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CRONOGRAMA..........................................................................................................................01
TEMÁRIO: O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS.....................................................................02
ANOTAÇÕES.............................................................................................................................33
Cronograma9ª COMJESP2011 - Guarulhos
Quinta-feira21de abril
Inicio fim
18:00 20:00 Janta +Banho
18:00 ... Recepção (a partir das 18h)
20:00 22:30 Apresentação Artística de Recepção
22:30 Ambientação Coletiva +Evangelho na Sala
23:30 Sonoterapia
Sexta-feira22de Abril
06:00 08:30 Despertar e Café da Manhã
09:00 11:00 Abertura Oficial - Comissão de Abertura
11:00 11:15 Deslocamento para Almoço
11:15 13:15 Almoço
13:15 13:30 Deslocamento para Estudo Módulo 1
13:30 15:00 1º Módulo 1ª Parte
15:00 15:15 Intervalo
15:15 16:45 1º Módulo 2ª Parte
16:45 17:00 Deslocamento para SARAU
17:00 18:30 SARAU
18:30 20:45 Janta +Banho
20:45 21:00 Deslocamento para o GAN
21:00 22:30 GAN
23:30 Sonoterapia
Sábado 23de Abril
Inicio Fim
06:00 08:30 Despertar +Café da Manhã
08:30 08:45 Deslocamento para Estudo Módulo 2
08:45 10:15 2º Módulo 1ª Parte
10:15 10:30 Intervalo na Sala +Lanche
10:30 12:00 2º Módulo 2ª Parte
12:00 14:00 Almoço
14:00 14:15 Deslocamento para Estudo Módulo 3
14:15 15:45 3º Módulo 1ª Parte
15:45 16:00 Intervalo na Sala +Lanche
16:00 18:00 3º Módulo 2ª Parte
18:00 20:30 Janta +Banho
20:30 20:45 Deslocamento para SARAU
21:00 22:30 Sarau
22:30 22:45 Deslocamento
23:30 Sonoterapia
Domingo 24deAbril
06:00 08:00 Despertar +Café da Manha
08:00 08:15 Deslocamento
08:15 10:15 Oficinas +Ficha de Avaliação
10:15 10:30 Deslocamento
10:30 11:30 Encerramento
11:30 12:00 Arrumar as Malas
12:00 Almoço e despedidas
*Sujei
to a
alterações (Obs.: Não divulgar este cronograma aos participantes)
Reunião de Monitoria
Sexta-Feira22/abril 11:15 11:45
18:30 19:00
Sábado 23/abril 18:30 19:00 2
O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS
Em busca das respostas interiores para viver os prazeres da Alma
INTRODUÇÃO
“Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o
dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão
insensatas uma quanto a outra.”
À primeira vista parece um estudo simples, de fácil solução, mas é uma falsa impressão, a
verdade se revela mais desafiadora como veremos na advertência do mesmo item acima
destacado:
“Supondo que se achem ambos (corpo e Espírito) em perfeito estado; que devemos fazer
para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes?
Inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegar ao
equilíbrio.”
Quantas vezes a alma roga a nossa atenção e, porque ainda não exercitamos o
autoconhecimento, soterramos as suas súplicas através dos variados mecanismos de fugas
que, se entorpecem o corpo, causando ilusório bem-estar, fazem padecer ainda mais o nosso
Espírito?
JUSTIFICATIVA
TEMA CENTRAL
OBJETIVO GERAL
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ROTEIRO GERAL
Desta fábula foram feitos filmes, desenhos animados, além de adaptações. Muitos adultos até
hoje se emocionam ao lembrar-se do livro. Fonte: Wikipédia
“(...) de tal maneira vos modificastes para melhor, que aceitais hoje sem repulsa uma
infinidade de ideias novas sobre a liberdade e a fraternidade, que antigamente teríeis
rejeitado. Pois daqui a cem anos aceitareis também, com a mesma facilidade, aquelas que
ainda não puderam entrar na vossa cabeça .”
Sansão _ O Evangelho Segundo o Espiritismo _ Cap. XI _ item 10
OBJETIVOS
Na prévia pontuamos algumas paixões que nos vinculam aos apelos do corpo contrastando
com alguns apelos da alma; neste módulo propomos reflexões sobre a dimensão do nosso
apego às coisas transitórias (bens materiais e paradigmas). Discutiremos os nossos medos
em relação à morte e às mudanças em geral (desemprego, enfermidades, velhice, prejuízos
financeiros, separações afetivas, etc.). Frequentemente nós desejamos ter controle sobre o
visível (corpo, bens materiais e situações), mas o invisível (as leis morais) é que são
realmente permanentes e orientam os nossos destinos. Demonstraremos que a
impermanência é uma poderosa realidade no fluxo da criação, revelando como a aceitação
desta verdade nos auxilia a viver gozando maior liberdade e menor sofrimento (desapego).
ROTEIRO
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• Conceituar Impermanência e Imortalidade;
• Contextualizar os conceitos acima com os elementos das experiências dos
participantes [teorias cientifica - filosóficas / paradigmas / preconceitos / crenças /
crises política-econômica-sociais / saúde / juventude / morte / rompimentos afetivos /
etc.];
BIBLIOGRAFIA
Abertura: TEATRO
TEMA: Retrospectiva da prévia e introdução do 1º módulo.
Objetivo: Colher nessa brincadeira dos crachás algumas impressões sobre o que os
participantes entendem sobre impermanência e como lidam com ela, pois em cada
encarnação estamos num corpo diferente, uma identidade diferente. Nesse processo
vamos poder analisar também pessoas que terão dificuldade de aceitar que por um
momento será o outro.
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− O Cristo reúne as assembleias de seus emissários. A Terra não podia perder a
sua posição espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família
roMana. É então que se movimentam as entidades angélicas do sistema, nas
proximidades da Terra, adotando providências de vasta e generosa importância.
− Uma atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planeta.
Viu-se uma noite cheia de luzes e de estrelas maravilhosas. A manjedoura é o teatro de
todas as glorificações da luz e da humildade, e, enquanto alvorecia uma nova era para
o globo terrestre, nuNca mais se esqueceria o Natal, a "noite silenciosa, noite santa".
− É então que inúmeros mensageiros de Jesus, sob a sua orientação, iniciam largo
trabalho de associação dos Espíritos, de acordo com as tendências e afinidades, a fim
de formarem as nações do futUro. Constroem-se os alicerces dos grandes países como
a Inglaterra, a Itália, a Alemanha e a França.
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galvaniZados no crime. Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do
amor e da fraternidade sob a égide de Jesus
Desenvolvimento: Dividir a sala em quatro grupos, e entregar a cada grupo um dos textos
do livro Impermanência e Imortalidade e do livro “A Caminho da Luz”.
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Jesus, por Sua vez, afiançava que o Seu Reino não é deste mundo, todavia, mediante a
utilização dos tesouros que aqui se encontram a disposição, começa a sublime aquisição
da felicidade porvindoura no Reino, de início desapegando-se do veículo de serviço de que
se utiliza – o corpo – bem como de tudo aquilo que lhe diz respeito e se lhe torna essencial
para a existência da sua impermanência.
A libertação do mundo, porém, torna-se inadiável, embora seja postergada por ignorância
ou rebeldia, mas que a realidade se encarrega de impor, em razão da intemporalidade de
tudo e da fatalidade das horas na sua sucessão intérmina.
Ao entrar na sala os participantes irão encontrar a sala arrumada com várias fotos,
recortes e frases diversas.
Colocar a musica: “Tudo que Vai” do Capital Inicial.
Observação: O monitor pode colocar a música apenas uma vez e deixar um tempo em
silencio para que os participantes observem o ambiente, ou colocar a música duas vezes
seguidas sem deixar tempo vazio.
