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Modelagem de

Sistemas Hídricos
Modelos computacionais para simulação de
sistemas hídricos complexos

Saiba quais são os principais


tipos de modelos para
simulação de corpos hídricos e
quando usar cada um deles.
Conteúdo

Introdução______________________________________ 3
Capítulo 1
O que é um Modelo?_____________________________ 4
Capítulo 2
Modelos de Escoamentos para Corpos Hídricos___ 8
Capítulo 3
Qual Modelo usar?_______________________________ 13
Capítulo 4
Equações de escoamento________________________ 22

Referências Bibliográficas_______________________ 23

http://goo.gl/IWNLxZ

2 Modelagem de Sistemas Hídricos


Introdução
O uso de modelos hidrológicos e hidrodinâmicos em projetos de
engenharia vem se tornando cada vez mais comum. Uma variedade de
programas estão disponíveis no mercado, muitos com versões grátis, o
que torna difícil a escolha do melhor modelo a ser usado em cada tipo
de projeto.

Para saber qual modelo usar em cada caso devemos conhecer as restrições de cada tipo.
Todo modelo é uma representação simplificada da realidade. Mesmo os modelos mais complexos
assumem hipóteses de trabalho simplificadoras para aproximação dos fenômenos físicos. A
necessidade de soluções numéricas, frequentes em geral, introduz outras simplificações.

Nesse contexto, é importante


destacar que a construção de um
determinado modelo matemático
tem seu processo condicionado
pelas necessidades do problema
em estudo, o que vai direcionar a
escolha de hipóteses aceitáveis,
dentro de uma certa faixa de
validade, que por sua vez, limita a
própria aplicação do modelo.

O presente E-book apresenta uma introdução aos tipos de modelos mais comuns para
projetos de drenagem (classificando esses tipos de acordo com suas simplificações físicas) e
ajuda a estabelecer uma serie de perguntas que devem ser feitas antes da escolha do processo
de modelagem a ser usado.

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Capítulo 1

O que é um Modelo?
Um modelo é, em essência, uma forma de representação da realidade. Tucci
(2005) diz que um modelo é a representação de algum objeto ou sistema, numa
linguagem ou forma de fácil acesso e uso, com objetivo de entendê-lo e buscar suas
respostas para diferentes entradas.
Tendo em vista a complexidade dos sistemas que compõem a natureza e as
limitações da percepção humana, todo modelo construído para simular um sistema
real é falho em representar a realidade por completo. Porém, mesmo com
limitações, os modelos são ferramentas importantes para a ciência e para a
engenharia.

Na área de recursos hídricos, em específico, a compreensão do fenômeno hidráulico é imprescindível, pois


permite uma avaliação de como ocorrem as trocas de água entre diferentes áreas, quais trechos de uma bacia
conduzem o fluxo e quais somente retêm a água, como o escoamento é distribuído em múltiplos canais, dentre
outras particularidades do escoamento. É justamente para compreender esses fenômenos de forma mais
sistêmica e poder selecionar e desenvolver projetos de engenharia adequados, bem como fazer previsões de
eventos excepcionais e suas consequências, que comumente usamos os modelos. No nosso caso,
principalmente os modelos matemáticos.

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Pense em uma música que você


gosta muito!
1.1 Classificação dos Modelos
O que aconteceu quando você pensou
na música? Provavelmente, você a
Apesar de trabalharmos quase sempre com modelos
escutou em sua mente. O que você fez
quando pensou na música foi elaborar matemáticos existem outros tipos de modelos. Entender quais os
um modelo mental dela. Quando tipos de modelo que existem e a função de cada um ajuda a
representamos uma música no papel, compreender o que é um modelo.
utilizamos uma linguagem musical para
Rosman (2001) apresenta uma classificação abrangente dos
obtermos um modelo escrito, a
partitura. Quando um músico lê a
tipos de modelos que simulam um sistema real (um rio, um estuário,
pauta e toca, escutamos a música etc.) que vão desde a primeira concepção mental do sistema (modelo
realmente. Na modelagem matemática conceptual) conforme observamos abaixo:
de escoamentos, seguimos o mesmo
caminho, em uma ordem diferente.
Temos o rio ou canal que queremos
modelar, o observamos para criar um
modelo mental do sistema e, depois,
escrevemos esse modelo através de
uma série de equações matemáticas,
que podem ser resolvidas “na mão”,
quando simplificadas, ou através da
ajuda de programas computacionais.

