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ROTEIRO DO MONITOR

Lygia Gil 2ª assessoria

CRONOGRAMA..........................................................................................................................01
TEMÁRIO: O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS.....................................................................02

1º MÓDULO - IMPERMANÊNCIA E IMORTALIDADE.....................................................................03

2º MÓDULO - MEREÇA SER FELIZ.............................................................................................13


3º MÓDULO - QUESTÕES TRANSCENDENTAIS..........................................................................22

ANOTAÇÕES.............................................................................................................................33
Cronograma9ª COMJESP2011 - Guarulhos
Quinta-feira21de abril
Inicio fim
18:00 20:00 Janta +Banho
18:00 ... Recepção (a partir das 18h)
20:00 22:30 Apresentação Artística de Recepção
22:30 Ambientação Coletiva +Evangelho na Sala
23:30 Sonoterapia
Sexta-feira22de Abril
06:00 08:30 Despertar e Café da Manhã
09:00 11:00 Abertura Oficial - Comissão de Abertura
11:00 11:15 Deslocamento para Almoço
11:15 13:15 Almoço
13:15 13:30 Deslocamento para Estudo Módulo 1
13:30 15:00 1º Módulo 1ª Parte
15:00 15:15 Intervalo
15:15 16:45 1º Módulo 2ª Parte
16:45 17:00 Deslocamento para SARAU
17:00 18:30 SARAU
18:30 20:45 Janta +Banho
20:45 21:00 Deslocamento para o GAN
21:00 22:30 GAN
23:30 Sonoterapia
Sábado 23de Abril
Inicio Fim
06:00 08:30 Despertar +Café da Manhã
08:30 08:45 Deslocamento para Estudo Módulo 2
08:45 10:15 2º Módulo 1ª Parte
10:15 10:30 Intervalo na Sala +Lanche
10:30 12:00 2º Módulo 2ª Parte
12:00 14:00 Almoço
14:00 14:15 Deslocamento para Estudo Módulo 3
14:15 15:45 3º Módulo 1ª Parte
15:45 16:00 Intervalo na Sala +Lanche
16:00 18:00 3º Módulo 2ª Parte
18:00 20:30 Janta +Banho
20:30 20:45 Deslocamento para SARAU
21:00 22:30 Sarau
22:30 22:45 Deslocamento
23:30 Sonoterapia
Domingo 24deAbril
06:00 08:00 Despertar +Café da Manha
08:00 08:15 Deslocamento
08:15 10:15 Oficinas +Ficha de Avaliação
10:15 10:30 Deslocamento
10:30 11:30 Encerramento
11:30 12:00 Arrumar as Malas
12:00 Almoço e despedidas

*Sujei
to a
alterações (Obs.: Não divulgar este cronograma aos participantes)
Reunião de Monitoria
Sexta-Feira22/abril 11:15 11:45
18:30 19:00
Sábado 23/abril 18:30 19:00 2
O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS
Em busca das respostas interiores para viver os prazeres da Alma

INTRODUÇÃO

O presente temário convida ao estudo acompanhado de saudável reflexão sobre as duas


naturezas do ser - humano: animal e espiritual e suas implicações morais.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XVII, item 11, embasamos o núcleo dos
questionamentos que constituirão o roteiro deste temário:

“Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o
dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão
insensatas uma quanto a outra.”

Em face desta verdade, buscaremos incentivar o participante à investigação dos


investimentos que têm dedicado às coisas da Terra e aos anseios da Alma.

À primeira vista parece um estudo simples, de fácil solução, mas é uma falsa impressão, a
verdade se revela mais desafiadora como veremos na advertência do mesmo item acima
destacado:

“Supondo que se achem ambos (corpo e Espírito) em perfeito estado; que devemos fazer
para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes?
Inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegar ao
equilíbrio.”

Quantas vezes a alma roga a nossa atenção e, porque ainda não exercitamos o
autoconhecimento, soterramos as suas súplicas através dos variados mecanismos de fugas
que, se entorpecem o corpo, causando ilusório bem-estar, fazem padecer ainda mais o nosso
Espírito?

JUSTIFICATIVA

Escolhemos desenvolver um estudo focado no objetivo essencial do Espiritismo: A


Regeneração da humanidade, e chegaremos a isso Combatendo o materialismo (‘O que o
Espiritismo Ensina, Revista Espírita, 1865 —Allan Kardec; Terceiro Diálogo: O Padre , O que é
o Espiritismo —Allan Kardec ), e o materialismo sendo uma concepção profundamente fixada
em nossa mente, condiciona-nos à vida predominantemente animal. Esquecemos que somos
um Espírito habitando um corpo e ignoramos as necessidades da alma. Distraídos da
imortalidade, vivemos sem prezar o futuro. É nosso propósito levantar reflexões importantes
sobre a finalidade do Espírito encarnado na Terra, a fim de ministrar algum preparo à
juventude que vem assumindo responsabilidades nos diversos setores sociais, em ambientes
bastante viciados na ótica materialista, cujo ápice na atualidade está perceptivelmente
representado no consumismo e no sensualismo.

TEMA CENTRAL

O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS ¹.


Em busca das respostas interiores para viver os prazeres da Alma

OBJETIVO GERAL

Demonstrar que as verdades simples da vida encontram-se em nosso mundo interior - em


nossa consciência - e que através de recursos como a prece, o exercício do autoconhecimento
e os aprendizados extraídos nos relacionamentos, nos desapegaremos dos elementos
transitórios, das aparências e das ilusões materiais. Acreditamos que conhecendo quais são
os legítimos prazeres da alma estaremos melhor instrumentalizados para escolher os
caminhos mais acertados para a nossa auto realização, e mais aptos para encontrar as
respostas para os enigmas da existência.

3
ROTEIRO GERAL

Estimular o raciocínio filosófico apresentando conceitos sobre questões de interesse geral


sugerimos, (Não Obrigatório), o desenvolvimento deste roteiro ora na forma de debates, ora
por meio de exercícios cuidadosamente selecionados.
Distinguir o ponto de equilíbrio entre os apelos da matéria e os apelos da alma;
Apresentar o conceito de ‘impermanência’ para melhor compreensão da virtude do desapego
(coisas e convicções). Toda a obra da criação (matéria e espírito) está em constante
transformação;
Reflexão sobre a felicidade e a verdadeira desgraça;
Paixão física x afinidades espirituais;
As vidas passadas, a missão de cada um e o destino futuro.

1. O Pequeno Príncipe foi escrito e ilustrado por Antoine de Saint-Exupéry


Um ano antes de sua morte, em 1944. Piloto de avião durante a Segunda Grande Guerra, o
autor se fez o narrador da história, que começa com uma aventura vivida no deserto depois
de uma pane no meio do Saara. O principezinho havia deixado seu pequeno planeta, onde
vivia apenas com uma rosa vaidosa e orgulhosa. Em suas andanças pela Galáxia, conheceu
uma série de personagens inusitados - talvez não tão inusitados para as crianças! Um rei
pensava que todos eram seus súditos, apesar de não haver ninguém por perto. Um homem
de negócios se dizia muito sério e ocupado, mas não tinha tempo para sonhar. Um bêbado
bebia para esquecer a vergonha que sentia por beber. Um geógrafo se dizia sábio, mas não
sabia nada da geografia do seu próprio país. Assim, cada personagem mostra o quanto as
pessoas se preocupam com coisas inúteis e não dão valor ao que merece. Isso tudo pode ser
traduzido por uma frase da raposa, personagem que ensina ao menino de cabelos dourados o
segredo do amor: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. Antoine de
Saint-Exupéry via os adultos como pessoas incapazes de entender o sentido da vida, pois
haviam deixado de ser a criança que um dia foram. Entendia que é difícil para os adultos (os
quais considerava seres estranhos) compreender toda a sabedoria de uma criança.

Desta fábula foram feitos filmes, desenhos animados, além de adaptações. Muitos adultos até
hoje se emocionam ao lembrar-se do livro. Fonte: Wikipédia

1º MÓDULO: IMPERMANÊNCIA E IMORTALIDADE

Inicio: 13h: 30min Duração: 03h:


15min

“(...) de tal maneira vos modificastes para melhor, que aceitais hoje sem repulsa uma
infinidade de ideias novas sobre a liberdade e a fraternidade, que antigamente teríeis
rejeitado. Pois daqui a cem anos aceitareis também, com a mesma facilidade, aquelas que
ainda não puderam entrar na vossa cabeça .”
Sansão _ O Evangelho Segundo o Espiritismo _ Cap. XI _ item 10

OBJETIVOS
Na prévia pontuamos algumas paixões que nos vinculam aos apelos do corpo contrastando
com alguns apelos da alma; neste módulo propomos reflexões sobre a dimensão do nosso
apego às coisas transitórias (bens materiais e paradigmas). Discutiremos os nossos medos
em relação à morte e às mudanças em geral (desemprego, enfermidades, velhice, prejuízos
financeiros, separações afetivas, etc.). Frequentemente nós desejamos ter controle sobre o
visível (corpo, bens materiais e situações), mas o invisível (as leis morais) é que são
realmente permanentes e orientam os nossos destinos. Demonstraremos que a
impermanência é uma poderosa realidade no fluxo da criação, revelando como a aceitação
desta verdade nos auxilia a viver gozando maior liberdade e menor sofrimento (desapego).

ROTEIRO
4
• Conceituar Impermanência e Imortalidade;
• Contextualizar os conceitos acima com os elementos das experiências dos
participantes [teorias cientifica - filosóficas / paradigmas / preconceitos / crenças /
crises política-econômica-sociais / saúde / juventude / morte / rompimentos afetivos /
etc.];

BIBLIOGRAFIA

• O Livro dos Espíritos:


• A Vida e a Morte (itens: 68 a 70);
• A Lei de Destruição (itens: 728 a 741);
• Lei do Progresso (itens: 776 a 802);
• Impermanência e Imortalidade _Divaldo Franco / Carlos T. Pastorino (Obra Completa);
• A Caminho da Luz _Chico Xavier / Emmanuel (Obra completa)
• Adolescência & Vida _ Divaldo Franco / Joanna de Angelis (Cap. 12)
• Renovando Atitudes _ Francisco do Espírito Santo Neto / Hammed
• Pré-ocupação / Pré-conceito / Aparências / Crenças e Carmas / Velhos Hábitos / Todos
são Caminhos.

Abertura: TEATRO
TEMA: Retrospectiva da prévia e introdução do 1º módulo.

1 Dinâmica da Bala e Apresentação. Inicio: h: min. Duração:


20min

Desenvolvimento: Ao entrar na sala cada participante irá receber uma bala/chocolate


“emprestada”. O monitor deve dizer a ele que deverá cuidar desse doce. No mesmo
momento retirar os crachás dos participantes e, quando todos estiverem sentados,
entregar os crachás que estarão embaralhados. A apresentação se dará da seguinte
forma: o monitor pedirá para que cada participante diga como ele é, sobre seus gostos,
mas na hora de falar seu nome, falar o nome e cidade que está no crachá trocado, que ele
recebeu (mesmo quando o sexo for diferente). Após todos se apresentarem destrocar os
crachás.

Objetivo: Colher nessa brincadeira dos crachás algumas impressões sobre o que os
participantes entendem sobre impermanência e como lidam com ela, pois em cada
encarnação estamos num corpo diferente, uma identidade diferente. Nesse processo
vamos poder analisar também pessoas que terão dificuldade de aceitar que por um
momento será o outro.

2 Dinâmica da Linha do Tempo. Inicio: h: min. Duração: 20min

Desenvolvimento: Com pequenas frases extraídas do livro “A Caminho da Luz” (Chico


Xavier / Emmanuel) todos juntos vão construir uma linha do tempo. O monitor pedirá a
todos que se levantem e entregará a cada um uma das frases, que representa um
momento histórico citado no livro (caso sobrem frases, o próprio monitor poderá fazer
parte da linha do tempo). Ele deverá indicar, no círculo de cadeiras, onde será o início e
onde será o fim da linha do tempo (por exemplo, indicando uma cadeira como início,
evoluindo no sentido horário). A partir desse momento os participantes terão que interagir
para descobrir onde se encaixam na história, e consequentemente em que cadeira
deverão sentar-se. Após a montagem da linha, cada participante irá ler a sua frase, na
sequência cronológica, a fim de entenderem todo o contexto da evolução.

Objetivo: Proporcionar uma primeira integração do grupo e abordar os primeiros e mais


perceptíveis aspectos da impermanência, aqueles relacionados às alterações físicas e
químicas do globo terrestre e os grandes ciclos de povos e civilizações que ora dominaram
a terra, ora sucumbiram.
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Observação: Cada frase possui uma letra destacada (de A a Z) ou uma palavra (embrião e
futuro, que sinalizam a primeira e a última frase da linha), que irá auxiliar na montagem
da linha do tempo. O monitor deverá deixar que os participantes percebam sozinhos a
utilidade das letras destacadas. No caso de o tempo ficar muito curto, o monitor poderá
utilizar-se desse recurso para dar uma “força” para o grupo.

FRASES DO LIVRO “A CAMINHO DA LUZ”

− O protoplasma foi o EMBRIÃO de todas as organizações do globo terrestre, uma


matéria sem forma definida, que cobria a crosta solidificada do planeta.

− A atmosfera está ainda sAturada de umidade e vapores, e a terra sólida está


coberta de lodo e pântanos inimagináveis.

− A Natureza torna-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Surgem répteis


e, após, outros animais horrendos das eras primitivas vem haBitar a Terra.

− Sob a orientação das esferas espirituais notam-se algumas raças de antropoides,


antepassados do homem terrestre, e dos asCendentes dos símios que ainda existem no
mundo, evoluindo em pontos convergentes.

− Os antropoides das cavernas espalharam-se, então, aos grupos, pela superfície


do globo, no curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando
os próDromos das raças futuras.

− Com o transcurso dos anos reuniram-se espíritos decaídos e degradados,


exilados do mundo distante de Capela, organizando-se em quatro grandes grupos
rEsponsáveis pela organização das civilizações futuras, em meio às raças amarela e
negra, que já habitavam o orbe terreno.

− Dentre os Espíritos degredados na Terra, os que constituíram a civilização


egípcia Foram os que mais se destacavam na prática do Bem e no culto da Verdade, e
os que menos débitos possuíam perante o tribunal da Justiça Divina.