Observação: Caso haja pessoas muito jovens na sala, que sintam dificuldade de relatar sua
vida há 5 anos, o monitor poderá propor que elas diminuam esse tempo para 2 ou 3 anos.
Desenvolvimento: Pegar vários voluntários na sala levá-los para o lado de fora e pedir que
façam um pequeno teatro cujo tema que eles mesmos vão escolher, algo simples, como
uma situação do cotidiano (em uma lanchonete, na escola, no cinema, etc.). Eles deverão
pensar em algo rapidamente para encenar na sala. O restante dos participantes, que
permaneceram na sala, serão instruídos pelo monitor que lá permaneceu à interferir
durante a cena, forçando o grupo de “atores” à improvisar e adaptar-se à nova situação
criada.
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Desenvolvimento: Entregar a cada participante o conjunto de textos do livro Renovando
Atitudes, e sugerir que escolha um, aquele que (pelo título, talvez) lhe estimule a leitura.
Os outros trechos ele poderá levar consigo e estudar em casa. Essa será uma leitura com
ênfase na reflexão individual, portanto em silêncio.
Pré-ocupação Pg.
A estratégia da preocupação é nos manter distantes do momento 25 presente, imobilizando
as realizações do agora em função de coisas que poderão ou não acontecer.
Desperdiçamos, por consequência, tempo e energias preciosas, obcecados com os
eventos do porvir, sobre os quais não temos qualquer tipo de comando, pois olvidamos
que tudo que podemos e devemos dirigir é somente nossas próprias vidas.
São realmente diversas as preocupações sobre as quais não temos nenhum controle: a
doença dos outros, a alegria dos filhos, o amos das pessoas, o julgamento alheio sobre
nós, a morte de familiares e outras tantas. Podemos, porém, nos “pré-ocupar” o quanto
quisermos com essas questões, que não traremos a saúde, a felicidade, o amor, a
consideração ou mesmo o retorno à vida, porque todas elas são coisas que fogem às
nossas responsabilidades.
Outra questão é quando passamos por enormes desequilíbrios causados pelo desgaste
emocional de nos ocuparmos antes do tempo certo com coisas e pessoas, o que ocasiona
insônias, decepções e angustias pelo temor antecipado do que poderá vir a acontecer no
amanhã.
Não confundamos “pré-ocupação” com “previdência”, porque se preparar ou ser precavido
para realizar planos para dias vindouros é tino de bom senso e lógica; mas prudência não
é preocupação, porque enquanto uma é sensata e moderada, a outra é irracional e tolhe o
indivíduo, prejudicando-o nos seus projetos e empreendimentos do hoje.
Nossa educação social estimula o vício do “pensamento preocupante”, principalmente no
convívio familiar, onde teve início o fato de relacionarmos preocupação com “dar
proteção”.
Passamos a nos comportar afirmando: “Lógico que eu me preocupo com você, eu o amo”,
“Você tem que se preocupar com seus pais”, “Quem tem filhos vive em constante
preocupação”.
Pensamos que estamos defendendo e auxiliando os entes queridos, quando na verdade
estamos confinando-os e prejudicando-os por transmitir-lhes , às vezes, de modo
imperceptível, medo, insegurança e pensamento catastróficos.
“Não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo.”
“A cada dia basta seu mal”.
O criador provê suas criaturas com o necessário, porquanto seria impossível a natureza
crias em nós uma necessidade sem no dar meio para supri-la. “Vede os pássaros do céu,
vede os lírios dos campos”.
Além do mais, pedi-nos que fizéssemos observações de como a vida se comporta e que
deixássemos de nos “pré-ocupar”, convidando-nos a olhar para nossa criação divina que a
todos acolhe.
O mestre queria dizer com essas afirmativas que tudo o que vemos tem ligação conosco e
com todas as partes do Universo e que somos, em realidade, participantes de uma
Natureza comum.
As mesmas causas que cooperam para o benefício de uns cooperam da mesma forma
para os outros. Quando há confiança, existe fé; e é essa fé que abre o fluxo divino para a
manutenção e prosperidade de nossa existência, dando-nos juntamente a proteção que
buscamos em todos os níveis de nossa vida.
Aparências Pg.
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Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso
poder pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos um “disfarce” para sermos
apresentados perante os outros.
Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós mesmos:
‘‘eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”, vestindo assim uma
aparência de falsa humildade e compreensão.
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Devemos nos analisar como realmente somos.
Nossos problemas íntimos, se resolvidos com maturidade, responsabilidade e aceitação,
são ferramentas facilitadoras para construirmos alicerces mais vigorosos e adquirirmos um
maior nível de lucidez e crescimento.
A maneira de como os outros nos percebem tem grande influência sobre nós. Amigos
opressores, religiosos fanáticos, pais dominadores e cônjuges inflexíveis podem ter
exercido muita influência sobre nossas aptidões e até sobre nossa personalidade.
Portanto, não nos façamos de superiores, aparentando comportamentos de “perfeição
apressada”; isso não nos fará bem psiquicamente nem ao menos nos dará a oportunidade
de fazer autoburilamento.
Aceitar nossa porção amarga é o primeiro passo para a transformação, sem fugirmos para
novo local, emprego ou novos afetos, porque isso não nos curará do sabor indesejável,
mas somente nos transportará a um novo quadro exterior. Os nossos conflitos não
conhecem as divisas da geografia e, se não encarados de frente e resolvidos, eles
permanecerão conosco onde quer que estejamos na Terra.
Lembremo-nos de que, por mais que se esforcem as más árvores para parecer boas,
mesmo assim elas não produzirão bons frutos. Também os homens serão reconhecidos,
não pelos aparentes “frutos”, não por manifestarem atos e atitudes mascarados de
virtudes, mas por ser criaturas resolvidas interiormente e conscientes de como funciona
seu mundo emocional.
Pg.
Crenças e carma
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É fato que ao enfrentarmos dificuldades diversas ao longo da existência terrena, é mais
fácil atribuí-las à sorte, à Providência Divina. As perdas são inevitáveis numa vida de
impermanência, no entanto a forma de lidar com elas acaba sendo, na maioria das vezes,
a que menos afeta a vaidade ou fere o orgulho do indivíduo, ou seja, tirando a culpa de si
para colocá-la em alguém que não pode negá-la, dizendo que são carmas necessários e
impossíveis de modificar. Em quem colocar a culpa se não em si mesmo? O carma, que
em sânscrito significa “ação”, como o próprio nome sugere, nada mais é do que a reação
imediata ou não, de ações realizadas anteriormente pelo mesmo espírito.
Tampouco o sofrimento é determinante para o resto da vida de qualquer espírito, o
sofrimento é apenas uma forma de ampliar a capacidade de amar em diversas situações,
é na dor que mais se exige disposição de amar verdadeiramente, conseguintemente se vê
que o Amor é o único caminho para expiação real e evolução contínua, como foi afirmado
por Jesus nas duas citações a seguir do livro de Lucas e Pedro respectivamente: “Muito lhe
foi perdoado porque muito amou, mas a quem pouco se perdoa, é porque pouco ama”. “O
amor cobre a multidão de pecados”.
A lei do progresso impede qualquer validade de argumentação quanto ao destino
inalterável, se as consequências o afligem, é necessário tomar as medidas necessárias
para superá-las com coragem e resignação, orientado sempre pelo objetivo do Amor. As
energias mentais são determinantes para esta superação, afinal nossa mente atrai o que
irradia, pensando como um escravo do carma, atrairá uma série de desventuras por conta
do pensamento, pois com a mente educada com ampla visão da impermanência e
imortalidade será possível amar, expiar, se resignar e perseverar, e em a sincronia com as
leis divinas as consequências diminuirão pouco a pouco. “Transformar ações amando é
alterar seu carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto de
ti”.
