estado do Piauí, com
estabilidade assegurada, para permanecerem na
ativa, bem como, dos Aspirantes a Oficial e das
demais praças, reformados ou na reserva
remunerada, de permanecerem na situação de
inatividade em que se encontram, criando-lhe,
ao mesmo tempo, condições para se
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E defenderem.
TRANSITÓRIAS b) Serão submetidas a Conselho de Disciplina,
“ex. - ofício”, os oficiais acusadas oficialmente
ou por qualquer meio lícito de comunicação
56ª) BANCA GD – de acordo com o Estatuto social, de terem procedido incorretamente no
da PMPI, marque a alternativa incorreta: desempenho do cargo de que estejam
investidas.
a) É vedado o uso por parte da organização c) Serão submetidas a Conselho de Disciplina,
civil, de designações que possam sugerir sua “ex. - ofício”, as praças acusadas oficialmente
vinculação à Polícia Militar. ou por qualquer meio lícito de comunicação
social, de terem tido conduta (civil ou policial –
b) Excetuam-se das prescrições deste artigo, as militar) regular.
associações, clubes, círculos e outros que d) Serão submetidas a Conselho de Disciplina,
congregam membros da Polícia Militar que se “ex. - ofício”, as praças acusadas oficialmente
destinam exclusivamente, a promover ou por qualquer meio ilícito de comunicação
social, de terem praticado ato que afete a correta:
honra pessoal, a administração, o pundonor
policial – militar ou decoro da classe. a) As praças da ativa ao serem submetidas a
e) Serão submetidas a Conselho de Disciplina, Conselho de Disciplina, poderão ser afastadas
“ex. - ofício”, as praças afastadas do cargo ou do exercício de suas funções.
função, na forma da Legislação Policial – b) A nomeação do Conselho de Disciplina,
Militar, por se tornarem incompatíveis com os sempre por deliberação própria, será da
mesmos ou demonstrarem incapacidade no competência do Comandante Geral da Polícia
exercício de função policial – militar a elas Militar do Piauí.
inerentes, inclusive se afastamento for em c) O Conselho de Disciplina será composta de
decorrência de fatos que motivem sua seis(06) Oficiais da Corporação policial –
submissão a processo. militar.
d) O membro mais antigo do Conselho de
58ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de Disciplina, no máximo um Oficial intermediário
Disciplina da PMPI, marque a alternativa (Capitão), será o Presidente, o que se lhe seguir
incorreta: em antiguidade será o interrogante e relator e,
o mais moderno, o escrivão.
a) Serão submetidas a Conselho de Disciplina, e) O Conselho de Disciplina funcionará sempre
“ex. - ofício”, as praças condenadas por crime com a totalidade de seus membros, em local
de natureza dolosa, não prevista na Legislação onde seu Presidente julgar melhor indicado,
especial, concernentes à Segurança Nacional, para apuração do fato.
em Tribunal Civil e Militar, à pena restritiva de
liberdade individual até dois (02) anos(mínimo) 60ª) Não podem fazer parte do Conselho de
tão logo transite em julgado a sentença. Disciplina:
b) Serão submetidas a Conselho de Disciplina,
“ex. - ofício”, as praças pertencentes a I- O Oficial que formulou a acusação.
partidos políticos ou associações, suspensos II- Os Oficiais que tenham, entre si, com o
ou dissolvidos por força de disposição legal ou acusador ou com o acusado, parentesco
decisão judicial, ou que exerçam atividade consanguíneo ou afim, até o segundo grau.
prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional. III- Os Oficiais quer tenham particular
c) São consideradas, entre outras, para os interesse na decisão do Conselho de Disciplina.
efeitos desta Lei, pertencentes a partido ou
associação a que se refere este artigo, as Estão corretas, somente:
praças descritas nesta lei que, ostensiva ou a) II e III. b) I e III.
clandestinamente estejam inscritos como seus c) I, II e III. d) II. e) I.
membros.
d) São consideradas, entre outras, para os 61ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de
efeitos desta Lei, pertencentes a partido ou Disciplina da PMPI, marque a alternativa
associação a que se refere este artigo, as incorreta:
praças descritas nesta lei que, ostensiva ou a) O Conselho de Disciplina funcionará sempre
clandestinamente prestem serviços ou com a totalidade de seus membros, em local
angariam valores em seu benefícios. onde seu Presidente julgar melhor indicado,
e) São consideradas, entre outras, para os para apuração do fato.
efeitos desta Lei, pertencentes a partido ou b) Reunido o Conselho de Disciplina,
associação a que se refere este artigo, as convocado previamente por seu Presidente, em
praças descritas nesta lei que, ostensiva ou local, dia e hora designados com antecedência,
clandestinamente realizem propaganda de suas presente o acusado, o Presidente mandará
doutrinas; ou colaborem, por qualquer forma, proceder à leitura e à autuação dos
mas sempre do modo equívoco, em suas documentos que constituírem o ato de
atividades. nomeação do Conselho de Disciplina; em
seguida, ordenará a qualificação e o
59ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de interrogatório do acusado, o que será reduzido
Disciplina da PMPI, marque a alternativa a auto, assinado por todos os membros do
Conselho e pelo acusado, fazendo-se a juntada Disciplina da PMPI, marque a alternativa
de todos os documentos por este oferecidos.
correta:
c) Quando o acusado for praça da reserva
remunerada ou reformado e não for localizado a) A decisão do Conselho de Disciplina será
ou deixar de atender à intimação, por escrito, tomada por maioria de votos de seus membros .
para comparecer perante o Conselho de
b) Elaborado o relatório, com um termo de
Disciplina não sendo localizada a intimação
publicada em órgão de divulgação na área do encerramento, o Conselho de Disciplina
seu domicilio ou deixando de atender à remeterá o processo ao Governador do Estado
intimação por escrito à publicação o processo
correrá a revelia. do Piauí.
d) Aos membros do Conselho de Disciplina será c) Aplicam-se a esta lei, prioritariamente, no
ilícito reperguntar ao acusado e às
que couber, as normas do Código de Processo
testemunhas sobre o objeto da acusação e
propor diligências para o esclarecimentos. Penal Militar.
e) Ao acusado será assegurada ampla defesa, d) Prescrevem-se em cinco (05) anos, contados
tendo, após, o interrogatório, prazo de
cinco(05) dias, para oferecer razões, por da data em que forem praticados, os casos
escrito, devendo o Conselho de Disciplina previstos nesta Lei.
fornece-lhe o libelo acusatório.
e) O Comandante Geral da Polícia Militar do

Piauí , atendendo as peculiaridades da


62ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de
Corporação, baixará instruções para o
Disciplina da PMPI, marque a alternativa
correta: funcionamento dos Conselhos de Justificação.

a) O Conselho de Disciplina poderá inquiri o


acusador ou receber, por escrito, seus 64ª) BANCA GD –Recebido os autos do
esclarecimentos, ouvindo, posteriormente a processo do Conselho de Disciplina, o
respeito, o acusado.
Comandante Geral, dentro do prazo de vinte
b) O Conselho de Disciplina disporá de um
prazo de vinte(20)dias, a contar da data de sua (20) dias, aceitando, ou não, sua deliberação e,
nomeação, para conclusão dos trabalhos,
neste último caso, justificando os motivos do
inclusive remessas de relatório.
c) O Comandante Geral da Polícia Militar do despacho, determinará:
Piauí, a requerimento do Presidente do
Conselho de Disciplina, poderá prorrogar por
I – O arquivamento do processo, se não julgar a
mais trinta(30) dias o prazo de conclusão dos
trabalhos, para efetuar diligências visando à praça culpada ou incapaz de permanecer na
produção de novas provas imprescindíveis à ativa ou na situação em que se encontra na
elucidação do fato.
d) Deverá o Comandante Geral da Polícia inatividade.
Militar do Piauí, por motivo de morte do II – A aplicação da pena disciplinar, se
acusado suspender, em qualquer fase, os
considerar crime ou transgressão disciplinar a
trabalhos do Conselho de Disciplina, por terem
cessado os motivos de sua de nomeação. razão pela qual a praça foi julgada culpada.

III – A remessa do processo à Auditoria da


e) Realizada todas as diligências, o Conselho de
Justiça Militar do Estado do Piauí, se
Disciplina passará a deliberar, em sessão
considerar crime – militar a razão pela qual a
aberta, sobre o relatório a ser redigido.
praça foi considerada culpada.

IV – A efetivação da reforma ou exclusão, a


63ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de
bem da disciplina. c) No caso de a decisão do Comando Geral ser

pela reforma da praça, esta será efetuada no

Estão corretas, somente: grau hierárquico que a mesma possui na ativa,

a) II, III e IV. b) I, II e III. com proventos proporcionais ao tempo de

c) I, III e IV. d) II. e) I. serviço.

d) O acusado ou, em caso de revelia, o Oficial

designado para acompanhar o processo, poderá

interpor recurso da decisão do Conselho de

Disciplina ou da solução posterior do

Comandante da Polícia Militar do Piauí.

e) O prazo para interposição de recurso será

de vinte(20) dias, contados da data em que o

acusado tomar conhecimento oficial da

decisão do Conselho de Disciplina, ou da

publicação da decisão do Comandante Geral

da Corporação, em Boletim do Comando Geral

e caberá, em princípio, ao Comandante Geral

da Polícia Militar do Piauí, no prazo de dez(10)

dias, contados da data do recebimento do

processo, apreciar os recursos que forem

interpostos nos processos oriundos dos

Conselhos de Disciplina.

Decreto nº 3.548, de 31/01/1980

65ª) BANCA GD – de acordo com Conselho de (Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do

Disciplina da PMPI, marque a alternativa Piauí).

correta:
66ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI,

a) O despacho do Comandante Geral que marque a alternativa correta:

determinar o arquivamento do processo,

deverá ser publicado em Boletim do Comando a) O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar

Geral nos assentamentos da praça, se esta for do Piauí tem, por finalidade, especificar e

da ativa. classificar as transgressões disciplinares,

b) Também será publicado em Boletim do estabelecer normas relativas à amplitude e à

comando Geral o despacho exarado no aplicação das punições disciplinares, à

processo, procedendo-se, neste caso, como no classificação do comportamento policial –

parágrafo anterior, para o caso da praça da militar dos policiais militares e à interposição

ativa. de recursos contra a aplicação da punições.


b) São também tratadas, em parte, neste Comandantes, Diretores ou Chefes de OPM

Regulamento, as recompensas especificadas no serão denominados “Comandantes”.

Estado dos Policiais – Militares. e) As demonstrações de camaradagem, cortesia

c) A camaradagem torna-se dispensáveis à e consideração, facultativas entre os policiais –

formação e ao convívio da família policial – militares, devem ser dispensadas aos militares

militar, cumprindo existir as melhores relações das Forças Armadas e aos policiais – militar de

sociais entre os policiais – militares. outras corporações.

d) Incumbe aos inferiores incentivar e manter a

harmonia e a amizade entre seus comandantes. PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E

e) A civilização é a parte da educação policial DA DISCIPLINA

– militar e, como tal, de interesse vital para 68ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI,

disciplina consiste. Importa ao superior tratar marque a alternativa incorreta:

os subordinados, em geral, e os recrutas, em

particular, com urbanidade e justiça, não a) A hierárquica militar é a ordenação da

interessando-se pelos seus problemas. autoridade em níveis diferentes, dentro da

estrutura das Forças Armadas, Polícias

67ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI, Militares, Corpos de Bombeiros, Forças

marque a alternativa incorreta: Militares e Policiais – Militares estrangeiros,

por postos e graduações.

a) O subordinado é obrigado a todas as provas b) A ordenação dos postos e das graduações

de respeito e deferência para com seus na Polícia Militar se faz conforme preceitua o

superiores, de conformidade com os Conselho de Disciplina da Polícia Militar do

regulamentos policiais – militares. Piauí

b) As demonstrações de camaradagem, c) A disciplina Policial Militar é a rigorosa

cortesia e consideração, obrigatórias entre os observância e o acatamento integral das Leis,

policiais – militares, devem ser dispensadas aos regulamentos, ordens normas e disposições,

militares das Forças Armadas e aos policiais – traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do

militar de outras corporações. dever por parte de todos e de cada um dos

c) Para efeito deste Regulamento, todas as componentes da OPM

Organizações Policiais Militares, tais como: d) São também tratadas, em parte, neste

Quartel do Comando Geral, Comandos de Regulamento, as recompensas especificadas no

Policiamento, Corpos de Tropa, Diretoria, Estado dos Policiais – Militares.

Gabinetes, Estabelecimentos, Assessorias, e) A camaradagem torna-se dispensáveis à

Repartições, Escolas, Campos de Instruções, formação e ao convívio da família policial –

Serviços, Centos de Formação e militar, cumprindo existir as melhores relações

Aperfeiçoamento, Unidades Operacionais e sociais entre os policiais – militares.

outras serão denominadas de “OPM”.

d) Para efeito deste Regulamento, os 69ª) BANCA GD - São manifestações


essenciais de disciplina: se no cumprimento de ordem recebida, a

I. A correção de atitudes; responsabilidade somente civil pelos excessos e

II. A obediência pronta às ordens dos omissos que cometer.

superiores hierárquicos, ou de qualquer

autoridade; 71ª) BANCA GD – De acordo com o RDPM-PI,

III. A dedicação parcial ao serviço; marque a alternativa correta:

IV. A colaboração espontânea à disciplina Todo policial militar que tiver conhecimento de

coletiva e à eficiência da instituição; um fato contrário à disciplina, deverá

V. A consciência das responsabilidades; participar a seu chefe imediato por escrito ou

VI. A rigorosa observância das prescrições verbalmente. Neste último caso, deve

regulamentares e das leis; confirmar a participação, por escrito, no prazo

máximo de:

Estão corretas, somente:

a) I, IV, V e VI. b) I e VI. a) 72 horas b) 36 horas

c) I, II, III, IV. d) II, IV. c) 48 horas d) 24 horas

e) I, III, IV. e) 96 horas

70ª) BANCA GD - A disciplina e o respeito à 72ª) BANCA GD – De acordo com o RDPM-PI,

hierárquica devem ser mantidos marque a alternativa incorreta:

permanentemente pelos policiais – militares na a) Aos policiais militares na Inatividade não se

Ativa e Inatividade, diante disso, marque a aplicam as disposições deste Regulamento pelo

alternativa correta: fato de poderem tratar no meio civil, inclusive

sob a forma de crítica, pela imprensa ou outro

a) As ordens devem ser mediatamente meio de divulgação, de qualquer assunto,

obedecidas. excetuando o de natureza policial militar de

b) Cabe ao Policial – Militar a inteira caráter sigiloso ou funcional.

responsabilidade pelas ordens que der, salvo as b) No caso de ocorrência disciplinar

consequências que delas resultarem. envolvendo policiais – militares de mais de uma

c) Cabe ao subordinado, ao receber uma OPM, caberá ao Comandante imediatamente

ordem, repeti-la e solicitar os esclarecimentos superior da linha de subordinação apurar (ou

necessários ao seu total entendimento e determinar a apuração) dos fatos.

compreensão. c) No caso de ocorrência disciplinar

d) Quando a ordem importar em envolvendo militares ( FA) e policiais militares, a

responsabilidade criminal para o executante, autoridade policial militar competente deverá

poderá o mesmo solicitar sua confirmação por tomar as medidas disciplinares referentes aos

escrito, cumprindo à autoridade que a emitiu, elementos a ela subordinados, informando,

atender à solicitação se achar necessário. pelos canais hierárquicos, sobre a ocorrência,

e) Cabe ao executante que exorbitar ou emitir- as medidas tomadas e o que foi por ela
apurada, ao Comandante Militar da Área. deverá tornar imediatas e enérgicas

d) No caso de ocorrência disciplinar providências, inclusive prende-lo “ em nome da

envolvendo policiais – militares de mais de uma autoridade competente”, dando ciência a esta,

OPM, caberá ao Comandante mediatamente pelo meio mais rápido, da ocorrência e das

superior da linha de subordinação apurar (ou providências em seu nome tomadas.

determinar a apuração) dos fatos. d) Nos casos de participação de ocorrência

e) Aos policiais militares na Inatividade não se com policial militar de OPM diversa daquela a

aplicam as disposições deste Regulamento pelo que pertence o signatário da parte deve este,

fato de poderem tratar no meio civil, inclusive direta ou indiretamente, ser notificado da

sob a forma de crítica, pela imprensa ou outro solução dada, no prazo máximo de 5(cinco) dias

meio de divulgação, de qualquer assunto, úteis, expirando este prazo, deve o signatário

excetuando o de natureza policial militar de da parte informar a ocorrência referida à

caráter sigiloso ou funcional. autoridade a que estiver subordinado.

e) A autoridade, a quem a parte disciplinar é

73ª) BANCA GD – Todo policial militar que dirigida, deve dar a solução no prazo máximo

tiver conhecimento de um fato contrário à de 3(três) dias úteis, podendo se necessário,

disciplina, deverá participar a seu chefe ouvir as pessoas envolvidas, obedecidas as

imediato por escrito ou verbalmente. Neste demais prescrições regulamentares. Na

último caso, deve confirmar a participação, por impossibilidade de solucioná-la neste prazo, o

escrito, no prazo máximo de 48(quarenta e oito) seu motivo deverá ser, necessariamente,

horas, diante disso: publicado em Boletim e, neste caso, o prazo

poderá ser prorrogado até 30(trinta) dias.

a) A autoridade que receber a parte, não

sendo competente para solucioná-la, deve DAS TRANSGRESSÕES

encaminhá-la a seu superior mediato, com as DISCIPLINARES - ESPECIFICAÇÃO DAS

informações que lhe comportarem. TRANSGRESSÕES

b) A parte deve ser clara, concisa e precisa,

vede conter os dados capazes de identificar as 74ª) BANCA GD –Transgressão Disciplinar é

pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e qualquer violação dos princípios da ética, dos

hora da ocorrência e caracterizar as deveres e das obrigações policiais militares, na

circunstâncias que a envolveram, podendo sua manifestação elementar e simples, e

tecer comentários ou opiniões pessoais. qualquer omissão ou ação contrária aos

c) Quando, para preservação da disciplina e do preceitos estatuídos em leis, regulamentos,

decoro da Corporação, a ocorrência exigir normas ou disposições, deste que não

uma pronta intervenção, mesmo sem possuir constituam crime.

ascendência funcional sobre o transgressor, a São transgressões disciplinares:

autoridade policial militar de maior antiguidade

que presenciar ou tiver conhecimento do fato, I. todas as ações ou omissões contrárias à


disciplina policial – militar especificadas no

anexo ao presente Regulamento; JULGAMENTO DAS

II. todas as ações, omissões ou atos, não TRANSGRESSÕES

especificados na relação de transgressões do

anexo citado, que afetem a honra pessoal, o 75ª) BANCA GD - O julgamento das

pundonor policial militar, o decoro da classe ou transgressões deve se precedido de um exame e

o sentimento d o dever e outras prescrições de uma análise que considerem:

contidas no Estatuto dos Policiais Militares, I. os antecedentes do transgressor;

leis e regulamentos, bem como aquelas II- as razões psicológicas do transgressor;

praticadas contra regras e ordens de serviços III. as causas que a determinarem;

estabelecidas por autoridades competente. IV. a natureza dos fatos ou os atos que a

III. Todos os artigos da parte especial do envolverem;

código penal militar; V. as consequências que dela possam resultar;

IV. Qualquer ação ocorrida durante o serviço

militar;
Estão corretas, somente:

a) I, III, IV e V. b) I e II.
Estão corretas, somente:
c) I, II, III, IV. d) II e V.
a) I, IV, V e VI. b) I e II.
e) I, III, IV.
c) I, II, III, IV. d) II, IV.

e) I, III, IV.
76ª) BANCA GD - No julgamento das

transgressões podem ser levantadas causas que

justifiquem a falta ou circunstâncias que a

atenuem e /ou a agravem, são causas de

justificação:

I. Ter sido cometido a transgressão na prática

de ação meritória, no interesse do serviço ou

da ordem pública;

II. Ter sido cometido a transgressão em

legitima defesa, própria ou de outrem;

III- prática simultânea ou conexão de duas ou

mais transgressões;

IV. Ter sido cometida a transgressão em

obediência a ordem superior ;

V. Ter sido cometida a transgressão pelo uso

imperativo de meios violentos a fim compelir

subordinado a cumprir rigorosamente o seu

dever, no caso de perigo, necessidade urgente,


calamidade pública e manutenção da ordem e a) I, II, III, IV e V. b) I e II.

da disciplina; c) I, II, IV e V. d) II e V.

e) I, II, III, IV.

Estão corretas, somente:

a) I, III, IV e V. b) I e II. CLASSIFICAÇÃO DAS

c) I, II, IV e V. d) II e V. TRANSGRESSÕES

e) I, III, IV.

79ª) BANCA GD - A transgressão da disciplina

77ª) BANCA GD - São circunstâncias deve ser classificada, deste que não haja

atenuantes: causas de justificação, em:

I. bom comportamento; I. Leve; II. Mediana;

II. relevância de serviços prestados; III. Média; IV. Grave;

III. Ter sido cometida a transgressão apara V. Gravíssima;

evitar mal maior;


Estão corretas, somente:
IV. conluio de duas ou mais pessoas;
a) I, II, III, IV e V. b) I, III e V.
V. Ter sido cometida a transgressão em defesa
c) I, II, IV e V. d) II e V.
própria, de seus direitos onde outrem, deste
e) I, II, III, IV.
que não constitua causa de justificação;

80ª) BANCA GD de acordo com o RDPM-PI,


Estão corretas, somente:
marque a alternativa correta:
a) I, III, IV e V. b) I e II.

c) I, II, IV e V. d) II e V.
a) A transgressão da disciplina deve ser
e) I, II, III e IV.
classificada como “leve” quando, chegando a

constituir crime, constitua a mesma ato que


78ª) BANCA GD - São circunstâncias
afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o
agravantes:
pundonor policial militar ou o decoro da classe.

b) A transgressão da disciplina deve ser


I. mau comportamento;
classificada como “média” quando, não
II. prática simultânea ou conexão de duas ou
chegando a constituir crime, constitua a
mais transgressões;
mesma ato que afete o sentimento do dever, a
III. reincidência da transgressão, mesmo punida
honra pessoal, o pundonor policial militar ou o
verbalmente;
decoro da classe.
IV. conluio de duas ou mais pessoas;
c) A transgressão da disciplina deve ser
V. ser praticada a transgressão durante a
classificada como “grave” quando, chegando a
execução de serviços;
constituir crime, constitua a mesma ato que

afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o


Estão corretas, somente:
pundonor policial militar ou o decoro da classe.
d) A transgressão da disciplina deve ser

classificada como “grave” quando, não 82ª) BANCA GD - As punições disciplinares de

chegando a constituir crime, constitua a detenção e prisão não podem ultrapassar de:

mesma ato que afete o sentimento do dever, a

honra pessoal, o pundonor policial militar ou o a) vinte dias. b) trinta dias.

decoro da classe. c) dez dias. d) cinco dias.

e) A contravenção da disciplina deve ser e) quinze dias.

classificada como “grave” quando, não

chegando a constituir crime, constitua a 83ª) BANCA GD – de acordo com o RDPM-PI,

mesma ato que afete o sentimento do dever, a marque a alternativa correta:

honra pessoal, o pundonor policial militar ou o

decoro da classe. a) Repreensão – É a punição que, publicada em

Boletim, priva o punido da liberdade.

GRADUAÇÃO E EXECUÇÃO DAS b) Detenção- Consiste no cerceamento da

PUNIÇÕES liberdade do punido, o qual deve permanecer

no local que for determinado, normalmente o

81ª) BANCA GD de acordo com o RDPM-PI, quartel, ficando, no entanto, confinado.

marque a alternativa incorreta: c) Prisão – Consiste no confinamento do

punido em local próprio e designado para tal.

a) A punição disciplinar objetiva o d) São lugares de prisão: - Para Oficial –

fortalecimento da disciplina. determinado pelo Comandante Geral da Polícia

b) A punição deve ter em vista o beneficio Militar do Piauí no aquartelamento; - Para

educativo e exemplo à coletividade a que ele Subtenente e Sargentos – compartimento

pertence. denominado “ Prisão de Subtenente e

c) As punições disciplinares a que estão Sargentos”; - Para as demais praças –

sujeitos os policiais militares, segundo a compartimento fechado, denominado “Xadrez”.

classificação resultante ao julgamento da e) Os presos disciplinares devem ficar juntos

transgressão, são as seguintes, em ordem de dos presos a disposição da justiça.

gravidade crescente: 1. advertência; 2.

repreensão; 3. detenção; 4. prisão e prisão em NORMAS PARA APLICAÇÃO E

separado; 5. licenciamento e exclusão a bem da CUMPRIMENTO DAS PUNIÇÕES

disciplina.

d) A prisão em separado não pode ultrapassar 84ª) BANCA GD - A publicação da punição

de quinze dias. imposta ao Oficial ou Aspirante a Oficial, em

e) Advertência – é a forma mais branda de princípio, deve ser feita em Boletim Reservado,

punir. Consiste numa admoestação feita por podendo ser em Boletim Ostensivo, se as

escrito ao transgressor podendo ser em caráter circunstâncias ou a natureza da transgressão

particular ou ostensivamente. da punição deve obedecer às seguintes normas,


a punição deve ser proporcional à gravidade da punição vai do momento em que o punido for

transgressão, dentro dos seguintes limites: recolhido até aquele em que for posto em

liberdade.

I. de advertência até 10 dias de detenção, para e) A autoridade que necessitar punir seu

transgressão leve; subordinado., à disposição ou serviço de outra

II.de detenção até 10 dias de prisão, para a autoridade, deve a ela requisitar a

transgressão média; apresentação do punido, para a aplicação da

III. de prisão à prisão em separado, para a punição.

transgressão grave.

MODIFICAÇÃO NA APLICAÇÃO DAS

PUNIÇÕES
Estão corretas, somente:

a) I, II. b) I, III.
87ª) A modificação da aplicação de punição
c) I. d) II. e) I, II, III.
pode ser realizada e pela autoridade a aplicar

ou por outra, superior e competente, quando


85ª) BANCA GD - A aplicação da primeira
tiver conhecimento de fatos que recomendem
punição classificada como “prisão” é da
tal procedimento. As modificações da
competência do:
aplicação de punição são:

a) Comandante Geral.
I. anulação; II. relevação;
b) Governador.
III. atenuação; IV. Agravação;
c) Chefe de OPM.
V. Justificação;
d) Comandante de OPM.

e) Cabo Giovanny.
Estão corretas, somente:

a) I, III, IV e V. b) I e II.
86ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI,
c) I, II, IV e V. d) II e V.
marque a alternativa correta:
e) I, II, III e IV.

a) O policial militar pode ser interrogado ou


CLASSIFICAÇÃO,
punido, em estado de embriaguez ou sob a
RECLASSIFICAÇÃO E MELHORIA DO
ação de alucinógenos.
COMPORTAMENTO
b) O início do cumprimento da punição

disciplinar deve ocorrer com a distribuição do


88ª) BANCA GD – O comportamento policial
Boletim da OPM que publica a aplicação da
militar das praças espelha os eu procedimento
punição.
civil e policial militar, sob o ponto de vista
c) O tempo de detenção ou prisão, antes da
disciplinar, ao ser incluída na Polícia Militar, a
respectiva publicação em BI, não deve
praça será classificada no comportamento :
ultrapassar de 72 horas.

d) A contagem de tempo de cumprimento da


a) Excepcional. b) Ótimo. e) o pedido de reconsideração de ato, a queixa,

c) Bom. d) Insuficiente. o deferimento militar e a representação.

e) Mau.

91ª) Para efeito de classificação,

89ª) BANCA GD – O comportamento policial reclassificação e melhoria de comportamento,

militar da praça deve ser classificada em: tão somente de que trata este Capítulo: ____

Marque a alternativa incorreta: repreensões equivalem a uma detenção; ____

repreensões equivalem a um prisão; ___

a) Excepcional – quando, no período de 08 detenções equivalem a uma prisão

anos de efetivo serviço, não tenha sofrido

qualquer punição disciplinar; Complete a lacuna corretamente:

b) Ótimo – quando, no período de 04 anos de a) duas, quatro, três. b) duas, quatro, duas. c)

efetivo serviço tenha sido punido com até uma três, duas, quatro. d) uma, duas, uma.

detenção; e) dez, vinte, dez.

c) Bom - quando, no período de 02 anos de

efetivo serviço tenha sido punido com até duas

detenções;

d) Insuficiente – quando, no período de 01 ano

de efetivo serviço, tenha sido punido com até

duas prisões; e) Mau – quando, no período de

01 ano de efetivo serviço, tenha sido punido

com mais de duas prisões.

APRESENTAÇÃO DE RECURSOS

90ª) Interpor recursos disciplinares é o direito

concedido a policial militar que se julgue, ou

julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido

ou injustiçado por superior hierárquico, na

espera disciplinar, são recursos disciplinares:

a) o pedido de reconsideração de ato, a queixa

e a representação.

b) o pedido de reconsideração de ato, a

apelação, a queixa e a representação.

c) o pedido de reconsideração de ato, a

queixa, a petição e a representação.

d) o pedido de reconsideração de ato, a queixa

e a representação.
de que trata o parágrafo anterior.

c) O queixoso deve informar, verbalmente, à

92ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI, autoridade de quem vai se queixar, do objetivo

marque a alternativa incorreta: do recurso disciplinar que irá apresentar.

a) Reconsideração de Ato – É o recurso d) O queixoso deve ser afastado da

interposto, mediante requerimento, por meio subordinação direta da autoridade contra

do qual o policial – militar que se julgue ou quem formulou o recurso, até que o mesmo

julgue subordinado seu prejudicado, ofendido seja julgado. Deve, no entanto, permanecer na

ou injustiçado, solicita à autoridade que localidade onde serve, inclusive com a

praticou o ato, que reexamine sua decisão e existência de fatos que contra – indiquem a

reconsidere seu ato. sua permanência na mesma.

b) O pedido de reconsideração de ato deve ser e) QUEIXA – É o recurso disciplinar,

encaminhado através da autoridade a quem o normalmente redigido sob forma de ofício ou

requerente estiver diretamente subordinado. parte, interposto por autoridade que julgue

c) O pedido de reconsideração de ato deve ser subordinado seu estar sendo vítima de

apresentado no prazo máximo de oito horas injustiça ou prejudicado em seus direitos, por

úteis, a contar da data em que o policial militar ato de autoridade superior.

tomar, oficialmente, conhecimento dos fatos

que o motivaram. DAS RECOMPESAS

d) A autoridade, a quem é dirigido o pedido de 93ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI,

reconsideração de ato, deve dar despacho ao marque a alternativa incorreta:

mesmo, no prazo máximo de quatro dias. a) Recompensas constituem reconhecimento

e) Queixa – É o recurso disciplinar, dos bons serviços prestados por policiais

normalmente redigida sob forma de ofício ou militares.

parte, interposto pelo policial militar que se b) O elogio pode ser individual ou coletivo.

julgue injustiçado, dirigido diretamente ao c) O elogio individual, que coloca em relevo as

superior imediato da autoridade contra quem é qualidades morais e profissionais, somente

apresentada a queixa. poderá ser formulado a policiais militares que

se hajam destacado do resto da coletividade

93ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI, no desempenho de ato de serviço ou ação

marque a alternativa correta: meritória.

a) A apresentação da queixa só é cabível antes d) Só serão registrados nos assentamentos dos

do pedido de reconsideração de ato Ter sido policiais militares os elogios registrados

solucionado e publicado em Boletim da OPM individuais obtidos no desempenho de funções

onde serve o queixoso. próprias à Polícia Militar e concedidos por

b) A apresentação da queixa deve ser feita autoridades com atribuições para fazê-lo.

dentro de um prazo de cinco dias úteis, a e) O elogio individual visa a reconhecer e a

contar da publicação em Boletim, da solução ressaltar um grupo de policiais militares ou


fração de tropa ao cumprir destacatamento marque a alternativa correta:

um determinada missão.

a) A dispensa total do serviço para ser gozada

95ª) BANCA GD - Além de outras previstas em fora da sede, fica subordinada às mesmas

leis e regulamentos especiais, são recompensas regras de concessão de férias.

policiais militares: b) A dispensa total do serviço é regulada por

I. o elogio; dias de 24 horas, contados de boletim a

II. as dispensas do serviço; boletim. A sua publicação deve ser feita, no

III. a dispensa da revista do recolher e do máximo, 48 horas antes do seu início, salvo

pernoite, nos Centros de Formação, para motivo de força maior.

alunos dos cursos de formação de oficiais, c) As dispensas da revista do recolher e de

apenas. pernoitar no quartel, não podem ser incluídas

em uma mesma concessão. Não justificam a

Estão corretas, somente: ausência do serviço para o qual o aluno está ou

a) I, II. b) I, III. for escalado e nem da instrução a que deve

c) I. d) II. e) I, II, III. comparecer.

d) Não são competentes para conceder as

96ª) BANCA GD - As dispensas do serviços, recompensas, as autoridades especificadas no

como recompensa, podem ser: artigo 9º deste Regulamento.

e) São competes para anular, restringir ou

a) dispensa total do serviço ou dispensa parcial ampliar as recompensas concedidas por si ou

do serviço. por seus superiores, as autoridades

b) somente dispensa total do serviço. especificadas no art. 9º, devendo essa decisão

c) somente dispensa parcial do serviço. ser justificada em boletim.

d) dispensa total do serviço, dispensa parcial

do serviço e dispensa judicial. 99ª) BANCA GD - O ________ baixará

e) dispensa total do serviço ou dispensa judicial instruções complementares necessárias à

do serviço. interpretação, orientação e ampliação deste

Regulamento, às circunstâncias e casos não

97ª) A dispensa total do serviço é concedida previstos no mesmo.

pelo prazo máximo _____ e não deve ultrapassar

o total de _____ no decorrer de um ano civil. a) Comandante Geral. b) Governador.

Complete corretamente: c) Secretário de Justiça. d) Secretário de

a) 10 dias; 14 dias. b) 8 dias; 10 dias. Segurança Pública. e) Presidente da República.

c) 8 dias; 16 dias. d) 7 dias; 10 dias.

e) 8 dias; 15 dias. 100ª) O comportamento policial militar da

praça deve ser classificada em Ótimo quando:

98ª) BANCA GD - de acordo com o RDPM-PI,


a) no período de 02 anos de efetivo serviço

tenha sido punido com mais de uma detenção;

b) no período de 04 anos de efetivo serviço

tenha sido punido com até uma detenção;

c) no período de 01 ano de efetivo serviço

tenha sido punido com mais de uma detenção;

d) no período de 03 anos de efetivo serviço

tenha sido punido com até uma detenção;

e) no período de 04 anos de efetivo serviço

tenha sido punido com mais de uma detenção;

-------------------------------------

Gabarito: 1-A 2-D 3-E 4-C 5-B 6-B 7-E 8-D 9-C

10-C 11-D 12-E 13-A 14-B 15-C 16-C 17-C 18-B 19-

D 20-E 21-E 22-C 23-D 24-A 25-D 26-A 27-A 28-E

29-C 30-D 31-D 32-B 33-E 34-C 35-E 36-A 37-C 38-

D 39-C 40-A 41-B 42-C 43-C 44-E 45-C 46-D 47-E

48-A 49-E 50-D 51-C 52-D 53-C 54-C 55-E 56-D

57-A 58-E 59-E 60-B 61-D 62-A 63-A 64-C 65-E 66-

B 67-E 68-B 69-A 70-C 71-C 72-D 73-C 74-B 75-A

76-C 77-E 78-A 79-B 80-D 81-E 82-B 83-C 84-E 85-

E 86-A 87-E 88-C 89-C 90-D 91-B 92-D 93-B 94-E

95-A 96-A 97-C 98-A 99-A 100-B


OLÁ CONCURSEIROS, ALÉM Constituição Federal:
DA LEGISLAÇÃO DA PMPI,
TAMBÉM CAIRÁ NA SUA
PROVA DA PMPI E BMPI A Dos Princípios Fundamentais. Dos
PARTE DE NOÇÕES DE Direitos e Garantias Fundamentais -
DIREITO. Dos direitos e deveres individuais e
coletivos; Dos direitos sociais; Da
FIZ TODA A ORGANIZAÇÃO
nacionalidade. Da Organização do
SOMENTE DAS PARTES QUE
Estado - Da organização político
IRÃO CAIR NA SUA PROVA,
administrativa; Da administração
LEMBRANDO QUE ESSE
pública; Defesa do Estado e das
MATERIAL É TENDO POR BASE
instituições democráticas:
O EDITAL DA PMPI 2017.
segurança pública, organização da
ENTÃO, VAMOS LÁ! Segurança Pública.

A LEITURA É FUNDAMENTAL
PARA QUE VOCÊ SE
Dos Princípios Fundamentais.
FAMILIARIZE COM A
CHAMADA LETRA DE LEI.

É A LETRA DE LEI O QUE A TÍTULO I


NUCEPE MAIS COSTUMA
DOS PRINCÍPIOS
COBRAR.
FUNDAMENTAIS
ENTÃO CANDIDATO(A),
Art. 1º A República Federativa do
VAMOS QUE VAMOS !!!
Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e
RUMO A APROVAÇÃO !!!
Municípios e do Distrito Federal,
PMPI 2020 !!! constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e


da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder


emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta IX - cooperação entre os povos para
Constituição. o progresso da humanidade;

Art. 2º São Poderes da União, X - concessão de asilo político.


independentes e harmônicos entre
Parágrafo único. A República
si, o Legislativo, o Executivo e o
Federativa do Brasil buscará a
Judiciário.
integração econômica, política,
Art. 3º Constituem objetivos social e cultural dos povos da
fundamentais da República América Latina, visando à
Federativa do Brasil: formação de uma comunidade
latino-americana de nações.
I - construir uma sociedade livre,
justa e solidária; Dos Direitos e Garantias
Fundamentais - Dos direitos e
II - garantir o desenvolvimento
deveres individuais e coletivos
nacional;

III - erradicar a pobreza e a


marginalização e reduzir as TÍTULO II
desigualdades sociais e regionais;
DOS DIREITOS E GARANTIAS
IV - promover o bem de todos, sem FUNDAMENTAIS
preconceitos de origem, raça, sexo,
CAPÍTULO I
cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação. DOS DIREITOS E DEVERES
INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 4º A República Federativa do
Brasil rege-se nas suas relações Art. 5º Todos são iguais perante a
internacionais pelos seguintes lei, sem distinção de qualquer
princípios: natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros
I - independência nacional;
residentes no País a inviolabilidade
II - prevalência dos direitos do direito à vida, à liberdade, à
humanos; igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
III - autodeterminação dos povos;
I - homens e mulheres são iguais em
IV - não-intervenção;
direitos e obrigações, nos termos
V - igualdade entre os Estados; desta Constituição;

VI - defesa da paz; II - ninguém será obrigado a fazer


ou deixar de fazer alguma coisa
VII - solução pacífica dos conflitos;
senão em virtude de lei;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao
III - ninguém será submetido a
racismo;
tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do socorro, ou, durante o dia, por
pensamento, sendo vedado o determinação judicial; (Vide
anonimato; Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

V - é assegurado o direito de XII - é inviolável o sigilo da


resposta, proporcional ao agravo, correspondência e das
além da indenização por dano comunicações telegráficas, de
material, moral ou à imagem; dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso,
VI - é inviolável a liberdade de
por ordem judicial, nas hipóteses e
consciência e de crença, sendo
na forma que a lei estabelecer para
assegurado o livre exercício dos
fins de investigação criminal ou
cultos religiosos e garantida, na
instrução processual
forma da lei, a proteção aos locais
penal; (Vide Lei nº 9.296, de
de culto e a suas liturgias;
1996)
VII - é assegurada, nos termos da
XIII - é livre o exercício de
lei, a prestação de assistência
qualquer trabalho, ofício ou
religiosa nas entidades civis e
profissão, atendidas as
militares de internação coletiva;
qualificações profissionais que a lei
VIII - ninguém será privado de estabelecer;
direitos por motivo de crença
XIV - é assegurado a todos o acesso
religiosa ou de convicção filosófica
à informação e resguardado o sigilo
ou política, salvo se as invocar para
da fonte, quando necessário ao
eximir-se de obrigação legal a todos
exercício profissional;
imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei; XV - é livre a locomoção no
território nacional em tempo de
IX - é livre a expressão da atividade
paz, podendo qualquer pessoa, nos
intelectual, artística, científica e
termos da lei, nele entrar,
de comunicação,
permanecer ou dele sair com seus
independentemente de censura ou
bens;
licença;
XVI - todos podem reunir-se
X - são invioláveis a intimidade, a
pacificamente, sem armas, em locais
vida privada, a honra e a imagem das
abertos ao público,
pessoas, assegurado o direito a
independentemente de autorização,
indenização pelo dano material ou
desde que não frustrem outra
moral decorrente de sua violação;
reunião anteriormente convocada
XI - a casa é asilo inviolável do para o mesmo local, sendo apenas
indivíduo, ninguém nela podendo exigido prévio aviso à autoridade
penetrar sem consentimento do competente;
morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar
XVII - é plena a liberdade de XXVI - a pequena propriedade rural,
associação para fins lícitos, vedada assim definida em lei, desde que
a de caráter paramilitar; trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento
XVIII - a criação de associações e,
de débitos decorrentes de sua
na forma da lei, a de cooperativas
atividade produtiva, dispondo a lei
independem de autorização, sendo
sobre os meios de financiar o seu
vedada a interferência estatal em
desenvolvimento;
seu funcionamento;
XXVII - aos autores pertence o
XIX - as associações só poderão ser
direito exclusivo de utilização,
compulsoriamente dissolvidas ou ter
publicação ou reprodução de suas
suas atividades suspensas por
obras, transmissível aos herdeiros
decisão judicial, exigindo-se, no
pelo tempo que a lei fixar;
primeiro caso, o trânsito em
julgado; XXVIII - são assegurados, nos
termos da lei:
XX - ninguém poderá ser compelido
a associar-se ou a permanecer a) a proteção às participações
associado; individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz
XXI - as entidades associativas,
humanas, inclusive nas atividades
quando expressamente autorizadas,
desportivas;
têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou b) o direito de fiscalização do
extrajudicialmente; aproveitamento econômico das
obras que criarem ou de que
XXII - é garantido o direito de
participarem aos criadores, aos
propriedade;
intérpretes e às respectivas
XXIII - a propriedade atenderá a representações sindicais e
sua função social; associativas;

XXIV - a lei estabelecerá o XXIX - a lei assegurará aos autores


procedimento para desapropriação de inventos industriais privilégio
por necessidade ou utilidade temporário para sua utilização, bem
pública, ou por interesse social, como proteção às criações
mediante justa e prévia indenização industriais, à propriedade das
em dinheiro, ressalvados os casos marcas, aos nomes de empresas e a
previstos nesta Constituição; outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse social e o
XXV - no caso de iminente perigo
desenvolvimento tecnológico e
público, a autoridade competente
econômico do País;
poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao XXX - é garantido o direito de
proprietário indenização ulterior, se herança;
houver dano;
XXXI - a sucessão de bens de XXXVII - não haverá juízo ou
estrangeiros situados no País será tribunal de exceção;
regulada pela lei brasileira em
XXXVIII - é reconhecida a
benefício do cônjuge ou dos filhos
instituição do júri, com a
brasileiros, sempre que não lhes seja
organização que lhe der a lei,
mais favorável a lei pessoal do "de
assegurados:
cujus";
a) a plenitude de defesa;
XXXII - o Estado promoverá, na
forma da lei, a defesa do b) o sigilo das votações;
consumidor;
c) a soberania dos veredictos;
XXXIII - todos têm direito a
d) a competência para o julgamento
receber dos órgãos públicos
dos crimes dolosos contra a vida;
informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo XXXIX - não há crime sem lei
ou geral, que serão prestadas no anterior que o defina, nem pena
prazo da lei, sob pena de sem prévia cominação legal;
responsabilidade, ressalvadas
XL - a lei penal não retroagirá, salvo
aquelas cujo sigilo seja
para beneficiar o réu;
imprescindível à segurança da
sociedade e do XLI - a lei punirá qualquer
Estado; (Regulamento) (Vide discriminação atentatória dos
Lei nº 12.527, de 2011) direitos e liberdades fundamentais;

XXXIV - são a todos assegurados, XLII - a prática do racismo


independentemente do pagamento constitui crime inafiançável e
de taxas: imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
a) o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou XLIII - a lei considerará crimes
contra ilegalidade ou abuso de inafiançáveis e insuscetíveis de
poder; graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de
b) a obtenção de certidões em
entorpecentes e drogas afins, o
repartições públicas, para defesa
terrorismo e os definidos como
de direitos e esclarecimento de
crimes hediondos, por eles
situações de interesse pessoal;
respondendo os mandantes, os
XXXV - a lei não excluirá da executores e os que, podendo evitá-
apreciação do Poder Judiciário los, se omitirem; (Regulamento)
lesão ou ameaça a direito;
XLIV - constitui crime inafiançável
XXXVI - a lei não prejudicará o e imprescritível a ação de grupos
direito adquirido, o ato jurídico armados, civis ou militares, contra a
perfeito e a coisa julgada;
ordem constitucional e o Estado L - às presidiárias serão asseguradas
Democrático; condições para que possam
permanecer com seus filhos
XLV - nenhuma pena passará da
durante o período de
pessoa do condenado, podendo a
amamentação;
obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens LI - nenhum brasileiro será
ser, nos termos da lei, estendidas extraditado, salvo o naturalizado,
aos sucessores e contra eles em caso de crime comum, praticado
executadas, até o limite do valor do antes da naturalização, ou de
patrimônio transferido; comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e
XLVI - a lei regulará a
drogas afins, na forma da lei;
individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes: LII - não será concedida extradição
de estrangeiro por crime político ou
a) privação ou restrição da
de opinião;
liberdade;
LIII - ninguém será processado nem
b) perda de bens;
sentenciado senão pela autoridade
c) multa; competente;

d) prestação social alternativa; LIV - ninguém será privado da


liberdade ou de seus bens sem o
e) suspensão ou interdição de
devido processo legal;
direitos;
LV - aos litigantes, em processo
XLVII - não haverá penas:
judicial ou administrativo, e aos
a) de morte, salvo em caso de acusados em geral são assegurados
guerra declarada, nos termos do o contraditório e ampla defesa, com
art. 84, XIX; os meios e recursos a ela inerentes;

b) de caráter perpétuo; LVI - são inadmissíveis, no processo,


as provas obtidas por meios ilícitos;
c) de trabalhos forçados;
LVII - ninguém será considerado
d) de banimento;
culpado até o trânsito em julgado
e) cruéis; de sentença penal condenatória;

XLVIII - a pena será cumprida em LVIII - o civilmente identificado


estabelecimentos distintos, de não será submetido a identificação
acordo com a natureza do delito, a criminal, salvo nas hipóteses
idade e o sexo do apenado; previstas em lei; (Regulamento)

XLIX - é assegurado aos presos o LIX - será admitida ação privada


respeito à integridade física e nos crimes de ação pública, se esta
moral; não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a ou se achar ameaçado de sofrer
publicidade dos atos processuais violência ou coação em sua
quando a defesa da intimidade ou o liberdade de locomoção, por
interesse social o exigirem; ilegalidade ou abuso de poder;

LXI - ninguém será preso senão em LXIX - conceder-se-á mandado de


flagrante delito ou por ordem segurança para proteger direito
escrita e fundamentada de líquido e certo, não amparado
autoridade judiciária competente, por habeas corpus ou habeas data ,
salvo nos casos de transgressão quando o responsável pela
militar ou crime propriamente ilegalidade ou abuso de poder for
militar, definidos em lei; autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de
LXII - a prisão de qualquer pessoa e
atribuições do Poder Público;
o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz LXX - o mandado de segurança
competente e à família do preso ou coletivo pode ser impetrado por:
à pessoa por ele indicada;
a) partido político com
LXIII - o preso será informado de representação no Congresso
seus direitos, entre os quais o de Nacional;
permanecer calado, sendo-lhe
b) organização sindical, entidade de
assegurada a assistência da família
classe ou associação legalmente
e de advogado;
constituída e em funcionamento há
LXIV - o preso tem direito à pelo menos um ano, em defesa dos
identificação dos responsáveis por interesses de seus membros ou
sua prisão ou por seu interrogatório associados;
policial;
LXXI - conceder-se-á mandado de
LXV - a prisão ilegal será injunção sempre que a falta de
imediatamente relaxada pela norma regulamentadora torne
autoridade judiciária; inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das
LXVI - ninguém será levado à prisão
prerrogativas inerentes à
ou nela mantido, quando a lei
nacionalidade, à soberania e à
admitir a liberdade provisória, com
cidadania;
ou sem fiança;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
LXVII - não haverá prisão civil por
dívida, salvo a do responsável pelo a) para assegurar o conhecimento
inadimplemento voluntário e de informações relativas à pessoa
inescusável de obrigação do impetrante, constantes de
alimentícia e a do depositário infiel; registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de
LXVIII - conceder-se-á habeas
caráter público;
corpus sempre que alguém sofrer
b) para a retificação de dados, Emenda Constitucional nº 45, de
quando não se prefira fazê-lo por 2004)
processo sigiloso, judicial ou
§ 1º As normas definidoras dos
administrativo;
direitos e garantias fundamentais
LXXIII - qualquer cidadão é parte têm aplicação imediata.
legítima para propor ação popular
§ 2º Os direitos e garantias
que vise a anular ato lesivo ao
expressos nesta Constituição não
patrimônio público ou de entidade
excluem outros decorrentes do
de que o Estado participe, à
regime e dos princípios por ela
moralidade administrativa, ao meio
adotados, ou dos tratados
ambiente e ao patrimônio histórico
internacionais em que a República
e cultural, ficando o autor, salvo
Federativa do Brasil seja parte.
comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência; § 3º Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos
LXXIV - o Estado prestará
humanos que forem aprovados, em
assistência jurídica integral e
cada Casa do Congresso Nacional,
gratuita aos que comprovarem
em dois turnos, por três quintos dos
insuficiência de recursos;
votos dos respectivos membros,
LXXV - o Estado indenizará o serão equivalentes às emendas
condenado por erro judiciário, constitucionais. (Incluído pela
assim como o que ficar preso além Emenda Constitucional nº 45, de
do tempo fixado na sentença; 2004) (Atos aprovados na
forma deste parágrafo: DLG nº
LXXVI - são gratuitos para os
186, de 2008 , DEC 6.949, de
reconhecidamente pobres, na forma
2009 , DLG 261, de 2015 , DEC
da lei: (Vide Lei nº 7.844, de
9.522, de 2018 )
1989)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição
a) o registro civil de nascimento;
de Tribunal Penal Internacional a
b) a certidão de óbito; cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda
LXXVII - são gratuitas as ações
Constitucional nº 45, de 2004)
de habeas corpus e habeas data, e,
na forma da lei, os atos necessários Dos direitos sociais
ao exercício da
cidadania. (Regulamento)
CAPÍTULO II
LXXVIII - a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são DOS DIREITOS SOCIAIS
assegurados a razoável duração do
Art. 6º São direitos sociais a
processo e os meios que garantam a
educação, a saúde, a alimentação, o
celeridade de sua
trabalho, a moradia, o transporte, o
tramitação. (Incluído pela
lazer, a segurança, a previdência VII - garantia de salário, nunca
social, a proteção à maternidade e à inferior ao mínimo, para os que
infância, a assistência aos percebem remuneração variável;
desamparados, na forma desta
VIII - décimo terceiro salário com
Constituição. (Redação dada
base na remuneração integral ou no
pela Emenda Constitucional nº 90, de
valor da aposentadoria;
2015)

Art. 7º São direitos dos IX - remuneração do trabalho


trabalhadores urbanos e rurais, noturno superior à do diurno;
além de outros que visem à melhoria X - proteção do salário na forma da
de sua condição social: lei, constituindo crime sua retenção
I - relação de emprego protegida dolosa;
contra despedida arbitrária ou sem XI - participação nos lucros, ou
justa causa, nos termos de lei resultados, desvinculada da
complementar, que preverá remuneração, e, excepcionalmente,
indenização compensatória, dentre participação na gestão da empresa,
outros direitos; conforme definido em lei;
II - seguro-desemprego, em caso de XII - salário-família pago em razão
desemprego involuntário; do dependente do trabalhador de
III - fundo de garantia do tempo de baixa renda nos termos da
serviço; lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário mínimo , fixado em lei,
XIII - duração do trabalho normal
nacionalmente unificado, capaz de
não superior a oito horas diárias e
atender a suas necessidades vitais
quarenta e quatro semanais,
básicas e às de sua família com
facultada a compensação de
moradia, alimentação, educação,
horários e a redução da jornada,
saúde, lazer, vestuário, higiene,
mediante acordo ou convenção
transporte e previdência social, com
coletiva de trabalho; (Vide
reajustes periódicos que lhe
Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para XIV - jornada de seis horas para o
qualquer fim; trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo
V - piso salarial proporcional à
negociação coletiva;
extensão e à complexidade do
trabalho; XV - repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos;
VI - irredutibilidade do salário, salvo
o disposto em convenção ou acordo XVI - remuneração do serviço
coletivo; extraordinário superior, no mínimo,
em cinqüenta por cento à do
normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § XXVIII - seguro contra acidentes de
1º) trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que
XVII - gozo de férias anuais
este está obrigado, quando incorrer
remuneradas com, pelo menos, um
em dolo ou culpa;
terço a mais do que o salário
normal; XXIX - ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de
XVIII - licença à gestante, sem
trabalho, com prazo prescricional
prejuízo do emprego e do salário,
de cinco anos para os trabalhadores
com a duração de cento e vinte
urbanos e rurais, até o limite de
dias;
dois anos após a extinção do
XIX - licença-paternidade, nos contrato de trabalho; (Redação
termos fixados em lei; dada pela Emenda Constitucional nº 28,
de 2000)
XX - proteção do mercado de
trabalho da mulher, mediante a) (Revogada). (Redação dada
incentivos específicos, nos termos pela Emenda Constitucional nº 28, de
da lei; 2000)

XXI - aviso prévio proporcional ao b) (Revogada). (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 28, de
tempo de serviço, sendo no mínimo
2000)
de trinta dias, nos termos da lei;
XXX - proibição de diferença de
XXII - redução dos riscos inerentes
salários, de exercício de funções e
ao trabalho, por meio de normas de
de critério de admissão por motivo
saúde, higiene e segurança;
de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXIII - adicional de remuneração
XXXI - proibição de qualquer
para as atividades penosas,
discriminação no tocante a salário e
insalubres ou perigosas, na forma da
critérios de admissão do
lei;
trabalhador portador de
XXIV - aposentadoria; deficiência;

XXV - assistência gratuita aos filhos XXXII - proibição de distinção


e dependentes desde o nascimento entre trabalho manual, técnico e
até 5 (cinco) anos de idade em intelectual ou entre os profissionais
creches e pré-escolas; (Redação respectivos;
dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006) XXXIII - proibição de trabalho
noturno, perigoso ou insalubre a
XXVI - reconhecimento das menores de dezoito e de qualquer
convenções e acordos coletivos de trabalho a menores de dezesseis
trabalho; anos, salvo na condição de
XXVII - proteção em face da aprendiz, a partir de quatorze
automação, na forma da lei;
anos; (Redação dada pela Emenda interessados, não podendo ser
Constitucional nº 20, de 1998) inferior à área de um Município;

XXXIV - igualdade de direitos entre III - ao sindicato cabe a defesa dos


o trabalhador com vínculo direitos e interesses coletivos ou
empregatício permanente e o individuais da categoria, inclusive
trabalhador avulso em questões judiciais ou
administrativas;
Parágrafo único. São assegurados à
categoria dos trabalhadores IV - a assembléia geral fixará a
domésticos os direitos previstos nos contribuição que, em se tratando
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, de categoria profissional, será
XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, descontada em folha, para custeio
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, do sistema confederativo da
atendidas as condições representação sindical respectiva,
estabelecidas em lei e observada a independentemente da
simplificação do cumprimento das contribuição prevista em lei;
obrigações tributárias, principais e
V - ninguém será obrigado a filiar-se
acessórias, decorrentes da relação
ou a manter-se filiado a sindicato;
de trabalho e suas peculiaridades,
os previstos nos incisos I, II, III, IX, VI - é obrigatória a participação dos
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua sindicatos nas negociações
integração à previdência coletivas de trabalho;
social. (Redação dada pela
VII - o aposentado filiado tem
Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
direito a votar e ser votado nas
Art. 8º É livre a associação organizações sindicais;
profissional ou sindical, observado o
seguinte: VIII - é vedada a dispensa do
empregado sindicalizado a partir do
I - a lei não poderá exigir registro da candidatura a cargo de
autorização do Estado para a direção ou representação sindical
fundação de sindicato, ressalvado o e, se eleito, ainda que suplente, até
registro no órgão competente, um ano após o final do mandato,
vedadas ao Poder Público a salvo se cometer falta grave nos
interferência e a intervenção na termos da lei.
organização sindical;
Parágrafo único. As disposições
II - é vedada a criação de mais de deste artigo aplicam-se à
uma organização sindical, em organização de sindicatos rurais e
qualquer grau, representativa de de colônias de pescadores,
categoria profissional ou atendidas as condições que a lei
econômica, na mesma base estabelecer.
territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores Art. 9º É assegurado o direito de
greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a que qualquer deles esteja a serviço
oportunidade de exercê-lo e sobre da República Federativa do Brasil;
os interesses que devam por meio
c) os nascidos no estrangeiro de pai
dele defender.
brasileiro ou de mãe brasileira,
§ 1º A lei definirá os serviços ou desde que sejam registrados em
atividades essenciais e disporá repartição brasileira competente ou
sobre o atendimento das venham a residir na República
necessidades inadiáveis da Federativa do Brasil e optem, em
comunidade. qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam
brasileira; (Redação dada pela
os responsáveis às penas da lei.
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
Art. 10. É assegurada a
II - naturalizados:
participação dos trabalhadores e
empregadores nos colegiados dos a) os que, na forma da lei, adquiram
órgãos públicos em que seus a nacionalidade brasileira, exigidas
interesses profissionais ou aos originários de países de língua
previdenciários sejam objeto de portuguesa apenas residência por
discussão e deliberação. um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
Art. 11. Nas empresas de mais de
duzentos empregados, é assegurada b) os estrangeiros de qualquer
a eleição de um representante nacionalidade, residentes na
destes com a finalidade exclusiva República Federativa do Brasil há
de promover-lhes o entendimento mais de quinze anos ininterruptos e
direto com os empregadores. sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade
brasileira. (Redação dada pela
Da nacionalidade. Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994)

§ 1º Aos portugueses com residência


CAPÍTULO III permanente no País, se houver
DA NACIONALIDADE reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os
Art. 12. São brasileiros: direitos inerentes ao brasileiro,
I - natos: salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada
a) os nascidos na República pela Emenda Constitucional de Revisão
Federativa do Brasil, ainda que de nº 3, de 1994)
pais estrangeiros, desde que estes
§ 2º A lei não poderá estabelecer
não estejam a serviço de seu país;
distinção entre brasileiros natos e
b) os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde
naturalizados, salvo nos casos exercício de direitos
previstos nesta Constituição. civis; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 3º São privativos de brasileiro nato
os cargos: Art. 13. A língua portuguesa é o
idioma oficial da República
I - de Presidente e Vice-Presidente
Federativa do Brasil.
da República;
§ 1º São símbolos da República
II - de Presidente da Câmara dos
Federativa do Brasil a bandeira, o
Deputados;
hino, as armas e o selo nacionais.
III - de Presidente do Senado
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e
Federal;
os Municípios poderão ter símbolos
IV - de Ministro do Supremo próprios.
Tribunal Federal;
Da Organização do Estado - Da
V - da carreira diplomática; organização político administrativa;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da TÍTULO III


Defesa. (Incluído pela Emenda
DA ORGANIZAÇÃO DO
Constitucional nº 23, de 1999)
ESTADO
§ 4º - Será declarada a perda da
CAPÍTULO I
nacionalidade do brasileiro que:
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
I - tiver cancelada sua
ADMINISTRATIVA
naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade Art. 18. A organização político-
nociva ao interesse nacional; administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a
II - adquirir outra nacionalidade,
União, os Estados, o Distrito
salvo nos casos: (Redação dada
Federal e os Municípios, todos
pela Emenda Constitucional de Revisão
autônomos, nos termos desta
nº 3, de 1994)
Constituição.
a) de reconhecimento de
nacionalidade originária pela lei § 1º Brasília é a Capital Federal.
estrangeira; (Incluído pela § 2º Os Territórios Federais
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, integram a União, e sua criação,
de 1994)
transformação em Estado ou
b) de imposição de naturalização, reintegração ao Estado de origem
pela norma estrangeira, ao brasileiro serão reguladas em lei
residente em estado estrangeiro, complementar.
como condição para permanência
§ 3º Os Estados podem incorporar-
em seu território ou para o
se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a DISPOSIÇÕES GERAIS
outros, ou formarem novos Estados
Art. 37. A administração pública
ou Territórios Federais, mediante
direta e indireta de qualquer dos
aprovação da população
Poderes da União, dos Estados, do
diretamente interessada, através de
Distrito Federal e dos Municípios
plebiscito, e do Congresso
obedecerá aos princípios de
Nacional, por lei complementar.
legalidade, impessoalidade,
§ 4º A criação, a incorporação, a moralidade, publicidade e eficiência
fusão e o desmembramento de e, também, ao
Municípios, far-se-ão por lei seguinte: (Redação dada
estadual, dentro do período pela Emenda Constitucional nº 19,
determinado por Lei Complementar de 1998)
Federal, e dependerão de consulta
I - os cargos, empregos e funções
prévia, mediante plebiscito, às
públicas são acessíveis aos
populações dos Municípios
brasileiros que preencham os
envolvidos, após divulgação dos
requisitos estabelecidos em lei,
Estudos de Viabilidade Municipal,
assim como aos estrangeiros, na
apresentados e publicados na forma
forma da lei; (Redação dada
da lei.
pela Emenda Constitucional nº 19,
Art. 19. É vedado à União, aos de 1998)
Estados, ao Distrito Federal e aos
II - a investidura em cargo ou
Municípios:
emprego público depende de
I - estabelecer cultos religiosos ou aprovação prévia em concurso
igrejas, subvencioná-los, embaraçar- público de provas ou de provas e
lhes o funcionamento ou manter títulos, de acordo com a natureza e
com eles ou seus representantes a complexidade do cargo ou
relações de dependência ou aliança, emprego, na forma prevista em lei,
ressalvada, na forma da lei, a ressalvadas as nomeações para
colaboração de interesse público; cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e
II - recusar fé aos documentos
exoneração; (Redação dada
públicos;
pela Emenda Constitucional nº 19,
III - criar distinções entre de 1998)
brasileiros ou preferências entre si.
III - o prazo de validade do
concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igual
Da administração pública;
período;
CAPÍTULO VII
IV - durante o prazo improrrogável
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso
SEÇÃO I
público de provas ou de provas e específica, observada a iniciativa
títulos será convocado com privativa em cada caso, assegurada
prioridade sobre novos concursados revisão geral anual, sempre na
para assumir cargo ou emprego, na mesma data e sem distinção de
carreira; índices; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de
V - as funções de confiança,
1998) (Regulamento)
exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo XI - a remuneração e o subsídio dos
efetivo, e os cargos em comissão, a ocupantes de cargos, funções e
serem preenchidos por servidores empregos públicos da administração
de carreira nos casos, condições e direta, autárquica e fundacional,
percentuais mínimos previstos em dos membros de qualquer dos
lei, destinam-se apenas às Poderes da União, dos Estados, do
atribuições de direção, chefia e Distrito Federal e dos Municípios,
assessoramento; (Redação dos detentores de mandato eletivo
dada pela Emenda Constitucional e dos demais agentes políticos e os
nº 19, de 1998) proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos
VI - é garantido ao servidor público
cumulativamente ou não, incluídas
civil o direito à livre associação
as vantagens pessoais ou de
sindical;
qualquer outra natureza, não
VII - o direito de greve será poderão exceder o subsídio mensal,
exercido nos termos e nos limites em espécie, dos Ministros do
definidos em lei Supremo Tribunal Federal,
específica; (Redação dada pela aplicando-se como limite, nos
Emenda Constitucional nº 19, de Municípios, o subsídio do Prefeito,
1998) e nos Estados e no Distrito Federal,
o subsídio mensal do Governador
VIII - a lei reservará percentual dos
no âmbito do Poder Executivo, o
cargos e empregos públicos para as
subsídio dos Deputados Estaduais
pessoas portadoras de deficiência e
e Distritais no âmbito do Poder
definirá os critérios de sua
Legislativo e o subsídio dos
admissão;
Desembargadores do Tribunal de
IX - a lei estabelecerá os casos de Justiça, limitado a noventa inteiros
contratação por tempo e vinte e cinco centésimos por
determinado para atender a cento do subsídio mensal, em
necessidade temporária de espécie, dos Ministros do Supremo
excepcional interesse público; Tribunal Federal, no âmbito do
Poder Judiciário, aplicável este
X - a remuneração dos servidores
limite aos membros do Ministério
públicos e o subsídio de que trata o
Público, aos Procuradores e aos
§ 4º do art. 39 somente poderão ser
Defensores
fixados ou alterados por lei
Públicos; (Redação dada pela a) a de dois cargos de
Emenda Constitucional nº 41, professor; (Redação dada pela
19.12.2003) Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
XII - os vencimentos dos cargos do
Poder Legislativo e do Poder b) a de um cargo de professor com
Judiciário não poderão ser outro técnico ou
superiores aos pagos pelo Poder científico; (Redação dada pela
Executivo; Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
XIII - é vedada a vinculação ou
equiparação de quaisquer espécies c) a de dois cargos ou empregos
remuneratórias para o efeito de privativos de profissionais de saúde,
remuneração de pessoal do serviço com profissões
público; (Redação dada pela regulamentadas; (Redação
Emenda Constitucional nº 19, de dada pela Emenda Constitucional
1998) nº 34, de 2001)

XIV - os acréscimos pecuniários XVII - a proibição de acumular


percebidos por servidor público não estende-se a empregos e funções e
serão computados nem acumulados abrange autarquias, fundações,
para fins de concessão de empresas públicas, sociedades de
acréscimos economia mista, suas subsidiárias, e
ulteriores; (Redação dada pela sociedades controladas, direta ou
Emenda Constitucional nº 19, de indiretamente, pelo poder
1998) público; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de
XV - o subsídio e os vencimentos
1998)
dos ocupantes de cargos e
empregos públicos são irredutíveis, XVIII - a administração fazendária e
ressalvado o disposto nos incisos XI seus servidores fiscais terão, dentro
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § de suas áreas de competência e
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, jurisdição, precedência sobre os
I; (Redação dada pela Emenda demais setores administrativos, na
Constitucional nº 19, de 1998) forma da lei;

XVI - é vedada a acumulação XIX - somente por lei específica


remunerada de cargos públicos, poderá ser criada autarquia e
exceto, quando houver autorizada a instituição de empresa
compatibilidade de horários, pública, de sociedade de economia
observado em qualquer caso o mista e de fundação, cabendo à lei
disposto no inciso complementar, neste último caso,
XI: (Redação dada pela definir as áreas de sua
Emenda Constitucional nº 19, de atuação; (Redação dada pela
1998)
Emenda Constitucional nº 19, de § 1º A publicidade dos atos,
1998) programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos
XX - depende de autorização
deverá ter caráter educativo,
legislativa, em cada caso, a criação
informativo ou de orientação
de subsidiárias das entidades
social, dela não podendo constar
mencionadas no inciso anterior,
nomes, símbolos ou imagens que
assim como a participação de
caracterizem promoção pessoal de
qualquer delas em empresa privada;
autoridades ou servidores públicos.
XXI - ressalvados os casos
§ 2º A não observância do disposto
especificados na legislação, as
nos incisos II e III implicará a
obras, serviços, compras e
nulidade do ato e a punição da
alienações serão contratados
autoridade responsável, nos termos
mediante processo de licitação
da lei.
pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, § 3º A lei disciplinará as formas de
com cláusulas que estabeleçam participação do usuário na
obrigações de pagamento, mantidas administração pública direta e
as condições efetivas da proposta, indireta, regulando
nos termos da lei, o qual somente especialmente: (Redação dada
permitirá as exigências de pela Emenda Constitucional nº 19,
qualificação técnica e econômica de 1998)
indispensáveis à garantia do
I - as reclamações relativas à
cumprimento das
prestação dos serviços públicos em
obrigações. (Regulamento)
geral, asseguradas a manutenção de
XXII - as administrações tributárias serviços de atendimento ao usuário
da União, dos Estados, do Distrito e a avaliação periódica, externa e
Federal e dos Municípios, interna, da qualidade dos
atividades essenciais ao serviços; (Incluído pela
funcionamento do Estado, Emenda Constitucional nº 19, de
exercidas por servidores de 1998)
carreiras específicas, terão
II - o acesso dos usuários a registros
recursos prioritários para a
administrativos e a informações
realização de suas atividades e
sobre atos de governo, observado o
atuarão de forma integrada,
disposto no art. 5º, X e
inclusive com o compartilhamento
XXXIII; (Incluído pela Emenda
de cadastros e de informações
Constitucional nº 19, de
fiscais, na forma da lei ou
1998) (Vide Lei nº 12.527, de
convênio. (Incluído pela
2011)
Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003) III - a disciplina da representação
contra o exercício negligente ou
abusivo de cargo, emprego ou administradores e o poder público,
função na administração que tenha por objeto a fixação de
pública. (Incluído pela Emenda metas de desempenho para o órgão
Constitucional nº 19, de 1998) ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre: (Incluído pela Emenda
§ 4º Os atos de improbidade
Constitucional nº 19, de
administrativa importarão a
1998) (Regulamento) (Vigênc
suspensão dos direitos políticos, a
ia)
perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o I - o prazo de duração do
ressarcimento ao erário, na forma e contrato; (Incluído pela
gradação previstas em lei, sem Emenda Constitucional nº 19, de
prejuízo da ação penal cabível. 1998)

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de II - os controles e critérios de


prescrição para ilícitos praticados avaliação de desempenho, direitos,
por qualquer agente, servidor ou obrigações e responsabilidade dos
não, que causem prejuízos ao dirigentes; (Incluído pela
erário, ressalvadas as respectivas Emenda Constitucional nº 19, de
ações de ressarcimento. 1998)

§ 6º As pessoas jurídicas de direito III - a remuneração do


público e as de direito privado pessoal. (Incluído pela Emenda
prestadoras de serviços públicos Constitucional nº 19, de 1998)
responderão pelos danos que seus
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-
agentes, nessa qualidade, causarem
se às empresas públicas e às
a terceiros, assegurado o direito de
sociedades de economia mista, e
regresso contra o responsável nos
suas subsidiárias, que receberem
casos de dolo ou culpa.
recursos da União, dos Estados, do
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos Distrito Federal ou dos Municípios
e as restrições ao ocupante de para pagamento de despesas de
cargo ou emprego da administração pessoal ou de custeio em
direta e indireta que possibilite o geral. (Incluído pela Emenda
acesso a informações Constitucional nº 19, de 1998)
privilegiadas. (Incluído pela
§ 10. É vedada a percepção
Emenda Constitucional nº 19, de
simultânea de proventos de
1998)
aposentadoria decorrentes do art.
§ 8º A autonomia gerencial, 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
orçamentária e financeira dos remuneração de cargo, emprego ou
órgãos e entidades da função pública, ressalvados os
administração direta e indireta cargos acumuláveis na forma desta
poderá ser ampliada mediante Constituição, os cargos eletivos e
contrato, a ser firmado entre seus os cargos em comissão declarados
em lei de livre nomeação e o nível de escolaridade exigidos
exoneração. (Incluído pela para o cargo de destino, mantida
Emenda Constitucional nº 20, de a remuneração do cargo de
1998) (Vide Emenda origem. (Incluído pela
Constitucional nº 20, de 1998)
Emenda Constitucional nº 103,
§ 11. Não serão computadas, para de 2019)
efeito dos limites remuneratórios de
§ 14. A aposentadoria concedida
que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter com a utilização de tempo de
indenizatório previstas em contribuição decorrente de
lei. (Incluído pela Emenda cargo, emprego ou função
Constitucional nº 47, de 2005) pública, inclusive do Regime
Geral de Previdência Social,
§ 12. Para os fins do disposto no
inciso XI do caput deste artigo, fica
acarretará o rompimento do
facultado aos Estados e ao Distrito vínculo que gerou o referido
Federal fixar, em seu âmbito, tempo de
mediante emenda às respectivas contribuição. (Incluído
Constituições e Lei Orgânica, como pela Emenda Constitucional nº
limite único, o subsídio mensal dos 103, de 2019)
Desembargadores do respectivo
Tribunal de Justiça, limitado a § 15. É vedada a complementação
noventa inteiros e vinte e cinco de aposentadorias de servidores
centésimos por cento do subsídio públicos e de pensões por morte
mensal dos Ministros do Supremo a seus dependentes que não seja
Tribunal Federal, não se aplicando o decorrente do disposto nos §§ 14
disposto neste parágrafo aos a 16 do art. 40 ou que não seja
subsídios dos Deputados Estaduais prevista em lei que extinga
e Distritais e dos regime próprio de previdência
Vereadores. (Incluído pela
social. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de
Emenda Constitucional nº 103,
2005)
de 2019)
§ 13. O servidor público titular de
Art. 38. Ao servidor público em
cargo efetivo poderá ser
exercício de mandato eletivo
readaptado para exercício de
aplicam- se as seguintes disposições:
cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam Art. 38. Ao servidor público da
administração direta, autárquica e
compatíveis com a limitação que
fundacional, no exercício de
tenha sofrido em sua capacidade
mandato eletivo, aplicam-se as
física ou mental, enquanto
seguintes
permanecer nesta condição, disposições: (Redação dada
desde que possua a habilitação e
pela Emenda Constitucional nº 19, responsabilidade de todos, é
de 1998) exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade
I - tratando-se de mandato eletivo
das pessoas e do patrimônio,
federal, estadual ou distrital, ficará
através dos seguintes órgãos:
afastado de seu cargo, emprego ou
função; I - polícia federal;

II - investido no mandato de II - polícia rodoviária federal;


Prefeito, será afastado do cargo,
III - polícia ferroviária federal;
emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua IV - polícias civis;
remuneração;
V - polícias militares e corpos de
III - investido no mandato de bombeiros militares.
Vereador, havendo compatibilidade
VI - polícias penais federal,
de horários, perceberá as vantagens
estaduais e
de seu cargo, emprego ou função,
distrital. (Redação dada pela
sem prejuízo da remuneração do
Emenda Constitucional nº 104, de
cargo eletivo, e, não havendo
2019)
compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior; § 1º A polícia federal, instituída por
lei como órgão permanente,
IV - em qualquer caso que exija o
organizado e mantido pela União e
afastamento para o exercício de
estruturado em carreira, destina-se
mandato eletivo, seu tempo de
a: (Redação dada pela Emenda
serviço será contado para todos os
Constitucional nº 19, de 1998)
efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento; I - apurar infrações penais contra a
ordem política e social ou em
V - na hipótese de ser segurado de
detrimento de bens, serviços e
regime próprio de previdência
interesses da União ou de suas
social, permanecerá filiado a esse
entidades autárquicas e empresas
regime, no ente federativo de
públicas, assim como outras
origem.
infrações cuja prática tenha
Defesa do Estado e das instituições repercussão interestadual ou
democráticas: segurança pública, internacional e exija repressão
organização da Segurança Pública. uniforme, segundo se dispuser em
lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico


CAPÍTULO III
ilícito de entorpecentes e drogas
DA SEGURANÇA PÚBLICA afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação
Art. 144. A segurança pública,
fazendária e de outros órgãos
dever do Estado, direito e
públicos nas respectivas áreas de § 5º-A. Às polícias penais,
competência; vinculadas ao órgão administrador
do sistema penal da unidade
III - exercer as funções de polícia
federativa a que pertencem, cabe a
marítima, aeroportuária e de
segurança dos estabelecimentos
fronteiras; (Redação dada pela
penais. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de
Emenda Constitucional nº 104, de
1998)
2019)
IV - exercer, com exclusividade, as
§ 6º As polícias militares e os corpos
funções de polícia judiciária da
de bombeiros militares, forças
União.
auxiliares e reserva do Exército
§ 2º A polícia rodoviária federal, subordinam-se, juntamente com as
órgão permanente, organizado e polícias civis e as polícias penais
mantido pela União e estruturado estaduais e distrital, aos
em carreira, destina-se, na forma da Governadores dos Estados, do
lei, ao patrulhamento ostensivo das Distrito Federal e dos
rodovias federais. (Redação Territórios. (Redação dada
dada pela Emenda Constitucional pela Emenda Constitucional nº 104,
nº 19, de 1998) de 2019)

§ 3º A polícia ferroviária federal, § 7º A lei disciplinará a organização


órgão permanente, organizado e e o funcionamento dos órgãos
mantido pela União e estruturado responsáveis pela segurança
em carreira, destina-se, na forma da pública, de maneira a garantir a
lei, ao patrulhamento ostensivo das eficiência de suas atividades.
ferrovias federais. (Redação
§ 8º Os Municípios poderão
dada pela Emenda Constitucional
constituir guardas municipais
nº 19, de 1998)
destinadas à proteção de seus bens,
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por serviços e instalações, conforme
delegados de polícia de carreira, dispuser a lei.
incumbem, ressalvada a
§ 9º A remuneração dos servidores
competência da União, as funções
policiais integrantes dos órgãos
de polícia judiciária e a apuração
relacionados neste artigo será
de infrações penais, exceto as
fixada na forma do § 4º do art.
militares.
39. (Incluído pela Emenda
§ 5º Às polícias militares cabem a Constitucional nº 19, de 1998)
polícia ostensiva e a preservação da
§ 10. A segurança viária, exercida
ordem pública; aos corpos de
para a preservação da ordem
bombeiros militares, além das
pública e da incolumidade das
atribuições definidas em lei,
pessoas e do seu patrimônio nas vias
incumbe a execução de atividades
públicas: (Incluído pela
de defesa civil.
Emenda Constitucional nº 82, de Constituição do Estado do Piauí:
2014)
Da administração pública - Das
I - compreende a educação, Disposições Gerais; Dos Servidores
engenharia e fiscalização de Públicos Militares. Da Justiça
trânsito, além de outras atividades Militar. Da Segurança Pública –
previstas em lei, que assegurem ao Disposição Geral; Da Polícia Civil;
cidadão o direito à mobilidade Da Polícia Militar e do Corpo de
urbana eficiente; e (Incluído Bombeiros Militar.
pela Emenda Constitucional nº 82,
de 2014)
Da administração pública - Das
II - compete, no âmbito dos
Disposições Gerais;
Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos
ou entidades executivos e seus
CAPÍTULO V
agentes de trânsito, estruturados
em Carreira, na forma da DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
lei. (Incluído pela Emenda
Seção I Disposições Gerais
Constitucional nº 82, de 2014)
Art. 39. A Administração Pública
direta e indireta de qualquer dos
Poderes do Estado e dos
Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. (Redação
dada pela Emenda Constitucional
nº 27 de 17.12.08)

Art. 40. As licitações para obras,


serviços, compras e alienação de
bens, promovidas pela
Administração direta, indireta ou
fundacional do Estado e dos
Municípios observarão, sob pena de
nulidade, os princípios de isonomia,
publicidade e probidade
administrativa e as normas gerais e
específicas, fixadas em lei que
regem os contratos com a
Administração Pública.
§ 1º REVOGADO. (Revogado pela promoção pessoal de autoridades
Emenda Constitucional nº03, de ou servidores públicos.
26.08.91)
Art. 43. Qualquer pessoa pode levar
Parágrafo único. É vedada, no ao conhecimento da autoridade
âmbito da Administração Pública, competente a irregularidade ou
sob pena de nulidade absoluta, a ilegalidade de que tomar
contratação de obras e serviços conhecimento, imputável a
sem a prévia aprovação do projeto qualquer agente público,
respectivo pela autoridade competindo ao servidor ou
competente e a indicação das empregado fazê-lo perante seu
disponibilidades orçamentárias e superior hierárquico, que
financeiras. (Renumerado do §2º responderá, penalmente, pela
pela Emenda Constitucional nº03, omissão.
de 26.08.91)
§ 1º Os atos de improbidade
Art. 41. Somente por lei específica administrativa importarão na
poderá ser criada autarquia e suspensão dos direitos políticos, na
autorizada a instituição de empresa perda da função pública, na
pública, de sociedade de economia indisponibilidade dos bens e no
mista e de fundação, cabendo à lei ressarcimento ao erário, na forma
complementar, neste último caso, da lei, sem prejuízo da ação penal
definir as áreas de sua atuação. cabível.
(Redação dada pela Emenda
§ 2º A lei estabelecerá os prazos de
Constitucional nº 10, de 17.12.99)
prescrição para ilícitos praticados
Parágrafo único. Depende de por qualquer agente, servidor ou
autorização legislativa a não, que causem prejuízo ao erário,
transformação, fusão, cisão, ressalvadas as respectivas ações de
incorporação, extinção e ressarcimento.
privatização e, em cada caso, a
Art. 44. As pessoas jurídicas de
criação de subsidiárias das
Direito Público e as de Direito
entidades mencionadas neste
Privado prestadoras de serviços
artigo, assim como a participação
públicos responderão pelos danos
de qualquer delas em empresas
que seus agentes, nessa qualidade,
privadas.
causarem a terceiros, assegurado o
Art. 42. A publicidade de atos, direito de regresso contra o
programas, obras, serviços e responsável nos casos de dolo ou
campanhas dos órgãos públicos têm culpa.
caráter educativo, informativo ou
Art. 45. Nos casos de calamidade
de orientação social, dela não
pública, previamente declarada, o
podendo constar nomes, símbolos
Poder Público poderá requisitar,
ou imagens que caracterizem
por tempo determinado, o uso e
ocupação de bens e serviços interesses profissionais ou
privados, respondendo pelos danos previdenciários sejam objeto de
e custas decorrentes. discussão e deliberação.