− Examinando a sua grandeza espiritual e as suas belezas misteriosas, foi o grupo


de espíritos reunidos na Índia a matriz de todas as filosofias e reliGiões da
Humanidade, inclusive o materialismo.

− Mais revoltados e enrijecidos que todos os demais companHeiros exilados no


orbe terrestre, o árias, em suas incursões entre as tribos selvagens da Europa,
permaneciam numa revolta íntima, amargurada e dolorosa, contra as determinações
de ordem divina.

− Dos Espíritos degredados na Terra, foram os hebreus, o povo de Israel, que


constituíram a raça mais forte e mais homogênea. Grande era a sua certeza na
exIstência de Deus, e muito grande também era o seu orgulho, dentro de suas
concepções da verdade e da vida.

− Com o propósito de fazer com que as criaturas humanas atingissem a


maioridade espiritual, enviou-lhes o Cristo numerosa coorte de Espíritos sábios e
benevolentes, homens cultos e generosos, filósofos e artistas. Grandes mestres do
cérebro e do coração formam escolas numerosas na Grécia, que Já assumia a direção
intelectual do orbe inteiro.

− O progresso incessante da cidade de Roma formava a tendência geral ao


expansionismo em todos os domínios. Em breve, porém, a família romana, cheia das
tradições de generosa beLeza, foi dilacerada pelos gênios militares e pelos espíritos
guerreiros.

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− O Cristo reúne as assembleias de seus emissários. A Terra não podia perder a
sua posição espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família
roMana. É então que se movimentam as entidades angélicas do sistema, nas
proximidades da Terra, adotando providências de vasta e generosa importância.

− Uma atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planeta.
Viu-se uma noite cheia de luzes e de estrelas maravilhosas. A manjedoura é o teatro de
todas as glorificações da luz e da humildade, e, enquanto alvorecia uma nova era para
o globo terrestre, nuNca mais se esqueceria o Natal, a "noite silenciosa, noite santa".

− Apesar da realização de muitos planos generosos da providência divina, a família


romana parecia atormentada pelos mais tenazes inimigos ocultos, mergulhando-a na
cOrrupção e no extermínio de si mesma. Denso nevoeiro obscurecia todas as
consciências.

− O Império Romano, que poderia ter levado a efeito a fundação de um único


Estado na superfície do mundo, em virtude da maravilhosa unidade a que chegou e
mercê do esforço e da proteção do Alto, desapareceu num mar de ruínas, dePois das
suas guerras, desvios e circos cheios de feras e gladiadores.

− As forças espirituais Que acompanhavam e acompanham todos os movimentos


do orbe, sob a égide de Jesus, procuram dispor os alicerces de novos acontecimentos,
que devem preparar a sociedade romana para o resgate e para a provação. A invasão
dos povos considerados bárbaros é então entrevista.

− A desorganização geral com os movimentos revolucionários dos outros povos do


globo terrestre originara um longo estacionamento nos processos evolutivos, dando
início à Idade Média, ou o período escuRo da história da Humanidade. As últimas
expressões espirituais do grande Império Romano retiravam-se para o silêncio dos
santuários.

− Longo período de sombras invadiu os departamentos da atividade humana.


Consolida-se o Tribunal da Inquisição, e a penumbra dos templos era teatro de cenas
amargas e sacrílegas. A instituição siniStra da Igreja ia cobrir a estrada evolutiva do
homem com um sudário de trevas espessas.

− No século XIII desapareciam as expressões do feudalismo. Cada região europeia


tratava de concatenar todos os elementos precisos à organização de sua unidade
política. Os Estados que se levanTavam, organizavam as suas construções à sombra da
Igreja.

− É então que inúmeros mensageiros de Jesus, sob a sua orientação, iniciam largo
trabalho de associação dos Espíritos, de acordo com as tendências e afinidades, a fim
de formarem as nações do futUro. Constroem-se os alicerces dos grandes países como
a Inglaterra, a Itália, a Alemanha e a França.

− O século XVI alvorece com a descoberta do novo continente. O Cristo localiza,


então, na América as suas fecundas esperanças, com o cérebro da nova ciVilização no
ponto onde hoje se alinham os Estados Unidos da América do Norte, e o seu coração
nas extensões da terra farta e acolhedora onde floresce o Brasil, na América do Sul.

− No curso dos acontecimentos, como a Independência dos Estados Unidos e a


Revolução Francesa, eliminam-se os últimos resquícios do absolutismo dos tronos,
aproximando-se os ideais republicanos. Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo, Alan
Kardec, baiXa ao planeta, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo.

− As guerras russo-japonesa e a europeia antecipam uma luta maior, de


proporções mundiais, dentro da qual o planeta exilará todos os Espíritos rebeldes e

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galvaniZados no crime. Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do
amor e da fraternidade sob a égide de Jesus

− Quanto ao FUTURO, falam-nos os espíritos esclarecidos de uma nova reunião da


comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual é Jesus um dos
membros divinos, que decidirão novamente sobre os destinos do nosso mundo.

3 Conceituar Impermanência e Imortalidade. Inicio: h: min.


Duração: 40min

Desenvolvimento: Dividir a sala em quatro grupos, e entregar a cada grupo um dos textos
do livro Impermanência e Imortalidade e do livro “A Caminho da Luz”.

Discussão: Após as leituras discutir os textos, correlacionando o teatro e a linha do tempo.

Livro: Impermanência e imortalidade *Do


“A incerteza” Pg.
21 livreto
O mundo físico, de acordo com a maneira pela qual o vemos, é impermanente, como tudo
quanto contém. Nesse sentido, o ser humano, na sua constituição orgânica, experimenta o
mesmo fenômeno de impermanência, face às constantes mutações e transformações a
que se encontra sujeito, incluindo a desconexão biológica das moléculas através da morte.
A problemática da impermanência é desafio essencial para ser solucionado, de modo que
o permanente mereça atenção e estimulação, bases de segurança para o seu
desenvolvimento e realização.
A visão da impermanência demonstra que tudo quando constitui a matéria é irreal, nem
para sempre duradoura, induzindo a uma busca da casualidade, daquilo que existe além
da forma e da aparência, que termina por demonstrar a presença da Realidade.
Inegavelmente, vive-se a existência da incerteza, da transitoriedade, da forma física que
oculta a carga do real e do permanente, da verdade e da certeza momentaneamente não
identificados pela construção externa do processo evolutivo dos seres e do pensamento.

Livro: Impermanência e imortalidade


“Aflições do mundo” Pg.

De um lado a incoercível busca do prazer no qual se entorpece multidões de ansiosos,


enquanto que, por outro, a impossibilidade da satisfação de todos os desejos,
particularmente os exorbitantes e esdrúxulos, os torpes e mórbidos, empurram outras
tantas para os sombrios antros dos transtornos psicológicos, em angústias lamentáveis e
em agressividade selvagem.
Os estímulos culturais e sociais induzindo sempre para a conquista externa, para a luxuria
e a sensualidade, para o hedonismo desenfreado, atormentam todos aqueles que se
encontram nos patamares iniciais do processo de despertamento pela vida.
É compreensível que, para viver-se no mundo, sejam utilizados os mecanismos que lhe
dizem respeito. Viver, porém, no mundo e não exclusivamente para o mundo.
No mundo com seus valores impermanentes, o ser espiritual desenvolve as inimagináveis
possibilidades de que é possuidor, aprimorando-se e ascendendo no rumo da Grande luz
que o arrebata a pouco e pouco, desde que também ele é constituído de luz na sua
expressão mais profunda.

8
Jesus, por Sua vez, afiançava que o Seu Reino não é deste mundo, todavia, mediante a
utilização dos tesouros que aqui se encontram a disposição, começa a sublime aquisição
da felicidade porvindoura no Reino, de início desapegando-se do veículo de serviço de que
se utiliza – o corpo – bem como de tudo aquilo que lhe diz respeito e se lhe torna essencial
para a existência da sua impermanência.
A libertação do mundo, porém, torna-se inadiável, embora seja postergada por ignorância
ou rebeldia, mas que a realidade se encarrega de impor, em razão da intemporalidade de
tudo e da fatalidade das horas na sua sucessão intérmina.

Livro: Impermanência e imortalidade


“A busca” Pg.
22
Estando o individuo limitado ao tempo e espaço lineares, habitua-se às dimensões
estreitas da matéria sem dar-se conta das possibilidades enriquecedoras da mente ao
expandir-se.
De alguma forma vivendo em um laboratório de ação ininterrupta, que é o seu corpo, sob
o comando da consciência, mas que, no entanto, funciona por automatismo fisiológico,
desde que ainda se encontra adormecida para os valores mais elevados das funções que
lhe são destinadas, não sabe aquietar-se, nem trabalhar as funções orgânicas para que se
realizem agora sob o comando da mente.
Para consegui-lo, faz-se indispensável a geração de novos hábitos, de reeducação
trabalhada nos sentimentos, alias, fundamental para a existência feliz, iniciando
respiração tranquila, vagarosa, harmônica, propiciadora do equilíbrio fisio-psíquico.
Vale também observar que o pensamento não deve constituir motivo de apego. Logo foi
experienciado pela razão, deve deixá-lo diluir-se num campo que abre possibilidades para
o surgimento de outro, evitando que deixe resíduos que se confundirão com as novas
imagens em delineamento.
Suavemente, um grande silêncio se manifesta no indivíduo e ele penetra-o, observando
ocorrências não convencionais, como o som das luzes e as cores dos sons, inebriando-se e
vivenciando esse novo mundo, peculiar, desconhecido até então.
(...)
O ser humano tem a dimensão da sua capacidade de administrar os desafios e vivenciar
as ocorrências do quotidiano, superando aquelas que lhe ensinam a como não mais agir
de forma equivocada e nisso reside a sabedoria que discerne, facultando a ampliação do
conhecimento que ilumina e apazigua , tornando-o realmente feliz.
Já então, não se aflige diante dos sofrimentos nem das amarguras que a assaltam,
compreendendo que fazem parte do processo de superação dos instintos para a
estabilidade dos sentimentos, com imensas possibilidades da percepção extra física, que
põem em contato com o mundo exuberante da Imortalidade. Esse é o mundo cósmico, no
qual se encontra o Reino de Deus, onde se pode viver o estado de Nirvana, o Paraíso,
referidos pelas diferentes religiões do planeta, mas que para ser conquistado é necessário
se faça a fabulosa viagem interna, superando limites e amarras, porque, conforme
acentuou Jesus, ele (o Reino) está dentro de nós, conforme Lucas, capítulo 11, versículo
17.

Livro: A Caminho da Luz


Introdução Pg.
23
Enquanto as penosas transições do século XX se anunciam ao tinido sinistro das armas, as
forças espirituais se reúnem para as grandes reconstruções do porvir.
Aproxima-se o momento em que se efetuará a aferição de todos os valores terrestres para
o ressurgimento das energias criadoras de um mundo novo, e natural é que recordemos o
ascendente místico de todas as civilizações que surgiram e desapareceram, evocando os
grandes períodos evolutivos da Humanidade, com as suas misérias e com os seus
esplendores, para afirmar as realidades espirituais acima de todos os fenômenos
transitórios da matéria.
Esse esforço de síntese será o da fé reclamando a sua posição em face da ciência dos
homens, e ante as religiões da separatividade, como a bússola da verdadeira sabedoria.
Diante dos nossos olhos de espírito passam os fantasmas das civilizações mortas, como se
permanecêssemos diante de um "écran" maravilhoso. As almas mudam a indumentária
9
carnal, no curso incessante dos séculos; constroem o edifício milenário da evolução
humana com as suas lágrimas e sofrimentos, e até nossos ouvidos chegam os ecos
dolorosos de suas aflições. Passam as primeiras organizações do homem e passam as
suas grandes cidades, transformadas em ossuários silenciosos. O tempo, como patrimônio
divino do espírito, renova as inquietações e angústias de cada século, no sentido de
aclarar o caminho das experiências humanas. Passam as raças e as gerações, as línguas e
os povos, os países e as fronteiras, as ciências e as religiões. Um sopro divino faz
movimentar todas as coisas nesse torvelinho maravilhoso.
Estabelece-se, então, a ordem equilibrando todos os fenômenos e movimentos do edifício
planetário, vitalizando os laços eternos que reúnem a sua grande família.
Vê-se, então, o fio inquebrantável que sustenta os séculos das experiências terrestres,
reunindo-as, harmoniosamente, umas às outras, a fim de que constituam o tesouro imortal
da alma humana em sua gloriosa ascensão para o Infinito.

4 INTERVALO. Inicio: h: min. Duração: 15min (Lanche nos


corredores)

5 Atividade Fotos, recortes e frases. Inicio: h: min. Duração: 10min

Ao entrar na sala os participantes irão encontrar a sala arrumada com várias fotos,
recortes e frases diversas.
Colocar a musica: “Tudo que Vai” do Capital Inicial.

Desenvolvimento: Espalhar pela sala imagens de momentos, objetos e situações, colocar


também frases relacionadas a vários temas e sentimentos. Pedir para que os participantes
caminhem pela sala e observem as imagens e frases e também que prestem atenção na
sala.

Material: Recortes de imagens e frases, rádio e cd com a música.

Observação: O monitor pode colocar a música apenas uma vez e deixar um tempo em
silencio para que os participantes observem o ambiente, ou colocar a música duas vezes
seguidas sem deixar tempo vazio.

Tudo Que Vai Tudo que vai


Capital Inicial Pg. Deixa o gosto, deixa as fotos
Composição: Dado24
Villa-Lobos, Alvin L., Quanto tempo faz
Tony Platão Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais
Hoje é o dia Fica o gosto, ficam as fotos
E eu quase posso tocar o silêncio Quanto tempo faz
A casa vazia. Ficam os dedos, fica a memória
Só as coisas que você não quis Eu nem me lembro mais
Me fazem companhia Quanto tempo, eu já nem sei mais o que
Eu fico à vontade com a sua ausência é meu
Eu já me acostumei a esquecer Nem quando, nem onde
Tudo que vai Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro Eu nem me lembro mais
Salas e quartos Fica o gosto, ficam as fotos
Somem sem deixar vestígio Quanto tempo faz
Seu rosto em pedaços Ficam os dedos, fica a memória
Misturado com o que não sobrou Eu nem me lembro mais
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar em algum lugar.