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Se criaturas como nós aceitamos as falhas dos outros, por que o Criador em sua infinita
compreensão não nos aceitaria como somos?
Pessoas não condenam seus bebês por eles não saber comer, falar e andar corretamente;
por que espíritos ainda imaturos pagariam por atos e pensamentos que ainda não
aprenderam a usar convenientemente, pela sua própria falta de madureza espiritual?
Não se colhem figos dos espinheiros; ora, como impor metas sem levar em conta a
capacidade de escolha e de discernimento dos indivíduos?
Efetivamente, nosso caminho é o melhor que podíamos escolher, porque em verdade
optamos por ele, na época, segundo nosso nível de compreensão e de adiantamento. Se,
porém, achamos hoje que ele não é o mais adequado, não nos culpemos; simplesmente
mudemos de direção, selecionando novas veredas.
A trilha que denominamos errada é aquela que nos possibilitou aprendizagem e o sentido
do nosso melhor, pois sem o erro provavelmente não aprenderíamos com segurança a
lição. Nós mesmos é que nos provamos; a cada passo experimentamos situações e
pessoas, e delas retiramos vantagens e ampliamos nosso modo de ver e sentir, a fim de
crescermos naturalmente, desenvolvendo nossa consciência.
Ninguém nos condena, nós é que cremos no castigo e por isso nos auto punimos,
provocando padecimento com nossos gestos mentais.
Aceitemos sem condenação todas as sendas que percorremos. Todas são válidas se lhes
aproveitarmos os elementos educativos, porque, assim somadas, nos darão sabedoria
para outras caminhadas mais felizes.
Desenvolvimento: Pedir para que todos participantes, ao saírem, joguem a bala no lixo,
ilustrando assim que não temos o controle de tudo na vida.
“ Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições
essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas
(...)”
Cardeal Morlot _ O Evangelho segundo o Espiritismo _ Cap.V _ item 20
INTRODUÇÃO
Vimos que existe um conflito naturalmente dolorido entre o corpo e a alma (prévia).
Descobrimos (no 1º módulo) que não temos controle sobre as coisas (corpo, coisas, pessoas e
situações), e que até as nossas próprias verdades são passíveis de transformações. Também
aprendemos que o que nos cabe governar são os nossos pensamentos, emoções e ações
OBJETIVO
ROTEIRO
• Conceituar Felicidade e Infelicidade;
• Consumismo e Sensualismo (Estudo)
• Relacionamentos por Afinidades X Conveniências
• Escolha da profissão: Prestígio X Vocação
• Autoconhecimento = O que me faz feliz atualmente?
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BIBLIOGRAFIA
Obs.: Atentar para o uso de letras legíveis durante o relato da história (pode fazer com que
muitos deduzam o que acontecerá em seguida, mas mesmo assim é uma observação
importante).
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estender (visto que serão aproximadamente 24 participantes por sala e cada um fará a
sua interpretação), sendo muito importante ter essa folga para controlar o tempo.
921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra quando a humanidade estiver
transformada. Mas, enquanto isso, cada um pode garantir para si uma felicidade
Pg.
relativa?
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– O homem é quase sempre o agente de sua própria infelicidade. Ao praticar a lei de
Deus, se pouparia dos males e desfrutaria de uma felicidade tão grande quanto o
comporta sua existência grosseira.
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Na atualidade, ainda se associa humildade com inferioridade, submissão e pobreza; no
entanto, ela está relacionada com distinção, gentileza, graciosidade e simplicidade. A
humildade não realça a si mesma, porque o verdadeiro humilde não acredita que o seja.
Os indivíduos humildes realçam a simplicidade das coisas, dada a facilidade
surpreendente de apreender e organizar os dados de uma situação. Eles penetram na
essência das coisas, pois desenvolveram a habilidade de “fazer a mente silenciar”. É no
“silêncio mental” que os ciclos habituais ou condicionados de regras e normas
preconceituosas cessam, que os padrões de pensamentos inadequados são interrompidos,
para que haja a internalização da inteligência universal em nós.
O termo “nirvana”, quando entendido em sua significação mais profunda, deve ser
traduzido como “a união definitiva da criatura com o Criador”, nunca como sinônimo de
estático silêncio interior, onde impera o “não-ser”.
Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um “canal ou
espaço transcendente”, por onde flui silenciosamente a inteligência universal.
A inteligência universal é o instrumento pelo qual retomamos a conexão com a Causa
Primeira. Por meio de seus recursos infinitos, recebemos as mais sublimes contribuições -
psicológicas, filosóficas, artísticas, científicas, religiosas -, alargando a compreensão da
vida dentro e fora de nós mesmos.
Ao retornarmos à escola terrestre, nos processos naturais da reencarnação,
apresentaremos, em forma de talentos ou predisposições inatas, o resultado dos
conhecimentos e das vivências adquiridas em tempos remotos.
Essas “experiências armazenadas” em nosso âmago constituem as denominadas
vocações. São impulsos internos, independentes da faculdade de raciocinar, ou seja,
tendências espontâneas que orientam uma pessoa nas suas atividades interiores e, por
consequência, nas exteriores.
Muitos dos males decorrem do fato de não seguirmos essa vocação.
Em muitas ocasiões, as atitudes dos pais e de outros membros do grupo familiar ou
social, ao agirem sobre a criança, acabarão por confundi-la e induzi-la a aceitar diferentes
objetivos, a tomar atitudes contrárias a seu modo de sentir e pensar e a adotar ideias de
ética, moral, religião e filosofia em desacordo com seu “senso interior”.
Os indivíduos que não se deixam levar pela inspiração de sua “diretriz inata” ou “eixo
básico”, e que se identificam com uma imagem construída com base nas expectativas dos
outros e nos desejos, valores e atitudes de pais inflexíveis e dominadores, experimentam
uma constante sensação de carência, de “falta de alguma coisa” ou de que “algo de fora
precisa ser incorporado”. Sentimentos crônicos de escassez e frustração os acompanham
pela vida afora.
O grande problema da vaidade humana não é apenas a “preocupação com a aparência”
ou a “paixão por aplauso”; acima de tudo, é a substituição da “orientação interna” -
oriunda da própria alma - pela “orientação externa” - a preocupação egóica da busca de
status, que leva a pessoa a tentar passar a imagem, por ela idealizada, de “ser
extremamente importante”.
A maior dádiva do humilde é sua confiança na Organização Divina. Ele se norteia pelo seu
“guia interior”. De modo adverso, o vaidoso é impositivo, impetuoso e intransigente, não
respeitando a determinação superior que há nas criaturas e nas criações.
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“Ninguém fica feliz por decreto”; sente imensa satisfação apenas quem está iluminado
pela chama celeste. Rejubila-se realmente aquele que se identificou com a Divindade e
descobriu que “a lei natural é a Lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do
homem”.
A alegria espontânea realça a beleza e a naturalidade dos comportamentos humanos.
Cultivar o reino espiritual em nós facilita-nos a aprendizagem de que a alegria real não é
determinada por fatos ou forças externas, mas se encontra no silêncio da própria alma,
onde a inspiração divina vibra incessantemente.
Todos nós fomos criados pela Divina Sabedoria do Universo para ser felizes, tanto no plano
físico como no astral, e certamente por toda a eternidade. A alegria de viver é um atributo
natural de toda criatura humana – herança de sua filiação divina.
Na realidade, a alegria começa quando somos responsavelmente livres para ser nós
mesmos; quando tomamos o leme de nossa vida nas próprias mãos e deixamos de ser
escravos de algo ou de alguém.
