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13 Reasons Why
BULLYING
Hannah Baker é nova em Liberty High e sai com Justin Foley, que
secretamente tira uma foto íntima sua. No dia seguinte, a foto circula por
todos os colegas e ela passa a ser humilhada, objetificada e assediada
nos corredores. A garota, recém chegada na escola, começa a ser
excluída e os amigos que ela vai encontrando no caminho sempre a
desapontam ou abandonam.
INVASÃO DE PRIVACIDADE
Além de Justin, outros agentes participam da frequente invasão da
privacidade e intimidade de Hannah sem seu consentimento. Tyler Down
persegue Hannah e a fotógrafa pela janela de seu quarto, divulgando
uma imagem sua beijando Courtney Crimsen. Em outro caso, Ryan
Shaver rouba um poema de Hannah e o publica na revista sem a sua
autorização, sendo exposta e ridicularizada.
OMISSÃO NA ESCOLA
Numa última tentativa de sobreviver, Hannah recorre a seu conselheiro
escolar, Kevin Potter. Em um exemplo grave de negligência e
irresponsabilidade institucional, Potter parece não prestar atenção aos
sinais alarmantes da fala de Hannah. Ela conta que foi estuprada e ele
duvida da história e diz que, se não for apontar o agressor, ela deveria
esquecer o caso e seguir adiante.
INCONSEQUÊNCIA ADOLESCENTE
No âmbito da adolescência, 13RW faz uma análise do tema das
repercussões de nossas ações, das relações causa-efeito, já que os
adolescentes tendem a não pensar nas consequências de suas
escolhas. Justin vazando a foto de Hannah leva a Alex com a lista,
levando os atletas a abusarem do corpo de Hannah, assim por diante.
Outro exemplo disso está a seguir:
BEBIDA E DIREÇÃO
Na fita 5, Hannah descreve o episódio em que pega carona com Sheri
Holland, que ainda está embriagada após uma festa. Ela bate numa
placa de trânsito e insiste em não chamar a polícia. Por causa disso,
outro aluno, Jeff Atkins, não para no local apropriado e morre em um
acidente de carro.
SUÍCIDIO
Depois da conversa com Mr. Potter, Hannah desiste de sua vida e
comete suicídio. A cena (agora apagada pela Netflix) foi polêmica por
representar graficamente o ato, indo contra normas mundiais. Hannah
deixa as fitas e aponta responsáveis por sua morte, causando uma nova
tentativa de suicídio por Alex.
IMPUNIDADE SELETIVA
Na segunda temporada, vemos o desenrolar do caso dos pais de
Hannah Baker contra Bryce Walker, em que o agressor ganha e sai
impune, havendo estuprado diversas garotas. Como o próprio ator que o
interpreta disse, “Nossa série é uma obra de ficção mas também
representa a realidade. Bryce é privilegiado, vem de uma família rica e
poderosa, é homem, branco e hétero e por isso é muito fácil se livrar
dessas situações. Vemos isso acontecer diariamente e é terrível. Fãs
ficaram com raiva, mas devemos ficar com raiva, porque é a realidade.”
ESTUPRO MASCULINO
Outra cena polêmica foi o estupro de Tyler Down, quando Monty de la
Cruz e outros atletas o encurralam e o estupram com um cabo de
vassoura. O estupro masculino é um assunto ainda mais velado e
menos divulgado, já que o estereótipo de que o homem não pode
expressar sensibilidade faz com que as vítimas sintam ainda mais
vergonha.
TIROTEIOS ESCOLARES
Ao final da temporada, presenciamos outro efeito do ato de bullying e
assédio: o tiroteio escolar. No baile, Tyler Down aparece com sua
coleção de armas (abrindo espaço para o tópico porte/posse de armas)
com a intenção de matar seus colegas. Claramente, não há justificativa
para atos como esse, mas vemos as origens de um instinto desumano.
No mesmo dia em que a 2a temporada foi disponibilizada, 9 estudantes
e 1 professor morreram em um tiroteio em uma escola no Texas.
DETERMINISMO
13 Reasons Why demonstra como os comportamentos dos personagens
foram internalizados por influências externas, como na teoria do
Determinismo.