6 Dinâmica “Eu no Centro da Vida”. Inicio: h: min. Duração: 30min


10
Desenvolvimento: Entregar uma folha de papel para cada participante e pedir para que
eles desenhem um ponto no centro que significará “ele”. Em volta “dele”, deverá escrever
como era sua vida há cinco anos. No verso da folha fazer a mesma coisa, mas nesse lado
escreverá em volta “dele” como está sua vida hoje, na atualidade.
Após a dinâmica discuti-la em um tempo de 20 min.
Nessa discussão levantar questionamentos sobre o que eles sentiram com a música, as
imagens e as frases, procurando traçar um paralelo da impermanência na análise de cada
um, como ela é perceptível mesmo que analisado um intervalo de tempo pequeno, como
de 5 anos. Importante também abrir espaço para que cada um possa falar e contextualizar
os conceitos estudados até aqui com as suas experiências pessoais (crises, preconceitos,
crenças, saúde, morte, rompimentos afetivos, paradigmas, etc).

Material: Folha e lápis.

Observação: Caso haja pessoas muito jovens na sala, que sintam dificuldade de relatar sua
vida há 5 anos, o monitor poderá propor que elas diminuam esse tempo para 2 ou 3 anos.

7 Dinâmica do Improviso. Inicio: h: min. Duração: 05min

Desenvolvimento: Pegar vários voluntários na sala levá-los para o lado de fora e pedir que
façam um pequeno teatro cujo tema que eles mesmos vão escolher, algo simples, como
uma situação do cotidiano (em uma lanchonete, na escola, no cinema, etc.). Eles deverão
pensar em algo rapidamente para encenar na sala. O restante dos participantes, que
permaneceram na sala, serão instruídos pelo monitor que lá permaneceu à interferir
durante a cena, forçando o grupo de “atores” à improvisar e adaptar-se à nova situação
criada.

Objetivo: Mostrar a nossa falta de controle diante da impermanência da vida, solicitando


de nós uma constante adaptação.

Ao terminar a dinâmica colocar a música “Paciência” do Lenine.

Efetuar discussão da dinâmica e da música. Inicio: h: min. Duração:


10min

O mundo vai girando


Paciência Cada vez mais veloz
Lenine Pg. A gente espera do mundo
25 E o mundo espera de nós
Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de paciência...
Um pouco mais de calma Será que é tempo
Até quando o corpo pede Que lhe falta para perceber?
Um pouco mais de alma Será que temos esse tempo
A vida não para... Para perder?
Enquanto o tempo E quem quer saber?
Acelera e pede pressa A vida é tão rara
Eu me recuso faço hora Tão rara...
Vou na valsa Mesmo quando tudo pede
A vida é tão rara... Um pouco mais de calma
Enquanto todo mundo Até quando o corpo pede
Espera a cura do mal Um pouco mais de alma
E a loucura finge Eu sei, a vida não para
Que isso tudo é normal A vida não para não...
Eu finjo ter paciência... A vida é tão rara
Tão rara...

8 Leitura dos textos do livro Renovando Atitudes - Hammed

11
Desenvolvimento: Entregar a cada participante o conjunto de textos do livro Renovando
Atitudes, e sugerir que escolha um, aquele que (pelo título, talvez) lhe estimule a leitura.
Os outros trechos ele poderá levar consigo e estudar em casa. Essa será uma leitura com
ênfase na reflexão individual, portanto em silêncio.

Pré-ocupação Pg.
A estratégia da preocupação é nos manter distantes do momento 25 presente, imobilizando
as realizações do agora em função de coisas que poderão ou não acontecer.
Desperdiçamos, por consequência, tempo e energias preciosas, obcecados com os
eventos do porvir, sobre os quais não temos qualquer tipo de comando, pois olvidamos
que tudo que podemos e devemos dirigir é somente nossas próprias vidas.
São realmente diversas as preocupações sobre as quais não temos nenhum controle: a
doença dos outros, a alegria dos filhos, o amos das pessoas, o julgamento alheio sobre
nós, a morte de familiares e outras tantas. Podemos, porém, nos “pré-ocupar” o quanto
quisermos com essas questões, que não traremos a saúde, a felicidade, o amor, a
consideração ou mesmo o retorno à vida, porque todas elas são coisas que fogem às
nossas responsabilidades.
Outra questão é quando passamos por enormes desequilíbrios causados pelo desgaste
emocional de nos ocuparmos antes do tempo certo com coisas e pessoas, o que ocasiona
insônias, decepções e angustias pelo temor antecipado do que poderá vir a acontecer no
amanhã.
Não confundamos “pré-ocupação” com “previdência”, porque se preparar ou ser precavido
para realizar planos para dias vindouros é tino de bom senso e lógica; mas prudência não
é preocupação, porque enquanto uma é sensata e moderada, a outra é irracional e tolhe o
indivíduo, prejudicando-o nos seus projetos e empreendimentos do hoje.
Nossa educação social estimula o vício do “pensamento preocupante”, principalmente no
convívio familiar, onde teve início o fato de relacionarmos preocupação com “dar
proteção”.
Passamos a nos comportar afirmando: “Lógico que eu me preocupo com você, eu o amo”,
“Você tem que se preocupar com seus pais”, “Quem tem filhos vive em constante
preocupação”.
Pensamos que estamos defendendo e auxiliando os entes queridos, quando na verdade
estamos confinando-os e prejudicando-os por transmitir-lhes , às vezes, de modo
imperceptível, medo, insegurança e pensamento catastróficos.
“Não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo.”
“A cada dia basta seu mal”.
O criador provê suas criaturas com o necessário, porquanto seria impossível a natureza
crias em nós uma necessidade sem no dar meio para supri-la. “Vede os pássaros do céu,
vede os lírios dos campos”.
Além do mais, pedi-nos que fizéssemos observações de como a vida se comporta e que
deixássemos de nos “pré-ocupar”, convidando-nos a olhar para nossa criação divina que a
todos acolhe.
O mestre queria dizer com essas afirmativas que tudo o que vemos tem ligação conosco e
com todas as partes do Universo e que somos, em realidade, participantes de uma
Natureza comum.
As mesmas causas que cooperam para o benefício de uns cooperam da mesma forma
para os outros. Quando há confiança, existe fé; e é essa fé que abre o fluxo divino para a
manutenção e prosperidade de nossa existência, dando-nos juntamente a proteção que
buscamos em todos os níveis de nossa vida.

Aparências Pg.
27
Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso
poder pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos um “disfarce” para sermos
apresentados perante os outros.
Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós mesmos:
‘‘eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”, vestindo assim uma
aparência de falsa humildade e compreensão.
12
Devemos nos analisar como realmente somos.
Nossos problemas íntimos, se resolvidos com maturidade, responsabilidade e aceitação,
são ferramentas facilitadoras para construirmos alicerces mais vigorosos e adquirirmos um
maior nível de lucidez e crescimento.
A maneira de como os outros nos percebem tem grande influência sobre nós. Amigos
opressores, religiosos fanáticos, pais dominadores e cônjuges inflexíveis podem ter
exercido muita influência sobre nossas aptidões e até sobre nossa personalidade.
Portanto, não nos façamos de superiores, aparentando comportamentos de “perfeição
apressada”; isso não nos fará bem psiquicamente nem ao menos nos dará a oportunidade
de fazer autoburilamento.
Aceitar nossa porção amarga é o primeiro passo para a transformação, sem fugirmos para
novo local, emprego ou novos afetos, porque isso não nos curará do sabor indesejável,
mas somente nos transportará a um novo quadro exterior. Os nossos conflitos não
conhecem as divisas da geografia e, se não encarados de frente e resolvidos, eles
permanecerão conosco onde quer que estejamos na Terra.
Lembremo-nos de que, por mais que se esforcem as más árvores para parecer boas,
mesmo assim elas não produzirão bons frutos. Também os homens serão reconhecidos,
não pelos aparentes “frutos”, não por manifestarem atos e atitudes mascarados de
virtudes, mas por ser criaturas resolvidas interiormente e conscientes de como funciona
seu mundo emocional.
Pg.
Crenças e carma
28
É fato que ao enfrentarmos dificuldades diversas ao longo da existência terrena, é mais
fácil atribuí-las à sorte, à Providência Divina. As perdas são inevitáveis numa vida de
impermanência, no entanto a forma de lidar com elas acaba sendo, na maioria das vezes,
a que menos afeta a vaidade ou fere o orgulho do indivíduo, ou seja, tirando a culpa de si
para colocá-la em alguém que não pode negá-la, dizendo que são carmas necessários e
impossíveis de modificar. Em quem colocar a culpa se não em si mesmo? O carma, que
em sânscrito significa “ação”, como o próprio nome sugere, nada mais é do que a reação
imediata ou não, de ações realizadas anteriormente pelo mesmo espírito.
Tampouco o sofrimento é determinante para o resto da vida de qualquer espírito, o
sofrimento é apenas uma forma de ampliar a capacidade de amar em diversas situações,
é na dor que mais se exige disposição de amar verdadeiramente, conseguintemente se vê
que o Amor é o único caminho para expiação real e evolução contínua, como foi afirmado
por Jesus nas duas citações a seguir do livro de Lucas e Pedro respectivamente: “Muito lhe
foi perdoado porque muito amou, mas a quem pouco se perdoa, é porque pouco ama”. “O
amor cobre a multidão de pecados”.
A lei do progresso impede qualquer validade de argumentação quanto ao destino
inalterável, se as consequências o afligem, é necessário tomar as medidas necessárias
para superá-las com coragem e resignação, orientado sempre pelo objetivo do Amor. As
energias mentais são determinantes para esta superação, afinal nossa mente atrai o que
irradia, pensando como um escravo do carma, atrairá uma série de desventuras por conta
do pensamento, pois com a mente educada com ampla visão da impermanência e
imortalidade será possível amar, expiar, se resignar e perseverar, e em a sincronia com as
leis divinas as consequências diminuirão pouco a pouco. “Transformar ações amando é
alterar seu carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto de
ti”.

Velhos hábitos Pg.


29
Em primeiro lugar, é necessário conceituar que vícios são dependências vigorosas e
profundas de uma pessoa que se encontra sob o controle de outras ou de determinadas
coisas.
Portanto, deve ser considerado como vício não apenas o consumo de tóxicos e de outros
produtos de origem natural ou sintética. O conceito é mais amplo. Analisando-o em
profundidade, podemos interpretá-lo como atitude mental que nos leva compulsoriamente
à subjugação a pessoas e situações.
Muitos de nós aprendemos a ser dependentes desde cedo, dirigidos por adultos
superprotetores que nos imprimiram “clichês psíquico” de repressão, que se refletem até
13
hoje como mensagens bloqueadoras dentro de nós e que não nos deixam desenvolver o
“senso de autonomia” e de independência. Outros trazem enraizadas experiências em que
lhes foi negada a possibilidade de exercer a capacidade de seleção de amigos e parceiros
afetivos, em virtude da intervenção de adultos prepotentes. Essa nociva interferência
torna-os mais tarde indivíduos de caráter oscilante, indecisos, assustados e inseguros.
Outros ainda, por terem sofrido experiências conflitantes em outras encarnações, em
contato com criaturas desequilibradas e em clima de inconstância e desarmonia, são
predispostos a renascer hoje com maior identificação com a instabilidade emocional.
O vício do álcool, sexo, nicotina, jogos diversos ou drogas farmacológicas são formas
amenizadoras que compensam, momentaneamente, áreas frágeis de nossa alma
desestruturada.
Aliviam as carências, as ansiedades, os desajustes, as tensões psicológicas e reduzem os
impulsos energéticos que produzem as insatisfações e o chamado “mal-estar interior”.
Inquestionavelmente, as chamadas viciações resultam do medo de assumir o controle de
nossa vida e, ao mesmo tempo, do medo de nos responsabilizarmos por nossos atos e
atitudes, permitindo que eles fiquem fora de nosso controle e de nossas escolhas.
Quaisquer que sejam, contudo, os motivos e a origem de nossos “velhos hábitos” , urge
estabelecermos pontos fundamentais, a fim de que comecemos indagando “por que
somos” dependentes emocionalmente e “qual é a forma” de nos relacionarmos com essa
dependência.
Aqui estão alguns itens a ser também observados e que provavelmente nos ajudarão a ser
mais independentes, além de capazes de satisfazer nossos desejos e vocações naturais.
Ao mesmo tempo, nos permitirão estar junto a pessoas e situações sem tomar-nos parcial
ou totalmente dependentes delas:
Aguçar nossa capacidade de decidir, de optar e de escolher cada vez mais livre das
opiniões alheias.
Combater nossa tendência de ser “bonzinhos”, ou melhor, de desejar ser sempre
agradáveis aos outros, mesmo pagando o preço de nos desagradar.
Estimular nossa habilidade de dizer “não”, quantas vezes forem necessárias,
desenvolvendo assim nosso “senso de autonomia”, a fim de não cair nos “modismos” ou
“pressões grupais”.
Estabelecer no ambiente familiar um clima de respeito e liberdade, eliminando relações de
superdependência “simbióticas”, para que possamos ser nós mesmos e deixemos os
outros ser eles mesmos.
Criar padrões de comportamentos positivos, pois comportamentos são hábitos, e nossos
hábitos determinam a facilidade de aceitarmos ou não as circunstâncias da vida.
Conscientizar-nos de que somos seres humanos livres por natureza, mas também
responsáveis por nossos atos e pensamentos, pois recebemos por herança natural o livre-
arbítrio.
Cultivar constantemente o autoconhecimento:
Reforçando nossa visão nos traços de nossa personalidade que já conhecemos;
Buscando nossos traços interiores, que ainda nos são desconhecidos;
Analisando as opiniões de outras pessoas que, ao contrário de nós, já conhecemos nosso
perfil psicológico;
Aceitando plenamente nosso lado “inadequado”, sem jamais escondê-lo de nós mesmos e
dos outros, tentando, porém, equilibrá-lo.
Meditemos, pois, sobre essas ponderações que, com certeza, nos ajudarão a libertar-nos
dessas “necessidades constrangedoras”, cujas verdadeiras matrizes se encontram na
intimidade de nós mesmos.

Todos são caminhos Pg.