O verdadeiro contentamento fundamenta-se no fato de usarmos de forma livre, consciente
e sensata a capacidade de ser, pensar, sentir e agir. A alegria de viver está baseada na
certeza que experimentamos quando reconhecemos que palpita em nós uma tarefa
suprema – o Self ou Si-mesmo -, que é a de manter todo o nosso sistema psíquico unido e
reedificado toda vez que ele correr perigo de se fragmentar ou desequilibrar.
Há muitas formas de escravidão. Não devemos nos escravizar a nada nem a nenhuma
pessoa, pois o grau de alegria é proporcional ao grau de liberdade que possuímos.
Dentro de nós existe um universo ilimitado que infelizmente reduzimos ao mundo
insignificante de nossos interesses mesquinhos. Quando nos identificarmos com o Criador,
a alegria passará a ser presença marcante em toda e qualquer de nossas atitudes.
Este antigo membro da Sociedade Espírita de Paris faleceu a 21 de abril de 1862, depois
de um ano de atrozes padecimentos. Prevendo a morte, dirigira ao presidente da
Sociedade seu desejo de que evocassem o seu Espírito o mais breve possível, a fim de
poder prestar para alguma coisa depois de morto (...). Era duplo o nosso fim: íamos
cumprir uma vontade última e íamos observar, ainda uma vez, a situação de uma alma em
momento tão imediato à morte, tratando-se, ao demais, de um homem eminentemente
esclarecido, inteligente e profundamente convicto das verdades espíritas. Íamos enfim
colher nas suas primeiras impressões a prova de quanto, sobre o estado do Espírito, pode
influir a compenetração dessas verdades. E não nos iludimos na expectativa, porquanto o
Sr. Sanson descreveu, plenamente lúcido, o instante da transição, vendo-se morrer e
renascer, o que é uma circunstância pouco comum e só devida à elevação do seu Espírito.
(Câmara mortuária, 23 de abril de 1862.)
- Evocação. - Atendo ao vosso chamado para cumprir a minha promessa.
- Meu caro Sr. Sanson, cumprindo um dever, com satisfação vos evocamos o mais cedo
possível depois da vossa morte, como era do vosso desejo.
- R. É uma graça especial que Deus me concede para que possa manifestar-me; agradeço
a vossa boa-vontade, porém, sou tão fraco que tremo.
- Fostes tão sofredor que podemos, penso eu, perguntar como vos achais agora... Sentis
ainda as vossas dores? Comparando a situação de hoje com a de dois dias atrás, que
sensações experimentais?
- R. A minha situação é bem ditosa; acho-me regenerado, renovado, como se diz entre
vós, nada mais sentindo das antigas dores. A passagem da vida terrena para a dos
Espíritos deixou-me de começo num estado incompreensível, porque ficamos algumas
vezes muitos dias privados de lucidez. Eu havia feito, no entanto, um pedido a Deus para
permitir-me falar aos que estimo, e Deus ouviu-me.
- Ao fim de que tempo recobrastes a lucidez das ideias?
- R. Ao fim de oito horas. Deus, repito, deu-me uma prova de sua bondade, maior que o
meu merecimento, e eu não sei como agradecer-lhe.
(...)
- Que efeito vos causa o vosso corpo aqui ao lado?
- R. Meu corpo! Pobre, mísero despojo... Volve ao pó, enquanto eu guardo a lembrança de
todos que me estimaram. Vejo essa pobre carne decomposta, morada que foi do meu
Espírito, provação de tantos anos! Obrigado, mísero corpo, pois que purificaste o meu
Espírito! O meu sofrimento, dez vezes bendito, deu-me um lugar bem compensador, por
isso que tão depressa posso comunicar-me convosco...
(...)
- Tivestes consciência do momento em que o corpo exalou o derradeiro suspiro? Que se
passou convosco nesse momento? Que sensação experimentastes?
- R. Parte-se a vida e a vista, ou antes, a vista do Espírito se extingue; encontra-se o
vácuo, o ignoto, e arrastada por não sei que poder, encontra-se a gente num mundo de
alegria e grandeza! Eu não sentia, nada compreendia e, no entanto, uma felicidade
inefável me extasiava de gozo, livre do peso das dores.
(...)
- Sabeis se há Espíritos para os quais o momento extremo seja mais penoso? Será ele mais
doloroso ao materialista, por exemplo?
- R. Isso é certo, porque o Espírito preparado tem já esquecido o sofrimento, ou, antes,
habituou-se com ele e a calma com que encara a morte o impede de sofrer duplamente,
prevendo o que por ela o aguarda. O sofrimento moral é mais forte e a sua ausência, por
ocasião da morte, é por si só um grande alivio. O descrente assemelha-se ao condenado à
pena última, cujo pensamento antevê o cutelo e o ignoto. Entre esta morte e a do ateu, há
paridade.
20
(...)
- Dissestes que por ocasião de expirar nada víeis, porém pressentíeis. Compreende-se que
nada vísseis corporalmente, mas o que pressentíeis antes da extinção seria já a claridade
do mundo dos Espíritos?
- R. Foi o que eu disse precedentemente, o instante da morte dá clarividência ao Espírito;
os olhos não vêem, porém o Espírito, que possui uma vista bem mais profunda, descobre
instantaneamente um mundo desconhecido, e a verdade, brilhando de súbito, lhe dá
momentaneamente imensa alegria ou funda mágoa, conforme o estado de consciência e a
lembrança da vida passada.
- Podeis dizer-nos o que vos impressionou, o que vistes no momento em que os vossos
olhos se abriram à luz? Podeis descrever-nos, se é possível, o aspecto das coisas que se
vos depararam?
- R. Quando pude voltar a mim e ver o que tinha diante dos olhos, fiquei como que
ofuscado, sem poder compreender, porquanto a lucidez não volta repentinamente. Deus,
porém, que me deu uma prova exuberante da sua bondade, permitiu-me recuperasse as
faculdades, e foi então que me vi cercado de numerosos, bons e fiéis amigos. Todos os
Espíritos protetores que nos assistem, rodeavam-me sorrindo; uma alegria sem par
irradiava-lhes do semblante e também eu, forte e animado, podia sem esforço percorrer
os espaços. O que eu vi não tem nome na linguagem dos homens. Voltarei depois para
falar-vos mais amplamente das minhas venturas, sem ultrapassar, já se vê, o limite
traçado por Deus. Sabei que a felicidade, como vós outros a compreendeis, não passa de
uma ficção. Vivei sabiamente, santamente, pela caridade e pelo amor, e tereis feito jus a
impressões e delícias que o maior dos poetas não saberia descrever.
Ouro de Tolo
Raul Seixas Pg.
39
Eu devia estar contente Na vida como artista
Porque eu tenho um emprego Eu devia estar feliz
Sou um dito cidadão respeitável Porque consegui comprar
E ganho quatro mil cruzeiros Um Corcel 73...
Por mês... Eu devia estar alegre
Eu devia agradecer ao Senhor E satisfeito
Por ter tido sucesso Por morar em Ipanema
21
Depois de ter passado Que só usa dez por cento
Fome por dois anos De sua cabeça animal...
Aqui na Cidade Maravilhosa... E você ainda acredita
Ah! Que é um doutor
Eu devia estar sorrindo Padre ou policial
E orgulhoso Que está contribuindo
Por ter finalmente vencido na vida Com sua parte
Mas eu acho isso uma grande piada Para o nosso belo
E um tanto quanto perigosa... Quadro social...
Eu devia estar contente Eu que não me sento
Por ter conseguido No trono de um apartamento
Tudo o que eu quis Com a boca escancarada
Mas confesso abestalhado Cheia de dentes
Que eu estou decepcionado... Esperando a morte chegar...