Monty era abusado por seu pai em casa todo dia, depois reproduzindo
essa violência; Justin foi abandonado pela mãe viciada em drogas,
tornando-se um viciado ele mesmo; Bryce vivia sob a pressão de
mostrar-se másculo
com a presença de pai e avô machistas e agressivos, construindo um
caráter frio e insensível.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
ADOÇÃO
A série se inicia com Sr. E Sra. Cuthbert adotando Anne Shirley, embora
estivessem à espera de um menino para ajudar na lavoura. A revelação do
gênero não é bem recebida pela idealização prévia de um perfil pelos pais
adotivos, problema muito comum e grave no sistema adotivo brasileiro.
PAPÉIS DE GÊNERO
Passando-se em 1908, a trajetória de Anne destaca os diversos rótulos ditos
femininos e que infelizmente perduram até hoje. Quando, por exemplo, a Sra.
Cuthbert quer devolver Anne ao orfanato por esta ser uma menina e “incapaz
de trabalhar na fazenda”, são vistos os comportamentos de subserviência
erroneamente esperados das mulheres.
BULLYING
Na nova escola de Anne, a protagonista é mal tratada e ridicularizada por seus
colegas por ser orfã, adotada e por ter cabelo ruivo. Ela é excluída por possuir
um pensamento diferente do da época, o que causa um constante e duradouro
sentimento de rejeição e não-pertencimento na menina.
INOVAÇÃO NO ENSINO
O professor da cidade era um homem que seguia um método tradicional de
ensino: deixava alunos de castigo de costas, os humilhava, usava régua e
instigava o bullying. Após sua transferência, entra uma professora nova,
causando um grande alvoroço na cidade por ser uma mulher solteira. Ela muda
o molde de ensino para aulas ao ar livre, debates e desenvolvimento de senso
crítico. Os pais e a aristocracia conservadora da cidade se opõem à presença
dela.
HOMOSSEXUALIDADE
Cole, um dos melhores amigos de Anne, compartilha do sentimento de não
pertencimento da protagonista. Fugindo do papel masculino na lavoura e na
caça, ele preferia o mundo sensível da literatura e das artes, onde encontrava
seu refúgio. Em um dos episódios, eles conhecem Josephine, uma mulher
lésbica, e descobrem uma comunidade inclusiva daquela época. Assim, Cole
explora sua verdadeira sexualidade, até então inexistente e impossível no seu
imaginário.
ABUSO SEXUAL
No início do século XX, contatos físicos como abraços e beijos são proibidos
antes do matrimônio. Nesse contexto, Josie Pye, prometida a Billy Andrews por
interesse de seus pais, sofre um assédio em que, por mais que gostasse de
Billy, é beijada à força. Josie foge e conta o ocorrido a suas amigas, porém Billy,
insatisfeito, espalha que os dois teriam ido além, difamando a menina. Em outro
episódio, as meninas tem suas saias levantadas na horado almoço, o que leva
Anne a dizer uma das maiores frases da história:
“Uma saia nunca é um convite”.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Com a difamação de Josie, Anne escreve um artigo inflamado para defendê-la,
em um exemplo de sororidade. Com um texto que pregava o empoderamento
feminino e repreendia o machismo, ela sofre rejeição por todos os lados. Os
comandantes da cidade buscam tirar a imprensa da escola, sob a justificativa
de que representaria uma ameaça, mas os jovens organizam um protesto a
favor de sua liberdade de expressão.
O PAPEL DA LEITURA
Durante sua vida no orfanato ou em casas provisórias, Anne foi vítima de
condições precárias, abusivas e difíceis e encontrou a leitura como um refúgio
mental. A menina, que escondia livros nos porões para que pudesse ler nos
raros momentos de paz durante a madrugada, assim desenvolveu sua grande
imaginação, vocabulário e ideias, revelando a importância da leitura.
RACISMO
Quando Gilbert Blythe, amigo de Anne, decide se aventurar pelos mares, ele
conhece Sebastian (ou Bash), um homem negro com quem estabelece uma
forte amizade. Bash se surpreende que Blythe não se importa com sua cor,
visto que não estava acostumado com solidariedade de brancos. O retorno dos
dois a Avonlea leva a inúmeras situações de racismo, discussão muito presente
nas 2ª e 3ª temporadas.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
PATRIARCALISMO
A série se passa no Rio de Janeiro de 1959, exatos 60 antes dos dias atuais,
quando a cidade vivia uma época próspera, ainda capital do país. O contexto é
claramente sexista, uma sociedade patriarcal em que as mulheres deviam ser
inferiores e subservientes. Em diversas cenas são ditas falas (ainda
remanescentes hoje) como “Homem é mais focado, mais profissional e menos
emotivo” e “Deixe a parte chata para os meninos”.