31
A estrada por onde transitamos hoje é nossa via de crescimento espiritual e nos levará a
entender melhor a vida, no contato com as múltiplas situações que contribuirão com o
nosso potencial de progresso.
Devemos, no entanto, indagar de nós mesmos: ―Será este realmente meu melhor
caminho?
Se nos gerou falíveis, não poderá exigir-nos comportamentos sempre irrepreensíveis, pois
conhece nossas potencialidades e limites.

14
Se criaturas como nós aceitamos as falhas dos outros, por que o Criador em sua infinita
compreensão não nos aceitaria como somos?
Pessoas não condenam seus bebês por eles não saber comer, falar e andar corretamente;
por que espíritos ainda imaturos pagariam por atos e pensamentos que ainda não
aprenderam a usar convenientemente, pela sua própria falta de madureza espiritual?
Não se colhem figos dos espinheiros; ora, como impor metas sem levar em conta a
capacidade de escolha e de discernimento dos indivíduos?
Efetivamente, nosso caminho é o melhor que podíamos escolher, porque em verdade
optamos por ele, na época, segundo nosso nível de compreensão e de adiantamento. Se,
porém, achamos hoje que ele não é o mais adequado, não nos culpemos; simplesmente
mudemos de direção, selecionando novas veredas.
A trilha que denominamos errada é aquela que nos possibilitou aprendizagem e o sentido
do nosso melhor, pois sem o erro provavelmente não aprenderíamos com segurança a
lição. Nós mesmos é que nos provamos; a cada passo experimentamos situações e
pessoas, e delas retiramos vantagens e ampliamos nosso modo de ver e sentir, a fim de
crescermos naturalmente, desenvolvendo nossa consciência.
Ninguém nos condena, nós é que cremos no castigo e por isso nos auto punimos,
provocando padecimento com nossos gestos mentais.
Aceitemos sem condenação todas as sendas que percorremos. Todas são válidas se lhes
aproveitarmos os elementos educativos, porque, assim somadas, nos darão sabedoria
para outras caminhadas mais felizes.

9 Finalização da dinâmica da bala. Inicio: h: min.

Desenvolvimento: Pedir para que todos participantes, ao saírem, joguem a bala no lixo,
ilustrando assim que não temos o controle de tudo na vida.

2º MÓDULO: MEREÇA SER FELIZ

Inicio: 08h: 45min Duração: 03h:


15min

“ Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições
essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas
(...)”
Cardeal Morlot _ O Evangelho segundo o Espiritismo _ Cap.V _ item 20

INTRODUÇÃO

Vimos que existe um conflito naturalmente dolorido entre o corpo e a alma (prévia).
Descobrimos (no 1º módulo) que não temos controle sobre as coisas (corpo, coisas, pessoas e
situações), e que até as nossas próprias verdades são passíveis de transformações. Também
aprendemos que o que nos cabe governar são os nossos pensamentos, emoções e ações

OBJETIVO

A partir deste módulo analisaremos os compromissos fundamentais da existência comum


(idéia sobre a felicidade / relacionamentos (familiar —social —afetivo) / profissão / etc) em
contraposição com os valores da nossa época (ter/ status / sensualismo/ etc) e que aguardam
de nós importantes escolhas que determinarão a nossa maior ou menor felicidade desde o
presente.

ROTEIRO
• Conceituar Felicidade e Infelicidade;
• Consumismo e Sensualismo (Estudo)
• Relacionamentos por Afinidades X Conveniências
• Escolha da profissão: Prestígio X Vocação
• Autoconhecimento = O que me faz feliz atualmente?

15
BIBLIOGRAFIA

• O Evangelho segundo o Espiritismo (Cap. III, V e XVII);


• O Livro dos Espíritos:
• Escolha das Provas [Existência confortável ou de lutas?] (itens: 258 a 273);
• Esperanças e Consolações (itens: 920 a 933);
• Uniões Antipáticas [Relacionamentos Afetivos] (itens: 939 a 940)
• O Céu e o Inferno (2ª Parte = Espíritos Felizes)
• As Dores da Alma _Francisco E.S. Neto / Hammed (Obra completa )
• Os Prazeres da Alma _Francisco E.S. Neto / Hammed (Obra completa);
• O Consolador _Chico Xavier / Emmanuel (2ª parte, cap. 4 —Dor física e dor moral)
• Adolescência & Vida _Divaldo Franco / Joanna de Angelis (Caps. 13, 15 e 16)

1 Brainstorm Inicio: h: min. Duração: 10 min.

Desenvolvimento: Sugerir aos participantes que definam, em poucas palavras, o que


entendem por felicidade, no formato “chuva de ideias”. Será apenas para “aquecer” os
participantes a pensar sobre o tema e será uma introdução à dinâmica que vem em
seguida. Não deixar que os participantes contem histórias, ou se alonguem muito nas
definições.

2 Colocar o vídeo “O que faz você Feliz?” Inicio: h: min. Duração:


05min

3 Dinâmica “Relato de Felicidade”. Inicio: h: min. Duração: 60 min.

Desenvolvimento: Pedir para que cada participante escreva em um pedaço de papel um


momento muito feliz da sua vida. Pode ser aquela primeira memória que vem à mente
quando se pensa em felicidade. O participante deverá ser orientado a descrever essa
memória com detalhes, numa espécie de narrativa sobre o fato. Após, o monitor deverá
recolher todos os papéis e distribuir aleatoriamente na sala. Nesse momento o monitor
explicará a dinâmica, instruindo cada participante a ler e entender bem a narrativa que
recebeu pois ele terá que contar essa história a todos, como se fosse algo que se passou
na sua vida e está agora compartilhando. Se possível, deverá ser sugerido que ninguém
leia a história, mas tente interiorizar o conteúdo para transmitir com mais parcialidade,
como se a história fosse realmente sua.

Objetivo: Suscitar na mente dos jovens a relatividade da felicidade, as possibilidades de


interpretação individual sobre o que é ser feliz. Também é objetivo da dinâmica envolver
mais cada participante com o tema, uma vez que ele verá sua felicidade relatada por
outra pessoa (o que para muitos poderá ser inédito) e também terá a felicidade
interiorizada.

Material: Papel e caneta.

Obs.: Atentar para o uso de letras legíveis durante o relato da história (pode fazer com que
muitos deduzam o que acontecerá em seguida, mas mesmo assim é uma observação
importante).

Após as interpretações fazer uma discussão sobre a dinâmica, permitindo que os


participantes sintam-se a vontade para explorar o assunto. O monitor deve permitir que a
conversa tome seu próprio, mas sempre “a caminho da felicidade”.

Há aproximadamente 15 minutos de folga nessa primeira parte, podendo o monitor utilizá-


lo como quiser (podendo alongar a discussão, recuperar algum atraso, etc.). É importante
lembrar que, dependendo da sala, as interpretações dos relatos de felicidade podem se

16
estender (visto que serão aproximadamente 24 participantes por sala e cada um fará a
sua interpretação), sendo muito importante ter essa folga para controlar o tempo.

4 INTERVALO. Inicio: h: min. Duração: 15min (Lanche nos


corredores)

5 Leitura e discussão de textos variados. Inicio: h: min. Duração:


45min

Desenvolvimento: Dividir a sala em 4 grupos, entregando um dos textos a seguir para


cada. Deverá ser conduzida uma discussão do tema dentro do grupo e depois “abrir a
roda” para a apresentação de cada tema. Próximo ao final do tempo reservado para a
discussão, o monitor irá ler a questão 921 do Livro dos Espíritos em voz alta com todos,
para fechar o assunto.

921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra quando a humanidade estiver
transformada. Mas, enquanto isso, cada um pode garantir para si uma felicidade
Pg.
relativa?
39
– O homem é quase sempre o agente de sua própria infelicidade. Ao praticar a lei de
Deus, se pouparia dos males e desfrutaria de uma felicidade tão grande quanto o
comporta sua existência grosseira.

O homem bem compenetrado de sua destinação futura vê na vida corporal apenas


uma estação temporária. É como uma estada passageira numa hospedaria; ele se consola
facilmente de alguns desgostos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma
posição tanto melhor quanto melhor tenha se preparado.
Somos punidos, já nesta vida, pelas infrações às leis da existência corporal, pelos
males que são a consequência dessa infração e de nosso próprio excesso. Se voltarmos
gradativamente à origem do que chamamos de nossas infelicidades terrenas, as veremos,
na maioria das vezes, como consequência de um primeiro desvio do caminho reto. Por
esse desvio, entramos no mau caminho e, de consequência em consequência, caímos na
infelicidade.

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec


Parte Quarta – Esperanças e Consolações
Capítulo 1 - Penalidades e prazeres terrenos – “Felicidade e infelicidade
relativas”

Livro: Os prazeres da alma


“Humildade” Pg.
32
Na época de Jesus Cristo, os fariseus - elite religiosa judaica, que vivia na estrita
observância das escrituras mosaicas e da tradição oral - e da mesma forma, no tempo de
Buda, os brâmanes - sacerdotes que consolidaram sua hegemonia social juntamente com
o sistema de castas -, tanto uns como outros foram acusados de formalistas e hipócritas.
Eram reconhecidos por suas ricas e pomposas vestimentas e por não viverem de acordo
com o que pregavam.
Falar de humildade não torna ninguém humilde. A humildade nada tem a ver com a
presença ou ausência de bens materiais, mas com a forma de comportamento íntimo.

17
Na atualidade, ainda se associa humildade com inferioridade, submissão e pobreza; no
entanto, ela está relacionada com distinção, gentileza, graciosidade e simplicidade. A
humildade não realça a si mesma, porque o verdadeiro humilde não acredita que o seja.
Os indivíduos humildes realçam a simplicidade das coisas, dada a facilidade
surpreendente de apreender e organizar os dados de uma situação. Eles penetram na
essência das coisas, pois desenvolveram a habilidade de “fazer a mente silenciar”. É no
“silêncio mental” que os ciclos habituais ou condicionados de regras e normas
preconceituosas cessam, que os padrões de pensamentos inadequados são interrompidos,
para que haja a internalização da inteligência universal em nós.
O termo “nirvana”, quando entendido em sua significação mais profunda, deve ser
traduzido como “a união definitiva da criatura com o Criador”, nunca como sinônimo de
estático silêncio interior, onde impera o “não-ser”.
Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um “canal ou
espaço transcendente”, por onde flui silenciosamente a inteligência universal.
A inteligência universal é o instrumento pelo qual retomamos a conexão com a Causa
Primeira. Por meio de seus recursos infinitos, recebemos as mais sublimes contribuições -
psicológicas, filosóficas, artísticas, científicas, religiosas -, alargando a compreensão da
vida dentro e fora de nós mesmos.
Ao retornarmos à escola terrestre, nos processos naturais da reencarnação,
apresentaremos, em forma de talentos ou predisposições inatas, o resultado dos
conhecimentos e das vivências adquiridas em tempos remotos.
Essas “experiências armazenadas” em nosso âmago constituem as denominadas
vocações. São impulsos internos, independentes da faculdade de raciocinar, ou seja,
tendências espontâneas que orientam uma pessoa nas suas atividades interiores e, por
consequência, nas exteriores.
Muitos dos males decorrem do fato de não seguirmos essa vocação.
Em muitas ocasiões, as atitudes dos pais e de outros membros do grupo familiar ou
social, ao agirem sobre a criança, acabarão por confundi-la e induzi-la a aceitar diferentes
objetivos, a tomar atitudes contrárias a seu modo de sentir e pensar e a adotar ideias de
ética, moral, religião e filosofia em desacordo com seu “senso interior”.
Os indivíduos que não se deixam levar pela inspiração de sua “diretriz inata” ou “eixo
básico”, e que se identificam com uma imagem construída com base nas expectativas dos
outros e nos desejos, valores e atitudes de pais inflexíveis e dominadores, experimentam
uma constante sensação de carência, de “falta de alguma coisa” ou de que “algo de fora
precisa ser incorporado”. Sentimentos crônicos de escassez e frustração os acompanham
pela vida afora.
O grande problema da vaidade humana não é apenas a “preocupação com a aparência”
ou a “paixão por aplauso”; acima de tudo, é a substituição da “orientação interna” -
oriunda da própria alma - pela “orientação externa” - a preocupação egóica da busca de
status, que leva a pessoa a tentar passar a imagem, por ela idealizada, de “ser
extremamente importante”.
A maior dádiva do humilde é sua confiança na Organização Divina. Ele se norteia pelo seu
“guia interior”. De modo adverso, o vaidoso é impositivo, impetuoso e intransigente, não
respeitando a determinação superior que há nas criaturas e nas criações.

Livro: Os prazeres da alma Pg.


“Alegria”
34
A maioria das pessoas tem uma visão distorcida de alegria, pois a confunde com festas
frívolas e divertimentos que provocam sensações intensas, risos exagerados; enfim,
satisfações puramente emocionais.
Alias, não há nada de errado em ser jovial, bem-humorado, festivo e risonho.
A verdadeira alegria está associada à entrega total da criatura nas mãos da Divindade, ou
mesmo à aceitação de que a Inteligência Celestial a tudo provê e socorre.
É a confiança integral em que tudo está justo e certo e a convicção ilimitada nos desígnios
infalíveis da Providência Divina.

18
“Ninguém fica feliz por decreto”; sente imensa satisfação apenas quem está iluminado
pela chama celeste. Rejubila-se realmente aquele que se identificou com a Divindade e
descobriu que “a lei natural é a Lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do
homem”.
A alegria espontânea realça a beleza e a naturalidade dos comportamentos humanos.
Cultivar o reino espiritual em nós facilita-nos a aprendizagem de que a alegria real não é
determinada por fatos ou forças externas, mas se encontra no silêncio da própria alma,
onde a inspiração divina vibra incessantemente.
Todos nós fomos criados pela Divina Sabedoria do Universo para ser felizes, tanto no plano
físico como no astral, e certamente por toda a eternidade. A alegria de viver é um atributo
natural de toda criatura humana – herança de sua filiação divina.
Na realidade, a alegria começa quando somos responsavelmente livres para ser nós
mesmos; quando tomamos o leme de nossa vida nas próprias mãos e deixamos de ser
escravos de algo ou de alguém.
O verdadeiro contentamento fundamenta-se no fato de usarmos de forma livre, consciente
e sensata a capacidade de ser, pensar, sentir e agir. A alegria de viver está baseada na
certeza que experimentamos quando reconhecemos que palpita em nós uma tarefa
suprema – o Self ou Si-mesmo -, que é a de manter todo o nosso sistema psíquico unido e
reedificado toda vez que ele correr perigo de se fragmentar ou desequilibrar.
Há muitas formas de escravidão. Não devemos nos escravizar a nada nem a nenhuma
pessoa, pois o grau de alegria é proporcional ao grau de liberdade que possuímos.
Dentro de nós existe um universo ilimitado que infelizmente reduzimos ao mundo
insignificante de nossos interesses mesquinhos. Quando nos identificarmos com o Criador,
a alegria passará a ser presença marcante em toda e qualquer de nossas atitudes.