Art. 46. A lei disciplinará as formas Parágrafo único. Sem prejuízo do


de participação do usuário na disposto neste artigo, os órgãos
Administração Pública direta e diretivos superiores da
indireta, regulando especialmente: Administração indireta ou
(Redação dada pela Emenda fundacional do Estado e
Constitucional nº 10, de 17.12.99) Municípios terão um terço de seus
cargos preenchidos,
I - as reclamações relativas à
obrigatoriamente, por servidores de
prestação dos serviços públicos em
carreira do órgão considerado.
geral, asseguradas a manutenção de
serviços de atendimento ao usuário Art. 49. A administração fazendária
e a avaliação periódica, externa e e seus servidores fiscais terão,
interna da qualidade dos serviços; dentro de suas áreas de
(Incluído pela Emenda competência e jurisdição,
Constitucional nº 10, de 17.12.99) precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma
II - o acesso dos usuários a registros
da lei.
administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o § 1º As administrações tributárias
disposto no art. 5º, X e XXXIII, da do Estado e dos Municípios,
Constituição Federal; (Incluído pela atividades essenciais ao
Emenda Constitucional nº 10, de funcionamento do Estado,
17.12.99) exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão
III - a disciplina da representação
recursos prioritários para a
contra o exercício negligente ou
realização de suas atividades e
abusivo de cargo, emprego ou
atuarão de forma integrada,
função da Administração Pública.
inclusive com o compartilhamento
(Incluído pela Emenda
de cadastros e de informações
Constitucional nº 10, de 17.12.99)
fiscais, inclusive na União, na forma
Art. 47. Os conselhos, associações da lei ou convênio. (Redação dada
e entidades de classe de âmbito pela Emenda Constitucional nº 27
regional participarão da de 17.12.08)
organização de concurso público
§ 2º O cargo de Agente Fiscal de
envolvendo conhecimentos técnicos
Tributos Estaduais, ou aquele em
das respectivas categorias.
que vier a ser transformado, é
Art. 48. É assegurada a privativo de portador de curso
participação de funcionários e superior, organizado em carreira e
servidores nos colegiados dos com provimento inicial mediante
órgãos públicos em que seus concurso público de provas.
(Redação dada pela Emenda Militar, instituições organizadas
Constitucional nº 27 de 17.12.08) com base na hierarquia e disciplina,
são militares do Estado. (Redação
Art. 50. Toda movimentação
dada pela Emenda Constitucional
funcional do servidor público será
nº 27 de 17.12.08)
motivada por escrito pela
autoridade competente, sob pena § 1º As patentes, com prerrogativas,
de nulidade. direitos e deveres a elas inerentes
são asseguradas em plenitude aos
§ 1º É vedada a lotação de servidor
oficiais da ativa, da reserva ou
público em órgão ou função não
reformados, da Polícia Militar e do
compatível com sua formação
Corpo de Bombeiros Militar do
técnica ou científica.
Estado, sendo-lhes privativos os
§ 2º REVOGADO. (Revogado pela títulos, postos e uniformes
Emenda Constitucional nº 24, de militares.
04.04.07)
§ 2º As patentes dos oficiais da
Art. 51. O servidor público, Polícia Militar e do Corpo de
estadual ou municipal, não poderá Bombeiros Militar do Estado são
perceber remuneração inferior ao conferidas pelo Governador.
salário mínimo estabelecido
§ 3º O militar do Estado em
nacionalmente.
atividade que aceitar cargo ou
Art. 52. Ao servidor público da emprego público civil permanente
Administração direta, autarquia e será transferido para a reserva, nos
fundacional, no exercício de termos da lei. (Redação dada pela
mandato eletivo, aplicam-se as Emenda Constitucional nº 27 de
disposições do art. 38, da 17.12.08)
Constituição Federal. (Redação
§ 4º O militar da ativa que aceitar
dada pela Emenda Constitucional
cargo, emprego ou função
nº 10, de 17.12.99)
temporária, não eletiva, ainda que
da Administração indireta, ficará
agregado ao respectivo quadro e
Dos Servidores Públicos Militares.
somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser
promovido por antiguidade,
Seção III
contando-se-lhe o tempo de serviço
Dos Militares do Estado apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo
(Redação dada pela Emenda
depois de dois anos de afastamento,
Constitucional nº 27 de 17.12.08)
contínuos ou não, transferido para
a inatividade.

Art. 58. Os membros da Polícia


Militar e do Corpo de Bombeiros
§ 5º Ao militar do Estado são suas atividades, inclusive aquelas
vedadas a sindicalização e a greve. cumpridas por força de
(Redação dada pela Emenda compromissos internacionais.
Constitucional nº 27 de 17.12.08) (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 27 de 17.12.08)
§ 6º O militar do Estado, enquanto
em efetivo serviço, não pode estar § 11. Aplicam-se aos militares do
filiado a partido político. (Redação Estado, além do que vier a ser
dada pela Emenda Constitucional fixado em lei, as disposições do art.
nº 27 de 17.12.08) 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142,
§§ 2º e 3º, da Constituição Federal,
§ 7º O oficial só perderá o posto e a
cabendo a lei estadual específica
patente se for julgado indigno do
dispor sobre as matérias do art. 142,
oficialato ou com ele incompatível,
§ 3º, inciso X, da Constituição
por decisão do Tribunal de Justiça,
Federal. (Redação dada pela
em tempo de paz, ou de tribunal
Emenda Constitucional nº 27 de
especial, em tempo de guerra.
17.12.08)
§ 8º O oficial condenado na justiça
§ 12. Aos pensionistas dos militares
comum ou militar a pena privativa
do Estado, aplica-se o que for
de liberdade superior a dois anos,
fixado em lei específica. (Redação
por sentença transitada em julgado,
dada pela Emenda Constitucional
será submetido ao julgamento
nº 27 de 17.12.08)
previsto no parágrafo anterior.

§ 9º Aplica-se aos militares do


Estado o disposto no art. 57, § 9º, Da Justiça Militar.
desta Constituição e no art. 7º,
VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e
no art. 37, XI, XIII, XIV e XV, da Seção VI
Constituição Federal. (Redação
Da Justiça Militar
dada pela Emenda Constitucional
nº 27 de 17.12.08)

§ 10. Lei estadual de iniciativa do Art. 131. A Justiça Militar é


Governador disporá sobre o constituída, em primeiro grau, na
ingresso na Polícia Militar e Corpo forma da lei, por juízes de direito
de Bombeiros, os limites de idade, a de entrância final e pelos Conselhos
estabilidade e outras condições de de Justiça, presididos por Juiz de
transferência do militar do Estado Direito e, em segundo grau, pelo
para a inatividade, os direitos, os próprio Tribunal de Justiça.
deveres, a remuneração, as (Redação dada pela Emenda
prerrogativas e outras situações Constitucional nº 27 de 17.12.08)
especiais dos militares do Estado,
§ 1º O cargo de Juiz Auditor da
consideradas as peculiaridades de
Justiça Militar será provido, na
forma da lei, pelo Tribunal de Da Segurança Pública – Disposição
Justiça. Geral; Da Polícia Civil; Da Polícia
Militar e do Corpo de Bombeiros
§ 2º Os juízes auditores gozam dos
Militar.
mesmos direitos, vantagens e
vencimentos dos juízes de direito
da última entrância.
TÍTULO V
Art. 132. Compete à Justiça Militar
DA SEGURANÇA PÚBLICA
estadual processar e julgar os
policiais militares e bombeiros CAPÍTULO I
militares do Estado, nos crimes
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
militares definidos em lei, ressalvada
a competência do júri quando a
vítima for civil, e as ações civis
Art. 156. A segurança pública,
contra atos disciplinares militares,
dever do Estado, direito e
cabendo ao Tribunal de Justiça
responsabilidade de todos, é
decidir sobre a perda do posto e da
exercida para a preservação da
patente dos oficiais e da graduação
ordem pública e da incolumidade
das praças. (Redação dada pela
das pessoas e do patrimônio,
Emenda Constitucional nº 27 de
através dos seguintes órgãos:
17.12.08)
I - Polícia Civil;
§ 1º Compete ao Juiz de Direito do
Juízo Militar processar e julgar, II - Polícia Militar;
singularmente, os crimes militares
III - Corpo de Bombeiros Militar.
cometidos contra civis e as ações
judiciais contra atos disciplinares Parágrafo único. A remuneração
militares. (Redação dada pela dos servidores policiais integrantes
Emenda Constitucional nº 27 de dos órgãos relacionados neste
17.12.08) artigo será fixada na forma do § 4º
do art. 39, da Constituição Federal.
§ 2º Cabe aos Conselhos de Justiça
(Redação dada pela Emenda
processar e julgar os demais crimes
Constitucional nº 10, de 17.12.99)
militares. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 27 de Art. 157. Os Municípios poderão
17.12.08) constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens,
Art. 133. A Lei de Organização e
serviços e instalações, conforme
Divisão Judiciárias disporá sobre a
dispuser a lei.
organização, o funcionamento e a
competência da Justiça Militar. Art. 158. A segurança pública,
organizada sob a forma de sistema,
será coordenada, supervisionada e
controlada pela Secretaria de
Estado correspondente, órgão
encarregado da prestação dos mediante concurso público de
serviços de polícia em geral, no provas e títulos, com a participação
território do Estado. da Seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil, obedecendo-
§ 1º A Polícia Militar e o Corpo de
se, nas nomeações, à ordem de
Bombeiros Militar, as forças
classificação; (Redação dada pela
auxiliares e a reserva do Exército
Emenda Constitucional nº 27 de
subordinam-se, juntamente com a
17.12.08)
Polícia Civil, ao Governador do
II - REVOGADO; (Revogado pela
Estado.
Emenda Constitucional nº 27 de
§ 2º O exercício da função policial é 17.12.08)
privativo do policial de carreira,
III - a garantia aos policiais civis e
recrutado, exclusivamente, nos
aos agentes penitenciários, quando
termos do art. 54, II, e submetido a
presos e durante o processo, de
curso de formação policial.
tratamento diferenciado dos
CAPÍTULO II presidiários comuns;

DA POLÍCIA CIVIL IV - as atribuições e a estrutura dos


órgãos do Conselho de Polícia Civil
Art. 159. A Polícia Civil, dirigida
e da Corregedoria da Polícia Civil.
por delegado de polícia de carreira,
é instituição permanente e auxiliar Parágrafo único. REVOGADO.
da função jurisdicional do Estado, (Revogado pela Emenda
com atribuições, entre outras Constitucional nº 001, de 27.06.91)
fixadas em lei, de exercer as
§ 1º O cargo de delegado de polícia
funções de polícia judiciária e a
constitui uma das carreiras
apuração de infrações penais,
jurídicas do Poder Executivo do
exceto as militares.
Estado e será estruturado em
§ 1º A Polícia Civil será dirigida pelo quadro próprio. (Redação dada pela
Delegado-Geral, nomeado pelo Emenda Constitucional nº 27 de
Governador do Estado, dentre os 17.12.08)
delegados de polícia de carreira,
§ 2º A realização de concurso
nos termos da lei complementar.
público de provas e títulos e o
§ 2º O Estado criará e manterá uma respectivo provimento dos cargos
academia especializada de polícia de delegados de polícia dependerão
civil, a que compete o treinamento de planejamento do Poder
e a reciclagem de policiais civis de Executivo e serão efetuados de
carreira. acordo com as disponibilidades
orçamentárias do Estado. (redação
Art. 160. O Estatuto da Polícia
dada pela Emenda Constitucional
Civil disporá sobre:
nº 27 de 17.12.08)
I - o ingresso na classe inicial de
delegado de polícia de carreira,
Art. 160-A. É vedada a vinculação Estado, devendo seguir as políticas
ou equiparação de remuneração ou e diretrizes baixadas pela
subsídio entre as carreiras jurídicas autoridade competente, na
do Poder Executivo e entre estas e execução das atribuições que lhes
as demais carreiras jurídicas. são próprias.
(redação dada pela Emenda
Constitucional nº 27 de 17.12.08)

CAPÍTULO III

DA POLÍCIA MILITAR E DO
CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR

Art. 161. À Polícia Militar cabe o


policiamento ostensivo e a
preservação da ordem pública; ao
Corpo de Bombeiros Militar, além
das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades
de defesa civil.

Art. 162. Os comandos da Polícia


Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar serão exercidos, em
princípio, por oficial da ativa do
último posto da própria
corporação, nomeado por ato do
Governador, observada a formação
profissional para o exercício do
comando.

Parágrafo único. Os Comandos da


Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar podem ser
exercidos, excepcionalmente, por
oficial do Exército cujo nome tenha
prévia aprovação de seu Ministério.

Art. 163. A Polícia Militar e o


Corpo de Bombeiros Militar estão
vinculados, operacionalmente, ao
sistema de segurança pública do
Código Penal Brasileiro: Art. 3º - A lei excepcional ou
Da aplicação da lei penal; Do crime; temporária, embora decorrido o
Da Imputabilidade Penal; Das período de sua duração ou
penas; Dos crimes contra a pessoa; cessadas as circunstâncias que a
Dos crimes contra o patrimônio. determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua
vigência. (Redação dada pela Lei
Da aplicação da lei penal. nº 7.209, de 1984)

Tempo do crime

PARTE GERAL Art. 4º - Considera-se


TÍTULO I praticado o crime no momento da
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do
Anterioridade da Lei
resultado.(Redação dada pela Lei nº
Art. 1º - Não há crime sem lei 7.209, de 1984)
anterior que o defina. Não há pena
Territorialidade
sem prévia cominação
legal. (Redação dada pela Lei nº Art. 5º - Aplica-se a lei
7.209, de 11.7.1984) brasileira, sem prejuízo de
Lei penal no tempo convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime
Art. 2º - Ninguém pode ser cometido no território
punido por fato que lei posterior nacional. (Redação dada pela Lei nº
deixa de considerar crime, cessando 7.209, de 1984)
em virtude dela a execução e os
§ 1º - Para os efeitos penais,
efeitos penais da sentença
consideram-se como extensão do
condenatória. (Redação dada pela
território nacional as embarcações
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
e aeronaves brasileiras, de natureza
Parágrafo único - A lei pública ou a serviço do governo
posterior, que de qualquer modo brasileiro onde quer que se
favorecer o agente, aplica-se aos encontrem, bem como as aeronaves
fatos anteriores, ainda que e as embarcações brasileiras,
decididos por sentença mercantes ou de propriedade
condenatória transitada em privada, que se achem,
julgado. (Redação dada pela Lei nº respectivamente, no espaço aéreo
7.209, de 11.7.1984) correspondente ou em alto-
mar. (Redação dada pela Lei nº
Lei excepcional ou
7.209, de 1984)
temporária (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) § 2º - É também aplicável a lei
brasileira aos crimes praticados a
bordo de aeronaves ou c) contra a administração
embarcações estrangeiras de pública, por quem está a seu
propriedade privada, achando-se serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209,
aquelas em pouso no território de 1984)
nacional ou em vôo no espaço aéreo
d) de genocídio, quando o
correspondente, e estas em porto
agente for brasileiro ou domiciliado
ou mar territorial do
no Brasil; (Incluído pela Lei nº
Brasil.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada
Lugar do crime (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) que, por tratado ou
Art. 6º - Considera-se convenção, o Brasil se obrigou a
praticado o crime no lugar em que reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209,
ocorreu a ação ou omissão, no todo de 1984)
ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o b) praticados por
resultado.(Redação dada pela Lei nº brasileiro; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984) 7.209, de 1984)

Extraterritorialidade (Redação c) praticados em aeronaves ou


dada pela Lei nº 7.209, de 1984) embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, quando
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei em território estrangeiro e aí não
brasileira, embora cometidos no sejam julgados. (Incluído pela Lei nº
estrangeiro: (Redação dada pela Lei 7.209, de 1984)
nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o
I - os crimes: (Redação dada agente é punido segundo a lei
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.(Incluído
a) contra a vida ou a liberdade
pela Lei nº 7.209, de 1984)
do Presidente da
República; (Incluído pela Lei nº § 2º - Nos casos do inciso II, a
7.209, de 1984) aplicação da lei brasileira depende
do concurso das seguintes
b) contra o patrimônio ou a fé
condições: (Incluído pela Lei nº
pública da União, do Distrito
7.209, de 1984)
Federal, de Estado, de Território,
de Município, de empresa pública, a) entrar o agente no território
sociedade de economia mista, nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209,
autarquia ou fundação instituída de 1984)
pelo Poder Público; (Incluído pela
b) ser o fato punível também
Lei nº 7.209, de 1984)
no país em que foi
praticado; (Incluído pela Lei nº Eficácia de sentença
7.209, de 1984) estrangeira (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
c) estar o crime incluído entre
aqueles pelos quais a lei brasileira Art. 9º - A sentença
autoriza a extradição; (Incluído estrangeira, quando a aplicação da
pela Lei nº 7.209, de 1984) lei brasileira produz na espécie as
d) não ter sido o agente mesmas conseqüências, pode ser
absolvido no estrangeiro ou não ter homologada no Brasil
aí cumprido a pena; (Incluído pela para: (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 7.209, de 1984) 7.209, de 11.7.1984)

e) não ter sido o agente I - obrigar o condenado à


perdoado no estrangeiro ou, por reparação do dano, a restituições e
outro motivo, não estar extinta a a outros efeitos civis; (Incluído
punibilidade, segundo a lei mais pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
favorável. (Incluído pela Lei nº II - sujeitá-lo a medida de
7.209, de 1984) segurança.(Incluído pela Lei nº
§ 3º - A lei brasileira aplica-se 7.209, de 11.7.1984)
também ao crime cometido por Parágrafo único - A
estrangeiro contra brasileiro fora homologação depende: (Incluído
do Brasil, se, reunidas as condições pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
previstas no parágrafo
anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, a) para os efeitos previstos no
de 1984) inciso I, de pedido da parte
interessada; (Incluído pela Lei nº
a) não foi pedida ou foi negada 7.209, de 11.7.1984)
a extradição; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984) b) para os outros efeitos, da
existência de tratado de extradição
b) houve requisição do com o país de cuja autoridade
Ministro da Justiça. (Incluído pela judiciária emanou a sentença, ou,
Lei nº 7.209, de 1984) na falta de tratado, de requisição
Pena cumprida no do Ministro da Justiça. (Incluído
estrangeiro (Redação dada pela Lei pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984) Contagem de prazo (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no
estrangeiro atenua a pena imposta Art. 10 - O dia do começo
no Brasil pelo mesmo crime, quando inclui-se no cômputo do prazo.
diversas, ou nela é computada, Contam-se os dias, os meses e os
quando idênticas. (Redação dada anos pelo calendário
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) comum. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Frações não computáveis da exclui a imputação quando, por si
pena (Redação dada pela Lei nº só, produziu o resultado; os fatos
7.209, de 11.7.1984) anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Incluído pela
Art. 11 - Desprezam-se, nas Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
penas privativas de liberdade e nas
restritivas de direitos, as frações de Relevância da
dia, e, na pena de multa, as frações omissão (Incluído pela Lei nº 7.209,
de cruzeiro. (Redação dada pela Lei de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente
Legislação especial (Incluída relevante quando o omitente devia
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) e podia agir para evitar o resultado.
O dever de agir incumbe a
Art. 12 - As regras gerais deste quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de
Código aplicam-se aos fatos 11.7.1984)
incriminados por lei especial, se esta
a) tenha por lei obrigação de
não dispuser de modo
cuidado, proteção ou
diverso. (Redação dada pela Lei nº
vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)

b) de outra forma, assumiu a


Do crime. responsabilidade de impedir o
resultado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
TÍTULO II c) com seu comportamento
DO CRIME anterior, criou o risco da
Relação de ocorrência do resultado. (Incluído
causalidade (Redação dada pela Lei pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 14 - Diz-se o
Art. 13 - O resultado, de que crime: (Redação dada pela Lei nº
depende a existência do crime, 7.209, de 11.7.1984)
somente é imputável a quem lhe deu Crime consumado (Incluído
causa. Considera-se causa a ação pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido. (Redação dada I - consumado, quando nele se
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) reúnem todos os elementos de sua
definição legal; (Incluído pela Lei nº
Superveniência de causa 7.209, de 11.7.1984)
independente (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Tentativa (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de
causa relativamente independente
II - tentado, quando, iniciada a Art. 17 - Não se pune a
execução, não se consuma por tentativa quando, por ineficácia
circunstâncias alheias à vontade do absoluta do meio ou por absoluta
agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, impropriedade do objeto, é
de 11.7.1984) impossível consumar-se o
Pena de tentativa (Incluído crime.(Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Salvo Art. 18 - Diz-se o


disposição em contrário, pune-se a crime: (Redação dada pela Lei nº
tentativa com a pena 7.209, de 11.7.1984)
correspondente ao crime
Crime doloso (Incluído pela
consumado, diminuída de um a dois
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
terços.(Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente
quis o resultado ou assumiu o risco
Desistência voluntária e
de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº
arrependimento eficaz (Redação
7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela
Art. 15 - O agente que, Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede II - culposo, quando o agente
que o resultado se produza, só deu causa ao resultado por
responde pelos atos já imprudência, negligência ou
praticados.(Redação dada pela Lei imperícia. (Incluído pela Lei nº
nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento Parágrafo único - Salvo os


posterior (Redação dada pela Lei nº casos expressos em lei, ninguém
7.209, de 11.7.1984) pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica
Art. 16 - Nos crimes cometidos dolosamente. (Incluído pela Lei nº
sem violência ou grave ameaça à 7.209, de 11.7.1984)
pessoa, reparado o dano ou
Agravação pelo
restituída a coisa, até o
resultado (Redação dada pela Lei nº
recebimento da denúncia ou da
7.209, de 11.7.1984)
queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um Art. 19 - Pelo resultado que
a dois terços. (Redação dada pela agrava especialmente a pena, só
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) responde o agente que o houver
Crime impossível (Redação causado ao menos
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) culposamente.(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre elementos do Erro sobre a ilicitude do
tipo (Redação dada pela Lei nº fato (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)

Art. 20 - O erro sobre Art. 21 - O desconhecimento


elemento constitutivo do tipo legal da lei é inescusável. O erro sobre a
de crime exclui o dolo, mas permite ilicitude do fato, se inevitável,
a punição por crime culposo, se isenta de pena; se evitável, poderá
previsto em lei. (Redação dada pela diminuí-la de um sexto a um
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) terço. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes
putativas (Incluído pela Lei nº Parágrafo único - Considera-se
7.209, de 11.7.1984) evitável o erro se o agente atua ou
se omite sem a consciência da
§ 1º - É isento de pena quem,
ilicitude do fato, quando lhe era
por erro plenamente justificado
possível, nas circunstâncias, ter ou
pelas circunstâncias, supõe
atingir essa consciência. (Redação
situação de fato que, se existisse,
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
tornaria a ação legítima. Não há
isenção de pena quando o erro Coação irresistível e
deriva de culpa e o fato é punível obediência hierárquica (Redação
como crime culposo.(Redação dada dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido
Erro determinado por sob coação irresistível ou em
terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, estrita obediência a ordem, não
de 11.7.1984) manifestamente ilegal, de superior
§ 2º - Responde pelo crime o hierárquico, só é punível o autor da
terceiro que determina o coação ou da ordem. (Redação
erro. (Redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) Exclusão de
Erro sobre a pessoa (Incluído ilicitude (Redação dada pela
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - O erro quanto à pessoa Art. 23 - Não há crime quando


contra a qual o crime é praticado o agente pratica o
não isenta de pena. Não se fato: (Redação dada pela Lei
consideram, neste caso, as nº 7.209, de 11.7.1984)
condições ou qualidades da vítima,
I - em estado de
senão as da pessoa contra quem o
necessidade; (Incluído pela Lei
agente queria praticar o
nº 7.209, de 11.7.1984)
crime. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
II - em legítima Art. 25 - Entende-se em
defesa; (Incluído pela Lei nº legítima defesa quem, usando
7.209, de 11.7.1984) moderadamente dos meios
III - em estrito cumprimento de necessários, repele injusta agressão,
dever legal ou no exercício regular atual ou iminente, a direito seu ou
de direito. (Incluído pela Lei nº de outrem. (Redação dada pela
7.209, de 11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído Parágrafo único. Observados


pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) os requisitos previstos
no caput deste artigo, considera-se
Parágrafo único - O agente, em também em legítima defesa o agente
qualquer das hipóteses deste de segurança pública que repele
artigo, responderá pelo excesso agressão ou risco de agressão a
doloso ou culposo. (Incluído vítima mantida refém durante a
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) prática de crimes. (Incluído
Estado de necessidade pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 24 - Considera-se em
estado de necessidade quem Da Imputabilidade Penal.
pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo TÍTULO III
evitar, direito próprio ou alheio, DA IMPUTABILIDADE PENAL
cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir- Inimputáveis
se. (Redação dada pela Lei nº
Art. 26 - É isento de pena o
7.209, de 11.7.1984)
agente que, por doença mental ou
§ 1º - Não pode alegar estado desenvolvimento mental incompleto
de necessidade quem tinha o dever ou retardado, era, ao tempo da
legal de enfrentar o ação ou da omissão, inteiramente
perigo. (Redação dada pela Lei incapaz de entender o caráter
nº 7.209, de 11.7.1984) ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse
§ 2º - Embora seja razoável
entendimento. (Redação dada
exigir-se o sacrifício do direito
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois Redução de pena
terços. (Redação dada pela Lei
Parágrafo único - A pena pode
nº 7.209, de 11.7.1984)
ser reduzida de um a dois terços, se
Legítima defesa o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou
por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era caso fortuito ou força maior, não
inteiramente capaz de entender o possuía, ao tempo da ação ou da
caráter ilícito do fato ou de omissão, a plena capacidade de
determinar-se de acordo com esse entender o caráter ilícito do fato
entendimento. (Redação dada ou de determinar-se de acordo com
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) esse entendimento. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18
(dezoito) anos são penalmente Das penas.
inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação
especial. (Redação dada pela TÍTULO V
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) DAS PENAS

Emoção e paixão CAPÍTULO I


DAS ESPÉCIES DE PENA
Art. 28 - Não excluem a
imputabilidade penal: (Redação Art. 32 - As penas
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) são: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a
paixão; (Redação dada pela Lei I - privativas de liberdade;
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - restritivas de direitos;
Embriaguez
III - de multa.
II - a embriaguez, voluntária ou
SEÇÃO I
culposa, pelo álcool ou substância
DAS PENAS PRIVATIVAS DE
de efeitos análogos. (Redação
LIBERDADE
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Reclusão e detenção
§ 1º - É isento de pena o agente
que, por embriaguez completa, Art. 33 - A pena de reclusão
proveniente de caso fortuito ou deve ser cumprida em regime
força maior, era, ao tempo da ação fechado, semi-aberto ou aberto. A
ou da omissão, inteiramente incapaz de detenção, em regime semi-
de entender o caráter ilícito do aberto, ou aberto, salvo
fato ou de determinar-se de acordo necessidade de transferência a
com esse regime fechado. (Redação dada
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação
§ 2º - A pena pode ser reduzida dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de um a dois terços, se o agente,
por embriaguez, proveniente de
a) regime fechado a execução a progressão de regime do
da pena em estabelecimento de cumprimento da pena condicionada
segurança máxima ou média; à reparação do dano que causou,
ou à devolução do produto do
b) regime semi-aberto a
ilícito praticado, com os acréscimos
execução da pena em colônia
legais. (Incluído pela Lei nº 10.763,
agrícola, industrial ou
de 12.11.2003)
estabelecimento similar;
Regras do regime fechado
c) regime aberto a execução
da pena em casa de albergado ou Art. 34 - O condenado será
estabelecimento adequado. submetido, no início do
§ 2º - As penas privativas de cumprimento da pena, a exame
liberdade deverão ser executadas criminológico de classificação para
em forma progressiva, segundo o individualização da
mérito do condenado, observados execução. (Redação dada pela Lei
os seguintes critérios e ressalvadas nº 7.209, de 11.7.1984)
as hipóteses de transferência a § 1º - O condenado fica sujeito
regime mais rigoroso: (Redação a trabalho no período diurno e a
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) isolamento durante o repouso
a) o condenado a pena superior noturno. (Redação dada pela Lei nº
a 8 (oito) anos deverá começar a 7.209, de 11.7.1984)
cumpri-la em regime fechado; § 2º - O trabalho será em
b) o condenado não comum dentro do estabelecimento,
reincidente, cuja pena seja superior na conformidade das aptidões ou
a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 ocupações anteriores do
(oito), poderá, desde o princípio, condenado, desde que compatíveis
cumpri-la em regime semi-aberto; com a execução da pena.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) o condenado não
reincidente, cuja pena seja igual ou § 3º - O trabalho externo é
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, admissível, no regime fechado, em
desde o início, cumpri-la em regime serviços ou obras
aberto. públicas. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A determinação do
regime inicial de cumprimento da Regras do regime semi-aberto
pena far-se-á com observância dos
Art. 35 - Aplica-se a norma do
critérios previstos no art. 59 deste
art. 34 deste Código, caput, ao
Código.(Redação dada pela Lei nº
condenado que inicie o
7.209, de 11.7.1984)
cumprimento da pena em regime
§ 4o O condenado por crime semi-aberto. (Redação dada pela Lei
contra a administração pública terá nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito inerentes à sua condição pessoal,
a trabalho em comum durante o bem como, no que couber, o
período diurno, em colônia agrícola, disposto neste Capítulo. (Redação
industrial ou estabelecimento dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
similar. (Redação dada pela Lei nº
Direitos do preso
7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho externo é Art. 38 - O preso conserva


admissível, bem como a freqüência todos os direitos não atingidos pela
a cursos supletivos perda da liberdade, impondo-se a
profissionalizantes, de instrução de todas as autoridades o respeito à
segundo grau ou superior. (Redação sua integridade física e
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) moral. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Regras do regime aberto
Trabalho do preso
Art. 36 - O regime aberto
baseia-se na autodisciplina e senso Art. 39 - O trabalho do preso
de responsabilidade do será sempre remunerado, sendo-lhe
condenado. (Redação dada pela Lei garantidos os benefícios da
nº 7.209, de 11.7.1984) Previdência Social. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado deverá,
fora do estabelecimento e sem Legislação especial
vigilância, trabalhar, freqüentar
Art. 40 - A legislação especial
curso ou exercer outra atividade
regulará a matéria prevista nos arts.
autorizada, permanecendo
38 e 39 deste Código, bem como
recolhido durante o período
especificará os deveres e direitos
noturno e nos dias de
do preso, os critérios para
folga. (Redação dada pela Lei nº
revogação e transferência dos
7.209, de 11.7.1984)
regimes e estabelecerá as infrações
§ 2º - O condenado será disciplinares e correspondentes
transferido do regime aberto, se sanções. (Redação dada pela Lei nº
praticar fato definido como crime 7.209, de 11.7.1984)
doloso, se frustrar os fins da
Superveniência de doença
execução ou se, podendo, não
mental
pagar a multa cumulativamente
aplicada. (Redação dada pela Lei nº Art. 41 - O condenado a quem
7.209, de 11.7.1984) sobrevém doença mental deve ser
Regime especial recolhido a hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico ou, à falta,
Art. 37 - As mulheres cumprem a outro estabelecimento
pena em estabelecimento próprio, adequado. (Redação dada pela Lei
observando-se os deveres e direitos nº 7.209, de 11.7.1984)
Detração Art. 44. As penas restritivas de
direitos são autônomas e
Art. 42 - Computam-se, na substituem as privativas de
pena privativa de liberdade e na liberdade, quando: (Redação dada
medida de segurança, o tempo de pela Lei nº 9.714, de 1998)
prisão provisória, no Brasil ou no
estrangeiro, o de prisão I – aplicada pena privativa de
administrativa e o de internação em liberdade não superior a quatro
qualquer dos estabelecimentos anos e o crime não for cometido
referidos no artigo com violência ou grave ameaça à
anterior. (Redação dada pela Lei nº pessoa ou, qualquer que seja a pena
7.209, de 11.7.1984) aplicada, se o crime for
culposo;(Redação dada pela Lei nº
SEÇÃO II 9.714, de 1998)
DAS PENAS RESTRITIVAS DE
DIREITOS II – o réu não for reincidente
em crime doloso; (Redação dada
Penas restritivas de direitos pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 43. As penas restritivas III – a culpabilidade, os
de direitos são: (Redação dada pela antecedentes, a conduta social e a
Lei nº 9.714, de 1998) personalidade do condenado, bem
I - prestação como os motivos e as circunstâncias
pecuniária; (Incluído pela Lei nº indicarem que essa substituição
9.714, de 1998) seja suficiente. (Redação dada pela
Lei nº 9.714, de 1998)
II - perda de bens e
valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, § 1o (VETADO) (Incluído pela
de 1998) Lei nº 9.714, de 1998)

III - limitação de fim de § 2o Na condenação igual ou


semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, inferior a um ano, a substituição
de 1984) pode ser feita por multa ou por uma
pena restritiva de direitos; se
IV - prestação de serviço à superior a um ano, a pena privativa
comunidade ou a entidades de liberdade pode ser substituída
públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, por uma pena restritiva de direitos
de 25.11.1998) e multa ou por duas restritivas de
V - interdição temporária de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714,
direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
de 25.11.1998) § 3o Se o condenado for
VI - limitação de fim de reincidente, o juiz poderá aplicar a
semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, substituição, desde que, em face de
de 25.11.1998) condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a
reincidência não se tenha operado 360 (trezentos e sessenta) salários
em virtude da prática do mesmo mínimos. O valor pago será
crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de deduzido do montante de eventual
1998) condenação em ação de reparação
civil, se coincidentes os
§ 4o A pena restritiva de
beneficiários. (Incluído pela Lei nº
direitos converte-se em privativa de
9.714, de 1998)
liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da § 2o No caso do parágrafo
restrição imposta. No cálculo da anterior, se houver aceitação do
pena privativa de liberdade a beneficiário, a prestação pecuniária
executar será deduzido o tempo pode consistir em prestação de
cumprido da pena restritiva de outra natureza. (Incluído pela Lei
direitos, respeitado o saldo mínimo nº 9.714, de 1998)
de trinta dias de detenção ou
§ 3o A perda de bens e valores
reclusão. (Incluído pela Lei nº
pertencentes aos condenados dar-
9.714, de 1998)
se-á, ressalvada a legislação
§ 5o Sobrevindo condenação a especial, em favor do Fundo
pena privativa de liberdade, por Penitenciário Nacional, e seu valor
outro crime, o juiz da execução terá como teto – o que for maior –
penal decidirá sobre a conversão, o montante do prejuízo causado ou
podendo deixar de aplicá-la se for do provento obtido pelo agente ou
possível ao condenado cumprir a por terceiro, em conseqüência da
pena substitutiva prática do crime. (Incluído pela Lei
anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, nº 9.714, de 1998)
de 1998)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela
Conversão das penas Lei nº 9.714, de 1998)
restritivas de direitos
Prestação de serviços à
Art. 45. Na aplicação da comunidade ou a entidades públicas
substituição prevista no artigo
Art. 46. A prestação de
anterior, proceder-se-á na forma
serviços à comunidade ou a
deste e dos arts. 46, 47 e
entidades públicas é aplicável às
48. (Redação dada pela Lei nº 9.714,
condenações superiores a seis
de 1998)
meses de privação da
§ 1o A prestação pecuniária liberdade. (Redação dada pela Lei
consiste no pagamento em dinheiro nº 9.714, de 1998)
à vítima, a seus dependentes ou a
§ 1o A prestação de serviços à
entidade pública ou privada com
comunidade ou a entidades públicas
destinação social, de importância
consiste na atribuição de tarefas
fixada pelo juiz, não inferior a 1
gratuitas ao condenado. (Incluído
(um) salário mínimo nem superior a
pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o A prestação de serviço à de licença ou autorização do poder
comunidade dar-se-á em entidades público;(Redação dada pela Lei nº
assistenciais, hospitais, escolas, 7.209, de 11.7.1984)
orfanatos e outros
III - suspensão de autorização
estabelecimentos congêneres, em
ou de habilitação para dirigir
programas comunitários ou
veículo. (Redação dada pela Lei nº
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714,
7.209, de 11.7.1984)
de 1998)
IV – proibição de freqüentar
§ 3o As tarefas a que se refere
determinados lugares. (Incluído pela
o § 1o serão atribuídas conforme as
Lei nº 9.714, de 1998)
aptidões do condenado, devendo
ser cumpridas à razão de uma hora V - proibição de inscrever-se
de tarefa por dia de condenação, em concurso, avaliação ou exame
fixadas de modo a não prejudicar a públicos. (Incluído pela Lei nº
jornada normal de 12.550, de 2011)
trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714,
Limitação de fim de semana
de 1998)

§ 4o Se a pena substituída for Art. 48 - A limitação de fim de


superior a um ano, é facultado ao semana consiste na obrigação de
condenado cumprir a pena permanecer, aos sábados e
substitutiva em menor tempo (art. domingos, por 5 (cinco) horas
55), nunca inferior à metade da pena diárias, em casa de albergado ou
privativa de liberdade outro estabelecimento
fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, adequado. (Redação dada pela Lei
de 1998) nº 7.209, de 11.7.1984)

Interdição temporária de Parágrafo único - Durante a


direitos (Redação dada pela Lei nº permanência poderão ser
7.209, de 11.7.1984) ministrados ao condenado cursos e
palestras ou atribuídas atividades
Art. 47 - As penas de educativas.(Redação dada pela Lei
interdição temporária de direitos nº 7.209, de 11.7.1984)
são: (Redação dada pela Lei nº
SEÇÃO III
7.209, de 11.7.1984)
DA PENA DE MULTA
I - proibição do exercício de
Multa
cargo, função ou atividade pública,
bem como de mandato Art. 49 - A pena de multa
eletivo; (Redação dada pela Lei nº consiste no pagamento ao fundo
7.209, de 11.7.1984) penitenciário da quantia fixada na
II - proibição do exercício de sentença e calculada em dias-multa.
profissão, atividade ou ofício que Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no
dependam de habilitação especial, máximo, de 360 (trezentos e
sessenta) dias-multa. (Redação dada § 2º - O desconto não deve
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) incidir sobre os recursos
indispensáveis ao sustento do
§ 1º - O valor do dia-multa será
condenado e de sua
fixado pelo juiz não podendo ser
família. (Incluído pela Lei nº
inferior a um trigésimo do maior
7.209, de 11.7.1984)
salário mínimo mensal vigente ao
tempo do fato, nem superior a 5 Conversão da Multa e
(cinco) vezes esse salário. (Redação revogação (Redação dada pela
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será Art. 51. Transitada em julgado


atualizado, quando da execução, a sentença condenatória, a multa
pelos índices de correção será executada perante o juiz da
monetária. (Redação dada pela Lei execução penal e será considerada
nº 7.209, de 11.7.1984) dívida de valor, aplicáveis as normas
relativas à dívida ativa da Fazenda
Pagamento da multa
Pública, inclusive no que concerne
Art. 50 - A multa deve ser às causas interruptivas e
paga dentro de 10 (dez) dias depois suspensivas da
de transitada em julgado a prescrição. (Redação dada
sentença. A requerimento do pela Lei nº 13.964, de 2019)
condenado e conforme as
§ 1º - (Revogado pela Lei
circunstâncias, o juiz pode permitir
nº 9.268, de 1º.4.1996)
que o pagamento se realize em
parcelas mensais. (Redação § 2º - (Revogado pela Lei
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) nº 9.268, de 1º.4.1996)

§ 1º - A cobrança da multa Suspensão da execução da


pode efetuar-se mediante desconto multa
no vencimento ou salário do
condenado quando: (Incluído Art. 52 - É suspensa a
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença
a) aplicada mental. (Redação dada pela Lei
isoladamente; (Incluído pela nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
CAPÍTULO II
b) aplicada cumulativamente DA COMINAÇÃO DAS PENAS
com pena restritiva de
direitos; (Incluído pela Lei nº Penas privativas de liberdade
7.209, de 11.7.1984)
Art. 53 - As penas privativas
c) concedida a suspensão de liberdade têm seus limites
condicional da pena. (Incluído estabelecidos na sanção
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) correspondente a cada tipo legal de
crime. (Redação dada pela Lei parágrafos deste Código.(Redação
nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Penas restritivas de direitos Parágrafo único - A multa


prevista no parágrafo único do art.
Art. 54 - As penas restritivas 44 e no § 2º do art. 60 deste Código
de direitos são aplicáveis, aplica-se independentemente de
independentemente de cominação cominação na parte
na parte especial, em substituição à especial. (Redação dada pela Lei nº
pena privativa de liberdade, fixada 7.209, de 11.7.1984)
em quantidade inferior a 1 (um) ano,
ou nos crimes culposos. (Redação CAPÍTULO III
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 55. As penas restritivas Fixação da pena

de direitos referidas nos incisos Art. 59 - O juiz, atendendo à


III, IV, V e VI do art. 43 terão a culpabilidade, aos antecedentes, à
mesma duração da pena privativa conduta social, à personalidade do
de liberdade substituída, agente, aos motivos, às
ressalvado o disposto no § 4o do circunstâncias e conseqüências do
art. 46. (Redação dada pela Lei nº crime, bem como ao
9.714, de 1998) comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja
Art. 56 - As penas de necessário e suficiente para
interdição, previstas nos incisos I e reprovação e prevenção do
II do art. 47 deste Código, aplicam- crime: (Redação dada pela Lei nº
se para todo o crime cometido no 7.209, de 11.7.1984)
exercício de profissão, atividade,
I - as penas aplicáveis dentre as
ofício, cargo ou função, sempre
cominadas;(Redação dada pela Lei
que houver violação dos deveres
nº 7.209, de 11.7.1984)
que lhes são inerentes. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena
aplicável, dentro dos limites
Art. 57 - A pena de
previstos;(Redação dada pela Lei nº
interdição, prevista no inciso III do
7.209, de 11.7.1984)
art. 47 deste Código, aplica-se aos
crimes culposos de III - o regime inicial de
trânsito. (Redação dada pela Lei nº cumprimento da pena privativa de
7.209, de 11.7.1984) liberdade;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Pena de multa
IV - a substituição da pena
Art. 58 - A multa, prevista em privativa da liberdade aplicada, por
cada tipo legal de crime, tem os outra espécie de pena, se
limites fixados no art. 49 e seus
cabível. (Redação dada pela Lei nº b) para facilitar ou assegurar a
7.209, de 11.7.1984) execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro
Critérios especiais da pena de
crime;
multa
c) à traição, de emboscada, ou
Art. 60 - Na fixação da pena
mediante dissimulação, ou outro
de multa o juiz deve atender,
recurso que dificultou ou tornou
principalmente, à situação
impossível a defesa do ofendido;
econômica do réu. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) d) com emprego de veneno,
fogo, explosivo, tortura ou outro
§ 1º - A multa pode ser
meio insidioso ou cruel, ou de que
aumentada até o triplo, se o juiz
podia resultar perigo comum;
considerar que, em virtude da
situação econômica do réu, é e) contra ascendente,
ineficaz, embora aplicada no descendente, irmão ou cônjuge;
máximo. (Redação dada pela Lei nº
f) com abuso de autoridade ou
7.209, de 11.7.1984)
prevalecendo-se de relações
Multa substitutiva domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência
§ 2º - A pena privativa de
contra a mulher na forma da lei
liberdade aplicada, não superior a 6
específica; (Redação dada pela Lei
(seis) meses, pode ser substituída
nº 11.340, de 2006)
pela de multa, observados os
critérios dos incisos II e III do art. g) com abuso de poder ou
44 deste Código.(Redação dada pela violação de dever inerente a cargo,
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ofício, ministério ou profissão;

Circunstâncias agravantes h) contra criança, maior de 60


(sessenta) anos, enfermo ou mulher
Art. 61 - São circunstâncias
grávida; (Redação dada pela Lei nº
que sempre agravam a pena, quando
10.741, de 2003)
não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº i) quando o ofendido estava
7.209, de 11.7.1984) sob a imediata proteção da
autoridade;
I - a reincidência; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) j) em ocasião de incêndio,
naufrágio, inundação ou qualquer
II - ter o agente cometido o
calamidade pública, ou de desgraça
crime: (Redação dada pela Lei nº
particular do ofendido;
7.209, de 11.7.1984)
l) em estado de embriaguez
a) por motivo fútil ou torpe;
preordenada.
Agravantes no caso de I - não prevalece a condenação
concurso de pessoas anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e
Art. 62 - A pena será ainda
a infração posterior tiver decorrido
agravada em relação ao agente
período de tempo superior a 5
que: (Redação dada pela Lei nº
(cinco) anos, computado o período
7.209, de 11.7.1984)
de prova da suspensão ou do
I - promove, ou organiza a livramento condicional, se não
cooperação no crime ou dirige a ocorrer revogação; (Redação dada
atividade dos demais pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
agentes; (Redação dada pela Lei nº
II - não se consideram os
7.209, de 11.7.1984)
crimes militares próprios e
II - coage ou induz outrem à políticos.(Redação dada pela Lei nº
execução material do 7.209, de 11.7.1984)
crime; (Redação dada pela Lei nº
Circunstâncias atenuantes
7.209, de 11.7.1984)
Art. 65 - São circunstâncias
III - instiga ou determina a
que sempre atenuam a
cometer o crime alguém sujeito à
pena: (Redação dada pela Lei nº
sua autoridade ou não-punível em
7.209, de 11.7.1984)
virtude de condição ou qualidade
pessoal; (Redação dada pela Lei nº I - ser o agente menor de 21
7.209, de 11.7.1984) (vinte e um), na data do fato, ou
maior de 70 (setenta) anos, na data
IV - executa o crime, ou nele
da sentença; (Redação dada pela
participa, mediante paga ou
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
promessa de recompensa.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - o desconhecimento da
lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Reincidência
de 11.7.1984)
Art. 63 - Verifica-se a
III - ter o agente:(Redação
reincidência quando o agente
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença a) cometido o crime por motivo
que, no País ou no estrangeiro, o de relevante valor social ou moral;
tenha condenado por crime
b) procurado, por sua
anterior. (Redação dada pela Lei nº
espontânea vontade e com
7.209, de 11.7.1984)
eficiência, logo após o crime, evitar-
Art. 64 - Para efeito de lhe ou minorar-lhe as
reincidência: (Redação dada pela conseqüências, ou ter, antes do
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob diminuição e de aumento. (Redação
coação a que podia resistir, ou em dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
cumprimento de ordem de
Parágrafo único - No concurso
autoridade superior, ou sob a
de causas de aumento ou de
influência de violenta emoção,
diminuição previstas na parte
provocada por ato injusto da
especial, pode o juiz limitar-se a um
vítima;
só aumento ou a uma só diminuição,
d) confessado prevalecendo, todavia, a causa que
espontaneamente, perante a mais aumente ou diminua.(Redação
autoridade, a autoria do crime; dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

e) cometido o crime sob a Concurso material


influência de multidão em tumulto,
Art. 69 - Quando o agente,
se não o provocou.
mediante mais de uma ação ou
Art. 66 - A pena poderá ser omissão, pratica dois ou mais
ainda atenuada em razão de crimes, idênticos ou não, aplicam-se
circunstância relevante, anterior ou cumulativamente as penas privativas
posterior ao crime, embora não de liberdade em que haja incorrido.
prevista expressamente em No caso de aplicação cumulativa de
lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, penas de reclusão e de detenção,
de 11.7.1984) executa-se primeiro
aquela. (Redação dada pela Lei nº
Concurso de circunstâncias
7.209, de 11.7.1984)
agravantes e atenuantes
§ 1º - Na hipótese deste artigo,
Art. 67 - No concurso de
quando ao agente tiver sido
agravantes e atenuantes, a pena
aplicada pena privativa de
deve aproximar-se do limite
liberdade, não suspensa, por um dos
indicado pelas circunstâncias
crimes, para os demais será
preponderantes, entendendo-se
incabível a substituição de que
como tais as que resultam dos
trata o art. 44 deste
motivos determinantes do crime, da
Código. (Redação dada pela Lei nº
personalidade do agente e da
7.209, de 11.7.1984)
reincidência. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Quando forem aplicadas
penas restritivas de direitos, o
Cálculo da pena
condenado cumprirá
Art. 68 - A pena-base será simultaneamente as que forem
fixada atendendo-se ao critério do compatíveis entre si e
art. 59 deste Código; em seguida sucessivamente as demais. (Redação
serão consideradas as dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
circunstâncias atenuantes e
Concurso formal
agravantes; por último, as causas de
Art. 70 - Quando o agente, personalidade do agente, bem como
mediante uma só ação ou omissão, os motivos e as circunstâncias,
pratica dois ou mais crimes, aumentar a pena de um só dos
idênticos ou não, aplica-se-lhe a crimes, se idênticas, ou a mais
mais grave das penas cabíveis ou, se grave, se diversas, até o triplo,
iguais, somente uma delas, mas observadas as regras do parágrafo
aumentada, em qualquer caso, de único do art. 70 e do art. 75 deste
um sexto até metade. As penas Código. (Redação dada pela Lei
aplicam-se, entretanto, nº 7.209, de 11.7.1984)
cumulativamente, se a ação ou
Multas no concurso de crimes
omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios Art. 72 - No concurso de
autônomos, consoante o disposto crimes, as penas de multa são
no artigo anterior.(Redação dada aplicadas distinta e
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) integralmente. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá
a pena exceder a que seria cabível Erro na execução
pela regra do art. 69 deste
Art. 73 - Quando, por acidente
Código. (Redação dada pela Lei nº
ou erro no uso dos meios de
7.209, de 11.7.1984)
execução, o agente, ao invés de
Crime continuado atingir a pessoa que pretendia
ofender, atinge pessoa diversa,
Art. 71 - Quando o agente,
responde como se tivesse praticado
mediante mais de uma ação ou
o crime contra aquela, atendendo-
omissão, pratica dois ou mais crimes
se ao disposto no § 3º do art. 20
da mesma espécie e, pelas
deste Código. No caso de ser
condições de tempo, lugar, maneira
também atingida a pessoa que o
de execução e outras semelhantes,
agente pretendia ofender, aplica-se
devem os subseqüentes ser havidos
a regra do art. 70 deste
como continuação do primeiro,
Código. (Redação dada pela Lei
aplica-se-lhe a pena de um só dos
nº 7.209, de 11.7.1984)
crimes, se idênticas, ou a mais
grave, se diversas, aumentada, em Resultado diverso do
qualquer caso, de um sexto a dois pretendido
terços. (Redação dada pela Lei
Art. 74 - Fora dos casos do
nº 7.209, de 11.7.1984)
artigo anterior, quando, por
Parágrafo único - Nos crimes acidente ou erro na execução do
dolosos, contra vítimas diferentes, crime, sobrevém resultado diverso
cometidos com violência ou grave do pretendido, o agente responde
ameaça à pessoa, poderá o juiz, por culpa, se o fato é previsto como
considerando a culpabilidade, os crime culposo; se ocorre também o
antecedentes, a conduta social e a resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 70 deste a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa,
Código. (Redação dada pela por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) que: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Limite das penas
I - o condenado não seja
Art. 75. O tempo de
reincidente em crime
cumprimento das penas privativas
doloso; (Redação dada pela Lei
de liberdade não pode ser superior
nº 7.209, de 11.7.1984)
a 40 (quarenta)
anos. (Redação dada pela Lei II - a culpabilidade, os
nº 13.964, de 2019) antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como
§ 1º Quando o agente for
os motivos e as circunstâncias
condenado a penas privativas de
autorizem a concessão do
liberdade cuja soma seja superior a
benefício; (Redação dada pela
40 (quarenta) anos, devem elas ser
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
unificadas para atender ao limite
máximo deste III - Não seja indicada ou
artigo. (Redação dada pela cabível a substituição prevista no
Lei nº 13.964, de 2019) art. 44 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Sobrevindo condenação
por fato posterior ao início do § 1º - A condenação anterior a
cumprimento da pena, far-se-á nova pena de multa não impede a
unificação, desprezando-se, para concessão do
esse fim, o período de pena já benefício. (Redação dada pela
cumprido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o A execução da pena
Concurso de infrações privativa de liberdade, não superior
a quatro anos, poderá ser suspensa,
Art. 76 - No concurso de
por quatro a seis anos, desde que o
infrações, executar-se-á
condenado seja maior de setenta
primeiramente a pena mais
anos de idade, ou razões de saúde
grave. (Redação dada pela Lei nº
justifiquem a
7.209, de 11.7.1984)
suspensão. (Redação dada pela
CAPÍTULO IV Lei nº 9.714, de 1998)
DA SUSPENSÃO
CONDICIONAL DA PENA Art. 78 - Durante o prazo da
suspensão, o condenado ficará
Requisitos da suspensão da sujeito à observação e ao
pena cumprimento das condições
Art. 77 - A execução da pena estabelecidas pelo juiz. (Redação
privativa de liberdade, não superior dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, direitos nem à multa. (Redação
deverá o condenado prestar dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
serviços à comunidade (art. 46) ou
Revogação obrigatória
submeter-se à limitação de fim de
semana (art. 48). (Redação dada pela Art. 81 - A suspensão será
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) revogada se, no curso do prazo, o
beneficiário: (Redação dada pela
§ 2° Se o condenado houver
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo, e se as I - é condenado, em sentença
circunstâncias do art. 59 deste irrecorrível, por crime
doloso; (Redação dada pela Lei nº
Código lhe forem inteiramente
7.209, de 11.7.1984)
favoráveis, o juiz poderá
substituir a exigência do II - frustra, embora solvente, a
parágrafo anterior pelas execução de pena de multa ou não
seguintes condições, aplicadas efetua, sem motivo justificado, a
reparação do dano; (Redação dada
cumulativamente: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
III - descumpre a condição do
a) proibição de freqüentar
§ 1º do art. 78 deste
determinados lugares; (Redação
Código. (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da
Revogação facultativa
comarca onde reside, sem
autorização do juiz; (Redação dada § 1º - A suspensão poderá ser
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) revogada se o condenado
descumpre qualquer outra
c) comparecimento pessoal e
condição imposta ou é
obrigatório a juízo, mensalmente,
irrecorrivelmente condenado, por
para informar e justificar suas
crime culposo ou por contravenção,
atividades. (Redação dada pela Lei
a pena privativa de liberdade ou
nº 7.209, de 11.7.1984)
restritiva de direitos. (Redação
Art. 79 - A sentença poderá dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
especificar outras condições a que
Prorrogação do período de
fica subordinada a suspensão,
prova
desde que adequadas ao fato e à
situação pessoal do § 2º - Se o beneficiário está
condenado. (Redação dada pela sendo processado por outro crime
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ou contravenção, considera-se
prorrogado o prazo da suspensão
Art. 80 - A suspensão não se
até o julgamento
estende às penas restritivas de
definitivo. (Redação dada pela Lei a) bom comportamento
nº 7.209, de 11.7.1984) durante a execução da
pena; (Incluído pela Lei nº
§ 3º - Quando facultativa a
13.964, de 2019)
revogação, o juiz pode, ao invés de
decretá-la, prorrogar o período de b) não cometimento de falta
prova até o máximo, se este não foi grave nos últimos 12 (doze)
o fixado. (Redação dada pela Lei nº meses; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) 13.964, de 2019)

Cumprimento das condições c) bom desempenho no


trabalho que lhe foi atribuído;
Art. 82 - Expirado o prazo sem
e (Incluído pela Lei nº 13.964,
que tenha havido revogação,
de 2019)
considera-se extinta a pena
privativa de d) aptidão para prover a
liberdade. (Redação dada própria subsistência mediante
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) trabalho honesto; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO IV - tenha reparado, salvo
CONDICIONAL efetiva impossibilidade de fazê-lo, o
dano causado pela
Requisitos do livramento
infração; (Redação dada pela
condicional
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 83 - O juiz poderá
V - cumpridos mais de dois
conceder livramento condicional ao
terços da pena, nos casos de
condenado a pena privativa de
condenação por crime hediondo,
liberdade igual ou superior a 2 (dois)
prática de tortura, tráfico ilícito de
anos, desde que: (Redação
entorpecentes e drogas afins,
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
tráfico de pessoas e terrorismo, se
I - cumprida mais de um terço o apenado não for reincidente
da pena se o condenado não for específico em crimes dessa
reincidente em crime doloso e tiver natureza. (Incluído pela Lei
bons antecedentes; (Redação nº 13.344, de 2016) (Vigência)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Para o
II - cumprida mais da metade condenado por crime doloso,
se o condenado for reincidente em cometido com violência ou grave
crime doloso; (Redação dada pela ameaça à pessoa, a concessão do
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) livramento ficará também
subordinada à constatação de
III -
condições pessoais que façam
comprovado: (Redação dada
presumir que o liberado não voltará
pela Lei nº 13.964, de 2019)
a delinqüir. (Redação dada Efeitos da revogação
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 88 - Revogado o
Soma de penas livramento, não poderá ser
novamente concedido, e, salvo
Art. 84 - As penas que
quando a revogação resulta de
correspondem a infrações diversas
condenação por outro crime
devem somar-se para efeito do
anterior àquele benefício, não se
livramento. (Redação dada pela
desconta na pena o tempo em que
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
esteve solto o condenado. (Redação
Especificações das condições dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 85 - A sentença Extinção


especificará as condições a que
Art. 89 - O juiz não poderá
fica subordinado o
declarar extinta a pena, enquanto
livramento. (Redação dada pela
não passar em julgado a sentença
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
em processo a que responde o
Revogação do livramento liberado, por crime cometido na
vigência do livramento.(Redação
Art. 86 - Revoga-se o
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
livramento, se o liberado vem a ser
condenado a pena privativa de Art. 90 - Se até o seu término
liberdade, em sentença o livramento não é revogado,
irrecorrível: (Redação dada pela Lei considera-se extinta a pena
nº 7.209, de 11.7.1984) privativa de liberdade. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - por crime cometido durante
a vigência do benefício; (Redação CAPÍTULO VI
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) DOS EFEITOS DA
CONDENAÇÃO
II - por crime anterior,
observado o disposto no art. 84 Efeitos genéricos e específicos
deste Código. (Redação dada pela
Art. 91 - São efeitos da
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
condenação: (Redação dada
Revogação facultativa pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 87 - O juiz poderá, I - tornar certa a obrigação de


também, revogar o livramento, se o indenizar o dano causado pelo
liberado deixar de cumprir qualquer crime; (Redação dada pela Lei
das obrigações constantes da nº 7.209, de 11.7.1984)
sentença, ou for irrecorrivelmente
II - a perda em favor da União,
condenado, por crime ou
ressalvado o direito do lesado ou de
contravenção, a pena que não seja
terceiro de boa-fé: (Redação
privativa de liberdade.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, os bens: (Incluído pela Lei nº
desde que consistam em coisas cujo 13.964, de 2019)
fabrico, alienação, uso, porte ou
I - de sua titularidade, ou em
detenção constitua fato ilícito;
relação aos quais ele tenha o
b) do produto do crime ou de domínio e o benefício direto ou
qualquer bem ou valor que indireto, na data da infração penal
constitua proveito auferido pelo ou recebidos posteriormente;
agente com a prática do fato e (Incluído pela Lei nº 13.964,
criminoso. de 2019)

§ 1o Poderá ser decretada a perda II - transferidos a terceiros a título


de bens ou valores equivalentes ao gratuito ou mediante
produto ou proveito do crime contraprestação irrisória, a partir
quando estes não forem do início da atividade
encontrados ou quando se criminal. (Incluído pela Lei
localizarem no nº 13.964, de 2019)
exterior. (Incluído pela Lei nº
§ 2º O condenado poderá
12.694, de 2012)
demonstrar a inexistência da
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas incompatibilidade ou a procedência
assecuratórias previstas na lícita do
legislação processual poderão patrimônio. (Incluído pela
abranger bens ou valores Lei nº 13.964, de 2019)
equivalentes do investigado ou
§ 3º A perda prevista neste artigo
acusado para posterior decretação
deverá ser requerida expressamente
de perda. (Incluído pela Lei nº
pelo Ministério Público, por ocasião
12.694, de 2012)
do oferecimento da denúncia, com
Art. 91-A. Na hipótese de indicação da diferença
condenação por infrações às quais apurada. (Incluído pela Lei
a lei comine pena máxima superior a nº 13.964, de 2019)
6 (seis) anos de reclusão, poderá ser
§ 4º Na sentença condenatória, o
decretada a perda, como produto
juiz deve declarar o valor da
ou proveito do crime, dos bens
diferença apurada e especificar os
correspondentes à diferença entre
bens cuja perda for
o valor do patrimônio do
decretada. (Incluído pela
condenado e aquele que seja
Lei nº 13.964, de 2019)
compatível com o seu rendimento
lícito. (Incluído pela Lei nº § 5º Os instrumentos utilizados para
13.964, de 2019) a prática de crimes por
organizações criminosas e milícias
§ 1º Para efeito da perda prevista
deverão ser declarados perdidos em
no caput deste artigo, entende-se
favor da União ou do Estado,
por patrimônio do condenado todos
dependendo da Justiça onde
tramita a ação penal, ainda que não meio para a prática de crime
ponham em perigo a segurança das doloso. (Redação dada pela
pessoas, a moral ou a ordem Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pública, nem ofereçam sério risco
Parágrafo único - Os efeitos
de ser utilizados para o
de que trata este artigo não são
cometimento de novos
automáticos, devendo ser
crimes. (Incluído pela Lei nº
motivadamente declarados na
13.964, de 2019)
sentença. (Redação dada pela Lei
Art. 92 - São também efeitos nº 7.209, de 11.7.1984)
da condenação: (Redação dada
CAPÍTULO VII
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DA REABILITAÇÃO
I - a perda de cargo, função
Reabilitação
pública ou mandato
eletivo: (Redação dada pela Lei Art. 93 - A reabilitação
nº 9.268, de 1º.4.1996) alcança quaisquer penas aplicadas
em sentença definitiva,
a) quando aplicada pena
assegurando ao condenado o sigilo
privativa de liberdade por tempo
dos registros sobre o seu processo e
igual ou superior a um ano, nos
condenação. (Redação dada pela
crimes praticados com abuso de
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
poder ou violação de dever para
com a Administração Parágrafo único - A
Pública; (Incluído pela Lei nº reabilitação poderá, também, atingir
9.268, de 1º.4.1996) os efeitos da condenação, previstos
no art. 92 deste Código, vedada
b) quando for aplicada pena
reintegração na situação anterior,
privativa de liberdade por tempo
nos casos dos incisos I e II do
superior a 4 (quatro) anos nos
mesmo artigo. (Redação dada pela
demais casos. (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Art. 94 - A reabilitação poderá
II – a incapacidade para o exercício
ser requerida, decorridos 2 (dois)
do poder familiar, da tutela ou da
anos do dia em que for extinta, de
curatela nos crimes dolosos sujeitos
qualquer modo, a pena ou terminar
à pena de reclusão cometidos
sua execução, computando-se o
contra outrem igualmente titular do
período de prova da suspensão e o
mesmo poder familiar, contra filho,
do livramento condicional, se não
filha ou outro descendente ou
sobrevier revogação, desde que o
contra tutelado ou
condenado: (Redação dada pela
curatelado; (Redação dada
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 13.715, de 2018)

III - a inabilitação para dirigir


veículo, quando utilizado como
I - tenha tido domicílio no País Art. 121. Matar alguem:
no prazo acima referido; (Redação
Pena - reclusão, de seis a vinte
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
anos.
II - tenha dado, durante esse
Caso de diminuição de pena
tempo, demonstração efetiva e
constante de bom comportamento § 1º Se o agente comete o
público e privado; (Redação dada crime impelido por motivo de
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) relevante valor social ou moral, ou
sob o domínio de violenta emoção,
III - tenha ressarcido o dano
logo em seguida a injusta
causado pelo crime ou demonstre a
provocação da vítima, o juiz pode
absoluta impossibilidade de o fazer,
reduzir a pena de um sexto a um
até o dia do pedido, ou exiba
terço.
documento que comprove a
renúncia da vítima ou novação da Homicídio qualificado
dívida. (Redação dada pela Lei nº
§ 2° Se o homicídio é cometido:
7.209, de 11.7.1984)
I - mediante paga ou promessa
Parágrafo único - Negada a
de recompensa, ou por outro
reabilitação, poderá ser requerida,
motivo torpe;
a qualquer tempo, desde que o
pedido seja instruído com novos II - por motivo futil;
elementos comprobatórios dos
III - com emprego de veneno,
requisitos necessários. (Redação
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
outro meio insidioso ou cruel, ou de
Art. 95 - A reabilitação será que possa resultar perigo comum;
revogada, de ofício ou a
IV - à traição, de emboscada,
requerimento do Ministério
ou mediante dissimulação ou outro
Público, se o reabilitado for
recurso que dificulte ou torne
condenado, como reincidente, por
impossivel a defesa do ofendido;
decisão definitiva, a pena que não
seja de multa. (Redação dada pela V - para assegurar a execução,
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime:
Dos crimes contra a pessoa.
Pena - reclusão, de doze a
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A trinta anos.
PESSOA Feminicídio (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO I 13.104, de 2015)
DOS CRIMES CONTRA A VIDA VI - contra a mulher por razões da
Homicídio simples condição de sexo
feminino: (Incluído pela Lei nº de regra técnica de profissão, arte
13.104, de 2015) ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima,
VII – contra autoridade ou agente
não procura diminuir as
descrito nos arts. 142 e 144 da
conseqüências do seu ato, ou foge
Constituição Federal, integrantes
para evitar prisão em flagrante.
do sistema prisional e da Força
Sendo doloso o homicídio, a pena é
Nacional de Segurança Pública, no
aumentada de 1/3 (um terço) se o
exercício da função ou em
crime é praticado contra pessoa
decorrência dela, ou contra seu
menor de 14 (quatorze) ou maior de
cônjuge, companheiro ou parente
60 (sessenta) anos. (Redação dada
consanguíneo até terceiro grau, em
pela Lei nº 10.741, de 2003)
razão dessa condição: (Incluído
pela Lei nº 13.142, de 2015) § 5º - Na hipótese de
VIII - (VETADO): (Incluído homicídio culposo, o juiz poderá
pela Lei nº 13.964, de 2019) deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração
Pena - reclusão, de doze a trinta atingirem o próprio agente de forma
anos. tão grave que a sanção penal se
§ 2o-A Considera-se que há razões torne desnecessária. (Incluído pela
de condição de sexo feminino Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
quando o crime § 6o A pena é aumentada de
envolve: (Incluído pela Lei nº 1/3 (um terço) até a metade se o
13.104, de 2015) crime for praticado por milícia
I - violência doméstica e privada, sob o pretexto de
familiar; (Incluído pela Lei nº prestação de serviço de segurança,
13.104, de 2015) ou por grupo de
extermínio. (Incluído pela Lei nº
II - menosprezo ou discriminação à 12.720, de 2012)
condição de mulher. (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015) § 7o A pena do feminicídio é
aumentada de 1/3 (um terço) até a
Homicídio culposo metade se o crime for
praticado: (Incluído pela Lei nº
§ 3º Se o homicídio é
13.104, de 2015)
culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
I - durante a gestação ou nos 3
Pena - detenção, de um a três
(três) meses posteriores ao
anos.
parto; (Incluído pela Lei nº
Aumento de pena 13.104, de 2015)

§ 4o No homicídio culposo, a II - contra pessoa menor de 14


pena é aumentada de 1/3 (um terço), (catorze) anos, maior de 60
se o crime resulta de inobservância (sessenta) anos, com deficiência ou
portadora de doenças § 2º Se o suicídio se consuma ou se
degenerativas que acarretem da automutilação resulta
condição limitante ou de morte: (Incluído pela Lei nº 13.968,
vulnerabilidade física ou de 2019)
mental; (Redação dada pela Lei nº
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
13.771, de 2018)
anos. (Incluído pela Lei nº 13.968,
III - na presença física ou virtual de de 2019)
descendente ou de ascendente da
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído
vítima; (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 13.968, de 2019)
13.771, de 2018)
I - se o crime é praticado por motivo
IV - em descumprimento das
egoístico, torpe ou fútil; (Incluído
medidas protetivas de urgência
pela Lei nº 13.968, de 2019)
previstas nos incisos I, II e III do
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de II - se a vítima é menor ou tem
7 de agosto de 2006. (Incluído pela diminuída, por qualquer causa, a
Lei nº 13.771, de 2018) capacidade de
resistência. (Incluído pela Lei nº
Induzimento, instigação ou auxílio
13.968, de 2019)
a suicídio ou a
automutilação (Redação dada pela § 4º A pena é aumentada até o
Lei nº 13.968, de 2019) dobro se a conduta é realizada por
meio da rede de computadores, de
Art. 122. Induzir ou instigar alguém
rede social ou transmitida em tempo
a suicidar-se ou a praticar
real. (Incluído pela Lei nº 13.968,
automutilação ou prestar-lhe
de 2019)
auxílio material para que o
faça: (Redação dada pela Lei nº § 5º Aumenta-se a pena em metade
13.968, de 2019) se o agente é líder ou coordenador
de grupo ou de rede
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2
virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968,
(dois) anos. (Redação dada pela
de 2019)
Lei nº 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º
§ 1º Se da automutilação ou da
deste artigo resulta em lesão
tentativa de suicídio resulta lesão
corporal de natureza gravíssima e é
corporal de natureza grave ou
cometido contra menor de 14
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º
(quatorze) anos ou contra quem,
do art. 129 deste Código: (Incluído
por enfermidade ou deficiência
pela Lei nº 13.968, de 2019)
mental, não tem o necessário
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) discernimento para a prática do
anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, ato, ou que, por qualquer outra
de 2019) causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo
crime descrito no § 2º do art. 129 Pena - reclusão, de um a
deste Código. (Incluído pela Lei nº quatro anos.
13.968, de 2019)
Parágrafo único. Aplica-se a
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º pena do artigo anterior, se a
deste artigo é cometido contra gestante não é maior de quatorze
menor de 14 (quatorze) anos ou anos, ou é alienada ou debil mental,
contra quem não tem o necessário ou se o consentimento é obtido
discernimento para a prática do mediante fraude, grave ameaça ou
ato, ou que, por qualquer outra violência
causa, não pode oferecer
Forma qualificada
resistência, responde o agente pelo
crime de homicídio, nos termos do Art. 127 - As penas cominadas
art. 121 deste Código. (Incluído nos dois artigos anteriores são
pela Lei nº 13.968, de 2019) aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos
Infanticídio
meios empregados para provocá-lo,
Art. 123 - Matar, sob a a gestante sofre lesão corporal de
influência do estado puerperal, o natureza grave; e são duplicadas,
próprio filho, durante o parto ou se, por qualquer dessas causas,
logo após: lhe sobrevém a morte.

Pena - detenção, de dois a seis Art. 128 - Não se pune o


anos. aborto praticado por médico: (Vide
ADPF 54)
Aborto provocado pela
gestante ou com seu consentimento Aborto necessário

Art. 124 - Provocar aborto em I - se não há outro meio de


si mesma ou consentir que outrem salvar a vida da gestante;
lho provoque: (Vide ADPF 54)
Aborto no caso de gravidez
Pena - detenção, de um a três resultante de estupro
anos.
II - se a gravidez resulta de
Aborto provocado por estupro e o aborto é precedido de
terceiro consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu
Art. 125 - Provocar aborto, sem
representante legal.
o consentimento da gestante:
CAPÍTULO II
Pena - reclusão, de três a dez
DAS LESÕES CORPORAIS
anos.
Lesão corporal
Art. 126 - Provocar aborto com
o consentimento da gestante: (Vide
ADPF 54)
Art. 129. Ofender a Pena - reclusão, de quatro a
integridade corporal ou a saúde de doze anos.
outrem:
Diminuição de pena
Pena - detenção, de três meses
§ 4° Se o agente comete o
a um ano.
crime impelido por motivo de
Lesão corporal de natureza relevante valor social ou moral ou
grave sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta
§ 1º Se resulta:
provocação da vítima, o juiz pode
I - Incapacidade para as reduzir a pena de um sexto a um
ocupações habituais, por mais de terço.
trinta dias;
Substituição da pena
II - perigo de vida;
§ 5° O juiz, não sendo graves as
III - debilidade permanente de lesões, pode ainda substituir a pena
membro, sentido ou função; de detenção pela de multa, de
duzentos mil réis a dois contos de
IV - aceleração de parto:
réis:
Pena - reclusão, de um a cinco
I - se ocorre qualquer das
anos.
hipóteses do parágrafo anterior;
§ 2° Se resulta:
II - se as lesões são recíprocas.
I - Incapacidade permanente
Lesão corporal culposa
para o trabalho;

II - enfermidade incuravel; § 6° Se a lesão é culposa: (Vide


Lei nº 4.611, de 1965)
III perda ou inutilização do
membro, sentido ou função; Pena - detenção, de dois meses
a um ano.
IV - deformidade permanente;
Aumento de pena
V - aborto:
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3
Pena - reclusão, de dois a oito (um terço) se ocorrer qualquer das
anos. hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121
Lesão corporal seguida de deste Código. (Redação dada
morte pela Lei nº 12.720, de 2012)

§ 3° Se resulta morte e as § 8º - Aplica-se à lesão culposa


circunstâncias evidenciam que o o disposto no § 5º do art.
agente não quís o resultado, nem 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069,
assumiu o risco de produzí-lo: de 1990)
Violência CAPÍTULO III
Doméstica (Incluído pela Lei nº DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E
10.886, de 2004) DA SAÚDE

§ 9o Se a lesão for praticada Perigo de contágio venéreo


contra ascendente, descendente, Art. 130 - Expor alguém, por
irmão, cônjuge ou companheiro, ou meio de relações sexuais ou
com quem conviva ou tenha qualquer ato libidinoso, a contágio
convivido, ou, ainda, prevalecendo- de moléstia venérea, de que sabe ou
se o agente das relações deve saber que está contaminado:
domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Pena - detenção, de três meses
Lei nº 11.340, de 2006) a um ano, ou multa.

Pena - detenção, de 3 (três) § 1º - Se é intenção do agente


meses a 3 (três) anos. (Redação dada transmitir a moléstia:
pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - reclusão, de um a
§ 10. Nos casos previstos nos §§ quatro anos, e multa.
1 a 3o deste artigo, se as
o
§ 2º - Somente se procede
circunstâncias são as indicadas no § mediante representação.
9o deste artigo, aumenta-se a pena
em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei Perigo de contágio de moléstia
nº 10.886, de 2004) grave

§ 11. Na hipótese do § 9o deste Art. 131 - Praticar, com o fim


artigo, a pena será aumentada de de transmitir a outrem moléstia
um terço se o crime for cometido grave de que está contaminado, ato
contra pessoa portadora de capaz de produzir o contágio:
deficiência. (Incluído pela Lei nº Pena - reclusão, de um a
11.340, de 2006) quatro anos, e multa.
§ 12. Se a lesão for praticada contra Perigo para a vida ou saúde de
autoridade ou agente descrito outrem
nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema Art. 132 - Expor a vida ou a
prisional e da Força Nacional de saúde de outrem a perigo direto e
Segurança Pública, no exercício da iminente:
função ou em decorrência dela, ou Pena - detenção, de três meses
contra seu cônjuge, companheiro a um ano, se o fato não constitui
ou parente consanguíneo até crime mais grave.
terceiro grau, em razão dessa
condição, a pena é aumentada de Parágrafo único. A pena é
um a dois terços. (Incluído pela Lei aumentada de um sexto a um terço
nº 13.142, de 2015) se a exposição da vida ou da saúde
de outrem a perigo decorre do Art. 134 - Expor ou abandonar
transporte de pessoas para a recém-nascido, para ocultar
prestação de serviços em desonra própria:
estabelecimentos de qualquer
Pena - detenção, de seis meses
natureza, em desacordo com as
a dois anos.
normas legais. (Incluído pela Lei nº
9.777, de 1998) § 1º - Se do fato resulta lesão
corporal de natureza grave:
Abandono de incapaz
Pena - detenção, de um a três
Art. 133 - Abandonar pessoa
anos.
que está sob seu cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade, e, por § 2º - Se resulta a morte:
qualquer motivo, incapaz de
Pena - detenção, de dois a seis
defender-se dos riscos resultantes
anos.
do abandono:
Omissão de socorro
Pena - detenção, de seis meses
a três anos. Art. 135 - Deixar de prestar
assistência, quando possível fazê-lo
§ 1º - Se do abandono resulta
sem risco pessoal, à criança
lesão corporal de natureza grave:
abandonada ou extraviada, ou à
Pena - reclusão, de um a cinco pessoa inválida ou ferida, ao
anos. desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o
§ 2º - Se resulta a morte:
socorro da autoridade pública:
Pena - reclusão, de quatro a
Pena - detenção, de um a seis
doze anos.
meses, ou multa.
Aumento de pena
Parágrafo único - A pena é
§ 3º - As penas cominadas neste aumentada de metade, se da
artigo aumentam-se de um terço: omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se
I - se o abandono ocorre em
resulta a morte.
lugar ermo;
Condicionamento de
II - se o agente é ascendente
atendimento médico-hospitalar
ou descendente, cônjuge, irmão,
emergencial (Incluído pela Lei nº
tutor ou curador da vítima.
12.653, de 2012).
III – se a vítima é maior de 60 Art. 135-A. Exigir cheque-
(sessenta) anos (Incluído pela Lei nº caução, nota promissória ou
10.741, de 2003) qualquer garantia, bem como o
Exposição ou abandono de preenchimento prévio de
recém-nascido formulários administrativos, como
condição para o atendimento anos. (Incluído pela Lei nº
médico-hospitalar 8.069, de 1990)
emergencial: (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO IV
12.653, de 2012).
DA RIXA
Pena - detenção, de 3 (três)
Rixa
meses a 1 (um) ano, e
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, Art. 137 - Participar de rixa,
de 2012). salvo para separar os contendores:

Parágrafo único. A pena é Pena - detenção, de quinze


aumentada até o dobro se da dias a dois meses, ou multa.
negativa de atendimento resulta
Parágrafo único - Se ocorre
lesão corporal de natureza grave, e
morte ou lesão corporal de
até o triplo se resulta a
natureza grave, aplica-se, pelo fato
morte. (Incluído pela Lei nº 12.653,
da participação na rixa, a pena de
de 2012).
detenção, de seis meses a dois anos.
Maus-tratos
CAPÍTULO V
Art. 136 - Expor a perigo a vida DOS CRIMES CONTRA A
ou a saúde de pessoa sob sua HONRA
autoridade, guarda ou vigilância,
Calúnia
para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia, quer Art. 138 - Caluniar alguém,
privando-a de alimentação ou imputando-lhe falsamente fato
cuidados indispensáveis, quer definido como crime:
sujeitando-a a trabalho excessivo
Pena - detenção, de seis meses
ou inadequado, quer abusando de
a dois anos, e multa.
meios de correção ou disciplina:
§ 1º - Na mesma pena incorre
Pena - detenção, de dois meses
quem, sabendo falsa a imputação, a
a um ano, ou multa.
propala ou divulga.
§ 1º - Se do fato resulta lesão
§ 2º - É punível a calúnia contra
corporal de natureza grave:
os mortos.
Pena - reclusão, de um a
Exceção da verdade
quatro anos.
§ 3º - Admite-se a prova da
§ 2º - Se resulta a morte:
verdade, salvo:
Pena - reclusão, de quatro a
I - se, constituindo o fato
doze anos.
imputado crime de ação privada, o
§ 3º - Aumenta-se a pena de ofendido não foi condenado por
um terço, se o crime é praticado sentença irrecorrível;
contra pessoa menor de 14 (catorze)
II - se o fato é imputado a empregado, se considerem
qualquer das pessoas indicadas no aviltantes:
nº I do art. 141;
Pena - detenção, de três meses
III - se do crime imputado, a um ano, e multa, além da pena
embora de ação pública, o ofendido correspondente à violência.
foi absolvido por sentença
§ 3o Se a injúria consiste na
irrecorrível.
utilização de elementos referentes
Difamação a raça, cor, etnia, religião, origem
ou a condição de pessoa idosa ou
Art. 139 - Difamar alguém,
portadora de
imputando-lhe fato ofensivo à sua
deficiência: (Redação dada pela
reputação:
Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de três meses
Pena - reclusão de um a três
a um ano, e multa.
anos e multa. (Incluído pela Lei
Exceção da verdade nº 9.459, de 1997)

Parágrafo único - A exceção Disposições comuns


da verdade somente se admite se o
Art. 141 - As penas cominadas
ofendido é funcionário público e a
neste Capítulo aumentam-se de um
ofensa é relativa ao exercício de
terço, se qualquer dos crimes é
suas funções.
cometido:
Injúria
I - contra o Presidente da
Art. 140 - Injuriar alguém, República, ou contra chefe de
ofendendo-lhe a dignidade ou o governo estrangeiro;
decoro:
II - contra funcionário público,
Pena - detenção, de um a seis em razão de suas funções;
meses, ou multa.
III - na presença de várias
§ 1º - O juiz pode deixar de pessoas, ou por meio que facilite a
aplicar a pena: divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
I - quando o ofendido, de
forma reprovável, provocou IV – contra pessoa maior de
diretamente a injúria; 60 (sessenta) anos ou portadora de
II - no caso de retorsão deficiência, exceto no caso de
imediata, que consista em outra injúria. (Incluído pela Lei nº
injúria. 10.741, de 2003)

§ 2º - Se a injúria consiste em § 1º - Se o crime é cometido


violência ou vias de fato, que, por mediante paga ou promessa de
sua natureza ou pelo meio recompensa, aplica-se a pena em
dobro. (Redação dada pela Art. 144 - Se, de referências,
Lei nº 13.964, de 2019) alusões ou frases, se infere calúnia,
difamação ou injúria, quem se julga
§ 2º -
ofendido pode pedir explicações em
(VETADO). (Incluído pela
juízo. Aquele que se recusa a dá-las
Lei nº 13.964, de 2019)
ou, a critério do juiz, não as dá
Exclusão do crime satisfatórias, responde pela ofensa.

