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MODENESI 3/9/2005
Gustavo Franco
Sinopse
1) Crises de liquidez
2) Lei Bancária de Rui Barbosa (1890) ⇒ Encilhamento: i)especulação bursátil;
ii)desvalorização e surto industrial; e iii)inflação
3) Funding Loan (1898): suspensão dos pagamentos da dívida até 1911
4) Programa de estabilização de Joaquim Murtinho (1898-1902): reversão dos
excessos do encilhamento
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recursos (MP) para atividade agrícola (campo) → escassez de recursos (MP) para
atividades comerciais (centros urbanos).
“Assim sendo, podem-se ter indicações sobre o modo como a disseminação do trabalho
assalariado viria a afetar o sistema bancário: a presença de crises de liquidez, e com
crescente gravidade à medida que se aproxima o ano da abolição, fornece indicação clara
do impacto monetário da difusão do trabalho assalariado no campo” (p. 7-8).
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DVBC ET
de pagamentos d = e a relação encaixes totais-depósitos à vista e = . O
MP DVBC
+ −
multiplicador monetário é uma função crescente de d e decrescente de e: α = f d , e .
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“(...)ao final de 1889, o saldo das tentativas de reforma (expansão) monetária era
praticamente nulo. Se já em 1987 se falava em oferta insuficiente e em possibilidade de
crise, em fins de 1889 a necessidade de novas emissões era exaltada em tons dramáticos”
(p. 21).
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“A reforma monetária de 1888, que o governo imperial não executou, na forma como foi
aplicada posteriormente, concedeu o poder de emissão a inúmeros bancos regionais,
provocando subitamente em todo o país uma grande expansão de crédito (Furtado, p 171)”
“A conseqüência mais importante [da lei bancária], no entanto, parece ter sido a
desvalorização cambial, que teve dois efeitos principais. Em primeiro lugar, encarecendo
as importações incentivou o crescimento da produção interna das indústrias eu
processavam matérias-primas locais. Ao que tudo indica, houve um surto industrial na
primeira década da República. Em segundo lugar, a contínua desvalorização cambial,
protegendo renda dos cafeicultores, incentivou o excessivo crescimento da capacidade
de produção”
• O preço em reais de um bem importado (PmR$) é dado pelo produto de seu preço em
dólares (PmUS$) pela taxa de câmbio nominal (e). Neste sentido, dado PmUS$, a taxa
de câmbio nominal (e) pode ser vista como uma medida de competitividade da
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PmR $ = PmUS $ × e
e × Pf
R=
P
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“Mas não há dúvida de que a mais importante medida de política econômica adotada foi a
apressada lei bancária de 1888 [implementada em 1890] (...). Determinando que os
direitos de emissão dos bancos fossem imediatamente utilizados, o Governo provocou um
aumento muito acima das necessidades... o papel-moeda emitido aumentou 3,5 vezes. Os
resultados foram aumento médio anual nos preços(...) e rápida desvalorização da taxa
cambial. A febre de incorporações de novas empresas(...) tomou impulso, não só devido à
reforma bancária e das sociedades anônimas, como também ao clima de euforia criado
com a inauguração do novo regime político. Na ausência de um organismo de controle
central e de fiscalização, a especulação tomou conta do mercado, abarrotado de títulos de
empresas fantasmas, originando a crise conhecida por “Encilhamento” em fins de 1891,
que causou a falência de inúmeras empresas” (Villela e Suzigan, p, 13-5).
“Esses anos, localizados no início da era republicana em nosso país, têm sido
caracterizados na literatura relevante principalmente pela intensa especulação financeira e
bursátil, a criação acelerada de inúmeras empresas e a posterior crise inflacionária que só
seria resolvida a partir da adoção do programa de Murtinho em 1898” (Bonelli, p. 77-8).
“Tal lei possibilitou forte expansão monetária com base em emissões inconversíveis
feitas a partir de três orgãos emissores e lastreada em títulos públicos. A expansão
monetária foi bastante criticada, porém existiam fortes demandas por tal expansão” (Saes,
p. 79).
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“Já em dezembro de 1894, o ministro da Fazenda indaga aos Rothschild sobre algum
‘arranjo financeiro’ destinado a prover recursos para o serviço da dívida externa e evitar
pressões sobre a taxa de câmbio. Em janeiro de 1895, os banqueiros colocam entre amigos,
ou seja, sem o recurso a uma lançamento público, letras do Tesouro(...) mas o governo
brasileiro continua insistindo em um grande empréstimo” (p. 25)
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“(...) o pagamento da dívida externa tornou-se cada vez mais complicado, forçando o
governo brasileiro a procurar um acordo com os banqueiros. Este acordo foi estabelecido
em Fevereiro de 1898 – o funding loan. Em contrapartida, Campos Sales e seu ministro da
fazenda Joaquim Murtinho concordaram em alterar os rumos da política econômica interna,
passando a política monetária a ser fortemente contracionista” (Saes, p. 82).
“(...)o ano de 1891 registra uma queda inusitada da taxa de câmbio [desvalorização da
moeda doméstica](...). A relação entre esse declínio e a política monetária não parece
simples(...). De qualquer modo, é certo que as hesitações e omissões que caracterizam as
gestões de Araripe e Lucena – que se deviam em boa medida a uma conjuntura política
mais complexa que a do ano anterior – favoreciam a crise cambial. Tal pode ser visto, por
exemplo, através do espantoso crescimento da oferta de moeda a partir de setembro de
1890. (…). Não resta dúvida, por outro lado, que influências ‘exógenas’, ligadas aos efeitos
sobre as entradas de capital no Brasil do colapso da casa Baring Brothers em Londres, em
outubro de 1890 e da moratória Argentina teriam grande influência sobre o mercado de
câmbio no Brasil em 1981” (p. 23).
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“Uma das principais conseqüências desse período [do Encilhamento], no entanto, foram
os desequilíbrios financeiros do governo, problemas cambiais e inflacionários que
levaram a seguidas depreciações da taxa de câmbio. Um rigoroso programa de
estabilização seria implementado durante o governo Campos Salles (1898-1902) sob o
comando do Ministro da fazenda Joaquim Murtinho. (...)parece fora de dúvidas que o
Programa Murtinho teve, por suas características deflacionárias, um forte impacto
recessivo sobre a economia e indústria brasileiras. As falências sucediam-se à medida que
o câmbio era valorizado e os problemas o balanço de pagamentos iam sendo sanados,
em boa medida com o auxílio de empréstimos externos – em particular o funding loan(...).
O pacote fiscal e monetário associado à concessão desse empréstimo era extremamente
severo e contraiu de fato o montante de moeda em circulação(...). O investimento
industrial chegaria em 1901-1902 a seus níveis mais baixos desde 1880 aos dias de hoje, à
exceção do biênio 1915-16, em plena Primeira Guerra Mundial” (Bonelli, p. 80-1).
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