RACISMO
Os reflexos escravocratas da sociedade brasileira mostram-se evidentes em
episódios de discriminação racial, principalmente com Adélia, a protagonista
negra. Ela é vista sempre como empregada e indigna de, por exemplo, utilizar-
se do elevador social do prédio. Quando a vêem, imediatamente a associam a
uma funcionária subordinada a Maria Luíza.
FEMINISMO E EMPODERAMENTO
As personagens principais são 4 mulheres: Maria Luíza, Adélia, Lígia e
Thereza, cada uma com sua singularidade, mas todas lutando por serem
mulheres naquele contexto. Portanto, a narrativa mostra como cada desenvolve
uma maneira de quebrar as correntes que a prende e, com a devida coragem e
“loucura” (como dizem), enfrentar a imposição masculina: Malu com seu clube
de música, Adélia com sua independência, Lígia com seu sonho de ser cantora,
e Thereza com sua escrita crítica jornalística.
MACHISMO
Nos primeiros episódios, Malu sofre ao buscar financiamento e parcerias para o
seu clube. Ninguém dispunha-se a ajudá-la com o estabelecimento porque as
mulheres, no pensamento patriarcal, não deveriam ser empreendedoras.
Apenas os homens deveriam trabalhar e as mulheres deveriam permanecer
inerciais, subservientes.
REPRESENTATIVIDADE FEMININA
Na revista “ ngela”, em que Thereza trabalha, uma revista feminina, havia
apenas ela de mulher. Todos os jornalistas eram homens assinando com
nomes femininos: uma demonstração clara de que, nem em assuntos voltados
ao público feminino, há a devida representatividade das mulheres.
ABORTO
Após se libertar de Augusto, Lígia decide que quer seguir a carreira de cantora
e, grávida do ex-marido, não conseguiria ter o filho que a aguardava. Ela opta
pelo procedimento clandestino de aborto, que é bem-sucedido, mas que causa
revolta pela família aristocrática de Augusto – este que, por sua vez, age
radicalmente quando ouve sobre o acontecimento.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Coringa
DOENÇAS MENTAIS
Arthur Fleck sofre de um transtorno denominado Transtorno da Expressão
Emocional Involuntária, cujo aspecto marcante é a risada incontrolável, mas
também exibe sintomas de depressão, distúrbios alimentares, alucinações e
esquizofrenia. Ele é negligenciado, ignorado e atacado por sua condição,
enquanto todos desviam seus olhos para ele nas ruas – uma apatia que é
dolorosamente retratada no filme.
O PAPEL DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Fleck visita regularmente o serviço de assistência social de Gotham para
sessões de terapia e fornecimento de seus pesados medicamentos. Ao ponto
em que sua terapeuta já não consegue mais escutar os pacientes, o programa
tem seu orçamento cortado e ele fica sem os remédios. É a partir do corte de
recursos públicos que a queda do protagonista têm início.
PORTE DE ARMAS
Uma das maiores polêmicas do longa é a abertura do debate para o armamento
estadunidense: é exposto como a violência do icônico Coringa tem origem na
facilidade de aquisição de armas de fogo. Um colega de trabalho, Randall,
empresta a Arthur uma arma para sua proteção após um incidente com garotos
o espancando na rua. Da próxima vez, os atacantes seriam mortos.
CRIAÇÃO DE UM SOCIOPATA
Ao longo da narrativa, o espectador acompanha o agonizante processo de
transformação de psicose em psicopatia, resultado de múltiplos fatores sociais
impostos ao frágil personagem. Em realidade, no caso do filme, Coringa se
torna um sociopata: diferentemente de um psicopata, que têm seu
comportamento inato, um sociopata desenvolve as características durante a
vida, por meio de traumas, da educação e da família.