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Modelo conceptual
A modelagem conceptual corresponde a formar
na mente a concepção do fenômeno observado,
conhecer suas causas e efeitos, compreender as
interações e relevâncias dos agentes intervenientes
do fenômeno estudado.

Modelo físico
São modelos que reproduzem, em escala
reduzida, modelos conceptuais de sistemas ou
fenômenos de interesse, chamados de protótipos.

Modelo analítico
Os modelos analíticos consistem na
resolução direta dos modelos matemáticos. As
equações diferenciais que regem o escoamento
em rios e canais só proporcionam soluções gerais
para situações bastante simplificadas e
idealizadas. 6
Na prática, há pouquíssimos casos de modelos matemáticos traduzíveis em modelos analíticos
aplicáveis; entretanto, nesses casos, os modelos analíticos são incrivelmente poderosos, pois permitem
cálculos diretos em qualquer posição e instante do domínio espaço-tempo representado no modelo.

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Modelo matemático
A modelagem matemática consiste na tradução
para a linguagem matemática do modelo conceptual
do fenômeno de interesse. Os modelos matemáticos
de um fenômeno ou sistema podem ter diferentes
arranjos incluindo um número maior ou menor de
causas ou efeitos.
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Quanto melhor e mais complexa é a modelagem conceptual e matemática de um fenômeno, mais difícil é
a resolução do modelo matemático criado. Dado essa dificuldade de resolver modelos matemáticos mais
complexos, a possibilidade de resolvê-los apresenta quatro rotas possíveis, levando respectivamente aos
modelos físicos, numéricos, analíticos e analógicos.

Modelos analógicos Modelo numérico


Os modelos analógicos de fato só são usados Os modelos numéricos são traduções dos
em situações muito peculiares e em geral de cunho modelos matemáticos adaptados para diferentes
mais acadêmico do que prático. Um exemplo clássico métodos de cálculo, por exemplo, diferenças finitas,
é a analogia entre correntes elétricas e o fluxo das volumes finitos e elementos finitos, além de modelos
correntes hidráulicas. estocásticos.
Praticamente qualquer modelo matemático
pode ser resolvido através de um modelo numérico,
e, em geral, há relativamente pouca perda de
informação na tradução de um para o outro.

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Capítulo 2

Modelos de Escoamentos
para Corpos Hídricos
A importância dos modelos na área de recursos hídricos passa pelo auxílio na
elaboração de projetos e/ou intervenções em corpos d'água e abrange a previsão do
comportamento de sistemas hídricos naturais.

2.1 Para que servem os modelos de escoamento?


Em um contexto focado na modelagem de escoamento de rios, Cunge et al. (1980) citam os três principais
objetivos de um modelo matemático de escoamento:

Entender o fenômeno Estudar e projetar intervenções


hidráulico do escoamento. hidráulicas em um rio.
Nesse caso, o objetivo principal é Para avaliar o bom funcionamento de
entender como a água escoa por um projeto a ser implantado em um
diferentes áreas sobre a bacia rio é necessário não somente um
hidrográfica, como se distribui em bom dimensionamento do projeto em
múltiplos canais, onde apresenta si, mas também avaliar a influência
maiores velocidades e onde tende do projeto no escoamento do rio,
a se acumular, etc. considerando este como um sistema
de escoamento dinâmico.
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Prever eventos naturais


extremos e suas consequências.
Para esse objetivo, é necessário o
auxilio de algum tipo de modelagem,
pois esses eventos, muitas vezes,
nunca foram observados e medidos.
Com um modelo inicialmente
calibrado para simular um evento
observado, é possível simular a
ocorrência de outros eventos.
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Os modelos de escoamento podem ser usados para
elaborar uma série de projetos, tais como:

• Mapeamento de planície de inundação


• Planejamento e projeto de infraestrutura
• Dimensionamento e operação de sistemas de drenagem
• Planos de evacuação
• Mitigação de inundações urbanas
• Avaliação de alternativas de reposição

2.2 Tipos de Modelos


As várias aplicações de modelos em recursos hídricos geraram uma gama variada de abordagens de
modelagem e de modelos para a simulação de escoamentos em canais e em sistemas de drenagem.

Principais modelos utilizados


 Modelos Hidrológicos
 Modelos 1D
 Modelos Hidrodinâmicos Quasi-2D
 Modelos Hidrodinâmicos 2D
 Modelos Hidrodinâmicos 1D/2D
 Modelos Hidrodinâmicos 3D

Modelos Hidrológicos

Modelos hidrológicos são procedimentos de


modelagem utilizados para simular parte do ciclo
hidrológico entre a precipitação e a vazão, podendo
Chuva de
simular efeitos de armazenamento em calha.
projeto

Características Tipologias de
fisiográficas da uso e cobertura
bacia do solo da bacia

t
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Modelos Unidimensionais – 1D

Esses modelos usam as equações de Saint-


Venant, completas ou simplificadas, para realizar
uma simulação através do tempo e do espaço.
São modelos adequados para o fluxo de longo
alcance e longos períodos de tempo, onde os vetores
velocidade podem ser assumidos como
aproximadamente paralelos à direção do fluxo. Por
isso são modelos adequados para simular rios, onde
o escoamento é praticamente em uma única direção.
Podemos subdividir os modelos 1D em
modelos com escoamento permanente, quando
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consideramos que a vazão do rio modelado não varia
no tempo e modelos hidrodinâmicos, quando
consideramos a variação da vazão do rio modelado. Modelos hidrodinâmicos

São modelos com escoamento 1D transitório


Modelos gradualmente variados em (não permanente) e gradualmente variados. Esses
regime permanente modelos usam as equações de Saint-Venant, de
continuidade e dinâmica, para realizar uma simulação
através do tempo e espaço. São modelos adequados
São os mais comumente utilizados para
para o fluxo de longo alcance e longos períodos de
estudos de mapas de risco de inundação. São
tempo onde os vetores velocidade podem ser
normalmente executados com as vazões de pico do
assumidos como aproximadamente paralelos à
evento de tempestade de projeto, reproduzindo
direção do fluxo.
remansos para essa condição (Barnard et al.,2007).
Os modelos hidrodinâmicos podem ser
Estes modelos assumem que:
subdivididos em modelos simplificados, quando
 a vazão de pico não é afetada pela armazenagem
desprezam termos das equações de Saint-Venant e
na calha do rio, ou que o armazenamento foi
completos, quando usam as equações completas de
considerado em um estudo separado usando um
Saint-Venant. Existem basicamente dois tipos de
modelo hidrológico, e
modelos simplificados:
 a vazão máxima ocorre ao mesmo tempo em que
 Modelos de Analogia à Difusão: São modelos que
o nível máximo.
desprezam os termos de inércia da equação
dinâmica (ver Capítulo 4).
 Modelos de Onda Cinemática: São modelos que
desprezam os termos de inércia e de pressão da
equação dinâmica (ver Capítulo 4).