Art. 142 - Não constituem Art. 145 - Nos crimes previstos


injúria ou difamação punível: neste Capítulo somente se procede
mediante queixa, salvo quando, no
I - a ofensa irrogada em juízo,
caso do art. 140, § 2º, da violência
na discussão da causa, pela parte
resulta lesão corporal.
ou por seu procurador;
Parágrafo único. Procede-se
II - a opinião desfavorável da
mediante requisição do Ministro da
crítica literária, artística ou
Justiça, no caso do inciso I
científica, salvo quando inequívoca
do caput do art. 141 deste Código,
a intenção de injuriar ou difamar;
e mediante representação do
III - o conceito desfavorável ofendido, no caso do inciso II do
emitido por funcionário público, em mesmo artigo, bem como no caso do
apreciação ou informação que § 3o do art. 140 deste
preste no cumprimento de dever do Código. (Redação dada pela Lei
ofício. nº 12.033. de 2009)

Parágrafo único - Nos casos CAPÍTULO VI


dos ns. I e III, responde pela injúria DOS CRIMES CONTRA A
ou pela difamação quem lhe dá LIBERDADE INDIVIDUAL
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SEÇÃO I
Retratação DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE PESSOAL
Art. 143 - O querelado que,
antes da sentença, se retrata Constrangimento ilegal
cabalmente da calúnia ou da
Art. 146 - Constranger alguém,
difamação, fica isento de pena.
mediante violência ou grave
Parágrafo único. Nos casos ameaça, ou depois de lhe haver
em que o querelado tenha reduzido, por qualquer outro meio,
praticado a calúnia ou a difamação a capacidade de resistência, a não
utilizando-se de meios de fazer o que a lei permite, ou a fazer
comunicação, a retratação dar-se-á, o que ela não manda:
se assim desejar o ofendido, pelos
Pena - detenção, de três meses
mesmos meios em que se praticou a
a um ano, ou multa.
ofensa. (Incluído pela Lei nº
13.188, de 2015) Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se companheiro do agente ou maior de
cumulativamente e em dobro, 60 (sessenta) anos; (Redação
quando, para a execução do crime, dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
se reúnem mais de três pessoas, ou
II - se o crime é praticado
há emprego de armas.
mediante internação da vítima em
§ 2º - Além das penas casa de saúde ou hospital;
cominadas, aplicam-se as
III - se a privação da liberdade
correspondentes à violência.
dura mais de quinze dias.
§ 3º - Não se compreendem na
IV – se o crime é praticado
disposição deste artigo:
contra menor de 18 (dezoito)
I - a intervenção médica ou anos; (Incluído pela Lei nº
cirúrgica, sem o consentimento do 11.106, de 2005)
paciente ou de seu representante
V – se o crime é praticado com
legal, se justificada por iminente
fins libidinosos. (Incluído pela
perigo de vida;
Lei nº 11.106, de 2005)
II - a coação exercida para
§ 2º - Se resulta à vítima, em
impedir suicídio.
razão de maus-tratos ou da
Ameaça natureza da detenção, grave
sofrimento físico ou moral:
Art. 147 - Ameaçar alguém, por
palavra, escrito ou gesto, ou Pena - reclusão, de dois a oito
qualquer outro meio simbólico, de anos.
causar-lhe mal injusto e grave:
Redução a condição análoga à
Pena - detenção, de um a seis de escravo
meses, ou multa.
Art. 149. Reduzir alguém a
Parágrafo único - Somente se condição análoga à de escravo,
procede mediante representação. quer submetendo-o a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva,
Seqüestro e cárcere privado
quer sujeitando-o a condições
Art. 148 - Privar alguém de sua degradantes de trabalho, quer
liberdade, mediante seqüestro ou restringindo, por qualquer meio, sua
cárcere privado: (Vide Lei nº locomoção em razão de dívida
10.446, de 2002) contraída com o empregador ou
preposto: (Redação dada pela
Pena - reclusão, de um a três
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
anos.
Pena - reclusão, de dois a oito
§ 1º - A pena é de reclusão, de
anos, e multa, além da pena
dois a cinco anos:
correspondente à
I – se a vítima é ascendente,
descendente, cônjuge ou
violência. (Redação dada pela I - remover-lhe órgãos, tecidos ou
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) partes do corpo; (Incluído
pela Lei nº 13.344, de
§ 1o Nas mesmas penas incorre
2016) (Vigência)
quem: (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003) II - submetê-la a trabalho em
condições análogas à de
I – cerceia o uso de qualquer
escravo; (Incluído pela Lei
meio de transporte por parte do
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
trabalhador, com o fim de retê-lo
no local de trabalho; (Incluído III - submetê-la a qualquer tipo de
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) servidão; (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II – mantém vigilância ostensiva
no local de trabalho ou se apodera IV - adoção ilegal;
de documentos ou objetos pessoais ou (Incluído pela Lei nº
do trabalhador, com o fim de retê- 13.344, de 2016) (Vigência)
lo no local de
V - exploração
trabalho. (Incluído pela Lei nº
sexual. (Incluído pela Lei
10.803, de 11.12.2003)
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2o A pena é aumentada de
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8
metade, se o crime é
(oito) anos, e
cometido: (Incluído pela Lei nº
multa. (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003)
13.344, de 2016) (Vigência)
I – contra criança ou
§ 1o A pena é aumentada de um
adolescente; (Incluído pela
terço até a metade
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
se: (Incluído pela Lei nº
II – por motivo de preconceito 13.344, de 2016) (Vigência)
de raça, cor, etnia, religião ou
I - o crime for cometido por
origem. (Incluído pela Lei nº
funcionário público no exercício de
10.803, de 11.12.2003)
suas funções ou a pretexto de
Tráfico de exercê-las; (Incluído pela
Pessoas (Incluído pela Lei Lei nº 13.344, de
nº 13.344, de 2016) (Vigência) 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, II - o crime for cometido contra


recrutar, transportar, transferir, criança, adolescente ou pessoa
comprar, alojar ou acolher pessoa, idosa ou com
mediante grave ameaça, violência, deficiência; (Incluído pela
coação, fraude ou abuso, com a Lei nº 13.344, de
finalidade de: (Incluído pela 2016) (Vigência)
Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
III - o agente se prevalecer de § 2º - (Revogado pela Lei nº
relações de parentesco, domésticas, 13.869, de 2019) (Vigência)
de coabitação, de hospitalidade, de
§ 3º - Não constitui crime a
dependência econômica, de
entrada ou permanência em casa
autoridade ou de superioridade
alheia ou em suas dependências:
hierárquica inerente ao exercício
de emprego, cargo ou função; I - durante o dia, com
ou (Incluído pela Lei nº observância das formalidades legais,
13.344, de 2016) (Vigência) para efetuar prisão ou outra
diligência;
IV - a vítima do tráfico de pessoas
for retirada do território II - a qualquer hora do dia ou
nacional. (Incluído pela Lei da noite, quando algum crime está
nº 13.344, de 2016) (Vigência) sendo ali praticado ou na iminência
de o ser.
§ 2o A pena é reduzida de um a dois
terços se o agente for primário e § 4º - A expressão "casa"
não integrar organização compreende:
criminosa. (Incluído pela Lei
I - qualquer compartimento
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
habitado;
SEÇÃO II
II - aposento ocupado de
DOS CRIMES CONTRA A
habitação coletiva;
INVIOLABILIDADE DO
DOMICÍLIO III - compartimento não aberto
ao público, onde alguém exerce
Violação de domicílio
profissão ou atividade.
Art. 150 - Entrar ou
§ 5º - Não se compreendem na
permanecer, clandestina ou
expressão "casa":
astuciosamente, ou contra a
vontade expressa ou tácita de quem I - hospedaria, estalagem ou
de direito, em casa alheia ou em qualquer outra habitação coletiva,
suas dependências: enquanto aberta, salvo a restrição
do n.º II do parágrafo anterior;
Pena - detenção, de um a três
meses, ou multa. II - taverna, casa de jogo e
outras do mesmo gênero.
§ 1º - Se o crime é cometido
durante a noite, ou em lugar ermo, SEÇÃO III
ou com o emprego de violência ou DOS CRIMES CONTRA A
de arma, ou por duas ou mais INVIOLABILIDADE DE
pessoas: CORRESPONDÊNCIA

Pena - detenção, de seis meses Violação de correspondência


a dois anos, além da pena
Art. 151 - Devassar
correspondente à violência.
indevidamente o conteúdo de
correspondência fechada, dirigida a § 4º - Somente se procede
outrem: mediante representação, salvo nos
casos do § 1º, IV, e do § 3º.
Pena - detenção, de um a seis
meses, ou multa. Correspondência comercial

Sonegação ou destruição de Art. 152 - Abusar da condição


correspondência de sócio ou empregado de
estabelecimento comercial ou
§ 1º - Na mesma pena incorre:
industrial para, no todo ou em
I - quem se apossa parte, desviar, sonegar, subtrair ou
indevidamente de correspondência suprimir correspondência, ou
alheia, embora não fechada e, no revelar a estranho seu conteúdo:
todo ou em parte, a sonega ou
Pena - detenção, de três meses
destrói;
a dois anos.
Violação de comunicação
Parágrafo único - Somente se
telegráfica, radioelétrica ou
procede mediante representação.
telefônica
SEÇÃO IV
II - quem indevidamente
DOS CRIMES CONTRA A
divulga, transmite a outrem ou
INVIOLABILIDADE DOS
utiliza abusivamente comunicação
SEGREDOS
telegráfica ou radioelétrica dirigida
a terceiro, ou conversação Divulgação de segredo
telefônica entre outras pessoas;
Art. 153 - Divulgar alguém, sem
III - quem impede a justa causa, conteúdo de
comunicação ou a conversação documento particular ou de
referidas no número anterior; correspondência confidencial, de
que é destinatário ou detentor, e
IV - quem instala ou utiliza
cuja divulgação possa produzir
estação ou aparelho radioelétrico,
dano a outrem:
sem observância de disposição legal.
Pena - detenção, de um a seis
§ 2º - As penas aumentam-se de
meses, ou multa, de trezentos mil
metade, se há dano para outrem.
réis a dois contos de réis. (Vide Lei
§ 3º - Se o agente comete o nº 7.209, de 1984)
crime, com abuso de função em
§ 1º Somente se procede
serviço postal, telegráfico,
mediante representação. (Parágrafo
radioelétrico ou telefônico:
único renumerado pela Lei nº 9.983,
Pena - detenção, de um a três de 2000)
anos.
§ 1o-A. Divulgar, sem justa
causa, informações sigilosas ou
reservadas, assim definidas em lei,
contidas ou não nos sistemas de vantagem ilícita: (Incluído pela
informações ou banco de dados da Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Administração Pública: (Incluído
Pena - detenção, de 3 (três) meses a
pela Lei nº 9.983, de 2000)
1 (um) ano, e multa. (Incluído
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 pela Lei nº 12.737, de
(quatro) anos, e multa. (Incluído 2012) Vigência
pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o Na mesma pena incorre quem
§ 2o Quando resultar prejuízo produz, oferece, distribui, vende ou
para a Administração Pública, a difunde dispositivo ou programa de
ação penal será computador com o intuito de
incondicionada. (Incluído pela Lei permitir a prática da conduta
nº 9.983, de 2000) definida no caput. (Incluído
pela Lei nº 12.737, de
Violação do segredo
2012) Vigência
profissional
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto
Art. 154 - Revelar alguém, sem
a um terço se da invasão resulta
justa causa, segredo, de que tem
prejuízo econômico. (Incluído
ciência em razão de função,
pela Lei nº 12.737, de
ministério, ofício ou profissão, e
2012) Vigência
cuja revelação possa produzir dano
a outrem: § 3o Se da invasão resultar a
obtenção de conteúdo de
Pena - detenção, de três meses
comunicações eletrônicas privadas,
a um ano, ou multa de um conto a
segredos comerciais ou industriais,
dez contos de réis. (Vide Lei nº
informações sigilosas, assim
7.209, de 1984)
definidas em lei, ou o controle
Parágrafo único - Somente se remoto não autorizado do
procede mediante representação. dispositivo invadido: (Incluído
pela Lei nº 12.737, de
Invasão de dispositivo
2012) Vigência
informático (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012) Vigência Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa, se a conduta
Art. 154-A. Invadir dispositivo
não constitui crime mais
informático alheio, conectado ou
grave. (Incluído pela Lei nº
não à rede de computadores,
12.737, de 2012) Vigência
mediante violação indevida de
mecanismo de segurança e com o § 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se
fim de obter, adulterar ou destruir a pena de um a dois terços se
dados ou informações sem houver divulgação, comercialização
autorização expressa ou tácita do ou transmissão a terceiro, a
titular do dispositivo ou instalar qualquer título, dos dados ou
vulnerabilidades para obter informações obtidos. (Incluído
pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência
Dos crimes contra o patrimônio.
o
§ 5 Aumenta-se a pena de um
terço à metade se o crime for
praticado contra: (Incluído TÍTULO II
pela Lei nº 12.737, de DOS CRIMES CONTRA O
2012) Vigência PATRIMÔNIO

I - Presidente da República, CAPÍTULO I


governadores e DO FURTO
prefeitos; (Incluído pela Lei nº
Furto
12.737, de 2012) Vigência
Art. 155 - Subtrair, para si ou
II - Presidente do Supremo Tribunal
para outrem, coisa alheia móvel:
Federal; (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012) Vigência Pena - reclusão, de um a
quatro anos, e multa.
III - Presidente da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, de § 1º - A pena aumenta-se de um
Assembleia Legislativa de Estado, terço, se o crime é praticado
da Câmara Legislativa do Distrito durante o repouso noturno.
Federal ou de Câmara Municipal;
§ 2º - Se o criminoso é primário,
ou (Incluído pela Lei nº 12.737,
e é de pequeno valor a coisa
de 2012) Vigência
furtada, o juiz pode substituir a
IV - dirigente máximo da pena de reclusão pela de detenção,
administração direta e indireta diminuí-la de um a dois terços, ou
federal, estadual, municipal ou do aplicar somente a pena de multa.
Distrito Federal. (Incluído pela
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
a energia elétrica ou qualquer outra
Ação penal (Incluído pela Lei nº que tenha valor econômico.
12.737, de 2012) Vigência
Furto qualificado
Art. 154-B. Nos crimes definidos no
§ 4º - A pena é de reclusão de
art. 154-A, somente se procede
dois a oito anos, e multa, se o crime
mediante representação, salvo se o
é cometido:
crime é cometido contra a
administração pública direta ou I - com destruição ou
indireta de qualquer dos Poderes rompimento de obstáculo à
da União, Estados, Distrito Federal subtração da coisa;
ou Municípios ou contra empresas
II - com abuso de confiança,
concessionárias de serviços
ou mediante fraude, escalada ou
públicos. (Incluído pela Lei nº
destreza;
12.737, de 2012) Vigência
III - com emprego de chave Pena - detenção, de seis meses
falsa; a dois anos, ou multa.

IV - mediante concurso de § 1º - Somente se procede


duas ou mais pessoas. mediante representação.

§ 4º-A A pena é de reclusão de § 2º - Não é punível a


4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se subtração de coisa comum fungível,
houver emprego de explosivo ou de cujo valor não excede a quota a
artefato análogo que cause perigo que tem direito o agente.
comum. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO II
nº 13.654, de 2018)
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
§ 5º - A pena é de reclusão de Roubo
três a oito anos, se a subtração for
de veículo automotor que venha a Art. 157 - Subtrair coisa móvel
ser transportado para outro Estado alheia, para si ou para outrem,
ou para o exterior. (Incluído mediante grave ameaça ou violência
pela Lei nº 9.426, de 1996) a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à
§ 6o A pena é de reclusão de 2 impossibilidade de resistência:
(dois) a 5 (cinco) anos se a
subtração for de semovente Pena - reclusão, de quatro a
domesticável de produção, ainda dez anos, e multa.
que abatido ou dividido em partes § 1º - Na mesma pena incorre
no local da
quem, logo depois de subtraída a
subtração. (Incluído pela Lei
coisa, emprega violência contra
nº 13.330, de 2016)
pessoa ou grave ameaça, a fim de
§ 7º A pena é de reclusão de 4 assegurar a impunidade do crime
(quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a ou a detenção da coisa para si
subtração for de substâncias
ou para terceiro.
explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, § 2º A pena aumenta-se de 1/3
possibilitem sua fabricação, (um terço) até
montagem ou metade: (Redação dada
emprego. (Incluído pela pela Lei nº 13.654, de 2018)
Lei nº 13.654, de 2018)
I–
Furto de coisa comum (revogado); (Redação
dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
Art. 156 - Subtrair o
condômino, co-herdeiro ou sócio, II - se há o concurso de duas
para si ou para outrem, a quem ou mais pessoas;
legitimamente a detém, a coisa
comum:
III - se a vítima está em serviço arma de fogo de uso restrito ou
de transporte de valores e o agente proibido, aplica-se em dobro a pena
conhece tal circunstância. prevista no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº
IV - se a subtração for de 13.964, de 2019)
veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou § 3º Se da violência
para o resulta: (Redação dada
exterior; (Incluído pela pela Lei nº 13.654, de 2018)
Lei nº 9.426, de 1996) I – lesão corporal grave, a pena
V - se o agente mantém a é de reclusão de 7 (sete) a 18
vítima em seu poder, restringindo (dezoito) anos, e
sua liberdade. (Incluído multa; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 9.426, de 1996) nº 13.654, de 2018)

VI – se a subtração for de II – morte, a pena é de


substâncias explosivas ou de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
acessórios que, conjunta ou anos, e multa. (Incluído
isoladamente, possibilitem sua pela Lei nº 13.654, de 2018)
fabricação, montagem ou Extorsão
emprego. (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018) Art. 158 - Constranger alguém,
mediante violência ou grave
VII - se a violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
ameaça é exercida com emprego de para si ou para outrem indevida
arma branca; (Incluído pela vantagem econômica, a fazer,
Lei nº 13.964, de 2019) tolerar que se faça ou deixar de
§ 2º-A A pena aumenta-se de fazer alguma coisa:
2/3 (dois terços): (Incluído Pena - reclusão, de quatro a
pela Lei nº 13.654, de 2018) dez anos, e multa.
I – se a violência ou ameaça é § 1º - Se o crime é cometido por
exercida com emprego de arma de duas ou mais pessoas, ou com
fogo; (Incluído pela Lei nº emprego de arma, aumenta-se a
13.654, de 2018) pena de um terço até metade.
II – se há destruição ou § 2º - Aplica-se à extorsão
rompimento de obstáculo mediante praticada mediante violência o
o emprego de explosivo ou de disposto no § 3º do artigo
artefato análogo que cause perigo anterior. Vide Lei nº
comum. (Incluído pela Lei 8.072, de 25.7.90
nº 13.654, de 2018)
§ 3o Se o crime é cometido
§ 2º-B. Se a violência ou grave mediante a restrição da liberdade
ameaça é exercida com emprego de
da vítima, e essa condição é anos. (Redação dada pela
necessária para a obtenção da Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
vantagem econômica, a pena é de
§ 3º - Se resulta a
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
morte: Vide Lei nº 8.072,
além da multa; se resulta lesão
de 25.7.90
corporal grave ou morte, aplicam-se
as penas previstas no art. 159, §§ 2o e Pena - reclusão, de vinte e
3o, quatro a trinta
respectivamente. (Incluíd anos. (Redação dada pela
o pela Lei nº 11.923, de 2009)
Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Extorsão mediante seqüestro
§ 4º - Se o crime é cometido
Art. 159 - Seqüestrar pessoa em concurso, o concorrente que o
com o fim de obter, para si ou para denunciar à autoridade, facilitando
outrem, qualquer vantagem, como a libertação do seqüestrado, terá
condição ou preço do sua pena reduzida de um a dois
resgate: Vide Lei nº 8.072, terços. (Redação dada
de 25.7.90 (Vide Lei nº pela Lei nº 9.269, de 1996)
10.446, de 2002)
Extorsão indireta
Pena - reclusão, de oito a
Art. 160 - Exigir ou receber,
quinze anos.. (Redação
como garantia de dívida, abusando
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
da situação de alguém, documento
§ 1o Se o seqüestro dura mais que pode dar causa a procedimento
de 24 (vinte e quatro) horas, se o criminal contra a vítima ou contra
seqüestrado é menor de 18 (dezoito) terceiro:
ou maior de 60 (sessenta) anos, ou
Pena - reclusão, de um a três
se o crime é cometido por bando ou
anos, e multa.
quadrilha. Vide Lei nº
8.072, de CAPÍTULO III
25.7.90 (Redação dada DA USURPAÇÃO
pela Lei nº 10.741, de 2003)
Alteração de limites
Pena - reclusão, de doze a Art. 161 - Suprimir ou deslocar
vinte anos. (Redação dada tapume, marco, ou qualquer outro
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) sinal indicativo de linha divisória,
§ 2º - Se do fato resulta lesão para apropriar-se, no todo ou em
corporal de natureza parte, de coisa imóvel alheia:
grave: Vide Lei nº 8.072, de Pena - detenção, de um a seis
25.7.90 meses, e multa.
Pena - reclusão, de dezesseis § 1º - Na mesma pena incorre
a vinte e quatro quem:
Usurpação de águas I - com violência à pessoa ou
grave ameaça;
I - desvia ou represa, em
proveito próprio ou de outrem, II - com emprego de substância
águas alheias; inflamável ou explosiva, se o fato
não constitui crime mais grave
Esbulho possessório
III - contra o patrimônio da
II - invade, com violência a
União, de Estado, do Distrito
pessoa ou grave ameaça, ou
Federal, de Município ou de
mediante concurso de mais de duas
autarquia, fundação pública,
pessoas, terreno ou edifício alheio,
empresa pública, sociedade de
para o fim de esbulho possessório.
economia mista ou empresa
§ 2º - Se o agente usa de concessionária de serviços
violência, incorre também na pena a públicos; (Redação dada
esta cominada. pela Lei nº 13.531, de 2017)

§ 3º - Se a propriedade é IV - por motivo egoístico ou


particular, e não há emprego de com prejuízo considerável para a
violência, somente se procede vítima:
mediante queixa.
Pena - detenção, de seis meses
Supressão ou alteração de a três anos, e multa, além da pena
marca em animais correspondente à violência.

Art. 162 - Suprimir ou alterar, Introdução ou abandono de


indevidamente, em gado ou rebanho animais em propriedade alheia
alheio, marca ou sinal indicativo de
Art. 164 - Introduzir ou deixar
propriedade:
animais em propriedade alheia, sem
Pena - detenção, de seis meses consentimento de quem de direito,
a três anos, e multa. desde que o fato resulte prejuízo:

CAPÍTULO IV Pena - detenção, de quinze


DO DANO dias a seis meses, ou multa.

Dano Dano em coisa de valor


artístico, arqueológico ou histórico
Art. 163 - Destruir, inutilizar
ou deteriorar coisa alheia: Art. 165 - Destruir, inutilizar
ou deteriorar coisa tombada pela
Pena - detenção, de um a seis
autoridade competente em virtude
meses, ou multa.
de valor artístico, arqueológico ou
Dano qualificado histórico:

Parágrafo único - Se o crime é Pena - detenção, de seis meses


cometido: a dois anos, e multa.
Alteração de local Art. 168-A. Deixar de
especialmente protegido repassar à previdência social as
Art. 166 - Alterar, sem licença contribuições recolhidas dos
da autoridade competente, o contribuintes, no prazo e forma
aspecto de local especialmente legal ou convencional: (Incluído
protegido por lei: pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - detenção, de um mês a Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5


um ano, ou multa. (cinco) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Ação penal
§ 1o Nas mesmas penas incorre
Art. 167 - Nos casos do art. quem deixar de: (Incluído pela Lei
163, do inciso IV do seu parágrafo e nº 9.983, de 2000)
do art. 164, somente se procede
mediante queixa. I – recolher, no prazo legal,
contribuição ou outra importância
CAPÍTULO V destinada à previdência social que
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA tenha sido descontada de
Apropriação indébita pagamento efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do
Art. 168 - Apropriar-se de coisa público; (Incluído pela Lei nº 9.983,
alheia móvel, de que tem a posse ou de 2000)
a detenção:
II – recolher contribuições
Pena - reclusão, de um a devidas à previdência social que
quatro anos, e multa. tenham integrado despesas
Aumento de pena contábeis ou custos relativos à
venda de produtos ou à prestação
§ 1º - A pena é aumentada de de serviços; (Incluído pela Lei nº
um terço, quando o agente recebeu 9.983, de 2000)
a coisa:
III - pagar benefício devido a
I - em depósito necessário; segurado, quando as respectivas
II - na qualidade de tutor, cotas ou valores já tiverem sido
curador, síndico, liquidatário, reembolsados à empresa pela
inventariante, testamenteiro ou previdência social. (Incluído pela
depositário judicial; Lei nº 9.983, de 2000)

III - em razão de ofício, § 2o É extinta a punibilidade se


emprego ou profissão. o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o
Apropriação indébita pagamento das contribuições,
previdenciária (Incluído pela Lei nº importâncias ou valores e presta as
9.983, de 2000) informações devidas à previdência
social, na forma definida em lei ou
regulamento, antes do início da por erro, caso fortuito ou força da
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº natureza:
9.983, de 2000)
Pena - detenção, de um mês a
o
§ 3 É facultado ao juiz deixar um ano, ou multa.
de aplicar a pena ou aplicar
Parágrafo único - Na mesma
somente a de multa se o agente for
pena incorre:
primário e de bons antecedentes,
desde que: (Incluído pela Lei nº Apropriação de tesouro
9.983, de 2000)
I - quem acha tesouro em
I – tenha promovido, após o prédio alheio e se apropria, no todo
início da ação fiscal e antes de ou em parte, da quota a que tem
oferecida a denúncia, o pagamento direito o proprietário do prédio;
da contribuição social
Apropriação de coisa achada
previdenciária, inclusive acessórios;
ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de II - quem acha coisa alheia
2000) perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, deixando de restituí-
II – o valor das contribuições
la ao dono ou legítimo possuidor ou
devidas, inclusive acessórios, seja
de entregá-la à autoridade
igual ou inferior àquele
competente, dentro no prazo de
estabelecido pela previdência
quinze dias.
social, administrativamente, como
sendo o mínimo para o ajuizamento Art. 170 - Nos crimes previstos
de suas execuções fiscais. (Incluído neste Capítulo, aplica-se o disposto
pela Lei nº 9.983, de 2000) no art. 155, § 2º.

§ 4o A faculdade prevista no § CAPÍTULO VI


3o deste artigo não se aplica aos DO ESTELIONATO E OUTRAS
casos de parcelamento de FRAUDES
contribuições cujo valor, inclusive
Estelionato
dos acessórios, seja superior àquele
estabelecido, administrativamente, Art. 171 - Obter, para si ou
como sendo o mínimo para o para outrem, vantagem ilícita, em
ajuizamento de suas execuções prejuízo alheio, induzindo ou
fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, mantendo alguém em erro, mediante
de 2018) artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Apropriação de coisa havida
por erro, caso fortuito ou força da Pena - reclusão, de um a cinco
natureza anos, e multa, de quinhentos mil réis
a dez contos de réis. (Vide Lei nº
Art. 169 - Apropriar-se alguém
7.209, de 1984)
de coisa alheia vinda ao seu poder
§ 1º - Se o criminoso é primário, conseqüências da lesão ou doença,
e é de pequeno valor o prejuízo, o com o intuito de haver indenização
juiz pode aplicar a pena conforme o ou valor de seguro;
disposto no art. 155, § 2º.
Fraude no pagamento por meio
§ 2º - Nas mesmas penas incorre de cheque
quem:
VI - emite cheque, sem
Disposição de coisa alheia suficiente provisão de fundos em
como própria poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
I - vende, permuta, dá em
pagamento, em locação ou em § 3º - A pena aumenta-se de um
garantia coisa alheia como própria; terço, se o crime é cometido em
detrimento de entidade de direito
Alienação ou oneração
público ou de instituto de economia
fraudulenta de coisa própria
popular, assistência social ou
II - vende, permuta, dá em beneficência.
pagamento ou em garantia coisa
Estelionato contra idoso
própria inalienável, gravada de ônus
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu § 4o Aplica-se a pena em dobro
vender a terceiro, mediante se o crime for cometido contra
pagamento em prestações, idoso. (Incluído pela Lei nº
silenciando sobre qualquer dessas 13.228, de 2015)
circunstâncias;
§ 5º Somente se procede mediante
Defraudação de penhor representação, salvo se a vítima
for: (Incluído pela Lei nº
III - defrauda, mediante
13.964, de 2019)
alienação não consentida pelo
credor ou por outro modo, a I - a Administração Pública, direta
garantia pignoratícia, quando tem a ou indireta; (Incluído pela Lei
posse do objeto empenhado; nº 13.964, de 2019)

Fraude na entrega de coisa II - criança ou


adolescente; (Incluído pela
IV - defrauda substância,
Lei nº 13.964, de 2019)
qualidade ou quantidade de coisa
que deve entregar a alguém; III - pessoa com deficiência mental;
ou (Incluído pela Lei nº
Fraude para recebimento de
13.964, de 2019)
indenização ou valor de seguro
IV - maior de 70 (setenta) anos de
V - destrói, total ou
idade ou incapaz. (Incluído
parcialmente, ou oculta coisa
pela Lei nº 13.964, de 2019)
própria, ou lesa o próprio corpo ou
a saúde, ou agrava as Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, Fraude no comércio
duplicata ou nota de venda que não
Art. 175 - Enganar, no
corresponda à mercadoria vendida,
exercício de atividade comercial, o
em quantidade ou qualidade, ou ao
adquirente ou consumidor:
serviço prestado. (Redação dada
pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) I - vendendo, como verdadeira
ou perfeita, mercadoria falsificada
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4
ou deteriorada;
(quatro) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) II - entregando uma
mercadoria por outra:
Parágrafo único. Nas mesmas
penas incorrerá aquêle que Pena - detenção, de seis meses
falsificar ou adulterar a a dois anos, ou multa.
escrituração do Livro de Registro
§ 1º - Alterar em obra que lhe é
de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº
encomendada a qualidade ou o peso
5.474. de 1968)
de metal ou substituir, no mesmo
Abuso de incapazes caso, pedra verdadeira por falsa ou
por outra de menor valor; vender
Art. 173 - Abusar, em proveito
pedra falsa por verdadeira; vender,
próprio ou alheio, de necessidade,
como precioso, metal de ou outra
paixão ou inexperiência de menor,
qualidade:
ou da alienação ou debilidade
mental de outrem, induzindo Pena - reclusão, de um a cinco
qualquer deles à prática de ato anos, e multa.
suscetível de produzir efeito
§ 2º - É aplicável o disposto no
jurídico, em prejuízo próprio ou de
art. 155, § 2º.
terceiro:
Outras fraudes
Pena - reclusão, de dois a seis
anos, e multa. Art. 176 - Tomar refeição em
restaurante, alojar-se em hotel ou
Induzimento à especulação
utilizar-se de meio de transporte
Art. 174 - Abusar, em proveito sem dispor de recursos para efetuar
próprio ou alheio, da inexperiência o pagamento:
ou da simplicidade ou inferioridade
Pena - detenção, de quinze
mental de outrem, induzindo-o à
dias a dois meses, ou multa.
prática de jogo ou aposta, ou à
especulação com títulos ou Parágrafo único - Somente se
mercadorias, sabendo ou devendo procede mediante representação, e
saber que a operação é ruinosa: o juiz pode, conforme as
circunstâncias, deixar de aplicar a
Pena - reclusão, de um a três
pena.
anos, e multa.
Fraudes e abusos na fundação IV - o diretor ou o gerente que
ou administração de sociedade por compra ou vende, por conta da
ações sociedade, ações por ela emitidas,
salvo quando a lei o permite;
Art. 177 - Promover a
fundação de sociedade por ações, V - o diretor ou o gerente que,
fazendo, em prospecto ou em como garantia de crédito social,
comunicação ao público ou à aceita em penhor ou em caução
assembléia, afirmação falsa sobre a ações da própria sociedade;
constituição da sociedade, ou
VI - o diretor ou o gerente que,
ocultando fraudulentamente fato a
na falta de balanço, em desacordo
ela relativo:
com este, ou mediante balanço
Pena - reclusão, de um a falso, distribui lucros ou dividendos
quatro anos, e multa, se o fato não fictícios;
constitui crime contra a economia
VII - o diretor, o gerente ou o
popular.
fiscal que, por interposta pessoa,
§ 1º - Incorrem na mesma pena, ou conluiado com acionista,
se o fato não constitui crime contra consegue a aprovação de conta ou
a economia popular: (Vide Lei nº parecer;
1.521, de 1951)
VIII - o liquidante, nos casos
I - o diretor, o gerente ou o dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
fiscal de sociedade por ações, que,
IX - o representante da
em prospecto, relatório, parecer,
sociedade anônima estrangeira,
balanço ou comunicação ao público
autorizada a funcionar no País, que
ou à assembléia, faz afirmação falsa
pratica os atos mencionados nos ns.
sobre as condições econômicas da
I e II, ou dá falsa informação ao
sociedade, ou oculta
Governo.
fraudulentamente, no todo ou em
parte, fato a elas relativo; § 2º - Incorre na pena de
detenção, de seis meses a dois anos,
II - o diretor, o gerente ou o
e multa, o acionista que, a fim de
fiscal que promove, por qualquer
obter vantagem para si ou para
artifício, falsa cotação das ações
outrem, negocia o voto nas
ou de outros títulos da sociedade;
deliberações de assembléia geral.
III - o diretor ou o gerente que
Emissão irregular de
toma empréstimo à sociedade ou
conhecimento de depósito ou
usa, em proveito próprio ou de
"warrant"
terceiro, dos bens ou haveres
sociais, sem prévia autorização da Art. 178 - Emitir conhecimento
assembléia geral; de depósito ou warrant, em
desacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de um a produto de crime: (Redação
quatro anos, e multa. dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Fraude à execução Pena - reclusão, de três a


Art. 179 - Fraudar execução, oito anos, e multa. (Redação
alienando, desviando, destruindo ou dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
danificando bens, ou simulando § 2º - Equipara-se à atividade
dívidas: comercial, para efeito do parágrafo
Pena - detenção, de seis meses anterior, qualquer forma de
a dois anos, ou multa. comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercício em
Parágrafo único - Somente se residência. (Redação dada
procede mediante queixa. pela Lei nº 9.426, de 1996)
CAPÍTULO VII § 3º - Adquirir ou receber coisa
DA RECEPTAÇÃO que, por sua natureza ou pela
Receptação desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a
Art. 180 - Adquirir, receber, oferece, deve presumir-se obtida
transportar, conduzir ou ocultar, por meio criminoso: (Redação
em proveito próprio ou alheio, coisa dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
que sabe ser produto de crime, ou
influir para que terceiro, de boa-fé, Pena - detenção, de um mês
a adquira, receba ou a um ano, ou multa, ou ambas as
oculte: (Redação dada pela penas. (Redação dada pela
Lei nº 9.426, de 1996) Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - reclusão, de um a § 4º - A receptação é punível,


quatro anos, e ainda que desconhecido ou isento
multa. (Redação dada pela de pena o autor do crime de que
Lei nº 9.426, de 1996) proveio a coisa. (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Receptação
qualificada (Redação dada § 5º - Na hipótese do § 3º, se o
pela Lei nº 9.426, de 1996) criminoso é primário, pode o juiz,
tendo em consideração as
§ 1º - Adquirir, receber, circunstâncias, deixar de aplicar a
transportar, conduzir, ocultar, ter pena. Na receptação dolosa aplica-
em depósito, desmontar, montar, se o disposto no § 2º do art.
remontar, vender, expor à venda, 155. (Incluído pela Lei nº
ou de qualquer forma utilizar, em 9.426, de 1996)
proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou § 6o Tratando-se de bens do
industrial, coisa que deve saber ser patrimônio da União, de Estado, do
Distrito Federal, de Município ou
de autarquia, fundação pública, prejuízo: (Vide Lei nº 10.741,
empresa pública, sociedade de de 2003)
economia mista ou empresa
I - do cônjuge desquitado ou
concessionária de serviços públicos,
judicialmente separado;
aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste II - de irmão, legítimo ou
artigo. (Redação dada ilegítimo;
pela Lei nº 13.531, de 2017)
III - de tio ou sobrinho, com
Receptação de animal quem o agente coabita.

Art. 180-A. Adquirir, receber, Art. 183 - Não se aplica o


transportar, conduzir, ocultar, ter disposto nos dois artigos anteriores:
em depósito ou vender, com a
I - se o crime é de roubo ou de
finalidade de produção ou de
extorsão, ou, em geral, quando haja
comercialização, semovente
emprego de grave ameaça ou
domesticável de produção, ainda
violência à pessoa;
que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de II - ao estranho que participa
crime: (Incluído pela Lei nº do crime.
13.330, de 2016)
III – se o crime é praticado
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 contra pessoa com idade igual ou
(cinco) anos, e multa. (Incluído superior a 60 (sessenta)
pela Lei nº 13.330, de 2016) anos. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO VIII 10.741, de 2003)
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena


quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em
prejuízo: (Vide Lei nº 10.741,
de 2003)

I - do cônjuge, na constância
da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou
descendente, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
natural.

Art. 182 - Somente se procede


mediante representação, se o crime
previsto neste título é cometido em
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SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO


LÍNGUA MATEMÁTICA Redação Conhecimentos NOÇÕES DE CONHECIMENTOS MATÉRIA COM
PORTUGUESA Regionais INFORMÁTICA GERAIS MAIOR
DIFICULDADE
19:00
às TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA
20:30
20:40 QUESTÕES QUESTÕES ELEBORAÇÃO QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES
às
21:10

LEGISLAÇÃO DA Constituição Constituição do Código Penal Direitos Redação 2ª MATÉRIA COM


POLÍCIA Federal Estado do Piauí Brasileiro Humanos MAIOR
MILITAR DIFICULDADE
21:30
às TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA
23:00
23:10 QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES ELABORAÇÃO QUESTÕES
às
23:40
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA A PROVA ESCRITA OBJETIVA MATÉRIA:


TEORIA + Revisão
CONHECIMENTOS GERAIS QUESTÕES
Revisão
01 02
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Leitura, compreensão e análise de textos de diversos


gêneros, para entender: a língua e as variedades
linguísticas, ideia global, argumento principal;
mecanismos da construção da textualidade; elementos
que comprometem a qualidade textual; texto verbal e
não verbal; elementos de comunicação, níveis da
linguagem e funções da linguagem; vícios de linguagem;
relações semânticas estabelecidas entre orações e
parágrafos; componentes estruturais básicos da
narrativa literária (espaço, tempo, personagens
principais e secundários, conflitos e solução);
2. Estrutura gramatical da língua portuguesa - Fonologia:
sons e letras, sílabas, encontros vocálicos, dígrafos,
encontros consonantais, ortografia, regras de
acentuação gráfica, pontuação.
3. Morfologia: estrutura e formação de palavras;
elementos mórficos e seus significados; classes de
palavras variáveis e invariáveis.
4. Sintaxe: Frase, oração e período; tipos de período.
5. Termos da oração: essenciais, integrantes e acessórios da
oração.
6. Período simples e período composto.
7. Sintaxe de Concordância, Colocação e Regência.

**REFERÊNCIA NO EDITAL DE 2017 – PMPI – BANCA NUCEPE


***RESPEITANDO O ACRESCIMO DAS DISCIPLINAS DE REDAÇÃO E CONHECIMENTOS REGIONAIS
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MATEMÁTICA

1. Conjuntos, representação gráfica e algébrica de


conjuntos; tipos de conjuntos; relações de pertinência,
inclusão, igualdade e desigualdade entre conjuntos,
subconjuntos; união, intersecção e diferença de
conjuntos; complementar de um conjunto.
2. Operações entre conjuntos.
3. Números naturais.
4. Operações com números naturais e suas propriedades:
adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação,
radiciação.
5. Divisibilidade; critérios de divisibilidade.
6. Divisores, fatores e múltiplos de um número.
7. Números primos.
8. Decomposição em fatores primos.
9. Máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum.
10. Números racionais.
11. Forma fracionária e forma decimal de números
racionais.
12. Simplificação de frações, reduzindo duas ou mais
frações ao mesmo denominador, tipos de frações, forma
mista, frações equivalentes.
13. Operações com números racionais fracionários e
decimais: adição, subtração, multiplicação, divisão e
potenciação.
14. Números inteiros.
15. Operações com números inteiros e suas propriedades:
adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação,
radiciação.

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16. Expressões numéricas.


17. Termo desconhecido.
18. Resolução de problemas.
19. Regra de três simples e composta.
20. Porcentagem.
21. Razões e proporções.
22. Juros simples e compostos.
23. Média aritmética simples e ponderada.
24. Geometria: reta e plano.
25. Figuras geométricas, área e volume das figuras
geométricas.
26. Giros e ângulos.
27. Polígonos, triângulos, quadriláteros.
28. Circunferência e círculo.
29. Geometria espacial.
30. Medidas de comprimento, superfície, volume, capacidade,
massa e tempo: unidades de medida; transformação das
unidades de medida.
31. Problemas envolvendo medidas.
32. Equação e inequação do 1º grau com até duas variáveis.
33. Equação e inequação do 2º grau.
34. Sistema de equações.
35. Função de 1º grau, função de 2º grau e função
exponencial.
36. Introdução à trigonometria.
37. Matrizes e sistemas lineares.
38. Números complexos.
39. Progressão aritmética e progressão geométrica.
40. Probabilidade e análise combinatória.

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CONHECIMENTOS GERAIS

1. Relações políticas e socioeconômicas no espaço mundial.


2. Disputas interimperialistas e transformações do espaço
capitalista.
3. Formações dos blocos de poder.
4. Caracterização dos sistemas político-econômicos
contemporâneos e suas áreas de influência e disputas;
5. Globalização e Fragmentação do espaço.
6. Conflitos étnicos, políticos e religiosos atuais.
7. Organismos Internacionais.
8. Questão Ambiental: degradação e conservação no âmbito
nacional e internacional.
9. Relações econômicas entre o Brasil e o Mundo.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Conceitos básicos de operação de microcomputadores.


2. Noções básicas de operação de microcomputadores em
rede local.
3. Operação do sistema operacional Windows 7 e MS-
Windows XP: uso de arquivos, pastas e operações mais
frequentes, uso de aplicativos e ferramentas, uso dos
recursos da rede e Painel de controle.
4. MS Word 2007 – Utilização de janelas e menus; Barras de
Ferramentas; Faixa de opções; Estilos; Operações com
arquivos; Layout da página; Impressão de documentos e
configuração da impressora; Edição de textos; Voltar e
repetir últimos comandos; exibição da página
(características e modos de exibição); Utilização de

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cabeçalhos e rodapés; Formatação no Word; Criação e


manipulação de tabelas e textos multicolunados;
Correspondências; Revisão; Referências; Proteção de
documentos e utilização das ferramentas. Operação da
planilha
5. MS-Excel 2007: Utilização de janelas e menus; Barra de
ferramentas; Operações com arquivos: Layout da página;
Confecção, formatação e impressão de planilhas;
Comandos copiar, recortar, colar, inserir, voltar e
repetir; Revisão; Gráficos; Características e modos de
exibição; Utilização de cabeçalhos e rodapés; Dados;
Utilização de mesclagem de células, filtro, classificação
de dados. Operação do apresentador
6. MSPower Point 2007: conceitos básicos; principais
comandos aplicáveis às lâminas; modelos de
apresentação; ferramentas diversas, temas e estilos.
Noções de utilização do MS Internet Explorer
7. Manutenção dos endereços Favoritos; Ferramentas;
Utilização do Histórico; Noções de navegação em
hipertexto.
8. Segurança da informação e procedimentos de segurança.
9. Procedimentos de backup.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ Lei Estadual nº


3.808, de 16/07/1981 (Estatuto dos Policiais Militares do
Estado do Piauí).
2. Lei Estadual nº 3.729, de 27/05/1980 (Conselho de Disciplina

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de Policiais Militares e Corpo de Bombeiros do Estado


do Piauí).
3. Decreto nº 3.548, de 31/01/1980 (Regulamento Disciplinar
da Polícia Militar do Piauí).

NOÇÕES DE DIREITO

Constituição Federal:

1. Dos Princípios Fundamentais.


2. Dos Direitos e Garantias Fundamentais - Dos direitos e
deveres individuais e coletivos;
3. Dos direitos sociais;
4. Da nacionalidade.
5. Da Organização do Estado -
6. Da organização político-administrativa;
7. Da administração pública;
8. Defesa do Estado e das instituições democráticas:
segurança pública, organização da Segurança Pública.

Constituição do Estado do Piauí:

1. Da administração pública - Das Disposições Gerais;


2. Dos Servidores Públicos Militares.
3. Da Justiça Militar.
4. Da Segurança Pública – Disposição Geral; Da Polícia
Civil; Da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar.

Código Penal Brasileiro:


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1. Da aplicação da lei penal;


2. Do crime;
3. Da Imputabilidade Penal;
4. Das penas;
5. Dos crimes contra a pessoa;
6. Dos crimes contra o patrimônio.

Direitos Humanos: Conceitos de Direitos Humanos:

1. Evolução dos Direitos Humanos.


2. Princípios e Características dos Direitos Humanos.
3. Direitos Humanos e Ordenamento Jurídico brasileiro.
4. Constituição da Republica Federativa do Brasil: Art. 5º
ao 7º e Art. 14. Carta das Nações Unidas (26/06/1945).
5. Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948).
6. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(16/12/1966).
7. Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (10/12/1984).
8. Estatuto de Roma (17/07/1998).
9. Os Direitos Humanos e a Segurança Pública.

Redação.***

Conhecimentos Regionais.***

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Direitos Humanos: fundamentais a pessoa humana,
Conceitos de Direitos Humanos.
independente da nacionalidade,
Evolução dos Direitos Humanos. sexo, religião, cor, ou qualquer
Princípios e Características dos outro aspecto que possa
Direitos Humanos. Direitos provocar diferenciação entre os
Humanos e Ordenamento Jurídico seres humanos.
brasileiro. Constituição da
A Constituição Federal da
Republica Federativa do Brasil: Art.
República normatizou em seu artigo
5º ao 7º e Art. 14. Carta das Nações
1º, inciso III, que aborda os
Unidas (26/06/1945). Declaração
fundamentos do Estado
Universal dos Direitos Humanos
Democrático de Direito, a
(10/12/1948). Pacto Internacional
dignidade da pessoa humana, em
dos Direitos Civis e Políticos
vista da importante obrigação do
(16/12/1966). Convenção contra a
Estado de garantir a todos, o
Tortura e Outros Tratamentos ou
mínimo para a sobrevivência de uma
Penas Cruéis, Desumanos ou
maneira digna.
Degradantes (10/12/1984). Estatuto
de Roma (17/07/1998). Os Direitos Em contígua, a expressão “direitos
Humanos e a Segurança Pública. humanos” é utilizada para
denominar aqueles direitos já
positivados na esfera internacional.
Conceitos de Direitos Humanos. Reiterando o conhecimento do
jurista citado “a expressão seria
imprecisa, uma vez que não há
Os Direitos Humanos, segundo a direito que não seja humano, pois
Organização das Nações Unidas, somente o homem pode ser titular
foram definidos como sendo uma de direitos. Mas, forçoso
garantida fundamental e reconhecer que “humanos”, na
expressão, não se refere à
universal que visa proteger os
titularidade do direito, mas, sim, ao
indivíduos e grupos sociais
bem protegido.”
contra as diversas ações ou
omissões daqueles que atentem Já no que se refere aos Direitos
contra a dignidade da pessoa Fundamentais, a terminologia serve
humana[1]. para conceituar os direitos
reconhecidos e aplicados pela
2.1CONCEITO Constituição de cada país, que, no
ordenamento jurídico brasileiro se
Os Direitos Humanos são faz presente no Artigo 5º da
direitos conquistados ao longo Constituição Federal de 1988,
de toda história e hoje estão garantindo a todos os residentes no
interligados com o objetivo de país, sejam eles brasileiros ou
garantir a todos os direitos estrangeiros, alguns direitos
inerentes a sobrevivência humana, fundamentais” é reservada única e
dentre eles, a vida, a segurança, a exclusivamente para o plano
propriedade e a igualdade[7]. doméstico. Não existe direito
fundamental no plano internacional.
Nesta senda, se faz de suma
Além disso, todo direito
importância a visão globalizada dos
fundamental encontra-se positivado
Direitos Humanos, pois eles são os
na ordem interna, já a expressão
responsáveis por garantir a
“direitos humanos” diz respeito ao
liberdade humana, a liberdade de
plano internacional. Nesse sentido,
expressão, o trabalho digno, dentre
fala-se em tratados de direitos
outros aspectos essenciais para a
humanos.
evolução global e para a proteção
integral de todos os seres humanos. Características.

Os Direitos Humanos, ao longo dos Historicidade


anos, tornaram-se cada vez mais
Os direitos humanos ganharam
consolidado, superando, a cada dia,
importância e relevância no século
o preconceito e o ódio emanado
XX já estando incorporados ao
pela sociedade, que movida pelas
pensamento jurídico do século XXI.
mídias sociais e pelos noticiários,
Os doutrinadores sustentam que o
em tempos onde a verdade
fundamento e a justificativa dos
individual cega e impede a
direitos humanos estariam ligados
ampliação de estudos e a
ao positivismo ou ao jusnaturalismo.
compreensão da história, acredita
que os Direitos Humanos são O positivismo estaria representado
criados e postulados de forma a na estruturação jurídica previsão
proteger àqueles que cometem legal dos direitos humanos. Nesse
delitos. sentido é o pensamento de
Norberto Bobbio e Hans Kelsen.
Uma vez previstos no ordenamento
Evolução dos Direitos Humanos. jurídico interno (Constituição e
normas infraconstitucionais),
Ao se falar em direitos do homem,
podem ser exigidos. Também podem
trata-se de direitos não positivados,
ser previstos em tratados e
quer no plano do direito interno,
convenções internacionais sobre
quer no plano do direito
direitos humanos.
internacional. Atualmente, por
conta da existência de inúmeros Já o jusnaturalismo entende que a
tratados e constituições, é muito pessoa humana é o fundamento
difícil haver um direito do homem. absoluto dos direitos humanos,
Isso porque, a maior parte já se independentemente do lugar em
encontra positivada. Trata-se de que esteja, devendo ser tratada de
expressão proveniente do direito modo justo e solidário. Nesse
natural. - A expressão “direitos sentido posicionam-se os juristas
brasileiros Dalmo de Abreu Dallari filosófico sobre a paz perpétua -
e Fábio Konder Comparato. 1795), por meio do racionalismo,
delineou o Estado como um
Desse modo, os direitos humanos
instrumento de produção de leis,
são preexistentes ao direito, que
por meio de seus cidadãos, sendo a
apenas os declara. O direito só
liberdade o principal fundamento
existe em função do homem, e é
para se estabelecer e valorizar a
nele que se fundamenta todo e
figura da pessoa humana, devendo-
qualquer direito.
se atentar para a moralidade, a
Destaque-se que sobre o tema dignidade e a paz perpétua.
direitos humanos, existem três
A Revolução Francesa fez nascer
marcos históricos fundamentais: o
os ideais representativos dos
iluminismo, a Revolução Francesa e
direitos humanos, quais sejam a
o término da II Guerra Mundial.
igualdade, a liberdade e a
No iluminismo foi ressaltada a fraternidade. Por fim, como final da
razão, o espírito crítico e a fé na II Guerra Mundial, os homens se
ciência. Esse movimento procurou conscientizaram da necessidade de
compreender a essência das coisas e não se permitir que seres humanos
das pessoas, observar o homem novamente sofressem aquelas
natural, e desse modo chegar às atrocidades cometidas pelos
origens da humanidade. São nazistas. A barbárie do
pensadores renomados de tal totalitarismo significou a ruptura
período: John Locke (Tratado do paradigma dos direitos humanos,
sobre o governo - 1689), Jean- por meio da negação do valor da
Jacques Rousseau (Contrato social pessoa humana como valor-fonte do
- 1762), Thomas direito (Flávia Piovesan, Direitos
humanos e justiça internacional, p.
Hobbes (O Leviatã - 1651) e Charles-
9).
Louis de Secondat - Montesquieu
(O espírito das leis - 1748). Posteriormente houve a criação da
Organização das Nações Unidas e a
Impulsionadas pelo iluminismo
declaração de inúmeros tratados
foram elaboradas as primeiras
internacionais de direitos humanos,
declarações de direitos humanos,
como a Declaração Universal
destacando-se a Declaração de
dos Direitos Humanos, o Pacto
Direitos do Homem e do Cidadão,
Internacional de Direitos Civis e
de 26 de agosto de 1789, redigida
Políticos, entre outros.
após a Revolução Francesa, a qual
teve como marco histórico a queda Verifica-se o desenvolvimento do
da Bastilha, em 14 de julho de 1789. sistema internacional de proteção
Immanuel Kant (Crítica da razão dos direitos humanos, que é o maior
pura - 1781, A doutrina do direito, legado da chamada "era dos
A doutrina da virtude e seu Ensaio direitos" (Flávia Piovesan, Direitos
humanos e justiça internacional, p. Universalidade
7).
Basta a condição de ser pessoa para
Em uma visão contemporânea, José que se possam usufruir os direitos
Joaquim Gomes Canotilho afirma: humanos. O direito ao voto é
fundamental e individual, mas não é
Os direitos humanos articulados
universal, logo não se trata de um
com o relevante papel das
direito humano, se assim fosse
organizações internacionais
todos poderiam votar. Trata-se de
fornecem um enquadramento
característica criada, em especial,
razoável para
diante das atrocidades da 2a
o constitucionalismo global. O
Guerra.
constitucionalismo global
compreende não apenas o clássico Essencialidade
paradigma das relações horizontais
Os direitos humanos são essenciais
entre Estados, mas o novo
por natureza, sob duplo aspecto:
paradigma centrado nas relações
formal, pois, na ordem topográfica
Estado/povo, na emergência de um
da constituição, os direitos
Direito Internacional dos Direitos
humanos encontram-se previstos
Humanos e na tendencial elevação
antes mesmo de se tratar da
da dignidade humana a pressuposto
estrutura de governo, poderes e
ineliminável de todos os
administração; material, pois eles
constitucionalismos. Por isso,
congregam valores que pertencem
o Poder Constituinte dos Estados
ao núcleo material das
e, consequentemente, das
constituições. Trata-se de valores
respectivas Constituições nacionais
que pertencem à matéria
está hoje cada vez mais vinculado a
constitucional por excelência
princípios e regras de direito
(Canotilho). Nesse sentido, os
internacional. É como se o Direito
direitos humanos pertencem ao
Internacional fosse transformado
“bloco de constitucionalidade”.
em parâmetro de validade das
próprias Constituições nacionais Irrenunciabilidade
(cujas normas passam a ser
A autorização do seu titular NÃO
consideradas nulas se violadoras
convalida a sua violação ou
das normas do jus cogens
revogação.
internacional).
Inalienabilidade
“O Poder Constituinte soberano
criador de Constituições está hoje Os direitos humanos são
longe de ser um sistema autônomo inalienáveis, isto é, eles não podem
que gravita em torno da soberania ser trocados ou cedidos, onerosa
do Estado” (Direito constitucional ou gratuitamente. Os direitos
e teoria da constituição, p. 1.217). humanos são inegociáveis.

Inexauribilidade
- Os direitos são inesgotáveis. Trata- mate, não prenda, entre outras
se do art. 5o, §2o (cláusula de não atividades constritivas.
exclusão) da CF/88.
Tem origem nas revoluções liberais,
Art. 5o (...) tais como a Magna Carta de
1215, Habeas Corpus Act (1679),
§ 2º - Os direitos e garantias
Declaração de Direitos do Homem
expressos nesta Constituição não
e do Cidadão, entre outros.
excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela Os direitos de segunda geração são
adotados, ou dos tratados os direitos sociais, econômicos e
internacionais em que a República culturais que valorizam grupos de
Federativa do Brasil seja parte. indivíduos, tais como os
trabalhadores e aposentados direito
Imprescritibilidade
ao trabalho, ao seguro social, à
No plano do direito internacional, subsistência, amparo à doença, à
não haverá prescrição, a qualquer velhice, entre outros.
momento pode ser vindicado, mas
Espera-se uma ação positiva por
desde que ainda esteja no plano
parte do Estado viabilizando tais
internacional, à imprescritibilidade
direitos. Surgem em virtude dos
é em relação ao fato.
excessos da revolução industrial,
Vedação do Retrocesso / Proibição que consistiu em um conjunto de
de Regresso / “Efeito cliquet” mudanças tecnológicas com
profundo impacto
Os Estados, em geral, ao assumirem
no processo produtivo em nível
compromissos em convenções
econômico e social. Iniciada na
humanas, devem zelar para que
Inglaterra, em meados do século
os direitos humanos não regridam
XVIII, expandiu-se pelo mundo a
na sua proteção. Nesse sentido,
partir do século XIX.
veda-se a regressão. Esse princípio
acaba por impedir a aplicação da Além disso, houve a omissão do
ideia tradicional de que lei Estado liberal, ou seja, o Estado
posterior derroga lei anterior interfere de modo mínimo na
sociedade.
GERAÇÕES DE DIREITOS
HUMANOS Destacam-se a Constituição
Mexicana de 1917, a Declaração
Os direitos de primeira geração são
Russa dos Direitos do Povo
os direitos e garantias individuais e
Trabalhador e Explorado de 1918, a
políticos clássicos que tem no
Constituição Alemã de 1919
indivíduo o centro de proteção
(Weimar), a criação da Organização
(liberdades públicas como o direito
Internacional do Trabalho (1919),
à vida, à liberdade, à expressão e à
entre outros.
locomoção). Representam um limite
na atuação do Estado, ou seja, não
Os direitos da terceira geração são que compreendem as liberdades
conhecidos por direitos de clássicas, negativas ou formais -
fraternidade ou solidariedade e realçam o princípio da liberdade e
abrange a paz universal, um meio os direitos de segunda geração
ambiente equilibrado, entre outros (direitos econômicos, sociais e
direitos difusos. culturais) - que se identificam com
as liberdades positivas, reais ou
Desse modo, busca-se proteger um
concretas acentuando princípio da
número indeterminado e
igualdade, os direitos de terceira
indeterminável de pessoas. São
geração, que materializam poderes
enfatizados após a Segunda Guerra
de titularidade coletiva atribuídos
Mundial, principalmente com a
genericamente a todas as
criação da Organização das Nações
formações sociais, consagram o
Unidas (1945) e a
princípio da solidariedade e
internacionalização dos direitos
constituem um momento
humanos.
importante no processo de
Os direitos de quarta geração são desenvolvimento, expansão e
conhecidos por direitos dos povos e reconhecimento dos direitos
são fruto da última fase da humanos, caracterizados, enquanto
estruturação do Estado Social. valores fundamentais indisponíveis,
pela nota de uma essencial
Abrangem o direito à informação,
inexauribilidade"
ao pluralismo, à democracia entre
outros. Há quem sustente ser o
direito vinculado ao
Direitos Humanos e Fundamentais
desenvolvimento científico, também
no ordenamento Jurídico
chamado de desenvolvimento
brasileiro
biotecnológico (DNA, genética,
nanotecnologia,
clonagem,biotecnologia, entre
No que diz respeito aos direitos
outros).
humanos, a Constituição Federal do
Na atualidade, tem forte influência Brasil de 1988 estabelece diversos
no campo jurídico, especialmente artigos protetivos, dos quais devem
no que se refere aos estudos de ser destacados:
células tronco, aborto,
a) o inciso III do art. 1.° que
estabelecimento de paternidade,
determina expressamente que a
sucessão hereditária, dentre outros
dignidade da pessoa humana é um
Percebe-se que se trata de um
dos fundamentos do Estado
desdobramento da terceira
Democrático de Direito brasileiro;
geração.
b) o art. 3.°, que prevê, entre os
"Enquanto os direitos de primeira
objetivos fundamentais do País,
geração (direitos civis e políticos)
construir uma sociedade livre, justa
e solidária (inciso I), erradicar a tratados internacionais em que a
pobreza e a marginalização e República Federativa do Brasil seja
reduzir as desigualdades sociais e parte" Incluiu, pois, entre os
regionais (inciso III) e promover o direitos protegidos pela
bem de todos, sem preconceitos de Constituição Federal, os direitos
origem, raça, sexo, cor, idade e determinados nos tratados
quaisquer outras formas de internacionais dos quais o Brasil
discriminação (inciso IV); seja signatário.

c) o art. 4.° que estabelece os Antes da Emenda Constitucional


princípios que devem ser adotados 45/2004, alguns doutrinadores já
nas relações internacionais: entendiam que a Constituição
prevalência dos direitos humanos atribuía aos direitos internacionais
(inciso II), autodeterminação dos uma hierarquia especial e
povos (inciso III), não intervenção diferenciada, qual seja a de norma
(inciso IV), igualdade entre os constitucional. Esse tratamento
Estados (inciso V), defesa da paz jurídico se justificava na medida em
(inciso VI), solução pacífica dos que os tratados internacionais de
conflitos (inciso VII), repúdio direitos humanos apresentavam um
ao terrorismo e ao racismo (inciso caráter especial, distinguindo-se
VIII), cooperação entre os povos dos tratados internacionais comuns,
para o progresso da humanidade levando em consideração os §§ 1.° e
(inciso IX), concessão de asilo 2.° do art. 5.°.
político (inciso X);
Após a Emenda Constitucional
d) o art. 5.°, caput, que diz que 45/2004, houve a inclusão do § 3.° ao
"todos são iguais perante a lei, sem art. 5.° da CF/88, onde se lê: "Os
distinção de qualquer natureza, tratados e convenções
garantindo-se aos brasileiros e aos internacionais sobre direitos
estrangeiros residentes no País a humanos que forem aprovados, em
inviolabilidade do direito à vida, à cada Casa do Congresso Nacional,
liberdade, à igualdade, à segurança em dois turnos, por três quintos dos
e à propriedade", sendo elencadas votos dos respectivos membros,
dezenas de incisos serão equivalentes às emendas
constitucionais"
e) o § 1,° do art. 5.°, que determina
que as normas definidoras dos .Trata-se da "constitucionalização
direitos e garantias fundamentais de tratados e convenções
têm aplicação imediata internacionais sobre direitos
humanos" ou seja, se quiser
f) o § 2.° do art. 5.°, que afirma que
equipará-los às normas
os direitos e garantias nela
constitucionais deve-se obter essa
expressos "não excluem outros
aprovação do Congresso Nacional
decorrentes do regime e dos
(3/5 em dois turnos nas duas casas
princípios por ela adotados, ou dos
do Congresso Nacional). Cumpre Os artigos 12 e 13 da CF/88 aborda
observar que é a mesma votação no tema nacionalidade sob o
para a aprovação de uma emenda enfoque constitucional:
constitucional (art. 60, § 2.°, da
"Art. 12. São brasileiros:
CF/88) e não importa se o tratado
ou a convenção é anterior ou I - natos: a) os nascidos na
posterior à EC 45/2004. República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros,
Sobre o tema direitos humanos e
desde que estes não estejam a
fundamentais também é muito
serviço de seu país; b) os nascidos
importante à leitura dos demais
no estrangeiro, de pai brasileiro ou
artigos do Título 11 da
mãe brasileira, desde que qualquer
Constituição Federal vigente (Dos
deles esteja a serviço da República
direitos e garantias fundamentais:
Federativa do Brasil;
Dos direitos e deveres individuais e
coletivos, Dos direitos sociais, Da c) os nascidos no estrangeiro de pai
nacionalidade, Dos direitos brasileiro ou de mãe brasileira,
políticos e Dos partidos políticos), desde que sejam registrados em
bem como do Título VIII (Da ordem repartição brasileira competente ou
social: Da seguridade social, Da venham a residir na República
educação, da cultura e do Federativa do Brasil e optem, em
desporto, Da ciência e tecnologia, qualquer tempo, depois de atingida
Da comunicação social, Do meio a maioridade, pela nacionalidade
ambiente, Da família, da criança, brasileira;
do adolescente e do idoso e Dos
II - naturalizados: a) os que, na
índios).
forma da lei, adquiram a
No plano interno brasileiro, ainda nacionalidade brasileira, exigidas
existem as normas aos originários de países de língua
infraconstitucionais federais, portuguesa apenas residência por
estaduais, distritais e municipais um ano ininterrupto e idoneidade
que protegem em suas diversas moral; b) os estrangeiros de
áreas os seres humanos, tal como a qualquer nacionalidade, residentes
proteção do meio ambiente, da na República Federativa do Brasil
criança, do idoso, entre outros, há mais de quinze anos
bem como as normas supralegais, ininterruptos e sem condenação
que são aquelas acima das leis penal, desde que requeiram a
comuns, mas abaixo da nacionalidade brasileira.
Constituição (tratados e
§ 1.° Aos portugueses com
convenções internacionais sobre
residência permanente no País, se
direitos humanos em que o Brasil
houver reciprocidade em favor de
seja parte).
brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro,
salvo os casos previstos nesta - A Declaração Universal de
Constituição. Direitos Humanos de 1948
determina em seu Art. XV: "1. Toda
§ 2.° A lei não poderá estabelecer
pessoa tem direito a uma
distinção entre brasileiros natos e
nacionalidade. 2. Ninguém será
naturalizados, salvo nos casos
arbitrariamente privado de sua
previstos nesta Constituição.
nacionalidade, nem do direito de
§ 3.° São privativos de brasileiro mudar de nacionalidade".
nato os cargos: de Presidente e
- A Declaração Americana dos
Vice- Presidente da República; de
Direitos e Deveres do Homem de
Presidente da Câmara dos
1948 estabelece em seu Art. XIX:
Deputados; de Presidente do
"Toda pessoa tem direito à
Senado Federal; de Ministro do
nacionalidade que legalmente lhe
Supremo Tribunal Federal; da
corresponda, podendo mudá-la, se
carreira diplomática; de oficial das
assim o desejar, pela de qualquer
Forças Armadas; de Ministro de
outro país que estiver disposto a
Estado da Defesa.
concedê-la"
§ 4.° Será declarada a perda da
-”A Convenção Americana de
nacionalidade do brasileiro que
Direitos Humanos consigna em seu
tiver cancelada sua naturalização,
art. 20 o direito à nacionalidade:” 1.
por sentença judicial, em virtude de
Toda pessoa tem direito a uma
atividade nociva ao interesse
nacionalidade.
nacional; adquirir outra
nacionalidade, salvo nos casos: a) de Toda pessoa tem direito à
reconhecimento de nacionalidade nacionalidade do Estado em cujo
originária pela lei estrangeira; b) de território houver
imposição de naturalização, pela
Nascido se não tiver direito a
norma estrangeira, ao brasileiro
outra. 3. A ninguém se deve privar
residente em estado estrangeiro,
arbitrariamente de sua
como condição para permanência
nacionalidade nem do direito de
em seu território ou para o
mudá-la “
exercício de direitos civis;
.Como se vê, a nacionalidade é
A nacionalidade é importante para
direito humano previsto em diversos
os Estados soberanos, de modo que
documentos internacionais de
a maioria deles determina o modo
proteção das pessoas. Corresponde
de aquisição e perda da
ao vínculo jurídico-político que une
nacionalidade nas suas
o indivíduo a um Estado
Constituições. Além disso,
determinado. No que diz respeito à
documentos internacionais abordam
legislação infraconstitucional
o tema.
referente à nacionalidade, existe o
São exemplos: Estatuto dos Estrangeiros (Lei
6.815, de 19.08.1980, com alteração defesa e à conservação da ordem
da Lei 6.964, de 09.12.1981), que interna do Estado.
define a situação jurídica do
Pode ser expulso o estrangeiro que,
estrangeiro no Brasil.
de qualquer modo, atentar contra a
De acordo com a doutrina pode-se segurança nacional, a ordem
classificar a nacionalidade em política ou social, a tranquilidade
primária ou originária: vincula-se ao ou moralidade
fato natural do nascimento.
pública e a economia popular, ou
((Adotam-se dois critérios: I) da
cujo procedimento o torne nocivo à
territorialidade (ius solis): atribui à
convivência e aos interesses
nacionalidade a quem nasce no
nacionais, entre outros casos
território do Estado de que se
previstos em lei
trata; e II) da consanguinidade (ius
sanguinis): são nacionais os (Lei 6.815/1980, com alterações da
descendentes de nacionais. No caso Lei 6.964/1981, arts. 65-75).
da nacionalidade primária haverá o
A deportação é o envio
brasileiro nato.
compulsório do estrangeiro para o
Para a proteção dos nacionais e dos exterior que ingressou ou
estrangeiros não se pode esquecer permanece irregularmente no
da extradição, expulsão, território nacional. Quando o
deportação e banimento. estrangeiro não se retirar
voluntariamente no prazo
A extradição corresponde à saída
determinado, será feita a
compulsória de uma pessoa de um
deportação para o país de origem
país. Normalmente, há a entrega
ou de procedência dele, ou para
para a justiça de outro país de um
outro que consinta em recebê-lo.
indivíduo acusado de um delito ou
Não sendo ela possível ou existindo
já condenado, por considerá-lo
indícios sérios de periculosidade ou
competente para julgá-lo e puni-lo.
de indesejabilidade do estrangeiro,
No Brasil, compete ao Supremo
proceder-se-á a sua expulsão.
Tribunal Federal processar e julgar
originariamente a extradição O asilo político é o recebimento de
solicitada pelo estado estrangeiro. estrangeiro no território nacional,
Cumpre observar que, se for crime sem os requisitos de ingresso, a seu
impuro, cabe extradição – cláusula pedido, para evitar punição ou
de atentado (violência contra perseguição no seu país de origem,
pessoas) (art. 77, § 3.°, da Lei por delito de natureza política ou
6.815/1980). ideológica. A Constituição Federal
prevê a concessão de asilo político
A expulsão é o envio compulsório
(art.4. ° , X). O asilado não poderá
do estrangeiro para o exterior por
sair do País sem prévia autorização
ter cometido delito, infração ou
do governo brasileiro, sob pena de
ato que o torne inconveniente à
renúncia ao asilo e de impedimento de sue país diretamente ou por
de reingresso nessa condição. intermédio de representantes
livremente escolhidos. Toda pessoa
O direito ao asilo é previsto na
tem igual direito de acesso ao
Declaração Universal dos Direitos
serviço público do seu país. A
Humanos
vontade do povo será à base da
em seu art. XIV, onde se lê: autoridade do governo; esta
vontade será expressa em eleições
"1. Toda pessoa vítima de
periódicas e legítimas, por sufrágio
perseguição tem o direito de
universal, por voto secreto ou
procurar e de gozar asilo em outros
processo equivalente que assegure
países.
a liberdade de voto.
"2. Este direito não pode ser
O Pacto Internacional de Direitos
invocado em caso de perseguição
Civis e Políticos de 1966, no art. 25:
legitimamente
"Todo cidadão terá o direito e a
motivada por crimes de direito possibilidade, sem qualquer das
comum ou por atos contrários aos formas de discriminação
propósitos ou princípios das mencionadas no art. 2.° e sem
Nações Unidas." restrições infundadas: a) de
participar da condução dos
Tal direito também é assegurado na
assuntos públicos, diretamente ou
Convenção Americana de Direitos
por meio de representantes
Humanos no art. 22, n. 7, que assim
livremente escolhidos; b) de votar e
estabelece:
ser eleito em eleições periódicas,
"Toda pessoa tem o direito de autênticas, realizadas por sufrágio
buscar e receber asilo em território universal e igualitário e por voto
estrangeiro, em caso de perseguição secreto que garantam a
por delitos políticos ou comuns manifestação da vontade dos
conexos com delitos políticos e de eleitores; de ter acesso, em
acordo com a legislação de cada condições gerais de igualdade, às
Estado e com os convênios funções públicas de seu país.
internacionais."
A Convenção Americana de
Dos artigos 14 a 17 da CF/88 são Direitos Humanos (Pacto de San
tratados os direitos políticos no José da Costa Rica - 1969), em seu
direito fundamental brasileiro. No art. 23, determina:
plano internacional merece
Direitos políticos. Todos os
destaque:
cidadãos devem gozar dos seguintes
A Declaração Universal de Direitos direitos e oportunidades: a) de
Humanos de 1948, em seu art. XXI, participar da condução dos
estabelece: Toda pessoa tem o assuntos públicos, diretamente ou
direito de tomar parte no governo por meio de representantes
livremente eleitos; b) de votar e ser Em sentido estrito (jurídico),
eleito em eleições periódicas, cidadão é o indivíduo dotado de
autênticas, realizadas por sufrágio capacidade eleitoral ativa (votar),
universal e igualitário e por voto podendo, se preencher
secreto, que garantam a livre determinadas exigências legais,
expressão da vontade dos eleitores; possuir também a capacidade
e c) de ter acesso, em condições eleitoral passiva (ser votado).
gerais de igualdade, às funções
públicas de seu país. A lei pode
regular o exercício dos direitos e Carta das Nações Unidas.
oportunidades, a que se refere o
inciso anterior, exclusivamente por
motivo de idade, nacionalidade, DECRETO Nº 19.841, DE 22 DE
residência, idioma, instrução, OUTUBRO DE 1945.
capacidade civil ou mental, ou
condenação, por juiz competente, Promulga a
em processo penal. Carta das
Nações
Os direitos políticos correspondem Unidas, da
a um conjunto de regras que qual faz
possibilita a participação dos parte
cidadãos (eleitores) na distribuição integrante o
do poder no Estado por meio do anexo
voto. Estatuto da
No Brasil, os eleitores participam Corte
ativamente da composição dos Internaciona
Vide Decretos nºs
Poderes Legislativo e Executivo. l de Justiça,
1.384, 1.516, 1.517 e 1.51
assinada em
A cidadania formal é a participação 8, de 1995
São
dos cidadãos (eleitores) na vida do Francisco, a
Estado por meio do voto, e a 26 de junho
cidadania material ou real vai além de 1945, por
desse ato, com a participação da ocasião da
população na fiscalização e Conferência
resolução dos problemas do Estado. de
Pode ser externada através de Organização
campanhas de moralização das Internaciona
instituições públicas, de formação l das Nações
de organizações não Unidas.
governamentais para incentivo e
auxílio nas atividades do Estado, de O PRESIDENTE DA
denúncias de corrupção e desvio de REPÚBLICA, tendo em vista que
verbas públicas, entre outros. foi aprovada a 4 de setembro e
ratifica a 12 de setembro de 1945.
Pelo governo brasileiro a Carta das sôbre Organização Internacional,
nações Unidas, da qual faz parte foi concluída e assinada, pelos
integrante o anexo Estatuto da respectivos Plenipotenciários, em
Côrte Internacional de Justiça, São Francisco, a 26 de junho de
assinada em São Francisco , a 26 de 1945, a Carta das Nações Unidas, da
junho de 1945, por ocasião da qual faz parte integrante o anexo
Conferencia de Organização Estatuto da Corte Internacional de
Internacional da Nações Unidas; e Justiça, tudo do teor seguinte:

Havendo sido o referido CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS


instrumento de ratificação
NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES
depositado nos arquivos do
UNIDAS, RESOLVIDOS
Govêrno do Estados Unidos da
América a 21 de setembro de 1945 e a preservar as gerações vindouras
usando da atribuição que lhe do flagelo da guerra, que por duas
confere o atr. 74, letra a da vezes, no espaço da nossa vida,
Constituição, trouxe sofrimentos indizíveis à
humanidade, e a reafirmar a fé nos
DECRETA:
direitos fundamentais do homem,
Art. 1º fica promulgada a Carta da na dignidade e no valor do ser
Nações Unidas apensa por cópia ao humano, na igualdade de direito dos
presente decreto, da qual faz parte homens e das mulheres, assim como
integrante o anexo Estatuto da das nações grandes e pequenas, e a
Côrte Internacional de Justiça, estabelecer condições sob as quais
assinada em São Francisco, a 26 de a justiça e o respeito às obrigações
junho de 1945. decorrentes de tratados e de
outras fontes do direito
Art. 2º Êste decreto entrará em
internacional possam ser mantidos,
vigor na data de sua publicação.
e
Rio de Janeiro, 22 de outubro de
a promover o progresso social e
1945, 124º da Independência e 57º da
melhores condições de vida dentro
República.
de uma liberdade ampla.
GETULIO VARGAS
E para tais fins
P. Leão Velloso
praticar a tolerância e viver em paz,
Este texto não substitui o
uns com os outros, como bons
publicado na Coleção de Leis do
vizinhos,e
Brasil de 1945
unir as nossas forças para manter a
Faço saber, aos que a presente
paz e a segurança internacionais, e
Carta de ratificação vierem, que,
a garantir, pela aceitação de
entre a República dos Estados
princípios e a instituição dos
Unidos e os países representados na
métodos, que a força armada não
Conferência das Nações Unidas
será usada a não ser no interesse 2. Desenvolver relações amistosas
comum, entre as nações, baseadas no
respeito ao princípio de igualdade
a empregar um mecanismo
de direitos e de autodeterminação
internacional para promover o
dos povos, e tomar outras medidas
progresso econômico e social de
apropriadas ao fortalecimento da
todos os povos.
paz universal;
Resolvemos conjugar nossos
3. Conseguir uma cooperação
esforços para a consecução dêsses
internacional para resolver os
objetivos.
problemas internacionais de caráter
Em vista disso, nossos respectivos econômico, social, cultural ou
Governos, por intermédio de humanitário, e para promover e
representantes reunidos na cidade estimular o respeito aos direitos
de São Francisco, depois de humanos e às liberdades
exibirem seus plenos poderes, que fundamentais para todos, sem
foram achados em boa e devida distinção de raça, sexo, língua ou
forma, concordaram com a presente religião; e
Carta das Nações Unidas e
4. Ser um centro destinado a
estabelecem, por meio dela, uma
harmonizar a ação das nações para
organização internacional que será
a consecução desses objetivos
conhecida pelo nome de Nações
comuns.
Unidas.
Artigo 2. A Organização e seus
CAPÍTULO I
Membros, para a realização dos
PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS propósitos mencionados no Artigo
1, agirão de acordo com os
Artigo 1. Os propósitos das Nações
seguintes Princípios:
unidas são:
1. A Organização é baseada no
1. Manter a paz e a segurança
princípio da igualdade de todos os
internacionais e, para esse fim:
seus Membros.
tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e 2. Todos os Membros, a fim de
reprimir os atos de agressão ou assegurarem para todos em geral os
outra qualquer ruptura da paz e direitos e vantagens resultantes de
chegar, por meios pacíficos e de sua qualidade de Membros, deverão
conformidade com os princípios da cumprir de boa fé as obrigações por
justiça e do direito internacional, a eles assumidas de acordo com a
um ajuste ou solução das presente Carta.
controvérsias ou situações que
3. Todos os Membros deverão
possam levar a uma perturbação da
resolver suas controvérsias
paz;
internacionais por meios pacíficos,
de modo que não sejam ameaçadas
a paz, a segurança e a justiça Artigo 3. Os Membros originais das
internacionais. Nações Unidas serão os Estados
que, tendo participado da
4. Todos os Membros deverão
Conferência das Nações Unidas
evitar em suas relações
sobre a Organização Internacional,
internacionais a ameaça ou o uso da
realizada em São Francisco, ou,
força contra a integridade
tendo assinado previamente a
territorial ou a dependência
Declaração das Nações Unidas, de
política de qualquer Estado, ou
1 de janeiro de 1942, assinarem a
qualquer outra ação incompatível
presente Carta, e a ratificarem, de
com os Propósitos das Nações
acordo com o Artigo 110.
Unidas.
Artigo 4. 1. A admissão como
5. Todos os Membros darão às
Membro das Nações Unidas fica
Nações toda assistência em
aberta a todos os Estados amantes
qualquer ação a que elas
da paz que aceitarem as obrigações
recorrerem de acordo com a
contidas na presente Carta e que, a
presente Carta e se absterão de dar
juízo da Organização, estiverem
auxílio a qual Estado contra o qual
aptos e dispostos a cumprir tais
as Nações Unidas agirem de modo
obrigações.
preventivo ou coercitivo.
2. A admissão de qualquer desses
6. A Organização fará com que os
Estados como Membros das Nações
Estados que não são Membros das
Unidas será efetuada por decisão
Nações Unidas ajam de acordo com
da Assembléia Geral, mediante
esses Princípios em tudo quanto
recomendação do Conselho de
for necessário à manutenção da paz
Segurança.
e da segurança internacionais.
Artigo 5. O Membro das Nações
7. Nenhum dispositivo da presente
Unidas, contra o qual for levada a
Carta autorizará as Nações Unidas
efeito ação preventiva ou
a intervirem em assuntos que
coercitiva por parte do Conselho
dependam essencialmente da
de Segurança, poderá ser suspenso
jurisdição de qualquer Estado ou
do exercício dos direitos e
obrigará os Membros a submeterem
privilégios de Membro pela
tais assuntos a uma solução, nos
Assembléia Geral, mediante
termos da presente Carta; este
recomendação do Conselho de
princípio, porém, não prejudicará a
Segurança. O exercício desses
aplicação das medidas coercitivas
direitos e privilégios poderá ser
constantes do Capitulo VII.
restabelecido pelo conselho de
CAPÍTULO II Segurança.