Porque foi tão fácil conseguir Porque longe das cercas
E agora eu me pergunto "e daí?" Embandeiradas
Eu tenho uma porção Que separam quintais
De coisas grandes prá conquistar No cume calmo
E eu não posso ficar aí parado... Do meu olho que vê
Eu devia estar feliz pelo Senhor Assenta a sombra sonora
Ter me concedido o domingo De um disco voador...
Prá ir com a família Ah!
No Jardim Zoológico Eu que não me sento
Dar pipoca aos macacos... No trono de um apartamento
Ah! Com a boca escancarada
Mas que sujeito chato sou eu Cheia de dentes
Que não acha nada engraçado Esperando a morte chegar...
Macaco, praia, carro Porque longe das cercas
Jornal, tobogã Embandeiradas
Eu acho tudo isso um saco... Que separam quintais
É você olhar no espelho No cume calmo
Se sentir Do meu olho que vê
Um grandessíssimo idiota Assenta a sombra sonora
Saber que é humano De um disco voador...
Ridículo, limitado
Desenvolvimento: O monitor fará a leitura do texto abaixo para introduzir um novo foco ao
estudo, que será entendido na dinâmica da sequência. Recomenda-se que cada
participante tenha em mãos o texto para atingir tanto os que têm mais facilidade de
interpretação através da escuta quanto os que a tem pela leitura.
22
não os vivenciou e deles somente conhece as expressões grosseiras, decorrentes das
interpretações doentias que lhes são apresentadas.
A soma de aflições que o assalta é grande, aturde-o, trabalhando a sua mente para os
estereótipos convencionais de desgarrados, indiferentes, rebeldes, dependentes, que
encontra em toda parte, e cujo comportamento de alguma forma lhe parece atraente,
porque despreocupado e vingativo contra a sociedade que aprende a desconsiderar.
Nesse contubérnio de observações atormentadas, a mídia, desde os primeiros dias da sua
infância, vem exercendo sobre ele uma influência marcante e crescente.
As cenas de violência, associadas às de deboche, às de supervalorização de indivíduos
exóticos e condutas reprocháveis, de palavreado chulo e de aparência vulgar ou
agressiva, com aplauso para a idiotia em caricatura de ingenuidade, despertam, no
adolescente, por originais e perversas, um grande interesse, transformando-se em
modelos aplaudidos e aceitos, que logo se tornam copiados. Essa influência perniciosa,
que a mídia vem exercendo nos adolescentes, qual ocorre com os adultos e crianças
também, estimulando-os para o lado mais agitado e perturbador da existência humana,
pode alterar-se para a edificação e o equilíbrio, na medida que a criatura desperte para a
construção da sociedade do porvir, cuidando da juventude de todas as épocas, na qual
repousam as esperanças em favor da humanidade mais feliz e mais.
Entre todas as coisas que são partes do ser humano, há uma que, talvez, predomina: a
dúvida. Todos têm dezenas de dúvidas: como se vestir, o que comer, como falar, de que
modo agir... Dúvidas simples ou compostas, elas fazem parte do nosso modo de ser e
pensar, agir e reagir.
Há uma dúvida que, com certeza, faz parte dos pensamentos de todos. Talvez bem
simples, às vezes completamente complexa. O que é ser feliz?
Não há ingredientes para ser feliz. Provavelmente alguém já buscou o modo perfeito, no
entanto só encontrou o seu próprio jeito, que não era completo e muito menos perfeito.
Pense que é um recipiente vazio, encha-o com vontade e sinceridade. Ok, pode começar
novamente a busca pela felicidade.
Ela não pode ser descrita ou prevista porque também não pode ser vista. Está dentro de
você e de mim, não depende do outro para existir, nascer ou renascer. Há aqueles que
dizem que está nos pequenos gestos, em um simples sorriso, no pensar no outro... Talvez
esteja no querer ser feliz, no querer ser melhor também para si. Fazer algo bom, sentir
que é útil, estar bem, primeiramente por dentro, pode ser “ser feliz”.
Felicidade é ser, não estar. Quem é feliz nunca perde a esperança na dificuldade. Pode-se
vacilar, pensar negativo, até mesmo em certo momento desacreditar, mas se tiver (e
acredite, você tem!) a felicidade dentro de si, irá senti-la na paz de espírito até mesmo em
meio a tormenta.
Porque a felicidade está na nossa essência. Deus, quando nos criou, “plantou” essa
semente em nosso ser. E do que precisamos para fazê-la germinar? Nada além do que já
existe em nós: a terra, que é nosso coração e a água, que é nossa vontade de ser feliz.
Quem poderá impedir esta semente de nascer, crescer, transformar-se em uma árvore e
dar lindos frutos, quando temos nosso Pai Maior ao nosso lado?
23
Tudo bem, pode ser apenas nossa opinião, mas analise se, pensando e agindo assim, não
parece mais fácil entender como e, finalmente, SER feliz.
10 Levantar questionamento.
Obs.: Para melhor compreensão e fixação da pergunta, será interessante que o monitor
escreva a questão na lousa da sala (caso haja uma), ou em material impresso em local
bem visível. Após, poderá dispensar os participantes para as demais atividades do dia.
“Se o Homem não conhece os próprios atos que cometeu em suas existências anteriores,
pode sempre saber de qual
gênero de faltas é culpado e qual era o seu caráter dominante. Basta estudar a si mesmo e
poderá julgar o que foi, não pelo que é, mas por suas tendências.”
O Livro dos Espíritos _ item 399
INTRODUÇÃO
Em geral os módulos anteriores poderiam ser objeto de estudo em qualquer doutrina cristã.
No presente módulo ampliaremos o significado dos estudos anteriores porque refletiremos
sobre as consequências morais básicas (de onde vim? Por que estou aqui? Para onde vou?)
Decorrentes da filosofia espírita.
OBJETIVO
ROTEIRO
BIBLIOGRAFIA
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• O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XXVIII, Preâmbulo e Item: 2);
• O Céu e o Inferno (1ª Parte; Caps. 1 a 7 );
• O Consolador Chico Xavier / Emmanuel ( 3ª parte; cap. 4 —Vidas passadas);
• Adolescência & Vida _ Divaldo Franco / Joanna de Angelis (Cap. 3)
Após encerrar a dinâmica formar um circulo e ler o comentário de Kardec da questão 399
do livro dos Espíritos, e discutir o texto.
Comentário de Kardec
Chegado ao termo que a Providência marcou para a sua vida errante, o Espírito escolhe
por ele mesmo as provas às quais deseja submeter-se, para apressar o seu adiantamento,
ou seja, o gênero de existência que acredita mais apropriado a lhe fornecer os meios, e
essas provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se nelas triunfa, ele
se eleva; se sucumbe, tem de recomeçar.
O Espírito goza sempre do seu livre-arbítrio. É em virtude dessa liberdade que, no estado
de Espírito, escolhe as provas da vida corpórea e, no estado de encarnado, delibera o que
fará ou não fará, escolhendo entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio seria
reduzi-lo à condição de máquina.
Integrado na vida corpórea, o Espírito perde momentaneamente a lembrança de suas
existências anteriores, como se um véu as ocultasse. Não obstante, tem às vezes, uma
vaga consciência, e elas podem mesmo lhe ser reveladas em certas circunstâncias. Mas
isto não acontece senão pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem
espontaneamente, com um fim útil e jamais para satisfazer uma curiosidade vã.
As existências futuras não podem ser reveladas em caso algum, por dependerem da
maneira por que se cumpre a existência presente e da escolha ulterior do Espírito.
O esquecimento das faltas cometidas não é obstáculo à melhoria do Espírito porque, se ele
não tem uma lembrança precisa, o conhecimento que delas teve no estado errante e o
desejo que concebeu de as reparar guiam-no pela intuição e lhe dão o pensamento de
resistir ao mal. Este pensamento é a voz da consciência, secundada pelos Espíritos que o
assistem, se ele atende às boas inspirações que estes lhe sugerem.