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Modelos Hidrodinâmicos Quasi-2D

Modelos Quasi-2D são modelos híbridos. Eles


representam canais e células de inundação que
trocam água entre si por uma rede no plano
horizontal (Cunge et al., 1980), onde os caminhos do
fluxo são predefinidos. Ou seja, são modelos que
permitem ver o escoamento sobre uma superfície por
As leis de escoamento definidas entre as
meio da representação deste com o uso de equações
células são unidimensionais. Entretanto, o sistema,
1D.
como um todo, pode simular um escoamento
Assim, funcionam bem não só enquanto o
bidimensional. Nestes modelos Quasi-2D, a divisão
escoamento está dentro da calha do rio, mas também
da planície de inundação em células não é arbitrária,
reproduzem o escoamento em várias direções,
mas baseiam-se em limites naturais, como estradas
quando o rio transborda para as planícies marginais.
elevadas, diques, margens, etc., que são capazes, de
Para se modelar uma região em um modelo
fato, de gerar particularidades locais nos
Quasi-2D a planície de inundação é dividida em
escoamentos.
células, que são compartimentos que representam o
O escoamento pelas planícies se dá sempre
espaço sobre a área de modelação de forma
por células ligadas em uma rede em “loop”, já que,
integrada. Em cada uma dessas células a superfície
por definição o escoamento pode circular pelas
da água é considerada horizontal e essas células se
células em qualquer sentido.
comunicam entre si por leis hidráulicas
unidimensionais clássicas (Cunge et al., 1980).

Cunge et al., 1980

Fonte: CUNGE et al. (1980)

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Modelos Hidrodinâmicos 1D/2D Modelos Hidrodiâmicos 2D

Modelos mistos 1D/2D usam equações 1D para Em modelos 2D de escoamento transitório (não
o cálculo do escoamento em tubos, canaletas, permanente) e gradualmente variados, as equações
bueiros e outras geometrias definidas e cálculo 2D de Navier-Stokes são resolvidas nas dimensões X e
onde o fluxo é verdadeiramente bidimensional. Y para uma profundidade h promediada. Esses
modelos têm sido utilizados para modelagem
Determinadas situações físicas, tipicamente
hidráulica fluvial e costeira, e, mais recentemente,
bidimensionais, não são necessariamente
tornou-se uma opção para a modelagem de
modeladas de forma adequada por modelos 2D,
inundações.
quando, de fato, a topografia acaba por desenvolver
um papel importante, segregando áreas de
escoamento e impedindo a formação de uma Modelos 2D tendem a
superfície única de escoamento (Miguez, 2001). ser mais precisos e podem
produzir resultados que são
mais prontamente aceitos e
compreendidos pelas partes
interessadas (Barnard et
al., 2007).

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Entretanto modelos 2D exigem a estimativa de
um número considerável de parâmetros, que,
quando não são bem conhecidos geram uma
grande imprecisão no modelo. Recomenda-se o uso
Representação de um modelo fluvial 1D acoplado com de um modelo mais simples em casos de escassez
um modelo 2D de planícies. (Gilles et al, 2012) de informações sobre esses parâmetros (Leopardi

A grande vantagem dessa abordagem é et al., 2002).

permitir a economia de tempo de modelagem e de


processamento nas regiões onde o fluxo é Modelos Hidrodinâmicos 3D
praticamente unidimensional.
Para isso, essas regiões são modeladas com
Modelos 3D que resolvem as três dimensões
equações unidimensionais (1D) mais simples e
do espaço das equações de Navier-Stokes, são
rápidas que as equações bidimensionais (2D), que
modelos complexos e geralmente usados apenas em
são aplicadas somente onde o escoamento tem
águas profundas. Rosman (2001) sugere o uso de
características predominantemente bidimensionais.
modelos 3D apenas em escoamentos sensíveis a
baroclinicidade.

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Capítulo 3

Qual Modelo usar?


