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Macromudanças da microengenharia: eletrônica e informação

O primeiro computador programável e o transistor, fonte da microeletrônica considerado o


verdadeiro cerne da revolução da tecnologia da informação no século XX, foram as principais
descobertas tecnológicas em eletrônica durante e após a segunda Guerra mundial, Porém
somente na década de 1970 as novas tecnologias da informação difundiram-se amplamente,
acelerando seu desenvolvimento sinérgico e convergindo em um novo paradigma.
A inovação da tecnologia, deu-se pelo inter-relacionamento entre três principais campos que
construíram a historia da tecnologia baseadas em eletrônica: microeletrônica, computadores e
telecomunicações.
O transistor foi inventado em 1947 pelos físicos Bardeen, Brattain e Shockley na empresa Bell
Laboratories em Murray Hill, que possibilitou a premiação do Prêmio Nobel pela descoberta.
Permitiu a codificação da lógica e da comunicação com e entre as maquinas devido ao
processamento de impulsos elétricos em alta velocidade e em modo binário de interrupção e
amplificação, tendo o nome de semicondutores, mais conhecidos como chips.
Em 1951 Shockley invento o transistor de junção, o primeiro passo na difusão do transistor,
mas a sua fabricação e utilização em larga escala exigia novas tecnologias de produção e uso
de material apropriado, sendo constituído posteriormente de silício dando inicio a revolução
da areia.
Fabricado pela primeira vez por Noyce a criação do Circuitos Integrados (CI) inventado por Jack
Kilby em parceria com Bob Noyce , foi o passo decisivo da microeletrônica em 1957, essa
iniciativa gerou uma explosão tecnológica, fazendo com que em poucos anos o preço dos
semicondutores caíssem assustadoramente em 85% e nos 10 anos seguintes apresentando um
índice de produção vinte vezes maior, 50% dela foi destinada ao uso militar.
O microprocessador que é o computador em um único chip foi inventado por Ted
Hoff(engenheiro da Intel),que possibilitou a implantação da microeletrônica em todas as
maquinas em 1971, dando a largada pela disputa da capacidade de integração cada vez maior
de circuitos contidos em apenas um chip , o nível de integração tem progredido bastante
rápido nos últimos vinte anos.
Um chip pode ter a capacidade avaliada por uma combinação de três características: sua
capacidade de integração, indicada pela menor largura das linhas de condução no interior do
chip medida em microns; sua capacidade de memória, medida em bytes; e a velocidade do
microprocessador medida em megahertz. A nível de comparação podemos destacar o primeiro
processador de 1971 foi produzido com linhas de aproximadamente 6,5 mícrons, capacidade
para 2.300 transistores e 1.024 bytes; e em 1999 as projeções já estavam em 0,25 mícron,
256.00.00 bytes. Em quanto em 1971 cabiam 2.300 transistores em um chip em 1993 cabiam
35 milhões. A microeletrônica esta cada vez mais se desenvolvendo, se tornando mais
moderna e mais baratas possibilitando a sua utilização em todos os tipos de maquinas.