Se o homem não conhece os próprios atos que cometeu em suas existências anteriores,
pode sempre saber qual o gênero de faltas de que se tornou culpado e qual era o seu
caráter dominante. Basta que se estude a si mesmo e poderá julgar o que foi, não pelo
que é, mas pelas suas tendências.
As vicissitudes da vida corpórea são, ao mesmo tempo, uma expiação das faltas passadas
e provas para o futuro. Elas nos depuram e nos elevam, se as sofremos com resignação e
sem reclamações.
A natureza das vicissitudes e das provas que sofremos pode também esclarecer-nos
sobre o que fomos e o que fizemos, como neste mundo julgamos os atos de um criminoso
pelo castigo que a lei lhe inflige. Assim, este será castigado no seu orgulho pela
humilhação de uma existência subalterna; o mau rico e avarento, pela miséria; aquele que
foi duro para os outros, pelos tratamentos duros que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o
mau filho, pela ingratidão dos seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado etc.
Inicie com informações básicas do voo, temperatura externa, apertar os cintos, etc.
Apresente-se, informando aos passageiros que é o seu primeiro voo comercial, mas que
não é preciso se preocupar.
Para ambientar os passageiros, faça com que imaginem a comissária de bordo servindo a
refeição, bebidas, o que desejarem no momento pode pedir (imaginariamente) e serão
25
servidos. Ao lado das poltronas, encontram-se fones de ouvido. Peça que todos coloquem
e ouçam a música calma e relaxante que está sendo oferecida para todos.
Informe que a empresa aérea desenvolveu uma nova técnica de relaxamento de
passageiros, para que possam fazer uma viagem mais tranquila e sem incômodos. Para
iniciar, peça a todos que fechem os olhos e comece a conduzi-los apenas pelo som da sua
voz.
Comece junto dos passageiros uma retrospectiva de vida, sugerindo que todos imaginem
os momentos iniciais de vida, até onde a memória pode alcançar, a infância, a
adolescência, a juventude (deixando intervalos para que possam se abastecer com as
próprias memórias). Chegando aos poucos até o momento anterior à COMJESP, inscrições,
chegada. Em um dado momento, o voo ficará turbulento, e você deverá transparecer isso
para os passageiros, dizendo que será feito um pouso de emergência, pedindo calma (mas
sem estar calmo), dando informações de altitude (cada vez menor), velocidade (cada vez
maior), até, de repente, o avião aparentemente para.
Nesse momento, o monitor que está do lado de fora entrará na sala, preferencialmente
vestido de branco, e informará que o voo realmente parou. Parou quando colidiu com o
chão, e ele é um dos assistentes do posto espiritual da localidade e veio em auxílio.
Deverá solicitar que todos mantenham os olhos fechados, pois as equipes espirituais
estarão auxiliando com influxos de energia. Para cooperarem com os trabalhos, cada um
deverá refletir sobre a sua vida, sobre o que fez e o que deixou de fazer. Quem desejar
poderá solicitar um papel e uma caneta para organizar seus pensamentos. Quem preferir,
pode se manter com os olhos fechados para refletir intimamente.
Desenvolvimento: Cada um dos tópicos do Código Penal da Vida Futura será impresso em
tiras, e deverão ser unidos formando uma bola de papel. A dinâmica se desenvolverá em
uma roda, onde a bola de papel será jogada de pessoa por pessoa, cada um
desembrulhando uma tira e lendo para todo o grupo. Esse processo se repetirá até que
acabem todos os tópicos. Ao final (ou mesmo durante o desenvolvimento), poderá ser feita
uma discussão sobre o assunto.
Obs.: A primeira frase poderá ser lida pelo monitor, para introduzir a dinâmica.
3º - Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis
consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo.
6º - O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o
bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é
fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem
que deixou de fazer na vida terrestre.
7º - O Espírito sofre pelo mal que fez, de maneira que, sendo a sua atenção
constantemente dirigida para as consequências desse mal, melhor compreende os seus
inconvenientes e trata de corrigir-se.
8º - Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não
havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como
não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo
para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso.
9º - Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga;
se o não for em urna existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as
existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá
necessidade de pagar segunda vez.
10º - O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas
imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das
nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes
existências.
12º - Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: a única
lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o
seu valor.
15º - Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos é não lobrigarem o termo da
provação, acreditando-a eterna, como eterno lhes parece deva ser um tal castigo.
16º - O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta
por si só; são precisas a expiação e a reparação.
17º - O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde,
porém, o culpado sofre por mais tempo, até que os últimos vestígios da falta
desapareçam.
18º - Os Espíritos imperfeitos são excluídos dos mundos felizes, cuja harmonia
perturbariam. Ficam nos mundos inferiores a expiarem as suas faltas pelas tribulações da
vida, e purificando-se das suas imperfeições até que mereçam a encarnação em mundos
mais elevados, mais adiantados moral e fisicamente.
27
19º - Como o Espírito tem sempre o livre-arbítrio, o progresso por vezes se lhe torna lento,
e tenaz a sua obstinação no mal. Nesse estado pode persistir anos e séculos, vindo por fim
um momento em que a sua contumácia se modifica pelo sofrimento.
20º - Quaisquer que sejam a inferioridade e perversidade dos Espíritos, Deus jamais os
abandona. Todos têm seu anjo de guarda (guia) que por eles vela, na persuasão de
suscitar-lhes bons pensamentos.
21º - A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por erros alheios, salvo
se a eles deu origem, quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo quando
poderia fazê-lo.
24º - Para o criminoso, a presença incessante das vitimas e das circunstâncias do crime é
um suplício cruel.
26º - Para o orgulhoso relegado às classes inferiores. é suplício ver acima dele colocados,
cheios de glória e bem-estar, os que na Terra desprezara.
27º - O único meio de evitar ou atenuar as consequências futuras de uma falta, está no
repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de uma
falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro, as suas consequências.
28º - A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo
preparada na vida corpórea.
29º - A misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica
exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequência dos seus
erros.
32º - Certo, Deus poderia ter criado seres perfeitos, e se o não fez é que em sua sabedoria
quis que o progresso constituísse lei geral. Os homens são imperfeitos, e, como tais,
sujeitos a vicissitudes mais ou menos penosas. E pois que o fato existe, devemos aceitá-lo.
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2º - Toda imperfeição traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e
inevitáveis
3º - Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode
igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
Apontamento: Esse poema será uma espécie de “metáfora” para os estudos da sequência.
Desenvolvimento: Dividir a sala em grupos para leitura das perguntas 132, 133, 133a, 573
a 584 do Livro dos Espíritos, que tratam sobre a finalidade e objetivo da encarnação. Após,
retornar ao grupo para discutir sobre o assunto. O monitor poderá dividir as questões e os
grupos em tantos quanto julgar necessário, de acordo com o tempo ainda disponível.
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vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se
adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua
sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se
aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia,
tudo é solidário na Natureza.
a) - Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não
os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a
consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos
tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não
sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”
574. Qual pode ser, na Terra, a missão das criaturas voluntariamente inúteis?
“Há efetivamente pessoas que só para si mesmas vivem e que não sabem tornar-se úteis
ao que quer que seja. São pobres seres dignos de compaixão, porquanto expiarão
duramente sua voluntária inutilidade, começando-lhes muitas vezes, já nesse mundo, o
castigo, pelo aborrecimento e pelo desgosto que a vida lhes causa.”
a) - Pois que lhes era facultada a escolha, por que preferiram uma existência que nenhum
proveito lhes traria?