A primeira pergunta a ser feita quando começamos um projeto de drenagem
que envolve modelagem é: qual modelo devemos usar?
Se o objetivo do seu projeto for determinar uma vazão tendo como base uma chuva medida ou uma chuva
de projeto, sem levar em conta características hidráulicas do escoamento, como remanso, por exemplo, você
não tem muito que pensar, vai usar um modelo hidrológico. Mas se seu projeto busca uma característica
hidráulica do escoamento, como nível d`água ou vazão sob influência de remanso, você terá que optar entre um
dos diversos tipos de modelos hidráulicos existentes. Esse capitulo apresentará algumas questões a serem
pensadas antes de respondermos essa pergunta.

3.1 Escolha do Processo de Modelagem


O US Army Corps Engineers (1993) definiu uma serie de fatores para a escolha do hidráulico a ser
adotado em um projeto. Os cinco principais fatores a serem levados em conta são:

1. O objetivo principal do estudo 2. O nível de detalhamento necessário

O processo de modelagem escolhido deve O nível de detalhamento do estudo se relaciona


refletir as exigências e objetivos do estudo. A escolha profundamente com o tipo de modelagem que deve
do tipo do processo de modelagem necessário para ser usado no mesmo. Estudos mais abrangentes e
atender os objetivos do estudo pode não ser evidente com um menor grau de detalhamento, como um
enquanto o modelador não possuir experiência nos estudo de viabilidade, aceitam modelos mais
problemas e/ou fenômenos a serem modelados e ter simplificados. Estudos mais detalhados requerem
uma visão geral das possíveis soluções a serem modelos mais precisos, logo não muito simplificados.
implantadas.

3. Como se pode classificar o escoamento estudado

A classificação do tipo de escoamento estudado tem uma grande importância para o tipo de modelo a ser
aplicado. Para o estudo de um rio no período de estiagem, quando às vezes o escoamento pode ser classificado
como permanente, um modelo de escoamento permanente pode ser suficiente, enquanto o estudo da passagem
de uma onda de cheia, um escoamento não permanente, geralmente requer um modelo hidrodinâmico.

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4. A disponibilidade dos dados necessários

A quantidade e o tipo dos dados disponíveis também desempenham um papel importante na seleção do
modelo. Modelos de escoamento permanente podem ser calibrados apenas com marcas dos níveis d’água
máximos, enquanto modelos hidrodinâmicos e modelos Quasi-2D algumas vezes exigem os dados de um
hidrograma inteiro para a calibração, além de mais experiência do modelador.
A necessidade de modelos mais complexos muitas vezes ocorre em situações em que falta dados para a
calibração destes. Embora o nível de confiabilidade possa sofrer com a pouca ou nenhuma calibragem, um
modelador experiente e com um conhecimento profundo da física do fenômeno de interesse é capaz de avaliar
as mudanças e/ou diferenças entre os cenários estudados com o modelo, mesmo sem uma precisão absoluta
dos resultados. Se essa precisão é fundamental no estudo, é necessário organizar um processo de coleta de
dados paralelo ao processo de modelagem.
Outra consideração importante é a precisão dos dados disponíveis, que influencia diretamente na precisão
da modelagem. Segundo o US Army Corps Engineers (1993) a melhor prova da precisão dos resultados
encontrados é a habilidade e experiência do engenheiro hidráulico (ou seja, o modelador) em realizar a análise.

5. A disponibilidade de tempo e recursos disponíveis para o projeto

Processos de modelagem mais complexos geralmente apresentam resultados mais precisos, mas
necessitam de mais tempo e geralmente também mais dinheiro para serem elaborados. Assim a escolha do
processo de modelagem deve considerar o tempo e recursos disponíveis para o estudo.

3.2 Do Mais Simples ao mais Complicado


Passo a passo vamos ver quando podemos usar os modelos mais simples e quando vamos começar a
precisar de mais complexos.
Primeiro verificamos se é possível usar um modelo 1D ou um modelo com escoamento em mais de uma
direção.
Se for necessário usar um modelo com escoamento em mais de uma direção poderá se escolher entre um
modelo Quasi-2D ou um modelo 2D, cada um tem a sua vocação e suas premissas.
Se puder usar um modelo 1D será necessário escolher entre um modelo de escoamento permanente ou
um modelo hidrodinâmico. Por fim se for preciso usar um modelo 1D hidrodinâmico é preciso analisar se é
necessário o uso de um modelo completo ou simplificado.

https://goo.gl/0lV6Ue

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Modelos de Escoamento Permanente ou Modelos Hidrodinâmicos?