Livro: Os prazeres da alma


Pg.
“Desapego”
35
Necessário diferenciar o desapego real do desapego defensivo.
Desapego defensivo é o mecanismo de fuga da realidade, utilizado por pessoas que
conservam algum constrangimento proveniente do medo de amar, medo de se perder na
sede de amor por objetos, pessoas ou ideias, medo de serem absorvidas por dependência
e submissão fora do controle. É ativado mentalmente assim que se perceba algo ou
alguém de grande significado, cuja perda seria muito dolorosa. O Ser passa a adotar uma
atitude de contenção de sentimentos, desprezo e isolamento indiferente. Declara-se
desinteressado e frio, mantendo o pensamento: "Eu não me importo, não abro as portas
do meu sentimento". Assim, não se sentirá frustrado ou ameaçado por conflitos, supondo-
se desapegado quando, na verdade, apenas desiste da expressão, da vontade, da
satisfação, restringindo e mutilando a vida ativa. É considerado "duplo egoísmo".
O indivíduo "apegado" é indeciso e inerte porque perdeu a conexão consigo mesmo.
Disse Jesus: “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se
morrer, produzirá muito fruto. Quem ama sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste
mundo, guarda-la-á para a vida eterna” (João, 12:24 e 25).
"Amar a vida" ou "odiar a vida" é o despertar e a conscientização de que as coisas vão e
vem na nossa existência, que é preciso adotar o desapego. Apego é a memória da "dor"
ou do "prazer" passados; atrás de cada sofrimento existe um apego. Apego é a não-
aceitação da impermanência das coisas.
“Pois aquele que quiser salvar sua vida (apegar-se ao ego), vai perdê-la (perder de vista o
Si-mesmo), mas o que perder a sua vida (desapegar-se do ego) por causa de mim, vai
encontrá-la (integrar-se ao Si mesmo)” (Mateus 16:24/26).
Devemos quebrar todos os grilhões e expulsar as mil vozes que enxameiam nossa casa
mental.
Quando temos algo querido ou pensamos ter posse de alguém que muito amamos,
sofremos ao nos separarmos dele. O ciúme é resultado do apego (medo de perder). É
preciso perceber a diferença entre o “amor real” e a “relação simbiótica” ou “apego
familiar”. A realização espiritual não pede apego egoísta aos entes queridos, mas sim
interação fraterna entre todos.
“Negar a si mesmo” é ultrapassar a transitoriedade do mundo visível e penetrar na
essência oculta das criações e criaturas. É desapegar-se verdadeiramente e viver na
19
integridade da vida; não perpetuar o ego. “Tomar a sua cruz” é reconhecer que este
momento vai se desvanecer e não se perpetuará.
O desapego real nos dá confiança e um amplo senso de liberdade. Possibilita um
relacionamento saudável e espontâneo, não atando pelos vínculos doentios da "ansiedade
de separação", pois crê que a reencarnação amplia essas ligações à toda a humanidade.

Livro: O Céu e o Inferno


“Espíritos felizes – Sanson” Pg.

Este antigo membro da Sociedade Espírita de Paris faleceu a 21 de abril de 1862, depois
de um ano de atrozes padecimentos. Prevendo a morte, dirigira ao presidente da
Sociedade seu desejo de que evocassem o seu Espírito o mais breve possível, a fim de
poder prestar para alguma coisa depois de morto (...). Era duplo o nosso fim: íamos
cumprir uma vontade última e íamos observar, ainda uma vez, a situação de uma alma em
momento tão imediato à morte, tratando-se, ao demais, de um homem eminentemente
esclarecido, inteligente e profundamente convicto das verdades espíritas. Íamos enfim
colher nas suas primeiras impressões a prova de quanto, sobre o estado do Espírito, pode
influir a compenetração dessas verdades. E não nos iludimos na expectativa, porquanto o
Sr. Sanson descreveu, plenamente lúcido, o instante da transição, vendo-se morrer e
renascer, o que é uma circunstância pouco comum e só devida à elevação do seu Espírito.
(Câmara mortuária, 23 de abril de 1862.)
- Evocação. - Atendo ao vosso chamado para cumprir a minha promessa.
- Meu caro Sr. Sanson, cumprindo um dever, com satisfação vos evocamos o mais cedo
possível depois da vossa morte, como era do vosso desejo.
- R. É uma graça especial que Deus me concede para que possa manifestar-me; agradeço
a vossa boa-vontade, porém, sou tão fraco que tremo.
- Fostes tão sofredor que podemos, penso eu, perguntar como vos achais agora... Sentis
ainda as vossas dores? Comparando a situação de hoje com a de dois dias atrás, que
sensações experimentais?
- R. A minha situação é bem ditosa; acho-me regenerado, renovado, como se diz entre
vós, nada mais sentindo das antigas dores. A passagem da vida terrena para a dos
Espíritos deixou-me de começo num estado incompreensível, porque ficamos algumas
vezes muitos dias privados de lucidez. Eu havia feito, no entanto, um pedido a Deus para
permitir-me falar aos que estimo, e Deus ouviu-me.
- Ao fim de que tempo recobrastes a lucidez das ideias?
- R. Ao fim de oito horas. Deus, repito, deu-me uma prova de sua bondade, maior que o
meu merecimento, e eu não sei como agradecer-lhe.
(...)
- Que efeito vos causa o vosso corpo aqui ao lado?
- R. Meu corpo! Pobre, mísero despojo... Volve ao pó, enquanto eu guardo a lembrança de
todos que me estimaram. Vejo essa pobre carne decomposta, morada que foi do meu
Espírito, provação de tantos anos! Obrigado, mísero corpo, pois que purificaste o meu
Espírito! O meu sofrimento, dez vezes bendito, deu-me um lugar bem compensador, por
isso que tão depressa posso comunicar-me convosco...
(...)
- Tivestes consciência do momento em que o corpo exalou o derradeiro suspiro? Que se
passou convosco nesse momento? Que sensação experimentastes?
- R. Parte-se a vida e a vista, ou antes, a vista do Espírito se extingue; encontra-se o
vácuo, o ignoto, e arrastada por não sei que poder, encontra-se a gente num mundo de
alegria e grandeza! Eu não sentia, nada compreendia e, no entanto, uma felicidade
inefável me extasiava de gozo, livre do peso das dores.
(...)
- Sabeis se há Espíritos para os quais o momento extremo seja mais penoso? Será ele mais
doloroso ao materialista, por exemplo?
- R. Isso é certo, porque o Espírito preparado tem já esquecido o sofrimento, ou, antes,
habituou-se com ele e a calma com que encara a morte o impede de sofrer duplamente,
prevendo o que por ela o aguarda. O sofrimento moral é mais forte e a sua ausência, por
ocasião da morte, é por si só um grande alivio. O descrente assemelha-se ao condenado à
pena última, cujo pensamento antevê o cutelo e o ignoto. Entre esta morte e a do ateu, há
paridade.
20
(...)
- Dissestes que por ocasião de expirar nada víeis, porém pressentíeis. Compreende-se que
nada vísseis corporalmente, mas o que pressentíeis antes da extinção seria já a claridade
do mundo dos Espíritos?
- R. Foi o que eu disse precedentemente, o instante da morte dá clarividência ao Espírito;
os olhos não vêem, porém o Espírito, que possui uma vista bem mais profunda, descobre
instantaneamente um mundo desconhecido, e a verdade, brilhando de súbito, lhe dá
momentaneamente imensa alegria ou funda mágoa, conforme o estado de consciência e a
lembrança da vida passada.
- Podeis dizer-nos o que vos impressionou, o que vistes no momento em que os vossos
olhos se abriram à luz? Podeis descrever-nos, se é possível, o aspecto das coisas que se
vos depararam?
- R. Quando pude voltar a mim e ver o que tinha diante dos olhos, fiquei como que
ofuscado, sem poder compreender, porquanto a lucidez não volta repentinamente. Deus,
porém, que me deu uma prova exuberante da sua bondade, permitiu-me recuperasse as
faculdades, e foi então que me vi cercado de numerosos, bons e fiéis amigos. Todos os
Espíritos protetores que nos assistem, rodeavam-me sorrindo; uma alegria sem par
irradiava-lhes do semblante e também eu, forte e animado, podia sem esforço percorrer
os espaços. O que eu vi não tem nome na linguagem dos homens. Voltarei depois para
falar-vos mais amplamente das minhas venturas, sem ultrapassar, já se vê, o limite
traçado por Deus. Sabei que a felicidade, como vós outros a compreendeis, não passa de
uma ficção. Vivei sabiamente, santamente, pela caridade e pelo amor, e tereis feito jus a
impressões e delícias que o maior dos poetas não saberia descrever.

6 Colocar a música “Ouro de Tolo – Raul Seixas”. Inicio: h: min.


Duração: 05min

Ouro de Tolo
Raul Seixas Pg.
39
Eu devia estar contente Na vida como artista
Porque eu tenho um emprego Eu devia estar feliz
Sou um dito cidadão respeitável Porque consegui comprar
E ganho quatro mil cruzeiros Um Corcel 73...
Por mês... Eu devia estar alegre
Eu devia agradecer ao Senhor E satisfeito
Por ter tido sucesso Por morar em Ipanema
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Depois de ter passado Que só usa dez por cento
Fome por dois anos De sua cabeça animal...
Aqui na Cidade Maravilhosa... E você ainda acredita
Ah! Que é um doutor
Eu devia estar sorrindo Padre ou policial
E orgulhoso Que está contribuindo
Por ter finalmente vencido na vida Com sua parte
Mas eu acho isso uma grande piada Para o nosso belo
E um tanto quanto perigosa... Quadro social...
Eu devia estar contente Eu que não me sento
Por ter conseguido No trono de um apartamento
Tudo o que eu quis Com a boca escancarada
Mas confesso abestalhado Cheia de dentes
Que eu estou decepcionado... Esperando a morte chegar...
Porque foi tão fácil conseguir Porque longe das cercas
E agora eu me pergunto "e daí?" Embandeiradas
Eu tenho uma porção Que separam quintais
De coisas grandes prá conquistar No cume calmo
E eu não posso ficar aí parado... Do meu olho que vê
Eu devia estar feliz pelo Senhor Assenta a sombra sonora
Ter me concedido o domingo De um disco voador...
Prá ir com a família Ah!
No Jardim Zoológico Eu que não me sento
Dar pipoca aos macacos... No trono de um apartamento
Ah! Com a boca escancarada
Mas que sujeito chato sou eu Cheia de dentes
Que não acha nada engraçado Esperando a morte chegar...
Macaco, praia, carro Porque longe das cercas
Jornal, tobogã Embandeiradas
Eu acho tudo isso um saco... Que separam quintais
É você olhar no espelho No cume calmo
Se sentir Do meu olho que vê
Um grandessíssimo idiota Assenta a sombra sonora
Saber que é humano De um disco voador...
Ridículo, limitado

7 Leitura do texto do livro Adolescência e vida. Inicio: h: min.


Duração: 05min

Desenvolvimento: O monitor fará a leitura do texto abaixo para introduzir um novo foco ao
estudo, que será entendido na dinâmica da sequência. Recomenda-se que cada
participante tenha em mãos o texto para atingir tanto os que têm mais facilidade de
interpretação através da escuta quanto os que a tem pela leitura.

Livro: Adolescência e Vida – Divaldo P. Franco / Joanna d’ Angelis


Pg.
“Influência da mídia no processo de identificação do adolescente”
40
Ademais, nas famílias conflituosas, por dificuldades financeiras, sociais e morais ou todas
simultaneamente, o adolescente é obrigado a um amadurecimento precipitado,
direcionando o seu interesse exclusivamente para a sobrevivência de qualquer forma, em
considerando a situação de miséria na qual moureja.
Eis aí um caldo de cultura fértil para a proliferação de desequilíbrios, expressando-se nos
mais variados conflitos, que podem levar à timidez, ao medo, às fugas terríveis ou à
agressividade, ao desrespeito dos padrões éticos que o jovem não compreende, porque

22
não os vivenciou e deles somente conhece as expressões grosseiras, decorrentes das
interpretações doentias que lhes são apresentadas.
A soma de aflições que o assalta é grande, aturde-o, trabalhando a sua mente para os
estereótipos convencionais de desgarrados, indiferentes, rebeldes, dependentes, que
encontra em toda parte, e cujo comportamento de alguma forma lhe parece atraente,
porque despreocupado e vingativo contra a sociedade que aprende a desconsiderar.
Nesse contubérnio de observações atormentadas, a mídia, desde os primeiros dias da sua
infância, vem exercendo sobre ele uma influência marcante e crescente.
As cenas de violência, associadas às de deboche, às de supervalorização de indivíduos
exóticos e condutas reprocháveis, de palavreado chulo e de aparência vulgar ou
agressiva, com aplauso para a idiotia em caricatura de ingenuidade, despertam, no
adolescente, por originais e perversas, um grande interesse, transformando-se em
modelos aplaudidos e aceitos, que logo se tornam copiados. Essa influência perniciosa,
que a mídia vem exercendo nos adolescentes, qual ocorre com os adultos e crianças
também, estimulando-os para o lado mais agitado e perturbador da existência humana,
pode alterar-se para a edificação e o equilíbrio, na medida que a criatura desperte para a
construção da sociedade do porvir, cuidando da juventude de todas as épocas, na qual
repousam as esperanças em favor da humanidade mais feliz e mais.

8 Dinâmica da Propaganda. Inicio: h: min. Duração: 25min

Desenvolvimento: Pedir para que os participantes dividam-se em pequenos grupos (pode


ser os mesmos grupos formados anteriormente) e criem uma propaganda para “vender”
algum prazer da alma, que trazem real felicidade, em contraponto aos prazeres matérias,
que a mídia tenta vender diariamente. Ficará a cargo de cada grupo decidir o assunto que
deseja tratar e a abordagem (pode ser uma frase de impacto, um jingle, uma “versão” de
alguma propaganda famosa).