DOS MEMBROS Artigo 6. O Membro das Nações


Unidas que houver violado
persistentemente os Princípios
contidos na presente Carta, poderá Artigo 10. A Assembléia Geral
ser expulso da Organização pela poderá discutir quaisquer questões
Assembléia Geral mediante ou assuntos que estiverem dentro
recomendação do Conselho de das finalidades da presente Carta
Segurança. ou que se relacionarem com as
atribuições e funções de qualquer
CAPÍTULO III
dos órgãos nela previstos e, com
ÓRGÃOS exceção do estipulado no Artigo 12,
poderá fazer recomendações aos
Artigo 7. 1. Ficam estabelecidos
Membros das Nações Unidas ou ao
como órgãos principais das Nações
Conselho de Segurança ou a este e
Unidas: uma Assembléia Geral, um
àqueles, conjuntamente, com
Conselho de Segurança, um
referência a qualquer daquelas
Conselho Econômico e Social, um
questões ou assuntos.
conselho de Tutela, uma Corte
Internacional de Justiça e um Artigo 11. 1. A Assembléia Geral
Secretariado. poderá considerar os princípios
gerais de cooperação na
2. Serão estabelecidos, de acordo
manutenção da paz e da segurança
com a presente Carta, os órgãos
internacionais, inclusive os
subsidiários considerados de
princípios que disponham sobre o
necessidade.
desarmamento e a regulamentação
Artigo 8. As Nações Unidas não dos armamentos, e poderá fazer
farão restrições quanto à recomendações relativas a tais
elegibilidade de homens e mulheres princípios aos Membros ou ao
destinados a participar em qualquer Conselho de Segurança, ou a este e
caráter e em condições de àqueles conjuntamente.
igualdade em seus órgãos principais
2. A Assembléia Geral poderá
e subsidiários.
discutir quaisquer questões
CAPÍTULO IV relativas à manutenção da paz e da
segurança internacionais, que a ela
ASSEMBLÉIA GERAL
forem submetidas por qualquer
Composição Membro das Nações Unidas, ou
pelo Conselho de Segurança, ou por
Artigo 9. 1. A Assembléia Geral será
um Estado que não seja Membro
constituída por todos os Membros
das Nações unidas, de acordo com
das Nações Unidas.
o Artigo 35, parágrafo 2, e, com
2. Cada Membro não deverá ter exceção do que fica estipulado no
mais de cinco representantes na Artigo 12, poderá fazer
Assembléia Geral. recomendações relativas a
quaisquer destas questões ao
Funções e atribuições
Estado ou Estados interessados, ou
ao Conselho de Segurança ou a
ambos. Qualquer destas questões, Artigo 13. 1. A Assembléia Geral
para cuja solução for necessária iniciará estudos e fará
uma ação, será submetida ao recomendações, destinados a:
Conselho de Segurança pela
a) promover cooperação
Assembléia Geral, antes ou depois
internacional no terreno político e
da discussão.
incentivar o desenvolvimento
3. A Assembléia Geral poderá progressivo do direito internacional
solicitar a atenção do Conselho de e a sua codificação;
Segurança para situações que
b) promover cooperação
possam constituir ameaça à paz e à
internacional nos terrenos
segurança internacionais.
econômico, social, cultural,
4. As atribuições da Assembléia educacional e sanitário e favorecer
Geral enumeradas neste Artigo não o pleno gozo dos direitos humanos e
limitarão a finalidade geral do das liberdades fundamentais, por
Artigo 10. parte de todos os povos, sem
distinção de raça, sexo, língua ou
Artigo 12. 1. Enquanto o Conselho
religião.
de Segurança estiver exercendo, em
relação a qualquer controvérsia ou 2. As demais responsabilidades,
situação, as funções que lhe são funções e atribuições da
atribuídas na presente Carta, a Assembléia Geral, em relação aos
Assembléia Geral não fará nenhuma assuntos mencionados no parágrafo
recomendação a respeito dessa 1(b) acima, estão enumeradas nos
controvérsia ou situação, a menos Capítulos IX e X.
que o Conselho de Segurança a
Artigo 14. A Assembléia Geral,
solicite.
sujeita aos dispositivos do Artigo
2. O Secretário-Geral, com o 12, poderá recomendar medidas
consentimento do Conselho de para a solução pacífica de qualquer
Segurança, comunicará à situação, qualquer que seja sua
Assembléia Geral, em cada sessão, origem, que lhe pareça prejudicial
quaisquer assuntos relativos à ao bem-estar geral ou às relações
manutenção da paz e da segurança amistosas entre as nações, inclusive
internacionais que estiverem sendo em situações que resultem da
tratados pelo Conselho de violação dos dispositivos da
Segurança, e da mesma maneira presente Carta que estabelecem os
dará conhecimento de tais assuntos Propósitos e Princípios das Nações
à Assembléia Geral, ou aos Unidas.
Membros das Nações Unidas se a
Artigo 15. 1 . A Assembléia Geral
Assembléia Geral não estiver em
receberá e examinará os relatórios
sessão, logo que o Conselho de
anuais e especiais do Conselho de
Segurança terminar o exame dos
Segurança. Esses relatórios
referidos assuntos.
incluirão uma relação das medidas recomendações relativas à
que o Conselho de Segurança tenha manutenção da paz e da segurança
adotado ou aplicado a fim de internacionais; à eleição dos
manter a paz e a segurança Membros não permanentes do
internacionais. Conselho de Segurança; à eleição
dos Membros do Conselho
2. A Assembléia Geral receberá e
Econômico e Social; à eleição dos
examinará os relatórios dos outros
Membros dos Conselho de Tutela,
órgãos das Nações Unidas.
de acordo como parágrafo 1 (c) do
Artigo 16. A Assembléia Geral Artigo 86; à admissão de novos
desempenhará, com relação ao Membros das Nações Unidas; à
sistema internacional de tutela, as suspensão dos direitos e privilégios
funções a ela atribuídas nos de Membros; à expulsão dos
Capítulos XII e XIII, inclusive a Membros; questões referentes o
aprovação de acordos de tutela funcionamento do sistema de tutela
referentes às zonas não designadas e questões orçamentárias.
como estratégias.
3. As decisões sobre outras
Artigo 17. 1. A Assembléia Geral questões, inclusive a determinação
considerará e aprovará o de categoria adicionais de assuntos
orçamento da organização. a serem debatidos por uma maioria
dos membros presentes e que
2. As despesas da Organização
votem.
serão custeadas pelos Membros,
segundo cotas fixadas pela Artigo 19. O Membro das Nações
Assembléia Geral. Unidas que estiver em atraso no
pagamento de sua contribuição
3. A Assembléia Geral considerará e
financeira à Organização não terá
aprovará quaisquer ajustes
voto na Assembléia Geral, se o total
financeiros e orçamentários com as
de suas contribuições atrasadas
entidades especializadas, a que se
igualar ou exceder a soma das
refere o Artigo 57 e examinará os
contribuições correspondentes aos
orçamentos administrativos de tais
dois anos anteriores completos. A
instituições especializadas com o
Assembléia Geral poderá
fim de lhes fazer recomendações.
entretanto, permitir que o referido
Votação Membro vote, se ficar provado que
a falta de pagamento é devida a
Artigo 18. 1. Cada Membro da
condições independentes de sua
Assembléia Geral terá um voto.
vontade.
2. As decisões da Assembléia Geral,
Processo
em questões importantes, serão
tomadas por maioria de dois terços Artigo 20. A Assembléia Geral
dos Membros presentes e votantes. reunir-se-á em sessões anuais
Essas questões compreenderão: regulares e em sessões especiais
exigidas pelas circunstâncias. As 2. Os membros não permanentes do
sessões especiais serão convocadas Conselho de Segurança serão
pelo Secretário-Geral, a pedido do eleitos por um período de dois anos.
Conselho de Segurança ou da Na primeira eleição dos Membros
maioria dos Membros das Nações não permanentes do Conselho de
Unidas. Segurança, que se celebre depois
de haver-se aumentado de onze
Artigo 21. A Assembléia Geral
para quinze o número de membros
adotará suas regras de processo e
do Conselho de Segurança, dois dos
elegerá seu presidente para cada
quatro membros novos serão eleitos
sessão.
por um período de um ano. Nenhum
Artigo 22. A Assembléia Geral membro que termine seu mandato
poderá estabelecer os órgãos poderá ser reeleito para o período
subsidiários que julgar necessários imediato.
ao desempenho de suas funções.
3. Cada Membro do Conselho de
CAPITULO V Segurança terá um representante.

CONSELHO DE SEGURANÇA Funções e atribuições

Composição Artigo 24. 1. A fim de assegurar


pronta e eficaz ação por parte das
Artigo 23. 1. O Conselho de
Nações Unidas, seus Membros
Segurança será composto de quinze
conferem ao Conselho de
Membros das Nações Unidas. A
Segurança a principal
República da China, a França, a
responsabilidade na manutenção da
União das Repúblicas Socialistas
paz e da segurança internacionais e
Soviéticas, o Reino Unido da Grã-
concordam em que no cumprimento
Bretanha e Irlanda do norte e os
dos deveres impostos por essa
Estados unidos da América serão
responsabilidade o Conselho de
membros permanentes do Conselho
Segurança aja em nome deles.
de Segurança. A Assembléia Geral
elegerá dez outros Membros das 2. No cumprimento desses deveres,
Nações Unidas para Membros não o Conselho de Segurança agirá de
permanentes do Conselho de acordo com os Propósitos e
Segurança, tendo especialmente em Princípios das Nações Unidas. As
vista, em primeiro lugar, a atribuições específicas do
contribuição dos Membros das Conselho de Segurança para o
Nações Unidas para a manutenção cumprimento desses deveres estão
da paz e da segurança enumeradas nos Capítulos VI, VII,
internacionais e para osoutros VIII e XII.
propósitos da Organização e
3. O Conselho de Segurança
também a distribuição geográfica
submeterá relatórios anuais e,
equitativa.
quando necessário, especiais à
Assembléia Geral para sua Artigo 28. 1. O Conselho de
consideração. Segurança será organizado de
maneira que possa funcionar
Artigo 25. Os Membros das Nações
continuamente. Cada membro do
Unidas concordam em aceitar e
Conselho de Segurança será, para
executar as decisões do Conselho
tal fim, em todos os momentos,
de Segurança, de acordo com a
representado na sede da
presente Carta.
Organização.
Artigo 26. A fim de promover o
2. O Conselho de Segurança terá
estabelecimento e a manutenção da
reuniões periódicas, nas quais cada
paz e da segurança internacionais,
um de seus membros poderá, se
desviando para armamentos o
assim o desejar, ser representado
menos possível dos recursos
por um membro do governo ou por
humanos e econômicos do mundo, o
outro representante especialmente
Conselho de Segurança terá o
designado.
encargo de formular, com a
assistência da Comissão de Estado 3. O Conselho de Segurança poderá
Maior, a que se refere o Artigo 47, reunir-se em outros lugares, fora da
os planos a serem submetidos aos sede da Organização, e que, a seu
Membros das Nações Unidas, para juízo, possam facilitar o seu
o estabelecimento de um sistema de trabalho.
regulamentação dos armamentos.
Artigo 29. O Conselho de
Votação Segurança poderá estabelecer
órgãos subsidiários que julgar
Artigo 27. 1. Cada membro do
necessários para o desempenho de
Conselho de Segurança terá um
suas funções.
voto.
Artigo 30. O Conselho de
2. As decisões do conselho de
Segurança adotará seu próprio
Segurança, em questões
regulamento interno, que incluirá o
processuais, serão tomadas pelo
método de escolha de seu
voto afirmativo de nove Membros.
Presidente.
3. As decisões do Conselho de
Artigo 31. Qualquer membro das
Segurança, em todos os outros
Nações Unidas, que não for
assuntos, serão tomadas pelo voto
membro do Conselho de Segurança,
afirmativo de nove membros,
poderá participar, sem direito a
inclusive os votos afirmativos de
voto, na discussão de qualquer
todos os membros permanentes,
questão submetida ao Conselho de
ficando estabelecido que, nas
Segurança, sempre que este
decisões previstas no Capítulo VI e
considere que os interesses do
no parágrafo 3 do Artigo 52, aquele
referido Membro estão
que for parte em uma controvérsia
especialmente em jogo.
se absterá de votar.
Artigo 32. Qualquer Membro das a continuação de tal controvérsia
Nações Unidas que não for ou situação pode constituir ameaça
Membro do Conselho de à manutenção da paz e da
Segurança, ou qualquer Estado que segurança internacionais.
não for Membro das Nações Unidas
Artigo 35. 1. Qualquer Membro das
será convidado,desde que seja
Nações Unidas poderá solicitar a
parte em uma controvérsia
atenção do Conselho de Segurança
submetida ao Conselho de
ou da Assembléia Geral para
Segurança,a participar, sem voto,
qualquer controvérsia, ou qualquer
na discussão dessa controvérsia. O
situação, da natureza das que se
Conselho de Segurança
acham previstas no Artigo 34.
determinará as condições que lhe
parecerem justas para a 2. Um Estado que não for Membro
participação de um Estado que não das Nações Unidas poderá solicitar
for Membro das Nações Unidas. a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembléia Geral
CAPÍTULO VI
para qualquer controvérsia em que
SOLUÇÃO PACÍFICA DE seja parte, uma vez que aceite,
CONTROVÉRSIAS previamente, em relação a essa
controvérsia, as obrigações de
Artigo 33. 1. As partes em uma
solução pacífica previstas na
controvérsia, que possa vir a
presente Carta.
constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais, 3. Os atos da Assembléia Geral, a
procurarão, antes de tudo, chegar a respeito dos assuntos submetidos à
uma solução por negociação, sua atenção, de acordo com este
inquérito, mediação, conciliação, Artigo, serão sujeitos aos
arbitragem, solução judicial, dispositivos dos Artigos 11 e 12.
recurso a entidades ou acordos
Artigo 36. 1. O conselho de
regionais, ou a qualquer outro meio
Segurança poderá, em qualquer
pacífico à sua escolha.
fase de uma controvérsia da
2. O Conselho de Segurança natureza a que se refere o Artigo
convidará, quando julgar 33, ou de uma situação de natureza
necessário, as referidas partes a semelhante, recomendar
resolver, por tais meios, suas procedimentos ou métodos de
controvérsias. solução apropriados.

Artigo 34. O Conselho de 2. O Conselho de Segurança deverá


Segurança poderá investigar sobre tomar em consideração quaisquer
qualquer controvérsia ou situação procedimentos para a solução de
suscetível de provocar atritos entre uma controvérsia que já tenham
as Nações ou dar origem a uma sido adotados pelas partes.
controvérsia, a fim de determinar se
3. Ao fazer recomendações, de Artigo 39. O Conselho de
acordo com este Artigo, o Segurança determinará a existência
Conselho de Segurança deverá de qualquer ameaça à paz, ruptura
tomar em consideração que as da paz ou ato de agressão, e fará
controvérsias de caráter jurídico recomendações ou decidirá que
devem, em regra geral, ser medidas deverão ser tomadas de
submetidas pelas partes à Corte acordo com os Artigos 41 e 42, a fim
Internacional de Justiça, de acordo de manter ou restabelecer a paz e a
com os dispositivos do Estatuto da segurança internacionais.
Corte.
Artigo 40. A fim de evitar que a
Artigo 37. 1. No caso em que as situação se agrave, o Conselho de
partes em controvérsia da natureza Segurança poderá, antes de fazer
a que se refere o Artigo 33 não as recomendações ou decidir a
conseguirem resolve-la pelos meios respeito das medidas previstas no
indicados no mesmo Artigo, Artigo 39, convidar as partes
deverão submete-la ao Conselho de interessadas a que aceitem as
Segurança. medidas provisórias que lhe
pareçam necessárias ou
2. O Conselho de Segurança, caso
aconselháveis. Tais medidas
julgue que a continuação dessa
provisórias não prejudicarão os
controvérsia poderá realmente
direitos ou pretensões , nem a
constituir uma ameaça à
situação das partes interessadas. O
manutenção da paz e da segurança
Conselho de Segurança tomará
internacionais, decidirá sobre a
devida nota do não cumprimento
conveniência de agir de acordo com
dessas medidas.
o Artigo 36 ou recomendar as
condições que lhe parecerem Artigo 41. O Conselho de
apropriadas à sua solução. Segurança decidirá sobre as
medidas que, sem envolver o
Artigo 38. Sem prejuízo dos
emprego de forças armadas,
dispositivos dos Artigos 33 a 37, o
deverão ser tomadas para tornar
Conselho de Segurança poderá, se
efetivas suas decisões e poderá
todas as partes em uma
convidar os Membros das Nações
controvérsia assim o solicitarem,
Unidas a aplicarem tais medidas.
fazer recomendações às partes,
Estas poderão incluir a interrupção
tendo em vista uma solução
completa ou parcial das relações
pacífica da controvérsia.
econômicas, dos meios de
CAPÍTULO VII comunicação ferroviários,
marítimos, aéreos , postais,
AÇÃO RELATIVA A AMEAÇAS
telegráficos, radiofônicos, ou de
À PAZ, RUPTURA DA PAZ E
outra qualquer espécie e o
ATOS DE AGRESSÃO
rompimento das relações
diplomáticas.
Artigo 42. No caso de o Conselho ratificação, pelos Estados
de Segurança considerar que as signatários, de conformidade com
medidas previstas no Artigo 41 seus respectivos processos
seriam ou demonstraram que são constitucionais.
inadequadas, poderá levar a efeito,
Artigo 44. Quando o Conselho de
por meio de forças aéreas, navais
Segurança decidir o emprego de
ou terrestres, a ação que julgar
força, deverá, antes de solicitar a
necessária para manter ou
um Membro nele não representado
restabelecer a paz e a segurança
o fornecimento de forças armadas
internacionais. Tal ação poderá
em cumprimento das obrigações
compreender demonstrações,
assumidas em virtude do Artigo 43,
bloqueios e outras operações, por
convidar o referido Membro, se
parte das forças aéreas, navais ou
este assim o desejar, a participar
terrestres dos Membros das Nações
das decisões do Conselho de
Unidas.
Segurança relativas ao emprego de
Artigo 43. 1. Todos os Membros das contingentes das forças armadas do
Nações Unidas, a fim de contribuir dito Membro.
para a manutenção da paz e da
Artigo 45. A fim de habilitar as
segurança internacionais, se
Nações Unidas a tomarem medidas
comprometem a proporcionar ao
militares urgentes, os Membros das
Conselho de Segurança, a seu
Nações Unidas deverão manter,
pedido e de conformidade com o
imediatamente utilizáveis,
acôrdo ou acordos especiais, forças
contingentes das forças aéreas
armadas, assistência e facilidades,
nacionais para a execução
inclusive direitos de passagem,
combinada de uma ação coercitiva
necessários à manutenção da paz e
internacional. A potência e o grau
da segurança internacionais.
de preparação desses contingentes,
2. Tal acôrdo ou tais acordos como os planos de ação combinada,
determinarão o número e tipo das serão determinados pelo Conselho
forças, seu grau de preparação e de Segurança com a assistência da
sua localização geral, bem como a Comissão de Estado Maior, dentro
natureza das facilidades e da dos limites estabelecidos no acordo
assistência a serem proporcionadas. ou acordos especiais a que se
refere o Artigo 43.
3. O acôrdo ou acordos serão
negociados o mais cedo possível, Artigo 46. O Conselho de
por iniciativa do Conselho de Segurança, com a assistência da
Segurança. Serão concluídos entre Comissão de Estado Maior, fará
o Conselho de Segurança e planos para a aplicação das forças
Membros da Organização ou entre armadas.
o Conselho de Segurança e grupos
Artigo 47. 1 . Será estabelecia uma
de Membros e submetidos à
Comissão de Estado Maior
destinada a orientar e assistir o manutenção da paz e da segurança
Conselho de Segurança, em todas internacionais será levada a efeito
as questões relativas às exigências por todos os Membros das Nações
militares do mesmo Conselho, para Unidas ou por alguns deles,
manutenção da paz e da segurança conforme seja determinado pelo
internacionais, utilização e Conselho de Segurança.
comando das forças colocadas à
2. Essas decisões serão executas
sua disposição, regulamentação de
pelos Membros das Nações Unidas
armamentos e possível
diretamente e, por seu intermédio,
desarmamento.
nos organismos internacionais
2. A Comissão de Estado Maior apropriados de que façam parte.
será composta dos Chefes de
Artigo 49. Os Membros das Nações
Estado Maior dos Membros
Unidas prestar-se-ão assistência
Permanentes do Conselho de
mútua para a execução das medidas
Segurança ou de seus
determinadas pelo Conselho de
representantes. Todo Membro das
Segurança.
Nações Unidas que não estiver
permanentemente representado na Artigo 50. No caso de serem
Comissão será por esta convidado a tomadas medidas preventivas ou
tomar parte nos seus trabalhos, coercitivas contra um Estado pelo
sempre que a sua participação for Conselho de Segurança, qualquer
necessária ao eficiente outro Estado, Membro ou não das
cumprimento das responsabilidades Nações unidas, que se sinta em
da Comissão. presença de problemas especiais de
natureza econômica, resultantes da
3. A Comissão de Estado Maior será
execução daquelas medidas, terá o
responsável, sob a autoridade do
direito de consultar o Conselho de
Conselho de Segurança, pela
Segurança a respeito da solução de
direção estratégica de todas as
tais problemas.
forças armadas postas à disposição
do dito Conselho. As questões Artigo 51. Nada na presente Carta
relativas ao comando dessas forças prejudicará o direito inerente de
serão resolvidas ulteriormente. legítima defesa individual ou
coletiva no caso de ocorrer um
4. A Comissão de Estado Maior,
ataque armado contra um Membro
com autorização do Conselho de
das Nações Unidas, até que o
Segurança e depois de consultar os
Conselho de Segurança tenha
organismos regionais adequados,
tomado as medidas necessárias para
poderá estabelecer sob-comissões
a manutenção da paz e da
regionais.
segurança internacionais. As
Artigo 48. 1. A ação necessária ao medidas tomadas pelos Membros no
cumprimento das decisões do exercício desse direito de legítima
Conselho de Segurança para defesa serão comunicadas
imediatamente ao Conselho de ou a instância do próprio conselho
Segurança e não deverão, de modo de Segurança.
algum, atingir a autoridade e a
4. Este Artigo não prejudica, de
responsabilidade que a presente
modo algum, a aplicação dos
Carta atribui ao Conselho para
Artigos 34 e 35.
levar a efeito, em qualquer tempo, a
ação que julgar necessária à Artigo 53. 1. O conselho de
manutenção ou ao Segurança utilizará, quando for o
restabelecimento da paz e da caso, tais acordos e entidades
segurança internacionais. regionais para uma ação coercitiva
sob a sua própria autoridade.
CAPÍTULO VIII
Nenhuma ação coercitiva será, no
ACORDOS REGIONAIS entanto, levada a efeito de
conformidade com acordos ou
Artigo 52. 1. Nada na presente
entidades regionais sem autorização
Carta impede a existência de
do Conselho de Segurança, com
acordos ou de entidades regionais,
exceção das medidas contra um
destinadas a tratar dos assuntos
Estado inimigo como está definido
relativos à manutenção da paz e da
no parágrafo 2 deste Artigo, que
segurança internacionais que forem
forem determinadas em
suscetíveis de uma ação regional,
consequência do Artigo 107 ou em
desde que tais acordos ou
acordos regionais destinados a
entidades regionais e suas
impedir a renovação de uma
atividades sejam compatíveis com
política agressiva por parte de
os Propósitos e Princípios das
qualquer desses Estados, até o
Nações Unidas.
momento em que a Organização
2. Os Membros das Nações Unidas, possa, a pedido dos Governos
que forem parte em tais acordos ou interessados, ser incumbida de
que constituírem tais entidades, impedir toda nova agressão por
empregarão todo os esforços para parte de tal Estado.
chegar a uma solução pacífica das
2. O termo Estado inimigo, usado no
controvérsias locais por meio desses
parágrafo 1 deste Artigo, aplica-se a
acordos e entidades regionais, antes
qualquer Estado que, durante a
de as submeter ao Conselho de
Segunda Guerra Mundial, foi
Segurança.
inimigo de qualquer signatário da
3. O Conselho de Segurança presente Carta.
estimulará o desenvolvimento da
Artigo 54. O Conselho de
solução pacífica de controvérsias
Segurança será sempre informado
locais mediante os referidos
de toda ação empreendida ou
acordos ou entidades regionais, por
projetada de conformidade com os
iniciativa dos Estados interessados
acordos ou entidades regionais para
manutenção da paz e da segurança social, cultural, educacional,
internacionais. sanitário e conexos, serão
vinculadas às Nações Unidas, de
CAPÍTULO IX
conformidade com as disposições
COOPERAÇÃO ECONÔMICA E do Artigo 63.
SOCIAL INTERNACIONAL
2. Tais entidades assim vinculadas
Artigo 55. Com o fim de criar às Nações Unidas serão designadas,
condições de estabilidade e bem daqui por diante, como entidades
estar, necessárias às relações especializadas.
pacíficas e amistosas entre as
Artigo 58. A Organização fará
Nações, baseadas no respeito ao
recomendação para coordenação
princípio da igualdade de direitos e
dos programas e atividades das
da autodeterminação dos povos, as
entidades especializadas.
Nações Unidas favorecerão:
Artigo 59. A Organização, quando
a) níveis mais altos de vida, trabalho
julgar conveniente, iniciará
efetivo e condições de progresso e
negociações entre os Estados
desenvolvimento econômico e
interessados para a criação de
social;
novas entidades especializadas que
b) a solução dos problemas forem necessárias ao cumprimento
internacionais econômicos, sociais, dos propósitos enumerados no
sanitários e conexos; a cooperação Artigo 55.
internacional, de caráter cultural e
Artigo 60. A Assembléia Geral e,
educacional; e
sob sua autoridade, o Conselho
c) o respeito universal e efetivo dos Econômico e Social, que dispões,
direitos humanos e das liberdades para esse efeito, da competência
fundamentais para todos, sem que lhe é atribuída no Capítulo X,
distinção de raça, sexo, língua ou são incumbidos de exercer as
religião. funções da Organização
estipuladas no presente Capítulo.
Artigo 56. Para a realização dos
propósitos enumerados no Artigo CAPÍTULO X
55, todos os Membros da
CONSELHO ECONÔMICO E
Organização se comprometem a agir
SOCIAL
em cooperação com esta, em
conjunto ou separadamente. Composição

Artigo 57.1. As várias entidades Artigo 61. 1. O Conselho Econômico


especializadas, criadas por acordos e Social será composto de
intergovernamentais e com amplas cinquenta e quatro Membros das
responsabilidades internacionais, Nações Unidas eleitos pela
definidas em seus instrumentos Assembléia Geral.
básicos, nos campos econômico,
2 De acordo com os dispositivos do promover o respeito e a observância
parágrafo 3, dezoito Membros do dos direitos humanos e das
Conselho Econômico e Social serão liberdades fundamentais para
eleitos cada ano para um período todos.
de três anos, podendo, ao terminar
3. Poderá preparar projetos de
esse prazo, ser reeleitos para o
convenções a serem submetidos à
período seguinte.
Assembléia Geral, sobre assuntos
3. Na primeira eleição a realizar-se de sua competência.
depois de elevado de vinte e sete
4. Poderá convocar, de acordo com
para cinquenta e quatro o número
as regras estipuladas pelas Nações
de Membros do Conselho
Unidas, conferências internacionais
Econômico e Social, além dos
sobre assuntos de sua competência.
Membros que forem eleitos para
substituir os nove Membros, cujo Artigo 63. 1. O conselho Econômico
mandato expira no fim desse ano, e Social poderá estabelecer acordos
serão eleitos outros vinte e sete com qualquer das entidades a que
Membros. O mandato de nove se refere o Artigo 57, a fim de
destes vinte e sete Membros determinar as condições em que a
suplementares assim eleitos expirará entidade interessada será vinculada
no fim de um ano e o de nove às Nações Unidas. Tais acordos
outros no fim de dois anos, de serão submetidos à aprovação da
acordo com o que for determinado Assembléia Geral.
pela Assembléia Geral.
2. Poderá coordenar as atividades
4. Cada Membro do Conselho das entidades especializadas, por
Econômico e social terá nele um meio de consultas e recomendações
representante. às mesmas e de recomendações à
Assembléia Geral e aos Membros
Funções e atribuições
das Nações Unidas.
Artigo 62. 1 . O Conselho
Artigo 64. 1. O Conselho Econômico
Econômico e Social fará ou iniciará
e Social poderá tomar as
estudose relatórios a respeito de
medidasadequadas a fim de obter
assuntos internacionais de caráter
relatórios regulares das entidades
econômico, social, cultural,
especializadas. Poderá entrar em
educacional, sanitário e conexos e
entendimentos com os Membros
poderá fazer recomendações a
das Nações Unidas e com as
respeito de tais assuntos à
entidades especializadas, a fim de
Assembléia Geral, aos Membros das
obter relatórios sobre as medidas
Nações Unidas e às entidades
tomadas para cumprimento de suas
especializadas interessadas.
próprias recomendações e das que
2. Poderá, igualmente, fazer forem feitas pelas Assembléia Geral
recomendações destinadas a
sobre assuntos da competência do assim como outras comissões que
Conselho. forem necessárias para o
desempenho de suas funções.
2. Poderá comunicar à Assembléia
Geral suas observações a respeito Artigo 69. O Conselho Econômico e
desses relatórios. Social poderá convidar qualquer
Membro das Nações Unidas a
Artigo 65. O Conselho Econômico e
tomar parte, sem voto, em suas
Social poderá fornecer informações
deliberações sobre qualquer
ao Conselho de Segurança e, a
assunto que interesse
pedido deste, prestar-lhe
particularmente a esse Membro.
assistência.
Artigo 70. O Conselho Econômico e
Artigo 66. 1. O Conselho Econômico
Social poderá entrar em
e Social desempenhará as
entendimentos para que
funçõesque forem de sua
representantes das entidades
competência em relação ao
especializadas tomem parte, sem
cumprimento das recomendações
voto, em suas deliberações e nas
da Assembléia Geral.
das comissões por ele criadas, e
2. Poderá mediante aprovação da para que os seus próprios
Assembléia Geral, prestar os representantes tomem parte nas
serviços que lhe forem solicitados deliberações das entidades
pelos Membros das Nações unidas e especializadas.
pelas entidades especializadas.
Artigo 71. O Conselho Econômico e
3. Desempenhará as demais funções Social poderá entrar nos
específicas em outras partes da entendimentos convenientes para a
presente Carta ou as que forem consulta com organizações não
atribuídas pela Assembléia Geral. governamentais, encarregadas de
questões que estiverem dentro da
Votação
sua própria competência. Tais
Artigo 67. 1. Cada Membro do entendimentos poderão ser feitos
Conselho Econômico e Social terá com organizações internacionais e,
um voto. quando for o caso, com
organizações nacionais, depois de
2. As decisões do Conselho
efetuadas consultas com o Membro
Econômico e Social serão tomadas
das Nações Unidas no caso.
por maioria dos membros presentes
e votantes. Artigo 72. 1 . O Conselho
Econômico e Social adotará seu
Processo
próprio regulamento, que incluirá o
Artigo 68. O Conselho Econômico e método de escolha de seu
Social criará comissões para os Presidente.
assuntos econômicos e sociais e a
proteção dos direitos humanos
2. O Conselho Econômico e Social circunstâncias peculiares a cada
reunir-se-á quando for necessário, território e seus habitantes e os
de acordo com o seu regulamento, diferentes graus de seu
o qual deverá incluir disposições adiantamento;
referentes à convocação de
c)consolidar a paz e a segurança
reuniões a pedido da maioria dos
internacionais;
Membros.
d) promover medidas construtivas
CAPÍTULO XI
de desenvolvimento, estimular
DECLARAÇÃO RELATIVA A pesquisas, cooperar uns com os
TERRITÓRIOS SEM GOVERNO outros e, quando for o caso, com
PRÓPRIO entidades internacionais
especializadas, com vistas à
Artigo 73. Os Membros das Nações
realização prática dos propósitos
Unidas, que assumiram ou assumam
de ordem social, econômica ou
responsabilidades pela
científica enumerados neste
administração de territórios cujos
Artigo; e
povos não tenham atingido a plena
capacidade de se governarem a si e) transmitir regularmente ao
mesmos, reconhecem o princípio de Secretário-Geral, para fins de
que os interesses dos habitantes informação, sujeitas às reservas
desses territórios são da mais alta impostas por considerações de
importância, e aceitam, como segurança e de ordem
missão sagrada, a obrigação de constitucional, informações
promover no mais alto grau, dentro estatísticas ou de outro caráter
do sistema de paz e segurança técnico, relativas às condições
internacionais estabelecido na econômicas, sociais e educacionais
presente Carta, o bem-estar dos dos territórios pelos quais são
habitantes desses territórios e, para respectivamente responsáveis e que
tal fim, se obrigam a: não estejam compreendidos entre
aqueles a que se referem os
a) assegurar, com o devido respeito
Capítulos XII e XIII da Carta.
à cultura dos povos interessados, o
seu progresso político, econômico, Artigo 74. Os Membros das Nações
social e educacional, o seu Unidas concordam também em que
tratamento equitativo e a sua a sua política com relação aos
proteção contra todo abuso; territórios a que se aplica o
presente Capítulo deve ser
b) desenvolver sua capacidade de
baseada, do mesmo modo que a
governo próprio, tomar devida nota
política seguida nos respectivos
das aspirações políticas dos povos e
territórios metropolitanos, no
auxiliá-los no desenvolvimento
princípio geral de boa vizinhança,
progressivo de suas instituições
tendo na devida conta os interesses
políticas livres, de acordo com as
e o bem-estar do resto do mundo no
que se refere às questões sociais, religião e favorecer o
econômicas e comerciais. reconhecimento da
interdependência de todos os
CAPÍTULO XII
povos; e
SISTEMA INTERNACIONAL DE
d) assegurar igualdade de
TUTELA
tratamento nos domínios social,
Artigo 75. As nações Unidas econômico e comercial para todos
estabelecerão sob sua autoridade os Membros das nações Unidas e
um sistema internacional de tutela seus nacionais e, para estes últimos,
para a administração e fiscalização igual tratamento na administração
dos territórios que possam ser da justiça, sem prejuízo dos
colocados sob tal sistema em objetivos acima expostos e sob
consequência de futuros acordos reserva das disposições do Artigo
individuais. Esses territórios serão, 80.
daqui em diante, mencionados como
Artigo 77. 1. O sistema de tutela
territórios tutelados.
será aplicado aos territórios das
Artigo 76. Os objetivos básicos do categorias seguintes, que venham a
sistema de tutela, de acordo com os ser colocados sob tal sistema por
Propósitos das Nações Unidas meio de acordos de tutela:
enumerados no Artigo 1 da
a) territórios atualmente sob
presente Carta serão:
mandato;
a) favorecer a paz e a segurança
b) territórios que possam ser
internacionais;
separados de Estados inimigos em
b) fomentar o progresso político, conseqüência da Segunda Guerra
econômico, social e educacional Mundial; e
dos habitantes dos territórios
c) territórios voluntariamente
tutelados e o seu desenvolvimento
colocados sob tal sistema por
progressivo para alcançar governo
Estados responsáveis pela sua
próprio ou independência, como
administração.
mais convenha às circunstâncias
particulares de cada território e de 2. Será objeto de acordo ulterior a
seus habitantes e aos desejos determinação dos territórios das
livremente expressos dos povos categorias acima mencionadas a
interessados e como for previsto serem colocados sob o sistema de
nos termos de cada acordo de tutela e das condições em que o
tutela; serão.

c) estimular o respeito aos direitos Artigo 78. O sistema de tutela não


humanos e às liberdades será aplicado a territórios que se
fundamentais para todos, sem tenham tornado Membros das
distinção de raça, sexo língua ou Nações Unidas, cujas relações
mútuas deverão basear-se no designar a autoridade que exercerá
respeito ao princípio da igualdade essa administração. Tal autoridade,
soberana. daqui por diante chamada a
autoridade administradora, poderá
Artigo 79. As condições de tutela
ser um ou mais Estados ou a própria
em que cada território será
Organização.
colocado sob este sistema, bem
como qualquer alteração ou Artigo 82. Poderão designar-se, em
emenda, serão determinadas por qualquer acordo de tutela, uma ou
acordo entre os Estados várias zonas estratégicas, que
diretamente interessados, inclusive compreendam parte ou a totalidade
a potência mandatária no caso de do território tutelado a que o
território sob mandato de um mesmo se aplique, sem prejuízo de
Membro das Nações Unidas e serão qualquer acordo ou acordos
aprovadas de conformidade com as especiais feitos de conformidade
disposições dos Artigos 83 e 85. com o Artigo 43.

Artigo 80. 1. Salvo o que for Artigo 83. 1. Todas as funções


estabelecido em acordos individuais atribuídas às Nações Unidas
de tutela, feitos de conformidade relativamente às zonas estratégicas,
com os Artigos 77, 79 e 81, pelos inclusive a aprovação das
quais se coloque cada território sob condições dos acordos de tutela,
este sistema e até que tais acordos assim como de sua alteração ou
tenham sido concluídos, nada neste emendas, serão exercidas pelo
Capítulo será interpretado como Conselho de Segurança.
alteração de qualquer espécie nos
2. Os objetivos básicos enumerados
direitos de qualquer Estado ou
no Artigo 76 serão aplicáveis aos
povo ou dos termos dos atos
habitantes de cada zona
internacionais vigentes em que os
estratégica.
Membros das Nações Unidas forem
partes. 3. O Conselho de Segurança,
ressalvadas as disposições dos
2. O parágrafo 1 deste Artigo não
acordos de tutela e sem prejuízo
será interpretado como motivo para
das exigências de segurança,
demora ou adiamento da
poderá valer-se da assistência do
negociação e conclusão de acordos
Conselho de Tutela para
destinados a colocar territórios
desempenhar as funções que cabem
dentro do sistema de tutela,
às Nações Unidas pelo sistema de
conforme as disposições do Artigo
tutela, relativamente a matérias
77.
políticas, econômicas, sociais ou
Artigo 81. O acordo de tutela educacionais dentro das zonas
deverá, em cada caso, incluir as estratégicas.
condições sob as quais o território
tutelado será administrado e
Artigo 84. A autoridade administrando territórios tutelados;
administradora terá o dever de e
assegurar que o território tutelado
c) quantos outros Membros eleitos
preste sua colaboração à
por um período de três anos, pela
manutenção da paz e da segurança
Assembléia Geral, sejam necessários
internacionais. para tal fim, a
para assegurar que o número total
autoridade administradora poderá
de Membros do Conselho de Tutela
fazer uso de forças voluntárias, de
fique igualmente dividido entre os
facilidades e da ajuda do território
Membros das Nações Unidas que
tutelado para o desempenho das
administrem territórios tutelados e
obrigações por ele assumidas a este
aqueles que o não fazem.
respeito perante o Conselho de
Segurança, assim como para a 2. Cada Membro do Conselho de
defesa local e para a manutenção Tutela designará uma pessoa
da lei e da ordem dentro do especialmente qualificada para
território tutelado. representá-lo perante o Conselho.

Artigo 85. 1. As funções das Artigo 87. A Assembléia Geral e,


Nações Unidas relativas a acordos sob a sua autoridade, o Conselho
de tutela para todas as zonas não de Tutela, no desempenho de suas
designadas como estratégias, funções, poderão:
inclusive a aprovação das
a) examinar os relatórios que lhes
condições dos acordos de tutela e
tenham sido submetidos pela
de sua alteração ou emenda , serão
autoridade administradora;
exercidas pela Assembléia Geral.
b) Aceitar petições e examiná-las,
2. O Conselho de Tutela, que
em consulta com a autoridade
funcionará sob a autoridade da
administradora;
Assembléia Geral, auxiliará esta no
desempenho dessas atribuições. c) providenciar sobre visitas
periódicas aos territórios tutelados
CAPÍTULO XIII
em épocas ficadas de acordo com a
CONSELHO DE TUTELA autoridade administradora; e

Composição d) tomar estas e outras medidas de


conformidade com os termos dos
Artigo 86. 1. O Conselho de Tutela
acordos de tutela.
será composto dos seguintes
Membros das Nações Unidas: Artigo 88. O Conselho de Tutela
formulará um questionário sobre o
a) os Membros que administrem
adiantamento político, econômico,
territórios tutelados;
social e educacional dos habitantes
b) aqueles dentre os Membros de cada território tutelado e a
mencionados nominalmente no autoridade administradora de cada
Artigo 23, que não estiverem um destes territórios, dentro da
competência da Assembléia Geral, Justiça Internacional e faz parte
fará um relatório anual à integrante da presente Carta.
Assembléia, baseado no referido
Artigo 93. 1. Todos os Membros das
questionário.
Nações Unidas são ipso facto
Votação partes do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça.
Artigo 89 - 1. Cada Membro do
Conselho de Tutela terá um voto. 2. Um Estado que não for Membro
das Nações Unidas poderá tornar-
2. As decisões do Conselho de
se parte no Estatuto da Corte
Tutela serão tomadas poruma
Internacional de Justiça, em
maioria dos membros presentes e
condições que serão determinadas,
votantes.
em cada caso, pela Assembléia
Processo Geral, mediante recomendação do
Conselho de Segurança.
Artigo 90. 1. O Conselho de Tutela
adotará seu próprio regulamento Artigo 94. 1. Cada Membro das
que incluirá o método de escolha Nações Unidas se compromete a
de seu Presidente. conformarse com a decisão da
Corte Internacional de Justiça em
2. O Conselho de Tutela reunir-se-á
qualquer caso em que for parte.
quando for necessário, de acordo
com o seu regulamento, que incluirá 2. Se uma das partes num caso
uma disposição referente à deixar de cumprir as obrigações
convocação de reuniões a pedido que lhe incumbem em virtude de
da maioria dos seus membros. sentença proferida pela Corte, a
outra terá direito de recorrer ao
Artigo 91. O Conselho de Tutela
Conselho de Segurança que poderá,
valer-se-á, quando for necessário,da
se julgar necessário, fazer
colaboração do Conselho
recomendações ou decidir sobre
Econômico e Social e das entidades
medidas a serem tomadas para o
especializadas, a respeito das
cumprimento da sentença.
matérias em que estas e aquele
sejam respectivamente interessados. Artigo 95. Nada na presente Carta
impedirá os Membros das Nações
CAPÍTULO XIV
Unidas de confiarem a solução de
A CORTE INTERNACIONAL DE suas divergências a outros
JUSTIÇA tribunais, em virtude de acordos já
vigentes ou que possam ser
Artigo 92. A Corte Internacional de
concluídos no futuro.
Justiça será o principal órgão
judiciário das Nações Unidas. Artigo 96. 1. A Assembléia Geral ou
Funcionará de acordo com o o Conselho de Segurança poderá
Estatuto anexo, que é baseado no solicitar parecer consultivo da
Estatuto da Corte Permanente de Corte Internacional de Justiça,
sobre qualquer questão de ordem Artigo 100. 1. No desempenho de
jurídica. seus deveres, o Secretário-Geral e o
pessoal do Secretariado não
2. Outros órgãos das Nações
solicitarão nem receberão
Unidas e entidades especializadas,
instruções de qualquer governo ou
que forem em qualquer época
de qualquer autoridade estranha à
devidamente autorizados pela
organização. Abster-se-ão de
Assembléia Geral, poderão também
qualquer ação que seja
solicitar pareceres consultivos da
incompatível com a sua posição de
Corte sobre questões jurídicas
funcionários internacionais
surgidas dentro da esfera de suas
responsáveis somente perante a
atividades.
Organização.
CAPÍTULO XV
2. Cada Membro das Nações
O SECRETARIADO Unidas se compromete a respeitar o
caráter exclusivamente
Artigo 97. O Secretariado será
internacional das atribuições do
composto de um Secretário-Geral e
Secretário-Geral e do pessoal do
do pessoal exigido pela
Secretariado e não procurará
Organização. O Secretário-Geral
exercer qualquer influência sobre
será indicado pela Assembléia Geral
eles, no desempenho de suas
mediante a recomendação do
funções.
Conselho de Segurança. Será o
principal funcionário administrativo Artigo 101. 1. O pessoal do
da Organização. Secretariado será nomeado pelo
Secretário Geral, de acordo com
Artigo 98. O Secretário-Geral
regras estabelecidas pela
atuará neste caráter em todas as
Assembléia Geral.
reuniões da Assembléia Geral, do
Conselho de Segurança, do 2. Será também nomeado, em
Conselho Econômico e Social e do caráter permanente, o pessoal
Conselho de Tutela e adequado para o Conselho
desempenhará outras funções que Econômico e Social, o conselho de
lhe forem atribuídas por estes Tutela e, quando for necessário,
órgãos. O Secretário-Geral fará um para outros órgãos das Nações
relatório anual à Assembléia Geral Unidas. Esses funcionários farão
sobre os trabalhos da Organização. parte do Secretariado.

Artigo 99. O Secretário-Geral 3. A consideração principal que


poderá chamar a atenção do prevalecerá na escolha do pessoal e
Conselho de Segurança para na determinação das condições de
qualquer assunto que em sua serviço será a da necessidade de
opinião possa ameaçar a assegurar o mais alto grau de
manutenção da paz e da segurança eficiência, competência e
internacionais. integridade. Deverá ser levada na
devida conta a importância de ser a imunidades necessários à realização
escolha do pessoal feita dentro do de seus propósitos.
mais amplo critério geográfico
2. Os representantes dos Membros
possível.
das Nações Unidas e os
CAPÍTULO XVI funcionários da Organização
gozarão, igualmente, dos privilégios
DISPOSIÇÕES DIVERSAS
e imunidades necessários ao
Artigo 102. 1. Todo tratado e todo exercício independente de sus
acordo internacional, concluídos funções relacionadas com a
por qualquer Membro das Nações Organização.
Unidas depois da entrada em vigor
3. A Assembléia Geral poderá fazer
da presente Carta, deverão, dentro
recomendações com o fim de
do mais breve prazo possível, ser
determinar os pormenores da
registrados e publicados pelo
aplicação dos parágrafos 1 e 2 deste
Secretariado.
Artigo ou poderá propor aos
2. Nenhuma parte em qualquer Membros das Nações Unidas
tratado ou acordo internacional convenções nesse sentido.
que não tenha sido registrado de
CAPÍTULO XVII
conformidade com as disposições
do parágrafo 1 deste Artigo poderá DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
invocar tal tratado ou acordo SOBRE SEGURANÇA
perante qualquer órgão das Nações
Artigo 106. Antes da entrada em
Unidas.
vigor dos acordos especiais a que se
Artigo 103. No caso de conflito refere o Artigo 43, que, a juízo do
entre as obrigações dos Membros Conselho de Segurança, o habilitem
das Nações Unidas, em virtude da ao exercício de suas funções
presente Carta e as obrigações previstas no Artigo 42, as partes na
resultantes de qualquer outro Declaração das Quatro Nações,
acordo internacional, prevalecerão assinada em Moscou, a 30 de
as obrigações assumidas em virtude outubro de 1943, e a França,
da presente Carta. deverão, de acordo com as
disposições do parágrafo 5 daquela
Artigo 104. A Organização gozará,
Declaração, consultar-se entre si e,
no território de cada um de seus
sempre que a ocasião o exija, com
Membros, da capacidade jurídica
outros Membros das Nações
necessária ao exercício de suas
Unidas a fim de ser levada a efeito,
funções e à realização de seus
em nome da Organização, qualquer
propósitos.
ação conjunta que se torne
Artigo 105. 1. A Organização necessária à manutenção da paz e
gozará, no território de cada um de da segurança internacionais.
seus Membros, dos privilégios e
Artigo 107. Nada na presente Carta constitucionais, por dois terços dos
invalidará ou impedirá qualquer Membros das Nações Unidas,
ação que, em relação a um Estado inclusive todos os membros
inimigo de qualquer dos signatários permanentes do Conselho de
da presente Carta durante a Segurança.
Segunda Guerra Mundial, for
3. Se essa Conferência não for
levada a efeito ou autorizada em
celebrada antes da décima sessão
consequência da dita guerra, pelos
anual da Assembléia Geral que se
governos responsáveis por tal ação.
seguir à entrada em vigor da
CAPÍTULO XVIII presente Carta, a proposta de sua
convocação deverá figurar na
EMENDAS
agenda da referida sessão da
Artigo 108. As emendas à presente Assembléia Geral, e a Conferência
Carta entrarão em vigor para todos será realizada, se assim for decidido
os Membros das Nações Unidas, por maioria de votos dos membros
quando forem adotadas pelos votos da Assembléia Geral, e pelo voto de
de dois terços dos membros da sete membros quaisquer do
Assembléia Geral e ratificada de Conselho de Segurança.
acordo com os seus respectivos
CAPÍTULO XIX
métodos constitucionais por dois
terços dos Membros das Nações RATIFICAÇÃO E ASSINATURA
Unidas, inclusive todos os membros
Artigo 110. 1. A presente Carta
permanentes do Conselho de
deverá ser ratificada pelos Estados
Segurança.
signatários, de acordo com os
Artigo 109. 1. Uma Conferência respectivos métodos
Geral dos Membros das Nações constitucionais.
Unidas, destinada a rever a
2. As ratificações serão
presente Carta, poderá reunir-se em
depositadas junto ao Governo dos
data e lugar a serem fixados pelo
Estados Unidos da América, que
voto de dois terços dos membros da
notificará de cada depósito todos
Assembléia Geral e de nove
os Estados signatários, assim como
membros quaisquer do Conselho de
o Secretário-Geral da Organização
Segurança. Cada Membro das
depois que este for escolhido.
Nações Unidas terá voto nessa
Conferência. 3. A presente Carta entrará em
vigor depois do depósito de
2. Qualquer modificação à presente
ratificações pela República da
Carta, que for recomendada por
China, França, união das Repúblicas
dois terços dos votos da
Socialistas Soviéticas, Reino Unido
Conferência, terá efeito depois de
da Grã Bretanha e Irlanda do Norte
ratificada, de acordo com os
e Estados Unidos da América e ela
respectivos métodos
maioria dos outros Estados
signatários. O Governo dos Estados CAPÍTULO I
Unidos da América organizará, em
ORGANIZAÇÃO DA CÔRTE
seguida, um protocolo das
ratificações depositadas, o qual Artigo 2. a Côrte será composta de
será comunicado, por meio de um corpo de juízes independentes,
cópias, aos Estados signatários. eleitos sem atenção à sua
nacionalidade, entre pessoas que
4. Os Estados signatários da
gozem de alta consideração moral e
presente Carta, que a ratificarem
possuam as condições exigidas em
depois de sua entrada em vigor
seus respectivos países para o
tornar-se-ão membros fundadores
desempenho das mais altas funções
das Nações Unidas, na data do
judiciárias, ou que sejam
depósito de suas respectivas
jurisconsultos de reconhecida
ratificações.
competência em direito
Artigo 111. A presente Carta, cujos internacional.
textos em chinês, francês, russo,
Artigo 3. 1. A Côrte será composta
inglês, e espanhol fazem igualmente
de quinze membros, não podendo
fé, ficará depositada nos arquivos
configurar entre êles dois nacionais
do Governo dos Estados Unidos da
do mesmo Estado.
América. Cópias da mesma,
devidamente autenticadas, serão 2. A pessoa que possa ser
transmitidas por este último considerada nacional de
Governo aos dos outros Estados mais de. um Estado será, para
signatários. efeito de sua inclusão como
membro da Côrte, considerada
Em fé do que, os representantes
nacional do Estado em que exercer
dos Governos das Nações Unidas
ordinariamente seus direitos civis e
assinaram a presente Carta.
políticos.
Feita na cidade de São Francisco,
Artigo 4. 1. Os membros da Côrte
aos vinte e seis dias do mês de
serão eleitos pela Assembléia Geral
junho de mil novecentos e quarenta
e pelo Conselho de Segurança de
e cinco.
uma lista de pessoas apresentadas
ESTATUTO DA CÔRTE pelos grupos nacionais da Côrte
INTERNACIONAL DE JUSTIÇA Permanente de Arbitragem, de
acôrdo com as disposições
Artigo 1. A Côrte Internacional de
seguintes.
Justiça, estabelecida pela Carta
das Nações Unidas como o principal 2. Quando se tratar de Membros
órgão judiciário das Nações Unidas, das Nações Unidas não
será constituída e funcionará representados na côrte Permanente
de acôrdo com as disposições do de Arbitragem, os candidatos serão
presente Estatuto. apresentador por grupos nacionais
designados para êsse fim pelos seus
Governos, nas mesmas condições Artigo 6. Recomenda-se que, antes
que as estipuladas para os membros de fazer estas indicações, cada..
da Côrte grupo nacional consulte sua mais
Permanente de Arbitragem pelo art. a!ta côrte de justiça,
44 da Convenção de Haia, de 1907, suas faculdades e escolas de
referente à solução pacífica das direito, suas academias nacionais e
controvérsias internacionais. as seções nacionais de academias
internacionais dedicada ao estudo
3. As condições pelas quais um
de direito.
Estado, que é parte no presente
Estatuto, sem ser Membro das Artigo 7. 1. O Secretário Geral
Nações Unidas, poderá participar preparará uma lista, por ordem
na eleição dos membros da Côrte, alfabética, de tôdas as pessoas
serão, na falta de acôrdo especial, assim indicadas. Salvo o
determinadas pela Assembléia Geral caso. previsto no art. 12, parágrafo
mediante recomendação do 2, serão elas as únicas pessoas
Conselho de Segurança. elegíveis.

Artigo 5. 1. Três meses, pelo menos 2. O Secretário Geral . submeterá


antes da data da eleição, o essa .lista à Assembléia Geral e ao
Secretário Geral das Nações Conselho de Segurança.
Unidas convidará, por escrito, os
Artigo 8. A Assembléia Geral e o
membros da Côrte Permanente de
Conselho de Segurança
Arbitragem pertencentes a Estados
procederão, independentemente
que sejam partes no presente
um do outro, à eleição dos membras
Estatuto, e os membros dos grupos
da Côrte.
nacionais designados de
conformidade com o art. 5, Artigo 9. Em cada eleição, os
parágrafo 2, para que indiquem, por eleitores devem ter presente não só
grupos nacionais, dentro de um que as pessoas a serem eleitas
prazo estabelecido, os nomes das possuam individualmente as
pessoas em condições de condições exigidas, mas também
desempenhar as funções de membro que, no conjunto dêsse órgão
da Côrte. judiciário, seja assegurada
a representação das mais altas
2. Nenhum grupo deverá indicar
formas da civilização e dos
mais de quatro pessoas, das quais.
principais sistemas jurídicos do
no máximo, duas poderão ser de sua
mundo.
nacionalidade. Em nenhum caso o
número dos candidatos indicados Artigo 10. 1. 0s candidatos que
por um grupo poderá ser maior do obtiverem maioria absoluta de votos
que o ,dôbro dos lugares a na Assembléia Geral e no
serem preenchidos. Conselho de Segurança serão
considerados eleitos.
2. Nas votações do Conselho de poderá incluí-la em sua lista, ainda
Segurança, quer para a eleição ,dos que a mesma não tenha figurado na
juizes, quer para a nomeação dos lista de indicações a que se refere o
membros da comissão prevista no artigo 7.
artigo 12, não haverá qualquer
3. Se a Comissão Mista chegar
distinção entre membros
à convicção de que não logrará
permanentes e não permanentes do
resultados com uma eleição, os
Conselho de Segurança.
membros já eleitos da Côrte
3. No caso em que a maioria deverão, dentro de um prazo a ser
absoluta de votos, tanto da fixado pelo Conselho de Segurança,
Assembléia Geral quanto do preencher os lugares vagos, e o
Conselho de Segurança, contemple farão por escolha de entre os
mais de Um nacional do mesmo candidatos que tenham obtido
Estado, o mais velho dos dois será votos na Assebléia Geral ou no
considerado eleito. Conselho de Segurança.

Artigo 11. Se, depois da primeira 4. No caso de um empate na


reunião convocada para fins de votação dos juízes, o mais velho
eleição, um ou mais lugares dêles terá voto decisivo.
continuarem vagos, deverá ser
Artigo 13. 1. Os membros da, Côrte
realizada uma segunda e, se fôr
serão eleitos por nove anos e
necessário, uma terceira reunião.
poderão ser reeleitos; fica
Artigo 12. 1. Se, depois da terceira estabelecido, entretanto, que, dos
reunião, um ou mais lugares ainda juizes eleitos na primeira eleição,
continuarem vagos, uma cinco terminarão suas funções no
comissão, composta de seis fim de um período de três anos, e
membros, três indicados pela outros cinco no fim de um período
Assembléia Geral e três pelo de seis anos.
Conselho de Segurança, poderá ser
2. Os juízes cujas funções deverão
formada em qualquer
terminar no fim dos
momento, por, solicitação
referidos períodos iniciais de três e
da Assembléia ou do Conselho de
seis anos serão escolhidos por
Segurança, com o fim de escolher,
sorteio, que será efetuado pelo
por maioria absoluta de votos, um
Secretário Geral imediatamente
nome para cada lugar ainda vago, o
depois de terminada a primeira
qual será submetido à Assembléia
eleição.
Geral e ao Conselho de Segurança
para sua respectiva aceitação. 3. Os membros da Côrte
continuarão no desempenho de suas
2. A Comissão Mista, caso
funções até que suas vagas tenham
concorde unânimente com a
sido preenchidas. Ainda depois de
escolha de uma pessoa que
substituídos, deverão terminar
preencha as condições exigidas,
qualquer questão cujo estudo consultor ou, advogado de uma das
tenham começado. partes, como membro de um
tribunal nacional ou internacional,
4. No caso de renúncia de um
ou de uma comissão de inquérito,
membro da Côrte, o pedido de
ou em qualquer outro caráter.
demissão deverá ser dirigido ao
Presidente da Côrte que o 3. Qualquer dúvida a êsse respeito
transmitirá ao Secretário Geral. será resolvida por decisão da Côrte.
Esta última notificação significará
Artigo 18. 1. Nenhum membro da
a abertura da vaga.
Côrte poderá ser demitido, a
Artigo 14. As vagas serão menos· que, na opinião unânime dos
preenchidas pelo metodo outros membros, tenha deixado de
estabelecido para a primeira preencher as condições exigidas.
eleição, de acôrdo com a seguinte
2. O Secretário Geral será disso
disposição: o Secretário Geral,
notificado, oficialmente, pelo
dentro de um mês a contar da
Escrivão da Côrte.
abertura da vaga, expedirá os
convites a que se refere o art. 5, e a 3. Essa notificação significará a
data da eleição será fixada pelo abertura da vaga.
Conselho de Segurança.
Artigo 19. Os membros da Côrte,
Artigo 15. O membro da Côrte quando no exercício de suas
eleito na vaga de um membro que funções, gozarão dos privilégios e
não terminou seu mandato, imunidades diplomáticas.
completará o período do mandato
Artigo 20. Todo membro da Côrte,
do seu predecessor.
antes de assumir as suas funções,
Artigo 16. 1. Nenhum membro fará, em sessão pública,
da Côrte poderá exercer qualquer a declaração solene de que
função política ou administrativa, exercerá as suas atribuições
ou dedicar-se a outra ocupação de imparcial e conscienciosamente.
natureza profissional.
Artigo 21. 1. A Côrte elegerá, pelo
2. Qualquer dúvida a êsse respeito período de três anos, seu
será resolvida por decisão da Côrte. Presidente e seu Vice-Presidente,
que poderão ser reeleitos.
Artigo 17. 1. Nenhum membro da
Côrte poderá servir como agente, 2. A Côrte nomeará seu Escrivão e
consultor ou advogado em qualquer providenciará sôbre a nomeação de
questão. outros funcionários que sejam
necessários.
2. Nenhum membro poderá
participar da decisão de qualquer Artigo 22. 1. A sede da Côrte será a
questão na qual anteriormente cidade de Haia. Isto, entretanto,
tenha intervindo como agente, não impedirá que até aqui a Côrte
se reúna e exerça suas funções em Artigo 25. A Côrte funcionará em
qualquer outro lugar que considere sessão plenária, exceto nos
conveniente. casos previstos em contrário no
presente capitulo.
2. O Presidente e o Escrivão
residirão na sede da Côrte. 2. O regulamento da Côrte poderá
permitir que um ou mais juizes, de
Artigo 23. 1. A Côrte funcionará
acôrdo com as circunstâncias
permanentemente, exceto durante
e rotativamente, sejam dispensados
as férias judiciárias, cuja data e
das sessões, contanto que o número
duração serão por ela fixadas.
de juízes disponíveis para constituir
2. Os Membros da Côrte gozarão de a Côrte não seja reduzido a menos
licenças periódicas, cujas datas e de onze.
duração serão fixadas pela Côrte,
3. O quorum de, nove juízes será
sendo tomadas em consideração a
suficiente para constituir a Côrte.
distância entre a l-Iaia e o domicílio
de cada Juiz. Artigo 26. 1. A Côrte poderá
periodicamente formar uma ou mais
3. Os membros da Côrte serão
Câmaras, compostas de três ou
obrigado a ficar permanentemente
mais juizes, conforme ela mesma
à disposição da Côrte, a menos que
determinar, a fim de tratar de
estejam em licença ou impedidos de
questões de caráter especial, como,
comparecer por motivo de doença
por exemplo, questões trabalhistas
ou outra séria razão,
e assuntos referentes a trânsito e
devidamente justificada perante o
comunicações.
Presidente.
2. A Côrte poderá, em qualquer
Artigo 24. 1. Se, por qualquer razão
tempo, formar uma Câmara para
especial, o membro da Côrte
tratar de uma determinada questão.
considerar que não deve tomar
O número de juízes que
parte no Julgamento de uma
constituirão essa Câmara será
determinada questão, deverá
determinado pela Côrte, com a
informar disto o Presidente.
aprovação das partes.
2. Se o Presidente considerar que,
3. As questões serão consideradas e
por uma razão especial, um dos
resolvidas pelas Câmaras a que se
membros da Côrte não deve
refere o presente artigo, se as
funcionar numa determinada
partes assim o solicitarem.
questão, deverá informá-lo disto.
Artigo 27. Uma sentença proferida
3. Se, em qualquer dêsses casos, o
por qualquer das câmaras, a que se
membro da Côrte e o Presidente
referem os artigos 26 e 29, será
não estiverem de acôrdo, o assunto
considerada como sentença
será resolvido por decisão da Côrte.
emanada da Côrte.
Artigo 28. As Câmaras, a que se nacionalidade das partes, cada uma
referem os artigos 26 e 29, poderão, destas poderá proceder à escolha
com o consentimento das de um juiz, de conformidade com o
partes, reunir-se e exercer suas parágrafo 2 dêste artigo.
funções fora da cidade de Haia.
4. As disposições dêste artigo serão
Artigo 29. Com o fim de apressar a aplicadas aos casos previstos nos
solução dos assuntos, a artigos 26 e 29. Em tais casos, o
Côrte formará anualmente uma presidente solicitará a um ou, se
Câmara, composta de cinco juizes; necessário a dois dos membros da
a qual, a pedido das partes, poderá Côrte integrantes da Câmara, que
considerar e resolver sumàriamente cedam seu lugar aos membros da
as questões. Além dos cinco juizes, Côrte de nacionalidade das partes
serão escolhidos outros dois, que interessadas, e, na falta ou
atuarão como substitutos, no impedimento dêstes, aos juízes
impedimento de um daqueles. especialmente escolhidos pelas
partes.
Artigo 30. 1. A Côrte estabelecera
regras para o desempenho de suas 5. No caso de haver diversas partes
funções; especialmente as que interessadas na mesma questão, elas
se refiram aos métodos processuais. serão, para os fins das disposições
precedentes, consideradas como
2. O Regulamento- da Côrte disporá
uma sô parte. Qualquer dúvida
sôbre a nomeação de assessores
sôbre êste ponto será resolvida por
para a Côrte ou para qualquer de
decisão da Côrte.
suas Câmaras, os quais não terão
direito a voto. 6. Os juízes escolhidos de
conformidade com os parágrafos 2,
Artigo 31. 1. Os juizes da mesma
3 e 4 dêste artigo deverão
nacionalidade de qualquer das
preencher as condições exigidas
partes conservam o direito de
pelos artigos 2, 17 (parágrafo 2), 20 e
funcionar numa questão julgada
24, do presente Estatuto. Tomarão
pela Côrte.
parte nas decisões em condições de
2. Se a Côrte incluir entre os seus completa igualdade com seus
membros um juiz de nacionalidade colegas.
de uma das partes, qualquer outra
Artigo 32. 1. Os membros da Côrte
parte poderá escolher uma pessoa
perceberão vencimentos anuais.
para funcionar como juiz. Essa
pessoa deverá, de preferência, ser 2. O Presidente receberá, por ano,
escolhida entre os que figuraram um subsídio especial.
entre os candidatos a que se
3. O Vice-Presidente recebera um
referem os arts. 4 e 5.
subsídio especial, correspondente
3. Se a Côrte não incluir entre os a cada dia em que funcionar como
seus membros nenhum juiz de Presidente.
4. Os juízes escolhidos de prescritas por seu
conformidade com o art. 31, que Regulamento, poderá solicitar
não sejam membros da Côrte, Informação, de organizações
receberão uma remuneração públicas internacionais, e receberá
correspondente a cada dia em que as informações que lhe forem
exerçam suas funções. prestadas, por iniciativa própria,
pelas referidas organizações.
5. Esses vencimentos, subsídios
e remunerações serão fixados pela 3. Sempre que, no Julgamento. de
Assembléia Geral e não poderão ser uma questão perante a Côrte, fôr
diminuídos enquanto durarem os discutida a interpretação de
mandatos. instrumento constitutivo de
uma organização pública
6. Os vencimentos de
internacional ou de uma convenção
Escrivão serão fixados pela
internacional adotada em virtude
Assembléia Geral, por proposta da
do mesmo, o Escrivão dará
Côrte.
conhecimento disso à
7. O Regulamento elaborado pela organização pública internacional
Assembléia Geral fixará as interessada e lhe encaminhará
condições pelas quais serão cópias de todo o expediente
concedidas pensões aos membros da escrito.
Côrte e ao Escrivão, e as condições
Artigo 35. 1. A Côrte estará aberta
pelas quais os membros da Côrte e
aos Estados que são parte no
o Escrivão serão reembolsados de
presente Estatuto.
suas despesas de viagem.
2. As condições pelas quais a Côrte
8. Os vencimentos, subsídios
estará aberta a outros Estados
e remuneração, acima
serão determinadas, pelo
mencionados, estarão livres de
Conselho de Segurança, ressalvadas
qualquer impôsto.
as disposições especiais dos
Artigo 33. As despesas da Côrte tratados vigentes; em nenhum caso,
serão custeadas pelas Nações porém, tais condições colocarão as
Unidas da maneira que fôr decidida partes em posição de desigualdade
pela Assembléia Geral. perante a Côrte.

CAPÍTULO II 3. Quando um Estado que não é


Membro das Nações Unidas fór
COMPETÊNCIA DA CÔRTE
parte numa questão, a Côrte fixará
Artigo 34. 1. Só os Estados poderão a importância com que êle deverá,
ser partes em questões perante a contribuir para as despesas da
Côrte. Côrte. Esta disposição não será
aplicada, se tal Estado já contribuir
2. Sôbre as questões que lhe forem
para as referidas despesas.
submetidas, a Côrte, nas condições
Artigo 36. 1. A competência da contratantes do presente Estatuto
Côrte abrange tôdas as questões e ao Escrivão da Côrte.
que as partes lhe submetam, bem
5. Nas relações entre as partes
como todos os assuntos
contratantes do presente Estatuto,
especialmente previstos na Carta
as declarações feitas de acôrdo
das Nações Unidas ou em tratados
com o artigo 36 do Estatuto da
e convenções em vigor.
Côrte Permanente de Justiça
2. Os Estados partes no presente Internacional e que ainda estejam
Estatuto poderão, em qualquer em vigor serão consideradas como
momento, declarar que reconhecem importando na aceitação da
como obrigatória, ipso facto e sem jurisdição obrigatória da Côrte
acôrdo especial, em relação a Internacional de Justiça pelo
qualquer outro Estado que aceite a período em que ainda devem vigorar
mesma obrigação, a jurisdição e de conformidade com os
da Côrte em todas as controvérsias seus têrmos.
de ordem jurídica que tenham por
6. Qualquer controvérsia sôbre a
objeto:
jurisdição da Côrte será resolvida
a) a interpretação de um tratado; por decisão da própria Côrte.

b) qualquer ponto de Artigo 37. Sempre que um tratado


direito internacional; ou convenção em vigor disponha
que um assunto deve ser submetido
c) a existência de qualquer fato
a uma jurisdição a ser
que, se verificado, constituiria a
instituída pela Liga das Nações, ou
violação de um compromisso
à Côrte Permanente de Justiça
internacional;
Internacional, o assunto deverá, no
d) a natureza ou a que respeita às partes contratantes
extensão da reparação devida pela do presente Estatuto, ser
rutura de um compromisso submetido à Côrte Internacional de
internacional. Justiça.

3. As declarações acima Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é


mencionadas poderão ser feitas decidir de acôrdo com o direito
pura e simplesmente ou sob internacional as controvérsias que
condição de reciprocidade da parte lhe forem submetidas, aplicará:
de vários ou de certos Estados, ou
a) as convenções internacionais,
por -prazo determinado.
quer gerais, quer especiais. que
4. Tais declarações serão estabeleçam regras expressamente
depositadas junto ao Secretário reconhecidas pelos Estados
Geral das Nações Unidas, que as litigantes;
transmitirá, por cópia, às partes
b) o costume internacional, como língua que não seja o francês ou o
prova de uma prática geral aceita inglês.
como sendo o direito;
Artigo 40. 1. As questões serão
c) os princípios gerais de direito submetidas à Côrte, conforme o
reconhecidos pelas Nações caso, por notificação do acôrdo
civilizadas; especial ou por uma petição escrita
dirigida ao Escrivão. Em qualquer
d) sob ressalva da disposição do art.
dos casos, o objeto da controvérsia
59, as decisões judiciárias e a
e as partes deverão ser indicados.
doutrina dos publicistas mais
qualificados das diferentes Nações, 2. O Escrivão
como meio auxiliar para a comunicará imediatamente a
determinação das regras de direito. petição a todos os interessados.

2. A presente disposição não 3. Notificará também os Membros


prejudicará a faculdade da das Nações Unidas por intermédio
Côrte de decidir uma questão ex do Secretário Geral e quaisquer
aeque et bano, se as partes com isto outros Estados com direito a
concordarem. comparecer perante a Côrte.

CAPÍTULO lII Artigo 41. 1. A Côrte terá a


faculdade de indicar, se julgar que
PROCESSO
as circunstâncias o exigem,
Artigo 39. 1. As. línguas oficiais da quaisquer medidas provisórias que
Côrte serão o francês e o inglês. Se devem ser tomadas para preservar
as partes concordarem em que todo os direitos de cada parte.
o processo se efetue em francês, a
2. Antes que a sentença seja
sentença será proferida em francês.
proferida, as partes e o Conselho
Se as partes concordarem em que
de Segurança deverão ser
todo o processo se efetue em
informados imediatamente das
inglês, a sentença será proferida em
medidas sugeridas.
inglês.
Artigo 42. 1. As partes serão
2. Na ausência de acôrdo a respeito
representadas por agentes.
da língua que deverá
ser empregada; cada parte poderá, 2. Estes terão a assistência de
em suas alegações, usar a língua consultores ou advogados, perante
que preferir; a sentença da Côrte a Côrte.
será proferida em francês e em
3. Os agentes, os consultores e
inglês. Neste caso, a Côrte
os advogados das partes perante a
determinará ao mesmo tempo qual
Côrte gozarão dos privilégios e
dos dois textos fará fé.
imunidades necessários ao livre
3. A pedido de uma das partes, a exercício de suas atribuições.
Côrte poderá autorizá-la a usar uma
Artigo 43. 1. O processo constará Artigo 46, As audiências da Côrte
de duas fases: uma escrita e outra serão públicas, a menos que a Côrte
oral. decida de outra maneira em que as
partes solicitem a não admissão de
2. O processo escrito compreenderá
público.
a comunicação, à Côrte e, às partes
de memórias, contra-memórias e, se Artigo 47. 1. Será lavrada ata de
necessário, réplicas, assim como cada audiência, assinada pelo
quaisquer peças e documentos em Escrivão e pelo Presidente.
apôio das mesmas.
2. Só essa ata fará fé.
3. Essas comunicações serão feitas
Artigo 48. A Côrte
por intermédio do Escrivão, na
proferirá decisões sôbre o
ordem e dentro do prazo fixados
andamento do processo, a forma e
pela Côrte.
o tempo em que cada parte
4. Uma cópia autenticada de cada terminará suas alegações, e tomará
documento apresentado por uma tôdas as medidas relacionadas com
das partes será comunicada à outra a apresentação das provas.
parte.
Artigo· 49. A Côrte poderá, ainda
5. O processo oral consistirá na antes do inicio da audiência, intimar
audiência, pela Côrte, os agentes a apresentarem qualquer
de testemunhas, peritos, agentes, documento ou a fornecerem
consultores e advogados. quaisquer explicações. Qualquer
recusa deverá constar da ata.
Artigo 44. 1 Para citação de outras
pessoas que não sejam os agentes, Artigo 50. A Côrte poderá, em
os consultores ou advogados, a qualquer momento, confiar a
Côrte dirigir-se-á-diretamente qualquer individuo, corporação,
ao Govêrno do Estado em cujo repartição, comissão ou
território deve ser feita a citação. outra organização, à sua escolha, a
tarefa de proceder a um inquérito
2. O mesmo processo será usado
ou a uma perícia.
sempre que fór
necessário providenciar para obter Artigo 51. Durante os
quaisquer meios de prova no lugar debates, todas as perguntas
do fato. de interêsse serão feitas às
testemunhas e peritos de
Artigo 45. Os. debates
conformidade com as
serão. dirigidos pelo Presidente ou,
condições determinadas pela Côrte
no impedimento dêste, pelo vice-
no .Regulamento a que se refere o
presidente; se ambos estiverem
artigo 30.
impossibilitados de presidir, o mais
antigo dos Juízes presentes Artigo 52. Depois de receber as
ocupará a presidência. provas e depoimentos dentro do
prazo fixado para êsse fim, a Côrte 2. Deverá mencionar os nomes dos
poderá recusar-se a aceitar juízes que tomaram parte na
qualquer novo depoimento oral ou decisão.
escrito que uma das partes deseje
Artigo 57. Se a sentença
apresentar, a menos que as outras
não representar no todo ou em
parte com isso concordem.
parte a opinião unânime dos juízes,
Artigo 53. 1. Se uma das partes qualquer dêles terá direito de lhe
deixar de comparecer perante juntar a exposição de sua opinião
a Côrte ou de apresentar a sua individual.
defesa, a outra parte poderá
Artigo 58. A sentença será assinada
solicitar à Côrte que decida a favor
pelo Presidente e pelo Escrivão.
de sua pretensão.
Deverá ser lida em sessão pública,
2. A Côrte, antes de decidir nesse depois de notificados, devidamente,
sentido, deve certificar-se os agentes.
não só de que o assunto é de sua
Artigo 59. A decisão da Côrte só
competência, de conformidade com
será obrigatória para as
os arts. 36 e 37, mas também de que
partes litigantes e a respeito do
a pretensão é bem
caso em questão.
fundada, de fato e de direito.
Artigo 60. A sentença é definitiva e
Artigo 54. 1. Quando os agentes,
inapelável. Em caso de controvérsia
consultores e advogados tiverem
quanto ao sentido e ao alcance da
concluído, sob a fiscalização da
sentença, caberá à Côrte
Côrte, a apresentação de sua
interpretá-la a pedido de qualquer
causa, o Presidente declarará
das partes.
encerrados os debates.
Artigo 61. 1. O pedido de revisão de
2. A Côrte retirar-se-á para
uma sentença só poderá ser feito
deliberar.
em razão do descobrimento de
3. As deliberações da Côrte serão algum fato suscetível de exercer
tomadas privadamente influência decisiva, o qual, na
e permanecerão secretas. ocasião de ser proferida a
sentença, era desconhecido da
Artigo 55. 1. Tôdas as questões
Côrte e também da parte que
serão decididas por maioria dos
solicita a revisão, contanto que tal
juizes presentes.
desconhecimento não tenha
2. No caso de empate na votação, o sido devido à negligência.
Presidente ou o juiz que funcionar
2. O processo de revisão será
em seu lugar decidirá com o seu
aberto por uma sentença da Côrte,
voto.
na qual se consignará
Artigo 56. 1. A sentença deverá expressamente a existência do fato
declarar as razões em que se funda. novo, com o reconhecimento do
caráter que determina a abertura CAPÍTULO IV
da revisão e a declaração de que é
PARECERES CONSULTIVOS
cabível a solicitação nesse sentido.
Artigo 65. 1. A Côrte poderá dar
3. A Côrte poderá subordinar a
parecer consultivo sôbre qualquer
abertura do processo de revisão à
questão jurídica a pedido do órgão
prévia execução da sentença.
que, de acôrdo com a Carta das
4. O pedido de revisão deverá ser Nações Unidas ou por ela
feito no prazo máximo de seis meses autorizado, estiver em condições
a partir do descobrimento do fato de fazer tal pedido.
novo.
2. As questões sôbre as quais fôr
5. Nenhum pedido de revisão pedido o parecer consultivo da
poderá ser feito depois de Côrte serão submetidas a ela por
transcorridos 10 anos da data da meio de petição escrita que deverá
sentença. conter uma exposição do assunto
sôbre o qual é solicitado o parecer
Artigo 62. 1. Quando um Estado
e será acompanhada de todos os
entender que a decisão de uma
documentos que possam elucidar a
causa é suscetível de comprometer
questão.
um interêsse seu de ordem jurídica,
esse Estado poderá solicitar à Artigo 66. 1. O Escrivão notificará
Côrte permissão para intervir em tal imediatamente todos os Estados
causa. com direito a comparecer perante a
Côrte, do pedido de parecer
2. A Côrte decidirá sôbre êsse
consultivo.
pedido.
2. Além disto, a todo Estado
Artigo 63. 1. Quando se tratar da
admitido a comparecer perante a
interpretação de uma convenção,
Côrte e a qualquer organização
da qual forem partes outros
internacional, que, a juízo da Côrte
Estados, além dos litigantes, o
ou de seu Presidente, se a Côrte
Escrivão notificará imediatamente
não estiver reunida, forem
todos os Estados interessados.
suscetíveis de fornecer
2. Cada Estado assim notificado informações sôbre a questão - o
terá o direito de intervir no Escrivão fará saber, por
processo; mas, se usar dêste direito, comunicação especial e direta, que
a interpretação dada pela sentença a Côrte estará disposta
será igualmente obrigatória para êle. a receber exposições escritas,
dentro num prazo a ser fixado pelo
Artigo 64. A menos que seja
Presidente, ou ouvir exposições
decidido em contrário pela Côrte,
orais. durante uma audiência
cada parte pagará suas próprias
pública realizada para tal fim.
custas no processo.
3. Se qualquer Estado com direito a CAPÍTULO V
comparecer perante a Côrte deixar
EMENDAS
de receber a comunicação especial
a que se refere o parágrafo 2 dêste Artigo 69. As emendas ao presente
artigo, tal Estado poderá Estatuto serão efetuadas pelo
manifestar o desejo de submeter a mesmo processo estabelecido pela
ela uma exposição escrita ou Carta das Nações Unidas para
oral. A Côrte decidirá. emendas à Carta, ressalvadas,
entretanto, quaisquer disposições
4. Os Estados e organizações que
que a Assembléia Geral, por
tenham apresentado exposição
determinação do Conselho de
escrita ou oral, ou ambas, terão a
Segurança, possa adotar a respeito.
faculdade de discutir as exposições
da participação de Estados que,
feitas por outros Estados ou
tendo aceito o presente Estatuto,
organizações, na. forma, extensão
não são Membros das Nações
ou limite de tempo que a Côrte, ou,
Unidas.
se ela não estiver reunida, o seu
Presidente determinar, em cada Artigo 70. A Côrte terá a
caso particular. Para êsse efeito, o faculdade de propor por escrito ao
Escrivão devera, no devido tempo, Secretário Geral quaisquer
comunicar qualquer emendas ao presente Estatuto, que
dessas exposições escritas aos julgar necessárias, a fim de que as
Estados e organizações que mesmas sejam consideradas de
submeterem exposições conformidade com as disposições
semelhantes. do art. 69.