Uma abordagem tradicional para cálculo de


perfis de superfície d’água máximos é a aplicação
Condições existentes para indicação de uso
modelos hidrológicos para determinar a vazão
de modelos hidrodinâmicos
máxima de um rio, para um determinado evento, e a
partir dessa vazão máxima o uso de um modelo de  Mudanças rápidas na vazão ou elevação do
escoamento permanente para gerar os perfis de nível d’água
superfície da água máximos. Esse método é uma  Um sistema complexo onde a vazão deixa o
simplificação do escoamento real que geralmente é canal principal e em seguida, retorna em locais
não permanente. a jusante ou em um sistema de escoamento
No quadro ao lado são apresentadas as anelado
condições quando não pode ser utilizada a análise  A relação vazão profundidade não é facilmente
de fluxo permanente, ou seja, quando deverá ser representada
adotado um modelo hidrodinâmico.  Previsão de inundações de grandes rios
O US Army Corps Engineers (1993) recomenda  Sempre que ocorrer análise de remanso para
que um modelo de escoamento hidrodinâmico deve um afluente
(Barnard et al., 2007)
ser usado no lugar de um modelo com escoamento
permanente quando:
 Mudanças rápidas ocorrem na vazão. Se a vazão muda rapidamente, os termos de aceleração inercial na
equação dinâmica podem se tornar importantes. Um bom exemplo é a modelagem de ruptura de barragem.
Independentemente da declividade da calha, a análise hidrodinâmica deve ser utilizada para todos os
hidrogramas com variações bruscas.
 Rios e canais que têm declividade pequena:
• Um modelo hidrodinâmico deve ser utilizado para todos os córregos onde a declividade for inferior a
0,00038 m/m. Para esses casos a vazão de pico não ocorre simultaneamente com o nível máximo do
escoamento. Além disso o armazenamento em calha pode ser bastante significativo nesses casos,
dificultando a determinação dos níveis d'água máximos.
• Nas calhas com declividade entre 0,00038 e 0,00095 m/m, a escolha do modelo depende dos
objetivos do estudo, sendo que a entrada de um tributário importante ou a existência de remanso na
condição de contorno de jusante pode exigir a utilização de um modelo hidrodinâmico.
• Para calhas com declividade superior a 0,00095 m/m, a análise de fluxo permanente é geralmente
suficiente.
 Redes onde o escoamento é dividido. Para redes de escoamento, quando o escoamento se divide em
duas calhas e se reencontra, o uso de modelos hidrodinâmicos deve ser sempre considerado para os
escoamentos subcríticos.

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Modelos com escoamento 1D ou modelos com escoamento em mais de
uma direção ?