MARGINALIZAÇÃO SOCIAL
Em “Coringa”, é discutido a segregação de diversas camadas que são base da
estrutura social. Profissões pouco valorizadas, como palhaços de rua, se tornam
invisíveis e alvo de piadas. Pela perspectiva de um comediante desajeitado,
vemos Arthur mal-remunerado, demitido e ridicularizado por todos: desde o
público de seu stand-up, homens na rua, até apresentadores de televisão.
DESCASO POLÍTICO
Thomas Wayne é o representante da elite de Gotham. Em uma cidade corrupta
e que permite apenas a prosperidade dos ricos, Wayne concorre à prefeitura e
diz em um de seus declaramentos televisivos que a pobreza é uma condição
inata, como uma casta inferior, chamando os que a ela pertencem de
“palhaços”. A partir de então, a máscara de palhaço vira um símbolo de
resistência (Bella Ciao?).
VIOLÊNCIA POLICIAL
Em uma das perseguições de detetives ao Coringa, os policiais o procuram por
vagões de trem com civis vestindo máscaras de palhaços. Em meio à confusão,
brigas intensificam e os policiais recorrem às suas armas: um detetive mata um
civil. Poderia ser Ágatha Félix.
LUTA DE CLASSES
A revolução iniciada no final do filme representa a inversão de poder: os
trabalhadores tomam o controle antes da elite, o que Marx teoriza como“luta de
classes”. Para o filósofo, a história é feita de transformações no status causadas
pela revolta da classe oprimida contra a classe opressora.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO:
Harry Potter
ADOÇÃO
Harry Potter é um garoto órfão que vive infeliz junto a seus tios, os Dursley. Em
sua nova casa, ele é tratado como desprezível, ínfimo em relação a seu primo e
como súdito da casa. As dificuldades da inclusão de Harry se relacionam com a
de muitas crianças no processo pós-adoção.
IDENTIDADES COMUNITÁRIAS
No mundo mágico, as escolas de bruxaria possuem casas de estudantes: em
Hogwarts, é o caso de Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. O senso de
comunidade criado dentro de cada uma e dentro do mundo bruxo em si refletem
a importância de coletivos identitários em uma sociedade.
ASCENSÃO DO FASCISMO
A história traça um forte paralelo a eventos históricos da Segunda Guerra. A
Sonserina, formada majoritariamente por membros arianos, como os Malfoy, é a
principal fonte do preconceito contra mestiços. O fundador da casa? Salazar
Sonserina. O salazarismo foi uma vertente do fascismo em Portugal, simultâneo
ao Nazismo alemão.
LIBERDADE DE IMPRENSA
Em meio à ascensão de Voldemort, o Ministro da Magia Cornélio Fudge nega a
existência de qualquer perigo, por meio do Profeta Diário, para manter seu
poder. Com a narrativa oficial manipulada pelo governo, censura-se veículos de
comunicação alternativos, como O Pasquim.
TORTURA INSTITUCIONAL
Sirius Black, tio de Harry, é condenado pelo assassinato de Tiago e Lily Potter e
passa 12 anos na Prisão de Azkaban por um crime que não cometeu. Lá, os
prisioneiros são submetidos à guarda dos dementadores, que torturam os
prisioneiros sugando suas emoções.
BULLYING
Um dos professores mais conhecidos da série, Severo Snape, é frio e cruel com
seus alunos, atormentando e humilhando-os sem motivo. A origem de seu
comportamento zombador se dá no próprio bullying que sofria quando criança
por Tiago Potter e Sirius Black, formando um ciclo.
FALSIDADE IDEOLÓGICA
Outro conhecido professor é Gilderoy Lockhart, docente de Defesa Contra as
Artes das Trevas em Hogwarts, com diversos títulos e livros renomados. É
descoberto, porém, que era uma fraude: ele empregava feitiços de memória
naqueles que haviam realizado os feitos ditos serem dele.
EXEMPLO DE INTRODUÇÃO
A famosa saga de livros “Harry Potter” conta a história do menino bruxo que
enfrenta Voldemort, um líder que utiliza da violência e do terror contra não-
bruxos para angariar seguidores. À frente do Ministério da Magia, o vilão institui
um regime totalitarista perseguidor dos não pertencentes à “raça pura” bruxa.
Fora do universo mágico, vê-se necessária atenção redobrada a novos
fascismos que, por meio de mecanismos de manipulação em massa e ódio a
minorias desfavorecidas, cerceiam a liberdade e a multiplicidade civil