9 Leitura de texto para reflexão. Inicio: h: min. Duração: 10min

Desenvolvimento: Nesse momento o monitor deverá procurar acalmar o ambiente,


entregando para cada participante uma cópia do texto abaixo, para leitura em silêncio.

Felicidade: Ser ou Estar?


Pg.
(Caroline Luiz Lovo e Gustavo dos Reis)

Entre todas as coisas que são partes do ser humano, há uma que, talvez, predomina: a
dúvida. Todos têm dezenas de dúvidas: como se vestir, o que comer, como falar, de que
modo agir... Dúvidas simples ou compostas, elas fazem parte do nosso modo de ser e
pensar, agir e reagir.
Há uma dúvida que, com certeza, faz parte dos pensamentos de todos. Talvez bem
simples, às vezes completamente complexa. O que é ser feliz?
Não há ingredientes para ser feliz. Provavelmente alguém já buscou o modo perfeito, no
entanto só encontrou o seu próprio jeito, que não era completo e muito menos perfeito.
Pense que é um recipiente vazio, encha-o com vontade e sinceridade. Ok, pode começar
novamente a busca pela felicidade.
Ela não pode ser descrita ou prevista porque também não pode ser vista. Está dentro de
você e de mim, não depende do outro para existir, nascer ou renascer. Há aqueles que
dizem que está nos pequenos gestos, em um simples sorriso, no pensar no outro... Talvez
esteja no querer ser feliz, no querer ser melhor também para si. Fazer algo bom, sentir
que é útil, estar bem, primeiramente por dentro, pode ser “ser feliz”.
Felicidade é ser, não estar. Quem é feliz nunca perde a esperança na dificuldade. Pode-se
vacilar, pensar negativo, até mesmo em certo momento desacreditar, mas se tiver (e
acredite, você tem!) a felicidade dentro de si, irá senti-la na paz de espírito até mesmo em
meio a tormenta.
Porque a felicidade está na nossa essência. Deus, quando nos criou, “plantou” essa
semente em nosso ser. E do que precisamos para fazê-la germinar? Nada além do que já
existe em nós: a terra, que é nosso coração e a água, que é nossa vontade de ser feliz.
Quem poderá impedir esta semente de nascer, crescer, transformar-se em uma árvore e
dar lindos frutos, quando temos nosso Pai Maior ao nosso lado?
23
Tudo bem, pode ser apenas nossa opinião, mas analise se, pensando e agindo assim, não
parece mais fácil entender como e, finalmente, SER feliz.

10 Levantar questionamento.

Desenvolvimento: O monitor apenas levantará o seguinte questionamento na sala, para


reflexão íntima:
Como merecer ser Feliz hoje?

Obs.: Para melhor compreensão e fixação da pergunta, será interessante que o monitor
escreva a questão na lousa da sala (caso haja uma), ou em material impresso em local
bem visível. Após, poderá dispensar os participantes para as demais atividades do dia.

3º MÓDULO: QUESTÕES TRANSCENDENTAIS

Inicio: 14h: 15min Duração: 03h:


45min

“Se o Homem não conhece os próprios atos que cometeu em suas existências anteriores,
pode sempre saber de qual
gênero de faltas é culpado e qual era o seu caráter dominante. Basta estudar a si mesmo e
poderá julgar o que foi, não pelo que é, mas por suas tendências.”
O Livro dos Espíritos _ item 399

INTRODUÇÃO

Em geral os módulos anteriores poderiam ser objeto de estudo em qualquer doutrina cristã.
No presente módulo ampliaremos o significado dos estudos anteriores porque refletiremos
sobre as consequências morais básicas (de onde vim? Por que estou aqui? Para onde vou?)
Decorrentes da filosofia espírita.

OBJETIVO

Apresentaremos como o autoconhecimento conjugado com a certeza das existências


passadas, da lei de progresso e da fé na vida futura, pode constituir uma poderosa chave de
acesso às portas da vida interior (o invisível) onde se encontram as repostas internas para a
felicidade individual.

ROTEIRO

Abordar questões pertinentes ao exercício do autoconhecimento e que devem constituir uma


saudável preocupação de quantos aderiram ao espiritismo com seriedade. Alcançar essas
respostas, ainda que intuitivamente, favorecerão a adoção de metas mais assertivas rumo à
paz interior.

• O que eu fui na(s) outra(s) vida(s)?


• Qual é a minha missão (foco) na presente existência?
• Se eu desencarnar hoje, qual será a minha situação na vida espiritual?
• Quando, como e para que eu recorro a prece?;
• É possível praticar a doutrina Espírita sem nos ocuparmos com os ‘problemas’ acima?

BIBLIOGRAFIA

• O Livro dos Espíritos:


• Objetivo da encarnação (itens: 132 a 13);
• Esquecimento do passado (itens: 392 a 399);
• Ocupações e missões dos Espíritos (itens: 558 a 584);
• Penalidades e prazeres futuros (itens: 958 a 1009);

24
• O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XXVIII, Preâmbulo e Item: 2);
• O Céu e o Inferno (1ª Parte; Caps. 1 a 7 );
• O Consolador Chico Xavier / Emmanuel ( 3ª parte; cap. 4 —Vidas passadas);
• Adolescência & Vida _ Divaldo Franco / Joanna de Angelis (Cap. 3)

O Curta-metragem “Vida Maria” será passado em áudio-descrição no salão antes


de ir para a sala.

1 Dinâmica do Avião. Inicio: h: min. Duração: 50min

Desenvolvimento: As cadeiras da sala deverão ser arrumadas no formato de um avião,


para iniciar a dinâmica. Um dos monitores será o “piloto”, se posicionando na parte da
frente do avião, e iniciará a viagem com as instruções de voo.

Após encerrar a dinâmica formar um circulo e ler o comentário de Kardec da questão 399
do livro dos Espíritos, e discutir o texto.

Comentário de Kardec
Chegado ao termo que a Providência marcou para a sua vida errante, o Espírito escolhe
por ele mesmo as provas às quais deseja submeter-se, para apressar o seu adiantamento,
ou seja, o gênero de existência que acredita mais apropriado a lhe fornecer os meios, e
essas provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se nelas triunfa, ele
se eleva; se sucumbe, tem de recomeçar.
O Espírito goza sempre do seu livre-arbítrio. É em virtude dessa liberdade que, no estado
de Espírito, escolhe as provas da vida corpórea e, no estado de encarnado, delibera o que
fará ou não fará, escolhendo entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio seria
reduzi-lo à condição de máquina.
Integrado na vida corpórea, o Espírito perde momentaneamente a lembrança de suas
existências anteriores, como se um véu as ocultasse. Não obstante, tem às vezes, uma
vaga consciência, e elas podem mesmo lhe ser reveladas em certas circunstâncias. Mas
isto não acontece senão pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem
espontaneamente, com um fim útil e jamais para satisfazer uma curiosidade vã.
As existências futuras não podem ser reveladas em caso algum, por dependerem da
maneira por que se cumpre a existência presente e da escolha ulterior do Espírito.
O esquecimento das faltas cometidas não é obstáculo à melhoria do Espírito porque, se ele
não tem uma lembrança precisa, o conhecimento que delas teve no estado errante e o
desejo que concebeu de as reparar guiam-no pela intuição e lhe dão o pensamento de
resistir ao mal. Este pensamento é a voz da consciência, secundada pelos Espíritos que o
assistem, se ele atende às boas inspirações que estes lhe sugerem.
Se o homem não conhece os próprios atos que cometeu em suas existências anteriores,
pode sempre saber qual o gênero de faltas de que se tornou culpado e qual era o seu
caráter dominante. Basta que se estude a si mesmo e poderá julgar o que foi, não pelo
que é, mas pelas suas tendências.
As vicissitudes da vida corpórea são, ao mesmo tempo, uma expiação das faltas passadas
e provas para o futuro. Elas nos depuram e nos elevam, se as sofremos com resignação e
sem reclamações.
A natureza das vicissitudes e das provas que sofremos pode também esclarecer-nos
sobre o que fomos e o que fizemos, como neste mundo julgamos os atos de um criminoso
pelo castigo que a lei lhe inflige. Assim, este será castigado no seu orgulho pela
humilhação de uma existência subalterna; o mau rico e avarento, pela miséria; aquele que
foi duro para os outros, pelos tratamentos duros que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o
mau filho, pela ingratidão dos seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado etc.

Instruções de voo para o piloto

Inicie com informações básicas do voo, temperatura externa, apertar os cintos, etc.
Apresente-se, informando aos passageiros que é o seu primeiro voo comercial, mas que
não é preciso se preocupar.
Para ambientar os passageiros, faça com que imaginem a comissária de bordo servindo a
refeição, bebidas, o que desejarem no momento pode pedir (imaginariamente) e serão
25
servidos. Ao lado das poltronas, encontram-se fones de ouvido. Peça que todos coloquem
e ouçam a música calma e relaxante que está sendo oferecida para todos.
Informe que a empresa aérea desenvolveu uma nova técnica de relaxamento de
passageiros, para que possam fazer uma viagem mais tranquila e sem incômodos. Para
iniciar, peça a todos que fechem os olhos e comece a conduzi-los apenas pelo som da sua
voz.
Comece junto dos passageiros uma retrospectiva de vida, sugerindo que todos imaginem
os momentos iniciais de vida, até onde a memória pode alcançar, a infância, a
adolescência, a juventude (deixando intervalos para que possam se abastecer com as
próprias memórias). Chegando aos poucos até o momento anterior à COMJESP, inscrições,
chegada. Em um dado momento, o voo ficará turbulento, e você deverá transparecer isso
para os passageiros, dizendo que será feito um pouso de emergência, pedindo calma (mas
sem estar calmo), dando informações de altitude (cada vez menor), velocidade (cada vez
maior), até, de repente, o avião aparentemente para.

Nesse momento, o monitor que está do lado de fora entrará na sala, preferencialmente
vestido de branco, e informará que o voo realmente parou. Parou quando colidiu com o
chão, e ele é um dos assistentes do posto espiritual da localidade e veio em auxílio.
Deverá solicitar que todos mantenham os olhos fechados, pois as equipes espirituais
estarão auxiliando com influxos de energia. Para cooperarem com os trabalhos, cada um
deverá refletir sobre a sua vida, sobre o que fez e o que deixou de fazer. Quem desejar
poderá solicitar um papel e uma caneta para organizar seus pensamentos. Quem preferir,
pode se manter com os olhos fechados para refletir intimamente.

2 Dinâmica do código penal da vida Futura. Inicio: h: min.


Duração: 40min

Desenvolvimento: Cada um dos tópicos do Código Penal da Vida Futura será impresso em
tiras, e deverão ser unidos formando uma bola de papel. A dinâmica se desenvolverá em
uma roda, onde a bola de papel será jogada de pessoa por pessoa, cada um
desembrulhando uma tira e lendo para todo o grupo. Esse processo se repetirá até que
acabem todos os tópicos. Ao final (ou mesmo durante o desenvolvimento), poderá ser feita
uma discussão sobre o assunto.

Obs.: A primeira frase poderá ser lida pelo monitor, para introduzir a dinâmica.

Código Penal da Vida Futura


“O Céu e o Inferno – Allan Kardec” Pg.
42
O Espiritismo não vem, pois, com sua autoridade privada, formular um código de fantasia;
a sua lei, no que respeita ao futuro da alma, deduzida das observações do fato, pode
resumir-se nos seguintes pontos:

1º - A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições


que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou desgraçado, é inerente
ao seu grau de pureza ou impureza.

2º A completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito.


Toda imperfeição é, por sua vez, causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo
modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.

3º - Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis
consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo.

4º - Em virtude da lei do progresso que dá a toda alma a possibilidade de adquirir o bem


que lhe falta, como de despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e vontade
próprios, temos que o futuro é aberto a todas as criaturas. Deus não repudia nenhum de
seus filhos, antes recebe-os em seu seio à medida que atingem a perfeição, deixando a
cada qual o mérito das suas obras.
26
5º - Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz
consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de
lugar circunscrito. O inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras, e o céu
igualmente onde houver almas felizes.

6º - O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o
bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é
fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem
que deixou de fazer na vida terrestre.

7º - O Espírito sofre pelo mal que fez, de maneira que, sendo a sua atenção
constantemente dirigida para as consequências desse mal, melhor compreende os seus
inconvenientes e trata de corrigir-se.

8º - Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não
havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como
não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo
para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso.

9º - Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga;
se o não for em urna existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as
existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá
necessidade de pagar segunda vez.

10º - O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas
imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das
nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes
existências.

11º - A expiação varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a


mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou
agravantes, em que for cometida.

12º - Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: a única
lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o
seu valor.

13º - A duração do castigo depende da melhoria do Espírito culpado. Nenhuma


condenação por tempo determinado lhe é prescrita.

14º - Dependendo da melhoria do Espírito a duração do castigo, o culpado que jamais


melhorasse sofreria sempre, e, para ele, a pena seria eterna.

15º - Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos é não lobrigarem o termo da
provação, acreditando-a eterna, como eterno lhes parece deva ser um tal castigo.

16º - O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta
por si só; são precisas a expiação e a reparação.

17º - O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde,
porém, o culpado sofre por mais tempo, até que os últimos vestígios da falta
desapareçam.

18º - Os Espíritos imperfeitos são excluídos dos mundos felizes, cuja harmonia
perturbariam. Ficam nos mundos inferiores a expiarem as suas faltas pelas tribulações da
vida, e purificando-se das suas imperfeições até que mereçam a encarnação em mundos
mais elevados, mais adiantados moral e fisicamente.

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19º - Como o Espírito tem sempre o livre-arbítrio, o progresso por vezes se lhe torna lento,
e tenaz a sua obstinação no mal. Nesse estado pode persistir anos e séculos, vindo por fim
um momento em que a sua contumácia se modifica pelo sofrimento.

20º - Quaisquer que sejam a inferioridade e perversidade dos Espíritos, Deus jamais os
abandona. Todos têm seu anjo de guarda (guia) que por eles vela, na persuasão de
suscitar-lhes bons pensamentos.