Modelos 1D são modelos com escoamento


confinado em uma calha, com uma direção
preferencial, modelados com as equações de Saint-
Venant. Modelos com escoamento em mais de uma
direção, que podem ser modelos Quasi-2D ou
modelos 2D, não tem uma direção preferencial de
escoamento (Cunge, 1980).
Sempre que o nível d’água extravasa a calha
Vista esquemática de um vale recebendo água de um canal, no
principal do rio e passa ocupar as planícies de momento de passagem de uma onda de cheia.
inundação, passando a escoar segundo a topografia
local, os modelos que permitem o escoamento em
apenas uma direção passam a ser ineficientes para
representar o escoamento. A partir dessa ideia,
podemos concluir que projetos de engenharia que A-A’
tem como objetivo admitir a vazão de projeto dentro
Elevação do escoamento em um canal e perda água para a
de uma calha projetada, não precisam de modelos
planície de inundação.
em mais de uma direção e, dependendo dos
requisitos de projeto, podem até usar modelos mais
simples.
Cunge (1980), porém, ressalta a restrição
fundamental de um modelo 1D, que é simular uma A-A’
onda de cheia que extravasa para as planícies
marginais. Quando a onda de cheia passa pela calha, Água da planície retornando a calha do rio.
ocorre a perda de água do canal principal para a
planície de inundação, conforme observado nos
esquemas do quadro ao lado, que apresentam uma
imagem do vale com a calha perdendo água para a
planície durante uma cheia e um corte desse vale
recebendo a água do rio. Após a passagem da onda
de cheia a água do vale retorna à calha principal do
rio, como observado no esquema ao lado.
Em um modelo 1D, esse processo não é
observado, já que o modelo não enxerga a perda de Vista esquemática da onda de cheia em um modelo 1D.
água para a planície e considera os níveis d’água
horizontais, como visto na última imagem do quadro. Adaptado de Cunge, 1980.

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Parte da água que extravasa para a planície Nesse exemplo, um modelo 1D vai representar
pode não retornar ao rio durante o evento de cheia apenas a elevação do nível d’água e, a partir dessa
simulado, ou mesmo escoar para outra bacia elevação, o nível d’água é extrapolado para as
hidrográfica. planícies, representando uma mancha de inundação
Esse problema é facilmente percebido em parecida com a imagem “B” abaixo.
bacias urbanas, onde, uma vez fora da calha, a água A abordagem unidimensional clássica não é
passa a escoar pelas ruas em caminhos capaz de representar os escoamentos em diversas
extremamente particulares, definidos pela topografia direções, conforme ilustrado nas imagens “C” e “D”.
e pelo desenho urbano. Um modelo com escoamento Quasi-2D pode
A sequencia de imagens abaixo reproduz bem representar as características do ambiente urbano e
o comportamento que uma cheia em ambiente as particularidades dos caminhos de escoamento de
urbano pode adotar. maneira extremamente precisa.
Área mais baixa

A B

C D

Paisagem urbana sob enchentes. Adaptado de Miguez, 2001.

Modelagem de Sistemas Hídricos 17


Uma discussão interessante sobre o uso de modelos unidimensionais é apresentada por Charteris (2001),
que cita algumas desvantagens e considerações da modelagem em uma única dimensão, conforme
apresentado a seguir:
 Predefinição do Caminho do Escoamento: O arranjo de um modelo 1D é tipicamente desenhado com
redes e canais representando os possíveis caminhos do escoamento, nos quais são definidos as possíveis
seções transversais que determinam as características da calha. Assim em um modelo 1D, o modelador deve
representar todos os possíveis caminhos do escoamento com a devida precisão. Se um possível caminho do
escoamento é omitido ou inadequadamente definido, o nível d'água calculado pelo modelo pode estar
incorreto porque muita água foi forçada a escoar dentro de uma calha em vez de extravasar para outro
caminho.

 Declividade Transversal da Linha d’Água: Em um modelo 1D, o somatório da quantidade de movimento é


realizado em apenas uma direção, ao longo da calha. Por definição, não é calculada a conservação de
movimento na curva do rio, uma vez que em um modelo 1D a velocidade é representada como sendo a
velocidade média na seção transversal de escoamento. Outras perdas "de carga" são normalmente aplicadas
para contabilizar as perdas de carga na curva, mas a superfície da água em toda a seção é assumida
constante. Isso pode levar a problemas quando a inclinação transversal da água é relativamente grande, e os
níveis de água na parte externa da curva são significativamente maiores do que no interior.

 Padrões de escoamento 2D complexos: Modelos Quasi-2D podem ser satisfatoriamente bem sucedidos
utilizando uma rede de ligações 1D, no entanto, em algumas situações 2D é complexa a predefinição dos
caminhos do escoamento e a dificuldade inerente em representar a velocidade do escoamento como uma
velocidade média na seção transversal pode limitar severamente a aplicação de modelos 1D.