Artigo 67. A Côrte dará seus E, havendo o Govêrno do Brasil


pareceres consultivos em sessão aprovado a mesma Carta nos têrmos
pública, depois de terem sido acima transcritos, pela
notificados o Secretário Geral, os presente a dou por firme e valiosa
representantes dos Membros das para produzir os seus devidos
Nações Unidas, bem como de efeitos, prometendo que será
outros Estados e das organizações cumprida inviolàvelmente.
internacionais diretamente
Em firmeza do que, mandei passar
interessadas.
esta Carta que assino e é selada
Artigo 68. No exercício de suas cem o sêlo das armas da República e
funções consultivas, a Côrte subscrita pelo Ministro de Estado
deverá guiar-se, além disso, pelas das Relações Exteriores.
disposições do presente Estatuto,
Dada no Palácio da Presidência, no
que se aplicam em casos
Rio de Janeiro, aos doze dias do
contenciosos, na medida em que, na
mês de setembro, de mil novecentos
sua opinião, tais disposições forem
e quarenta e cinco, 124.° da
aplicáveis.
Independência e 57.° da República.
GETULIO VARGAS. Considerando que, na Carta, os
Pedro Leão Velloso povos das Nações Unidas
proclamam, de novo, a sua fé nos
direitos fundamentais do Homem,
Declaração Universal dos Direitos na dignidade e no valor da pessoa
Humanos (10/12/1948). humana, na igualdade de direitos
dos homens e das mulheres e se
declaram resolvidos a favorecer o
progresso social e a instaurar
Resolução ONU nº 217-A de
melhores condições de vida dentro
10/12/1948
de uma liberdade mais ampla;
Norma Federal - Publicado no DO
Considerando que os Estados-
em 10 dez 1948
Membros se comprometeram a
Preâmbulo promover, em cooperação com a
Organização das Nações Unidas, o
Considerando que o
respeito universal e efetivo dos
reconhecimento da dignidade
direitos do Homem e das liberdades
inerente a todos os membros da
fundamentais;
família humana e dos seus direitos
iguais e inalienáveis constitui o Considerando que uma concepção
fundamento da liberdade, da comum destes direitos e liberdades
justiça e da paz no mundo; é da mais alta importância para dar
plena satisfação a tal compromisso:
Considerando que o
desconhecimento e o desprezo dos A Assembléia Geral proclama a
direitos do Homem conduziram a presente Declaração Universal dos
atos de barbárie que revoltam a Direitos Humanos como ideal
consciência da Humanidade e que o comum a atingir por todos os povos
advento de um mundo em que os e todas as nações, a fim de que
seres humanos sejam livres de falar todos os indivíduos e todos os
e de crer, libertos do terror e da órgãos da sociedade, tendo-a
miséria, foi proclamado como a mais constantemente no espírito, se
alta inspiração do Homem; esforcem, pelo ensino e pela
educação, por desenvolver o
Considerando que é essencial a
respeito desses direitos e liberdades
proteção dos direitos do Homem
e por promover, por medidas
através de um regime de direito,
progressivas de ordem nacional e
para que o Homem não seja
internacional, o seu
compelido, em supremo recurso, à
reconhecimento e a sua aplicação
revolta contra a tirania e a
universais e efetivos tanto entre as
opressão;
populações dos próprios Estados-
Considerando que é essencial Membros como entre as dos
encorajar o desenvolvimento de
relações amistosas entre as nações;
territórios colocados sob a sua Ninguém será submetido a tortura
jurisdição. nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
Artigo 1º
Artigo 6º
Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e em Todos os indivíduos têm direito ao
direitos. Dotados de razão e de reconhecimento, em todos os
consciência, devem agir uns para lugares, da sua personalidade
com os outros em espírito de jurídica.
fraternidade.
Artigo 7º
Artigo 2º
Todos são iguais perante a lei e, sem
Todos os seres humanos podem distinção, têm direito à igual
invocar os direitos e as liberdades proteção da lei. Todos têm direito à
proclamados na presente proteção igual contra qualquer
Declaração, sem distinção alguma, discriminação que viole a presente
nomeadamente de raça, de cor, de Declaração e contra qualquer
sexo, de língua, de religião, de incitamento a tal discriminação.
opinião política ou outra, de origem
Artigo 8º
nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra Toda a pessoa tem direito a recurso
situação. Além disso, não será feita efetivo para as jurisdições nacionais
nenhuma distinção fundada no competentes contra os atos que
estatuto político, jurídico ou violem os direitos fundamentais
internacional do país ou do reconhecidos pela Constituição ou
território da naturalidade da pela Lei.
pessoa, seja esse país ou território
Artigo 9º
independente, sob tutela, autônomo
ou sujeito a alguma limitação de Ninguém pode ser arbitrariamente
soberania. preso, detido ou exilado.

Artigo 3º Artigo 10º

Todo indivíduo tem direito à vida, à Toda a pessoa tem direito, em plena
liberdade e à segurança pessoal. igualdade, a que a sua causa seja
eqüitativa e publicamente julgada
Artigo 4º
por um tribunal independente e
Ninguém será mantido em imparcial que decida dos seus
escravatura ou em servidão; a direitos e obrigações ou das razões
escravatura e o trato dos escravos, de qualquer acusação em matéria
sob todas as formas, são proibidos. penal que contra ela seja deduzida.

Artigo 5º Artigo 11º


1. Toda a pessoa acusada de um ato 2. Este direito não pode, porém, ser
delituoso presume-se inocente até invocado no caso de processo
que a sua culpabilidade fique realmente existente por crime de
legalmente provada no decurso de direito comum ou por atividades
um processo público em que todas contrárias aos fins e aos princípios
as garantias necessárias de defesa das Nações Unidas.
lhe sejam asseguradas.
Artigo 15º
2. Ninguém será condenado por
1. Todo o indivíduo tem direito a
ações ou omissões que, no momento
ter uma nacionalidade.
da sua prática, não constituíam ato
delituoso à face do direito interno 2. Ninguém pode ser
ou internacional. Do mesmo modo, arbitrariamente privado da sua
não será infligida pena mais grave nacionalidade nem do direito de
do que a que era aplicável no mudar de nacionalidade.
momento em que o ato delituoso foi
Artigo 16º
cometido.
1. A partir da idade núbil, o homem
Artigo 12º
e a mulher têm o direito de casar e
Ninguém sofrerá intromissões de constituir família, sem restrição
arbitrárias na sua vida privada, na alguma de raça, nacionalidade ou
sua família, no seu domicílio ou na religião. Durante o casamento e na
sua correspondência, nem ataques à altura da sua dissolução, ambos têm
sua honra e reputação. Contra tais direitos iguais.
intromissões ou ataques toda a
2. O casamento não pode ser
pessoa tem direito à proteção da
celebrado sem o livre e pleno
lei.
consentimento dos futuros esposos.
Artigo 13º
3. A família é o elemento natural e
1. Toda a pessoa tem o direito de fundamental da sociedade e tem
livremente circular e escolher a sua direito à proteção desta e do
residência no interior de um Estado.
Estado.
Artigo 17º
2. Toda a pessoa tem o direito de
1. Toda a pessoa, individual ou
abandonar o país em que se
coletiva, tem direito à propriedade.
encontra, incluindo o seu, e o
direito de regressar ao seu país. 2. Ninguém pode ser
arbitrariamente privado da sua
Artigo 14º
propriedade.
1. Toda a pessoa sujeita à
Artigo 18º
perseguição tem o direito de
procurar e de beneficiar de asilo em Toda a pessoa tem direito à
outros países. liberdade de pensamento, de
consciência e de religião; este sufrágio universal e igual, com voto
direito implica a liberdade de mudar secreto ou segundo processo
de religião ou de convicção, assim equivalente que salvaguarde a
como a liberdade de manifestar a liberdade de voto.
religião ou convicção, sozinho ou
Artigo 22º
em comum, tanto em público como
em privado, pelo ensino, pela Toda a pessoa, como membro da
prática, pelo culto e pelos ritos. sociedade, tem direito à segurança
social; e pode legitimamente exigir a
Artigo 19º
satisfação dos direitos econômicos,
Todo o indivíduo tem direito à sociais e culturais indispensáveis,
liberdade de opinião e de expressão, graças ao esforço nacional e à
o que implica o direito de não ser cooperação internacional, de
inquietado pelas suas opiniões e o harmonia com a organização e os
de procurar, receber e difundir, recursos de cada país.
sem consideração de fronteiras,
Artigo 23º
informações e idéias por qualquer
meio de expressão. 1. Toda a pessoa tem direito ao
trabalho, à livre escolha do
Artigo 20º
trabalho, a condições eqüitativas e
1. Toda a pessoa tem direito à satisfatórias de trabalho e à
liberdade de reunião e de proteção contra o desemprego.
associação pacíficas.
2. Todos têm direito, sem
2. Ninguém pode ser obrigado a discriminação alguma, a salário igual
fazer parte de uma associação. por trabalho igual.

Artigo 21º 3. Quem trabalha tem direito a uma


remuneração eqüitativa e
1. Toda a pessoa tem o direito de
satisfatória, que lhe permita e à sua
tomar parte na direção dos
família uma existência conforme
negócios públicos do seu país, quer
com a dignidade humana, e
diretamente, quer por intermédio
completada, se possível, por todos
de representantes livremente
os outros meios de proteção social.
escolhidos.
4. Toda a pessoa tem o direito de
2. Toda a pessoa tem direito de
fundar com outras pessoas
acesso, em condições de igualdade,
sindicatos e de se filiar em
às funções públicas do seu país.
sindicatos para defesa dos seus
3. A vontade do povo é o interesses.
fundamento da autoridade dos
Artigo 24º
poderes públicos: e deve exprimir-se
através de eleições honestas a Toda a pessoa tem direito ao
realizar-se periodicamente por repouso e aos lazeres,
especialmente, a uma limitação fundamentais e deve favorecer a
razoável da duração do trabalho e compreensão, a tolerância e a
às férias periódicas pagas. amizade entre todas as nações e
todos os grupos raciais ou
Artigo 25º
religiosos, bem como o
1. Toda a pessoa tem direito a um desenvolvimento das atividades das
nível de vida suficiente para lhe Nações Unidas para a manutenção
assegurar e à sua família a saúde e o da paz.
bem-estar, principalmente quanto à
3. Aos pais pertence a prioridade do
alimentação, ao vestuário, ao
direito de escolher o gênero de
alojamento, à assistência médica e
educação a dar aos filhos.
ainda quanto aos serviços sociais
necessários, e tem direito à Artigo 27º
segurança no desemprego, na
1. Toda a pessoa tem o direito de
doença, na invalidez, na viuvez, na
tomar parte livremente na vida
velhice ou noutros casos de perda
cultural da comunidade, de fruir as
de meios de subsistência por
artes e de participar no progresso
circunstâncias independentes da
científico e nos benefícios que
sua vontade.
deste resultam.
2. A maternidade e a infância têm
2. Todos têm direito à proteção dos
direito à ajuda e à assistência
interesses morais e materiais ligados
especiais. Todas as crianças,
a qualquer produção científica,
nascidas dentro ou fora do
literária ou artística da sua autoria.
matrimônio, gozam da mesma
proteção social. Artigo 28º

Artigo 26º Toda a pessoa tem direito a que


reine, no plano social e no plano
1. Toda a pessoa tem direito à
internacional, uma ordem capaz de
educação. A educação deve ser
tornar plenamente efetivos os
gratuita, pelo menos a
direitos e as liberdades enunciadas
correspondente ao ensino
na presente Declaração.
elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino Artigo 29º
técnico e profissional deve ser
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generalizado; o acesso aos estudos
superiores deve estar aberto a
todos em plena igualdade, em 1. O indivíduo tem deveres para
função do seu mérito. com a comunidade, fora da qual
não é possível o livre e pleno
2. A educação deve visar à plena
desenvolvimento da sua
expansão da personalidade humana
personalidade.
e ao reforço dos direitos do
Homem e das liberdades
2. No exercício deste direito e no O PRESIDENTE DA
gozo destas liberdades ninguém está REPÚBLICA, no uso da atribuição
sujeito senão às limitações que lhe confere o art. 84, inciso
estabelecidas pela lei com vista VIII, da Constituição, e
exclusivamente a promover o
reconhecimento e o respeito dos Considerando que o Pacto
direitos e liberdades dos outros e a Internacional sobre Direitos Civis e
fim de satisfazer as justas Políticos foi adotado pela XXI
exigências da moral, da ordem Sessão da Assembléia-Geral das
pública e do bem-estar numa Nações Unidas, em 16 de dezembro
sociedade democrática. de 1966;

3. Em caso algum estes direitos e Considerando que o Congresso


liberdades poderão ser exercidos Nacional aprovou o texto do
contrariamente e aos fins e aos referido diploma internacional por
princípios das Nações Unidas. meio do Decreto Legislativo n° 226,
Artigo 30º de 12 de dezembro de 1991;

Nenhuma disposição da presente Considerando que a Carta de


Declaração pode ser interpretada Adesão ao Pacto Internacional
de maneira a envolver para qualquer sobre Direitos Civis e Políticos foi
Estado, agrupamento ou indivíduo depositada em 24 de janeiro de 1992;
o direito de se entregar a alguma
Considerando que o pacto ora
atividade ou de praticar algum ato
promulgado entrou em vigor, para o
destinado a destruir os direitos e
Brasil, em 24 de abril de 1992, na
liberdades aqui enunciados.
forma de seu art. 49, § 2°;

DECRETA:
Pacto Internacional dos Direitos
Civis e Políticos (16/12/1966). Art. 1° O Pacto Internacional
sobre Direitos Civis e Políticos,
apenso por cópia ao presente
DECRETO No 592, DE 6 DE decreto, será executado e
JULHO DE 1992. cumprido tão inteiramente como
nele se contém.
Atos
Internacionais. Art. 2° Este Decreto entra em
Pacto vigor na data de sua publicação.
Internacional
Brasília, 06 de julho de 1992; 171°
sobre Direitos
da Independência e 104° da
Civis e Políticos.
República.
Promulgação.
FERNANDO COLLOR
Celso Lafer
Este texto não substitui o Considerando que a Carta das
publicado no D.O.U. de 7.7.1992 Nações Unidas impõe aos Estados a
ANEXO AO DECRETO QUE obrigação de promover o respeito
PROMULGA O PACTO universal e efetivo dos direitos e
INTERNACIONAL SOBRE das liberdades do homem,
DIREITOS CIVIS E
Compreendendo que o
POLÍTICOS/MRE
indivíduo, por ter deveres para com
PACTO INTERNACIONAL seus semelhantes e para com a
SOBRE DIREITOS CIVIS E coletividade a que pertence, tem a
POLÍTICOS obrigação de lutar pela promoção e
observância dos direitos
PREÂMBULO reconhecidos no presente Pacto,

Os Estados Partes do presente Acordam o seguinte:


Pacto,
PARTE I
Considerando que, em
conformidade com os princípios ARTIGO 1
proclamados na Carta das Nações
1. Todos os povos têm direito à
Unidas, o reconhecimento da
autodeterminação. Em virtude
dignidade inerente a todos os
desse direito, determinam
membros da família humana e de
livremente seu estatuto político e
seus direitos iguais e inalienáveis
asseguram livremente seu
constitui o fundamento da
desenvolvimento econômico, social
liberdade, da justiça e da paz no
e cultural.
mundo,
2. Para a consecução de seus
Reconhecendo que esses
objetivos, todos os povos podem
direitos decorrem da dignidade
dispor livremente se suas riquezas e
inerente à pessoa humana,
de seus recursos naturais, sem
Reconhecendo que, em prejuízo das obrigações
conformidade com a Declaração decorrentes da cooperação
Universal dos Direitos do Homem, o econômica internacional, baseada
ideal do ser humano livre, no gozo no princípio do proveito mútuo, e
das liberdades civis e políticas e do Direito Internacional. Em caso
liberto do temor e da miséria, não algum, poderá um povo ser privado
pode ser realizado e menos que se de seus meios de subsistência.
criem às condições que permitam a
3. Os Estados Partes do presente
cada um gozar de seus direitos civis
Pacto, inclusive aqueles que
e políticos, assim como de seus
tenham a responsabilidade de
direitos econômicos, sociais e
administrar territórios não-
culturais,
autônomos e territórios sob tutela,
deverão promover o exercício do pessoas que agiam no exercício de
direito à autodeterminação e funções oficiais;
respeitar esse direito, em
conformidade com as disposições b) Garantir que toda pessoa que
da Carta das Nações Unidas. interpuser tal recurso terá seu
direito determinado pela
PARTE II competente autoridade judicial,
administrativa ou legislativa ou por
ARTIGO 2 qualquer outra autoridade
competente prevista no
1. Os Estados Partes do presente
ordenamento jurídico do Estado em
pacto comprometem-se a respeitar e
questão; e a desenvolver as
garantir a todos os indivíduos que
possibilidades de recurso judicial;
se achem em seu território e que
estejam sujeitos a sua jurisdição os c) Garantir o cumprimento, pelas
direitos reconhecidos no presente autoridades competentes, de
Pacto, sem discriminação alguma qualquer decisão que julgar
por motivo de raça, cor, sexo. procedente tal recurso.
língua, religião, opinião política ou
de outra natureza, origem nacional ARTIGO 3
ou social, situação econômica,
nascimento ou qualquer condição. Os Estados Partes no presente
Pacto comprometem-se a assegurar
2. Na ausência de medidas a homens e mulheres igualdade no
legislativas ou de outra natureza gozo de todos os direitos civis e
destinadas a tornar efetivos os políticos enunciados no presente
direitos reconhecidos no presente Pacto.
Pacto, os Estados Partes do
presente Pacto comprometem-se a ARTIGO 4
tomar as providências necessárias
1. Quando situações
com vistas a adotá-las, levando em
excepcionais ameacem a existência
consideração seus respectivos
da nação e sejam proclamadas
procedimentos constitucionais e as
oficialmente, os Estados Partes do
disposições do presente Pacto.
presente Pacto podem adotar, na
3. Os Estados Partes do presente estrita medida exigida pela
Pacto comprometem-se a: situação, medidas que suspendam
as obrigações decorrentes do
a) Garantir que toda pessoa, presente Pacto, desde que tais
cujos direitos e liberdades medidas não sejam incompatíveis
reconhecidos no presente Pacto com as demais obrigações que lhes
tenham sido violados, possa de um sejam impostas pelo Direito
recurso efetivo, mesmo que a Internacional e não acarretem
violência tenha sido perpetra por discriminação alguma apenas por
motivo de raça, cor, sexo, língua, Pacto em virtude de leis,
religião ou origem social. convenções, regulamentos ou
costumes, sob pretexto de que o
2. A disposição precedente não presente Pacto não os reconheça
autoriza qualquer suspensão dos ou os reconheça em menor grau.
artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 e 2) 11,
15, 16, e 18. PARTE III

3. Os Estados Partes do presente ARTIGO 6


Pacto que fizerem uso do direito de
suspensão devem comunicar 1. O direito à vida é inerente à
imediatamente aos outros Estados pessoa humana. Esse direito deverá
Partes do presente Pacto, por ser protegido pela lei. Ninguém
intermédio do Secretário-Geral da poderá ser arbitrariamente privado
Organização das Nações Unidas, as de sua vida.
disposições que tenham
2. Nos países em que a pena de
suspendido, bem como os motivos
morte não tenha sido abolida, esta
de tal suspensão. Os Estados partes
poderá ser imposta apenas nos
deverão fazer uma nova
casos de crimes mais graves, em
comunicação, igualmente por
conformidade com legislação
intermédio do Secretário-Geral da
vigente na época em que o crime foi
Organização das Nações Unidas, na
cometido e que não esteja em
data em que terminar tal suspensão.
conflito com as disposições do
ARTIGO 5 presente Pacto, nem com a
Convenção sobra a Prevenção e a
1. Nenhuma disposição do Punição do Crime de Genocídio.
presente Pacto poderá ser Poder-se-á aplicar essa pena apenas
interpretada no sentido de em decorrência de uma sentença
reconhecer a um Estado, grupo ou transitada em julgado e proferida
indivíduo qualquer direito de por tribunal competente.
dedicar-se a quaisquer atividades
ou praticar quaisquer atos que 3. Quando a privação da vida
tenham por objetivo destruir os constituir crime de genocídio,
direitos ou liberdades reconhecidos entende-se que nenhuma disposição
no presente Pacto ou impor-lhe do presente artigo autorizará
limitações mais amplas do que qualquer Estado Parte do presente
aquelas nele previstas. Pacto a eximir-se, de modo algum,
do cumprimento de qualquer das
2. Não se admitirá qualquer obrigações que tenham assumido
restrição ou suspensão dos direitos em virtude das disposições da
humanos fundamentais Convenção sobre a Prevenção e a
reconhecidos ou vigentes em Punição do Crime de Genocídio.
qualquer Estado Parte do presente
4. Qualquer condenado à morte interpretada no sentido de proibir,
terá o direito de pedir indulto ou nos países em que certos crimes
comutação da pena. A anistia, o sejam punidos com prisão e
indulto ou a comutação da pena trabalhos forçados, o cumprimento
poderá ser concedido em todos os de uma pena de trabalhos forçados,
casos. imposta por um tribunal
competente;
5. A pena de morte não deverá
ser imposta em casos de crimes c) Para os efeitos do presente
cometidos por pessoas menores de parágrafo, não serão considerados
18 anos, nem aplicada a mulheres em "trabalhos forçados ou
estado de gravidez. obrigatórios":

6. Não se poderá invocar i) qualquer trabalho ou serviço,


disposição alguma do presente não previsto na alínea b)
artigo para retardar ou impedir a normalmente exigido de um
abolição da pena de morte por um individuo que tenha sido
Estado Parte do presente Pacto. encarcerado em cumprimento de
decisão judicial ou que, tendo sido
ARTIGO 7 objeto de tal decisão, ache-se em
liberdade condicional;
Ninguém poderá ser submetido à
tortura, nem a penas ou tratamento ii) qualquer serviço de caráter
cruéis, desumanos ou degradantes. militar e, nos países em que se
Será proibido sobretudo, submeter admite a isenção por motivo de
uma pessoa, sem seu livre consciência, qualquer serviço
consentimento, a experiências nacional que a lei venha a exigir
médias ou cientificas. daqueles que se oponham ao
serviço militar por motivo de
ARTIGO 8
consciência;
1. Ninguém poderá ser submetido iii) qualquer serviço exigido em
á escravidão; a escravidão e o casos de emergência ou de
tráfico de escravos, em todos as calamidade que ameacem o bem-
suas formas, ficam proibidos. estar da comunidade;
2. Ninguém poderá ser iv) qualquer trabalho ou serviço
submetido à servidão. que faça parte das obrigações
3. a) Ninguém poderá ser cívicas normais.

obrigado a executar trabalhos ARTIGO 9


forçados ou obrigatórios;
1. Toda pessoa tem direito à
b) A alínea a) do presente
liberdade e à segurança pessoais.
parágrafo não poderá ser Ninguém poderá ser preso ou
encarcerado arbitrariamente. ARTIGO 10
Ninguém poderá ser privado de
liberdade, salvo pelos motivos 1. Toda pessoa privada de sua
previstos em lei e em conformidade liberdade deverá ser tratada com
com os procedimentos nela humanidade e respeito à dignidade
estabelecidos. inerente à pessoa humana.

2. Qualquer pessoa, ao ser presa, 2. a) As pessoas processadas


deverá ser informada das razões da deverão ser separadas, salvo em
prisão e notificada, sem demora, circunstâncias excepcionais, das
das acusações formuladas contra pessoas condenadas e receber
ela. tratamento distinto, condizente
com sua condição de pessoa não-
3. Qualquer pessoa presa ou condenada.
encarcerada em virtude de infração
penal deverá ser conduzida, sem b) As pessoas processadas,
demora, à presença do juiz ou de jovens, deverão ser separadas das
outra autoridade habilitada por lei adultas e julgadas o mais rápido
a exercer funções judiciais e terá o possível.
direito de ser julgada em prazo
3. O regime penitenciário
razoável ou de ser posta em
liberdade. A prisão preventiva de consistirá num tratamento cujo
pessoas que aguardam julgamento objetivo principal seja a reforma e a
não deverá constituir a regra geral, reabilitação normal dos prisioneiros.
mas a soltura poderá estar Os delinqüentes juvenis deverão ser
condicionada a garantias que separados dos adultos e receber
assegurem o comparecimento da tratamento condizente com sua
pessoa em questão à audiência, a idade e condição jurídica.
todos os atos do processo e, se ARTIGO 11
necessário for, para a execução da
sentença. Ninguém poderá ser preso
apenas por não poder cumprir com
4. Qualquer pessoa que seja
uma obrigação contratual.
privada de sua liberdade por prisão
ou encarceramento terá o direito ARTIGO 12
de recorrer a um tribunal para que
1. Toda pessoa que se ache
este decida sobre a legislação de
legalmente no território de um
seu encarceramento e ordene sua
Estado terá o direito de nele
soltura, caso a prisão tenha sido
livremente circular e escolher sua
ilegal.
residência.
5. Qualquer pessoa vítima de
2. Toda pessoa terá o direito de
prisão ou encarceramento ilegais
sair livremente de qualquer país,
terá direito à repartição.
inclusive de seu próprio país.
3. os direitos supracitados não apuração de qualquer acusação de
poderão em lei e no intuito de caráter penal formulada contra ela
restrições, a menos que estejam ou na determinação de seus direitos
previstas em lei e no intuito de e obrigações de caráter civil. A
proteger a segurança nacional e a imprensa e o público poderão ser
ordem, a saúde ou a moral pública, excluídos de parte da totalidade de
bem como os direitos e liberdades um julgamento, quer por motivo de
das demais pessoas, e que sejam moral pública, de ordem pública ou
compatíveis com os outros direitos de segurança nacional em uma
reconhecidos no presente Pacto. sociedade democrática, quer
quando o interesse da vida privada
4. Ninguém poderá ser privado das Partes o exija, que na medida
arbitrariamente do direito de entrar em que isso seja estritamente
em seu próprio país. necessário na opinião da justiça, em
circunstâncias específicas, nas
ARTIGO 13
quais a publicidade venha a
Um estrangeiro que se ache prejudicar os interesses da justiça;
legalmente no território de um entretanto, qualquer sentença
Estado Parte do presente Pacto só proferida em matéria penal ou civil
poderá dele ser expulso em deverá torna-se pública, a menos
decorrência de decisão adotada em que o interesse de menores exija
conformidade com a lei e, a menos procedimento oposto, ou processo
que razões imperativas de diga respeito à controvérsia
segurança nacional a isso se matrimoniais ou à tutela de
oponham, terá a possibilidade de menores.
expor as razões que militem contra
2. Toda pessoa acusada de um
sua expulsão e de ter seu caso
delito terá direito a que se presuma
reexaminado pelas autoridades
sua inocência enquanto não for
competentes, ou por uma ou varias
legalmente comprovada sua culpa.
pessoas especialmente designadas
pelas referidas autoridades, e de 3. Toda pessoa acusada de um
fazer-se representar com esse delito terá direito, em plena
objetivo. igualmente, a, pelo menos, as
seguintes garantias:
ARTIGO 14
a) De ser informado, sem
1. Todas as pessoas são iguais
demora, numa língua que
perante os tribunais e as cortes de
compreenda e de forma minuciosa,
justiça. Toda pessoa terá o direito
da natureza e dos motivos da
de ser ouvida publicamente e com
acusão contra ela formulada;
devidas garantias por um tribunal
competente, independente e b) De dispor do tempo e dos
imparcial, estabelecido por lei, na meios necessários à preparação de
sua defesa e a comunicar-se com instância superior, em
defensor de sua escolha; conformidade com a lei.

c) De ser julgado sem dilações 6. Se uma sentença


indevidas; condenatória passada em julgado
for posteriormente anulada ou se
d) De estar presente no um indulto for concedido, pela
julgamento e de defender-se ocorrência ou descoberta de fatos
pessoalmente ou por intermédio de novos que provem cabalmente a
defensor de sua escolha; de ser existência de erro judicial, a pessoa
informado, caso não tenha que sofreu a pena decorrente desse
defensor, do direito que lhe assiste condenação deverá ser indenizada,
de tê-lo e, sempre que o interesse de acordo com a lei, a menos que
da justiça assim exija, de ter um fique provado que se lhe pode
defensor designado ex- imputar, total ou parcialmente, a
offício gratuitamente, se não tiver não revelação dos fatos
meios para remunerá-lo; desconhecidos em tempo útil.

e) De interrogar ou fazer 7. Ninguém poderá ser


interrogar as testemunhas de processado ou punido por um delito
acusão e de obter o pelo qual já foi absorvido ou
comparecimento eo interrogatório condenado por sentença passada
das testemunhas de defesa nas em julgado, em conformidade com a
mesmas condições de que dispõem lei e os procedimentos penais de
as de acusação; cada país.

f) De ser assistida gratuitamente ARTIGO 15


por um intérprete, caso não
compreenda ou não fale a língua 1. ninguém poderá ser
empregada durante o julgamento; condenado por atos omissões que
não constituam delito de acordo
g) De não ser obrigada a depor com o direito nacional ou
contra si mesma, nem a confessar-se internacional, no momento em que
culpada. foram cometidos. Tampouco poder-
se-á impor pena mais grave do que a
4. O processo aplicável a jovens
aplicável no momento da ocorrência
que não sejam maiores nos termos
do delito. Se, depois de perpetrado
da legislação penal em conta a
o delito, a lei estipular a imposição
idade dos menos e a importância de
de pena mais leve, o delinqüente
promover sua reintegração social.
deverá dela beneficiar-se.
5. Toda pessoa declarada
2. Nenhuma disposição do
culpada por um delito terá direito
presente Pacto impedirá o
de recorrer da sentença
julgamento ou a condenação de
condenatória e da pena a uma
qualquer individuo por atos ou de ter ou de adotar uma religião ou
omissões que, momento em que crença de sua escolha.
forma cometidos, eram
considerados delituosos de acordo 3. A liberdade de manifestar a
com os princípios gerais de direito própria religião ou crença estará
reconhecidos pela comunidade das sujeita apenas à limitações previstas
nações. em lei e que se façam necessárias
para proteger a segurança, a ordem,
ARTIGO 16 a saúde ou a moral públicas ou os
direitos e as liberdades das demais
Toda pessoa terá direito, em pessoas.
qualquer lugar, ao reconhecimento
de sua personalidade jurídica. 4. Os Estados Partes do
presente Pacto comprometem-se a
ARTIGO 17
respeitar a liberdade dos pais e,
quando for o caso, dos tutores
1. Ninguém poderá ser objetivo
legais - de assegurar a educação
de ingerências arbitrárias ou ilegais
religiosa e moral dos filhos que
em sua vida privada, em sua família,
esteja de acordo com suas próprias
em seu domicílio ou em sua
convicções.
correspondência, nem de ofensas
ilegais às suas honra e reputação. ARTIGO 19

2. Toda pessoa terá direito à 1. ninguém poderá ser molestado


proteção da lei contra essas por suas opiniões.
ingerências ou ofensas.
2. Toda pessoa terá direito à
ARTIGO 18
liberdade de expressão; esse direito
incluirá a liberdade de procurar,
1. Toda pessoa terá direito a
receber e difundir informações e
liberdade de pensamento, de
idéias de qualquer natureza,
consciência e de religião. Esse
independentemente de
direito implicará a liberdade de ter
considerações de fronteiras,
ou adotar uma religião ou uma
verbalmente ou por escrito, em
crença de sua escolha e a liberdade
forma impressa ou artística, ou por
de professar sua religião ou crença,
qualquer outro meio de sua
individual ou coletivamente, tanto
escolha.
pública como privadamente, por
meio do culto, da celebração de 3. O exercício do direito
ritos, de práticas e do ensino. previsto no parágrafo 2 do presente
artigo implicará deveres e
2. Ninguém poderá ser
responsabilidades especiais.
submetido a medidas coercitivas
Conseqüentemente, poderá estar
que possam restringir sua liberdade
sujeito a certas restrições, que
devem, entretanto, ser
expressamente previstas em lei e necessárias, em uma sociedade
que se façam necessárias para: democrática, no interesse da
segurança nacional, da segurança e
a) assegurar o respeito dos direitos
da ordem públicas, ou para proteger
e da reputação das demais pessoas;
a saúde ou a moral públicas ou os
b) proteger a segurança nacional, a direitos e liberdades das demais
ordem, a saúde ou a moral públicas. pessoas. O presente artigo não
impedirá que se submeta a
ARTIGO 20
restrições legais o exercício desse
direito por membros das forças
1. Será proibida por lei qualquer
armadas e da polícia.
propaganda em favor da
guerra.0707 3. Nenhuma das disposições do
presente artigo permitirá que
2. Será proibida por lei qualquer
Estados Partes da Convenção de
apologia do ódio nacional, racial ou
1948 da Organização Internacional
religioso que constitua incitamento
do Trabalho, relativa à liberdade
à discriminação, à hostilidade ou a
sindical e à proteção do direito
violência.
sindical, venham a adotar medidas
ARTIGO 21 legislativas que restrinjam ou aplicar
a lei de maneira a restringir as
O direito de reunião pacifica garantias previstas na referida
será reconhecido. O exercício Convenção.
desse direito estará sujeito apenas
às restrições previstas em lei e que ARTIGO 23
se façam necessárias, em uma
1. A família é o elemento natural
sociedade democrática, no
e fundamental da sociedade e terá
interesse da segurança nacional, da
o direito de ser protegida pela
segurança ou da ordem pública, ou
sociedade e pelo Estado.
para proteger a saúde ou a moral
pública ou os direitos e as 2. Será reconhecido o direito do
liberdades das demais pessoas. homem e da mulher de, em idade
núbil, contrair casamento e
ARTIGO 22
constituir família.
1. Toda pessoa terá o direito de
3. Casamento algum será
associar-se livremente a outras,
celebrado sem o consentimento
inclusive o direito de construir
livre e pleno dos futuros esposos.
sindicatos e de a eles filiar-se, para
a proteção de seus interesses. 4. Os Estados Partes do presente
Pacto deverão adotar as medidas
2. O exercício desse direito
apropriadas para assegurar a
estará sujeito apenas ás restrições
igualdade de direitos e
previstas em lei e que se façam
responsabilidades dos esposos
quanto ao casamento, durante o garantam a manifestação da
mesmo e por ocasião de sua vontade dos eleitores;
dissolução. Em caso de dissolução,
c) de ter acesso, em condições
deverão adotar-se disposições que
gerais de igualdade, às funções
assegurem a proteção necessária
públicas de seu país.
para os filhos.
ARTIGO 26
ARTIGO 24
Todas as pessoas são iguais
1. Toda criança terá direito, sem
perante a lei e têm direito, sem
discriminação alguma por motivo de
discriminação alguma, a igual
cor, sexo, língua, religião, origem
proteção da Lei. A este respeito, a
nacional ou social, situação
lei deverá proibir qualquer forma de
econômica ou nascimento, às
discriminação e garantir a todas as
medidas de proteção que a sua
pessoas proteção igual e eficaz
condição de menor requerer por
contra qualquer discriminação por
parte de sua família, da sociedade e
motivo de raça, cor, sexo, língua,
do Estado.
religião, opinião política ou de
2. Toda criança deverá ser outra natureza, origem nacional ou
registrada imediatamente após seu social, situação econômica,
nascimento e deverá receber um nascimento ou qualquer outra
nome. situação.

3. Toda criança terá o direito de ARTIGO 27


adquirir uma nacionalidade.
Nos Estados em que haja
ARTIGO 25 minorias étnicas, religiosas ou
lingüísticas, as pessoas
Todo cidadão terá o direito e a pertencentes a essas minorias não
possibilidade, sem qualquer das poderão ser privadas do direito de
formas de discriminação ter, conjuntamente com outros
mencionadas no artigo 2 e sem membros de seu grupo, sua própria
restrições infundadas: vida cultural, de professar e
praticar sua própria religião e usar
a) de participar da condução dos
sua própria língua.
assuntos públicos, diretamente ou
por meio de representantes PARTE IV
livremente escolhidos;
ARTIGO 28
b) de votar e de ser eleito em
eleições periódicas, autênticas, 1. Constituir-se-á um Comitê de
realizadas por sufrágio universal e Diretores Humanos (doravante
igualitário e por voto secreto, que denominado o "Comitê" no presente
Pacto). O Comitê será composto de
dezoito membros e desempenhará e desde que seja uma eleição para
as funções descritas adiante. preencher uma vaga declarada nos
termos do artigo 34, o Secretário-
2. O Comitê será integrado por Geral da Organização das Nações
nacionais dos Estados Partes do Unidas convidará, por escrito, os
presente Pacto, os quais deverão Estados Partes do presente
ser pessoas de elevada reputação Protocolo a indicar, no prazo de
moral e reconhecida competência três meses, os candidatos a membro
em matéria de direito humanos, do Comitê.
levando-se em consideração a
utilidade da participação de 3. O Secretário-Geral da
algumas pessoas com experiências Organização das Nações Unidas
jurídicas. organizará uma lista por ordem
alfabética de todos os candidatos
3. Os membros do Comitê serão assim designados, mencionando os
eleitos e exercerão suas funções a Estados Partes que os tiverem
título pessoal. indicado, e a comunicará aos
Estados Partes o presente Pacto,
ARTIGO 29
no Maximo um mês antes da data
1. Os membros do Comitê serão de cada eleição.
eleitos em votação secreta dentre
4. Os membros do Comitê serão
uma lista de pessoas que preencham
eleitos em reuniões dos Estados
os requisitos previstos no artigo 28
Partes convocados pelo Secretário-
e indicados, com esse objetivo,
Geral da Organização das Nações
pelos Estados Partes do presente
Unidas na sede da Organização.
Pacto.
Nessas reuniões, em que o quorum
2. Cada Estado Parte no será estabelecido por dois terços
presente Pacto poderá indicar duas dos Estados Partes do presente
pessoas. Essas pessoas deverão ser Pacto, serão eleitos membros do
nacionais do Estado que as indicou. Comitê os candidatos que
obtiverem o maior número de votos
3. A mesma pessoa poderá ser e a maioria absoluta dos votos dos
indicada mais de uma vez. representantes dos Estados Partes
presentes e votantes.
ARTIGO 30
ARTIGO 31
1. A primeira eleição realizar-se-á
no máximo seis meses após a data 1. O Comitê não poderá ter mais
de entrada em vigor do presente de uma nacional de um mesmo
Pacto. Estado.

2. Ao menos quatro meses antes 2. Nas eleições do Comitê, levar-


da data de cada eleição do Comitê, se-ão em consideração uma
distribuição geográfica eqüitativa e das Nações Unidas, que declarará
uma representação das diversas vago o lugar desde a data da morte
formas de civilização, bem como ou daquela em que a renúncia passe
dos principais sistemas jurídicos. a produzir efeitos.

ARTIGO 32 ARTIGO 34

1. Os membros do Comitê serão 1. Quando uma vaga for


eleitos para um mandato de quatro declarada nos termos do artigo 33 e
anos. Poderão, caso suas o mandato do membro a ser
candidaturas sejam apresentadas substituído não expirar no prazo de
novamente, ser reeleitos. seis messes a conta da data em que
Entretanto, o mandato de nove dos tenha sido declarada a vaga, o
membros eleitos na primeira eleição Secretário-Geral da Organização
expirará ao final de dois anos; das Nações Unidas comunicará tal
imediatamente após a primeira fato aos Estados Partes do
eleição, o presidente da reunião a presente Pacto, que poderá, no
que se refere o parágrafo 4 do prazo de dois meses, indicar
artigo 30 indicará, por sorteio, os candidatos, em conformidade com
nomes desses nove membros. o artigo 29, para preencher a vaga.

2. Ao expirar o mandato dos 2. O Secretário-Geral da


membros, as eleições se realizarão Organização das Nações Unidas
de acordo com o disposto nos organizará uma lista por ordem
artigos precedentes desta parte do alfabética dos candidatos assim
presente Pacto. designados e a comunicará aos
Estados Partes do presente Pacto.
ARTIGO 33
A eleição destinada a preencher tal
vaga será realizada nos termos das
1.Se, na opinião unânime dos
disposições pertinentes desta parte
demais membros, um membro do
do presente Pacto.
Comitê deixar de desempenhar suas
funções por motivos distintos de 3. Qualquer membro do Comitê
uma ausência temporária, o eleito para preencher uma vaga em
Presidente comunicará tal fato ao conformidade com o artigo 33 fará
Secretário-Geral da Organização parte do Comitê durante o restante
das Nações Unidas, que declarará do mandato do membro que deixar
vago o lugar que o referido membro vago o lugar do Comitê, nos termos
ocupava. do referido artigo.

2. Em caso de morte ou renúncia ARTIGO 35


de um membro do Comitê, o
Presidente comunicará Os membros do Comitê
imediatamente tal fato ao receberão, com a aprovação da
Secretário-Geral da Organização Assembléia-Geral da Organização
das Nações, honorários ARTIGO 39
provenientes de recursos da
Organização das Nações Unidas, 1. O Comitê elegerá sua mesa
nas condições fixadas, para um período de dois anos. Os
considerando-se a importância das membros da mesa poderão ser
funções do Comitê, pela reeleitos.
Assembléia-Geral.
2. O próprio Comitê estabelecerá
ARTIGO 36 suas regras de procedimento; estas,
contudo, deverão conter, entre
O Secretário-Geral da outras, as seguintes disposições:
Organização das Nações Unidas
colocará à disposição do Comitê o a) O quorum será de doze
pessoal e os serviços necessários ao membros;
desempenho eficaz das funções
b) As decisões do Comitê serão
que lhe são atribuídas em virtude
do presente Pacto. tomadas por maioria de votos dos
membros presentes.
ARTIGO 37
ARTIGO 40
1. O Secretário-Geral da
1. Os Estados partes do presente
Organização das Nações Unidas
convocará os Membros do Comitê Pacto comprometem-se a submeter
para a primeira reunião, a realizar-se relatórios sobre as medidas por eles
na sede da Organização. adotadas para tornar efeitos os
direitos reconhecidos no presente
2. Após a primeira reunião, o Pacto e sobre o processo alcançado
Comitê deverá reunir-se em todas no gozo desses direitos:
as ocasiões previstas em suas regras
a) Dentro do prazo de um ano, a
de procedimento.
contar do início da vigência do
3. As reuniões do Comitê serão presente pacto nos Estados Partes
realizadas normalmente na sede da interessados;
Organização das Nações Unidas ou
b) A partir de então, sempre que
no Escritório das Nações Unidas
em Genebra. o Comitê vier a solicitar.

ARTIGO 38 2. Todos os relatórios serão


submetidos ao Secretário-Geral da
Todo Membro do Comitê Organização das Nações Unidas,
deverá, antes de iniciar suas que os encaminhará, para exame, ao
funções, assumir, em sessão Comitê. Os relatórios deverão
pública, o compromisso solene de sublinhar, caso existam, os fatores
que desempenhará suas funções e as dificuldades que prejudiquem a
imparciais e conscientemente. implementação do presente Pacto.
3. O Secretário-Geral da artigo no caso de serem
Organização das Nações Unidas apresentadas por um Estado Parte
poderá, após consulta ao Comitê, que houver feito uma declaração
encaminhar às agências em que reconheça, com relação a si
especializadas interessadas cópias próprio, a competência do Comitê.
das partes dos relatórios que digam O Comitê não receberá
respeito a sua esfera de comunicação alguma relativa a um
competência. Estado Parte que não houver feito
uma declaração dessa natureza. As
4. O Comitê estudará os comunicações recebidas em virtude
relatórios apresentados pelos do presente artigo estarão sujeitas
Estados Partes do presente Pacto e ao procedimento que se segue:
transmitirá aos Estados Partes seu
próprio relatório, bem como os a) Se um Estado Parte do
comentários gerais que julgar presente Pacto considerar que
oportunos. O Comitê poderá outro Estado Parte não vem
igualmente transmitir ao Conselho cumprindo as disposições do
Econômico e Social os referidos presente Pacto poderá, mediante
comentários, bem como cópias dos comunicação escrita, levar a
relatórios que houver recebido dos questão ao conhecimento deste
Estados Partes do presente Pacto. Estado Parte. Dentro do prazo de
três meses, a contar da data do
5. Os Estados Partes no presente recebimento da comunicação, o
Pacto poderão submeter ao Comitê Estado destinatário fornecerá ao
as observações que desejarem Estado que enviou a comunicação
formular relativamente aos explicações ou quaisquer outras
comentários feitos nos termos do declarações por escrito que
parágrafo 4 do presente artigo. esclareçam a questão, as quais
deverão fazer referência, até onde
ARTIGO 41
seja possível e pertinente, aos
1. Com base no presente Artigo, procedimentos nacionais e aos
recursos jurídicos adotados, em
todo Estado Parte do presente
trâmite ou disponíveis sobre a
Pacto poderá declarar, a qualquer
questão;
momento, que reconhece a
competência do Comitê para b) Se, dentro do prazo de seis
receber e examinar as meses, a contar da data do
comunicações em que um Estado recebimento da comunicação
Parte alegue que outro Estado original pelo Estado destinatário, a
Parte não vem cumprindo as questão não estiver dirimida
obrigações que lhe impõe o satisfatoriamente para ambos os
presente Pacto. As referidas Estados partes interessados, tanto
comunicações só serão recebidas e um como o outro terão o direito de
examinadas nos termos do presente submetê-la ao Comitê, mediante
notificação endereçada ao Comitê quando as questões forem
ou ao outro Estado interessado; examinadas no Comitê e de
apresentar suas observações
c) O Comitê tratará de todas as verbalmente e/ou por escrito;
questões que se lhe submetem em
virtude do presente artigo somente h) O Comitê, dentro dos doze
após ter-se assegurado de que meses seguintes à data de
todos os recursos jurídicos internos recebimento da notificação
disponíveis tenham sido utilizados e mencionada na alínea b),
esgotados, em consonância com os apresentará relatório em que:
princípios do Direito Internacional
geralmente reconhecidos. Não se (i se houver sido alcançada uma
aplicará essa regra quanto a solução nos termos da alínea e), o
aplicação dos mencionados Comitê restringir-se-á, em relatório,
recursos prolongar-se a uma breve exposição dos fatos e
injustificadamente; da solução alcançada.

d) O Comitê realizará reuniões (ii se não houver sido alcançada


confidencias quando estiver solução alguma nos termos da
examinando as comunicações alínea e), o Comitê, restringir-se-á,
previstas no presente artigo; em seu relatório, a uma breve
exposição dos fatos; serão
e) Sem prejuízo das disposições anexados ao relatório o texto das
da alínea c) Comitê colocará seus observações escritas e as atas das
bons Ofícios dos Estados Partes observações orais apresentadas
interessados no intuito de alcançar pelos Estados Parte interessados.
uma solução amistosa para a
questão, baseada no respeito aos Para cada questão, o relatório
direitos humanos e liberdades será encaminhado aos Estados
fundamentais reconhecidos no Partes interessados.
presente Pacto;
2. As disposições do presente
f) Em todas as questões que se artigo entrarão em vigor a partir do
submetam em virtude do presente momento em que dez Estados
artigo, o Comitê poderá solicitar Partes do presente Pacto houverem
aos Estados Partes interessados, a feito as declarações mencionadas
que se faz referencia na alínea b) , no parágrafo 1 desde artigo. As
que lhe forneçam quaisquer referidas declarações serão
informações pertinentes; depositados pelos Estados Partes
junto ao Secretário-Geral das
g) Os Estados Partes Organizações das Nações Unidas,
interessados, a que se faz que enviará cópias das mesmas aos
referência na alínea b), terão demais Estados Partes. Toda
direito de fazer-se representar declaração poderá ser retirada, a
qualquer momento, mediante relação aos quais não se chegou a
notificação endereçada ao acordo serão eleitos pelo Comitê,
Secretário-Geral. Far-se-á essa entre os seus próprios membros, em
retirada sem prejuízo do exame de votação secreta e por maioria de
quaisquer questões que constituam dois terços dos membros do
objeto de uma comunicação já Comitê.
transmitida nos termos deste artigo;
em virtude do presente artigo, não 2. Os membros da Comissão
se receberá qualquer nova exercerão suas funções a título
comunicação de um Estado Parte pessoal. Não poderão ser nacionais
uma vez que o Secretário-Geral dos Estados interessados, nem de
tenha recebido a notificação sobre Estado que não seja Parte do
a retirada da declaração, a menos presente Pacto, nem de um Estado
que o Estado Parte interessado Parte que não tenha feito a
haja feito uma nova declaração. declaração prevista no artigo 41.

ARTIGO 42 3. A própria Comissão alegará


seu Presidente e estabelecerá suas
1. a) Se uma questão submetida regras de procedimento.
ao Comitê, nos termos do artigo 41,
não estiver dirimida 4. As reuniões da Comissão serão
satisfatoriamente para os Estados realizadas normalmente na sede da
Partes interessados, o Comitê Organização das Nações Unidas ou
poderá, com o consentimento no escritório das Nações Unidas em
prévio dos Estados Partes Genebra. Entretanto, poderão
interessados, constituir uma realizar-se em qualquer outro lugar
Comissão ad hoc (doravante apropriado que a Comissão
denominada "a Comissão"). A determinar, após consulta ao
Comissão colocará seus bons Secretário-Geral da Organização
ofícios à disposição dos Estados das Nações Unidas e aos Estados
Partes interessados no intuito de se Partes interessados.
alcançar uma solução amistosa para
5. O secretariado referido no
a questão baseada no respeito ao
artigo 36 também prestará serviços
presente Pacto.
às condições designadas em virtude
b) A Comissão será composta de do presente artigo.
cinco membros designados com o
6. As informações obtidas e
consentimento dos Estados
coligidas pelo Comitê serão
interessados. Se os Estados Partes
colocadas à disposição da
interessados não chegarem a um
Comissão, a qual poderá solicitar
acordo a respeito da totalidade ou
aos Estados Partes interessados
de parte da composição da
que lhe forneçam qualquer outra
Comissão dentro do prazo de três
informação pertinente.
meses, os membro da Comissão em
7. Após haver estudado a Presidente do Comitê se aceitam ou
questão sob todos os seus aspectos, não os termos do relatório da
mas, em qualquer caso, no prazo de Comissão.
doze meses após dela tomado
8. As disposições do presente
conhecimento, a Comissão
artigo não prejudicarão as
apresentará um relatório ao
atribuições do Comitê previstas no
Presidente do Comitê, que o
artigo 41.
encaminhará aos Estados Partes
interessados: 9. Todas as despesas dos
membros da Comissão serão
a) Se a Comissão não puder
repartidas eqüitativamente entre os
terminar o exame da questão,
Estados Partes interessados, com
restringir-se-á, em seu relatório, a
base em estimativas a serem
uma breve exposição sobre o
estabelecidas pelo Secretário-Geral
estágio em que se encontra o exame
da Organização das Nações Unidas.
da questão;
10. O Secretário-Geral da
b) Se houver sido alcançado uma
Organização das Nações Unidas
solução amistosa para a questão,
poderá caso seja necessário, pagar
baseada no respeito dos direitos
as despesas dos membros da
humanos reconhecidos no presente
Comissão antes que sejam
Pacto, a Comissão restringir-se-á,
reembolsadas pelos Estados Partes
em relatório, a uma breve exposição
interessados, em conformidade com
dos fatos e da solução alcançada;
o parágrafo 9 do presente artigo.
c) Se não houver sido alcançada
ARTIGO 43
solução nos termos da alínea b) a
Comissão incluirá no relatório suas Os membros do Comitê e os
conclusões sobre os fatos relativos membros da Comissão de
à questão debatida entre os Conciliação ad hoc que forem
Estados Partes interessados, assim designados nos termos do artigo 42
como sua opinião sobre a terão direito às facilidades,
possibilidade de solução amistosa privilégios e imunidades que se
para a questão, o relatório incluirá concedem aos peritos no
as observações escritas e as atas desempenho de missões para a
das observações orais feitas pelos Organização das Nações Unidas,
Estados Partes interessados; em conformidade com as seções
pertinentes da Convenção sobre
d) Se o relatório da Comissão for
Privilégios e Imunidades das Nações
apresentado nos termos da alínea
Unidas.
c), os Estados Partes interessados
comunicarão, no prazo de três ARTIGO 44
meses a contar da data do
recebimento do relatório, ao
As disposições relativas à detrimento do direito inerente a
implementação do presente Pacto todos os povos de desfrutar e
aplicar-se-ão sem prejuízo dos utilizar plena e livremente suas
procedimentos instituídos em riquezas e seus recursos naturais.
matéria de direito humanos pelos ou
PARTE VI
em virtude dos mesmos
instrumentos constitutivos e pelas ARTIGO 48
Convenções da Organização das
Nações Unidas e das agências 1. O presente Pacto está aberto
especializadas e não impedirão que à assinatura de todos os Estados
os Estados Partes venham a membros da Organização das
recorrer a outros procedimentos Nações Unidas ou membros de
para a solução de controvérsias em qualquer de suas agências
conformidade com os acordos especializadas, de todo Estado
internacionais gerias ou especiais Parte do Estatuto da Corte
vigentes entre eles. Internacional de Justiça, bem como
de qualquer de suas agências
ARTIGO 45 especializadas, de todo Estado
Parte do Estatuto da Corte
O Comitê submeterá a
Internacional de Justiça, bem como
Assembléia-Geral, por intermédio
de qualquer outro Estado
do Conselho Econômico e Social,
convidado pela Assembléia-Geral a
um relatório sobre suas atividades.
tornar-se Parte do presente Pacto.
PARTE V
2. O presente Pacto está sujeito
ARTIGO 46 à ratificação. Os instrumentos de
ratificação serão depositados junto
Nenhuma disposição do presente ao Secretário-Geral da Organização
Pacto poderá ser interpretada em da Organização das Nações Unidas.
detrimento das disposições da
Carta das Nações Unidas e das 3. O presente Pacto está aberto
constituições das agências à adesão de qualquer dos Estados
especializadas, as quais definem as mencionados no parágrafo 1 do
responsabilidades respectivas dos presente artigo.
diversos órgãos da Organização das
4. Far-se-á a adesão mediante
Nações Unidas e das agências
depósito do instrumento de adesão
especializadas relativamente às
junto ao Secretário-Geral da
questões tratadas no presente
Organização das Nações Unidas.
Pacto.
5. O Secretário-Geral da
ARTIGO 47
Organização das Nações Unidas
Nenhuma disposição do presente informará todos os Estados que
Pacto poderá ser interpretada em hajam assinado o presente Pacto ou
a ele aderido do deposito de cada examinar as propostas e submetê-las
instrumento de ratificação ou a votação. Se pelo menos um terço
adesão. dos Estados Partes se manifestar a
favor da referida convocação, o
ARTIGO 49 Secretário-Geral convocará a
conferência sob os auspícios da
1. O presente Pacto entrará em
Organização das Nações Unidas.
vigor três meses após a data do
Qualquer emenda adotada pela
depósito, junto ao Secretário-Geral
maioria dos Estados Partes
da Organização das Nações Unidas,
presente e votantes na conferência
do trigéssimo-quinto instrumento
será submetida à aprovação da
de ratificação ou adesão.
Assembléia-Geral das Nações
2. Para os Estados que vierem a Unidas.
ratificar o presente Pacto ou a ele
2. Tais emendas entrarão e, vigor
aderir após o deposito do
quando aprovadas pela Assembléia-
trigéssimo-quinto instrumento de
Geral das Nações Unidas e aceitas
ratificação ou adesão, o presente
em conformidade com seus
Pacto entrará em vigor três meses
respectivos procedimentos
após a data do deposito, pelo
constitucionais, por uma maioria de
Estado em questão, de seu
dois terços dos Estados Partes no
instrumento de ratificação ou
presente Pacto.
adesão.
3. Ao entrarem em vigor, tais
ARTIGO 50
emendas serão obrigatórias para os
Aplicar-se-ão as disposições do Estados Partes que as aceitaram, ao
presente Pacto, sem qualquer passo que os demais Estados Partes
limitação ou exceção, a todas as permanecem obrigados pelas
unidades constitutivas dos Estados disposições do presente Pacto e
federativos. pelas emendas anteriores por eles
aceitas.
ARTIGO 51
ARTIGO 52
1. Qualquer Estado Parte do
presente Pacto poderá propor Independentemente das
emendas e depositá-las junto ao notificações previstas no parágrafo
Secretário-Geral da Organização 5 do artigo 48, o Secretário-Geral da
das Nações Unidas. O Secretário- Organização das Nações Unidas
Geral comunicará todas as comunicará a todos os Estados
propostas de emenda aos Estados referidos no parágrafo 1 do
Partes do presente Pacto, pedindo- referido artigo:
lhes que o notifiquem se desejam
que se convoque uma conferencia
dos Estados Partes destinada a
a) as assinaturas, ratificações e Contra a Tortura
adesões recebidas em conformidade e Outros
com o artigo 48; Tratamentos ou
Penas Cruéis,
b) a data de entrega em vigor do Desumanos ou
Pacto, nos termos do artigo 49, e a Degradantes.
data, e a data em entrada em vigor
O PRESIDENTE DA
de quaisquer emendas, nos termos
REPÚBLICA, usando da atribuição
do artigo 51.
que lhe confere o art. 84, inciso
ARTIGO 53 VIII, da Constituição, e

Considerando que a Assembléia


1. O presente Pacto cujos textos
Geral das Nações Unidas, em sua
em chinês, espanhol, francês, inglês
XL Sessão, realizada em Nova York,
e russo são igualmente autênticos,
adotou a 10 de dezembro de 1984, a
será depositado nos arquivos da
Convenção Contra a Tortura e
Organização das Nações Unidas.
Outros Tratamentos ou Penas
2. O Secretário-Geral da Cruéis, Desumanos ou
Organização das Nações Unidas Degradantes;
encaminhará cópias autênticas do
Considerando que o Congresso
presente Pacto a todos os Estados
Nacional aprovou a referida
mencionados no artigo 48.
Convenção por meio do Decreto
Em fé do quê, os abaixo- Legislativo nº 4, de 23 de maio de
1989;
assinados, devidamente autorizados
por seus respectivos Governos, Considerando que a Carta de
assinaram o presente Pacto, aberto Ratificação da Convenção foi
à assinatura em Nova York, aos 19 depositada em 28 de setembro de
dias do mês de dezembro do ano de 1989;
mil novecentos e sessenta e seis.
Considerando que a Convenção
entrou em vigor para o Brasil em 28
de outubro de 1989, na forma de
Convenção contra a Tortura e
seu artigo 27, inciso 2;
Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes DECRETA:
(10/12/1984).
Art. 1º A Convenção Contra a
Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou
DECRETO No 40, DE 15 DE Degradantes, apensa por cópia ao
FEVEREIRO DE 1991. presente Decreto, será executada e
Promulga a cumprida tão inteiramente como
Convenção nela se contém.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor Internacional sobre Direitos Civis e
na data de sua publicação. Políticos, que determinam que
ninguém será sujeito à tortura ou a
Brasília, em 15 de fevereiro de 1991;
pena ou tratamento cruel,
170º da Independência e 103º da
desumano ou degradante,
República.
Levando também em conta a
FERNANDO COLLOR
Declaração sobre a Proteção de
Francisco Rezek Todas as Pessoas contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas
Este texto não substitui o
Cruéis, Desumanos ou
publicado no D.O.U. de 18.2.1991
Degradantes, aprovada pela
CONVENÇÃO CONTRA A Assembléia Geral em 9 de dezembro
TORTURA E OUTROS de 1975,
TRATAMENTOS
Desejosos de tornar mais eficaz a
OU PENAS CRUÉIS,
luta contra a tortura e outros
DESUMANOS OU
tratamentos ou penas cruéis,
DEGRADANTES
desumanos ou degradantes em todo
Os Estados Partes da presente o mundo,
Convenção,
Acordam o seguinte:
Considerando que, de acordo com
PARTE I
os princípios proclamados pela
Carta das Nações Unidas, o ARTIGO 1º
reconhecimento dos direitos iguais
1. Para os fins da presente
e inalienáveis de todos os membros
Convenção, o termo "tortura"
da família humana é o fundamento
designa qualquer ato pelo qual
da liberdade, da justiça e da paz no
dores ou sofrimentos agudos,
mundo,
físicos ou mentais, são infligidos
Reconhecendo que estes direitos intencionalmente a uma pessoa a
emanam da dignidade inerente à fim de obter, dela ou de uma
pessoa humana, terceira pessoa, informações ou
confissões; de castigá-la por ato
Considerando a obrigação que
que ela ou uma terceira pessoa
incumbe os Estados, em virtude da
tenha cometido ou seja suspeita de
Carta, em particular do Artigo 55,
ter cometido; de intimidar ou coagir
de promover o respeito universal e a
esta pessoa ou outras pessoas; ou
observância dos direitos humanos e
por qualquer motivo baseado em
liberdades fundamentais.
discriminação de qualquer
Levando em conta o Artigo 5º da natureza; quando tais dores ou
Declaração Universal e a sofrimentos são infligidos por um
observância dos Direitos do Homem funcionário público ou outra
e o Artigo 7º do Pacto pessoa no exercício de funções
públicas, ou por sua instigação, ou substanciais para crer que a mesma
com o seu consentimento ou corre perigo de ali ser submetida a
aquiescência. Não se considerará tortura.
como tortura as dores ou
2. A fim de determinar a existência
sofrimentos que sejam
de tais razões, as autoridades
conseqüência unicamente de
competentes levarão em conta
sanções legítimas, ou que sejam
todas as considerações pertinentes,
inerentes a tais sanções ou delas
inclusive, quando for o caso, a
decorram.
existência, no Estado em questão,
2. O presente Artigo não será de um quadro de violações
interpretado de maneira a restringir sistemáticas, graves e maciças de
qualquer instrumento internacional direitos humanos.
ou legislação nacional que contenha
ARTIGO 4º
ou possa conter dispositivos de
alcance mais amplo. 1. Cada Estado Parte assegurará
que todos os atos de tortura sejam
ARTIGO 2º
considerados crimes segundo a sua
1. Cada Estado Parte tomará legislação penal. O mesmo aplicar-
medidas eficazes de caráter se-á à tentativa de tortura e a todo
legislativo, administrativo, judicial ato de qualquer pessoa que
ou de outra natureza, a fim de constitua cumplicidade ou
impedir a prática de atos de tortura participação na tortura.
em qualquer território sob sua
2. Cada Estado Parte punirá estes
jurisdição.
crimes com penas adequadas que
2. Em nenhum caso poderão levem em conta a sua gravidade.
invocar-se circunstâncias
ARTIGO 5º
excepcionais tais como ameaça ou
estado de guerra, instabilidade 1. Cada Estado Parte tomará as
política interna ou qualquer outra medidas necessárias para
emergência pública como estabelecer sua jurisdição sobre os
justificação para tortura. crimes previstos no Artigo 4º nos
seguintes casos:
3. A ordem de um funcionário
superior ou de uma autoridade a) quando os crimes tenham sido
pública não poderá ser invocada cometidos em qualquer território
como justificação para a tortura. sob sua jurisdição ou a bordo de
navio ou aeronave registrada no
ARTIGO 3º
Estado em questão;
1. Nenhum Estado Parte procederá
b) quando o suposto autor for
à expulsão, devolução ou
nacional do Estado em questão;
extradição de uma pessoa para
outro Estado quando houver razões
c) quando a vítima for nacional do representante mais próximo do
Estado em questão e este o Estado de que é nacional ou, se for
considerar apropriado. apátrida, com o representante do
Estado de residência habitual.
2. Cada Estado Parte tomará
também as medidas necessárias para 4. Quando o Estado, em virtude
estabelecer sua jurisdição sobre deste Artigo, houver detido uma
tais crimes nos casos em que o pessoa, notificará imediatamente os
suposto autor se encontre em Estados mencionados no Artigo 5º,
qualquer território sob sua parágrafo 1, sobre tal detenção e
jurisdição e o Estado não extradite sobre as circunstâncias que a
de acordo com o Artigo 8º para justificam. O Estado que proceder
qualquer dos Estados mencionados à investigação preliminar a que se
no parágrafo 1 do presente Artigo. refere o parágrafo 2 do presente
Artigo comunicará sem demora seus
3. Esta Convenção não exclui
resultados aos Estados antes
qualquer jurisdição criminal
mencionados e indicará se pretende
exercida de acordo com o direito
exercer sua jurisdição.
interno.
ARTIGO 7º
ARTIGO 6º
1. O Estado Parte no território sob
1. Todo Estado Parte em cujo
a jurisdição do qual o suposto
território se encontre uma pessoa
autor de qualquer dos crimes
suspeita de ter cometido qualquer
mencionados no Artigo 4º for
dos crimes mencionados no Artigo
encontrado, se não o extraditar,
4º, se considerar, após o exame das
obrigar-se-á, nos casos
informações de que dispõe, que as
contemplados no Artigo 5º, a
circunstâncias o justificam,
submeter o caso as suas
procederá à detenção de tal pessoa
autoridades competentes para o fim
ou tomará outras medidas legais
de ser o mesmo processado.
para assegurar sua presença. A
detenção e outras medidas legais 2. As referidas autoridades tomarão
serão tomadas de acordo com a lei sua decisão de acordo com as
do Estado mas vigorarão apenas mesmas normas aplicáveis a
pelo tempo necessário ao início do qualquer crime de natureza grave,
processo penal ou de extradição. conforme a legislação do referido
Estado. Nos casos previstos no
2. O Estado em questão procederá
parágrafo 2 do Artigo 5º, as regras
imediatamente a uma investigação
sobre prova para fins de processo e
preliminar dos fatos.
condenação não poderão de modo
3. Qualquer pessoa detida de algum ser menos rigorosas do que as
acordo com o parágrafo 1 terá que se aplicarem aos casos previstos
assegurada facilidades para no parágrafo 1 do Artigo 5º.
comunicar-se imediatamente com o
3. Qualquer pessoa processada por territórios dos Estados chamados a
qualquer dos crimes previstos no estabelecerem sua jurisdição, de
Artigo 4º receberá garantias de acordo com o parágrafo 1 do Artigo
tratamento justo em todas as fases 5º.
do processo.
ARTIGO 9º
ARTIGO 8°
1. Os Estados Partes prestarão
1. Os crimes a que se refere o entre si a maior assistência possível
Artigo 4° serão considerados como em relação aos procedimentos
extraditáveis em qualquer tratado criminais instaurados relativamente
de extradição existente entre os a qualquer dos delitos mencionados
Estados Partes. Os Estados Partes no Artigo 4º, inclusive no que diz
obrigar-se-ão a incluir tais crimes respeito ao fornecimento de todos
como extraditáveis em todo tratado os elementos de prova necessários
de extradição que vierem a concluir para o processo que estejam em seu
entre si. poder.

2. Se um Estado Parte que 2. Os Estados Partes cumprirão as


condiciona a extradição à obrigações decorrentes do
existência de tratado de receber parágrafo 1 do presente Artigo
um pedido de extradição por parte conforme quaisquer tratados de
do outro Estado Parte com o qual assistência judiciária recíproca
não mantém tratado de extradição, existentes entre si.
poderá considerar a presente
ARTIGO 10
Convenção com base legal para a
extradição com respeito a tais 1. Cada Estado Parte assegurará
crimes. A extradição sujeitar-se-á que o ensino e a informação sobre a
ás outras condições estabelecidas proibição de tortura sejam
pela lei do Estado que receber a plenamente incorporados no
solicitação. treinamento do pessoal civil ou
militar encarregado da aplicação da
3. Os Estado Partes que não
lei, do pessoal médico, dos
condicionam a extradição à
funcionários públicos e de
existência de um tratado
quaisquer outras pessoas que
reconhecerão, entre si, tais crimes
possam participar da custódia,
como extraditáveis, dentro das
interrogatório ou tratamento de
condições estabelecidas pela lei do
qualquer pessoa submetida a
Estado que receber a solicitação.
qualquer forma de prisão, detenção
4. O crime será considerado, para o ou reclusão.
fim de extradição entre os Estados
2. Cada Estado Parte incluirá a
Partes, como se tivesse ocorrido
referida proibição nas normas ou
não apenas no lugar em que
instruções relativas aos deveres e
ocorreu, mas também nos
funções de tais pessoas.
ARTIGO 11 1. Cada Estado Parte assegurará,
em seu sistema jurídico, à vítima de
Cada Estado Parte manterá
um ato de tortura, o direito à
sistematicamente sob exame as
reparação e a uma indenização
normas, instruções, métodos e
justa e adequada, incluídos os
práticas de interrogatório, bem
meios necessários para a mais
como as disposições sobre a
completa reabilitação possível. Em
custódia e o tratamento das
caso de morte da vítima como
pessoas submetidas, em qualquer
resultado de um ato de tortura,
território sob sua jurisdição, a
seus dependentes terão direito à
qualquer forma de prisão, detenção
indenização.
ou reclusão, com vistas a evitar
qualquer caso de tortura. 2. O disposto no presente Artigo
não afetará qualquer direito a
ARTIGO 12
indenização que a vítima ou outra
Cada Estado Parte assegurará suas pessoa possam ter em decorrência
autoridades competentes das leis nacionais.
procederão imediatamente a uma
ARTIGO 15
investigação imparcial sempre que
houver motivos razoáveis para crer Cada Estado Parte assegurará que
que um ato de tortura tenha sido nenhuma declaração que se
cometido em qualquer território demonstre ter sido prestada como
sob sua jurisdição. resultado de tortura possa ser
invocada como prova em qualquer
ARTIGO 13
processo, salvo contra uma pessoa
Cada Estado Parte assegurará a acusada de tortura como prova de
qualquer pessoa que alegue ter sido que a declaração foi prestada.
submetida a tortura em qualquer
ARTIGO 16
território sob sua jurisdição o
direito de apresentar queixa 1.Cada Estado Parte se
perante as autoridades comprometerá a proibir em
competentes do referido Estado, qualquer território sob sua
que procederão imediatamente e jurisdição outros atos que
com imparcialidade ao exame do constituam tratamento ou penas
seu caso. Serão tomadas medidas cruéis, desumanos ou degradantes
para assegurar a proteção do que não constituam tortura tal
queixoso e das testemunhas contra como definida no Artigo 1, quando
qualquer mau tratamento ou tais atos forem cometidos por
intimação em conseqüência da funcionário público ou outra
queixa apresentada ou de pessoa no exercício de funções
depoimento prestado. públicas, ou por sua instigação, ou
com o seu consentimento ou
ARTIGO 14
aquiescência. Aplicar-se-ão, em
particular, as obrigações indicação de pessoas que sejam
mencionadas nos Artigos 10, 11, 12 também membros do Comitê de
e 13, com a substituição das Direitos Humanos estabelecido de
referências a tortura por acordo com o Pacto Internacional
referências a outras formas de de Direitos Civis e Políticos e que
tratamentos ou penas cruéis, estejam dispostas a servir no
desumanos ou degradantes. Comitê contra a Tortura.

2. Os dispositivos da presente 3. Os membros do Comitê serão


Convenção não serão interpretados eleitos em reuniões bienais dos
de maneira a restringir os Estados Partes convocadas pelo
dispositivos de qualquer Secretário-Geral das Nações
outro instrumento internacional ou Unidas. Nestas reuniões, nas quais
lei nacional que proíba os o quorum será estabelecido por
tratamentos ou penas cruéis, dois terços dos Estados Partes,
desumanos ou degradantes ou que serão eleitos membros do Comitê os
se refira à extradição ou expulsão. candidatos que obtiverem o maior
número de votos e a maioria
PARTE II
absoluta dos votos dos
ARTIGO 17 representantes dos Estados Partes
presentes e votantes.
1. Constituir-se-á um Comitê contra
a Tortura (doravante denominado o 4. A primeira eleição se realizará no
"Comitê) que desempenhará as máximo seis meses após a data de
funções descritas adiante. O entrada em vigor da presente
Comitê será composto por dez Convenção. Ao menos quatro
peritos de elevada reputação moral meses antes da data de cada
e reconhecida competência em eleição, o Secretário-Geral das
matéria de direitos humanos, os Nações Unidas enviará uma carta
quais exercerão suas funções a aos Estados Partes para convidá-los
título pessoal. Os peritos serão a apresentar suas candidaturas no
eleitos pelos Estados Partes, prazo de três meses. O Secretário-
levando em conta uma distribuição Geral organizará uma lista por
geográfica eqüitativa e a utilidade ordem alfabética de todos os
da participação de algumas pessoas candidatos assim designados, com
com experiência jurídica. indicações dos Estados Partes que
os tiverem designado, e a
2. Os membros do Comitê serão
comunicará aos Estados Partes.
eleitos em votação secreta dentre
uma lista de pessoas indicadas pelos 5. Os membros do Comitê serão
Estados Partes. Cada Estado Parte eleitos para um mandato de quatro
pode indicar uma pessoa dentre os anos. Poderão, caso suas
seus nacionais. Os Estados Partes candidaturas sejam apresentadas
terão presente a utilidade da novamente, ser reeleitos. No
entanto, o mandato de cinco dos 2. O próprio Comitê estabelecerá
membros eleitos na primeira eleição suas regras de procedimento; estas,
expirará ao final de dois anos; contudo, deverão conter, entre
imediatamente após a primeira outras, as seguintes disposições:
eleição, o presidente da reunião a
a) o quorum será de seis membros;
que se refere o parágrafo 3 do
presente Artigo indicará, por b) as decisões do Comitê serão
sorteio, os nomes desses cinco tomadas por maioria de votos dos
membros. membros presentes.