“Entre os Espíritos também há preguiçosos que recuam diante de uma vida de labor. Deus
consente que assim procedam. Mais tarde compreenderão, à própria custa, os
inconvenientes da inutilidade a que se votaram e serão os primeiros a pedir que se lhes
conceda recuperar o tempo perdido. Pode também acontecer que tenham escolhido uma
vida útil e que hajam recuado diante da execução da obra, deixando-se levar pelas
sugestões dos Espíritos que os induzem a permanecer na ociosidade.”
575. As ocupações comuns mais nos parecem deveres do que missões propriamente
ditas. A missão, de acordo com a ideia a que esta palavra está associada, tem um caráter
menos exclusivo, de importância sobretudo menos pessoal. Deste ponto de vista, como se
pode reconhecer que um homem tem realmente na Terra uma determinada missão?
“Pelas grandes coisas que opera, pelos progressos a cuja realização conduz seus
semelhantes.”
576. Foram predestinados a isso, antes de nascerem, os homens que trazem uma
importante missão e dela têm conhecimento?
“Algumas vezes, assim é. Quase sempre, porém, o ignoram. Baixando à Terra, colimam
um vago objetivo. Depois do nascimento e de acordo com as circunstâncias é que suas
missões se lhes desenham às vistas. Deus os impele para a senda onde devam executar-
lhe os desígnios.”
577. Quando um homem faz alguma coisa útil fá-la sempre em virtude da missão em que
foi anteriormente investido e a que vem predestinado, ou pode suceder que haja recebido
missão não prevista?
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“Nem tudo o que o homem faz resulta de missão a que tenha sido predestinado.
Amiudadas vezes é o instrumento de que se serve um Espírito para fazer que se execute
uma coisa que julga útil. Por exemplo, entende um Espírito ser útil que se escreva um
livro, que ele próprio escreveria se estivesse encarnado. Procura então o escritor mais
apto a lhe compreender e executar o pensamento. Transmite-lhe a idéia do livro e o dirige
na execução. Ora, esse escritor não veio à Terra com a missão de publicar tal obra. O
mesmo ocorre com diversos trabalhos artísticos e muitas descobertas. Devemos
acrescentar que, durante o sono corporal, o Espírito encarnado se comunica diretamente
com o Espírito errante, entendendo-se os dois acerca da execução.”
579. Pois se é de Deus que o Espírito recebe a sua missão, como se há de compreender
que Deus confie missão importante e de interesse geral a um Espírito capaz de falir?
“Não sabe Deus se o seu general obterá a vitória ou se será vencido? Sabe-o, crede, e
seus planos, quando importantes, não se apóiam nos que hajam de abandonar em meio a
obra. Toda a questão, para vós, está no conhecimento que Deus tem do futuro, mas que
não vos é concedido.”
580. O Espírito, que encarna para desempenhar determinada missão, tem apreensões
idênticas às de outro que o faz por provação?
“Não, porque traz a experiência adquirida.”
583. São responsáveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho
do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?
“Não; porém, quanto piores forem as propensões do filho, tanto mais pesada é a tarefa e
tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho.”
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584. De que natureza será a missão do conquistador que apenas visa satisfazer à sua
ambição e que, para alcançar esse objetivo, não vacila ante nenhuma das calamidades
que vai espalhando?
“As mais das vezes não passa de um instrumento de que se serve Deus para cumprimento
de seus desígnios, representando essas calamidades um meio de que ele se utiliza para
fazer que um povo progrida mais rapidamente.”
a) - Nenhuma parte tendo na produção do bem que dessas calamidades passageiras possa
resultar, pois que visava um fim todo pessoal, aquele que delas se constitui instrumento
tirará, não obstante, proveito desse bem?
“Cada um é recompensado de acordo com as suas obras, com o bem que intentou fazer e
com a retidão de suas intenções.”
Os Espíritos encarnados têm ocupações inerentes às suas existências corpóreas. No
estado de erraticidade, ou de desmaterialização, tais ocupações são adequadas ao grau
de adiantamento deles.
Uns percorrem os mundos, se ocupam com o progresso, dirigindo os acontecimentos e
sugerindo idéias que lhe sejam propícias. Assistem os homens de gênio que concorrem
para o adiantamento da Humanidade.
Outros encarnam com determinada missão de progresso.
Outros tomam sob sua tutela os indivíduos, as famílias, as reuniões, as cidades e os povos,
dos quais se constituem os anjos guardiães, os gênios protetores e os Espíritos familiares.
Outros, finalmente, presidem aos fenômenos da Natureza, de que se fazem os agentes
diretos.
Os Espíritos vulgares se imiscuem em nossas ocupações e diversões.
Os impuros ou imperfeitos aguardam, em sofrimentos e angústias, o momento em que
praza a Deus proporcionar-lhes meios de se adiantarem. Se praticam o mal, é pelo
despeito de ainda não poderem gozar do bem.
Desenvolvimento: Para introduzir a prece, tema final do módulo, fazer a leitura e discussão
da letra da música “Se eu quiser falar com Deus”.
32
Colocar a musica ao final da discussão
33
Desenvolvimento: Esse momento será aberto para que cada um expresse seus
sentimentos, suas reflexões, retrospectivas da COMPESP e dos módulos, expectativas
futuras, formando uma corrente de “boas projeções”, que seja capaz de acolher a todos.
Obs.: Poderá colocar a Oração de São Francisco cantada enquanto o acolhimento ocorre,
ou apenas ao final, para a abraço-terapia, que encerrará os estudos.
34
Sugestões para o 2º Módulo
Evangelho
A infelicidade real
Todo mundo fala da infelicidade, todo mundo a experimentou e crê conhecer seu caráter múltiplo.
Venho vos dizer que quase todos se enganam, e que a infelicidade real não é tudo aquilo que os
homens, quer dizer os infelizes, supõem. Eles a vêem na miséria, no fogão sem lume, no credor
ameaçador, no berço vazio do anjo que sorria, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de
cabeça descoberta e de coração partido, na angústia da traição, na nudez do orgulhoso que
gostaria de se cobrir de púrpura e que esconde com dificuldade a sua nudez sob os farrapos da
vaidade; a tudo isso, e a outras coisas ainda, se chama de infelicidade para aqueles que não vêem
senão o presente; mas a verdadeira infelicidade está nas consequências de uma coisa, mais do que
na própria coisa. Dizei-me se o acontecimento mais feliz para o momento, mas que tem
consequências funestas, não é em realidade mais infeliz que aquele que causa primeiro uma viva
contrariedade, e acaba por resultar no bem? Dizei-me se a tempestade que quebra vossas árvores,
mas saneia o ar dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma
felicidade do que uma infelicidade.
Para julgar uma coisa é preciso, pois, ver-lhe as conseqüências; é assim que, para apreciar o que é
realmente feliz ou infeliz para o homem, é preciso se transportar além desta vida, porque é lá que
as consequências se fazem sentir; ora, tudo o que se chama infelicidade segundo sua curta visão,
cessa com a vida e encontra sua compensação na vida futura.
Vou vos revelar a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolheis e
desejais com todas as forças das vossas almas equivocadas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é
a fama, é a agitação vã, é a louca satisfação da vaidade, que fazem calar a consciência, que
comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem sobre seu futuro; a infelicidade é o
ópio do esquecimento que reclamais ardentemente.
Esperai, vós que chorais! tremei, vós que rides, porque vosso corpo está satisfeito! Não se engana a
Deus; não se esquiva do destino; e as provas, credoras mais implacáveis que a matilha excitada
pela miséria, espreitam vosso repouso ilusório para vos mergulhar de repente na agonia da
verdadeira infelicidade, daquela que surpreende a alma enfraquecida pela indiferença e pelo
egoísmo.