Os computadores também foram inventados durante a Segunda Guerra mundial, mas apenas
na Filadélfia em 1946 nasceram os primeiro computadores, sem considerar duas ferramentas
bélicas como o Colossus britânico (1943) para decifrar códigos inimigos e o Z-3 alemão que, foi
criado para auxiliar os cálculos das aeronaves (1941), os aliados concentravam a maior parte
de seus esforços em eletrônica nos programas de pesquisa do MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts), A verdadeira experiência da capacidade das calculadoras ocorreu na
universidade da Pensilvânia com o patrocínio do exercito norte-americano, em 1946 Mauchly
e Eckert desenvolveram o primeiro computador para uso geral que pesava 30 toneladas,
construído sobre estruturas metálicas com 2,75 m de altura, tinha 70 mil resistores e 18 mil
válvulas a vácuo, oculpava a área de um ginásio esportivo e era chamado de ENIAC
(calculadora e integrador numérico eletrônico), ao ser acionado teve um consumo de energia
tão alto que as luzes de Filadélfia piscaram.
Em 1951 foi desenvolvido pela mesma equipe o UNIVAC1 a primeira versão comercial dessa
maquina, e depois com a marca Remington Rand, alcançando um grande sucesso no
processamento de dados do Censo norte-americano em 1950. A IBM que também era
patrocinada pelos militares e contava com as pesquisas do MIT entrou na disputa em 1953
com uma maquina de 701 válvulas, mais apenas em 1964 a IBM dominou a indústria de
computadores com seu mainframe 360/370, fazendo com que novas e antigas fabricantes de
maquinas comerciais entrassem em decadência ou desaparecessem.
A microeletrônica mudou a falta de visão tecnológica “causando uma revolução dentro da
revolução” . A chegada do microprocessador em 1971, que tinha a capacidade de incluir um
computador em um único chip, pôs o mundo da eletrônica de pernas pro ar, o sucesso do
primeiro computador comercial Apple II idealizado pelos jovens Steve Wozniak e Steve Jobs,
na garagem dos seus pais, em Menlo Park, no vale do Silício, deu-se devido a Ed Roberts, em
1975 engenheiro que criou uma pequena empresa fabricante de calculadoras, a MITS ,
construiu uma “caixa de computação” que foi construída como um computador de pequena
escala com um microprocessador, com o nome de Altair, que foi base para o designer do Apple
I e, posteriormente Apple II. Foi o Início da Apple Computers lançada em 1976, com três sócios
e um capital de US$ 91 mil, alcanço em 1982 a marca de US$ 583 milhões em vendas. Logo em
seguida a IBM lançou sua versão do microprocessador com o nome de Computador Pessoal
(PC), que devido a tecnologia não ter sido desenvolvida pela IBM e sim por terceiros, ficou
exposto a clonagem que foi praticada em quantidade gigantesca, inclusive na Ásia, acabando
assim com o domínio da IBM no mercado dos PCs, assim também possibilitando o uso dos
clones da IBM, disseminando um padrão comum, apesar da superioridade da Apple. Lançado
em 1984 o Macinstosh da Apple, foi o primeiro passo rumo aos computadores de fácil
utilização, baseado em ícones e interfaces com o usuário, foi desenvolvido pelo Centro de
Pesquisas Palo Alto da Xerox.
O surgimento de um novo software foi uma condição fundamental para a difusão dos
microcomputadores. O software para PCs surgiu devido ao entusiasmo causado pelo Altair:
dois universitários desistentes de Harvard, Bill Gates e Paul Allen adaptaram o BASIC para
operar a maquina Altair em 1976, ao perceber o grande potencial, fundaram a Microsoft, a
atual empresa predominante em software de sistemas operacionais.
Os microprocessadores tiveram um aumento da capacidade impressionante do processamento
nos últimos vinte anos do século XX. Desde meados da década de 1980, os
microcomputadores não podem ser concebidos isoladamente: eles atuam em rede, com
mobilidade cada vez maior, com base em computadores portáveis. A possibilidade de
aumentar a memória, a versatilidade e os recursos de processamento, ao compartilhar a
capacidade computacional de uma rede eletrônica, mudaram decisivamente a era dos
computadores nos anos 90, quando transformo o processamento e armazenamento de dados
centralizados em um sistema de compartilhado e interativo de computador em rede.
Os avanços das telecomunicações e das tecnologias tornaram possível a capacidade de
desenvolvimento de redes, devido o surgimento de novos dispositivos microeletrônicos e o
aumento da capacidade de processamento.
As telecomunicações foram revolucionadas pela combinação das tecnologias de roteadores e
comutadores eletrônicos e a tecnologia de transmissão. O primeiro comutador eletrônico
produzido industrialmente, o ESS-1 em 1969 pela Bell Lboratorie, possibilitado pelos avanços
tecnológicos em circuitos Integrados, aumentaram a velocidade, potência e flexibilidade, com
economia de energia, espaço e trabalho, comparados a dispositivos analógicos, fazendo com
que empresas como a Northern Telecom do Canadá entrasse em concorrência com a American
Telephone and Telegraph (ATT) matriz da Bell Laboratories, desencadeando um movimento
semelhante ao redor do mundo.
A IBNs (Rede de Banda Larga Integradas)em 1990 que através dos avanços em optoeletrônica
(transmissão por fibra ótica e laser) e tecnologia de transmissão por pacotes digitais,
promoveram um aumento surpreendente da capacidade das linhas de transmissão,
ultrapassando as propostas dos anos 70 de uma ISDN (rede digital de serviços integrados):
enquanto a capacidade de uma ISDN através de fios de cobre ficava em torno de 144 mil bits,
nos anos 90, a da IBN, por fibras óticas, embora com o preço mais alto, ficaria em torno de um
quatrilhão de bit, em 1995 os cabos de fibra óptica podiam transportar 85 mil circuitos de voz
compactada comparado a 1956 que os cabos transatlânticos podiam transportar cinqüenta
circuitos de voz . Essa capacidade de transmissão com base em optoeletrônica, combinada
com arquiteturas avançadas de comutação e roteamento como ATM(modo de transmissão
assícrono) e TCP/IP (protocolo de controle de transmissão/protocolo de interconexão) é a base
da Internet.

A criação da Internet

A Internet originou-se da Arpanet, a primeira rede nacional de computadores criada em 1969


pelo Departamento de Defesa do EUA para garantir a segurança em caso de acidente nas
comunicações. Esta rede privada era destinada a interligar os computadores dos centros de
pesquisa, universidades e instituições militares americanas, permitindo o compartilhamento
de recursos entre os pesquisadores que trabalhavam com projetos estratégico-militares.
Em 1972 o governo americano decidiu mostrar o projeto pioneiro à sociedade, e a idéia
expandiu-se entre as universidades americanas, interessadas em desenvolver trabalhos
cooperativos. Para interligar os diferentes computadores dos centros de pesquisa, em 1980 a
Internet adotou o protocolo aberto TCP/IP para conectar sistemas heterogêneos, ampliando a
dimensão da rede, que passou a falar com equipamentos de diferentes portes, como micros,
workstations, mainframes e supercomputadores.

Somente em 1983, com a separação entre as aplicações para as áreas civil e militar, surgiu
definitivamente o nome Internet. Três anos depois, a National Science Foundation criou uma
ligação de alta velocidade com seu centro de supercomputadores e passou a promover a
disseminação das informações científicas. Naquela época, o governo americano decidiu
financiar a formação de redes regionais em todo o país - uma infra-estrutura com circuitos
dedicados e multiplexadores do tipo T1, a 2 Mbps -, o que acabou constituindo a NSFnet como
uma via expressa para mandar mensagens e arquivos por todo o país. Essa rede, por sua vez, é
conectada a outras redes comerciais e públicas que configuram a rede Internet, hoje o
principal alicerce das comunicações entre os computadores mundiais.
Com o crescimento da Internet e sua expansão devido a utilização do TCP/IP, outras redes
perdem sua força. É o caso da Bitnet, voltada para a comunicação entre sistemas de grande
porte, da CSnet, usada pelo pessoal da computação científica e da UUCP, que trabalha em
ambiente Unix com linhas dedicadas.

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