6. Se um membro do Comitê vier a 3. O Secretário-Geral das Nações


falecer, a demitir-se de suas Unidas colocará à disposição do
funções ou, por outro motivo Comitê o pessoal e os serviços
qualquer, não puder cumprir com necessários ao desempenho eficaz
suas obrigações no Comitê, o das funções que lhe são atribuídas
Estado Parte que apresentou sua em virtude da presente Convenção.
candidatura indicará, entre seus
4. O Secretário-Geral das Nações
nacionais, outro perito para
Unidas convocará a primeira
cumprir o restante de seu mandato,
reunião do Comitê. Após a primeira
sendo que a referida indicação
reunião, o Comitê deverá reunir-se
estará sujeita à aprovação da
em todas as ocasiões previstas em
maioria dos Estados Partes.
suas regras de procedimento.
Considerar-se-á como concedida a
referida aprovação, a menos que a 5. Os Estados Partes serão
metade ou mais dos Estados Partes responsáveis pelos gastos
venham a responder negativamente vinculados à realização das
dentro de um prazo de seis reuniões dos Estados Partes e do
semanas, a contar do momento em Comitê, inclusive o reembolso de
que o Secretário-Geral das Nações quaisquer gastos, tais como os de
Unidas lhes houver comunicado a pessoal e de serviço, em que
candidatura proposta. incorrerem as Nações Unidas em
conformidade com o parágrafo 3 do
7. Correrão por conta dos Estados
presente Artigo.
Partes as despesas em que vierem a
incorrer os membros do Comitê no ARTIGO 19
desempenho de suas funções no
1. Os Estados Partes submeterão ao
referido órgão.
Comitê, por intermédio do
ARTIGO 18 Secretário-Geral das Nações
Unidas, relatórios sobre as medidas
1. O Comitê elegerá sua mesa para
por eles adotadas no cumprimento
um período de dois anos. Os
das obrigações assumidas em
membros da mesa poderão ser
virtude da presente Convenção,
reeleitos.
dentro de prazo de um ano, a
contar do início da vigência da fundamentada, que a tortura é
presente Convenção no Estado praticada sistematicamente no
Parte interessado. A partir de território de um Estado Parte,
então, os Estados Partes deverão convidará o Estado Parte em
apresentar relatórios suplementares questão a cooperar no exame das
a cada quatro anos sobre todas as informações e, nesse sentido, a
novas disposições que houverem transmitir ao Comitê as
adotado, bem como outros observações que julgar pertinentes.
relatórios que o Comitê vier a
2. Levando em consideração todas
solicitar.
as observações que houver
2. O Secretário-Geral das Nações apresentado o Estado Parte
Unidas transmitirá os relatórios a interessado, bem como quaisquer
todos os Estados Partes. outras informações pertinentes de
que dispuser, o Comitê poderá, se
3. Cada relatório será examinado
lhe parecer justificável, designar um
pelo Comitê, que poderá fazer os
ou vários de seus membros para que
comentários gerais que julgar
procedam a uma investigação
oportunos e os transmitirá ao
confidencial e informem
Estado Parte interessado. Este
urgentemente o Comitê.
poderá, em resposta ao Comitê,
comunicar-lhe todas as observações 3. No caso de realizar-se uma
que deseje formular. investigação nos termos do
parágrafo 2 do presente Artigo, o
4. O Comitê poderá, a seu critério,
Comitê procurará obter a
tomar a decisão de incluir qualquer
colaboração do Estado Parte
comentário que houver feito de
interessado. Com a concordância
acordo com o que estipula o
do Estado Parte em questão, a
parágrafo 3 do presente Artigo,
investigação poderá incluir uma
junto com as observações conexas
visita a seu território.
recebidas do Estado Parte
interessado, em seu relatório anual 4. Depois de haver examinado as
que apresentará em conformidade conclusões apresentadas por um ou
com o Artigo 24. Se assim o solicitar vários de seus membros, nos termos
o Estado Parte interessado, o do parágrafo 2 do presente Artigo,
Comitê poderá também incluir o Comitê as transmitirá ao Estado
cópia do relatório apresentado em Parte interessado, junto com as
virtude do parágrafo 1 do presente observações ou sugestões que
Artigo. considerar pertinentes em vista da
situação.
ARTIGO 20
5. Todos os trabalhos do Comitê a
1. O Comitê, no caso de vir a
que se faz referência nos
receber informações fidedignas que
parágrafos 1 ao 4 do presente
lhe pareçam indicar, de forma
Artigo serão confidenciais e, em
todas as etapas dos referidos a) se um Estado Parte considerar
trabalhos, procurar-se-á obter a que outro Estado Parte não vem
cooperação do Estado Parte. cumprindo as disposições da
Quando estiverem concluídos os presente Convenção poderá,
trabalhos relacionados com uma mediante comunicação escrita,
investigação realizada de acordo levar a questão ao conhecimento
com o parágrafo 2, o Comitê deste Estado Parte. Dentro de um
poderá, após celebrar consultas prazo de três meses a contar da
com o Estado Parte interessado, data do recebimento da
tomar a decisão de incluir um comunicação, o Estado destinatário
resumo dos resultados da fornecerá ao Estado que enviou a
investigação em seu relatório anual, comunicação explicações ou
que apresentará em conformidade quaisquer outras declarações por
com o Artigo 24. escrito que esclareçam a questão,
as quais deverão fazer referência,
ARTIGO 21
até onde seja possível e pertinente,
1. Com base no presente Artigo, aos procedimentos nacionais e aos
todo Estado Parte da presente recursos jurídicos adotados, em
Convenção poderá declarar, a trâmite ou disponíveis sobre a
qualquer momento, que reconhece questão;
a competência dos Comitês para
b) se, dentro de um prazo de seis
receber e examinar as
meses, a contar da data do
comunicações em que um Estado
recebimento da comunicação
Parte alegue que outro Estado
original pelo Estado destinatário, a
Parte não vem cumprindo as
questão não estiver dirimida
obrigações que lhe impõe a
satisfatoriamente para ambos os
Convenção. As referidas
Estado Partes interessados, tanto
comunicações só serão recebidas e
um como o outro terão o direito de
examinadas nos termos do presente
submetê-la ao Comitê, mediante
Artigo no caso de serem
notificação endereçada ao Comitê
apresentadas por um Estado Parte
ou ao outro Estado interessado;
que houver feito uma declaração
em que reconheça, com relação a si c) o Comitê tratará de todas as
próprio, a competência do Comitê. questões que se lhe submetam em
O Comitê não receberá virtude do presente Artigo somente
comunicação alguma relativa a um após ter-se assegurado de que
Estado Parte que não houver feito todos os recursos jurídicos internos
uma declaração dessa natureza. As disponíveis tenham sido utilizados e
comunicações recebidas em virtude esgotados, em consonância com os
do presente Artigo estarão sujeitas princípios do Direito internacional
ao procedimento que se segue: geralmente reconhecidos. Não se
aplicará esta regra quando a
aplicação dos mencionados
recursos se prolongar notificação mencionada na b),
injustificadamente ou quando não apresentará relatório em que:
for provável que a aplicação de tais
i) se houver sido alcançada uma
recursos venha a melhorar
solução nos termos da alínea e), o
realmente a situação da pessoa que
Comitê restringir-se-á, em seu
seja vítima de violação da presente
relatório, a uma breve exposição
Convenção;
dos fatos e da solução alcançada;
d) o Comitê realizará reuniões
ii) se não houver sido alcançada
confidenciais quando estiver
solução alguma nos termos da
examinando as comunicações
alínea e), o Comitê restringir-se-á,
previstas no presente Artigo;
em seu relatório, a uma breve
e) sem prejuízo das disposições da exposição dos fatos; serão
alínea c), o Comitê colocará seus anexados ao relatório o texto das
bons ofícios à disposição dos observações escritas e as atas das
Estados Partes interessados no observações orais apresentadas
intuito de se alcançar uma solução pelos Estados Partes interessados.
amistosa para a questão, baseada
Para cada questão, o relatório será
no respeito às obrigações
encaminhado aos Estados Partes
estabelecidas na presente
interessados.
Convenção. Com vistas a atingir
esse objetivo, o Comitê poderá 2. As disposições do presente
constituir, se julgar conveniente, Artigo entrarão em vigor a partir do
uma comissão de momento em que cinco Estado
conciliação ad hoc; Partes da presente Convenção
houverem feito as declarações
f) em todas as questões que se lhe
mencionadas no parágrafo 1 deste
submetam em virtude do presente
Artigo. As referidas declarações
Artigo, o Comitê poderá solicitar
serão depositadas pelos Estados
aos Estados Partes interessados, a
Partes junto ao Secretário-Geral
que se faz referência na alínea b),
das Nações Unidas, que enviará
que lhe forneçam quaisquer
cópia das mesmas aos demais
informações pertinentes;
Estados Partes. Toda declaração
g) os Estados Partes interessados, a poderá ser retirada, a qualquer
que se faz referência na alínea b), momento, mediante notificação
terão o direito de fazer-se endereçada ao Secretário-Geral.
representar quando as questões Far-se-á essa retirada sem prejuízo
forem examinadas no Comitê e de do exame de quaisquer questões
apresentar suas observações que constituam objeto de uma
verbalmente e/ou por escrito; comunicação já transmitida nos
termos deste Artigo; em virtude do
h) o Comitê, dentro dos doze meses
presente Artigo, não se receberá
seguintes à data de recebimento de
qualquer nova comunicação de um
Estado Parte uma vez que o Convenção. Dentro dos seis meses
Secretário-Geral haja recebido a seguintes, o Estado destinatário
notificação sobre a retirada da submeterá ao Comitê as
declaração, a menos que o Estado explicações ou declarações por
Parte interessado haja feito uma escrito que elucidem a questão e,
nova declaração. se for o caso, indiquem o recurso
jurídico adotado pelo Estado em
ARTIGO 22
questão.
1. Todo Estado Parte da presente
4. O Comitê examinará as
Convenção poderá, em virtude do
comunicações recebidas em
presente Artigo, declarar, a
conformidade com o presente
qualquer momento, que reconhece
Artigo á luz de todas as
a competência do Comitê para
informações a ele submetidas pela
receber e examinar as
pessoa interessada, ou em nome
comunicações enviadas por pessoas
dela, e pelo Estado Parte
sob sua jurisdição, ou em nome
interessado.
delas, que aleguem ser vítimas de
violação, por um Estado Parte, das 5. O Comitê não examinará
disposições da Convenção.O comunicação alguma de uma
Comitê não receberá comunicação pessoa, nos termos do presente
alguma relativa a um Estado Parte Artigo, sem que se haja assegurado
que não houver feito declaração de que;
dessa natureza.
a) a mesma questão não foi, nem
2. O Comitê considerará está sendo, examinada perante uma
inadmissível qualquer comunicação outra instância internacional de
recebida em conformidade com o investigação ou solução;
presente Artigo que seja anônima,
b) a pessoa em questão esgotou
ou que, a seu juízo, constitua abuso
todos os recursos jurídicos internos
do direito de apresentar as
disponíveis; não se aplicará esta
referidas comunicações, ou que
regra quando a aplicação dos
seja incompatível com as
mencionados recursos se prolongar
disposições da presente
injustificadamente ou quando não
Convenção.
for provável que a aplicação de tais
3. Sem prejuízo do disposto no recursos venha a melhorar
parágrafo 2, o Comitê levará todas realmente a situação da pessoa que
as comunicações apresentadas em seja vítima de violação da presente
conformidade com este Artigo ao Convenção.
conhecimento do Estado Parte da
6. O Comitê realizará reuniões
presente Convenção que houver
confidenciais quando estiver
feito uma declaração nos termos do
examinado as comunicações
parágrafo 1 e sobre o qual se alegue
previstas no presente Artigo.
ter violado qualquer disposição da
7.O Comitê comunicará seu parecer em conformidade com as seções
ao Estado Parte e à pessoa em pertinentes da Convenção sobre
questão. Privilégios e Imunidades das Nações
Unidas.
8. As disposições do presente
Artigo entrarão em vigor a partir do ARTIGO 24
momento em que cinco Estado
O Comitê apresentará, em virtude
Partes da presente Convenção
da presente Convenção, um
houverem feito as declarações
relatório anula sobre suas
mencionadas no parágrafo 1 deste
atividades aos Estados Partes e à
Artigo. As referidas declarações
Assembléia Geral das Nações
serão depositadas pelos Estados
Unidas.
Partes junto ao Secretário-Geral
das Nações Unidas, que enviará PARTE III
cópia das mesmas ao demais
ARTIGO 25
Estados Partes. Toda declaração
poderá ser retirada, a qualquer 1. A presente Convenção está
momento, mediante notificação aberta à assinatura de todos os
endereçada ao Secretário-Geral. Estados.
Far-se-á essa retirada sem prejuízo
2. A presente Convenção está
do exame de quaisquer questões
sujeita a ratificação. Os
que constituam objeto de uma
instrumentos de ratificação serão
comunicação já transmitida nos
depositados junto ao Secretário-
termos deste Artigo; em virtude do
Geral das Nações Unidas.
presente Artigo, não se receberá
nova comunicação de uma pessoa, ARTIGO 26
ou em nome dela, uma vez que o
A presente Convenção está aberta
Secretário-Geral haja recebido a
à Adesão de todos os Estados. Far-
notificação sobre retirada da
se-á a Adesão mediante depósito do
declaração, a menos que o Estado
Instrumento de Adesão junto ao
Parte interessado haja feito uma
Secretário-Geral das Nações
nova declaração.
Unidas.
ARTIGO 23
ARTIGO 27
Os membros do Comitê e os
1. A presente Convenção entrará
membros das Comissões de
em vigor no trigésimo dia a contar
Conciliação ad noc designados nos
da data em que o vigésimo
termos da alínea e) do parágrafo 1
instrumento de ratificação ou
do Artigo 21 terão o direito às
adesão houver sido depositado
facilidades, privilégios e imunidades
junto ao Secretário-Geral das
que se concedem aos peritos no
Nações Unidas.
desempenho de missões para a
Organização das Nações Unidas,
2. Para os Estados que vierem a comunicação, pelos menos um
ratificar a presente Convenção ou terço dos Estados Partes se
a ela aderir após o depósito do manifestar a favor da referida
vigésimo instrumento de ratificação convocação, o Secretário-Geral
ou adesão, a Convenção entrará em convocará uma conferência sob os
vigor no trigésimo dia a contar da auspícios das Nações Unidas. Toda
data em que o Estado em questão emenda adotada pela maioria dos
houver depositado seu instrumento Estados Partes presentes e
de ratificação ou adesão. votantes na conferência será
submetida pelo Secretário-Geral à
ARTIGO 28
aceitação de todos os Estados
1. Cada Estado Parte poderá Partes.
declarar, por ocasião da assinatura
2. Toda emenda adotada nos termos
ou da ratificação da presente
das disposições do parágrafo 1 do
Convenção ou da adesão a ela, que
presente Artigo entrará em vigor
não reconhece a competência do
assim que dois terços dos Estados
Comitê quando ao disposto no
Partes da presente Convenção
Artigo 20.
houverem notificado o Secretário-
2. Todo Estado Parte da presente Geral das Nações Unidas de que a
Convenção que houver formulado aceitaram em consonância com os
uma reserva em conformidade com procedimentos previstos por suas
o parágrafo 1 do presente Artigo respectivas constituições.
poderá, a qualquer momento,
3. Quando entrarem em vigor, as
tornar sem efeito essa reserva,
emendas serão obrigatórias para
mediante notificação endereçada
todos os Estados Partes que as
ao Secretário-Geral das Nações
tenham aceito, ao passo que os
Unidas.
demais Estados Partes permanecem
ARTIGO 29 obrigados pelas disposições da
Convenção e pelas emendas
1. Todo Estado Parte da presente
anteriores por eles aceitas.
Convenção poderá propor uma
emenda e depositá-la junto ao ARTIGO 30
Secretário-Geral das Nações
1. As controvérsias entre dois ou
Unidas. O Secretário-Geral
mais Estados Partes com relação à
comunicará a proposta de emenda
interpretação ou à aplicação da
aos Estados Partes, pedindo-lhes
presente Convenção que não
que o notifiquem se desejam que se
puderem ser dirimidas por meio da
convoque uma conferência dos
negociação serão, a pedido de um
Estados Partes destinada a
deles, submetidas a arbitragem. Se
examinar a proposta e submetê-la a
durante os seis meses seguintes à
votação. Se, dentro dos quatro
data do pedido de arbitragem, as
meses seguintes à data da referida
Partes não lograrem pôr-se de
acordo quanto aos termos do tampouco, a suspensão do exame de
compromisso de arbitragem, quaisquer questões que o Comitê já
qualquer das Partes poderá começara a examinar antes da data
submeter a controvérsia à Corte em que a denúncia veio a produzir
Internacional de Justiça, mediante efeitos.
solicitação feita em conformidade
3. A partir da data em que vier a
com o Estatuto da Corte.
produzir efeitos a denúncia de um
2. Cada Estado poderá, por ocasião Estado Parte, o Comitê não dará
da assinatura ou da ratificação da início ao exame de qualquer nova
presente Convenção, declarar que questão referente ao Estado em
não se considera obrigado pelo apreço.
parágrafo 1 deste Artigo. Os demais
ARTIGO 32
Estados Partes não estarão
obrigados pelo referido parágrafo O Secretário-Geral das Nações
com relação a qualquer Estado Unidas comunicará a todos os
Parte que houver formulado Estados membros das Nações
reserva dessa natureza. Unidas e a todos os Estados que
assinaram a presente Convenção ou
3. Todo Estado Parte que houver
a ela aderiram:
formulado reserva nos termos do
parágrafo 2 do presente Artigo a) as assinaturas, ratificações e
poderá retirá-la, a qualquer adesões recebidas em conformidade
momento, mediante notificação com os Artigos 25 e 26;
endereçada ao Secretário-Geral das
b) a data de entrada em vigor da
Nações Unidas.
Convenção, nos termos do Artigo
ARTIGO 31 27, e a data de entrada em vigor de
quaisquer emendas, nos termos do
1. Todo Estado Parte poderá
Artigo 29;
denunciar a presente Convenção
mediante notificação por escrito c) as denúncias recebidas em
endereçada ao Secretário-Geral das conformidades com o Artigo 31.
Nações Unidas. A denúncia
ARTIGO 33
produzirá efeitos um ano depois da
data de recebimento da notificação 1. A presente Convenção, cujos
pelo Secretário-Geral. textos em árabe, chinês, espanhol,
francês, inglês e russo são
2. A referida denúncia não eximirá
igualmente autênticos, será
o Estado Parte das obrigações que
depositada junto ao Secretário-
lhe impõe a presente Convenção
Geral das Nações Unidas.
relativamente a qualquer ação ou
omissão ocorrida antes da data em 2. O Secretário-Geral das Nações
que a denúncia venha a produzir Unidas encaminhará cópias
efeitos; a denúncia não acarretará,
autenticadas da presente quaisquer atos que possam resultar
Convenção a todos os Estados. em revisão do referido Acordo,
assim como quaisquer ajustes
complementares que, nos termos
do art. 49, inciso I, da Constituição,
acarretem encargos ou
DECRETO Nº 4.388, DE 25 DE compromissos gravosos ao
SETEMBRO DE 2002. patrimônio nacional.

Promulga o Art. 3o Este Decreto entra em


Estatuto de vigor na data de sua publicação.
Roma do Tribunal
Brasília, 25 de setembro de 2002;
Penal
181o da Independência e 114o da
Internacional.
República.
O PRESIDENTE DA
FERNANDO HENRIQUE
REPÚBLICA, no uso da atribuição
CARDOSO
que lhe confere o art. 84, inciso
Luiz Augusto Soint-Brisson de
VIII, da Constituição,
Araujo Castro
Considerando que o Congresso
Nacional aprovou o texto do
Estatuto de Roma do Tribunal Estatuto de Roma (17/07/1998).
Penal Internacional, por meio do
Decreto Legislativo no 112, de 6 de
junho de 2002; Estatuto de Roma do Tribunal
Penal Internacional
Considerando que o
mencionado Ato Internacional Preâmbulo
entrou em vigor internacional em
Os Estados Partes no presente
1o de julho de 2002, e passou a
Estatuto.
vigorar, para o Brasil, em 1o de
setembro de 2002, nos termos de Conscientes de que todos os
seu art. 126; povos estão unidos por laços
comuns e de que suas culturas
DECRETA:
foram construídas sobre uma
Art. 1o O Estatuto de Roma herança que partilham, e
do Tribunal Penal Internacional, preocupados com o fato deste
apenso por cópia ao presente delicado mosaico poder vir a
Decreto, será executado e quebrar-se a qualquer instante,
cumprido tão inteiramente como
Tendo presente que, no
nele se contém.
decurso deste século, milhões de
Art. 2o São sujeitos à crianças, homens e mulheres têm
aprovação do Congresso Nacional sido vítimas de atrocidades
inimagináveis que chocam a intervir em um conflito armado ou
profundamente a consciência da nos assuntos internos de qualquer
humanidade, Estado,

Reconhecendo que crimes de Determinados em perseguir


uma tal gravidade constituem uma este objetivo e no interesse das
ameaça à paz, à segurança e ao gerações presentes e vindouras, a
bem-estar da humanidade, criar um Tribunal Penal
Internacional com caráter
Afirmando que os crimes de
permanente e independente, no
maior gravidade, que afetam a
âmbito do sistema das Nações
comunidade internacional no seu
Unidas, e com jurisdição sobre os
conjunto, não devem ficar impunes
crimes de maior gravidade que
e que a sua repressão deve ser
afetem a comunidade internacional
efetivamente assegurada através da
no seu conjunto,
adoção de medidas em nível
nacional e do reforço da Sublinhando que o Tribunal
cooperação internacional, Penal Internacional, criado pelo
presente Estatuto, será
Decididos a por fim à
complementar às jurisdições penais
impunidade dos autores desses
nacionais,
crimes e a contribuir assim para a
prevenção de tais crimes, Decididos a garantir o respeito
duradouro pela efetivação da
Relembrando que é dever de
justiça internacional,
cada Estado exercer a respectiva
jurisdição penal sobre os Convieram no seguinte:
responsáveis por crimes
Capítulo I
internacionais,
Criação do Tribunal
Reafirmando os Objetivos e
Princípios consignados na Carta Artigo 1o
das Nações Unidas e, em particular,
O Tribunal
que todos os Estados se devem
abster de recorrer à ameaça ou ao É criado, pelo presente
uso da força, contra a integridade instrumento, um Tribunal Penal
territorial ou a independência Internacional ("o Tribunal"). O
política de qualquer Estado, ou de Tribunal será uma instituição
atuar por qualquer outra forma permanente, com jurisdição sobre
incompatível com os Objetivos das as pessoas responsáveis pelos crimes
Nações Unidas, de maior gravidade com alcance
internacional, de acordo com o
Salientando, a este propósito,
presente Estatuto, e será
que nada no presente Estatuto
complementar às jurisdições penais
deverá ser entendido como
nacionais. A competência e o
autorizando qualquer Estado Parte
funcionamento do Tribunal reger- 2. O Tribunal poderá exercer
se-ão pelo presente Estatuto. os seus poderes e funções nos
termos do presente Estatuto, no
Artigo 2o
território de qualquer Estado Parte
Relação do Tribunal com as Nações e, por acordo especial, no território
Unidas de qualquer outro Estado.

A relação entre o Tribunal e as Capítulo II


Nações Unidas será estabelecida
Competência, Admissibilidade e
através de um acordo a ser
Direito Aplicável
aprovado pela Assembléia dos
Estados Partes no presente Artigo 5o
Estatuto e, em seguida, concluído
Crimes da Competência do Tribunal
pelo Presidente do Tribunal em
nome deste. 1. A competência do Tribunal
restringir-se-á aos crimes mais
Artigo 3o
graves, que afetam a comunidade
Sede do Tribunal internacional no seu conjunto. Nos
termos do presente Estatuto, o
1. A sede do Tribunal será na
Tribunal terá competência para
Haia, Países Baixos ("o Estado
julgar os seguintes crimes:
anfitrião").
a) O crime de genocídio;
2. O Tribunal estabelecerá um
acordo de sede com o Estado b) Crimes contra a
anfitrião, a ser aprovado pela humanidade;
Assembléia dos Estados Partes e em
c) Crimes de guerra;
seguida concluído pelo Presidente
do Tribunal em nome deste. d) O crime de agressão.

3. Sempre que entender 2. O Tribunal poderá exercer a


conveniente, o Tribunal poderá sua competência em relação ao
funcionar em outro local, nos crime de agressão desde que, nos
termos do presente Estatuto. termos dos artigos 121 e 123, seja
aprovada uma disposição em que se
Artigo 4o
defina o crime e se enunciem as
Regime Jurídico e Poderes do condições em que o Tribunal terá
Tribunal competência relativamente a este
crime. Tal disposição deve ser
1. O Tribunal terá
compatível com as disposições
personalidade jurídica
pertinentes da Carta das Nações
internacional. Possuirá, igualmente,
Unidas.
a capacidade jurídica necessária ao
desempenho das suas funções e à Artigo 6o
prossecução dos seus objetivos.
Crime de Genocídio
Para os efeitos do presente d) Deportação ou
Estatuto, entende-se por transferência forçada de uma
"genocídio", qualquer um dos atos população;
que a seguir se enumeram,
e) Prisão ou outra forma de
praticado com intenção de
privação da liberdade física grave,
destruir, no todo ou em parte, um
em violação das normas
grupo nacional, étnico, racial ou
fundamentais de direito
religioso, enquanto tal:
internacional;
a) Homicídio de membros do
f) Tortura;
grupo;
g) Agressão sexual,
b) Ofensas graves à integridade
escravatura sexual, prostituição
física ou mental de membros do
forçada, gravidez forçada,
grupo;
esterilização forçada ou qualquer
c) Sujeição intencional do outra forma de violência no campo
grupo a condições de vida com sexual de gravidade comparável;
vista a provocar a sua destruição
h) Perseguição de um grupo ou
física, total ou parcial;
coletividade que possa ser
d) Imposição de medidas identificado, por motivos políticos,
destinadas a impedir nascimentos raciais, nacionais, étnicos, culturais,
no seio do grupo; religiosos ou de gênero, tal como
definido no parágrafo 3o, ou em
e) Transferência, à força, de
função de outros critérios
crianças do grupo para outro
universalmente reconhecidos como
grupo.
inaceitáveis no direito
Artigo 7o internacional, relacionados com
qualquer ato referido neste
Crimes contra a Humanidade
parágrafo ou com qualquer crime
1. Para os efeitos do presente da competência do Tribunal;
Estatuto, entende-se por "crime
i) Desaparecimento forçado de
contra a humanidade", qualquer um
pessoas;
dos atos seguintes, quando
cometido no quadro de um ataque, j) Crime de apartheid;
generalizado ou sistemático, contra
k) Outros atos desumanos de
qualquer população civil, havendo
caráter semelhante, que causem
conhecimento desse ataque:
intencionalmente grande
a) Homicídio; sofrimento, ou afetem gravemente a
integridade física ou a saúde física
b) Extermínio;
ou mental.
c) Escravidão;
2. Para efeitos do parágrafo 1o:
a) Por "ataque contra uma acusado; este termo não
população civil" entende-se compreende a dor ou os
qualquer conduta que envolva a sofrimentos resultantes unicamente
prática múltipla de atos referidos de sanções legais, inerentes a essas
no parágrafo 1o contra uma sanções ou por elas ocasionadas;
população civil, de acordo com a
f) Por "gravidez à força"
política de um Estado ou de uma
entende-se a privação ilegal de
organização de praticar esses atos
liberdade de uma mulher que foi
ou tendo em vista a prossecução
engravidada à força, com o
dessa política;
propósito de alterar a composição
b) O "extermínio" compreende étnica de uma população ou de
a sujeição intencional a condições cometer outras violações graves do
de vida, tais como a privação do direito internacional. Esta
acesso a alimentos ou definição não pode, de modo algum,
medicamentos, com vista a causar a ser interpretada como afetando as
destruição de uma parte da disposições de direito interno
população; relativas à gravidez;

c) Por "escravidão" entende-se g) Por "perseguição'' entende-


o exercício, relativamente a uma se a privação intencional e grave de
pessoa, de um poder ou de um direitos fundamentais em violação
conjunto de poderes que traduzam do direito internacional, por
um direito de propriedade sobre motivos relacionados com a
uma pessoa, incluindo o exercício identidade do grupo ou da
desse poder no âmbito do tráfico coletividade em causa;
de pessoas, em particular mulheres
h) Por "crime
e crianças;
de apartheid" entende-se qualquer
d) Por "deportação ou ato desumano análogo aos referidos
transferência à força de uma no parágrafo 1°, praticado no
população" entende-se o contexto de um regime
deslocamento forçado de pessoas, institucionalizado de opressão e
através da expulsão ou outro ato domínio sistemático de um grupo
coercivo, da zona em que se racial sobre um ou outros grupos
encontram legalmente, sem nacionais e com a intenção de
qualquer motivo reconhecido no manter esse regime;
direito internacional;
i) Por "desaparecimento
e) Por "tortura" entende-se o forçado de pessoas" entende-se a
ato por meio do qual uma dor ou detenção, a prisão ou o seqüestro
sofrimentos agudos, físicos ou de pessoas por um Estado ou uma
mentais, são intencionalmente organização política ou com a
causados a uma pessoa que esteja autorização, o apoio ou a
sob a custódia ou o controle do concordância destes, seguidos de
recusa a reconhecer tal estado de iii) O ato de causar
privação de liberdade ou a prestar intencionalmente grande sofrimento
qualquer informação sobre a ou ofensas graves à integridade
situação ou localização dessas física ou à saúde;
pessoas, com o propósito de lhes
iv) Destruição ou a
negar a proteção da lei por um
apropriação de bens em larga
prolongado período de tempo.
escala, quando não justificadas por
3. Para efeitos do presente quaisquer necessidades militares e
Estatuto, entende-se que o termo executadas de forma ilegal e
"gênero" abrange os sexos masculino arbitrária;
e feminino, dentro do contexto da
v) O ato de compelir um
sociedade, não lhe devendo ser
prisioneiro de guerra ou outra
atribuído qualquer outro
pessoa sob proteção a servir nas
significado.
forças armadas de uma potência
Artigo 8o inimiga;

Crimes de Guerra vi) Privação intencional de um


prisioneiro de guerra ou de outra
1. O Tribunal terá competência
pessoa sob proteção do seu direito
para julgar os crimes de guerra, em
a um julgamento justo e imparcial;
particular quando cometidos como
parte integrante de um plano ou de vii) Deportação ou
uma política ou como parte de uma transferência ilegais, ou a privação
prática em larga escala desse tipo ilegal de liberdade;
de crimes.
viii) Tomada de reféns;
2. Para os efeitos do presente
b) Outras violações graves das
Estatuto, entende-se por "crimes de
leis e costumes aplicáveis em
guerra":
conflitos armados internacionais no
a) As violações graves às âmbito do direito internacional, a
Convenções de Genebra, de 12 de saber, qualquer um dos seguintes
Agosto de 1949, a saber, qualquer atos:
um dos seguintes atos, dirigidos
i) Dirigir intencionalmente
contra pessoas ou bens protegidos
ataques à população civil em geral
nos termos da Convenção de
ou civis que não participem
Genebra que for pertinente:
diretamente nas hostilidades;
i) Homicídio doloso;
ii) Dirigir intencionalmente
ii) Tortura ou outros ataques a bens civis, ou seja bens
tratamentos desumanos, incluindo que não sejam objetivos militares;
as experiências biológicas;
iii) Dirigir intencionalmente
ataques ao pessoal, instalações,
material, unidades ou veículos que ocupante de parte da sua
participem numa missão de população civil para o território
manutenção da paz ou de que ocupa ou a deportação ou
assistência humanitária, de acordo transferência da totalidade ou de
com a Carta das Nações Unidas, parte da população do território
sempre que estes tenham direito à ocupado, dentro ou para fora desse
proteção conferida aos civis ou aos território;
bens civis pelo direito internacional
ix) Dirigir intencionalmente
aplicável aos conflitos armados;
ataques a edifícios consagrados ao
iv) Lançar intencionalmente culto religioso, à educação, às
um ataque, sabendo que o mesmo artes, às ciências ou à beneficência,
causará perdas acidentais de vidas monumentos históricos, hospitais e
humanas ou ferimentos na lugares onde se agrupem doentes e
população civil, danos em bens de feridos, sempre que não se trate de
caráter civil ou prejuízos extensos, objetivos militares;
duradouros e graves no meio
x) Submeter pessoas que se
ambiente que se revelem claramente
encontrem sob o domínio de uma
excessivos em relação à vantagem
parte beligerante a mutilações
militar global concreta e direta que
físicas ou a qualquer tipo de
se previa;
experiências médicas ou científicas
v) Atacar ou bombardear, por que não sejam motivadas por um
qualquer meio, cidades, vilarejos, tratamento médico, dentário ou
habitações ou edifícios que não hospitalar, nem sejam efetuadas no
estejam defendidos e que não sejam interesse dessas pessoas, e que
objetivos militares; causem a morte ou coloquem
seriamente em perigo a sua saúde;
vi) Matar ou ferir um
combatente que tenha deposto xi) Matar ou ferir à traição
armas ou que, não tendo mais meios pessoas pertencentes à nação ou ao
para se defender, se tenha exército inimigo;
incondicionalmente rendido;
xii) Declarar que não será dado
vii) Utilizar indevidamente uma quartel;
bandeira de trégua, a bandeira
xiii) Destruir ou apreender
nacional, as insígnias militares ou o
bens do inimigo, a menos que tais
uniforme do inimigo ou das Nações
destruições ou apreensões sejam
Unidas, assim como os emblemas
imperativamente determinadas pelas
distintivos das Convenções de
necessidades da guerra;
Genebra, causando deste modo a
morte ou ferimentos graves; xiv) Declarar abolidos,
suspensos ou não admissíveis em
viii) A transferência, direta ou
tribunal os direitos e ações dos
indireta, por uma potência
nacionais da parte inimiga;
xv) Obrigar os nacionais da tratamentos humilhantes e
parte inimiga a participar em degradantes;
operações bélicas dirigidas contra o
xxii) Cometer atos de violação,
seu próprio país, ainda que eles
escravidão sexual, prostituição
tenham estado ao serviço daquela
forçada, gravidez à força, tal como
parte beligerante antes do início da
definida na alínea f) do parágrafo
guerra;
2o do artigo 7o, esterilização à força
xvi) Saquear uma cidade ou e qualquer outra forma de violência
uma localidade, mesmo quando sexual que constitua também um
tomada de assalto; desrespeito grave às Convenções de
Genebra;
xvii) Utilizar veneno ou armas
envenenadas; xxiii) Utilizar a presença de
civis ou de outras pessoas
xviii) Utilizar gases asfixiantes,
protegidas para evitar que
tóxicos ou outros gases ou
determinados pontos, zonas ou
qualquer líquido, material ou
forças militares sejam alvo de
dispositivo análogo;
operações militares;
xix) Utilizar balas que se
xxiv) Dirigir intencionalmente
expandem ou achatam facilmente
ataques a edifícios, material,
no interior do corpo humano, tais
unidades e veículos sanitários,
como balas de revestimento duro
assim como o pessoal que esteja
que não cobre totalmente o interior
usando os emblemas distintivos das
ou possui incisões;
Convenções de Genebra, em
xx) Utilizar armas, projéteis; conformidade com o direito
materiais e métodos de combate internacional;
que, pela sua própria natureza,
xxv) Provocar deliberadamente
causem ferimentos supérfluos ou
a inanição da população civil como
sofrimentos desnecessários ou que
método de guerra, privando-a dos
surtam efeitos indiscriminados, em
bens indispensáveis à sua
violação do direito internacional
sobrevivência, impedindo, inclusive,
aplicável aos conflitos armados, na
o envio de socorros, tal como
medida em que tais armas, projéteis,
previsto nas Convenções de
materiais e métodos de combate
Genebra;
sejam objeto de uma proibição geral
e estejam incluídos em um anexo ao xxvi) Recrutar ou alistar
presente Estatuto, em virtude de menores de 15 anos nas forças
uma alteração aprovada em armadas nacionais ou utilizá-los
conformidade com o disposto nos para participar ativamente nas
artigos 121 e 123; hostilidades;

xxi) Ultrajar a dignidade da c) Em caso de conflito armado


pessoa, em particular por meio de que não seja de índole
internacional, as violações graves e) As outras violações graves
do artigo 3o comum às quatro das leis e costumes aplicáveis aos
Convenções de Genebra, de 12 de conflitos armados que não têm
Agosto de 1949, a saber, qualquer caráter internacional, no quadro do
um dos atos que a seguir se direito internacional, a saber
indicam, cometidos contra pessoas qualquer um dos seguintes atos:
que não participem diretamente nas
i) Dirigir intencionalmente
hostilidades, incluindo os membros
ataques à população civil em geral
das forças armadas que tenham
ou civis que não participem
deposto armas e os que tenham
diretamente nas hostilidades;
ficado impedidos de continuar a
combater devido a doença, lesões, ii) Dirigir intencionalmente
prisão ou qualquer outro motivo: ataques a edifícios, material,
unidades e veículos sanitários, bem
i) Atos de violência contra a
como ao pessoal que esteja usando
vida e contra a pessoa, em
os emblemas distintivos das
particular o homicídio sob todas as
Convenções de Genebra, em
suas formas, as mutilações, os
conformidade com o direito
tratamentos cruéis e a tortura;
internacional;
ii) Ultrajes à dignidade da
iii) Dirigir intencionalmente
pessoa, em particular por meio de
ataques ao pessoal, instalações,
tratamentos humilhantes e
material, unidades ou veículos que
degradantes;
participem numa missão de
iii) A tomada de reféns; manutenção da paz ou de
assistência humanitária, de acordo
iv) As condenações proferidas
com a Carta das Nações Unidas,
e as execuções efetuadas sem
sempre que estes tenham direito à
julgamento prévio por um tribunal
proteção conferida pelo direito
regularmente constituído e que
internacional dos conflitos armados
ofereça todas as garantias judiciais
aos civis e aos bens civis;
geralmente reconhecidas como
indispensáveis. iv) Atacar intencionalmente
edifícios consagrados ao culto
d) A alínea c) do parágrafo
o religioso, à educação, às artes, às
2 do presente artigo aplica-se aos
ciências ou à beneficência,
conflitos armados que não tenham
monumentos históricos, hospitais e
caráter internacional e, por
lugares onde se agrupem doentes e
conseguinte, não se aplica a
feridos, sempre que não se trate de
situações de distúrbio e de tensão
objetivos militares;
internas, tais como motins, atos de
violência esporádicos ou isolados ou v) Saquear um aglomerado
outros de caráter semelhante; populacional ou um local, mesmo
quando tomado de assalto;
vi) Cometer atos de agressão necessidades da guerra assim o
sexual, escravidão sexual, exijam;
prostituição forçada, gravidez à
f) A alínea e) do parágrafo
força, tal como definida na o
2 do presente artigo aplicar-se-á
alínea f do parágrafo 2o do artigo
aos conflitos armados que não
7o; esterilização à força ou
tenham caráter internacional e, por
qualquer outra forma de violência
conseguinte, não se aplicará a
sexual que constitua uma violação
situações de distúrbio e de tensão
grave do artigo 3o comum às quatro
internas, tais como motins, atos de
Convenções de Genebra;
violência esporádicos ou isolados ou
vii) Recrutar ou alistar outros de caráter semelhante;
menores de 15 anos nas forças aplicar-se-á, ainda, a conflitos
armadas nacionais ou em grupos, ou armados que tenham lugar no
utilizá-los para participar território de um Estado, quando
ativamente nas hostilidades; exista um conflito armado
prolongado entre as autoridades
viii) Ordenar a deslocação da
governamentais e grupos armados
população civil por razões
organizados ou entre estes grupos.
relacionadas com o conflito, salvo
se assim o exigirem a segurança dos 3. O disposto nas
civis em questão ou razões militares alíneas c) e e) do parágrafo 2o, em
imperiosas; nada afetará a responsabilidade que
incumbe a todo o Governo de
ix) Matar ou ferir à traição um
manter e de restabelecer a ordem
combatente de uma parte
pública no Estado, e de defender a
beligerante;
unidade e a integridade territorial
x) Declarar que não será dado do Estado por qualquer meio
quartel; legítimo.

xi) Submeter pessoas que se Artigo 9o


encontrem sob o domínio de outra
Elementos Constitutivos dos
parte beligerante a mutilações
Crimes
físicas ou a qualquer tipo de
experiências médicas ou científicas 1. Os elementos constitutivos
que não sejam motivadas por um dos crimes que auxiliarão o Tribunal
tratamento médico, dentário ou a interpretar e a aplicar os artigos
hospitalar nem sejam efetuadas no 6o, 7o e 8o do presente Estatuto,
interesse dessa pessoa, e que deverão ser adotados por uma
causem a morte ou ponham maioria de dois terços dos membros
seriamente a sua saúde em perigo; da Assembléia dos Estados Partes.

xii) Destruir ou apreender bens 2. As alterações aos elementos


do inimigo, a menos que as constitutivos dos crimes poderão
ser propostas por:
a) Qualquer Estado Parte; declaração nos termos do parágrafo
3o do artigo 12.
b) Os juízes, através de
deliberação tomada por maioria Artigo 12
absoluta;
Condições Prévias ao Exercício da
c) O Procurador. Jurisdição

As referidas alterações entram 1. O Estado que se torne Parte


em vigor depois de aprovadas por no presente Estatuto, aceitará a
uma maioria de dois terços dos jurisdição do Tribunal
membros da Assembléia dos relativamente aos crimes a que se
Estados Partes. refere o artigo 5o.

3. Os elementos constitutivos 2. Nos casos referidos nos


dos crimes e respectivas alterações parágrafos a) ou c) do artigo 13, o
deverão ser compatíveis com as Tribunal poderá exercer a sua
disposições contidas no presente jurisdição se um ou mais Estados a
Estatuto. seguir identificados forem Partes
no presente Estatuto ou aceitarem
Artigo 10
a competência do Tribunal de
Nada no presente capítulo acordo com o disposto no parágrafo
deverá ser interpretado como 3o:
limitando ou afetando, de alguma
a) Estado em cujo território
maneira, as normas existentes ou em
tenha tido lugar a conduta em
desenvolvimento de direito
causa, ou, se o crime tiver sido
internacional com fins distintos dos
cometido a bordo de um navio ou
do presente Estatuto.
de uma aeronave, o Estado de
Artigo 11 matrícula do navio ou aeronave;

Competência Ratione Temporis b) Estado de que seja nacional


a pessoa a quem é imputado um
1. O Tribunal só terá
crime.
competência relativamente aos
crimes cometidos após a entrada em 3. Se a aceitação da
vigor do presente Estatuto. competência do Tribunal por um
Estado que não seja Parte no
2. Se um Estado se tornar
presente Estatuto for necessária
Parte no presente Estatuto depois
nos termos do parágrafo 2o, pode o
da sua entrada em vigor, o Tribunal
referido Estado, mediante
só poderá exercer a sua
declaração depositada junto do
competência em relação a crimes
Secretário, consentir em que o
cometidos depois da entrada em
Tribunal exerça a sua competência
vigor do presente Estatuto
em relação ao crime em questão. O
relativamente a esse Estado, a
Estado que tiver aceito a
menos que este tenha feito uma
competência do Tribunal identificadas deverão ser acusadas
colaborará com este, sem qualquer da prática desses crimes.
demora ou exceção, de acordo com
2. O Estado que proceder à
o disposto no Capítulo IX.
denúncia deverá, tanto quanto
Artigo 13 possível, especificar as
circunstâncias relevantes do caso e
Exercício da Jurisdição
anexar toda a documentação de
O Tribunal poderá exercer a que disponha.
sua jurisdição em relação a
Artigo 15
qualquer um dos crimes a que se
refere o artigo 5o, de acordo com o Procurador
disposto no presente Estatuto, se:
1. O Procurador poderá, por
a) Um Estado Parte denunciar sua própria iniciativa, abrir um
ao Procurador, nos termos do inquérito com base em informações
artigo 14, qualquer situação em que sobre a prática de crimes da
haja indícios de ter ocorrido a competência do Tribunal.
prática de um ou vários desses
2. O Procurador apreciará a
crimes;
seriedade da informação recebida.
b) O Conselho de Segurança, Para tal, poderá recolher
agindo nos termos do Capítulo VII informações suplementares junto
da Carta das Nações Unidas, aos Estados, aos órgãos da
denunciar ao Procurador qualquer Organização das Nações Unidas, às
situação em que haja indícios de Organizações Intergovernamentais
ter ocorrido a prática de um ou ou Não Governamentais ou outras
vários desses crimes; ou fontes fidedignas que considere
apropriadas, bem como recolher
c) O Procurador tiver dado
depoimentos escritos ou orais na
início a um inquérito sobre tal
sede do Tribunal.
crime, nos termos do disposto no
artigo 15. 3. Se concluir que existe
fundamento suficiente para abrir
Artigo 14
um inquérito, o Procurador
Denúncia por um Estado Parte apresentará um pedido de
autorização nesse sentido ao Juízo
1. Qualquer Estado Parte
de Instrução, acompanhado da
poderá denunciar ao Procurador
documentação de apoio que tiver
uma situação em que haja indícios
reunido. As vítimas poderão
de ter ocorrido a prática de um ou
apresentar representações no Juízo
vários crimes da competência do
de Instrução, de acordo com o
Tribunal e solicitar ao Procurador
Regulamento Processual.
que a investigue, com vista a
determinar se uma ou mais pessoas
4. Se, após examinar o pedido e da data em que o Conselho de
a documentação que o acompanha, Segurança assim o tiver solicitado
o Juízo de Instrução considerar em resolução aprovada nos termos
que há fundamento suficiente para do disposto no Capítulo VII da
abrir um Inquérito e que o caso Carta das Nações Unidas; o pedido
parece caber na jurisdição do poderá ser renovado pelo Conselho
Tribunal, autorizará a abertura do de Segurança nas mesmas
inquérito, sem prejuízo das decisões condições.
que o Tribunal vier a tomar
Artigo 17
posteriormente em matéria de
competência e de admissibilidade. Questões Relativas à
Admissibilidade
5. A recusa do Juízo de
Instrução em autorizar a abertura 1. Tendo em consideração o
do inquérito não impedirá o décimo parágrafo do preâmbulo e o
Procurador de formular artigo 1o, o Tribunal decidirá sobre
ulteriormente outro pedido com a não admissibilidade de um caso se:
base em novos fatos ou provas
a) O caso for objeto de
respeitantes à mesma situação.
inquérito ou de procedimento
6. Se, depois da análise criminal por parte de um Estado
preliminar a que se referem os que tenha jurisdição sobre o
parágrafos 1o e 2o, o Procurador mesmo, salvo se este não tiver
concluir que a informação vontade de levar a cabo o inquérito
apresentada não constitui ou o procedimento ou, não tenha
fundamento suficiente para um capacidade para o fazer;
inquérito, o Procurador informará
b) O caso tiver sido objeto de
quem a tiver apresentado de tal
inquérito por um Estado com
entendimento. Tal não impede que
jurisdição sobre ele e tal Estado
o Procurador examine, à luz de
tenha decidido não dar seguimento
novos fatos ou provas, qualquer
ao procedimento criminal contra a
outra informação que lhe venha a
pessoa em causa, a menos que esta
ser comunicada sobre o mesmo
decisão resulte do fato de esse
caso.
Estado não ter vontade de
Artigo 16 proceder criminalmente ou da sua
incapacidade real para o fazer;
Adiamento do Inquérito e do
Procedimento Criminal c) A pessoa em causa já tiver
sido julgada pela conduta a que se
Nenhum inquérito ou
refere a denúncia, e não puder ser
procedimento crime poderá ter
julgada pelo Tribunal em virtude do
início ou prosseguir os seus termos,
disposto no parágrafo 3o do artigo
com base no presente Estatuto, por
20;
um período de doze meses a contar
d) O caso não for total ou substancial da respectiva
suficientemente grave para administração da justiça ou por
justificar a ulterior intervenção do indisponibilidade desta, não estará
Tribunal. em condições de fazer comparecer
o acusado, de reunir os meios de
2. A fim de determinar se há
prova e depoimentos necessários ou
ou não vontade de agir num
não estará, por outros motivos, em
determinado caso, o Tribunal,
condições de concluir o processo.
tendo em consideração as garantias
de um processo eqüitativo Artigo 18
reconhecidas pelo direito
Decisões Preliminares sobre
internacional, verificará a
Admissibilidade
existência de uma ou mais das
seguintes circunstâncias: 1. Se uma situação for
denunciada ao Tribunal nos termos
a) O processo ter sido
do artigo 13, parágrafo a), e o
instaurado ou estar pendente ou a
Procurador determinar que existem
decisão ter sido proferida no
fundamentos para abrir um
Estado com o propósito de subtrair
inquérito ou der início a um
a pessoa em causa à sua
inquérito de acordo com os artigos
responsabilidade criminal por crimes
13, parágrafo c) e 15, deverá
da competência do Tribunal, nos
notificar todos os Estados Partes e
termos do disposto no artigo 5o;
os Estados que, de acordo com a
b) Ter havido demora informação disponível, teriam
injustificada no processamento, a jurisdição sobre esses crimes. O
qual, dadas as circunstâncias, se Procurador poderá proceder à
mostra incompatível com a intenção notificação a título confidencial e,
de fazer responder a pessoa em sempre que o considere necessário
causa perante a justiça; com vista a proteger pessoas,
impedir a destruição de provas ou a
c) O processo não ter sido ou
fuga de pessoas, poderá limitar o
não estar sendo conduzido de
âmbito da informação a transmitir
maneira independente ou imparcial,
aos Estados.
e ter estado ou estar sendo
conduzido de uma maneira que, 2. No prazo de um mês após a
dadas as circunstâncias, seja recepção da referida notificação,
incompatível com a intenção de qualquer Estado poderá informar o
levar a pessoa em causa perante a Tribunal de que está procedendo,
justiça; ou já procedeu, a um inquérito
sobre nacionais seus ou outras
3. A fim de determinar se há
pessoas sob a sua jurisdição, por
incapacidade de agir num
atos que possam constituir crimes a
determinado caso, o Tribunal
que se refere o artigo 5o e digam
verificará se o Estado, por colapso
respeito à informação constante na
respectiva notificação. A pedido efetuar as investigações que
desse Estado, o Procurador considere necessárias para
transferirá para ele o inquérito preservar elementos de prova,
sobre essas pessoas, a menos que, a quando exista uma oportunidade
pedido do Procurador, o Juízo de única de obter provas relevantes ou
Instrução decida autorizar o um risco significativo de que essas
inquérito. provas possam não estar disponíveis
numa fase ulterior.
3. A transferência do inquérito
poderá ser reexaminada pelo 7. O Estado que tenha
Procurador seis meses após a data recorrido de uma decisão do Juízo
em que tiver sido decidida ou, a de Instrução nos termos do
todo o momento, quando tenha presente artigo poderá impugnar a
ocorrido uma alteração admissibilidade de um caso nos
significativa de circunstâncias, termos do artigo 19, invocando
decorrente da falta de vontade ou fatos novos relevantes ou uma
da incapacidade efetiva do Estado alteração significativa de
de levar a cabo o inquérito. circunstâncias.

4. O Estado interessado ou o Artigo 19


Procurador poderão interpor
Impugnação da Jurisdição do
recurso para o Juízo de Recursos
Tribunal ou da Admissibilidade do
da decisão proferida por um Juízo
Caso
de Instrução, tal como previsto no
artigo 82. Este recurso poderá 1. O Tribunal deverá certificar-
seguir uma forma sumária. se de que detém jurisdição sobre
todos os casos que lhe sejam
5. Se o Procurador transferir o
submetidos. O Tribunal poderá
inquérito, nos termos do parágrafo
pronunciar-se de ofício sobre a
2o, poderá solicitar ao Estado
admissibilidade do caso em
interessado que o informe
conformidade com o artigo 17.
periodicamente do andamento do
mesmo e de qualquer outro 2. Poderão impugnar a
procedimento subseqüente. Os admissibilidade do caso, por um dos
Estados Partes responderão a estes motivos referidos no artigo 17, ou
pedidos sem atrasos injustificados. impugnar a jurisdição do Tribunal:

6. O Procurador poderá, a) O acusado ou a pessoa


enquanto aguardar uma decisão a contra a qual tenha sido emitido um
proferir no Juízo de Instrução, ou mandado ou ordem de detenção ou
a todo o momento se tiver de comparecimento, nos termos do
transferido o inquérito nos termos artigo 58;
do presente artigo, solicitar ao
b) Um Estado que detenha o
tribunal de instrução, a título
poder de jurisdição sobre um caso,
excepcional, que o autorize a
pelo fato de o estar investigando ou admissibilidade de um caso ou da
julgando, ou por já o ter feito jurisdição do Tribunal será
antes; ou submetida ao Juízo de Instrução e,
após confirmação, ao Juízo de
c) Um Estado cuja aceitação
Julgamento em Primeira Instância.
da competência do Tribunal seja
Das decisões relativas à jurisdição
exigida, de acordo com o artigo 12.
ou admissibilidade caberá recurso
3. O Procurador poderá para o Juízo de Recursos, de
solicitar ao Tribunal que se acordo com o artigo 82.
pronuncie sobre questões de
7. Se a impugnação for feita
jurisdição ou admissibilidade. Nas
pelo Estado referido nas
ações relativas a jurisdição ou
alíneas b) e c) do parágrafo 2o, o
admissibilidade, aqueles que tiverem
Procurador suspenderá o inquérito
denunciado um caso ao abrigo do
até que o Tribunal decida em
artigo 13, bem como as vítimas,
conformidade com o artigo 17.
poderão também apresentar as suas
observações ao Tribunal. 8. Enquanto aguardar uma
decisão, o Procurador poderá
4. A admissibilidade de um
solicitar ao Tribunal autorização
caso ou a jurisdição do Tribunal só
para:
poderão ser impugnadas uma única
vez por qualquer pessoa ou Estado a) Proceder às investigações
a que se faz referência no necessárias previstas no parágrafo
parágrafo 2o. A impugnação deverá 6o do artigo 18;
ser feita antes do julgamento ou no
b) Recolher declarações ou o
seu início. Em circunstâncias
depoimento de uma testemunha ou
excepcionais, o Tribunal poderá
completar o recolhimento e o
autorizar que a impugnação se faça
exame das provas que tenha
mais de uma vez ou depois do início
iniciado antes da impugnação; e
do julgamento. As impugnações à
admissibilidade de um caso feitas no c) Impedir, em colaboração
início do julgamento, ou com os Estados interessados, a fuga
posteriormente com a autorização de pessoas em relação às quais já
do Tribunal, só poderão tenha solicitado um mandado de
fundamentar-se no disposto no detenção, nos termos do artigo 58.
parágrafo 1o, alínea c) do artigo 17.
9. A impugnação não afetará a
5. Os Estados a que se referem validade de nenhum ato realizado
as alíneas b) e c) do parágrafo 2o do pelo Procurador, nem de nenhuma
presente artigo deverão deduzir decisão ou mandado anteriormente
impugnação logo que possível. emitido pelo Tribunal.

6. Antes da confirmação da 10. Se o Tribunal tiver


acusação, a impugnação da declarado que um caso não é
admissível, de acordo com o artigo 7o ou 8o, a menos que o processo
17, o Procurador poderá pedir a nesse outro tribunal:
revisão dessa decisão, após se ter
a) Tenha tido por objetivo
certificado de que surgiram novos
subtrair o acusado à sua
fatos que invalidam os motivos
responsabilidade criminal por crimes
pelos quais o caso havia sido
da competência do Tribunal; ou
considerado inadmissível nos
termos do artigo 17. b) Não tenha sido conduzido
de forma independente ou
11. Se o Procurador, tendo em
imparcial, em conformidade com as
consideração as questões referidas
garantias de um processo eqüitativo
no artigo 17, decidir transferir um
reconhecidas pelo direito
inquérito, poderá pedir ao Estado
internacional, ou tenha sido
em questão que o mantenha
conduzido de uma maneira que, no
informado do seguimento do
caso concreto, se revele
processo. Esta informação deverá,
incompatível com a intenção de
se esse Estado o solicitar, ser
submeter a pessoa à ação da
mantida confidencial. Se o
justiça.
Procurador decidir,
posteriormente, abrir um inquérito, Artigo 21
comunicará a sua decisão ao Estado
Direito Aplicável
para o qual foi transferido o
processo. 1. O Tribunal aplicará:

Artigo 20 a) Em primeiro lugar, o


presente Estatuto, os Elementos
Ne bis in idem
Constitutivos do Crime e o
1. Salvo disposição contrária Regulamento Processual;
do presente Estatuto, nenhuma
b) Em segundo lugar, se for o
pessoa poderá ser julgada pelo
caso, os tratados e os princípios e
Tribunal por atos constitutivos de
normas de direito internacional
crimes pelos quais este já a tenha
aplicáveis, incluindo os princípios
condenado ou absolvido.
estabelecidos no direito
2. Nenhuma pessoa poderá ser internacional dos conflitos
julgada por outro tribunal por um armados;
crime mencionado no artigo 5°,
c) Na falta destes, os
relativamente ao qual já tenha sido
princípios gerais do direito que o
condenada ou absolvida pelo
Tribunal retire do direito interno
Tribunal.
dos diferentes sistemas jurídicos
3. O Tribunal não poderá julgar existentes, incluindo, se for o caso,
uma pessoa que já tenha sido o direito interno dos Estados que
julgada por outro tribunal, por atos exerceriam normalmente a sua
também punidos pelos artigos 6o, jurisdição relativamente ao crime,
sempre que esses princípios não interpretada a favor da pessoa
sejam incompatíveis com o presente objeto de inquérito, acusada ou
Estatuto, com o direito condenada.
internacional, nem com as normas e
3. O disposto no presente
padrões internacionalmente
artigo em nada afetará a tipificação
reconhecidos.
de uma conduta como crime nos
2. O Tribunal poderá aplicar termos do direito internacional,
princípios e normas de direito tal independentemente do presente
como já tenham sido por si Estatuto.
interpretados em decisões
Artigo 23
anteriores.
Nulla poena sine lege
3. A aplicação e interpretação
do direito, nos termos do presente Qualquer pessoa condenada
artigo, deverá ser compatível com pelo Tribunal só poderá ser punida
os direitos humanos em conformidade com as
internacionalmente reconhecidos, disposições do presente Estatuto.
sem discriminação alguma baseada
Artigo 24
em motivos tais como o gênero,
definido no parágrafo 3o do artigo Não retroatividade ratione
7o, a idade, a raça, a cor, a religião personae
ou o credo, a opinião política ou
1. Nenhuma pessoa será
outra, a origem nacional, étnica ou
considerada criminalmente
social, a situação econômica, o
responsável, de acordo com o
nascimento ou outra condição.
presente Estatuto, por uma
Capítulo III conduta anterior à entrada em
vigor do presente Estatuto.
Princípios Gerais de Direito Penal
2. Se o direito aplicável a um
Artigo 22
caso for modificado antes de
Nullum crimen sine leqe proferida sentença definitiva,
aplicar-se-á o direito mais favorável
1. Nenhuma pessoa será
à pessoa objeto de inquérito,
considerada criminalmente
acusada ou condenada.
responsável, nos termos do presente
Estatuto, a menos que a sua Artigo 25
conduta constitua, no momento em
Responsabilidade Criminal
que tiver lugar, um crime da
Individual
competência do Tribunal.
1. De acordo com o presente
2. A previsão de um crime será
Estatuto, o Tribunal será
estabelecida de forma precisa e não
competente para julgar as pessoas
será permitido o recurso à analogia.
físicas.
Em caso de ambigüidade, será
2. Quem cometer um crime da ii) Com o conhecimento da
competência do Tribunal será intenção do grupo de cometer o
considerado individualmente crime;
responsável e poderá ser punido de
e) No caso de crime de
acordo com o presente Estatuto.
genocídio, incitar, direta e
3. Nos termos do presente publicamente, à sua prática;
Estatuto, será considerado
f) Tentar cometer o crime
criminalmente responsável e poderá
mediante atos que contribuam
ser punido pela prática de um crime
substancialmente para a sua
da competência do Tribunal quem:
execução, ainda que não se venha a
a) Cometer esse crime consumar devido a circunstâncias
individualmente ou em conjunto ou alheias à sua vontade. Porém, quem
por intermédio de outrem, quer desistir da prática do crime, ou
essa pessoa seja, ou não, impedir de outra forma que este se
criminalmente responsável; consuma, não poderá ser punido em
conformidade com o presente
b) Ordenar, solicitar ou
Estatuto pela tentativa, se
instigar à prática desse crime, sob
renunciar total e voluntariamente
forma consumada ou sob a forma
ao propósito delituoso.
de tentativa;
4. O disposto no presente
c) Com o propósito de facilitar
Estatuto sobre a responsabilidade
a prática desse crime, for cúmplice
criminal das pessoas físicas em nada
ou encobridor, ou colaborar de
afetará a responsabilidade do
algum modo na prática ou na
Estado, de acordo com o direito
tentativa de prática do crime,
internacional.
nomeadamente pelo fornecimento
dos meios para a sua prática; Artigo 26

d) Contribuir de alguma outra Exclusão da Jurisdição


forma para a prática ou tentativa Relativamente a Menores de 18 anos
de prática do crime por um grupo
O Tribunal não terá jurisdição
de pessoas que tenha um objetivo
sobre pessoas que, à data da
comum. Esta contribuição deverá
alegada prática do crime, não
ser intencional e ocorrer, conforme
tenham ainda completado 18 anos
o caso:
de idade.
i) Com o propósito de levar a
Artigo 27
cabo a atividade ou o objetivo
criminal do grupo, quando um ou Irrelevância da Qualidade Oficial
outro impliquem a prática de um
1. O presente Estatuto será
crime da competência do Tribunal;
aplicável de forma igual a todas as
ou
pessoas sem distinção alguma
baseada na qualidade oficial. Em virtude das circunstâncias do
particular, a qualidade oficial de momento, deveria ter tido
Chefe de Estado ou de Governo, de conhecimento de que essas forças
membro de Governo ou do estavam a cometer ou preparavam-
Parlamento, de representante eleito se para cometer esses crimes; e
ou de funcionário público, em caso
ii) Esse chefe militar ou essa
algum eximirá a pessoa em causa de
pessoa não tenha adotado todas as
responsabilidade criminal nos
medidas necessárias e adequadas ao
termos do presente Estatuto, nem
seu alcance para prevenir ou
constituirá de per se motivo de
reprimir a sua prática, ou para levar
redução da pena.
o assunto ao conhecimento das
2. As imunidades ou normas de autoridades competentes, para
procedimento especiais decorrentes efeitos de inquérito e procedimento
da qualidade oficial de uma pessoa; criminal.
nos termos do direito interno ou do
b) Nas relações entre
direito internacional, não deverão
superiores hierárquicos e
obstar a que o Tribunal exerça a
subordinados, não referidos na
sua jurisdição sobre essa pessoa.
alínea a), o superior hierárquico
Artigo 28 será criminalmente responsável
pelos crimes da competência do
Responsabilidade dos Chefes
Tribunal que tiverem sido
Militares e Outros Superiores
cometidos por subordinados sob a
Hierárquicos
sua autoridade e controle efetivos,
Além de outras fontes de pelo fato de não ter exercido um
responsabilidade criminal previstas controle apropriado sobre esses
no presente Estatuto, por crimes da subordinados, quando:
competência do Tribunal:
a) O superior hierárquico teve
a) O chefe militar, ou a pessoa conhecimento ou deliberadamente
que atue efetivamente como chefe não levou em consideração a
militar, será criminalmente informação que indicava
responsável por crimes da claramente que os subordinados
competência do Tribunal que estavam a cometer ou se
tenham sido cometidos por forças preparavam para cometer esses
sob o seu comando e controle crimes;
efetivos ou sob a sua autoridade e
b) Esses crimes estavam
controle efetivos, conforme o caso,
relacionados com atividades sob a
pelo fato de não exercer um
sua responsabilidade e controle
controle apropriado sobre essas
efetivos; e
forças quando:
c) O superior hierárquico não
i) Esse chefe militar ou essa
adotou todas as medidas
pessoa tinha conhecimento ou, em
necessárias e adequadas ao seu "com conhecimento" deverão ser
alcance para prevenir ou reprimir a entendidas em conformidade.
sua prática ou para levar o assunto
Artigo 31
ao conhecimento das autoridades
competentes, para efeitos de Causas de Exclusão da
inquérito e procedimento criminal. Responsabilidade Criminal

Artigo 29 Sem prejuízo de outros


fundamentos para a exclusão de
Imprescritibilidade
responsabilidade criminal previstos
Os crimes da competência do no presente Estatuto, não será
Tribunal não prescrevem. considerada criminalmente
responsável a pessoa que, no
Artigo 30
momento da prática de determinada
Elementos Psicológicos conduta:

1. Salvo disposição em a) Sofrer de enfermidade ou


contrário, nenhuma pessoa poderá deficiência mental que a prive da
ser criminalmente responsável e capacidade para avaliar a ilicitude
punida por um crime da ou a natureza da sua conduta, ou
competência do Tribunal, a menos da capacidade para controlar essa
que atue com vontade de o conduta a fim de não violar a lei;
cometer e conhecimento dos seus
b) Estiver em estado de
elementos materiais.
intoxicação que a prive da
2. Para os efeitos do presente capacidade para avaliar a ilicitude
artigo, entende-se que atua ou a natureza da sua conduta, ou
intencionalmente quem: da capacidade para controlar essa
conduta a fim de não transgredir a
a) Relativamente a uma
lei, a menos que se tenha intoxicado
conduta, se propuser adotá-la;
voluntariamente em circunstâncias
b) Relativamente a um efeito que lhe permitiam ter conhecimento
do crime, se propuser causá-lo ou de que, em conseqüência da
estiver ciente de que ele terá lugar intoxicação, poderia incorrer numa
em uma ordem normal dos conduta tipificada como crime da
acontecimentos . competência do Tribunal, ou, de
que haveria o risco de tal suceder;
3. Nos termos do presente
artigo, entende-se por c) Agir em defesa própria ou
"conhecimento" a consciência de de terceiro com razoabilidade ou,
que existe uma circunstância ou de em caso de crimes de guerra, em
que um efeito irá ter lugar, em uma defesa de um bem que seja
ordem normal dos acontecimentos. essencial para a sua sobrevivência
As expressões "ter conhecimento" e ou de terceiro ou de um bem que
seja essencial à realização de uma
missão militar, contra o uso resultem do direito aplicável em
iminente e ilegal da força, de forma conformidade com o artigo 21. O
proporcional ao grau de perigo para processo de exame de um
si, para terceiro ou para os bens fundamento de exclusão deste tipo
protegidos. O fato de participar em será definido no Regulamento
uma força que realize uma Processual.
operação de defesa não será causa
Artigo 32
bastante de exclusão de
responsabilidade criminal, nos Erro de Fato ou Erro de Direito
termos desta alínea;
1. O erro de fato só excluirá a
d) Tiver incorrido numa responsabilidade criminal se eliminar
conduta que presumivelmente o dolo requerido pelo crime.
constitui crime da competência do
2. O erro de direito sobre se
Tribunal, em conseqüência de
determinado tipo de conduta
coação decorrente de uma ameaça
constitui crime da competência do
iminente de morte ou ofensas
Tribunal não será considerado
corporais graves para si ou para
fundamento de exclusão de
outrem, e em que se veja compelida
responsabilidade criminal. No
a atuar de forma necessária e
entanto, o erro de direito poderá
razoável para evitar essa ameaça,
ser considerado fundamento de
desde que não tenha a intenção de
exclusão de responsabilidade
causar um dano maior que aquele
criminal se eliminar o dolo
que se propunha evitar. Essa
requerido pelo crime ou se decorrer
ameaça tanto poderá:
do artigo 33 do presente Estatuto.
i) Ter sido feita por outras
Artigo 33
pessoas; ou
Decisão Hierárquica e Disposições
ii) Ser constituída por outras
Legais
circunstâncias alheias à sua
vontade. 1. Quem tiver cometido um
crime da competência do Tribunal,
2. O Tribunal determinará se os
em cumprimento de uma decisão
fundamentos de exclusão da
emanada de um Governo ou de um
responsabilidade criminal previstos
superior hierárquico, quer seja
no presente Estatuto serão
militar ou civil, não será isento de
aplicáveis no caso em apreço.
responsabilidade criminal, a menos
3. No julgamento, o Tribunal que:
poderá levar em consideração
a) Estivesse obrigado por lei a
outros fundamentos de exclusão da
obedecer a decisões emanadas do
responsabilidade criminal; distintos
Governo ou superior hierárquico
dos referidos no parágrafo 1o,
em questão;
sempre que esses fundamentos
b) Não tivesse conhecimento 3. A Presidência poderá, em
de que a decisão era ilegal; e função do volume de trabalho do
Tribunal, e após consulta dos seus
c) A decisão não fosse
membros, decidir periodicamente
manifestamente ilegal.
em que medida é que será
2. Para os efeitos do presente necessário que os restantes juízes
artigo, qualquer decisão de desempenhem as suas funções em
cometer genocídio ou crimes regime de exclusividade. Estas
contra a humanidade será decisões não prejudicarão o
considerada como manifestamente disposto no artigo 40.
ilegal.
4. Os ajustes de ordem
Capítulo IV financeira relativos aos juízes que
não tenham de exercer os
Composição e Administração do
respectivos cargos em regime de
Tribunal
exclusividade serão adotadas em
Artigo 34 conformidade com o disposto no
artigo 49.
Órgãos do Tribunal
Artigo 36
O Tribunal será composto
pelos seguintes órgãos: Qualificações, Candidatura e
Eleição dos Juízes
a) A Presidência;
1. Sob reserva do disposto no
b) Uma Seção de Recursos,
parágrafo 2o, o Tribunal será
uma Seção de Julgamento em
composto por 18 juízes.
Primeira Instância e uma Seção de
Instrução; 2. a) A Presidência, agindo em
nome do Tribunal, poderá propor o
c) O Gabinete do Procurador;
aumento do número de juízes
d) A Secretaria. referido no parágrafo
1o fundamentando as razões pelas
Artigo 35
quais considera necessária e
Exercício das Funções de Juiz apropriada tal medida. O Secretário
comunicará imediatamente a
1. Os juízes serão eleitos
proposta a todos os Estados Partes;
membros do Tribunal para exercer
funções em regime de exclusividade b) A proposta será
e deverão estar disponíveis para seguidamente apreciada em sessão
desempenhar o respectivo cargo da Assembléia dos Estados Partes
desde o início do seu mandato. convocada nos termos do artigo 112
e deverá ser considerada adotada
2. Os juízes que comporão a
se for aprovada na sessão por
Presidência desempenharão as suas
maioria de dois terços dos membros
funções em regime de exclusividade
da Assembléia dos Estados Partes;
desde a sua eleição.
a proposta entrará em vigor na data i) Reconhecida competência
fixada pela Assembléia dos Estados em direito penal e direito
Partes; processual penal e a necessária
experiência em processos penais na
c) i) Logo que seja aprovada a
qualidade de juiz, procurador,
proposta de aumento do número de
advogado ou outra função
juízes, de acordo com o disposto na
semelhante; ou
alínea b), a eleição dos juízes
adicionais terá lugar no período ii) Reconhecida competência
seguinte de sessões da Assembléia em matérias relevantes de direito
dos Estados Partes, nos termos dos internacional, tais como o direito
parágrafos 3o a 8o do presente internacional humanitário e os
artigo e do parágrafo 2o do artigo direitos humanos, assim como vasta
37; experiência em profissões jurídicas
com relevância para a função
ii) Após a aprovação e a
judicial do Tribunal;
entrada em vigor de uma proposta
de aumento do número de juízes, c) Os candidatos a juízes
de acordo com o disposto nas deverão possuir um excelente
alíneas b) e c) i), a Presidência conhecimento e serem fluentes em,
poderá, a qualquer momento, se o pelo menos, uma das línguas de
volume de trabalho do Tribunal trabalho do Tribunal.
assim o justificar, propor que o
4. a) Qualquer Estado Parte no
número de juízes seja reduzido, mas
presente Estatuto poderá propor
nunca para um número inferior ao
candidatos às eleições para juiz do
fixado no parágrafo 1o. A proposta
Tribunal mediante:
será apreciada de acordo com o
procedimento definido nas i) O procedimento previsto
alíneas a) e b). Caso a proposta seja para propor candidatos aos mais
aprovada, o número de juízes será altos cargos judiciais do país; ou
progressivamente reduzido, à
ii) O procedimento previsto no
medida que expirem os mandatos e
Estatuto da Corte Internacional de
até que se alcance o número
Justiça para propor candidatos a
previsto.
esse Tribunal.
3. a) Os juízes serão eleitos
As propostas de candidatura
dentre pessoas de elevada
deverão ser acompanhadas de uma
idoneidade moral, imparcialidade e
exposição detalhada comprovativa
integridade, que reunam os
de que o candidato possui os
requisitos para o exercício das mais
requisitos enunciados no parágrafo
altas funções judiciais nos seus
3o;
respectivos países.
b) Qualquer Estado
b) Os candidatos a juízes
Parte poderá apresentar uma
deverão possuir:
candidatura de uma pessoa que não convocada para esse efeito, nos
tenha necessariamente a sua termos do artigo 112. Sob reserva do
nacionalidade, mas que seja disposto no parágrafo 7, serão
nacional de um Estado Parte; eleitos os 18 candidatos que
obtenham o maior número de votos
c) A Assembléia dos Estados
e uma maioria de dois terços dos
Partes poderá decidir constituir, se
Estados Partes presentes e
apropriado, uma Comissão
votantes;
consultiva para o exame das
candidaturas, neste caso, a b) No caso em que da primeira
Assembléia dos Estados Partes votação não resulte eleito um
determinará a composição e o número suficiente de juízes,
mandato da Comissão. proceder-se-á a nova votação, de
acordo com os procedimentos
5. Para efeitos da eleição,
estabelecidos na alínea a), até
serão estabelecidas duas listas de
provimento dos lugares restantes.
candidatos:
7. O Tribunal não poderá ter
A lista A, com os nomes dos
mais de um juiz nacional do mesmo
candidatos que reúnam os
Estado. Para este efeito, a pessoa
requisitos enunciados na alínea b) i)
que for considerada nacional de
do parágrafo 3°; e
mais de um Estado será considerada
A lista B, com os nomes dos nacional do Estado onde exerce
candidatos que reúnam os habitualmente os seus direitos civis
requisitos enunciados na alínea b) ii) e políticos.
do parágrafo 3o.
8. a) Na seleção dos juízes, os
O candidato que reuna os Estados Partes ponderarão sobre a
requisitos constantes de ambas as necessidade de assegurar que a
listas, poderá escolher em qual composição do Tribunal inclua:
delas deseja figurar. Na primeira
i) A representação dos
eleição de membros do Tribunal,
principais sistemas jurídicos do
pelo menos nove juízes serão eleitos
mundo;
entre os candidatos da lista A e
pelo menos cinco entre os ii) Uma representação
candidatos da lista B. As eleições geográfica eqüitativa; e
subseqüentes serão organizadas por
iii) Uma representação justa de
forma a que se mantenha no
juízes do sexo feminino e do sexo
Tribunal uma proporção
masculino;
equivalente de juízes de ambas as
listas. b) Os Estados Partes levarão
igualmente em consideração a
6. a) Os juízes serão eleitos por
necessidade de assegurar a
escrutínio secreto, em sessão da
presença de juízes especializados
Assembléia dos Estados Partes
em determinadas matérias 2. O juiz eleito para prover uma
incluindo, entre outras, a violência vaga, concluirá o mandato do seu
contra mulheres ou crianças. antecessor e, se esse período for
igual ou inferior a três anos, poderá
9. a) Salvo o disposto na
ser reeleito para um mandato
alínea b), os juízes serão eleitos por
completo, nos termos do artigo 36.
um mandato de nove anos e não
poderão ser reeleitos, salvo o Artigo 38
disposto na alínea c) e no parágrafo
A Presidência
2o do artigo 37;
1. O Presidente, o Primeiro
b) Na primeira eleição, um
Vice-Presidente e o Segundo Vice-
terço dos juízes eleitos será
Presidente serão eleitos por maioria
selecionado por sorteio para
absoluta dos juízes. Cada um
exercer um mandato de três anos;
desempenhará o respectivo cargo
outro terço será selecionado,
por um período de três anos ou até
também por sorteio, para exercer
ao termo do seu mandato como juiz,
um mandato de seis anos; e os
conforme o que expirar em primeiro
restantes exercerão um mandato de
lugar. Poderão ser reeleitos uma
nove anos;
única vez.
c) Um juiz selecionado para
2. O Primeiro Vice-Presidente
exercer um mandato de três anos,
substituirá o Presidente em caso de
em conformidade com a alínea b),
impossibilidade ou recusa deste. O
poderá ser reeleito para um
Segundo Vice-Presidente
mandato completo.
substituirá o Presidente em caso de
10. Não obstante o disposto no impedimento ou recusa deste ou do
parágrafo 9, um juiz afeto a um Primeiro Vice-Presidente.
Juízo de Julgamento em Primeira
3. O Presidente, o Primeiro
Instância ou de Recurso, em
Vice-Presidente e o Segundo Vice-
conformidade com o artigo 39,
Presidente constituirão a
permanecerá em funções até à
Presidência, que ficará
conclusão do julgamento ou do
encarregada:
recurso dos casos que tiver a seu
cargo. a) Da adequada administração
do Tribunal, com exceção do
Artigo 37
Gabinete do Procurador; e
Vagas
b) Das restantes funções que
1. Caso ocorra uma vaga, lhe forem conferidas de acordo
realizar-se-á uma eleição para o seu com o presente Estatuto.
provimento, de acordo com o artigo
4. Embora eximindo-se da sua
36.
responsabilidade nos termos do
parágrafo 3o a), a Presidência atuará
em coordenação com o Gabinete do juízes da Seção de Julgamento em
Procurador e deverá obter a Primeira Instância;
aprovação deste em todos os
iii) As funções do Juízo de
assuntos de interesse comum.
Instrução serão desempenhadas por
Artigo 39 três juízes da Seção de Instrução
ou por um só juiz da referida
Juízos
Seção, em conformidade com o
1. Após a eleição dos juízes e presente Estatuto e com o
logo que possível, o Tribunal deverá Regulamento Processual;
organizar-se nas seções referidas no
c) Nada no presente número
artigo 34 b). A Seção de Recursos
obstará a que se constituam
será composta pelo Presidente e
simultaneamente mais de um Juízo
quatro juízes, a Seção de
de Julgamento em Primeira
Julgamento em Primeira Instância
Instância ou Juízo de Instrução,
por, pelo menos, seis juízes e a
sempre que a gestão eficiente do
Seção de Instrução por, pelo
trabalho do Tribunal assim o exigir.
menos, seis juízes. Os juízes serão
adstritos às Seções de acordo com 3. a) Os juízes adstritos às
a natureza das funções que Seções de Julgamento em Primeira
corresponderem a cada um e com as Instância e de Instrução
respectivas qualificações e desempenharão o cargo nessas
experiência, por forma a que cada Seções por um período de três anos
Seção disponha de um conjunto ou, decorrido esse período, até à
adequado de especialistas em conclusão dos casos que
direito penal e processual penal e lhes tenham sido cometidos pela
em direito internacional. A Seção respectiva Seção;
de Julgamento em Primeira
b) Os juízes adstritos à Seção
Instância e a Seção de Instrução
de Recursos desempenharão o
serão predominantemente
cargo nessa Seção durante todo o
compostas por juízes com
seu mandato.
experiência em processo penal.
4. Os juízes adstritos à Seção
2. a) As funções judiciais do
de Recursos desempenharão o
Tribunal serão desempenhadas em
cargo unicamente nessa Seção.
cada Seção pelos juízos.
Nada no presente artigo obstará a
b) i) O Juízo de Recursos será que sejam adstritos
composto por todos os juízes da temporariamente juízes da Seção
Seção de Recursos; de Julgamento em Primeira
Instância à Seção de Instrução, ou
ii) As funções do Juízo de
inversamente, se a Presidência
Julgamento em Primeira Instância
entender que a gestão eficiente do
serão desempenhadas por três
trabalho do Tribunal assim o exige;
porém, o juiz que tenha participado 2. a) Nenhum juiz pode
na fase instrutória não poderá, em participar num caso em que, por
caso algum, fazer parte do Juízo de qualquer motivo, seja posta em
Julgamento em Primeira Instância dúvida a sua imparcialidade. Será
encarregado do caso. desqualificado, em conformidade
com o disposto neste número, entre
Artigo 40
outras razões, se tiver intervindo
Independência dos Juízes anteriormente, a qualquer titulo,
em um caso submetido ao Tribunal
1. Os juízes serão
ou em um procedimento criminal
independentes no desempenho das
conexo em nível nacional que
suas funções.
envolva a pessoa objeto de
2. Os juízes não desenvolverão inquérito ou procedimento criminal.
qualquer atividade que possa ser Pode ser igualmente desqualificado
incompatível com o exercício das por qualquer outro dos motivos
suas funções judiciais ou prejudicar definidos no Regulamento
a confiança na sua independência. Processual;

3. Os juízes que devam b) O Procurador ou a pessoa


desempenhar os seus cargos em objeto de inquérito ou
regime de exclusividade na sede do procedimento criminal poderá
Tribunal não poderão ter qualquer solicitar a desqualificação de um
outra ocupação de natureza juiz em virtude do disposto no
profissional. presente número;

4. As questões relativas à c) As questões relativas à


aplicação dos parágrafo 2o e desqualificação de juízes serão
3o serão decididas por maioria decididas por maioria absoluta dos
absoluta dos juízes. Nenhum juiz juízes. O juiz cuja desqualificação
participará na decisão de uma for solicitada, poderá pronunciar-se
questão que lhe diga respeito. sobre a questão, mas não poderá
tomar parte na decisão.
Artigo 41
Artigo 42
Impedimento e Desqualificação de
Juízes O Gabinete do Procurador

1. A Presidência poderá, a 1. O Gabinete do Procurador


pedido de um juiz, declarar seu atuará de forma independente,
impedimento para o exercício de enquanto órgão autônomo do
alguma das funções que lhe confere Tribunal. Competir-lhe-á recolher
o presente Estatuto, em comunicações e qualquer outro
conformidade com o Regulamento tipo de informação, devidamente
Processual. fundamentada, sobre crimes da
competência do Tribunal, a fim de
os examinar e investigar e de candidatos para cada cargo de
exercer a ação penal junto ao Procurador-Adjunto a prover. A
Tribunal. Os membros do Gabinete menos que, ao tempo da eleição,
do Procurador não solicitarão nem seja fixado um período mais curto,
cumprirão ordens de fontes o Procurador e os Procuradores-
externas ao Tribunal. Adjuntos exercerão os respectivos
cargos por um período de nove anos
2. O Gabinete do Procurador
e não poderão ser reeleitos.
será presidido pelo Procurador, que
terá plena autoridade para dirigir e 5. O Procurador e os
administrar o Gabinete do Procuradores-Adjuntos não
Procurador, incluindo o pessoal, as deverão desenvolver qualquer
instalações e outros recursos. O atividade que possa interferir com
Procurador será coadjuvado por o exercício das suas funções ou
um ou mais Procuradores-Adjuntos, afetar a confiança na sua
que poderão desempenhar qualquer independência e não poderão
uma das funções que incumbam desempenhar qualquer outra
àquele, em conformidade com o função de caráter profissional.
disposto no presente Estatuto. O
6. A Presidência poderá, a
Procurador e os Procuradores-
pedido do Procurador ou de um
Adjuntos terão nacionalidades
Procurador-Adjunto, escusá-lo de
diferentes e desempenharão o
intervir num determinado caso.
respectivo cargo em regime de
exclusividade. 7. O Procurador e os
Procuradores-Adjuntos não
3. O Procurador e os
poderão participar em qualquer
Procuradores-Adjuntos deverão ter
processo em que, por qualquer
elevada idoneidade moral, elevado
motivo, a sua imparcialidade possa
nível de competência e vasta
ser posta em causa. Serão
experiência prática em matéria de
recusados, em conformidade com o
processo penal. Deverão possuir um
disposto no presente número, entre
excelente conhecimento e serem
outras razões, se tiverem intervindo
fluentes em, pelo menos, uma das
anteriormente, a qualquer título,
línguas de trabalho do Tribunal.
num caso submetido ao Tribunal ou
4. O Procurador será eleito por num procedimento crime conexo em
escrutínio secreto e por maioria nível nacional, que envolva a pessoa
absoluta de votos dos membros da objeto de inquérito ou
Assembléia dos Estados Partes. Os procedimento criminal.
Procuradores-Adjuntos serão
8. As questões relativas à
eleitos da mesma forma, de entre
recusa do Procurador ou de um
uma lista de candidatos
Procurador-Adjunto serão
apresentada pelo Procurador. O
decididas pelo Juízo de Recursos.
Procurador proporá três
a) A pessoa objeto de domínio de, pelo menos, uma das
inquérito ou procedimento criminal línguas de trabalho do Tribunal.
poderá solicitar, a todo o momento,
4. Os juízes elegerão o
a recusa do Procurador ou de um
Secretário em escrutínio secreto,
Procurador-Adjunto, pelos motivos
por maioria absoluta, tendo em
previstos no presente artigo;
consideração as recomendações da
b) O Procurador ou o Assembléia dos Estados Partes. Se
Procurador-Adjunto, segundo o necessário, elegerão um Secretário-
caso, poderão pronunciar-se sobre a Adjunto, por recomendação do
questão. Secretário e pela mesma forma.