Que o Espiritismo vos esclareça, pois, e recoloque em sua verdadeira luz a verdade e o erro, tão
estranhamente desfigurados pela vossa cegueira! Então agireis como bravos soldados que, longe
de fugirem do perigo, preferem as lutas dos combates temerários, à paz que não pode dar nem
glória, nem progresso. Que importa ao soldado perder no tumulto suas armas, sua bagagem e seus
uniformes, contanto que dele saia vencedor e com glória! Que importa àquele que tem fé no futuro
deixar sobre o campo de batalha da vida sua fortuna e seu marido de carne, contanto que sua alma
entre, radiosa, no reino celeste? (Delphine de Girardin, Paris, 1861).
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELAINE
Cardeal Morlot, Paris, 1863
20 – Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! Exclama geralmente o homem, em
toda as posições sociais. Isto prova, meus caros filhos, melhor que todos os raciocínios possíveis, a
verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. Com efeito, nem a
fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor, são condições essenciais da felicidade. Digo
mais: nem mesmo a reunião dessas três condições, tão cobiçadas, pois que ouvimos
constantemente, no seio das classes privilegiadas, pessoas de todas as idades lamentarem
amargamente a sua condição de existência.
Diante disso, é inconcebível que as classes trabalhadoras invejem com tanta cobiça a
posição dos favorecidos da fortuna. Neste mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de
trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo que é fácil chegar-se à
conclusão de que a Terra é um lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os que pregam que a Terra é a única morada do homem, e que somente nela, e
numa única existência, lhe é permitido alcançar o mais elevado grau de felicidade que a sua
natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os ouvem. Basta lembrar que está
demonstrado, por uma experiência multissecular, que este globo só excepcionalmente reúne as
condições necessárias à felicidade completa do indivíduo.
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Num sentido geral, pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia, a cuja perseguição se
lançam as gerações, sucessivamente, sem jamais a alcançarem. Porque, se o homem sábio é uma
raridade neste mundo, o homem realmente feliz não se encontra com maior facilidade.
Aquilo em que consiste a felicidade terrena é de tal maneira efêmera para quem não se
guiar pela sabedoria, que por um ano, um mês, uma semana de completa satisfação, todo o resto
da existência se passa numa seqüência de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos que
estou falando dos felizes da Terra, desses que são invejados pelas massas populares.
Não obstante, não se deduza das minhas palavras que a Terra esteja sempre destinada a
servir de penitenciária. Não, por certo! Porque, do progresso realizado podeis facilmente deduzir o
que será o progresso futuro, e das melhoras sociais já conquistadas, as novas e mais fecundas
melhoras que virão. Essa é a tarefa imensa que deve ser realizada pela nova doutrina que os
Espíritos vos revelaram.
Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime, e que cada um
dentre vós se despoje energicamente do homem velho. Entregai vos inteiramente à vulgarização
desse Espiritismo, que já deu início à vossa própria regeneração. É um dever fazer vossos irmãos
participarem dos raios dessa luz sagrada. À obra, portanto, meus caros filhos! Que nesta reunião
solene, todos os vossos corações se voltem para esse alvo grandioso, de preparar para as futuras
gerações um mundo em que felicidade não seja mais uma palavra vã.
VI – Os Tormentos Voluntários
FÉNELON
Lyon, 1860
Haverá maiores tormentos que os causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o
ciumento não existe repouso: sofrem ambos de uma febre incessante. As posses alheias lhes
causam insônias; os sucessos dos rivais lhes provocam vertigens; seu único interesse é o de
eclipsar os outros; toda a sua alegria consiste em provocar, nos insensatos como eles, a cólera do
ciúme. Pobres insensatos, com efeito, que não se lembram de que, talvez amanhã, tenham de
deixar todas as futilidades, cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles que se aplicam estas
palavras: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”, pois os seus cuidados não têm
compensação no céu.
Quantos tormentos, pelo contrário, consegue evitar aquele que sabe contentar-se com o
que possui, que vê sem inveja o que não lhe pertence, que não procura parecer mais do que é! Está
sempre rico, pois, se olha para baixo, em vez de olhar para cima de si mesmo, vê sempre os que
possuem menos do que ele. Está sempre calmo, porque não inventa necessidades absurdas, e a
calma em meio das tormentas da vida não será uma felicidade?
Livro dos espiritos
— Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus
males e ser tão feliz, quanto se pode ser na Terra.
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921. Concebe-se que o homem seja feliz na Terra quando a Humanidade estiver transformada,
mas, enquanto isso não se verifica, pode cada um gozar de uma felicidade relativa?
— O homem é, na maioria das vezes, o artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de
Deus, ele pode poupar-se a muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta
a sua existência num plano grosseiro.
Comentário de Kardec: O homem bem compenetrado do seu destino futuro não vê na existência
corpórea mais do que uma rápida passagem. É como uma parada momentânea numa hospedaria
precária. Ele se consola facilmente de alguns aborrecimentos passageiros, numa viagem que deve
conduzi-lo a uma situação tanto melhor quanto mais atenciosamente tenha feito os seus
preparativos para ela.
Somos punidos nesta vida pelas infrações que cometemos às leis da existência corpórea, pelos
próprios males decorrentes dessas infrações e pelos nossos próprios excessos Se remontarmos
pouco a pouco à origem do que chamamos infelicidades terrenas veremos a estas, na sua maioria,
como a conseqüência de um primeiro desvio do caminho certo. Em virtude desse desvio inicial,
entramos num mau caminho e de conseqüência em conseqüência, caímos afinal na desgraça.
922 A felicidade terrena é relativa à posição de cada um; o que e suficiente para a felicidade de
um faz a desgraça de outro. Há, entretanto, uma medida comum de felicidade para todos os
homens?
- Para a vida material, a posse do necessário; para a vida moral, a consciência pura e a fé no
futuro.
— Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para vós
mesmos. Aquele que sabe limitar os seus desejos e ver sem cobiça o que estafara das suas
possibilidades, poupa-se a muitos aborrecimentos nesta vida. O mais rico é aquele que tem menos
necessidades
Invejais os prazeres dos que vos parecem os felizes do mundo Mas sabeis, por acaso, o que
lhes está reservado? Se não gozam senão para si mesmos, são egoístas e terão de sofrera reverso.
Lamentai-os, antes de invejá-los! Deus, às vezes, permite que o mau prospere, mas essa felicidade
não é para se invejar, porque a pagará com lágrimas amargas. Se o justo é infeliz é porque passa
por uma prova que lhe será levada em conta, desde que a saiba suportar com coragem. Lembrai-
vos das palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”.
933. Se é o homem, em geral, o artífice dos seus sofrimentos materiais sê-lo-á também dos
sofrimentos morais?
Inveja e ciúme!, felizes os que não conhecem esses dois vermes vorazes. Com a inveja e o
ciúme, não há calma, não há repouso possível. Para aquele que sofre desses males, os objetos da
sua cobiça, do seu ódio e do seu despeito; se erguem diante dele como fantasmas que não o
deixam em paz e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre
contínua. É essa uma situação desejável? Não compreendeis que, com essas paixões, o homem cria
para si mesmo suplícios voluntários e que a Terra se transforma para ele num verdadeiro inferno?
Aquele que só encontra a felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz
quando não os pode satisfazer, enquanto o que não se interessa pelo supérfluo se sente feliz com
aquilo que para os outros constituiria infortúnio.
Referimo-nos aos homens civilizados porque o selvagem, tendo necessidades mais limitadas,
não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias; sua maneira de ver as coisas é muito
diferente. No estado de civilização, o homem pondera a sua infelicidade, a analisa, e por isso é
mais afetado por ela, mas pode também ponderar e analisar os seus meios de consolação. Esta
consolação ele a encontra no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no
Espiritismo, que lhe dá a certeza do futuro(1).
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