21º - A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por erros alheios, salvo
se a eles deu origem, quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo quando
poderia fazê-lo.

22º - Conquanto infinita a diversidade de punições, há algumas inerentes à inferioridade


dos Espíritos, e cujas consequências, salvo pormenores, são pouco mais ou menos
idênticas.

23º - Um fenômeno muito frequente entre os Espíritos de certa inferioridade moral é o


acreditarem-se ainda vivos, podendo esta ilusão prolongar-se por muitos anos, durante os
quais eles experimentarão todas as necessidades, todos os tormentos e perplexidades da
vida.

24º - Para o criminoso, a presença incessante das vitimas e das circunstâncias do crime é
um suplício cruel.

25º - Há Espíritos mergulhados em densa treva; outros se encontram em absoluto


insulamento no Espaço, atormentados pela ignorância da própria posição, como da sorte
que os aguarda. Os mais culpados padecem torturas muito mais pungentes por não lhes
entreverem um termo.

26º - Para o orgulhoso relegado às classes inferiores. é suplício ver acima dele colocados,
cheios de glória e bem-estar, os que na Terra desprezara.

27º - O único meio de evitar ou atenuar as consequências futuras de uma falta, está no
repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de uma
falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro, as suas consequências.

28º - A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo
preparada na vida corpórea.

29º - A misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica
exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequência dos seus
erros.

30º - Subordinadas ao arrependimento e reparação dependentes da vontade humana, as


penas, por temporárias, constituem concomitantemente castigos e remédios auxiliares à
cura do mal. Os Espíritos, em prova, são como doentes de hospital sofrendo de moléstias
resultantes da própria incúria.

31º - As penas que o Espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se as da vida


corpórea, que são consequentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso
das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas.

32º - Certo, Deus poderia ter criado seres perfeitos, e se o não fez é que em sua sabedoria
quis que o progresso constituísse lei geral. Os homens são imperfeitos, e, como tais,
sujeitos a vicissitudes mais ou menos penosas. E pois que o fato existe, devemos aceitá-lo.

33º - Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos


imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º - O sofrimento é inerente à imperfeição.

28
2º - Toda imperfeição traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e
inevitáveis
3º - Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode
igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.

3 INTERVALO. Inicio: h: min. Duração: 15min (Lanche nos


corredores)

4 Leitura/declamação do poema “Narciso e Narciso”. Inicio: h: min.


Duração: 10min

Apontamento: Esse poema será uma espécie de “metáfora” para os estudos da sequência.

Narciso e Narciso Pg. de Narciso a Narciso


(Ferreira Gullar) inventa o paraíso.
46
Se Narciso se encontra com Narciso E se amam mentindo
e um deles finge que ao outro admira no fingimento que é necessidade
(para sentir-se admirado), e assim mais verdadeiro que a verdade.
o outro pela mesma razão
finge também Mas exige, o amor fingido,
e ambos acreditam na mentira. ser sincero o amor
que como ele é fingimento.
Para Narciso o olhar do outro, E fingem mais os dois
a voz do outro, com o mesmo esmero
o corpo é sempre o espelho com mais e mais cuidado
em que ele a própria imagem mira. - e a mentira se torna desespero.

E se o outro é Assim amam-se agora se odiando.


como ele outro Narciso, O espelho embaciado,
é espelho contra espelho: já Narciso em Narciso não se mira:
o olhar que mira reflete se torturam se ferem
o que o admira não se largam que o inferno de Narciso
num jogo multiplicado é ver que o admiravam de mentira.
em que a mentira

5 Leitura e discussão de textos do livro dos Espíritos. Inicio: h:


min. Duração: 30min

Desenvolvimento: Dividir a sala em grupos para leitura das perguntas 132, 133, 133a, 573
a 584 do Livro dos Espíritos, que tratam sobre a finalidade e objetivo da encarnação. Após,
retornar ao grupo para discutir sobre o assunto. O monitor poderá dividir as questões e os
grupos em tantos quanto julgar necessário, de acordo com o tempo ainda disponível.

“O Livro dos Espíritos – Allan Kardec”Pg.


Objetivo da encarnação
46
132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é
expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas
as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a
encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da
criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de
harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de

29
vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se
adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua
sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se
aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia,
tudo é solidário na Natureza.

133. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o


caminho do bem?
“Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida
corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos,
conseguintemente sem mérito.”

a) - Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não
os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a
consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos
tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não
sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”

573. Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?


“Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por
meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes. O
que cultiva a terra desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui.
Tudo em a Natureza se encadeia. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela
encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. Cada
um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade.”

574. Qual pode ser, na Terra, a missão das criaturas voluntariamente inúteis?
“Há efetivamente pessoas que só para si mesmas vivem e que não sabem tornar-se úteis
ao que quer que seja. São pobres seres dignos de compaixão, porquanto expiarão
duramente sua voluntária inutilidade, começando-lhes muitas vezes, já nesse mundo, o
castigo, pelo aborrecimento e pelo desgosto que a vida lhes causa.”

a) - Pois que lhes era facultada a escolha, por que preferiram uma existência que nenhum
proveito lhes traria?
“Entre os Espíritos também há preguiçosos que recuam diante de uma vida de labor. Deus
consente que assim procedam. Mais tarde compreenderão, à própria custa, os
inconvenientes da inutilidade a que se votaram e serão os primeiros a pedir que se lhes
conceda recuperar o tempo perdido. Pode também acontecer que tenham escolhido uma
vida útil e que hajam recuado diante da execução da obra, deixando-se levar pelas
sugestões dos Espíritos que os induzem a permanecer na ociosidade.”

575. As ocupações comuns mais nos parecem deveres do que missões propriamente
ditas. A missão, de acordo com a ideia a que esta palavra está associada, tem um caráter
menos exclusivo, de importância sobretudo menos pessoal. Deste ponto de vista, como se
pode reconhecer que um homem tem realmente na Terra uma determinada missão?
“Pelas grandes coisas que opera, pelos progressos a cuja realização conduz seus
semelhantes.”

576. Foram predestinados a isso, antes de nascerem, os homens que trazem uma
importante missão e dela têm conhecimento?
“Algumas vezes, assim é. Quase sempre, porém, o ignoram. Baixando à Terra, colimam
um vago objetivo. Depois do nascimento e de acordo com as circunstâncias é que suas
missões se lhes desenham às vistas. Deus os impele para a senda onde devam executar-
lhe os desígnios.”

577. Quando um homem faz alguma coisa útil fá-la sempre em virtude da missão em que
foi anteriormente investido e a que vem predestinado, ou pode suceder que haja recebido
missão não prevista?
30
“Nem tudo o que o homem faz resulta de missão a que tenha sido predestinado.
Amiudadas vezes é o instrumento de que se serve um Espírito para fazer que se execute
uma coisa que julga útil. Por exemplo, entende um Espírito ser útil que se escreva um
livro, que ele próprio escreveria se estivesse encarnado. Procura então o escritor mais
apto a lhe compreender e executar o pensamento. Transmite-lhe a idéia do livro e o dirige
na execução. Ora, esse escritor não veio à Terra com a missão de publicar tal obra. O
mesmo ocorre com diversos trabalhos artísticos e muitas descobertas. Devemos
acrescentar que, durante o sono corporal, o Espírito encarnado se comunica diretamente
com o Espírito errante, entendendo-se os dois acerca da execução.”

578. Poderá o Espírito, por própria culpa, falir na sua missão?


“Sim, se não for um Espírito superior.”

a) - Que consequências lhe advirão da sua falência?


“Terá que retomar a tarefa; essa a sua punição. Também sofrerá as consequências do mal
que haja causado.”

579. Pois se é de Deus que o Espírito recebe a sua missão, como se há de compreender
que Deus confie missão importante e de interesse geral a um Espírito capaz de falir?
“Não sabe Deus se o seu general obterá a vitória ou se será vencido? Sabe-o, crede, e
seus planos, quando importantes, não se apóiam nos que hajam de abandonar em meio a
obra. Toda a questão, para vós, está no conhecimento que Deus tem do futuro, mas que
não vos é concedido.”

580. O Espírito, que encarna para desempenhar determinada missão, tem apreensões
idênticas às de outro que o faz por provação?
“Não, porque traz a experiência adquirida.”

581. Certamente desempenha missão os homens que servem de faróis ao gênero


humano, que o iluminam com a luz do gênio. Entre eles, porém, alguns há que se
enganam, que, de par com grandes verdades, propagam grandes erros. Como se deve
considerar a missão desses homens?
“Como falseadas por eles próprios. Estão abaixo da tarefa que tomaram sobre os ombros.
Contudo, mister se faz levar em conta as circunstâncias. Os homens de gênio têm que
falar de acordo com as épocas em que vivem e assim, um ensinamento que pareceu
errôneo ou pueril, numa época adiantada, pode ter sido o que convinha no século em que
foi divulgado.”

582. Pode-se considerar como missão a paternidade?


“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo
dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao
futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda
do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o
torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar
as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o
caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos
resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não
terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”

583. São responsáveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho
do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?
“Não; porém, quanto piores forem as propensões do filho, tanto mais pesada é a tarefa e
tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho.”

a) Se um filho se torna homem de bem, não obstante a negligência ou os maus exemplos


de seus pais, tiram estes daí algum proveito?
“Deus é justo.”

31
584. De que natureza será a missão do conquistador que apenas visa satisfazer à sua
ambição e que, para alcançar esse objetivo, não vacila ante nenhuma das calamidades
que vai espalhando?
“As mais das vezes não passa de um instrumento de que se serve Deus para cumprimento
de seus desígnios, representando essas calamidades um meio de que ele se utiliza para
fazer que um povo progrida mais rapidamente.”

a) - Nenhuma parte tendo na produção do bem que dessas calamidades passageiras possa
resultar, pois que visava um fim todo pessoal, aquele que delas se constitui instrumento
tirará, não obstante, proveito desse bem?
“Cada um é recompensado de acordo com as suas obras, com o bem que intentou fazer e
com a retidão de suas intenções.”
Os Espíritos encarnados têm ocupações inerentes às suas existências corpóreas. No
estado de erraticidade, ou de desmaterialização, tais ocupações são adequadas ao grau
de adiantamento deles.
Uns percorrem os mundos, se ocupam com o progresso, dirigindo os acontecimentos e
sugerindo idéias que lhe sejam propícias. Assistem os homens de gênio que concorrem
para o adiantamento da Humanidade.
Outros encarnam com determinada missão de progresso.
Outros tomam sob sua tutela os indivíduos, as famílias, as reuniões, as cidades e os povos,
dos quais se constituem os anjos guardiães, os gênios protetores e os Espíritos familiares.
Outros, finalmente, presidem aos fenômenos da Natureza, de que se fazem os agentes
diretos.
Os Espíritos vulgares se imiscuem em nossas ocupações e diversões.
Os impuros ou imperfeitos aguardam, em sofrimentos e angústias, o momento em que
praza a Deus proporcionar-lhes meios de se adiantarem. Se praticam o mal, é pelo
despeito de ainda não poderem gozar do bem.

6 Colocar a música “Teias – Toque na Alma”. Inicio: h: min.


Duração: 05min

Teias Das suas vibrações de amor


César Tucci Pg. Se dar, se dar é encontrar o irmão
51 É a mais nobre oração
Vejo tantas vezes você se queixar É a plenitude do amor
- tudo está ruim! Se você deseja mesmo ver melhor
Não faz nada para se modificar Este seu viver
E prossegue assim Saiba que a vida vibra ao seu redor
Em alto e bom som acusa a Deus Conforme você
Como se seus passos não fossem tão seus Emana de si, vibrando também
Toda aranha vive só a respirar As ondas mentais, no mal ou no bem
No clima central Se você parasse de se lamentar
Da teia que ela própria por querer teceu Para agir, enfim
Com seu ideal Colocasse metas para alcançar
E assim somos nós no centro também E chegar ao fim
Das teias que nós tecemos, eu sei Buscasse o amor, o amor fraternal
Orar, orar é encontrar o Pai A essência do ser espiritual
Orar é receber bem mais

7 Leitura e discussão da música “Se eu quiser falar com Deus”. Inicio: h:


min. Duração: 20min

Desenvolvimento: Para introduzir a prece, tema final do módulo, fazer a leitura e discussão
da letra da música “Se eu quiser falar com Deus”.
32
Colocar a musica ao final da discussão

Se eu quiser falar com Deus Tenho que lamber o chão


Gilberto Gil Pg. Dos palácios, dos castelos
52 Suntuosos do meu sonho
Se eu quiser falar com Deus Tenho que me ver tristonho
Tenho que ficar a sós Tenho que me achar medonho
Tenho que apagar a luz E apesar de um mal tamanho
Tenho que calar a voz Alegrar meu coração
Tenho que encontrar a paz Se eu quiser falar com Deus
Tenho que folgar os nós Tenho que me aventurar
Dos sapatos, da gravata Tenho que subir aos céus
Dos desejos, dos receios Sem cordas pra segurar
Tenho que esquecer a data Tenho que dizer adeus
Tenho que perder a conta Dar as costas, caminhar
Tenho que ter mãos vazias Decidido, pela estrada
Ter a alma e o corpo nus Que ao findar vai dar em nada
Se eu quiser falar com Deus Nada, nada, nada, nada
Tenho que aceitar a dor Nada, nada, nada, nada
Tenho que comer o pão Nada, nada, nada, nada
Que o diabo amassou Do que eu pensava encontrar
Tenho que virar um cão

8 Atividade “Projetando o futuro”. Inicio: h: min. Duração: 15min

Desenvolvimento: Em conversa na sala, o monitor deverá relembrar os participantes da


dinâmica do avião, do código penal da vida futura, induzindo-os, aos poucos, à reflexão do
módulo e da COMJESP como um todo. Então, poderá ser sugerido que cada um volte as
atenções para dentro de si, de forma a projetar o futuro a partir daquele momento, com os
conhecimentos e as experiências adquiridas. Quem se sentir mais a vontade escrevendo,
pode pedir papel e caneta para organizar os pensamentos. Ao fundo, estará sendo
reproduzida a “Oração de São Francisco de Assis”.

Oração de São Francisco Pg. Onde há discórdia, que eu leve a união.