9. O Procurador nomeará 5. O Secretário será eleito por


assessores jurídicos especializados um período de cinco anos para
em determinadas áreas incluindo, exercer funções em regime de
entre outras, as da violência sexual exclusividade e só poderá ser
ou violência por motivos reeleito uma vez. O Secretário-
relacionados com a pertença a um Adjunto será eleito por um período
determinado gênero e da violência de cinco anos, ou por um período
contra as crianças. mais curto se assim o decidirem os
juízes por deliberação tomada por
Artigo 43
maioria absoluta, e exercerá as suas
A Secretaria funções de acordo com as
exigências de serviço.
1. A Secretaria será
responsável pelos aspectos não 6. O Secretário criará, no
judiciais da administração e do âmbito da Secretaria, uma Unidade
funcionamento do Tribunal, sem de Apoio às Vítimas e Testemunhas.
prejuízo das funções e atribuições Esta Unidade, em conjunto com o
do Procurador definidas no artigo Gabinete do Procurador, adotará
42. medidas de proteção e dispositivos
de segurança e prestará assessoria e
2. A Secretaria será dirigida
outro tipo de assistência às
pelo Secretário, principal
testemunhas e vítimas que
responsável administrativo do
compareçam perante o Tribunal e a
Tribunal. O Secretário exercerá as
outras pessoas ameaçadas em
suas funções na dependência do
virtude do testemunho prestado
Presidente do Tribunal.
por aquelas. A Unidade incluirá
3. O Secretário e o Secretário- pessoal especializado para atender
Adjunto deverão ser pessoas de as vítimas de traumas,
elevada idoneidade moral e possuir nomeadamente os relacionados com
um elevado nível de competência e crimes de violência sexual.
um excelente conhecimento e
Artigo 44
O Pessoal Artigo 45

1. O Procurador e o Secretário Compromisso Solene


nomearão o pessoal qualificado
Antes de assumir as funções
necessário aos respectivos serviços,
previstas no presente Estatuto, os
nomeadamente, no caso do
juízes, o Procurador, os
Procurador, o pessoal encarregado
Procuradores-Adjuntos, o
de efetuar diligências no âmbito do
Secretário e o Secretário-Adjunto
inquérito.
declararão solenemente, em sessão
2. No tocante ao recrutamento pública,
de pessoal, o Procurador e o
que exercerão as suas funções
Secretário assegurarão os mais altos
imparcial e conscienciosamente.
padrões de eficiência, competência
e integridade, tendo em Artigo 46
consideração, mutatis mutandis, os
Cessação de Funções
critérios estabelecidos no parágrafo
8 do artigo 36. 1. Um Juiz, o Procurador, um
Procurador-Adjunto, o Secretário
3. O Secretário, com o acordo
ou o Secretário-Adjunto cessará as
da Presidência e do Procurador,
respectivas funções, por decisão
proporá o Estatuto do Pessoal, que
adotada de acordo com o disposto
fixará as condições de nomeação,
no parágrafo 2o, nos casos em que:
remuneração e cessação de
funções do pessoal do Tribunal. O a) Se conclua que a pessoa em
Estatuto do Pessoal será aprovado causa incorreu em falta grave ou
pela Assembléia dos Estados Partes. incumprimento grave das funções
conferidas pelo presente Estatuto,
4. O Tribunal poderá, em
de acordo com o previsto no
circunstâncias excepcionais,
Regulamento Processual; ou
recorrer aos serviços de pessoal
colocado à sua disposição, a título b) A pessoa em causa se
gratuito, pelos Estados Partes, encontre impossibilitada de
organizações intergovernamentais e desempenhar as funções definidas
organizações não governamentais, no presente Estatuto.
com vista a colaborar com qualquer
2. A decisão relativa à
um dos órgãos do Tribunal. O
cessação de funções de um juiz, do
Procurador poderá anuir a tal
Procurador ou de um Procurador-
eventualidade em nome do
Adjunto, de acordo com o
Gabinete do Procurador. A
parágrafo 1o, será adotada pela
utilização do pessoal disponibilizado
Assembléia dos Estados Partes em
a título gratuito ficará sujeita às
escrutínio secreto:
diretivas estabelecidas pela
Assembléia dos Estados Partes. a) No caso de um juiz, por
maioria de dois terços dos Estados
Partes, com base em recomendação em responsabilidade disciplinar nos
adotada por maioria de dois terços termos do Regulamento Processual.
dos restantes juízes;
Artigo 48
b) No caso do Procurador, por
Privilégios e Imunidades
maioria absoluta dos Estados
Partes; 1. O Tribunal gozará, no
território dos Estados Partes, dos
c) No caso de um Procurador-
privilégios e imunidades que se
Adjunto, por maioria absoluta dos
mostrem necessários ao
Estados Partes, com base na
cumprimento das suas funções.
recomendação do Procurador.
2. Os juízes, o Procurador, os
3. A decisão relativa à
Procuradores-Adjuntos e o
cessação de funções do Secretário
Secretário gozarão, no exercício
ou do Secretário-Adjunto, será
das suas funções ou em relação a
adotada por maioria absoluta de
estas, dos mesmos privilégios e
votos dos juízes.
imunidades reconhecidos aos
4. Os juízes, o Procurador, os chefes das missões diplomáticas,
Procuradores-Adjuntos, o continuando a usufruir de absoluta
Secretário ou o Secretário- imunidade judicial relativamente às
Adjunto, cuja conduta ou suas declarações, orais ou escritas,
idoneidade para o exercício das e aos atos que pratiquem no
funções inerentes ao cargo em desempenho de funções oficiais
conformidade com o presente após o termo do respectivo
Estatuto tiver sido contestada ao mandato.
abrigo do presente artigo, terão
3. O Secretário-Adjunto, o
plena possibilidade de apresentar e
pessoal do Gabinete do Procurador
obter meios de prova e produzir
e o pessoal da Secretaria gozarão
alegações de acordo com o
dos mesmos privilégios e imunidades
Regulamento Processual; não
e das facilidades necessárias ao
poderão, no entanto, participar, de
cumprimento das respectivas
qualquer outra forma, na
funções, nos termos do acordo
apreciação do caso.
sobre os privilégios e imunidades do
Artigo 47 Tribunal.

Medidas Disciplinares 4. Os advogados, peritos,


testemunhas e outras pessoas, cuja
Os juízes, o Procurador, os
presença seja requerida na sede do
Procuradores-Adjuntos, o
Tribunal, beneficiarão do
Secretário ou o Secretário-Adjunto
tratamento que se mostre
que tiverem cometido uma falta
necessário ao funcionamento
menos grave que a prevista no
adequado deste, nos termos do
parágrafo 1o do artigo 46 incorrerão
acordo sobre os privilégios e Tribunal, serão publicadas nas
imunidades do Tribunal. línguas oficiais. A Presidência, de
acordo com os critérios definidos
5. Os privilégios e imunidades
no Regulamento Processual,
poderão ser levantados:
determinará quais as decisões que
a) No caso de um juiz ou do poderão ser consideradas como
Procurador, por decisão adotada decisões sobre questões
por maioria absoluta dos juízes; fundamentais, para os efeitos do
presente parágrafo.
b) No caso do Secretário, pela
Presidência; 2. As línguas francesa e inglesa
serão as línguas de trabalho do
c) No caso dos Procuradores-
Tribunal. O Regulamento
Adjuntos e do pessoal do Gabinete
Processual definirá os casos em que
do Procurador, pelo Procurador;
outras línguas oficiais poderão ser
d) No caso do Secretário- usadas como línguas de trabalho.
Adjunto e do pessoal da Secretaria,
3. A pedido de qualquer Parte
pelo Secretário.
ou qualquer Estado que tenha sido
Artigo 49 admitido a intervir num processo, o
Tribunal autorizará o uso de uma
Vencimentos, Subsídios e Despesas
língua que não seja a francesa ou a
Os juízes, o Procurador, os inglesa, sempre que considere que
Procuradores-Adjuntos, o tal autorização se justifica.
Secretário e o Secretário-Adjunto
Artigo 51
auferirão os vencimentos e terão
direito aos subsídios e ao reembolso Regulamento Processual
de despesas que forem
1. O Regulamento Processual
estabelecidos em Assembléia dos
entrará em vigor mediante a sua
Estados Partes. Estes vencimentos
aprovação por uma maioria de dois
e subsídios não serão reduzidos no
terços dos votos dos membros da
decurso do mandato.
Assembléia dos Estados Partes.
Artigo 50
2. Poderão propor alterações
Línguas Oficiais e Línguas de ao Regulamento Processual:
Trabalho
a) Qualquer Estado Parte;
1. As línguas árabe, chinesa,
b) Os juízes, por maioria
espanhola, francesa, inglesa e russa
absoluta; ou
serão as línguas oficiais do
Tribunal. As sentenças proferidas c) O Procurador.
pelo Tribunal, bem como outras
Estas alterações entrarão em
decisões sobre questões
vigor mediante a aprovação por uma
fundamentais submetidas ao
maioria de dois terços dos votos
dos membros da Assembléia dos necessário ao normal
Estados partes. funcionamento do Tribunal.

3. Após a aprovação do 2. O Procurador e o Secretário


Regulamento Processual, em casos serão consultados sobre a
urgentes em que a situação elaboração do Regimento ou sobre
concreta suscitada em Tribunal não qualquer alteração que lhe seja
se encontre prevista no introduzida.
Regulamento Processual, os juízes
3. O Regimento do Tribunal e
poderão, por maioria de dois terços,
qualquer alteração posterior
estabelecer normas provisórias a
entrarão em vigor mediante a sua
serem aplicadas até que a
aprovação, salvo decisão em
Assembléia dos Estados Partes as
contrário dos juízes. Imediatamente
aprove, altere ou rejeite na sessão
após a adoção, serão circulados
ordinária ou extraordinária
pelos Estados Partes para
seguinte.
observações e continuarão em vigor
4. O Regulamento Processual, se, dentro de seis meses, não forem
e respectivas alterações, bem como formuladas objeções pela maioria
quaisquer normas provisórias, dos Estados Partes.
deverão estar em consonância com
Capítulo V
o presente Estatuto. As alterações
ao Regulamento Processual, assim Inquérito e Procedimento Criminal
como as normas provisórias
Artigo 53
aprovadas em conformidade com o
parágrafo 3o, não serão aplicadas Abertura do Inquérito
com caráter retroativo em
1. O Procurador, após
detrimento de qualquer pessoa que
examinar a informação de que
seja objeto de inquérito ou de
dispõe, abrirá um inquérito, a menos
procedimento criminal, ou que
que considere que, nos termos do
tenha sido condenada.
presente Estatuto, não existe
5. Em caso de conflito entre as fundamento razoável para proceder
disposições do Estatuto e as do ao mesmo. Na sua decisão, o
Regulamento Processual, o Procurador terá em conta se:
Estatuto prevalecerá.
a) A informação de que dispõe
Artigo 52 constitui fundamento razoável para
crer que foi, ou está sendo,
Regimento do Tribunal
cometido um crime da competência
1. De acordo com o presente do Tribunal;
Estatuto e com o Regulamento
b) O caso é ou seria admissível
Processual, os juízes aprovarão, por
nos termos do artigo 17; e
maioria absoluta, o Regimento
c) Tendo em consideração a 3. a) A pedido do Estado que
gravidade do crime e os interesses tiver submetido o caso, nos termos
das vítimas, não existirão, contudo, do artigo 14, ou do Conselho de
razões substanciais para crer que o Segurança, nos termos do
inquérito não serve os interesses da parágrafo b) do artigo 13, o Juízo de
justiça. Instrução poderá examinar a
decisão do Procurador de não
Se decidir que não há motivo
proceder criminalmente em
razoável para abrir um inquérito e
conformidade com os parágrafos
se esta decisão se basear
1o ou 2o e solicitar-lhe que
unicamente no disposto na
reconsidere essa decisão;
alínea c), o Procurador informará o
Juízo de Instrução. b) Além disso, o Juízo de
Instrução poderá, oficiosamente,
2. Se, concluído o inquérito, o
examinar a decisão do Procurador
Procurador chegar à conclusão de
de não proceder criminalmente, se
que não há fundamento suficiente
essa decisão se basear unicamente
para proceder criminalmente, na
no disposto no parágrafo 1o,
medida em que:
alínea c), e no parágrafo 2o,
a) Não existam elementos alínea c). Nesse caso, a decisão do
suficientes, de fato ou de direito, Procurador só produzirá efeitos se
para requerer a emissão de um confirmada pelo Juízo de
mandado de detenção ou Instrução.
notificação para comparência, de
4. O Procurador poderá, a
acordo com o artigo 58;
todo o momento, reconsiderar a sua
b) O caso seja inadmissível, de decisão de abrir um inquérito ou
acordo com o artigo 17; ou proceder criminalmente, com base
em novos fatos ou novas
c) O procedimento não serviria
informações.
o interesse da justiça, consideradas
todas as circunstâncias, tais como a Artigo 54
gravidade do crime, os interesses
Funções e Poderes do Procurador
das vítimas e a idade ou o estado de
em Matéria de Inquérito
saúde do presumível autor e o grau
de participação no alegado crime, 1. O Procurador deverá:
comunicará a sua decisão,
a) A fim de estabelecer a
devidamente fundamentada, ao
verdade dos fatos, alargar o
Juízo de Instrução e ao Estado que
inquérito a todos os fatos e provas
lhe submeteu o caso, de acordo
pertinentes para a determinação da
com o artigo 14, ou ao Conselho de
responsabilidade criminal, em
Segurança, se se tratar de um caso
conformidade com o presente
previsto no parágrafo b) do artigo
Estatuto e, para esse efeito,
13.
investigar, de igual modo, as
circunstâncias que interessam quer c) Procurar obter a
à acusação, quer à defesa; cooperação de qualquer Estado ou
organização intergovernamental ou
b) Adotar as medidas
instrumento intergovernamental, de
adequadas para assegurar a eficácia
acordo com a respectiva
do inquérito e do procedimento
competência e/ou mandato;
criminal relativamente aos crimes da
jurisdição do Tribunal e, na sua d) Celebrar acordos ou
atuação, o Procurador terá em convênios compatíveis com o
conta os interesses e a situação presente Estatuto, que se mostrem
pessoal das vítimas e testemunhas, necessários para facilitar a
incluindo a idade, o gênero tal como cooperação de um Estado, de uma
definido no parágrafo 3o do artigo organização intergovernamental ou
7o, e o estado de saúde; terá de uma pessoa;
igualmente em conta a natureza do
e) Concordar em não divulgar,
crime, em particular quando
em qualquer fase do processo,
envolva violência sexual, violência
documentos ou informação que
por motivos relacionados com a
tiver obtido, com a condição de
pertença a um determinado gênero
preservar o seu caráter
e violência contra as crianças; e
confidencial e com o objetivo único
c) Respeitar plenamente os de obter novas provas, a menos que
direitos conferidos às pessoas pelo quem tiver facilitado a informação
presente Estatuto. consinta na sua divulgação; e

2. O Procurador poderá f) Adotar ou requerer que se


realizar investigações no âmbito de adotem as medidas necessárias para
um inquérito no território de um assegurar o caráter confidencial da
Estado: informação, a proteção de pessoas
ou a preservação da prova.
a) De acordo com o disposto
na Parte IX; ou Artigo 55

b) Mediante autorização do Direitos das Pessoas no Decurso do


Juízo de Instrução, dada nos Inquérito
termos do parágrafo 3o, alínea d), do
1. No decurso de um inquérito
artigo 57.
aberto nos termos do presente
3. O Procurador poderá: Estatuto:

a) Reunir e examinar provas; a) Nenhuma pessoa poderá ser


obrigada a depor contra si própria
b) Convocar e interrogar
ou a declarar-se culpada;
pessoas objeto de inquérito e
convocar e tomar o depoimento de b) Nenhuma pessoa poderá ser
vítimas e testemunhas; submetida a qualquer forma de
coação, intimidação ou ameaça,
tortura ou outras formas de penas o tiver, a solicitar que lhe seja
ou tratamentos cruéis, desumanos designado um defensor dativo, em
ou degradantes; e todas as situações em que o
interesse da justiça assim o exija e
c) Qualquer pessoa que for
sem qualquer encargo se não
interrogada numa língua que não
possuir meios suficientes para lhe
compreenda ou não fale
pagar; e
fluentemente, será assistida,
gratuitamente, por um intérprete d) A ser interrogada na
competente e disporá das presença do seu advogado, a menos
traduções que são necessárias às que tenha renunciado
exigências de equidade; voluntariamente ao direito de ser
assistida por um advogado.
d) Nenhuma pessoa poderá ser
presa ou detida arbitrariamente, Artigo 56
nem ser privada da sua liberdade,
Intervenção do Juízo de Instrução
salvo pelos motivos previstos no
em Caso de Oportunidade Única
presente Estatuto e em
conformidade com os de Proceder a um Inquérito
procedimentos nele estabelecidos.
1. a) Sempre que considere que
2. Sempre que existam motivos um inquérito oferece uma
para crer que uma pessoa cometeu oportunidade única de recolher
um crime da competência do depoimentos ou declarações de
Tribunal e que deve ser interrogada uma testemunha ou de examinar,
pelo Procurador ou pelas reunir ou verificar provas, o
autoridades nacionais, em virtude Procurador comunicará esse fato
de um pedido feito em ao Juízo de Instrução;
conformidade com o disposto na
b) Nesse caso, o Juízo de
Parte IX do presente Estatuto, essa
Instrução, a pedido do Procurador,
pessoa será .informada, antes do
poderá adotar as medidas que
interrogatório, de que goza ainda
entender necessárias para assegurar
dos seguintes direitos:
a eficácia e a integridade do
a) A ser informada antes de ser processo e, em particular, para
interrogada de que existem indícios proteger os direitos de defesa;
de que cometeu um crime da
c) Salvo decisão em contrário
competência do Tribunal;
do Juízo de Instrução, o
b) A guardar silêncio, sem que Procurador transmitirá a
tal seja tido em consideração para informação relevante à pessoa que
efeitos de determinação da sua tenha sido detida, ou que tenha
culpa ou inocência; comparecido na seqüência de
notificação emitida no âmbito do
c) A ser assistida por um
inquérito a que se refere a alínea a),
advogado da sua escolha ou, se não
para que possa ser ouvida sobre a medidas serão necessárias para
matéria em causa. preservar meios de prova que lhe
pareçam essenciais para a defesa no
2. As medidas a que se faz
julgamento, o Juízo consultará o
referência na alínea b) do parágrafo
Procurador a fim de saber se
1o poderão consistir em:
existem motivos poderosos para
a) Fazer recomendações ou este não requerer as referidas
proferir despachos sobre o medidas. Se, após consulta, o Juízo
procedimento a seguir; concluir que a omissão de
requerimento de tais medidas é
b) Ordenar que seja lavrado o
injustificada, poderá adotar essas
processo;
medidas de ofício.
c) Nomear um perito;
b) O Procurador poderá
d) Autorizar o advogado de recorrer da decisão do Juízo de
defesa do detido, ou de quem tiver Instrução de ofício, nos termos do
comparecido no Tribunal na presente número. O recurso seguirá
seqüência de notificação, a uma forma sumária.
participar no processo ou, no caso
4. A admissibilidade dos meios
dessa detenção ou comparecimento
de prova preservados ou recolhidos
não se ter ainda verificado ou não
para efeitos do processo ou o
tiver ainda sido designado
respectivo registro, em
advogado, a nomear outro defensor
conformidade com o presente
que se encarregará dos interesses
artigo, reger-se-ão, em julgamento,
da defesa e os representará;
pelo disposto no artigo 69, e terão o
e) Encarregar um dos seus valor que lhes for atribuído pelo
membros ou, se necessário, outro Juízo de Julgamento em Primeira
juiz disponível da Seção de Instância.
Instrução ou da Seção de
Artigo 57
Julgamento em Primeira Instância,
de formular recomendações ou Funções e Poderes do Juízo de
proferir despachos sobre o Instrução
recolhimento e a preservação de
1. Salvo disposição em
meios de prova e a inquirição de
contrário contida no presente
pessoas;
Estatuto, o Juízo de Instrução
f) Adotar todas as medidas exercerá as suas funções em
necessárias para reunir ou preservar conformidade com o presente
meios de prova. artigo.

3. a) Se o Procurador não tiver 2. a) Para os despachos do


solicitado as medidas previstas no Juízo de Instrução proferidos ao
presente artigo mas o Juízo de abrigo dos artigos 15, 18, 19, 54,
Instrução considerar que tais parágrafo 2o, 61, parágrafo 7, e 72,
deve concorrer maioria de votos informação que afete a segurança
dos juízes que o compõem; nacional;

b) Em todos os outros casos, d) Autorizar o Procurador a


um único juiz do Juízo de adotar medidas específicas no
Instrução poderá exercer as âmbito de um inquérito, no
funções definidas no presente território de um Estado Parte sem
Estatuto, salvo disposição em ter obtido a cooperação deste nos
contrário contida no Regulamento termos do disposto na Parte IX,
Processual ou decisão em contrário caso o Juízo de Instrução
do Juízo de Instrução tomada por determine que, tendo em
maioria de votos. consideração, na medida do
possível, a posição do referido
3. Independentemente das
Estado, este último não está
outras funções conferidas pelo
manifestamente em condições de
presente Estatuto, o Juízo de
satisfazer um pedido de
Instrução poderá:
cooperação face à incapacidade de
a) A pedido do Procurador, todas as autoridades ou órgãos do
proferir os despachos e emitir os seu sistema judiciário com
mandados que se revelem competência para dar seguimento a
necessários para um inquérito; um pedido de cooperação
formulado nos termos do disposto
b) A pedido de qualquer
na Parte IX.
pessoa que tenha sido detida ou
tenha comparecido na seqüência de e) Quando tiver emitido um
notificação expedida nos termos do mandado de detenção ou uma
artigo 58, proferir despachos, notificação para comparecimento
incluindo medidas tais como as nos termos do artigo 58, e levando
indicadas no artigo 56, ou procurar em consideração o valor das provas
obter, nos termos do disposto na e os direitos das partes em questão,
Parte IX, a cooperação necessária em conformidade com o disposto no
para auxiliar essa pessoa a preparar presente Estatuto e no
a sua defesa; Regulamento Processual, procurar
obter a cooperação dos Estados,
c) Sempre que necessário,
nos termos do parágrafo 1o,
assegurar a proteção e o respeito
alínea k) do artigo 93, para adoção
pela privacidade de vítimas e
de medidas cautelares que visem à
testemunhas, a preservação da
apreensão, em particular no
prova, a proteção de pessoas
interesse superior das vítimas.
detidas ou que tenham
comparecido na seqüência de Artigo 58
notificação para comparecimento,
Mandado de Detenção e
assim como a proteção de
Notificação para Comparecimento
do Juízo de Instrução
1. A todo o momento após a d) Um resumo das provas e de
abertura do inquérito, o Juízo de qualquer outra informação que
Instrução poderá, a pedido do constitua motivo suficiente para
Procurador, emitir um mandado de crer que a pessoa cometeu o crime;
detenção contra uma pessoa se, e
após examinar o pedido e as provas
e) Os motivos pelos quais o
ou outras informações submetidas
Procurador considere necessário
pelo Procurador, considerar que:
proceder à detenção daquela
a) Existem motivos suficientes pessoa.
para crer que essa pessoa cometeu
3. Do mandado de detenção
um crime da competência do
deverão constar os seguintes
Tribunal; e
elementos:
b) A detenção dessa pessoa se
a) O nome da pessoa em causa
mostra necessária para:
e qualquer outro elemento útil de
i) Garantir o seu identificação;
comparecimento em tribunal;
b) A referência precisa do
ii) Garantir que não obstruirá, crime da competência do Tribunal
nem porá em perigo, o inquérito ou que justifique o pedido de
a ação do Tribunal; ou detenção; e

iii) Se for o caso, impedir que a c) Uma descrição sucinta dos


pessoa continue a cometer esse fatos que alegadamente constituem
crime ou um crime conexo que seja o crime.
da competência do Tribunal e tenha
4. O mandado de detenção
a sua origem nas mesmas
manter-se-á válido até decisão em
circunstâncias.
contrário do Tribunal.
2. Do requerimento do
5. Com base no mandado de
Procurador deverão constar os
detenção, o Tribunal poderá
seguintes elementos:
solicitar a prisão preventiva ou a
a) O nome da pessoa em causa detenção e entrega da pessoa em
e qualquer outro elemento útil de conformidade com o disposto na
identificação; Parte IX do presente Estatuto.

b) A referência precisa do 6. O Procurador poderá


crime da competência do Tribunal solicitar ao Juízo de Instrução que
que a pessoa tenha altere o mandado de detenção no
presumivelmente cometido; sentido de requalificar os crimes aí
indicados ou de adicionar outros. O
c) Uma descrição sucinta dos
Juízo de Instrução alterará o
fatos que alegadamente constituem
mandado de detenção se considerar
o crime;
que existem motivos suficientes
para crer que a pessoa cometeu Procedimento de Detenção no
quer os crimes na forma que se Estado da Detenção
indica nessa requalificação, quer os
1. O Estado Parte que receber
novos crimes.
um pedido de prisão preventiva ou
7. O Procurador poderá de detenção e entrega, adotará
solicitar ao Juízo de Instrução que, imediatamente as medidas
em vez de um mandado de necessárias para proceder à
detenção, emita uma notificação detenção, em conformidade com o
para comparecimento. Se o Juízo respectivo direito interno e com o
considerar que existem motivos disposto na Parte IX.
suficientes para crer que a pessoa
2. O detido será imediatamente
cometeu o crime que lhe é
levado à presença da autoridade
imputado e que uma notificação
judiciária competente do Estado da
para comparecimento será
detenção que determinará se, de
suficiente para garantir a sua
acordo com a legislação desse
presença efetiva em tribunal,
Estado:
emitirá uma notificação para que a
pessoa compareça, com ou sem a a) O mandado de detenção é
imposição de medidas restritivas de aplicável à pessoa em causa;
liberdade (distintas da detenção) se
b) A detenção foi executada
previstas no direito interno. Da
de acordo com a lei;
notificação para comparecimento
deverão constar os seguintes c) Os direitos do detido foram
elementos: respeitados,

a) O nome da pessoa em causa 3. O detido terá direito a


e qualquer outro elemento útil de solicitar à autoridade competente
identificação; do Estado da detenção autorização
para aguardar a sua entrega em
b) A data de comparecimento;
liberdade.
c) A referência precisa ao
4. Ao decidir sobre o pedido, a
crime da competência do Tribunal
autoridade competente do Estado
que a pessoa alegadamente tenha
da detenção determinará se, em
cometido; e
face da gravidade dos crimes
d) Uma descrição sucinta dos imputados, se verificam
fatos que alegadamente constituem circunstâncias urgentes e
o crime. excepcionais que justifiquem a
liberdade provisória e se existem as
Esta notificação será
garantias necessárias para que o
diretamente feita à pessoa em
Estado de detenção possa cumprir
causa.
a sua obrigação de entregar a
Artigo 59 pessoa ao Tribunal. Essa autoridade
não terá competência para solicitar autorização para aguardar
examinar se o mandado de o julgamento em liberdade.
detenção foi regularmente emitido,
2. A pessoa objeto de um
nos termos das alíneas a) e b) do
mandado de detenção poderá
parágrafo 1o do artigo 58.
solicitar autorização para aguardar
5. O pedido de liberdade julgamento em liberdade. Se o Juízo
provisória será notificado ao Juízo de Instrução considerar verificadas
de Instrução, o qual fará as condições enunciadas no
recomendações à autoridade parágrafo 1o do artigo 58, a
competente do Estado da detenção será mantida. Caso
detenção. Antes de tomar uma contrário, a pessoa será posta em
decisão, a autoridade competente liberdade, com ou sem condições.
do Estado da detenção terá em
3. O Juízo de Instrução
conta essas recomendações,
reexaminará periodicamente a sua
incluindo as relativas a medidas
decisão quanto à liberdade
adequadas para impedir a fuga da
provisória ou à detenção, podendo
pessoa.
fazê-lo a todo o momento, a pedido
6. Se a liberdade provisória for do Procurador ou do interessado.
concedida, o Juízo de Instrução Ao tempo da revisão, o Juízo
poderá solicitar informações poderá modificar a sua decisão
periódicas sobre a situação de quanto à detenção, à liberdade
liberdade provisória. provisória ou às condições desta, se
considerar que a alteração das
7. Uma vez que o Estado da
circunstâncias o justifica.
detenção tenha ordenado a
entrega, o detido será colocado, o 4. O Juízo de Instrução
mais rapidamente possível, à certificar-se-á de que a detenção
disposição do Tribunal. não será prolongada por período
não razoável devido a demora
Artigo 60
injustificada por parte do
Início da Fase Instrutória Procurador. Caso se produza a
referida demora, o Tribunal
1. Logo que uma pessoa seja
considerará a possibilidade de por o
entregue ao Tribunal ou nele
interessado em liberdade, com ou
compareça voluntariamente em
sem condições.
cumprimento de uma notificação
para comparecimento, o Juízo de 5. Se necessário, o Juízo de
Instrução deverá assegurar-se de Instrução poderá emitir um
que essa pessoa foi informada dos mandado de detenção para garantir
crimes que lhe são imputados e dos o comparecimento de uma pessoa
direitos que o presente Estatuto que tenha sido posta em liberdade.
lhe confere, incluindo o direito de
Artigo 61
Apreciação da Acusação Antes do 3. Num prazo razoável antes da
Julgamento audiência, o acusado:

1. Salvo o disposto no a) Receberá uma cópia do


parágrafo 2o, e em um prazo documento especificando os fatos
razoável após a entrega da pessoa constantes da acusação com base
ao Tribunal ou ao seu nos quais o Procurador pretende
comparecimento voluntário perante requerer o julgamento; e
este, o Juízo de Instrução realizará
b) Será informado das provas
uma audiência para apreciar os
que o Procurador pretende
fatos constantes da acusação com
apresentar em audiência.
base nos quais o Procurador
pretende requerer o julgamento. A O Juízo de Instrução poderá
audiência ocorrerá lugar na proferir despacho sobre a
presença do Procurador e do divulgação de informação para
acusado, assim como do defensor efeitos da audiência.
deste.
4. Antes da audiência, o
2. O Juízo de Instrução, de Procurador poderá reabrir o
ofício ou a pedido do Procurador, inquérito e alterar ou retirar parte
poderá realizar a audiência na dos fatos constantes da acusação.
ausência do acusado, a fim de O acusado será notificado de
apreciar os fatos constantes da qualquer alteração ou retirada em
acusação com base nos quais o tempo razoável, antes da realização
Procurador pretende requerer o da audiência. No caso de retirada
julgamento, se o acusado: de parte dos fatos constantes da
acusação, o Procurador informará
a) Tiver renunciado ao seu
o Juízo de Instrução dos motivos
direito a estar presente; ou
da mesma.
b) Tiver fugido ou não for
5. Na audiência, o Procurador
possível encontrá-lo, tendo sido
produzirá provas satisfatórias dos
tomadas todas as medidas razoáveis
fatos constantes da acusação, nos
para assegurar o seu
quais baseou a sua convicção de
comparecimento em Tribunal e para
que o acusado cometeu o crime
o informar dos fatos constantes da
que lhe é imputado. O Procurador
acusação e da realização de uma
poderá basear-se em provas
audiência para apreciação dos
documentais ou um resumo das
mesmos.
provas, não sendo obrigado a
Neste caso, o acusado será chamar as testemunhas que irão
representado por um defensor, se o depor no julgamento.
Juízo de Instrução decidir que tal
6. Na audiência, o acusado
servirá os interesses da justiça.
poderá:
a) Contestar as acusações; Juízo de Instrução, não obstará a
que o Procurador solicite
b) Impugnar as provas
novamente a sua apreciação, na
apresentadas pelo Procurador; e
condição de apresentar provas
c) Apresentar provas. adicionais.

7. Com base nos fatos 9. Tendo os fatos constantes


apreciados durante a audiência, o da acusação sido declarados
Juízo de Instrução decidirá se procedentes, e antes do início do
existem provas suficientes de que o julgamento, o Procurador poderá,
acusado cometeu os crimes que lhe mediante autorização do Juízo de
são imputados. De acordo com essa Instrução e notificação prévia do
decisão, o Juízo de Instrução: acusado, alterar alguns fatos
constantes da acusação. Se o
a) Declarará procedente a
Procurador pretender acrescentar
acusação na parte relativamente à
novos fatos ou substituí-los por
qual considerou terem sido
outros de natureza mais grave,
reunidas provas suficientes e
deverá, nos termos do preserve
remeterá o acusado para o juízo de
artigo, requerer uma audiência para
Julgamento em Primeira Instância, a
a respectiva apreciação. Após o
fim de aí ser julgado pelos fatos
início do julgamento, o Procurador
confirmados;
poderá retirar a acusação, com
b) Não declarará procedente a autorização do Juízo de Instrução.
acusação na parte relativamente à
10. Qualquer mandado emitido
qual considerou não terem sido
deixará de ser válido relativamente
reunidas provas suficientes;
aos fatos constantes da acusação
c) Adiará a audiência e que tenham sido declarados não
solicitará ao Procurador que procedentes pelo Juízo de
considere a possibilidade de: Instrução ou que tenham sido
retirados pelo Procurador.
i) Apresentar novas provas ou
efetuar novo inquérito 11. Tendo a acusação sido
relativamente a um determinado declarada procedente nos termos
fato constante da acusação; ou do presente artigo, a Presidência
designará um Juízo de Julgamento
ii) Modificar parte da
em Primeira Instância que, sob
acusação, se as provas reunidas
reserva do disposto no parágrafo 9
parecerem indicar que um crime
do presente artigo e no parágrafo
distinto, da competência do
4o do artigo 64, se encarregará da
Tribunal, foi cometido.
fase seguinte do processo e poderá
8. A declaração de não exercer as funções do Juízo de
procedência relativamente a parte Instrução que se mostrem
de uma acusação, proferida pelo
pertinentes e apropriadas nessa conformidade com o presente
fase do processo. Estatuto e o Regulamento
Processual.
Capítulo VI
2. O Juízo de Julgamento em
O Julgamento
Primeira Instância zelará para que o
Artigo 62 julgamento seja conduzido de
maneira eqüitativa e célere, com
Local do Julgamento
total respeito dos direitos do
Salvo decisão em contrário, o acusado e tendo em devida conta a
julgamento terá lugar na sede do proteção das vítimas e
Tribunal. testemunhas.

Artigo 63 3. O Juízo de Julgamento em


Primeira Instância a que seja
Presença do Acusado em
submetido um caso nos termos do
Julgamento
presente Estatuto:
1. O acusado estará presente
a) Consultará as partes e
durante o julgamento.
adotará as medidas necessárias para
2. Se o acusado, presente em que o processo se desenrole de
tribunal, perturbar maneira eqüitativa e célere;
persistentemente a audiência, o
b) Determinará qual a língua,
Juízo de Julgamento em Primeira
ou quais as línguas, a utilizar no
Instância poderá ordenar a sua
julgamento; e
remoção da sala e providenciar para
que acompanhe o processo e dê c) Sob reserva de qualquer
instruções ao seu defensor a partir outra disposição pertinente do
do exterior da mesma, utilizando, se presente Estatuto, providenciará
necessário, meios técnicos de pela revelação de quaisquer
comunicação. Estas medidas só documentos ou da informação que
serão adotadas em circunstâncias não tenha sido divulgada
excepcionais e pelo período anteriormente, com suficiente
estritamente necessário, após se antecedência relativamente ao
terem esgotado outras início do julgamento, a fim de
possibilidades razoáveis. permitir a sua preparação adequada
para o julgamento.
Artigo 64
4. O Juízo de Julgamento em
Funções e Poderes do Juízo de
Primeira Instância poderá, se
Julgamento em Primeira Instância
mostrar necessário para o seu
1. As funções e poderes do funcionamento eficaz e imparcial,
Juízo de Julgamento em Primeira remeter questões preliminares ao
Instância, enunciadas no presente Juízo de Instrução ou, se
artigo, deverão ser exercidas em
necessário, a um outro juiz 7. A audiência de julgamento
disponível da Seção de Instrução. será pública. No entanto, o Juízo
de Julgamento em Primeira
5. Mediante notificação às
Instância poderá decidir que
partes, o Juízo de Julgamento em
determinadas diligências se efetuem
Primeira Instância poderá,
à porta fechada, em conformidade
conforme se lhe afigure mais
com os objetivos enunciados no
adequado, ordenar que as
artigo 68 ou com vista a proteger
acusações contra mais de um
informação de caráter confidencial
acusado sejam deduzidas conjunta
ou restrita que venha a ser
ou separadamente.
apresentada como prova.
6. No desempenho das suas
8. a) No início da audiência de
funções, antes ou no decurso de
julgamento, o Juízo de Julgamento
um julgamento, o Juízo de
em Primeira Instância ordenará a
Julgamento em Primeira Instância
leitura ao acusado, dos fatos
poderá, se necessário:
constantes da acusação
a) Exercer qualquer uma das previamente confirmados pelo
funções do Juízo de Instrução Juízo de Instrução. O Juízo de
consignadas no parágrafo 11 do Julgamento em Primeira Instância
artigo 61; deverá certificar-se de que o
acusado compreende a natureza
b) Ordenar a comparência e a
dos fatos que lhe são imputados e
audição de testemunhas e a
dar-lhe a oportunidade de os
apresentação de documentos e
confessar, de acordo com o
outras provas, obtendo para tal, se
disposto no artigo 65, ou de se
necessário, o auxílio de outros
declarar inocente;
Estados, conforme previsto no
presente Estatuto; b) Durante o julgamento, o juiz
presidente poderá dar instruções
c) Adotar medidas para a
sobre a condução da audiência,
proteção da informação
nomeadamente para assegurar que
confidencial;
esta se desenrole de maneira
d) Ordenar a apresentação de eqüitativa e imparcial. Salvo
provas adicionais às reunidas antes qualquer orientação do juiz
do julgamento ou às apresentadas presidente, as partes poderão
no decurso do julgamento pelas apresentar provas em conformidade
partes; com as disposições do presente
Estatuto.
e) Adotar medidas para a
proteção do acusado, testemunhas 9. O Juízo de Julgamento em
e vítimas; e Primeira Instância poderá, inclusive,
de ofício ou a pedido de uma das
f) Decidir sobre qualquer
partes, a saber:
outra questão pertinente.
a) Decidir sobre a iii) De quaisquer outros meios
admissibilidade ou pertinência das de prova, tais como depoimentos de
provas; e testemunhas, apresentados pelo
Procurador ou pelo acusado.
b) Tomar todas as medidas
necessárias para manter a ordem na 2. Se o Juízo de Julgamento
audiência. em Primeira Instância estimar que
estão reunidas as condições
10. O Juízo de Julgamento em
referidas no parágrafo 1o,
Primeira Instância providenciará
considerará que a confissão,
para que o Secretário proceda a um
juntamente com quaisquer provas
registro completo da audiência de
adicionais produzidas, constitui um
julgamento onde sejam fielmente
reconhecimento de todos os
relatadas todas as diligências
elementos essenciais constitutivos
efetuadas, registro que deverá
do crime pelo qual o acusado se
manter e preservar.
declarou culpado e poderá
Artigo 65 condená-lo por esse crime.

Procedimento em Caso de 3. Se o Juízo de Julgamento


Confissão em Primeira Instância estimar que
não estão reunidas as condições
1. Se o acusado confessar nos
referidas no parágrafo 1o,
termos do parágrafo 8, alínea a), do
considerará a confissão como não
artigo 64, o Juízo de Julgamento em
tendo tido lugar e, nesse caso,
Primeira Instância apurará:
ordenará que o julgamento prossiga
a) Se o acusado compreende a de acordo com o procedimento
natureza e as conseqüências da sua comum estipulado no presente
confissão; Estatuto, podendo transmitir o
processo a outro Juízo de
b) Se essa confissão foi feita
Julgamento em Primeira Instância.
livremente, após devida consulta ao
seu advogado de defesa; e 4. Se o Juízo de Julgamento
em Primeira Instância considerar
c) Se a confissão é
necessária, no interesse da justiça,
corroborada pelos fatos que
e em particular no interesse das
resultam:
vítimas, uma explanação mais
i) Da acusação deduzida pelo detalhada dos fatos integrantes do
Procurador e aceita pelo acusado; caso, poderá:

ii) De quaisquer meios de prova a) Solicitar ao Procurador que


que confirmam os fatos constantes apresente provas adicionais,
da acusação deduzida pelo incluindo depoimentos de
Procurador e aceita testemunhas; ou
pelo acusado; e
b) Ordenar que o processo mínimas, em situação de plena
prossiga de acordo com o igualdade:
procedimento comum estipulado no
a) A ser informado, sem
presente Estatuto, caso em que
demora e de forma detalhada, numa
considerará a confissão como não
língua que compreenda e fale
tendo tido lugar e poderá transmitir
fluentemente, da natureza, motivo
o processo a outro Juízo de
e conteúdo dos fatos que lhe são
Julgamento em Primeira Instância.
imputados;
5. Quaisquer consultas entre o
b) A dispor de tempo e de
Procurador e a defesa, no que diz
meios adequados para a preparação
respeito à alteração dos fatos
da sua defesa e a comunicar-se livre
constantes da acusação, à
e confidencialmente com um
confissão ou à pena a ser imposta,
defensor da sua escolha;
não vincularão o Tribunal.
c) A ser julgado sem atrasos
Artigo 66
indevidos;
Presunção de Inocência
d) Salvo o disposto no
1. Toda a pessoa se presume parágrafo 2o do artigo 63, o acusado
inocente até prova da sua culpa terá direito a estar presente na
perante o Tribunal, de acordo com audiência de julgamento e a
o direito aplicável. defender-se a si próprio ou a ser
assistido por um defensor da sua
2. Incumbe ao Procurador o
escolha; se não o tiver, a ser
ônus da prova da culpa do acusado.
informado do direito de o tribunal
3. Para proferir sentença lhe nomear um defensor sempre que
condenatória, o Tribunal deve estar o interesse da justiça o exija, sendo
convencido de que o acusado é tal assistência gratuita se o acusado
culpado, além de qualquer dúvida carecer de meios suficientes para
razoável. remunerar o defensor assim
nomeado;
Artigo 67
e) A inquirir ou a fazer inquirir
Direitos do Acusado
as testemunhas de acusação e a
1. Durante a apreciação de obter o comparecimento das
quaisquer fatos constantes da testemunhas de defesa e a
acusação, o acusado tem direito a inquirição destas nas mesmas
ser ouvido em audiência pública, condições que as testemunhas de
levando em conta o disposto no acusação. O acusado terá também
presente Estatuto, a uma audiência direito a apresentar defesa e a
conduzida de forma eqüitativa e oferecer qualquer outra prova
imparcial e às seguintes garantias admissível, de acordo com o
presente Estatuto;
f) A ser assistido 1. O Tribunal adotará as
gratuitamente por um intérprete medidas adequadas para garantir a
competente e a serem-lhe segurança, o bem-estar físico e
facultadas as traduções necessárias psicológico, a dignidade e a vida
que a equidade exija, se não privada das vítimas e testemunhas.
compreender perfeitamente ou não Para tal, o Tribunal levará em conta
falar a língua utilizada em qualquer todos os fatores pertinentes,
ato processual ou documento incluindo a idade, o gênero tal como
produzido em tribunal; definido no parágrafo 3o do artigo
7o, e o estado de saúde, assim como
g) A não ser obrigado a depor
a natureza do crime, em particular,
contra si próprio, nem a declarar-se
mas não apenas quando este
culpado, e a guardar silêncio, sem
envolva elementos de agressão
que este seja levado em conta na
sexual, de violência relacionada
determinação da sua culpa ou
com a pertença a um determinado
inocência;
gênero ou de violência contra
h) A prestar declarações não crianças. O Procurador adotará
ajuramentadas, oralmente ou por estas medidas, nomeadamente
escrito, em sua defesa; e durante o inquérito e o
procedimento criminal. Tais
i) A que não lhe seja imposta
medidas não poderão prejudicar
quer a inversão do ônus da prova,
nem ser incompatíveis com os
quer a impugnação.
direitos do acusado ou com a
2. Além de qualquer outra realização de um julgamento
revelação de informação prevista eqüitativo e imparcial.
no presente Estatuto, o Procurador
2. Enquanto excepção ao
comunicará à defesa, logo que
princípio do caráter público das
possível, as provas que tenha em
audiências estabelecido no artigo
seu poder ou sob o seu controle e
67, qualquer um dos Juízos que
que, no seu entender, revelem ou
compõem o Tribunal poderá, a fim
tendam a revelar a inocência do
de proteger as vítimas e as
acusado, ou a atenuar a sua culpa,
testemunhas ou o acusado,
ou que possam afetar a
decretar que um ato processual se
credibilidade das provas de
realize, no todo ou em parte, à
acusação. Em caso de dúvida
porta fechada ou permitir a
relativamente à aplicação do
produção de prova por meios
presente número, cabe ao Tribunal
eletrônicos ou outros meios
decidir.
especiais. Estas medidas aplicar-se-
Artigo 68 ão, nomeadamente, no caso de uma
vítima de violência sexual ou de um
Proteção das Vítimas e das
menor que seja vítima ou
Testemunhas e sua Participação no
testemunha, salvo decisão em
Processo
contrário adotada pelo Tribunal, desta natureza deverão ser postas
ponderadas todas as em prática de uma forma que não
circunstâncias, particularmente a seja prejudicial aos direitos do
opinião da vítima ou da acusado ou incompatível com estes
testemunha. e com a realização de um
julgamento eqüitativo e imparcial.
3. Se os interesses pessoais das
vítimas forem afetados, o Tribunal 6. Qualquer Estado poderá
permitir-lhes-á que expressem as solicitar que sejam tomadas as
suas opiniões e preocupações em medidas necessárias para assegurar
fase processual que entenda a proteção dos seus funcionários
apropriada e por forma a não ou agentes, bem como a proteção
prejudicar os direitos do acusado de toda a informação de caráter
nem a ser incompatível com estes confidencial ou restrito.
ou com a realização de um
Artigo 69
julgamento eqüitativo e imparcial.
Os representantes legais das vítimas Prova
poderão apresentar as referidas
1. Em conformidade com o
opiniões e preocupações quando o
Regulamento Processual e antes de
Tribunal o considerar oportuno e
depor, qualquer testemunha se
em conformidade com o
comprometerá a fazer o seu
Regulamento Processual.
depoimento com verdade.
4. A Unidade de Apoio às
2. A prova testemunhal deverá
Vítimas e Testemunhas poderá
ser prestada pela própria pessoa no
aconselhar o Procurador e o
decurso do julgamento, salvo
Tribunal relativamente a medidas
quando se apliquem as medidas
adequadas de proteção,
estabelecidas no artigo 68 ou no
mecanismos de segurança,
Regulamento Processual. De igual
assessoria e assistência a que se faz
modo, o Tribunal poderá permitir
referência no parágrafo 6 do artigo
que uma testemunha preste
43.
declarações oralmente ou por meio
5. Quando a divulgação de de gravação em vídeo ou áudio, ou
provas ou de informação, de que sejam apresentados
acordo com o presente Estatuto, documentos ou transcrições
representar um grave perigo para a escritas, nos termos do presente
segurança de uma testemunha ou Estatuto e de acordo com o
da sua família, o Procurador Regulamento Processual. Estas
poderá, para efeitos de qualquer medidas não poderão prejudicar os
diligência anterior ao julgamento, direitos do acusado, nem ser
não apresentar as referidas provas incompatíveis com eles.
ou informação, mas antes um
3. As partes poderão
resumo das mesmas. As medidas
apresentar provas que interessem
ao caso, nos termos do artigo 64. O provas apresentadas por um Estado,
Tribunal será competente para não poderá pronunciar-se sobre a
solicitar de ofício a produção de aplicação do direito interno desse
todas as provas que entender Estado.
necessárias para determinar a
Artigo 70
veracidade dos fatos.
Infrações contra a Administração
4. O Tribunal poderá decidir
da Justiça
sobre a relevância ou
admissibilidade de qualquer prova, 1. O Tribunal terá competência
tendo em conta, entre outras para conhecer das seguintes
coisas, o seu valor probatório e infrações contra a sua
qualquer prejuízo que possa administração da justiça, quando
acarretar para a realização de um cometidas intencionalmente:
julgamento eqüitativo ou para a
a) Prestação de falso
avaliação eqüitativa dos
testemunho, quando há a obrigação
depoimentos de uma testemunha,
de dizer a verdade, de acordo com
em conformidade com o
o parágrafo 1o do artigo 69;
Regulamento Processual.
b) Apresentação de provas,
5. O Tribunal respeitará e
tendo a parte conhecimento de que
atenderá aos privilégios de
são falsas ou que foram
confidencialidade estabelecidos no
falsificadas;
Regulamento Processual.
c) Suborno de uma
6. O Tribunal não exigirá prova
testemunha, impedimento ou
dos fatos do domínio público, mas
interferência no seu
poderá fazê-los constar dos autos.
comparecimento ou depoimento,
7. Não serão admissíveis as represálias contra uma testemunha
provas obtidas com violação do por esta ter prestado depoimento,
presente Estatuto ou das normas de destruição ou alteração de provas
direitos humanos ou interferência nas diligências de
internacionalmente reconhecidas obtenção de prova;
quando:
d) Entrave, intimidação ou
a) Essa violação suscite sérias corrupção de um funcionário do
dúvidas sobre a fiabilidade das Tribunal, com a finalidade de o
provas; ou obrigar ou o induzir a não cumprir
as suas funções ou a fazê-lo de
b) A sua admissão atente
maneira indevida;
contra a integridade do processo
ou resulte em grave prejuízo deste. e) Represálias contra um
funcionário do Tribunal, em virtude
8. O Tribunal, ao decidir sobre
das funções que ele ou outro
a relevância ou admissibilidade das
funcionário tenham desempenhado; autoridades competentes para fins
e de procedimento criminal. Essas
autoridades conhecerão do caso
f) Solicitação ou aceitação de
com diligência e acionarão os meios
suborno na qualidade de
necessários para a sua eficaz
funcionário do Tribunal, e em
condução.
relação com o desempenho das
respectivas funções oficiais. Artigo 71

2. O Regulamento Processual Sanções por Desrespeito ao


estabelecerá os princípios e Tribunal
procedimentos que regularão o
1. Em caso de atitudes de
exercício da competência do
desrespeito ao Tribunal, tal como
Tribunal relativamente às infrações
perturbar a audiência ou recusar-se
a que se faz referência no presente
deliberadamente a cumprir as suas
artigo. As condições de
instruções, o Tribunal poderá impor
cooperação internacional com o
sanções administrativas que não
Tribunal, relativamente ao
impliquem privação de liberdade,
procedimento que adote de acordo
como, por exemplo, a expulsão
com o presente artigo, reger-se-ão
temporária ou permanente da sala
pelo direito interno do Estado
de audiências, a multa ou outra
requerido.
medida similar prevista no
3. Em caso de decisão Regulamento Processual.
condenatória, o Tribunal poderá
2. O processo de imposição das
impor uma pena de prisão não
medidas a que se refere o número
superior a cinco anos, ou de multa,
anterior reger-se-á pelo
de acordo com o Regulamento
Regulamento Processual.
Processual, ou ambas.
Artigo 72
4. a) Cada Estado Parte
tornará extensivas as normas penais Proteção de Informação Relativa à
de direito interno que punem as Segurança Nacional
infrações contra a realização da
1. O presente artigo aplicar-se-
justiça às infrações contra a
á a todos os casos em que a
administração da justiça a que se
divulgação de informação ou de
faz referência no presente artigo, e
documentos de um Estado possa,
que sejam cometidas no seu
no entender deste, afetar os
território ou por um dos seus
interesses da sua segurança
nacionais;
nacional. Tais casos incluem os
b) A pedido do Tribunal, abrangidos pelas disposições
qualquer Estado Parte submeterá, constantes dos parágrafos 2o e 3o do
sempre que o entender necessário, artigo 56, parágrafo 3o do artigo 61,
o caso à apreciação das suas parágrafo 3o do artigo 64, parágrafo
2o do artigo 67, parágrafo 6 do adotará, em conjunto com o
artigo 68, parágrafo 6 do artigo 87 e Procurador, a defesa, o Juízo de
do artigo 93, assim como os que se Instrução ou o Juízo de
apresentem em qualquer outra fase Julgamento em Primeira Instância,
do processo em que uma tal conforme o caso, todas as medidas
divulgação possa estar em causa. razoavelmente possíveis para
encontrar uma solução através da
2. O presente artigo aplicar-se-
concertação. Estas medidas
á igualmente aos casos em que uma
poderão incluir:
pessoa a quem tenha sido solicitada
a prestação de informação ou a) A alteração ou o
provas, se tenha recusado a esclarecimento dos motivos do
apresenta-las ou tenha entregue a pedido;
questão ao Estado, invocando que
b) Uma decisão do Tribunal
tal divulgação afetaria os interesses
relativa à relevância das
da segurança nacional do Estado, e
informações ou dos elementos de
o Estado em causa confirme que,
prova solicitados, ou uma decisão
no seu entender, essa divulgação
sobre se as provas, ainda que
afetaria os interesses da sua
relevantes, não poderiam ser ou ter
segurança nacional.
sido obtidas junto de fonte distinta
3. Nada no presente artigo do Estado requerido;
afetará os requisitos de
c) A obtenção da informação
confidencialidade a que se referem
ou de provas de fonte distinta ou
as alíneas e) e f) do parágrafo 3o do
em uma forma diferente; ou
artigo 54, nem a aplicação do artigo
73. d) Um acordo sobre as
condições em que a assistência
4. Se um Estado tiver
poderá ser prestada, incluindo,
conhecimento de que informações
entre outras, a disponibilização de
ou documentos do Estado estão a
resumos ou exposições, restrições à
ser, ou poderão vir a ser, divulgados
divulgação, recurso ao
em qualquer fase do processo, e
procedimento à porta fechada ou à
considerar que essa divulgação
revelia de uma das partes, ou
afetaria os seus interesses de
aplicação de outras medidas de
segurança nacional, tal Estado terá
proteção permitidas pelo Estatuto
o direito de intervir com vista a ver
ou pelas Regulamento Processual.
alcançada a resolução desta
questão em conformidade com o 6. Realizadas todas as
presente artigo. diligências razoavelmente possíveis
com vista a resolver a questão por
5. O Estado que considere que
meio de concertação, e se o Estado
a divulgação de determinada
considerar não haver meios nem
informação poderá afetar os seus
condições para que as informações
interesses de segurança nacional
ou os documentos possam ser de harmonia com as obrigações
fornecidos ou revelados sem impostas pelo presente Estatuto,
prejuízo dos seus interesses de poderá remeter a questão nos
segurança nacional, notificará o termos do parágrafo 7 do artigo 87,
Procurador ou o Tribunal nesse especificando as razões da sua
sentido, indicando as razões conclusão; e
precisas que fundamentaram a sua
iii) O Tribunal poderá tirar as
decisão, a menos que a descrição
conclusões, que entender
específica dessas razões
apropriadas, em razão das
prejudique, necessariamente, os
circunstâncias, ao julgar o acusado,
interesses de segurança nacional do
quanto à existência ou inexistência
Estado.
de um fato; ou
7. Posteriormente, se decidir
b) Em todas as restantes
que a prova é relevante e necessária
circunstâncias:
para a determinação da culpa ou
inocência do acusado, o Tribunal i) Ordenar a revelação; ou
poderá adotar as seguintes medidas:
ii) Se não ordenar a revelação,
a) Quando a divulgação da inferir, no julgamento do acusado,
informação ou do documento for quanto à existência ou inexistência
solicitada no âmbito de um pedido de um fato, conforme se mostrar
de cooperação, nos termos da apropriado.
Parte IX do presente Estatuto ou
Artigo 73
nas circunstâncias a que se refere o
parágrafo 2o do presente artigo, e o Informação ou Documentos
Estado invocar o motivo de recusa Disponibilizados por Terceiros
estatuído no parágrafo 4° do artigo
Se um Estado Parte receber
93:
um pedido do Tribunal para que lhe
i) O Tribunal poderá, antes de forneça uma informação ou um
chegar a qualquer uma das documento que esteja sob sua
conclusões a que se refere o ponto custódia, posse ou controle, e que
ii) da alínea a) do parágrafo 7o, lhe tenha sido comunicado a título
solicitar consultas suplementares confidencial por um Estado, uma
com o fim de ouvir o Estado, organização intergovernamental ou
incluindo, se for caso disso, a sua uma organização internacional, tal
realização à porta fechada ou à Estado Parte deverá obter o
revelia de uma das partes; consentimento do seu autor para a
divulgação dessa informação ou
ii) Se o Tribunal concluir que,
documento. Se o autor for um
ao invocar o motivo de recusa
Estado Parte, este poderá
estatuído no parágrafo 4o do artigo
consentir em divulgar a referida
93, dadas as circunstâncias do caso,
informação ou documento ou
o Estado requerido não está a atuar
comprometer-se a resolver a produzidas ou examinadas em
questão com o Tribunal, audiência de julgamento.
salvaguardando-se o disposto no
3. Os juízes procurarão tomar
artigo 72. Se o autor não for um
uma decisão por unanimidade e, não
Estado Parte e não consentir em
sendo possível, por maioria.
divulgar a informação ou o
documento, o Estado requerido 4. As deliberações do Juízo de
comunicará ao Tribunal que não lhe Julgamento em Primeira Instância
será possível fornecer a informação serão e permanecerão secretas.
ou o documento em causa, devido à
5. A decisão será proferida por
obrigação previamente assumida
escrito e conterá uma exposição
com o respectivo autor de
completa e fundamentada da
preservar o seu caráter
apreciação das provas e as
confidencial.
conclusões do Juízo de Julgamento
Artigo 74 em Primeira Instância. Será
proferida uma só decisão pelo Juízo
Requisitos para a Decisão
de Julgamento em Primeira
1. Todos os juízes do Juízo de Instância. Se não houver
Julgamento em Primeira Instância unanimidade, a decisão do Juízo de
estarão presentes em cada uma das Julgamento em Primeira Instância
fases do julgamento e nas conterá as opiniões tanto da
deliberações. A Presidência poderá maioria como da minoria dos juízes.
designar, conforme o caso, um ou A leitura da decisão ou de uma sua
vários juízes substitutos, em função súmula far-se-á em audiência
das disponibilidades, para estarem pública.
presentes em todas as fases do
Artigo 75
julgamento, bem coma para
substituírem qualquer membro do Reparação em Favor das Vítimas
Juízo de Julgamento em Primeira
1. O Tribunal estabelecerá
Instância que se encontre
princípios aplicáveis às formas de
impossibilitado de continuar a
reparação, tais como a restituição,
participar no julgamento.
a indenização ou a reabilitação, que
2. O Juízo de Julgamento em hajam de ser atribuídas às vítimas
Primeira Instância fundamentará a ou aos titulares desse direito. Nesta
sua decisão com base na apreciação base, o Tribunal poderá, de ofício
das provas e do processo no seu ou por requerimento, em
conjunto. A decisão não exorbitará circunstâncias excepcionais,
dos fatos e circunstâncias descritos determinar a extensão e o nível dos
na acusação ou nas alterações que danos, da perda ou do prejuízo
lhe tenham sido feitas. O Tribunal causados às vítimas ou aos titulares
fundamentará a sua decisão do direito à reparação, com a
exclusivamente nas provas
indicação dos princípios nos quais disposições do artigo 109 se
fundamentou a sua decisão. aplicassem ao presente artigo.

2. O Tribunal poderá lavrar 6. Nada no presente artigo será


despacho contra a pessoa interpretado como prejudicando os
condenada, no qual determinará a direitos reconhecidos às vítimas
reparação adequada a ser atribuída pelo direito interno ou
às vítimas ou aos titulares de tal internacional.
direito. Esta reparação poderá,
Artigo 76
nomeadamente, assumir a forma de
restituição, indenização ou Aplicação da Pena
reabilitação. Se for caso disso, o
1. Em caso de condenação, o
Tribunal poderá ordenar que a
Juízo de Julgamento em Primeira
indenização atribuída a título de
Instância determinará a pena a
reparação seja paga por intermédio
aplicar tendo em conta os
do Fundo previsto no artigo 79.
elementos de prova e as exposições
3. Antes de lavrar qualquer relevantes produzidos no decurso
despacho ao abrigo do presente do julgamento,
artigo, o Tribunal poderá solicitar e
2. Salvo nos casos em que seja
levar em consideração as
aplicado o artigo 65 e antes de
pretensões formuladas pela pessoa
concluído o julgamento, o Juízo de
condenada, pelas vítimas, por
Julgamento em Primeira Instância
outras pessoas interessadas ou por
poderá, oficiosamente, e deverá, a
outros Estados interessados, bem
requerimento do Procurador ou do
como as observações formuladas
acusado, convocar uma audiência
em nome dessas pessoas ou desses
suplementar, a fim de conhecer de
Estados.
quaisquer novos elementos de prova
4. Ao exercer os poderes ou exposições relevantes para a
conferidos pelo presente artigo, o determinação da pena, de harmonia
Tribunal poderá, após a com o Regulamento Processual.
condenação por crime que seja da
3. Sempre que o parágrafo
sua competência, determinar se, o
2 for aplicável, as pretensões
para fins de aplicação dos
previstas no artigo 75 serão ouvidas
despachos que lavrar ao abrigo do
pelo Juízo de Julgamento em
presente artigo, será necessário
Primeira Instância no decorrer da
tomar quaisquer medidas em
audiência suplementar referida no
conformidade com o parágrafo
parágrafo 2o e, se necessário, no
1o do artigo 93.
decorrer de qualquer nova
5. Os Estados Partes audiência.
observarão as decisões proferidas
nos termos deste artigo como se as
4. A sentença será proferida crime e as condições pessoais do
em audiência pública e, sempre que condenado.
possível, na presença do acusado.
2. O Tribunal descontará, na
Capítulo VII pena de prisão que vier a aplicar, o
período durante o qual o acusado
As Penas
esteve sob detenção por ordem
Artigo 77 daquele. O Tribunal poderá ainda
descontar qualquer outro período
Penas Aplicáveis
de detenção que tenha sido
1. Sem prejuízo do disposto no cumprido em razão de uma conduta
artigo 110, o Tribunal pode impor à constitutiva do crime.
pessoa condenada por um dos
3. Se uma pessoa for
crimes previstos no artigo 5o do
condenada pela prática de vários
presente Estatuto uma das
crimes, o Tribunal aplicará penas de
seguintes penas:
prisão parcelares relativamente a
a) Pena de prisão por um cada um dos crimes e uma pena
número determinado de anos, até única, na qual será especificada a
ao limite máximo de 30 anos; ou duração total da pena de prisão.
Esta duração não poderá ser
b) Pena de prisão perpétua, se
inferior à da pena parcelar mais
o elevado grau de ilicitude do fato
elevada e não poderá ser superior a
e as condições pessoais do
30 anos de prisão ou ir além da pena
condenado o justificarem,
de prisão perpétua prevista no
2. Além da pena de prisão, o artigo 77, parágrafo 1o, alínea b).
Tribunal poderá aplicar:
Artigo 79
a) Uma multa, de acordo com
Fundo em Favor das Vítimas
os critérios previstos no
Regulamento Processual; 1. Por decisão da Assembléia
dos Estados Partes, será criado um
b) A perda de produtos, bens e
Fundo a favor das vítimas de crimes
haveres provenientes, direta ou
da competência do Tribunal, bem
indiretamente, do crime, sem
como das respectivas famílias.
prejuízo dos direitos de terceiros
que tenham agido de boa fé. 2. O Tribunal poderá ordenar
que o produto das multas e
Artigo 78
quaisquer outros bens declarados
Determinação da pena perdidos revertam para o Fundo.

1. Na determinação da pena, o 3. O Fundo será gerido em


Tribunal atenderá, em harmonia harmonia com os critérios a serem
com o Regulamento Processual, a adotados pela Assembléia dos
fatores tais como a gravidade do Estados Partes.
Artigo 80 iv) Qualquer outro motivo
suscetível de afetar a equidade ou
Não Interferência no Regime de
a regularidade do processo ou da
Aplicação de Penas Nacionais e nos
sentença.
Direitos Internos
2. a) O Procurador ou o
Nada no presente Capítulo
condenado poderá, em
prejudicará a aplicação, pelos
conformidade com o Regulamento
Estados, das penas previstas nos
Processual, interpor recurso da
respectivos direitos internos, ou a
pena decretada invocando
aplicação da legislação de Estados
desproporção entre esta e o crime;
que não preveja as penas referidas
neste capítulo. b) Se, ao conhecer de recurso
interposto da pena decretada, o
Capítulo VIII
Tribunal considerar que há
Recurso e Revisão fundamentos suscetíveis de
justificar a anulação, no todo ou
Artigo 81
em parte, da sentença
Recurso da Sentença Condenatória condenatória, poderá convidar o
ou Absolutória ou da Pena Procurador e o condenado a
motivarem a sua posição nos termos
1. A sentença proferida nos
da alínea a) ou b) do parágrafo 1o do
termos do artigo 74 é recorrível em
artigo 81, após o que poderá
conformidade com o disposto no
pronunciar-se sobre a sentença
Regulamento Processual nos
condenatória nos termos do artigo
seguintes termos:
83;
a) O Procurador poderá
c) O mesmo procedimento será
interpor recurso com base num dos
aplicado sempre que o Tribunal, ao
seguintes fundamentos:
conhecer de recurso interposto
i) Vício processual; unicamente da sentença
condenatória, considerar haver
ii) Erro de fato; ou
fundamentos comprovativos de uma
iii) Erro de direito; redução da pena nos termos da
alínea a) do parágrafo 2o.
b) O condenado ou o
Procurador, no interesse daquele; 3. a) Salvo decisão em
poderá interpor recurso com base contrário do Juízo de Julgamento
num dos seguintes fundamentos: em Primeira Instância, o condenado
permanecerá sob prisão preventiva
i) Vício processual;
durante a tramitação do recurso;
ii) Erro de fato;
b) Se o período de prisão
iií) Erro de direito; ou preventiva ultrapassar a duração da
pena decretada, o condenado será
posto em liberdade; todavia, se o uma das Partes poderá recorrer das
Procurador também interpuser seguintes decisões:
recurso, a libertação ficará sujeita
a) Decisão sobre a
às condições enunciadas na
competência ou a admissibilidade
alínea c) infra;
do caso;
c) Em caso de absolvição, o
b) Decisão que autorize ou
acusado será imediatamente posto
recuse a libertação da pessoa
em liberdade, sem prejuízo das
objeto de inquérito ou de
seguintes condições:
procedimento criminal;
i) Em circunstâncias
c) Decisão do Juízo de
excepcionais e tendo em conta,
Instrução de agir por iniciativa
nomeadamente, o risco de fuga, a
própria, nos termos do parágrafo
gravidade da infração e as
3o do artigo 56;
probabilidades de o recurso ser
julgado procedente, o Juízo de d) Decisão relativa a uma
Julgamento em Primeira Instância questão suscetível de afetar
poderá, a requerimento do significativamente a tramitação
Procurador, ordenar que o acusado eqüitativa e célere do processo ou
seja mantido em regime de prisão o resultado do julgamento, e cuja
preventiva durante a tramitação do resolução imediata pelo Juízo de
recurso; Recursos poderia, no entender do
Juízo de Instrução ou do Juízo de
ii) A decisão proferida pelo
Julgamento em Primeira Instância,
juízo de julgamento em primeira
acelerar a marcha do processo.
instância nos termos da sub-alínea
i), será recorrível em harmonia com 2. Quer o Estado interessado
as Regulamento Processual. quer o Procurador poderão
recorrer da decisão proferida pelo
4. Sem prejuízo do disposto nas
Juízo de Instrução, mediante
alíneas a) e b) do parágrafo 3o, a
autorização deste, nos termos do
execução da sentença
artigo 57, parágrafo 3o, alínea d).
condenatória ou da pena ficará
Este recurso adotará uma forma
suspensa pelo período fixado para a
sumária.
interposição do recurso, bem como
durante a fase de tramitação do 3. O recurso só terá efeito
recurso. suspensivo se o Juízo de Recursos
assim o ordenar, mediante
Artigo 82
requerimento, em conformidade
Recurso de Outras Decisões com o Regulamento Processual.

1. Em conformidade com o 4. O representante legal das


Regulamento Processual, qualquer vítimas, o condenado ou o
proprietário de boa fé de bens que
hajam sido afetados por um condenado, ou pelo Procurador no
despacho proferido ao abrigo do interesse daquele, não poderão
artigo 75 poderá recorrer de tal aquelas ser modificadas em prejuízo
despacho, em conformidade com o do condenado.
Regulamento Processual.
3. Se, ao conhecer, do recurso
Artigo 83 de uma pena, o Juízo de Recursos
considerar que a pena é
Processo Sujeito a Recurso
desproporcionada relativamente ao
1. Para os fins do crime, poderá modificá-la nos
procedimentos referido no artigo 81 termos do Capítulo VII.
e no presente artigo, o Juízo de
4. O acórdão do Juízo de
Recursos terá todos os poderes
Recursos será tirado por maioria
conferidos ao Juízo de Julgamento
dos juízes e proferido em audiência
em Primeira Instância.
pública. O acórdão será sempre
2. Se o Juízo de Recursos fundamentado. Não havendo
concluir que o processo sujeito a unanimidade, deverá conter as
recurso padece de vícios tais que opiniões da parte maioria e da
afetem a regularidade da decisão minoria de juízes; contudo,
ou da sentença, ou que a decisão qualquer juiz poderá exprimir uma
ou a sentença recorridas estão opinião separada ou discordante
materialmente afetadas por erros sobre uma questão de direito.
de fato ou de direito, ou vício
5. O Juízo de Recursos poderá
processual, ela poderá:
emitir o seu acórdão na ausência da
a) Anular ou modificar a pessoa absolvida ou condenada.
decisão ou a pena; ou
Artigo 84
b) Ordenar um novo
Revisão da Sentença Condenatória
julgamento perante um outro Juízo
ou da Pena
de Julgamento em Primeira
Instância. 1. O condenado ou, se este
tiver falecido, o cônjuge sobrevivo,
Para os fins mencionados,
os filhos, os pais ou qualquer
poderá o Juízo de Recursos
pessoa que, em vida do condenado,
reenviar uma questão de fato para
dele tenha recebido incumbência
o Juízo de Julgamento em Primeira
expressa, por escrito, nesse sentido,
Instância à qual foi submetida
ou o Procurador no seu interesse,
originariamente, a fim de que esta
poderá submeter ao Juízo de
decida a questão e lhe apresente
Recursos um requerimento
um relatório, ou pedir, ela própria,
solicitando a revisão da sentença
elementos de prova para decidir.
condenatória ou da pena pelos
Tendo o recurso da decisão ou da
seguintes motivos:
pena sido interposto somente pelo
a) A descoberta de novos c) Manter a sua competência
elementos de prova: para conhecer da causa, a fim de
determinar se, após a audição das
i) De que não dispunha ao
partes nos termos do Regulamento
tempo do julgamento, sem que essa
Processual, haverá lugar à revisão
circunstância pudesse ser
da sentença.
imputada, no todo ou em parte, ao
requerente; e Artigo 85

ii) De tal forma importantes Indenização do Detido ou


que, se tivessem ficado provados no Condenado
julgamento, teriam provavelmente
1. Quem tiver sido objeto de
conduzido a um veredicto
detenção ou prisão ilegal terá
diferente;
direito a reparação.
b) A descoberta de que
2. Sempre que uma decisão
elementos de prova, apreciados no
final seja posteriormente anulada
julgamento e decisivos para a
em razão de fatos novos ou
determinação da culpa, eram falsos
recentemente descobertos que
ou tinham sido objeto de
apontem inequivocamente para um
contrafação ou falsificação;
erro judiciário, a pessoa que tiver
c) Um ou vários dos juízes que cumprido pena em resultado de tal
intervieram na sentença sentença condenatória será
condenatória ou confirmaram a indenizada, em conformidade com a
acusação hajam praticado atos de lei, a menos que fique provado que
conduta reprovável ou de a não revelação, em tempo útil, do
incumprimento dos respectivos fato desconhecido lhe seja
deveres de tal forma graves que imputável, no todo ou em parte.
justifiquem a sua cessação de
3. Em circunstâncias
funções nos termos do artigo 46.
excepcionais e em face de fatos
2. O Juízo de Recursos que conclusivamente demonstrem a
rejeitará o pedido se o considerar existência de erro judiciário grave e
manifestamente infundado. Caso manifesto, o Tribunal poderá, no
contrário, poderá o Juízo, se julgar uso do seu poder discricionário,
oportuno: atribuir uma indenização, de
acordo com os critérios enunciados
a) Convocar de novo o Juízo
no Regulamento Processual, à
de Julgamento em Primeira
pessoa que, em virtude de sentença
Instância que proferiu a sentença
absolutória ou de extinção da
inicial;
instância por tal motivo, haja sido
b) Constituir um novo Juízo de posta em liberdade.
Julgamento em Primeira Instância;
Capítulo IX
ou
Cooperação Internacional e Auxílio ou acompanhados de uma tradução
Judiciário nessa língua, ou numa das línguas
de trabalho do Tribunal ou
Artigo 86
acompanhados de uma tradução
Obrigação Geral de Cooperar numa dessas línguas, de acordo com
a escolha feita pelo Estado
Os Estados Partes deverão, em
requerido no momento da
conformidade com o disposto no
ratificação, aceitação, aprovação
presente Estatuto, cooperar
ou adesão ao presente Estatuto.
plenamente com o Tribunal no
inquérito e no procedimento contra Qualquer alteração posterior
crimes da competência deste. será feita de harmonia com o
Regulamento Processual.
Artigo 87
3. O Estado requerido manterá
Pedidos de Cooperação:
a confidencialidade dos pedidos de
Disposições Gerais
cooperação e dos documentos
1. a) O Tribunal estará comprovativos que os instruam,
habilitado a dirigir pedidos de salvo quando a sua revelação for
cooperação aos Estados Partes. necessária para a execução do
Estes pedidos serão transmitidos pedido.
pela via diplomática ou por
4. Relativamente aos pedidos
qualquer outra via apropriada
de auxílio formulados ao abrigo do
escolhida pelo Estado Parte no
presente Capítulo, o Tribunal
momento de ratificação, aceitação,
poderá, nomeadamente em matéria
aprovação ou adesão ao presente
de proteção da informação, tomar
Estatuto.
as medidas necessárias à garantia da
Qualquer Estado Parte poderá segurança e do bem-estar físico ou
alterar posteriormente a escolha psicológico das vítimas, das
feita nos termos do Regulamento potenciais testemunhas e dos seus
Processual. familiares. O Tribunal poderá
solicitar que as informações
b) Se for caso disso, e sem
fornecidas ao abrigo do presente
prejuízo do disposto na alínea a), os
Capítulo sejam comunicadas e
pedidos poderão ser igualmente
tratadas por forma a que a
transmitidos pela Organização
segurança e o bem-estar físico ou
internacional de Polícia Criminal
psicológico das vítimas, das
(INTERPOL) ou por qualquer outra
potenciais testemunhas e dos seus
organização regional competente.
familiares sejam devidamente
2. Os pedidos de cooperação e preservados.
os documentos comprovativos que
5. a) O Tribunal poderá
os instruam serão redigidos na
convidar qualquer Estado que não
língua oficial do Estado requerido
seja Parte no presente Estatuto a
prestar auxílio ao abrigo do Procedimentos Previstos no Direito
presente Capítulo com base num Interno
convênio ad hoc, num acordo
Os Estados Partes deverão
celebrado com esse Estado ou por
assegurar-se de que o seu direito
qualquer outro modo apropriado.
interno prevê procedimentos que
b) Se, após a celebração de um permitam responder a todas as
convênio ad hoc ou de um acordo formas de cooperação
com o Tribunal, um Estado que não especificadas neste Capítulo.
seja Parte no presente Estatuto se
Artigo 89
recusar a cooperar nos termos de
tal convênio ou acordo, o Tribunal Entrega de Pessoas ao Tribunal
dará conhecimento desse fato à
1. O Tribunal poderá dirigir um
Assembléia dos Estados Parles ou
pedido de detenção e entrega de
ao Conselho de Segurança, quando
uma pessoa, instruído com os
tiver sido este a referenciar o fato
documentos comprovativos
ao Tribunal.
referidos no artigo 91, a qualquer
6. O Tribunal poderá solicitar Estado em cujo território essa
informações ou documentos a pessoa se possa encontrar, e
qualquer organização solicitar a cooperação desse Estado
intergovernamental. Poderá na detenção e entrega da pessoa em
igualmente requerer outras formas causa. Os Estados Partes darão
de cooperação e auxílio a serem satisfação aos pedidos de detenção
acordadas com tal organização e e de entrega em conformidade com
que estejam em conformidade com o presente Capítulo e com os
a sua competência ou o seu procedimentos previstos nos
mandato. respectivos direitos internos.

