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Mostra de arte popular em Belo Horizonte destaca a qualidade da produção que, mesmo com
preconceito por parte do mercado, vem conquistando público cada vez mais entusiasmado
INCONSCIENTE COLETIVO
“Na exposição, as pessoas vão poder ver arte que trabalha as nossas origens como
ser humano, que vem do inconsciente coletivo e dialoga com as culturas regionais
brasileiras. São peças de grande riqueza, pela pureza com que os artistas tratam o
seu dia a dia”, conta Germana Moro. A mostra é organizada de forma a evidenciar
a diversidade de estéticas. “Há desde peças de grande exuberância plástica até
outras mais austeras. E que têm muita variedade no uso das técnicas artísticas”,
explica. As pinturas, por exemplo, são realizadas com diversas tintas, de produção
caseira, a partir de pigmentos naturais, até tinta de parede, passando pelo uso de
tinta acrílica industrializada.
Para a galerista, o Brasil demorou a reconhecer a arte que está em museus de várias
partes do mundo. Reticência que traduz preconceitos, observa Germana, é o
costume de adquirir os trabalhos “para colocar em casa de campo, de praia, nunca
na residência oficial ou na bela cobertura na cidade. É bobagem”, afirma. Para ela,
trata-se de hábito que remete a arquitetos e decoradores com pouco habilidade em
conciliar arte popular e contemporânea ou arte popular e mobiliário
contemporâneo. “Mas a situação vem mudando”, avisa.