52 Onde houver erro, que eu leve a
Senhor, fazei-me um instrumento de verdade.
Vossa paz. Onde houver desespero, que eu leve a
Onde houver ódio, que eu leve o amor. esperança.
Onde houver ofensa, que eu leve o Onde houver trevas, que eu leve a luz.
perdão. Onde houver tristeza, que eu leve a
Onde houver discórdia, que eu leve a alegria, a, a, a...
união. Senhor, fazei de mim um instrumento
Onde houver dúvida, que eu leve a fé. de Vossa paz.
Onde houver erro, que eu leve a
verdade. Ó mestre, que eu não busque tanto
Onde houver desespero, que eu leve a Ser consolado, mas consolar.
esperança. Ser compreendido, mas compreender.
Onde houver tristeza, que eu leve a Ser amado, mas amar.
alegria. Porque é dando que se recebe.
E onde houver trevas, que eu leve a luz. É esquecendo que se encontra.
E é perdoando que se encontra o
Onde há dúvida, que eu leve a fé. perdão.
Onde há ódio, que eu leve o amor. E é morrendo que se nasce para a Vida
Onde há ofensa, que eu leve o perdão. Eterna

9 Encerramento do temário “Acolhimento”. Inicio: h: min.


Duração: 10min

33
Desenvolvimento: Esse momento será aberto para que cada um expresse seus
sentimentos, suas reflexões, retrospectivas da COMPESP e dos módulos, expectativas
futuras, formando uma corrente de “boas projeções”, que seja capaz de acolher a todos.

Obs.: Poderá colocar a Oração de São Francisco cantada enquanto o acolhimento ocorre,
ou apenas ao final, para a abraço-terapia, que encerrará os estudos.

34
Sugestões para o 2º Módulo

Evangelho

A infelicidade real
Todo mundo fala da infelicidade, todo mundo a experimentou e crê conhecer seu caráter múltiplo.
Venho vos dizer que quase todos se enganam, e que a infelicidade real não é tudo aquilo que os
homens, quer dizer os infelizes, supõem. Eles a vêem na miséria, no fogão sem lume, no credor
ameaçador, no berço vazio do anjo que sorria, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de
cabeça descoberta e de coração partido, na angústia da traição, na nudez do orgulhoso que
gostaria de se cobrir de púrpura e que esconde com dificuldade a sua nudez sob os farrapos da
vaidade; a tudo isso, e a outras coisas ainda, se chama de infelicidade para aqueles que não vêem
senão o presente; mas a verdadeira infelicidade está nas consequências de uma coisa, mais do que
na própria coisa. Dizei-me se o acontecimento mais feliz para o momento, mas que tem
consequências funestas, não é em realidade mais infeliz que aquele que causa primeiro uma viva
contrariedade, e acaba por resultar no bem? Dizei-me se a tempestade que quebra vossas árvores,
mas saneia o ar dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma
felicidade do que uma infelicidade.
Para julgar uma coisa é preciso, pois, ver-lhe as conseqüências; é assim que, para apreciar o que é
realmente feliz ou infeliz para o homem, é preciso se transportar além desta vida, porque é lá que
as consequências se fazem sentir; ora, tudo o que se chama infelicidade segundo sua curta visão,
cessa com a vida e encontra sua compensação na vida futura.
Vou vos revelar a infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolheis e
desejais com todas as forças das vossas almas equivocadas. A infelicidade é a alegria, é o prazer, é
a fama, é a agitação vã, é a louca satisfação da vaidade, que fazem calar a consciência, que
comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem sobre seu futuro; a infelicidade é o
ópio do esquecimento que reclamais ardentemente.
Esperai, vós que chorais! tremei, vós que rides, porque vosso corpo está satisfeito! Não se engana a
Deus; não se esquiva do destino; e as provas, credoras mais implacáveis que a matilha excitada
pela miséria, espreitam vosso repouso ilusório para vos mergulhar de repente na agonia da
verdadeira infelicidade, daquela que surpreende a alma enfraquecida pela indiferença e pelo
egoísmo.
Que o Espiritismo vos esclareça, pois, e recoloque em sua verdadeira luz a verdade e o erro, tão
estranhamente desfigurados pela vossa cegueira! Então agireis como bravos soldados que, longe
de fugirem do perigo, preferem as lutas dos combates temerários, à paz que não pode dar nem
glória, nem progresso. Que importa ao soldado perder no tumulto suas armas, sua bagagem e seus
uniformes, contanto que dele saia vencedor e com glória! Que importa àquele que tem fé no futuro
deixar sobre o campo de batalha da vida sua fortuna e seu marido de carne, contanto que sua alma
entre, radiosa, no reino celeste? (Delphine de Girardin, Paris, 1861).

III – A Felicidade Não É Deste Mundo

FRANÇOIS-NICOLAS-MADELAINE
Cardeal Morlot, Paris, 1863

20 – Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! Exclama geralmente o homem, em
toda as posições sociais. Isto prova, meus caros filhos, melhor que todos os raciocínios possíveis, a
verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. Com efeito, nem a
fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor, são condições essenciais da felicidade. Digo
mais: nem mesmo a reunião dessas três condições, tão cobiçadas, pois que ouvimos
constantemente, no seio das classes privilegiadas, pessoas de todas as idades lamentarem
amargamente a sua condição de existência.

Diante disso, é inconcebível que as classes trabalhadoras invejem com tanta cobiça a
posição dos favorecidos da fortuna. Neste mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de
trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo que é fácil chegar-se à
conclusão de que a Terra é um lugar de provas e de expiações.

Assim, pois, os que pregam que a Terra é a única morada do homem, e que somente nela, e
numa única existência, lhe é permitido alcançar o mais elevado grau de felicidade que a sua
natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os ouvem. Basta lembrar que está
demonstrado, por uma experiência multissecular, que este globo só excepcionalmente reúne as
condições necessárias à felicidade completa do indivíduo.
35
Num sentido geral, pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia, a cuja perseguição se
lançam as gerações, sucessivamente, sem jamais a alcançarem. Porque, se o homem sábio é uma
raridade neste mundo, o homem realmente feliz não se encontra com maior facilidade.

Aquilo em que consiste a felicidade terrena é de tal maneira efêmera para quem não se
guiar pela sabedoria, que por um ano, um mês, uma semana de completa satisfação, todo o resto
da existência se passa numa seqüência de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos que
estou falando dos felizes da Terra, desses que são invejados pelas massas populares.

Conseqüentemente, se a morada terrena se destina a provas e expiações, é forçoso admitir


que existem, além, moradas mais favorecidas, em que o Espírito do homem, ainda prisioneiro de
um corpo material, desfruta em sua plenitude as alegrias inerentes à vida humana. Foi por isso que
Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços
e as vossas tendências vos farão um dia gravitar, quando estiverdes suficientemente purificados e
aperfeiçoados.

Não obstante, não se deduza das minhas palavras que a Terra esteja sempre destinada a
servir de penitenciária. Não, por certo! Porque, do progresso realizado podeis facilmente deduzir o
que será o progresso futuro, e das melhoras sociais já conquistadas, as novas e mais fecundas
melhoras que virão. Essa é a tarefa imensa que deve ser realizada pela nova doutrina que os
Espíritos vos revelaram.
Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime, e que cada um
dentre vós se despoje energicamente do homem velho. Entregai vos inteiramente à vulgarização
desse Espiritismo, que já deu início à vossa própria regeneração. É um dever fazer vossos irmãos
participarem dos raios dessa luz sagrada. À obra, portanto, meus caros filhos! Que nesta reunião
solene, todos os vossos corações se voltem para esse alvo grandioso, de preparar para as futuras
gerações um mundo em que felicidade não seja mais uma palavra vã.

VI – Os Tormentos Voluntários

FÉNELON
Lyon, 1860

23 – O homem está incessantemente à procura da felicidade, que lhe escapa a todo


instante, porque a felicidade sem mescla não existe na Terra. Entretanto, apesar das vicissitudes
que formam o inevitável cortejo desta vida, dele poderia pelo menos gozar de uma felicidade
relativa. Ma ele a procura nas coisas perecíveis, sujeitas às mesmas vicissitudes, ou seja, nos gozos
materiais, em vez de buscá-la nos gozos da alma, que constituem uma antecipação das
imperecíveis alegrias celestes. Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira
neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, coisa curiosa,
parece criar de propósito os tormentos, que só a ele cabia evitar.

Haverá maiores tormentos que os causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o
ciumento não existe repouso: sofrem ambos de uma febre incessante. As posses alheias lhes
causam insônias; os sucessos dos rivais lhes provocam vertigens; seu único interesse é o de
eclipsar os outros; toda a sua alegria consiste em provocar, nos insensatos como eles, a cólera do
ciúme. Pobres insensatos, com efeito, que não se lembram de que, talvez amanhã, tenham de
deixar todas as futilidades, cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles que se aplicam estas
palavras: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”, pois os seus cuidados não têm
compensação no céu.

Quantos tormentos, pelo contrário, consegue evitar aquele que sabe contentar-se com o
que possui, que vê sem inveja o que não lhe pertence, que não procura parecer mais do que é! Está
sempre rico, pois, se olha para baixo, em vez de olhar para cima de si mesmo, vê sempre os que
possuem menos do que ele. Está sempre calmo, porque não inventa necessidades absurdas, e a
calma em meio das tormentas da vida não será uma felicidade?
Livro dos espiritos

I – Felicidade e Infelicidade Relativas

920. O homem pode gozar na Terra uma felicidade completa?

— Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus
males e ser tão feliz, quanto se pode ser na Terra.

36
921. Concebe-se que o homem seja feliz na Terra quando a Humanidade estiver transformada,
mas, enquanto isso não se verifica, pode cada um gozar de uma felicidade relativa?

— O homem é, na maioria das vezes, o artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de
Deus, ele pode poupar-se a muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta
a sua existência num plano grosseiro.

Comentário de Kardec: O homem bem compenetrado do seu destino futuro não vê na existência
corpórea mais do que uma rápida passagem. É como uma parada momentânea numa hospedaria
precária. Ele se consola facilmente de alguns aborrecimentos passageiros, numa viagem que deve
conduzi-lo a uma situação tanto melhor quanto mais atenciosamente tenha feito os seus
preparativos para ela.

Somos punidos nesta vida pelas infrações que cometemos às leis da existência corpórea, pelos
próprios males decorrentes dessas infrações e pelos nossos próprios excessos Se remontarmos
pouco a pouco à origem do que chamamos infelicidades terrenas veremos a estas, na sua maioria,
como a conseqüência de um primeiro desvio do caminho certo. Em virtude desse desvio inicial,
entramos num mau caminho e de conseqüência em conseqüência, caímos afinal na desgraça.

922 A felicidade terrena é relativa à posição de cada um; o que e suficiente para a felicidade de
um faz a desgraça de outro. Há, entretanto, uma medida comum de felicidade para todos os
homens?

- Para a vida material, a posse do necessário; para a vida moral, a consciência pura e a fé no
futuro.

926. A civilização, criando novas necessidades, não é a fonte de novas aflições?

— Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para vós
mesmos. Aquele que sabe limitar os seus desejos e ver sem cobiça o que estafara das suas
possibilidades, poupa-se a muitos aborrecimentos nesta vida. O mais rico é aquele que tem menos
necessidades

Invejais os prazeres dos que vos parecem os felizes do mundo Mas sabeis, por acaso, o que
lhes está reservado? Se não gozam senão para si mesmos, são egoístas e terão de sofrera reverso.
Lamentai-os, antes de invejá-los! Deus, às vezes, permite que o mau prospere, mas essa felicidade
não é para se invejar, porque a pagará com lágrimas amargas. Se o justo é infeliz é porque passa
por uma prova que lhe será levada em conta, desde que a saiba suportar com coragem. Lembrai-
vos das palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”.

933. Se é o homem, em geral, o artífice dos seus sofrimentos materiais sê-lo-á também dos
sofrimentos morais?

— Mais ainda, pois os sofrimentos materiais são, às vezes, independentes da vontade,


enquanto o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as
paixões, enfim constituem torturas da alma.

Inveja e ciúme!, felizes os que não conhecem esses dois vermes vorazes. Com a inveja e o
ciúme, não há calma, não há repouso possível. Para aquele que sofre desses males, os objetos da
sua cobiça, do seu ódio e do seu despeito; se erguem diante dele como fantasmas que não o
deixam em paz e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre
contínua. É essa uma situação desejável? Não compreendeis que, com essas paixões, o homem cria
para si mesmo suplícios voluntários e que a Terra se transforma para ele num verdadeiro inferno?

Comentário de Kardec: Muitas expressões figuram energicamente os efeitos de algumas paixões.


Diz-se: está inchado de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, perder o apetite
por ciúmes etc. esse quadro nos dá bem a verdade. Às vezes, o ciúme nem tem objeto
determinado. Há pessoas que se mostram naturalmente ciumentas de todos os que se elevam, de
todos os que saem da vulgaridade, mesmo quando não tenham no caso nenhum interesse direto,
mas unicamente por não poderem atingir o mesmo plano. Tudo aquilo que parece acima do
horizonte comum as ofusca, e, se formassem a maioria da sociedade, tudo desejariam rebaixar ao
seu próprio nível. Temos nestes casos o ciúme aliado à mediocridade.
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O homem é infeliz ,geralmente, pela importância que liga às coisas deste mundo. A vaidade, a
ambição e a cupidez fracassadas o fazem infeliz. Se ele se elevar acima do circulo estreito da vida
material, se elevar o seu pensamento ao infinito, que é o seu destino, as vicissitudes da
Humanidade lhe parecerão mesquinhas e pueris, como as mágoas da criança que se aflige pela
perda de um brinquedo que representava a sua felicidade suprema.

Aquele que só encontra a felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz
quando não os pode satisfazer, enquanto o que não se interessa pelo supérfluo se sente feliz com
aquilo que para os outros constituiria infortúnio.

Referimo-nos aos homens civilizados porque o selvagem, tendo necessidades mais limitadas,
não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias; sua maneira de ver as coisas é muito
diferente. No estado de civilização, o homem pondera a sua infelicidade, a analisa, e por isso é
mais afetado por ela, mas pode também ponderar e analisar os seus meios de consolação. Esta
consolação ele a encontra no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no
Espiritismo, que lhe dá a certeza do futuro(1).

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