7. Se, contrariamente ao 2. Sempre que a pessoa cuja


disposto no presente Estatuto, um entrega é solicitada impugnar a sua
Estado Parte recusar um pedido de entrega perante um tribunal
cooperação formulado pelo nacional com, base no princípio ne
Tribunal, impedindo-o assim de bis in idem previsto no artigo 20, o
exercer os seus poderes e funções Estado requerido consultará, de
nos termos do presente Estatuto, o imediato, o Tribunal para
Tribunal poderá elaborar um determinar se houve uma decisão
relatório e remeter a questão à relevante sobre a admissibilidade.
Assembléia dos Estados Partes ou Se o caso for considerado
ao Conselho de Segurança, quando admissível, o Estado requerido dará
tiver sido este a submeter o fato ao seguimento ao pedido. Se estiver
Tribunal. pendente decisão sobre a
admissibilidade, o Estado requerido
Artigo 88
poderá diferir a execução do
pedido até que o Tribunal se a recepção do pedido de trânsito e
pronuncie. a efetivação do trânsito. Todavia, a
detenção ao abrigo da presente
3. a) Os Estados Partes
alínea não poderá prolongar-se para
autorizarão, de acordo com os
além das 96 horas subseqüentes à
procedimentos previstos na
aterrissagem imprevista se o pedido
respectiva legislação nacional, o
não for recebido dentro desse
trânsito, pelo seu território, de uma
prazo.
pessoa entregue ao Tribunal por um
outro Estado, salvo quando o 4. Se a pessoa reclamada for
trânsito por esse Estado impedir ou objeto de procedimento criminal ou
retardar a entrega. estiver cumprindo uma pena no
Estado requerido por crime diverso
b) Um pedido de trânsito
do que motivou o pedido de
formulado pelo Tribunal será
entrega ao Tribunal, este Estado
transmitido em conformidade com o
consultará o Tribunal após ter
artigo 87. Do pedido de trânsito
decidido anuir ao pedido
constarão:
Artigo 90
i) A identificação da pessoa
transportada; Pedidos Concorrentes

ii) Um resumo dos fatos e da 1. Um Estado Parte que, nos


respectiva qualificação jurídica; termos do artigo 89, receba um
pedido de entrega de uma pessoa
iii) O mandado de detenção e
formulado pelo Tribunal, e receba
entrega.
igualmente, de qualquer outro
c) A pessoa transportada será Estado, um pedido de extradição
mantida sob custódia no decurso relativo à mesma pessoa, pelos
do trânsito. mesmos fatos que motivaram o
pedido de entrega por parte do
d) Nenhuma autorização será
Tribunal, deverá notificar o
necessária se a pessoa for
Tribunal e o Estado requerente de
transportada por via aérea e não
tal fato.
esteja prevista qualquer
aterrissagem no território do 2. Se o Estado requerente for
Estado de trânsito. um Estado Parte, o Estado
requerido dará prioridade ao
e) Se ocorrer, uma
pedido do Tribunal:
aterrissagem imprevista no
território do Estado de trânsito, a) Se o Tribunal tiver decidido,
poderá este exigir ao Tribunal a nos termos do artigo 18 ou 19, da
apresentação de um pedido de admissibilidade do caso a que
trânsito nos termos previstos na respeita o pedido de entrega, e tal
alínea b). O Estado de trânsito determinação tiver levado em conta
manterá a pessoa sob detenção até o inquérito ou o procedimento
criminal conduzido pelo Estado 6. Relativamente aos casos em
requerente relativamente ao pedido que o disposto no parágrafo 4o seja
de extradição por este formulado; aplicável, mas o Estado requerido
ou se veja obrigado, por força de uma
norma internacional, a extraditar a
b) Se o Tribunal tiver tomado a
pessoa para o Estado requerente
decisão referida na alínea a) em
que não seja Parte no presente
conformidade com a notificação
Estatuto, o Estado requerido
feita pelo Estado requerido, em
decidirá se procederá à entrega da
aplicação do parágrafo 1o.
pessoa em causa ao Tribunal ou se a
3. Se o Tribunal não tiver extraditará para o Estado
tomado uma decisão nos termos da requerente. Na sua decisão, o
alínea a) do parágrafo 2o, o Estado Estado requerido terá em conta
requerido poderá, se assim o todos os fatores relevantes,
entender, estando pendente a incluindo, entre outros
determinação do Tribunal nos
a) A ordem cronológica dos
termos da alínea b) do parágrafo 2o,
pedidos;
dar seguimento ao pedido de
extradição formulado pelo Estado b) Os interesses do Estado
requerente sem, contudo, requerente, incluindo, se relevante,
extraditar a pessoa até que o se o crime foi cometido no seu
Tribunal decida sobre a território bem como a
admissibilidade do caso. A decisão nacionalidade das vítimas e da
do Tribunal seguirá a forma pessoa reclamada; e
sumária.
c) A possibilidade de o Estado
4. Se o Estado requerente não requerente vir a proceder
for Parte no presente Estatuto, o posteriormente à entrega da pessoa
Estado requerido, desde que não ao Tribunal.
esteja obrigado por uma norma
7. Se um Estado Parte receber
internacional a extraditar o
um pedido de entrega de uma
acusado para o Estado requerente,
pessoa formulado pelo Tribunal e
dará prioridade ao pedido de
um pedido de extradição formulado
entrega formulado pelo Tribunal, no
por um outro Estado Parte
caso de este se ter decidido pela
relativamente à mesma pessoa, por
admissibilidade do caso.
fatos diferentes dos que
5. Quando um caso previsto no constituem o crime objeto do
parágrafo 4o não tiver sido pedido de entrega:
declarado admissível pelo Tribunal,
a) O Estado requerido dará
o Estado requerido poderá, se assim
prioridade ao pedido do Tribunal,
o entender, dar seguimento ao
se não estiver obrigado por uma
pedido de extradição formulado
pelo Estado requerente.
norma internacional a extraditar a Instrução tiver emitido um
pessoa para o Estado requerente; mandado de detenção ao abrigo do
artigo 58, deverá conter ou ser
b) O Estado requerido terá de
acompanhado dos seguintes
decidir se entrega a pessoa ao
documentos:
Tribunal ou a extradita para o
Estado requerente, se estiver a) Uma descrição da pessoa
obrigado por uma norma procurada, contendo informação
internacional a extraditar a pessoa suficiente que permita a sua
para o Estado requerente. Na sua identificação, bem como
decisão, o Estado requerido informação sobre a sua provável
considerará todos os fatores localização;
relevantes, incluindo, entre outros,
b) Uma cópia do mandado de
os constantes do parágrafo 6;
detenção; e
todavia, deverá dar especial
atenção à natureza e à gravidade c) Os documentos,
dos fatos em causa. declarações e informações
necessários para satisfazer os
8. Se, em conformidade com a
requisitos do processo de entrega
notificação prevista no presente
pelo Estado requerido; contudo,
artigo, o Tribunal se tiver
tais requisitos não deverão ser mais
pronunciado pela inadmissibilidade
rigorosos dos que os que devem ser
do caso e, posteriormente, a
observados em caso de um pedido
extradição para o Estado
de extradição em conformidade
requerente for recusada, o Estado
com tratados ou convênios
requerido notificará o Tribunal
celebrados entre o Estado
dessa decisão.
requerido e outros Estados,
Artigo 91 devendo, se possível, ser menos
rigorosos face à natureza
Conteúdo do Pedido de Detenção
específica de que se reveste o
e de Entrega
Tribunal.
1. O pedido de detenção e de
3. Se o pedido respeitar à
entrega será formulado por escrito.
detenção e à entrega de uma pessoa
Em caso de urgência, o pedido
já condenada, deverá conter ou ser
poderá ser feito através de
acompanhado dos seguintes
qualquer outro meio de que fique
documentos:
registro escrito, devendo, no
entanto, ser confirmado através a) Uma cópia do mandado de
dos canais previstos na alínea a) do detenção dessa pessoa;
parágrafo 1o do artigo 87,
b) Uma cópia da sentença
2. O pedido de detenção e condenatória;
entrega de uma pessoa
relativamente à qual o Juízo de
c) Elementos que demonstrem informação sobre a sua provável
que a pessoa procurada é a mesma a localização;
que se refere a sentença
b) Uma exposição sucinta dos
condenatória; e
crimes pelos quais a pessoa é
d) Se a pessoa já tiver sido procurada, bem como dos fatos
condenada, uma cópia da sentença alegadamente constitutivos de tais
e, em caso de pena de prisão, a crimes incluindo, se possível, a data
indicação do período que já tiver e o local da sua prática;
cumprido, bem como o período que
c) Uma declaração que
ainda lhe falte cumprir.
certifique a existência de um
4. Mediante requerimento do mandado de detenção ou de uma
Tribunal, um Estado Parte manterá, decisão condenatória contra a
no que respeite a questões pessoa procurada; e
genéricas ou a uma questão
d) Uma declaração de que o
específica, consultas com o
pedido de entrega relativo à pessoa
Tribunal sobre quaisquer requisitos
procurada será enviado
previstos no seu direito interno que
posteriormente.
possam ser aplicados nos termos da
alínea c) do parágrafo 2o. No 3. Qualquer pessoa mantida
decurso de tais consultas, o Estado sob prisão preventiva poderá ser
Parte informará o Tribunal dos posta em liberdade se o Estado
requisitos específicos constantes requerido não tiver recebido, em
do seu direito interno. conformidade com o artigo 91, o
pedido de entrega e os respectivos
Artigo 92
documentos no prazo fixado pelo
Prisão Preventiva Regulamento Processual. Todavia,
essa pessoa poderá consentir na sua
1. Em caso de urgência, o
entrega antes do termo do período
Tribunal poderá solicitar a prisão
se a legislação do Estado requerido
preventiva da pessoa procurada até
o permitir. Nesse caso, o Estado
a apresentação do pedido de
requerido procede à entrega da
entrega e os documentos de apoio
pessoa reclamada ao Tribunal, o
referidos no artigo 91.
mais rapidamente possível.
2. O pedido de prisão
4. O fato de a pessoa
preventiva será transmitido por
reclamada ter sido posta em
qualquer meio de que fique registro
liberdade em conformidade com o
escrito e conterá:
parágrafo 3° não obstará a que seja
a) Uma descrição da pessoa de novo detida e entregue se o
procurada, contendo informação pedido de entrega e os documentos
suficiente que permita a sua em apoio, vierem a ser apresentados
identificação, bem como posteriormente.
Artigo 93 h) Realizar buscas e
apreensões;
Outras Formas de Cooperação
i) Transmitir registros e
1. Em conformidade com o
documentos, nomeadamente
disposto no presente Capítulo e nos
registros e documentos oficiais;
termos dos procedimentos previstos
nos respectivos direitos internos, os j) Proteger vítimas e
Estados Partes darão seguimento testemunhas, bem como preservar
aos pedidos formulados pelo elementos de prova;
Tribunal para concessão de auxílio,
k) Identificar, localizar e
no âmbito de inquéritos ou
congelar ou apreender o produto
procedimentos criminais, no que se
de crimes, bens, haveres e
refere a:
instrumentos ligados aos crimes,
a) Identificar uma pessoa e o com vista à sua eventual declaração
local onde se encontra, ou localizar de perda, sem prejuízo dos direitos
objetos; de terceiros de boa fé; e

b) Reunir elementos de prova, I) Prestar qualquer outra


incluindo os depoimentos prestados forma de auxílio não proibida pela
sob juramento, bem como produzir legislação do Estado requerido,
elementos de prova, incluindo destinada a facilitar o inquérito e o
perícias e relatórios de que o julgamento por crimes da
Tribunal necessita; competência do Tribunal.

c) Interrogar qualquer pessoa 2. O Tribunal tem poderes para


que seja objeto de inquérito ou de garantir à testemunha ou ao perito
procedimento criminal; que perante ele compareça de que
não serão perseguidos, detidos ou
d) Notificar documentos,
sujeitos a qualquer outra restrição
nomeadamente documentos
da sua liberdade pessoal, por fato
judiciários;
ou omissão anteriores à sua saída
e) Facilitar o comparecimento do território do Estado requerido.
voluntária, perante o Tribunal, de
3. Se a execução de uma
pessoas que deponham na qualidade
determinada medida de auxílio
de testemunhas ou de peritos;
constante de um pedido
f) Proceder à transferência apresentado ao abrigo do parágrafo
temporária de pessoas, em 1o não for permitida no Estado
conformidade com o parágrafo 7°; requerido em virtude de um
princípio jurídico fundamental de
g) Realizar inspeções,
aplicação geral, o Estado em causa
nomeadamente a exumação e o
iniciará sem demora consultas com
exame de cadáveres enterrados em
o Tribunal com vista à solução
fossas comuns;
dessa questão. No decurso das
consultas, serão consideradas i) A pessoa der o seu
outras formas de auxílio, bem como consentimento, livremente e com
as condições da sua realização. Se, conhecimento de causa; e
concluídas as consultas, a questão
ii) O Estado requerido
não estiver resolvida, o Tribunal
concordar com a transferência, sem
alterará o conteúdo do pedido
prejuízo das condições que esse
conforme se mostrar necessário.
Estado e o Tribunal possam
4. Nos termos do disposto no acordar;
artigo 72, um Estado Parte só
b) A pessoa transferida
poderá recusar, no todo ou em
permanecerá detida. Esgotado o fim
parte, um pedido de auxílio
que determinou a transferência, o
formulado pelo Tribunal se tal
Tribunal reenviá-la-á imediatamente
pedido se reportar unicamente à
para o Estado requerido.
produção de documentos ou à
divulgação de elementos de prova 8. a) O Tribunal garantirá a
que atentem contra a sua confidencialidade dos documentos
segurança nacional. e das informações recolhidas,
exceto se necessários para o
5. Antes de denegar o pedido
inquérito e os procedimentos
de auxílio previsto na alínea l) do
descritos no pedido;
parágrafo 1o, o Estado requerido
considerará se o auxílio poderá ser b) O Estado requerido poderá,
concedido sob determinadas se necessário, comunicar os
condições ou se poderá sê-lo em documentos ou as informações ao
data ulterior ou sob uma outra Procurador a título confidencial. O
forma, com a ressalva de que, se o Procurador só poderá utilizá-los
Tribunal ou o Procurador para recolher novos elementos de
aceitarem tais condições, deverão prova;
observá-las.
c) O Estado requerido poderá,
6. O Estado requerido que de ofício ou a pedido do
recusar um pedido de auxílio Procurador, autorizar a divulgação
comunicará, sem demora, os posterior de tais documentos ou
motivos ao Tribunal ou ao informações; os quais poderão ser
Procurador. utilizados como meios de prova, nos
termos do disposto nos Capítulos V
7. a) O Tribunal poderá pedir a
e VI e no Regulamento Processual.
transferência temporária de uma
pessoa detida para fins de 9. a) i) Se um Estado Parte
identificação ou para obter um receber pedidos concorrentes
depoimento ou outras forma de formulados pelo Tribunal e por um
auxílio. A transferência realizar-se- outro Estado, no âmbito de uma
á sempre que: obrigação internacional, e cujo
objeto não seja nem a entrega nem a
extradição, esforçar-se-á, mediante julgamento conduzidos pelo
consultas com o Tribunal e esse Tribunal; e
outro Estado, por dar satisfação a
b. O interrogatório de
ambos os pedidos adiando ou
qualquer pessoa detida por ordem
estabelecendo determinadas
do Tribunal;
condições a um ou outro pedido, se
necessário. ii) No caso previsto na
alínea b), i), a;
ii) Não sendo possível, os
pedidos concorrentes observarão os a. A transmissão dos
princípios fixados no artigo 90. documentos e de outros elementos
de prova obtidos com o auxílio de
b) Todavia, sempre que o
um Estado necessita do
pedido formulado pelo Tribunal
consentimento desse Estado;
respeitar a informações, bens ou
pessoas que estejam sob o controle b. A transmissão de
de um Estado terceiro ou de uma depoimentos, documentos e outros
organização internacional ao abrigo elementos de prova fornecidos quer
de um acordo internacional, os por uma testemunha, quer por um
Estados requeridos informarão o perito, será feita em conformidade
Tribunal em conformidade, este com o disposto no artigo 68.
dirigirá o seu pedido ao Estado
c) O Tribunal poderá, em
terceiro ou à organização
conformidade com as condições
internacional.
enunciadas neste número, deferir
10. a) Mediante pedido, o um pedido de auxílio formulado por
Tribunal cooperará com um Estado um Estado que não seja parte no
Parte e prestar-lhe-á auxílio na presente Estatuto.
condução de um inquérito ou
Artigo 94
julgamento relacionado com fatos
que constituam um crime da Suspensão da Execução de um
jurisdição do Tribunal ou que Pedido Relativamente a um
constituam um crime grave à luz do Inquérito ou a
direito interno do Estado
Procedimento Criminal em Curso
requerente.
1. Se a imediata execução de
b) i) O auxílio previsto na
um pedido prejudicar o desenrolar
alínea a) deve compreender, a
de um inquérito ou de um
saber:
procedimento criminal relativos a
a. A transmissão de um caso diferente daquele a que se
depoimentos, documentos e outros reporta o pedido, o Estado
elementos de prova recolhidos no requerido poderá suspender a
decurso do inquérito ou do execução do pedido por tempo
determinado, acordado com o
Tribunal. Contudo, a suspensão não 1. Todo o pedido relativo a
deve prolongar-se além do outras formas de cooperação
necessário para que o inquérito ou previstas no artigo 93 será
o procedimento criminal em causa formulado por escrito. Em caso de
sejam efetuados no Estado urgência, o pedido poderá ser feito
requerido. Este, antes de decidir por qualquer meio que permita
suspender a execução do pedido, manter um registro escrito, desde
verificará se o auxílio não poderá que seja confirmado através dos
ser concedido de imediato sob canais indicados na alínea a) do
determinadas condições. parágrafo 1o do artigo 87.

2. Se for decidida a suspensão 2. O pedido deverá conter, ou


de execução do pedido em ser instruído com, os seguintes
conformidade com o parágrafo 1°, o documentos:
Procurador poderá, no entanto,
a) Um resumo do objeto do
solicitar que sejam adotadas
pedido, bem como da natureza do
medidas para preservar os
auxílio solicitado, incluindo os
elementos de prova, nos termos da
fundamentos jurídicos e os motivos
alínea j) do parágrafo 1o do artigo
do pedido;
93.
b) Informações tão completas
Artigo 95
quanto possível sobre a pessoa ou o
Suspensão da Execução de um lugar a identificar ou a localizar,
Pedido por Impugnação de por forma a que o auxílio solicitado
Admissibilidade possa ser prestado;

Se o Tribunal estiver c) Um exposição sucinta dos


apreciando uma impugnação de fatos essenciais que fundamentam
admissibilidade, de acordo com os o pedido;
artigos 18 ou 19, o Estado requerido
d) A exposição dos motivos e a
poderá suspender a execução de
explicação pormenorizada dos
um pedido formulado ao abrigo do
procedimentos ou das condições a
presente Capítulo enquanto
respeitar;
aguarda que o Tribunal se
pronuncie, a menos que o Tribunal e) Toda a informação que o
tenha especificamente ordenado Estado requerido possa exigir de
que o Procurador continue a reunir acordo com o seu direito interno
elementos de prova, nos termos dos para dar seguimento ao pedido; e
artigos 18 ou 19.
f) Toda a informação útil para
Artigo 96 que o auxílio possa ser concedido.

Conteúdo do Pedido sob Outras 3. A requerimento do Tribunal,


Formas de Cooperarão previstas no um Estado Parte manterá, no que
Artigo 93 respeita a questões genéricas ou a
uma questão específica, consultas pedido na sua forma atual, a violar
com o Tribunal sobre as disposições uma obrigação constante de um
aplicáveis do seu direito interno, tratado anteriormente celebrado
susceptíveis de serem aplicadas em com outro Estado.
conformidade com a alínea e) do
Artigo 98
parágrafo 2°. No decurso de tais
consultas, o Estado Parte Cooperação Relativa à Renúncia, à
informará o Tribunal das Imunidade e ao Consentimento na
disposições específicas constantes Entrega
do seu direito interno.
1. O Tribunal pode não dar
4. O presente artigo aplicar-se- seguimento a um pedido de entrega
á, se for caso disso, a qualquer ou de auxílio por força do qual o
pedido de auxílio dirigido ao Estado requerido devesse atuar de
Tribunal. forma incompatível com as
obrigações que lhe incumbem à luz
Artigo 97
do direito internacional em matéria
Consultas de imunidade dos Estados ou de
imunidade diplomática de pessoa ou
Sempre que, ao abrigo do
de bens de um Estado terceiro, a
presente Capítulo, um Estado
menos que obtenha, previamente a
Parte receba um pedido e verifique
cooperação desse Estado terceiro
que este suscita dificuldades que
com vista ao levantamento da
possam obviar à sua execução ou
imunidade.
impedi-la, o Estado em causa
iniciará, sem demora, as consultas 2. O Tribunal pode não dar
com o Tribunal com vista à solução seguimento à execução de um
desta questão. Tais dificuldades pedido de entrega por força do
podem revestir as seguintes formas: qual o Estado requerido devesse
atuar de forma incompatível com as
a) Informações insuficientes
obrigações que lhe incumbem em
para dar seguimento ao pedido;
virtude de acordos internacionais à
b) No caso de um pedido de luz dos quais o consentimento do
entrega, o paradeiro da pessoa Estado de envio é necessário para
reclamada continuar desconhecido que uma pessoa pertencente a esse
a despeito de todos os esforços ou Estado seja entregue ao Tribunal, a
a investigação realizada permitiu menos que o Tribunal consiga,
determinar que a pessoa que se previamente, obter a cooperação
encontra no Estado Requerido não do Estado de envio para consentir
é manifestamente a pessoa na entrega.
identificada no mandado; ou
Artigo 99
c) O Estado requerido ver-se-ia
compelido, para cumprimento do
Execução dos Pedidos Estado, de acordo com as seguintes
Apresentados ao Abrigo dos modalidades:
Artigos 93 e 96
a) Quando o Estado requerido
1. Os pedidos de auxílio serão for o Estado em cujo território haja
executados de harmonia com os indícios de ter sido cometido o
procedimentos previstos na crime e existir uma decisão sobre a
legislação interna do Estado admissibilidade tal como previsto
requerido e, a menos que o seu nos artigos 18 e 19, o Procurador
direito interno o proíba, na forma poderá executar diretamente o
especificada no pedido, aplicando pedido, depois de ter levado a cabo
qualquer procedimento nele consultas tão amplas quanto
indicado ou autorizando as pessoas possível com o Estado requerido;
nele indicadas a estarem presentes
b) Em outros casos, o Procurador
e a participarem na execução do
poderá executar o pedido após
pedido.
consultas com o Estado Parte
2. Em caso de pedido urgente, requerido e tendo em conta as
os documentos e os elementos de condições ou as preocupações
prova produzidos na resposta serão, razoáveis que esse Estado tenha
a requerimento do Tribunal, eventualmente argumentado.
enviados com urgência. Sempre que o Estado requerido
verificar que a execução de um
3. As respostas do Estado
pedido nos termos da presente
requerido serão transmitidas na sua
alínea suscita dificuldades,
língua e forma originais.
consultará de imediato o Tribunal
4. Sem prejuízo dos demais para resolver a questão.
artigos do presente Capítulo,
5. As disposições que
sempre que for necessário para a
autorizam a pessoa ouvida ou
execução com sucesso de um
interrogada pelo Tribunal ao abrigo
pedido, e não haja que recorrer a
do artigo 72, a invocar as restrições
medidas coercitivas, nomeadamente
previstas para impedir a divulgação
quando se trate de ouvir ou levar
de informações confidenciais
uma pessoa a depor de sua livre
relacionadas com a segurança
vontade, mesmo sem a presença das
nacional, aplicar-se-ão de igual
autoridades do Estado Parte
modo à execução dos pedidos de
requerido se tal for determinante
auxílio referidos no presente artigo.
para a execução do pedido, ou
quando se trate de examinar, sem Artigo 100
proceder a alterações, um lugar
Despesas
público ou um outro local público,
o Procurador poderá dar 1. As despesas ordinárias
cumprimento ao pedido decorrentes da execução dos
diretamente no território de um pedidos no território do Estado
requerido serão por este 1. Nenhuma pessoa entregue
suportadas, com exceção das ao Tribunal nos termos do presente
seguintes, que correrão a cargo do Estatuto poderá ser perseguida,
Tribunal: condenada ou detida por condutas
anteriores à sua entrega, salvo
a) As despesas relacionadas
quando estas constituam crimes
com as viagens e a proteção das
que tenham fundamentado a sua
testemunhas e dos peritos ou com a
entrega.
transferência de detidos ao abrigo
do artigo 93; 2. O Tribunal poderá solicitar
uma derrogação dos requisitos
b) As despesas de tradução, de
estabelecidos no parágrafo 1o ao
interpretação e de transcrição;
Estado que lhe tenha entregue uma
c) As despesas de deslocação e pessoa e, se necessário, facultar-
de estada dos juízes, do lhe-á, em conformidade com o
Procurador, dos Procuradores- artigo 91, informações
adjuntos, do Secretário, do complementares. Os Estados Partes
Secretário-Adjunto e dos membros estarão habilitados a conceder uma
do pessoal de todos os órgãos do derrogação ao Tribunal e deverão
Tribunal; envidar esforços nesse sentido.

d) Os custos das perícias ou Artigo 102


dos relatórios periciais solicitados
Termos Usados
pelo Tribunal;
Para os fins do presente
e) As despesas decorrentes do
Estatuto:
transporte das pessoas entregues ao
Tribunal pelo Estado de detenção; a) Por "entrega", entende-se a
e entrega de uma pessoa por um
Estado ao Tribunal nos termos do
f) Após consulta, quaisquer
presente Estatuto.
despesas extraordinárias
decorrentes da execução de um b) Por "extradição", entende-se
pedido. a entrega de uma pessoa por um
Estado a outro Estado conforme
2. O disposto no parágrafo
o previsto em um tratado, em uma
1 aplicar-se-á, sempre que
convenção ou no direito interno.
necessário, aos pedidos dirigidos
pelos Estados Partes ao Tribunal. Capítulo X
Neste caso, o Tribunal tomará a seu
Execução da Pena
cargo as despesas ordinárias
decorrentes da execução. Artigo 103

Artigo 101 Função dos Estados na Execução


das Penas Privativas de Liberdade
Regra da Especialidade
1. a) As penas privativas de harmonia com o parágrafo 1o do
liberdade serão cumpridas num artigo 104.
Estado indicado pelo Tribunal a
3. Sempre que exercer o seu
partir de uma lista de Estados que
poder de indicação em
lhe tenham manifestado a sua
conformidade com o parágrafo 1o, o
disponibilidade para receber
Tribunal levará em consideração:
pessoas condenadas.
a) O princípio segundo o qual
b) Ao declarar a sua
os Estados Partes devem partilhar
disponibilidade para receber
da responsabilidade na execução
pessoas condenadas, um Estado
das penas privativas de liberdade,
poderá formular condições
em conformidade com os princípios
acordadas com o Tribunal e em
de distribuição eqüitativa
conformidade com o presente
estabelecidos no Regulamento
Capítulo.
Processual;
c) O Estado indicado no
b) A aplicação de normas
âmbito de um determinado caso
convencionais do direito
dará prontamente a conhecer se
internacional amplamente aceitas,
aceita ou não a indicação do
que regulam o tratamento dos
Tribunal.
reclusos;
2. a) O Estado da execução
c) A opinião da pessoa
informará o Tribunal de qualquer
condenada; e
circunstância, incluindo o
cumprimento de quaisquer d) A nacionalidade da pessoa
condições acordadas nos termos do condenada;
parágrafo 1o, que possam afetar
e) Outros fatores relativos às
materialmente as condições ou a
circunstâncias do crime, às
duração da detenção. O Tribunal
condições pessoais da pessoa
será informado com, pelo menos, 45
condenada ou à execução efetiva
dias de antecedência sobre
da pena, adequadas à indicação do
qualquer circunstância dessa
Estado da execução.
natureza, conhecida ou previsível.
Durante este período, o Estado da 4. Se nenhum Estado for
execução não tomará qualquer designado nos termos do parágrafo
medida que possa ser contrária às 1o, a pena privativa de liberdade
suas obrigações ao abrigo do artigo será cumprida num estabelecimento
110. prisional designado pelo Estado
anfitrião, em conformidade com as
b) Se o Tribunal não puder
condições estipuladas no acordo
aceitar as circunstâncias referidas
que determinou o local da sede
na alínea a), deverá informar o
previsto no parágrafo 2o do artigo
Estado da execução e proceder em
3o. Neste caso, as despesas
relacionadas com a execução da internacionais amplamente aceitas
pena ficarão a cargo do Tribunal. em matéria de tratamento dos
reclusos.
Artigo 104
2. As condições de detenção
Alteração da Indicação do Estado
serão reguladas pela legislação do
da Execução
Estado da execução e observarão
1. O Tribunal poderá, a as regras convencionais
qualquer momento, decidir internacionais amplamente aceitas
transferir um condenado para uma em matéria de tratamento dos
prisão de um outro Estado. reclusos. Em caso algum devem ser
menos ou mais favoráveis do que as
2. A pessoa condenada pelo
aplicáveis aos reclusos condenados
Tribunal poderá, a qualquer
no Estado da execução por
momento, solicitar-lhe que a
infrações análogas.
transfira do Estado encarregado da
execução. 3. As comunicações entre o
condenado e o Tribunal serão livres
Artigo 105
e terão caráter confidencial.
Execução da Pena
Artigo 107
1. Sem prejuízo das condições
Transferência do Condenado
que um Estado haja estabelecido
depois de Cumprida a Pena
nos termos do artigo 103, parágrafo
1o, alínea b), a pena privativa de 1. Cumprida a pena, a pessoa
liberdade é vinculativa para os que não seja nacional do Estado da
Estados Partes, não podendo estes execução poderá, de acordo com a
modificá-la em caso algum. legislação desse mesmo Estado, ser
transferida para um outro Estado
2. Será da exclusiva
obrigado a aceitá-la ou ainda para
competência do Tribunal
um outro Estado que aceite acolhê-
pronunciar-se sobre qualquer
la tendo em conta a vontade
pedido de revisão ou recurso. O
expressa pela pessoa em ser
Estado da execução não obstará a
transferida para esse Estado; a
que o condenado apresente um tal
menos que o Estado da execução
pedido.
autorize essa pessoa a permanecer
Artigo 106 no seu território.

Controle da Execução da Pena e 2. As despesas relativas à


das Condições de Detenção transferência do condenado para
um outro Estado nos termos do
1. A execução de uma pena
parágrafo 1° serão suportadas pelo
privativa de liberdade será
Tribunal se nenhum Estado as
submetida ao controle do Tribunal
tomar a seu cargo.
e observará as regras convencionais
3. Sem prejuízo do disposto no Execução das Penas de Multa e das
artigo 108, o Estado da execução Medidas de Perda
poderá igualmente, em harmonia
1. Os Estados Partes aplicarão
com o seu direito interno,
as penas de multa, bem como as
extraditar ou entregar por qualquer
medidas de perda ordenadas pelo
outro modo a pessoa a um Estado
Tribunal ao abrigo do Capítulo VII,
que tenha solicitado a sua
sem prejuízo dos direitos de
extradição ou a sua entrega para
terceiros de boa fé e em
fins de julgamento ou de
conformidade com os
cumprimento de uma pena.
procedimentos previstos no
Artigo 108 respectivo direito interno.

Restrições ao Procedimento 2. Sempre que um Estado


Criminal ou à Condenação por Parte não possa tornar efetiva a
Outras Infrações declaração de perda, deverá tomar
medidas para recuperar o valor do
1. A pessoa condenada que
produto, dos bens ou dos haveres
esteja detida no Estado da
cuja perda tenha sido declarada
execução não poderá ser objeto de
pelo Tribunal, sem prejuízo dos
procedimento criminal, condenação
direitos de terceiros de boa fé.
ou extradição para um Estado
terceiro em virtude de uma 3. Os bens, ou o produto da
conduta anterior à sua venda de bens imóveis ou, se for
transferência para o Estado da caso disso, da venda de outros
execução, a menos que a Tribunal bens, obtidos por um Estado Parte
tenha dado a sua aprovação a tal por força da execução de uma
procedimento, condenação ou decisão do Tribunal, serão
extradição, a pedido do Estado da transferidos para o Tribunal.
execução.
Artigo 110
2. Ouvido o condenado, o
Reexame pelo Tribunal da Questão
Tribunal pronunciar-se-á sobre a
de Redução de Pena
questão.
1. O Estado da execução não
3. O parágrafo 1o deixará de
poderá libertar o recluso antes de
ser aplicável se o condenado
cumprida a totalidade da pena
permanecer voluntariamente no
proferida pelo Tribunal.
território do Estado da execução
por um período superior a 30 dias 2. Somente o Tribunal terá a
após o cumprimento integral da faculdade de decidir sobre
pena proferida pelo Tribunal, ou se qualquer redução da pena e, ouvido
regressar ao território desse Estado o condenado, pronunciar-se-á a tal
após dele ter saído. respeito,

Artigo 109
3. Quando a pessoa já tiver subseqüentemente a questão da
cumprido dois terços da pena, ou 25 redução da pena com a
anos de prisão em caso de pena de periodicidade e nos termos
prisão perpétua, o Tribunal previstos no Regulamento
reexaminará a pena para determinar Processual.
se haverá lugar a sua redução. Tal
Artigo 111
reexame só será efetuado
transcorrido o período acima Evasão
referido.
Se um condenado se evadir do
4. No reexame a que se refere seu local de detenção e fugir do
o parágrafo 3o, o Tribunal poderá território do Estado da execução,
reduzir a pena se constatar que se este poderá, depois de ter
verificam uma ou várias das consultado o Tribunal, pedir ao
condições seguintes: Estado no qual se encontra
localizado o condenado que o
a) A pessoa tiver manifestado,
entregue em conformidade com os
desde o início e de forma contínua,
acordos bilaterais ou multilaterais
a sua vontade em cooperar com o
em vigor, ou requerer ao Tribunal
Tribunal no inquérito e no
que solicite a entrega dessa pessoa
procedimento;
ao abrigo do Capítulo IX. O
b) A pessoa tiver, Tribunal poderá, ao solicitar a
voluntariamente, facilitado a entrega da pessoa, determinar que
execução das decisões e despachos esta seja entregue ao Estado no
do Tribunal em outros casos, qual se encontrava a cumprir a sua
nomeadamente ajudando-o a pena, ou a outro Estado por ele
localizar bens sobre os quais indicado.
recaíam decisões de perda, de
Capítulo XI
multa ou de reparação que poderão
ser usados em benefício das Assembléia dos Estados Partes
vítimas; ou
Artigo 112
c) Outros fatores que
Assembléia dos Estados Partes
conduzam a uma clara e
significativa alteração das 1. É constituída, pelo presente
circunstâncias suficiente para instrumento, uma Assembléia dos
justificar a redução da pena, Estados Partes. Cada um dos
conforme previsto no Regulamento Estados Partes nela disporá de um
Processual; representante, que poderá ser
coadjuvado por substitutos e
5. Se, no reexame inicial a que
assessores. Outros Estados
se refere o parágrafo 3o, o Tribunal
signatários do Estatuto ou da Ata
considerar não haver motivo para
Final poderão participar nos
redução da pena, ele reexaminará
trabalhos da Assembléia na representação adequada dos
qualidade de observadores. principais sistemas jurídicos do
mundo;
2. A Assembléia:
c) A Mesa reunir-se-á as vezes
a) Examinará e adotará, se
que forem necessárias, mas, pelo
adequado, as recomendações da
menos, uma vez por ano. Assistirá a
Comissão Preparatória;
Assembléia no desempenho das suas
b) Promoverá junto à funções.
Presidência, ao Procurador e ao
4. A Assembléia poderá criar
Secretário as linhas orientadoras
outros órgãos subsidiários que
gerais no que toca à administração
julgue necessários, nomeadamente
do Tribunal;
um mecanismo de controle
c) Examinará os relatórios e as independente que proceda a
atividades da Mesa estabelecido inspeções, avaliações e inquéritos
nos termos do parágrafo 3° e tomará em ordem a melhorar a eficiência e
as medidas apropriadas; economia da administração do
Tribunal.
d) Examinará e aprovará o
orçamento do Tribunal; 5. O Presidente do Tribunal, o
Procurador e o Secretário ou os
e) Decidirá, se for caso disso,
respectivos representantes poderão
alterar o número de juízes nos
participar, sempre que julguem
termos do artigo 36;
oportuno, nas reuniões da
f) Examinará, em harmonia com Assembléia e da Mesa.
os parágrafos 5 e 7 do artigo 87,
6. A Assembléia reunir-se-á na
qualquer questão relativa à não
sede do Tribunal ou na sede da
cooperação dos Estados;
Organização das Nações Unidas
g) Desempenhará qualquer uma vez por ano e, sempre que as
outra função compatível com as circunstâncias o exigirem, reunir-se-
disposições do presente Estatuto á em sessão extraordinária. A
ou do Regulamento Processual; menos que o presente Estatuto
estabeleça em contrário, as sessões
3. a) A Assembléia será dotada
extraordinárias são convocadas
de uma Mesa composta por um
pela Mesa, de ofício ou a pedido de
presidente, dois vice-presidentes e
um terço dos Estados Partes.
18 membros por ela eleitos por
períodos de três anos; 7. Cada um dos Estados Partes
disporá de um voto. Todos os
b) A Mesa terá um caráter
esforços deverão ser envidados
representativo, atendendo
para que as decisões da Assembléia
nomeadamente ao princípio da
e da Mesa sejam adotadas por
distribuição geográfica eqüitativa e
consenso. Se tal não for possível, e
à necessidade de assegurar uma
a menos que o Estatuto estabeleça Artigo 113
em contrário:
Regulamento Financeiro
a) As decisões sobre as
Salvo disposição expressa em
questões de fundo serão tomadas
contrário, todas as questões
por maioria de dois terços dos
financeiras atinentes ao Tribunal e
membros presentes e votantes, sob
às reuniões da Assembléia dos
a condição que a maioria absoluta
Estados Partes, incluindo a sua
dos Estados Partes constitua
Mesa e os seus órgãos subsidiários,
quorum para o escrutínio;
serão reguladas pelo presente
b) As decisões sobre as Estatuto, pelo Regulamento
questões de procedimento serão Financeiro e pelas normas de gestão
tomadas por maioria simples dos financeira adotados pela
Estados Partes presentes e Assembléia dos Estados Partes.
votantes.
Artigo 114
8. O Estado Parte em atraso
Pagamento de Despesas
no pagamento da sua contribuição
financeira para as despesas do As despesas do Tribunal e da
Tribunal não poderá votar nem na Assembléia dos Estados Partes,
Assembléia nem na Mesa se o total incluindo a sua Mesa e os seus
das suas contribuições em atraso órgãos subsidiários, serão pagas
igualar ou exceder a soma das pelos fundos do Tribunal.
contribuições correspondentes aos
Artigo 115
dois anos anteriores completos por
ele devidos. A Assembléia Geral Fundos do Tribunal e da Assembléia
poderá, no entanto, autorizar o dos Estados Partes
Estado em causa a votar na
As despesas do Tribunal e da
Assembléia ou na Mesa se ficar
Assembléia dos Estados Partes,
provado que a falta de pagamento é
incluindo a sua Mesa e os seus
devida a circunstâncias alheias ao
órgãos subsidiários, inscritas no
controle do Estado Parte.
orçamento aprovado pela
9. A Assembléia adotará o seu Assembléia dos Estados Partes,
próprio Regimento. serão financiadas:

10. As línguas oficiais e de a) Pelas quotas dos Estados


trabalho da Assembléia dos Estados Partes;
Partes serão as línguas oficiais e de
b) Pelos fundos provenientes
trabalho da Assembléia Geral da
da Organização das Nações Unidas,
Organização das Nações Unidas.
sujeitos à aprovação da Assembléia
Capítulo XII Geral, nomeadamente no que diz
respeito às despesas relativas a
Financiamento
questões remetidas para o Tribunal 1. Qualquer diferendo relativo
pelo Conselho de Segurança. às funções judiciais do Tribunal
será resolvido por decisão do
Artigo 116
Tribunal.
Contribuições Voluntárias
2. Quaisquer diferendos entre
Sem prejuízo do artigo 115, o dois ou mais Estados Partes
Tribunal poderá receber e utilizar, a relativos à interpretação ou à
título de fundos adicionais, as aplicação do presente Estatuto,
contribuições voluntárias dos que não forem resolvidos pela via
Governos, das organizações negocial num período de três meses
internacionais, dos particulares, das após o seu início, serão submetidos
empresas e demais entidades, de à Assembléia dos Estados Partes. A
acordo com os critérios Assembléia poderá procurar
estabelecidos pela Assembléia dos resolver o diferendo ou fazer
Estados Partes nesta matéria. recomendações relativas a outros
métodos de resolução, incluindo a
Artigo 117
submissão do diferendo à Corte
Cálculo das Quotas Internacional de Justiça, em
conformidade com o Estatuto
As quotas dos Estados Partes
dessa Corte.
serão calculadas em conformidade
com uma tabela de quotas que Artigo 120
tenha sido acordada, com base na
Reservas
tabela adotada pela Organização
das Nações Unidas para o seu Não são admitidas reservas a
orçamento ordinário, e adaptada de este Estatuto.
harmonia com os princípios nos
Artigo 121
quais se baseia tal tabela.
Alterações
Artigo 118
1. Expirado o período de sete
Verificação Anual de Contas
anos após a entrada em vigor do
Os relatórios, livros e contas presente Estatuto, qualquer Estado
do Tribunal, incluindo os balanços Parte poderá propor alterações ao
financeiros anuais, serão Estatuto. O texto das propostas de
verificados anualmente por um alterações será submetido ao
revisor de contas independente. Secretário-Geral da Organização
das Nações Unidas, que o
Capítulo XIII
comunicará sem demora a todos os
Cláusulas Finais Estados Partes.

Artigo 119 2. Decorridos pelo menos três


meses após a data desta
Resolução de Diferendos
notificação, a Assembléia dos
Estados Partes decidirá na reunião Partes nos termos do parágrafo 4,
seguinte, por maioria dos seus qualquer Estado Parte que não a
membros presentes e votantes, se tenha aceito poderá retirar-se do
deverá examinar a proposta. A Estatuto com efeito imediato, não
Assembléia poderá tratar desta obstante o disposto no parágrafo
proposta, ou convocar uma 1o do artigo 127, mas sem prejuízo
Conferência de Revisão se a do disposto no parágrafo 2o do
questão suscitada o justificar. artigo 127, mediante notificação da
sua retirada o mais tardar um ano
3. A adoção de uma alteração
após a entrada em vigor desta
numa reunião da Assembléia dos
alteração.
Estados Partes ou numa
Conferência de Revisão exigirá a 7. O Secretário-Geral da
maioria de dois terços dos Estados Organização dás Nações Unidas
Partes, quando não for possível comunicará a todos os Estados
chegar a um consenso. Partes quaisquer alterações que
tenham sido adotadas em reunião
4. Sem prejuízo do disposto no
da Assembléia dos Estados Partes
parágrafo 5, qualquer alteração
ou numa Conferência de Revisão.
entrará em vigor, para todos os
Estados Partes, um ano depois que Artigo 122
sete oitavos de entre eles tenham
Alteração de Disposições de
depositado os respectivos
Caráter Institucional
instrumentos de ratificação ou de
aceitação junto do Secretário-Geral 1. Não obstante o artigo 121,
da Organização das Nações Unidas. parágrafo 1o, qualquer Estado Parte
poderá, em qualquer momento,
5. Qualquer alteração ao
propor alterações às disposições do
artigo 5o, 6o, 7o e 8o do presente
Estatuto, de caráter
Estatuto entrará em vigor, para
exclusivamente institucional, a
todos os Estados Partes que a
saber, artigos 35, 36, parágrafos 8 e
tenham aceitado, um ano após o
9, artigos 37, 38, 39, parágrafos 1o (as
depósito dos seus instrumentos de
primeiras duas frases), 2o e 4o, artigo
ratificação ou de aceitação. O
42, parágrafos 4 a 9, artigo 43,
Tribunal não exercerá a sua
parágrafos 2o e 3o e artigos 44, 46, 47
competência relativamente a um
e 49. O texto de qualquer proposta
crime abrangido pela alteração
será submetido ao Secretário-Geral
sempre que este tiver sido cometido
da Organização das Nações Unidas
por nacionais de um Estado Parte
ou a qualquer outra pessoa
que não tenha aceitado a alteração,
designada pela Assembléia dos
ou no território desse Estado
Estados Partes, que o comunicará
Parte.
sem demora a todos os Estados
6. Se uma alteração tiver sido Partes e aos outros participantes na
aceita por sete oitavos dos Estados Assembléia.
2. As alterações apresentadas Conferência de Revisão serão
nos termos deste artigo, sobre as reguladas pelas disposições do
quais não seja possível chegar a um artigo 121, parágrafos 3o a 7.
consenso, serão adotadas pela
Artigo 124
Assembléia dos Estados Partes ou
por uma Conferência de Revisão Disposição Transitória
,por uma maioria de dois terços dos
Não obstante o disposto nos
Estados Partes. Tais alterações
parágrafos 1o e 2o do artigo 12, um
entrarão em vigor, para todos os
Estado que se torne Parte no
Estados Partes, seis meses após a
presente Estatuto, poderá declarar
sua adoção pela Assembléia ou,
que, durante um período de sete
conforme o caso, pela Conferência
anos a contar da data da entrada
de Revisão.
em vigor do Estatuto no seu
Artigo 123 território, não aceitará a
competência do Tribunal
Revisão do Estatuto
relativamente à categoria de crimes
1. Sete anos após a entrada em referidos no artigo 8o, quando haja
vigor do presente Estatuto, o indícios de que um crime tenha sido
Secretário-Geral da Organização praticado por nacionais seus ou no
das Nações Unidas convocará uma seu território. A declaração
Conferência de Revisão para formulada ao abrigo deste artigo
examinar qualquer alteração ao poderá ser retirada a qualquer
presente Estatuto. A revisão momento. O disposto neste artigo
poderá incidir nomeadamente, mas será reexaminado na Conferência
não exclusivamente, sobre a lista de de Revisão a convocar em
crimes que figura no artigo 5o. A conformidade com o parágrafo
Conferência estará aberta aos 1o do artigo 123.
participantes na Assembléia dos
Artigo 125
Estados Partes, nas mesmas
condições. Assinatura, Ratificação,
Aceitação, Aprovação ou Adesão
2. A todo o momento ulterior,
a requerimento de um Estado Parte 1. O presente Estatuto estará
e para os fins enunciados no aberto à assinatura de todos os
parágrafo 1o, o Secretário-Geral da Estados na sede da Organização
Organização das Nações Unidas, das Nações Unidas para a
mediante aprovação da maioria dos Alimentação e a Agricultura, em
Estados Partes, convocará uma Roma, a 17 de Julho de 1998,
Conferência de Revisão. continuando aberto à assinatura no
Ministério dos Negócios
3. A adoção e a entrada em
Estrangeiros de Itália, em Roma, até
vigor de qualquer alteração ao
17 de Outubro de 1998. Após esta
Estatuto examinada numa
data, o Estatuto continuará aberto
na sede da Organização das Nações ratificação, de aceitação, de
Unidas, em Nova Iorque, até 31 de aprovação ou de adesão.
Dezembro de 2000.
Artigo 127
2. O presente Estatuto ficará
Retirada
sujeito a ratificação, aceitação ou
aprovação dos Estados signatários. 1. Qualquer Estado Parte
Os instrumentos de ratificação, poderá, mediante notificação
aceitação ou aprovação serão escrita e dirigida ao Secretário-
depositados junto do Secretário- Geral da Organização das Nações
Geral da Organização das Nações Unidas, retirar-se do presente
Unidas. Estatuto. A retirada produzirá
efeitos um ano após a data de
3. O presente Estatuto ficará
recepção da notificação, salvo se
aberto à adesão de qualquer
esta indicar uma data ulterior.
Estado. Os instrumentos de adesão
serão depositados junto do 2. A retirada não isentará o
Secretário-Geral da Organização Estado das obrigações que lhe
das Nações Unidas. incumbem em virtude do presente
Estatuto enquanto Parte do
Artigo 126
mesmo, incluindo as obrigações
Entrada em Vigor financeiras que tiver assumido, não
afetando também a cooperação
1. O presente Estatuto entrará
com o Tribunal no âmbito de
em vigor no primeiro dia do mês
inquéritos e de procedimentos
seguinte ao termo de um período de
criminais relativamente aos quais o
60 dias após a data do depósito do
Estado tinha o dever de cooperar e
sexagésimo instrumento de
que se iniciaram antes da data em
ratificação, de aceitação, de
que a retirada começou a produzir
aprovação ou de adesão junto do
efeitos; a retirada em nada afetará
Secretário-Geral da Organização
a prossecução da apreciação das
das Nações Unidas.
causas que o Tribunal já tivesse
2. Em relação ao Estado que começado a apreciar antes da data
ratifique, aceite ou aprove o em que a retirada começou a
Estatuto ,ou a ele adira após o produzir efeitos.
depósito do sexagésimo
Artigo 128
instrumento de ratificação, de
aceitação, de aprovação ou de Textos Autênticos
adesão, o Estatuto entrará em vigor
O original do presente
no primeiro dia do mês seguinte ao
Estatuto, cujos textos em árabe,
termo de um período de 60 dias
chinês, espanhol, francês, inglês e
após a data do depósito do
russo fazem igualmente fé, será
respectivo instrumento de
depositado junto do Secretário-
Geral das Nações Unidas, que inicial deste princípio, o que não
enviará cópia autenticada a todos era percebido e entendido
os Estados. concretamente, mas geravam
destaque a alguns membros.
Em fé do que, os abaixo
assinados, devidamente autorizados O postulado da dignidade da pessoa
pelos respectivos Governos, humana sempre existiu acoplado à
assinaram o presente Estatuto. existência humana, se hoje, ainda,
algumas culturas não o reconhecem
Feito em Roma, aos dezessete
como tal, isso não impede que, fora
dias do mês de julho de mil
do conhecimento de cada cultura,
novecentos e noventa e oito.
esse conceito já não estivesse
Os Direitos Humanos e a Segurança presente na consciência humana. A
Pública Constituição Federal de 1988 traz
como fundamentos da República
Federativa do Brasil e
A consciência dos direitos humanos consequentemente, do Estado
faz parte do processo que conduz à Democrático de Direito, a
emancipação das pessoas perante o dignidade da pessoa humana.
seu contexto social. Tal processo
também está interligado ao Direitos Humanos correspondem a
conceito de cidadania, que se liberdades e garantias as quais
encontra em construção todos têm direito e que se fazem
permanente em razão do seu necessários para uma vida digna.
caráter histórico, incorporando São inerentes a todos os seres
continuamente novos valores e humanos, de forma a respeitar
conquistas. diferenças de crença, de raça, de
cultura, de posição política e
Um princípio importante ao se falar social. Por isso são ditos universais:
de Direitos Humanos é o da não precisam ser conquistados, pois
dignidade da pessoa humana, que sua única condição é a de ser
merece grande destaque visto ser humano. São também inalienáveis e
um atributo humano sentido e irrenunciáveis, por se tratar de
criado pelo homem; por ele direitos fundamentais que devem
desenvolvido e estudado, existindo estar sempre à disposição de quem
desde os primórdios da deles precisar. Outra característica
humanidade, mas só nos últimos importante é sua indivisibilidade, já
anos percebido por completo. que devem estar todos integrados,
Contudo, apesar de que o ser inter-relacionados. Essa integração
humano quando começou a viver se faz necessária uma vez que a
em sociedades rudimentares efetivação de um desses direitos –
organizadas pela honra, a honradez os civis, por exemplo – depende da
e a nobreza já se eram respeitadas efetivação de outro – os sociais -,
por todos do grupo o processo
de maneira a gerar relação de soberania popular, que garantem
interdependência. convivência pacífica, digna, livre e
igualitária, independentemente de
Por último, é importante frisar que
credo, raça, origem, cor, condição
os direitos humanos são imunes ao
econômica ou status social. São
retrocesso, para que assim não
aqueles direitos mais importantes
possam ser reduzidos ou
ao ser humano, que estão
prejudicados por outras normas,
positivados no ordenamento
conforme expresso no §4ºart. 60 da
jurídico interno. Sem os direitos
Constituição Federal Brasileira,
fundamentais, o homem não vive,
uma cláusula pétrea expressa.
não convive, e, em alguns casos, não
CONHECIMENTOS sobrevive”. Ex.: A previsão do
direito à vida na
INICIAIS
Constituição. Direitos
1.CONCEITOS Humanos: São aqueles direitos
positivados e protegidos na esfera
Antes de apresentar uma internacional por tratados, pactos,
conceituação sobre o tema, acordos ou cartas. Ex.: Proteção à
importante se faz realizar algumas vida no Pacto de San José da Costa
diferenciações sobre o que é Rica.”(grifo nosso) (BULOS, 2011)
direito do homem, direitos
Portanto vamos a uma
fundamentais e direitos humanos. É
conceituação geral de Direito
comum que as pessoas tratem esses
Humanos, sendo este universal e
termos indistintamente; contudo,
inclusivo, já que são necessários
eles são diferentes. Façamos um
para todos e cada uma das pessoas,
paralelo do direito à vida nas três
tanto na parte individual como na
definições para melhor
coletividade, no marco da situação
compreensão do tema:
histórica, temporal e cultural que
“Direitos do Homem: são aqueles rodeia a convivência dos seres
direitos jus naturais, que já estão humanos. Por tanto, o modo de
com o homem pela simples condição realização dos Direitos Humanos
de ser ele homem, de ser ele pessoa depende da situação social, política
humana, por ter nascido. O ser e cultural dos grupos humanos que
humano, portanto, já nasce com os exercem, defendem e
esses direitos, são inatos e reivindicam. Os direitos humanos
independentes de qualquer são tudo o que necessitamos para
condição ou positivação na ordem poder viver dignamente.
interna ou externa. Ex.: Direito à
Tudo o que as pessoas e coletivos
vida, que é inato ao ser
requerem para desenvolver-se
humano. Direitos
plenamente, como uma alimentação
Fundamentais: São o conjunto de
digna, educação de qualidade,
normas, princípios, prerrogativas,
saúde, trabalho, um meio ambiente
deveres e institutos, inerentes à
são, respeito à integridade física e difícil de ser atendido. O segundo
psicológica, liberdade de expressão, mandamento, agora dado por Jesus,
de credo, de ir e vir. Os Direitos o Filho de Deus, foi que causou
Humanos representam também espanto em sua época, pois amar a
instrumentos que promovem o Deus entende-se por
respeito à dignidade dos seres agradável, mas amar o próximo,
humanos através da exigência da ainda mais quando o próximo nos
satisfação dessas necessidades faz algum mal é que seria difícil.
básicas. Jesus ensinou ainda que deveríamos
“orar e amar nossos inimigos”
Sendo um dever estatal reconhecer
(Mateus 5: 44). O contexto histórico
e garantir os Direitos Humanos,
em que Jesus começou a pregar era
para isso é que muitos se encontram
de completa dominação de Israel
consagrados em normas jurídicas
pelos romanos. Sendo que Pilatos
nacionais, como a Constituição
era o governador romano de toda
como garantia dos indivíduos e as
aquela região. Assim, para um judeu
todas as leis que derivam dela
orar e amar seus inimigos, como por
promovendo as garantias individuais
exemplo, um cidadão romano, seu
dos cidadãos.
inimigo máximo, ocupante de suas
2. HISTÓRICO DOS terras e opressor do povo, seria algo
completamente impossível aos olhos
DIREITOS HUMANOS
humanos.
2.1. ORIGEM HISTÓRICA Desse modo, o respeito pelo
DOS DIREITOS próximo é o respeito pelos direitos
dos seres humanos. Não podemos
HUMANOS:
fazer o mal ao próximo, pois os
CRISTIANISMO homens foram feitos a imagem e
semelhança de Deus. Assim, o
Através de estudos científicos
ensinamento cristão de amor ao
pode-se afirmar que os direitos
próximo é o fundamento histórico
humanos tem sua origem no
dos direitos humanos.
Cristianismo, com seu nascimento
na antiga Palestina, onde estava 2.2. DIMENSÕES OU
situado o Estado de Israel.
GERAÇÕES DOS
A mensagem de Jesus Cristo,
DIREITOS HUMANOS
conforme vemos em Mateus 22: 36-
40, pode ser resumida em dois Hodiernamente na doutrina
mandamentos: a) Amar a Deus pátria existe um grande debate
sobre todas as coisas e b) Amar o acerca da evolução histórica dos
próximo com a si mesmo. Ora, o direitos humanos fundamentais em
primeiro mandamento já havia sido gerações de direito, sendo que uma
dado por Deus a Moisés no Monte parte da doutrina abandou o termo
Sinai e este mandamento não seria geração, para adotar a expressão
dimensão, com o argumento de que difusos muita das vezes sofrem
geração pressupõe a superação da violações.
geração anterior. O que não ocorre
d) Direitos humanos de 4º
com os direitos fundamentais, pois
geração: Norberto Bobbio defende
todas as gerações seguintes não
que esses direitos estão
superam a anterior, mas as
relacionados com os avanços no
complementam, por isso é preferido
campo da engenharia genética, ao
o uso de “dimensão”. Não se mostra
colocarem em risco a própria
tão importante tal discussão formal,
existência humana, através da
ou seja, qual nomenclatura utilizar,
manipulação do patrimônio
pois o que importa é o conteúdo
genético.
material. Pedro Lenza (2017)
apresenta a seguinte classificação: e) Direitos humanos de 5ª
geração: Paulo Bonavides defende
“a) Direitos humanos de 1ª
essa ideia. Para ele, essa geração
geração: referem-se às liberdades
refere-se ao direito à paz mundial.
públicas e aos direitos políticos, ou
A paz seria o objetivo da geração a
seja, direitos civis e políticos a
qual vivemos que constantemente é
traduzirem o valor de liberdade.
ameaçada pelo terrorismo e pelas
Documentos históricos (séculos
guerras (Portela, 2017).” (grifo
XVII, XVIII e XIX): 1) Magna Carta
nosso) (LENZA, 2017)
de 1215, assinada pelo rei Joao sem
terra;2) Paz de Westfália 2.3. ORIGEM HISTÓRICA
(1648);3) Habeas Corpus Act (1679);4)
DOS DIREITOS
Bill of Rights (1688); 5) Declarações,
seja a americana (1776) , seja a HUMANOS
francesa (1789).
O primeiro documento, mais
b) Direitos humanos de 2ª específico sobre direitos humanos
geração: referem-se aos chamados foi a Declaração de Direitos da
direitos sociais, como saúde, Virgínia (1776), no entendimento de
educação, emprego entre outros. Fábio Konder Comparato, “a
Documentos históricos: característica mais notável da
Constituição de Weimar (1919), na Declaração de Independência dos
Alemanha e o Tratado de Versalhes, Estados Unidos reside no fato de
1919. Que instituiu a OIT. ser ela o primeiro documento a
afirmar os princípios democráticos,
c) Direitos humanos de 3ª
na história política moderna”.
geração: são os direitos
relacionados à sociedade atual, O doutrinador e mestre em direito
marcada por amplos conflitos de Helder Baruff, bem define esse
massa, envolvendo o direito histórico período de evolução dos
ambiental e também o direito do direitos humanos da seguinte
consumidor, onde esses direitos maneira:
“Após a 1ª Guerra Mundial (1914- das Nações Unidas” e a
1918), sob a inspiração do Reino “Declaração Universal dos Direitos
Unido, da França e dos Estados Humanos” se constituíram em eixos
Unidos da América, confirma-se o primordiais na defesa e proteção
“Tratado de Versalhes” (1919), onde aos Direitos Humanos, bem como
se inseria a “Sociedade das no combate as suas violações. O
Nações”, com o intuito de Brasil firmou sua adesão
estabelecer uma paz mundial incondicional à “Declaração
duradoura, ideal que viria a Universal dos Direitos Humanos” na
fracassar temporariamente com a mesma data de sua proclamação,
eclosão da segunda edição do assumindo integralmente os
conflito (1939-1945). Após o fim da compromissos nela contidos.
segunda grande Guerra, os Reafirmando os princípios contidos
vitoriosos e seus aliados decidiram na “Declaração Francesa dos
apostar no mesmo ideal e assim Direitos do Homem e do Cidadão”,
estabelecer um foro definitivo para estabeleceu uma obrigatoriedade
a discussão de interesses comuns, contratual universal, sem causar
através de uma organização capaz uma situação de inferioridade
de promover, exigir e garantir a jurídica internacional a qualquer
coexistência pacifica de seus Estado.
membros através de uma paz
A Declaração Universal dos
duradoura, daí resultando a
Direitos Humanos, síntese jurídica
criação da “Organização das
que pretende exercer a tutela dos
Nações Unidas - ONU”, englobando
direitos fundamentais do homem,
progressivamente uma significativa
principalmente contra os
quantidade de Estados membros,
cometimentos arbitrários por parte
que atualmente, tem uma adesão
do Estado, se revela um estatuto
praticamente universal.” (BARUFF,
privilegiado que alinha os
2006)
tradicionalmente chamados direitos
Em 1948 foi aprovada a “Declaração e garantias individuais, em seguida
Universal dos Direitos Humanos”, se contemplando os direitos difusos e
constituindo no elenco dos direitos coletivos.
fundamentais básicos que tem o ser
Em sua obra “A Afirmação
humano como objeto da atenção e
Histórica dos Direitos Humanos”,
da proteção da comunidade
Fábio Konder Comparato (2015)
internacional e que deve ser vista
afirma que, pela Declaração
dentro do seu contexto histórico
Universal de 1948, é possível
de vitória de um modelo que
entender que tratar outro
despontava sua supremacia
indivíduo ou grupo social como
universal após a segunda guerra
sendo inferior é o pecado capital
mundial. O reconhecimento é geral
contra a dignidade humana.
de que a criação das “Organização
Podemos dividir a importância dos
direitos humanos em dois planos, o critério interpretativo de todas as
primeiro é o internacional normas internas.
afirmando que o principal
Com a Constituição Federal de
documento que positivou os
1988, consta a internalização,
direitos humanos foi a Declaração
eficácia e aplicabilidade dos
Universal dos Direitos Humanos
tratados internacionais de direitos
(1948) da ONU. O segundo é o
humanos, o que trouxe impacto e
interno, onde a Constituição de
algumas consequências no plano
1988 positivou em seu texto
jurídico, permitindo o particular à
diversos direitos fundamentais. Vale
invocação direta dos direitos e
ressaltar, que o rol do artigo 5º é
liberdades internacionalmente
exemplificativo, podendo haver
asseguradas e proibindo condutas e
ampliação desses direitos, mas
atos violadores dos mesmos
nunca sua redução ou supressão,
direitos, sob pena de invalidação,
pois isso ofenderia diretamente os
estabelecendo aplicação imediata,
direitos e garantias individuais e
como bem exara a doutrinadora
coletivos como clausula
Flávia Piovesan:
pétrea (artigo 60, §4º, IV, CF88).
Quanto à Declaração de Direitos “... o que a Constituição brasileira
da Organização das Nações Unidas de 1988 assegura é a incorporação
entende-se que inaugurou o direito automática dos tratados
internacional dos direitos humanos. internacionais de direitos humanos
Fundou a concepção ratificados pelo Brasil, que detêm
contemporânea destes direitos. aplicação imediata no âmbito
nacional. Desde que ratificados,
3. INCORPORAÇÃO DOS estes tratados internacionais
TRATADOS DE irradiam efeitos de plano e
asseguram direitos direta e
DIREITOS HUMANOS
indiretamente exigíveis no
NO BRASIL ordenamento jurídico interno”.
A Constituição Federal Brasileira (PIOVESAN, 2017).
de 1988 foi marco fundamental para Sendo assim é de suma
a internalização dos direitos importância elencar as formas em
humanos no ordenamento jurídico que um tratado com matéria de
nacional. A dignidade da pessoa direitos humanos pode ser
humana e os direitos fundamentais internalizado no ordenamento
constituem alicerces sólidos, jurídico brasileiro, quais sejam, com
conferindo suporte axiológico a status Constitucional ou de emenda
todo sistema jurídico brasileiro, Constitucional, estabelecida
passando a ser dotados de uma através de quórum qualificado de
especial força expansiva, três quintos, em dois turnos nas
projetando-se por todo universo duas casas congressuais, câmara
constitucional e servindo como
dos deputados e senado federal. No que os tratados sobre direitos
Brasil três documentos humanos seriam
internacionais foram incorporados infraconstitucionais, porém, diante
desta maneira, são eles: a de seu caráter especial em relação
Convenção sobre os direitos da aos demais atos normativos
Pessoa com Deficiência (Nova internacionais, também seriam
Iorque, 2007), o Protocolo dotados de um atributo
Facultativo à Convenção sobre os de supralegalidade”. (MENDES,
direitos da Pessoa com Deficiência 2008)
e o Tratado de Marraquexe para
facilitar o acesso as obras 4. DIGNIDADE DA
publicadas para pessoas cegas PESSOA HUMANA
(2015). Outra forma de
Através de estudos científicos,
internalização é como norma
pode-se afirmar que a ideia de
Supralegal, sendo inferior a
dignidade da pessoa humana foi
Constituição e superior às demais
trabalhada inicialmente por Kant,
normas do ordenamento jurídico
para quem “o homem é um fim em si
nacional.
mesmo”, conforme ensina Ricardo
Por fim, conforme Castilho (CASTILHO, 2012).
entendimento jurisprudencial do
“A dignidade da pessoa humana é
Supremo Tribunal Federal, os
um conceito extremamente
tratados internacionais de Direitos
abrangente, extenso, aberto”
Humanos ingressam no
(ANDRADE, 2007), desta forma,
ordenamento ou como norma
existe uma grande dificuldade de se
Constitucional (posição da doutrina
formular um conceito jurídico a
avalizada pelo Ministro Celso de
respeito. Sua definição e
Melo – HC 87.585 – TO, essa tese
delimitação são amplas, haja vista
vale para os tratados vigentes no
englobar diversas concepções e
Brasil antes da EC 45/2004) ou como
significados. Seu sentido foi sendo
Emenda Constitucional (a partir da
criado e compreendido
EC 45/2004, que valem para os
historicamente como valor, que
novos tratados) ou como norma
preexistiu ao homem. Nesse
Supralegal, exemplificado no voto
sentido, podemos afirmar que
do Ministro Gilmar Mendes no RE
nunca houve uma época em que o
466.343 – SP, conforme
homem esteve separado de sua
entendimento a seguir:
dignidade, mesmo que ainda não a
“... Por conseguinte, parece mais reconhecesse como um atributo ou
consistente a interpretação que como uma qualidade inata da
atribui a característica pessoa.
de supralegalidade aos tratados e
Trata-se, como se sabe, de um
convenções de direitos humanos.
princípio aberto, mas que, em uma
Essa tese pugna pelo argumento de
apertada síntese, podemos dizer O avanço que o Direito
tratar-se de reconhecer a todos os Constitucional apresenta
seres humanos, pelo simples fato de atualmente é resultado, em parte,
serem humanos, alguns direitos da afirmação dos direitos
básicos – justamente os direitos fundamentais como núcleo da
fundamentais. Embora não se trate proteção da dignidade da pessoa e
de unanimidade, a doutrina da visão de que a Constituição é o
majoritária, como por exemplo, local adequado para positivar
BONAVIDES, BRANCO CUNHA normas asseguradoras dessas
JR., CANOTILHO e SARLET, pretensões. O reconhecimento e a
concordam que “os direitos proteção da dignidade da pessoa
fundamentais nascem da dignidade humana pelo Direito é resultado da
humana. Dessa forma, haveria um evolução do pensamento humano,
tronco comum do qual derivam sendo tal princípio como um dos
todos os direitos fundamentais”. Há fundamentos do Estado de Direito
que se registrar, porém, a crítica de Democrático, torna-se o elemento
José Joaquim Gomes Canotilho, referencial para a interpretação e
que expressa seu entendimento da aplicação das normas jurídicas. O
seguinte forma: “para quem reduzir ser humano não pode ser tratado
o fundamento dos direitos como simples objeto, principalmente
fundamentais à dignidade humana é na condição de trabalhador,
restringir suas possibilidades de coadunando com o que está
conteúdo”. É certo que o conceito expresso no artigo 23, III,
de dignidade humana é aberto, isto Declaração Universal dos Direitos
é, não admite um único conceito Humanos de 1948:
concreto e específico.
“Quem trabalha tem direito a uma
A Constituição Federal de 1988 traz remuneração equitativa e
como fundamentos da República satisfatória, que lhe permita e à sua
Federativa do Brasil e família uma existência conforme
consequentemente, do Estado com a dignidade humana, e
Democrático de Direito, a completada, se possível, por todos
dignidade da pessoa humana. É o os outros meios de proteção social”.
que dispõe o art. 1º, III da
Sendo o aludido princípio expresso
Constituição Federal:
também, no preâmbulo da D.U.D.H,
“A República Federativa do Brasil, e no artigo 1º: “Todos os seres
formada pela união indissolúvel dos humanos nascem livres e iguais em
Estados e Municípios e do Distrito dignidade e em direitos”,
Federal, constitui-se em Estado demonstrando efetivamente sua
Democrático de Direito e tem real importância a existência do ser
como fundamentos: III – a humano.
dignidade da pessoa humana.”
DISCUSSÃO
5. A SEGURANÇA Para Jorge Luiz Bezerra:

PÚBLICA NO BRASIL “a expressão segurança pública


implica a condição de tranquilidade
O tema é sinônimo de polêmicas e
e paz social que deve ser
causa grande impacto social ao
assegurada ao povo em geral e ao
simples falar a respeito, dessa forma
indivíduo quanto a sua pessoa e seu
se faz importante destacar alguns
patrimônio, livres de perigo e danos
conceitos iniciais, como o da
pela ação preventiva e repressiva
segurança e segurança pública. De
das polícias civil (inclusive federal) e
acordo com o doutrinador
militar, que atuam no interesse da
Guilherme Nucci: “Segurança é um
manutenção da ordem política
termo representativo de conforto,
social. O Poder de Polícia, que é
bem-estar, confiança, certeza, de
exercido pelo Estado, atua de
modo que se pode dizer: estou em
formas preventiva e repressiva não
casa, sinto-me seguro.” Nucci ainda
só no âmbito da Polícia
nos exara seu entendimento sobre
Administrativa, quanto na
segurança pública conforme
Judiciária”. (BEZERRA, 2009)
expresso abaixo:
Por fim cabe expor um
“A segurança pública é justamente
conceito fundamental de segurança
a sensação de bem-estar de uma
pública que está expressamente
comunidade, certos os seus
elencado nos conceitos básicos do
moradores de que terão uma vida
Ministério da Justiça do Governo
tranquila e pacífica. Livre de
Federal:
aborrecimentos trazidos justamente
pela convivência com outras “A Segurança Pública é uma
pessoas, por isso, pública. Não há atividade pertinente aos órgãos
dúvida de que, no art. 144 da estatais e à comunidade como um
Constituição Federal, abrindo o todo, realizada com o fito de
Capítulo III do Título V (Da Defesa proteger a cidadania, prevenindo e
do Estado e das Instituições controlando manifestações da
Democráticas), tem-se o tema Da criminalidade e da violência,
segurança pública, querendo efetivas ou potenciais, garantindo o
referir-se aos órgãos encarregados exercício pleno da cidadania nos
de assegurar à sociedade essa paz e limites da lei.” (JUSTIÇA, 2018)
bem-estar, que todos merecem no
O assunto é de grande relevância
Estado Democrático de Direito.
que mereceu um capítulo
Pode-se sustentar que grande parte
Constitucional (III) dentro do
do enfoque da segurança pública
Título V – Da defesa do Estado e
destina-se a prevenir a ocorrência
das Instituições Democráticas,
das infrações penais, mas, ainda
sendo denominado “Da Segurança
insistindo, não é somente isso.”
Pública” e apresenta no artigo 144,
(NUCCI, 2016)
“caput” e seus parágrafos uma
definição simples, concisa e A utilização do poderio das forças
objetiva, quanto ao seu dever, de segurança nacional em todos os
direito e responsabilidade, além de atos de demonstração de poder
mencionar os órgãos que a para manter um regime autoritário
compõem e suas respectivas entre 1964 e 1985, colocou uma
atividades. grande barreira entre a polícia e o
cidadão, pois até os dias atuais a
A segurança pública como fica
sociedade enxerga os agentes de
nítido não é atividade ou
segurança pública, como autores de
responsabilidade exclusiva das
atos de dominação e repressão.
polícias federais, civis e militares.
Com o advento da Constituição de
Percebe-se que trata de dever de
1988 e a democratização dos órgãos
todos, desde um simples cidadão
de segurança brasileira, o Estado
que possui a autonomia de realizar
propiciou a relação da política com
uma prisão em flagrante delito, até
os Direitos Humanos em prol da
os órgãos de grande relevância
sociedade, com uma mudança no
nacional principalmente em
modo de agir das polícias e demais
particular aqueles realmente
órgãos responsáveis por ações de
vinculados à Justiça Criminal, como
segurança, ora preventiva, ora
o Ministério Público, a Defensoria
repressiva, onde o agente da
Pública e o Judiciário.
segurança publica tenha a
5.1. CONFLITO SOCIAL convicção de respeito aos valores
da Dignidade da Pessoa Humana,
ENTRE DIREITOS baseada em hierarquia e disciplina.
HUMANOS E
Após o fim da ditadura militar, em
SEGURANÇA PÚBLICA 1985, restou apenas o contexto
No contexto histórico brasileiro, histórico brasileiro de um abismo
percebe-se que Direitos Humanos e entre os Direitos Humanos e a
as Forças de Segurança Pública atividade de segurança,
Nacional, sempre estiveram em constantemente relembrados
posições opostas e que diante de através de relatos de violência na
todas as manifestações organizadas atividade policial, causando uma
pelos militantes no período da mancha na imagem de profissionais
ditadura militar em prol dos despreparados e mal intencionados,
Direitos Humanos, os órgãos generalizando todo o corpo policial,
estatais responsáveis pela causando dessa forma um grande
segurança coletiva ganharam um estigma social.
papel de vilão em relação às formas Atualmente é muito rotineiro
de atuação repressivas contra a encontrar argumentos dos dois
violência crescente em um Estado lados, quando os discursos tornam-
Democrático de Direito. se radicais. Os defensores de
maneira drástica dos direitos
humanos acusam os órgãos Souza Nucci define que: “os
mantenedores, em primeira linha, da direitos humanos não são uma
segurança pública de violar esses categoria a parte do ordenamento.
direitos a pretexto de garantir a Não constituem superdireitos. São,
ordem pública. Parece até que seria ao contrário, tanto quando forem
uma escolha: para a sociedade ter princípios, quanto na ótica de
segurança, os direitos humanos regras, normas relativas, jamais
serão afastados. Sob outro foco, absolutas”. Sendo estes direitos não
vários agentes estatais, absolutos no ordenamento jurídico
encarregados, primariamente, da pátrio, mas na ótica da Declaração
segurança pública, acusam os Universal de Direitos Humanos é
defensores dos direitos humanos de importante destacar que existem
interporem barreiras ao seu dois princípios absolutos,
trabalho e, por isso, a ordem invioláveis, quais sejam a tortura e
pública é prejudicada. Argumenta- escravidão.
se: “os direitos humanos destinam-se
a pessoas honestas; servem aos CONCLUSÃO
agentes da lei; marginais não devem No plano da consolidação formal
ter consagrados os mesmos direitos dos direitos humanos com a
humanos”. Sobre a intensa polêmica instauração do regime democrático
de antagonismo entre os direitos na década de 1980, ocorreram
humanos e a segurança pública, muitos avanços em busca desse real
confira o entendimento de Nilo desenvolvimento estatal quanto à
Batista: “direitos humanos são aplicabilidade dos direitos humanos
direitos que toda pessoa humana na sociedade. Claro que ainda é
tem – independente do que seja, preciso ressaltar que persistem
tenha, pense ou faça”. A ideia muitos obstáculos para a
principal dos direitos humanos é consolidação do Estado
que toda pessoa tem certos direitos Democrático de Direito, pois as
que o Estado não pode tirar nem práticas arbitrárias e
deixar de conceder: vida, trabalho, discriminatórias por agentes do
remuneração digna, aposentadoria, Estado continuam a existir,
instrução, liberdade, manifestação demonstrando que a cidadania
de pensamento, livre associação e ainda não foi alcançada para grande
reunião etc. Em integração a este parte da população, uma vez que
ideal estão os órgãos de segurança determinados segmentos sociais
pública, forças do Estado para vem sendo criminalizados
imposição da ordem expendida no diuturnamente. Dessa forma, o
sistema legal. estabelecimento de um regime
Por fim o doutor em direito e atual democrático de direito e a
desembargador do tribunal de proteção formal dos direitos
justiça de São Paulo, Guilherme de humanos não têm sido suficientes
para conter o quadro de violência
histórico que contamina e mancha a nos direitos a dignidade da pessoa
sociedade brasileira. humana e a cidadania, basilares para
existência de um indivíduo. É
Importante destacar que muitas
notório que ainda vem acontecendo
instituições de segurança pública
abusos, mas deve-se evitar que
nacional com o objetivo de mudar
estes impeçam a construção de um
essa imagem social, tem se dedicado
Estado de Direito, uma sociedade
em selecionar futuros agentes com
livre, justa e solidária. A aplicação
formações em curso superior
dos direitos humanos se faz
específico na área jurídica,
essencial para a consolidação do
buscando assim indivíduos mais
Estado Democrático e a efetivação
preparados no quesito
dos direitos humanos, sendo que
conhecimento para lidar com as
nesse interim, tanto o Estado e a
situações adversas no âmbito da
sociedade possuem
segurança. Discordância existente
responsabilidades necessariamente
entre a teoria e a prática no
compartilhadas. Para tanto, o
ambiente policial enseja a discussão
antagonismo passado entre a
da referência à prática durante a
segurança pública e dos Direitos
formação do policial. Dúvidas não
Humanos precisa ser substituído
há de que a formação do policial,
por atos de interação, no qual deve
ao longo dos últimos anos, recebeu
ser destacada a importância das
as benesses da conquista
forças de segurança nacional como
democrática vivenciada pela
atores de transformação, proteção
população brasileira, o que veio
e promoção dos direitos humanos,
implicar a ruptura com práticas em
sempre com o apoio integral da
parte colidentes com alguns dos
sociedade.
direitos e garantias fundamentais.
Tal modificação repercutiu
positivamente na formação do
policial, civil e militar, possibilitando
uma reflexão em torno de práticas
ambíguas que negam as conquistas
de direito do mundo
contemporâneo, demonstrando
assim um grande avanço nas forças
de segurança pública no período
posterior a promulgação da
Constituição Federal cidadã de
1988.

Nessa perspectiva, entende-se


necessária a aplicação de políticas
públicas que impeçam as violações
de direitos humanos, principalmente
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA A PROVA ESCRITA OBJETIVA MATÉRIA:

CONHECIMENTOS GERAIS
TEORIA + Revisão Revisão
LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÕES 01 02
1. Leitura, compreensão e análise de textos de diversos gêneros,
para entender: a língua e as variedades linguísticas, ideia global,
argumento principal; mecanismos da construção da textualidade;
elementos que comprometem a qualidade textual; texto verbal e
não verbal; elementos de comunicação, níveis da linguagem e
funções da linguagem; vícios de linguagem; relações semânticas
estabelecidas entre orações e parágrafos; componentes estruturais
básicos da narrativa literária (espaço, tempo, personagens
principais e secundários, conflitos e solução);
2. Estrutura gramatical da língua portuguesa - Fonologia: sons e
letras, sílabas, encontros vocálicos, dígrafos, encontros
consonantais, ortografia, regras de acentuação gráfica, pontuação.
3. Morfologia: estrutura e formação de palavras; elementos mórficos
e seus significados; classes de palavras variáveis e invariáveis.
4. Sintaxe: Frase, oração e período; tipos de período.
5. Termos da oração: essenciais, integrantes e acessórios da oração.
6. Período simples e período composto.
7. Sintaxe de Concordância, Colocação e Regência.

MATEMÁTICA

1. Conjuntos, representação gráfica e algébrica de conjuntos; tipos


de conjuntos; relações de pertinência, inclusão, igualdade e
desigualdade entre conjuntos, subconjuntos; união, intersecção e
diferença de conjuntos; complementar de um conjunto.
2. Operações entre conjuntos.
3. Números naturais.

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***RESPEITANDO O ACRESCIMO DAS DISCIPLINAS DE REDAÇÃO E CONHECIMENTOS REGIONAIS
OBS: NOS ESPAÇOS DE TEORIA + QUESTÕES E REVISÕES COLOCAR A DATA DO ESTUDO E QUANTAS QUESTÕES ACERTOU OU ERROU
OBS²: PEÇA NO INSTAGRAM A LEGISLAÇÃO ATUALIZADA E QUESTÕES INÉDITAS DA BANCA GD (GIOVANNY DIAS)
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4. Operações com números naturais e suas propriedades: adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação, radiciação.
5. Divisibilidade; critérios de divisibilidade.
6. Divisores, fatores e múltiplos de um número.
7. Números primos.
8. Decomposição em fatores primos.
9. Máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum.
10. Números racionais.
11. Forma fracionária e forma decimal de números racionais.
12. Simplificação de frações, reduzindo duas ou mais frações ao
mesmo denominador, tipos de frações, forma mista, frações
equivalentes.
13. Operações com números racionais fracionários e decimais:
adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação.
14. Números inteiros.
15. Operações com números inteiros e suas propriedades: adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação, radiciação.
16. Expressões numéricas.
17. Termo desconhecido.
18. Resolução de problemas.
19. Regra de três simples e composta.
20. Porcentagem.
21. Razões e proporções.
22. Juros simples e compostos.
23. Média aritmética simples e ponderada.
24. Geometria: reta e plano.
25. Figuras geométricas, área e volume das figuras geométricas.
26. Giros e ângulos.
27. Polígonos, triângulos, quadriláteros.
28. Circunferência e círculo.
29. Geometria espacial.

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30. Medidas de comprimento, superfície, volume, capacidade, massa e
tempo: unidades de medida; transformação das unidades de
medida.
31. Problemas envolvendo medidas.
32. Equação e inequação do 1º grau com até duas variáveis.
33. Equação e inequação do 2º grau.
34. Sistema de equações.
35. Função de 1º grau, função de 2º grau e função exponencial.
36. Introdução à trigonometria.
37. Matrizes e sistemas lineares.
38. Números complexos.
39. Progressão aritmética e progressão geométrica.
40. Probabilidade e análise combinatória.

CONHECIMENTOS GERAIS

1. Relações políticas e socioeconômicas no espaço mundial.


2. Disputas interimperialistas e transformações do espaço capitalista.
3. Formações dos blocos de poder.
4. Caracterização dos sistemas político-econômicos contemporâneos
e suas áreas de influência e disputas;
5. Globalização e Fragmentação do espaço.
6. Conflitos étnicos, políticos e religiosos atuais.
7. Organismos Internacionais.
8. Questão Ambiental: degradação e conservação no âmbito nacional
e internacional.
9. Relações econômicas entre o Brasil e o Mundo.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Conceitos básicos de operação de microcomputadores.


2. Noções básicas de operação de microcomputadores em rede
local.

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3. Operação do sistema operacional Windows 7 e MS-Windows XP:
uso de arquivos, pastas e operações mais frequentes, uso de
aplicativos e ferramentas, uso dos recursos da rede e Painel de
controle.
4. MS Word 2007 – Utilização de janelas e menus; Barras de
Ferramentas; Faixa de opções; Estilos; Operações com arquivos;
Layout da página; Impressão de documentos e configuração da
impressora; Edição de textos; Voltar e repetir últimos comandos;
exibição da página (características e modos de exibição);
Utilização de cabeçalhos e rodapés; Formatação no Word;
Criação e manipulação de tabelas e textos multicolunados;
Correspondências; Revisão; Referências; Proteção de documentos
e utilização das ferramentas. Operação da planilha
5. MS-Excel 2007: Utilização de janelas e menus; Barra de
ferramentas; Operações com arquivos: Layout da página;
Confecção, formatação e impressão de planilhas; Comandos
copiar, recortar, colar, inserir, voltar e repetir; Revisão; Gráficos;
Características e modos de exibição; Utilização de cabeçalhos e
rodapés; Dados; Utilização de mesclagem de células, filtro,
classificação de dados. Operação do apresentador
6. MSPower Point 2007: conceitos básicos; principais comandos
aplicáveis às lâminas; modelos de apresentação; ferramentas
diversas, temas e estilos. Noções de utilização do MS Internet
Explorer
7. Manutenção dos endereços Favoritos; Ferramentas; Utilização do
Histórico; Noções de navegação em hipertexto.
8. Segurança da informação e procedimentos de segurança.
9. Procedimentos de backup.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1. LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ Lei Estadual nº
3.808, de 16/07/1981 (Estatuto dos Policiais Militares do Estado
do Piauí).
2. Lei Estadual nº 3.729, de 27/05/1980 (Conselho de Disciplina de
Policiais Militares e Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí).
3. Decreto nº 3.548, de 31/01/1980 (Regulamento Disciplinar da
Polícia Militar do Piauí).

NOÇÕES DE DIREITO

Constituição Federal:

1. Dos Princípios Fundamentais.


2. Dos Direitos e Garantias Fundamentais - Dos direitos e deveres
individuais e coletivos;
3. Dos direitos sociais;
4. Da nacionalidade.
5. Da Organização do Estado -
6. Da organização político-administrativa;
7. Da administração pública;
8. Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança
pública, organização da Segurança Pública.

Constituição do Estado do Piauí:

1. Da administração pública - Das Disposições Gerais;


2. Dos Servidores Públicos Militares.
3. Da Justiça Militar.
4. Da Segurança Pública – Disposição Geral; Da Polícia Civil; Da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

Código Penal Brasileiro:

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1. Da aplicação da lei penal;
2. Do crime;
3. Da Imputabilidade Penal;
4. Das penas;
5. Dos crimes contra a pessoa;
6. Dos crimes contra o patrimônio.

Direitos Humanos:

1. Evolução dos Direitos Humanos.


2. Princípios e Características dos Direitos Humanos.
3. Direitos Humanos e Ordenamento Jurídico brasileiro.
4. Constituição da Republica Federativa do Brasil: Art. 5º ao 7º e
Art. 14. Carta das Nações Unidas (26/06/1945).
5. Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948).
6. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (16/12/1966).
7. Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes (10/12/1984).
8. Estatuto de Roma (17/07/1998).
9. Os Direitos Humanos e a Segurança Pública.
10. Conceitos de Direitos Humanos

Redação.***

Conhecimentos Regionais.***

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SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO


LÍNGUA MATEMÁTICA Redação Conhecimentos NOÇÕES DE CONHECIMENTOS MATÉRIA COM
PORTUGUESA Regionais INFORMÁTICA GERAIS MAIOR
DIFICULDADE
19:00
às TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA
20:30
20:40 QUESTÕES QUESTÕES ELEBORAÇÃO QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES
às
21:10

LEGISLAÇÃO DA Constituição Constituição do Código Penal Direitos Redação 2ª MATÉRIA COM


POLÍCIA Federal Estado do Piauí Brasileiro Humanos MAIOR
MILITAR DIFICULDADE
21:30
às TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA TEORIA
23:00
23:10 QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES ELABORAÇÃO QUESTÕES
às
23:40

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