 Lâminas d'água muito amplas na várzea: Se a várzea é ampla e plana, um modelo 1D, ou Quasi-2D, irá
distribuir a água por toda a largura da seção transversal instantaneamente, porque o modelo 1D assume que
o nível da água é constante em toda a seção. No caso de um modelo Quasi-2D a água vai ser distribuída
instantaneamente por toda a célula. O efeito das características de resistência ao fluxo (por exemplo, o
coeficiente de Manning) sobre esta lamina d’água será completamente diferente da situação real, onde a
água da enchente se propaga através de diferentes rumos na várzea.

 Cálculos de Segurança e Risco: Muitas vezes o administrador de várzea está interessado em


considerações sobre segurança/risco de regiões de interesse onde a necessidade de identificação da
profundidade e/ou velocidade do escoamento da água é necessária para fornecer subsídios para a avaliação
de, digamos, rotas de evacuação. A seção transversal média de fluxo e a velocidade de um modelo 1D são
utilizadas no cálculo desses riscos. A velocidade média na seção transversal, calculada como o fluxo dividido
pela área transversal, poderá subestimar ou superestimar as velocidades em diferentes regiões do
escoamento.

 Mapas de Inundação – O mapeamento da extensão e profundidade de manchas de inundação derivado de


modelos 1D, requer interpretação extensiva pelo modelador.

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Modelos de Escoamento Hidrodinâmico Simplificados ou Completos?

É importante saber diferenciar modelos Nos casos em que as características da calha


hidrodinâmicos simplificados de completos, para fluvial e do evento de cheia não permitam omitir
saber quando existe a necessidade de aplicação de nenhum termo da equação dinâmica, torna-se
um modelo completo e quando pode ser utilizado um necessária a solução do sistema completo das
modelo simplificado, uma vez que esses modelos equações de Saint-Venant e o modelo
apresentam vantagens inegáveis de rapidez de correspondente é chamado de modelo hidrodinâmico
resposta e facilidade de utilização. completo (Silva et al., 2007).
Uma boa ideia básica da importância de cada De uma maneira geral os modelos simplificados
termo da equação dinâmica é saber o peso de cada não produzem resultados tão precisos quanto os
um desses termos. Para desprezar um termo da modelos completos. Apenas em situações
equação dinâmica é importante saber a sua especificas, em que a importância de algum termo da
relevância e o erro introduzido ao desprezá-lo. equação dinâmica é desprezível, os modelos
simplificados podem fornecer bons resultados.
Como dito anteriormente existem basicamente
dois tipos de modelos simplificados, os que
desprezam os termos de inércia da equação
dinâmica, chamados modelos de analogia à difusão,
Ordem de grandeza dos termos da equação e os que desprezam os termos de inércia e de
dinâmica para escoamentos em rios, em galerias pressão da equação dinâmica, chamados modelos
de drenagem ou superficiais. (Gunaratnam et de onda cinemática.
al.,1970 apud Silva et al.,1981)

1 v v v h S0
. g Sf
g t g x x

Rios 0,06 0,126-0,26 0,6 26 26,60

Galerias Pluvias 4,60 4,60 6,60 162 160 Valores encontrados por Silva et al.
(1981), baseados em observações de alguns
Escoamento Superficial 1,64 1,64 1,64 212 212
rios brasileiros.

1 v v v h S0
Rio . g Sf
g t g x x

Capibaribe
0,02 0 0,06 1,60 2,34
(Limoeiro - Paudalho)
Paraiba do Sul
0 0 0,03 6,67 6,70
(Caçapava - Tremembé)
Paraiba do Sul
0 0 0,02 0,21 0,26
(Resende - Floriano)
Uruguai
0 0 0,06 0,72 0,66
(Marcelino Ramos - Ita)

Modelagem de Sistemas Hídricos 19


Modelo de Analogia a Difusão

Usar um modelo de analogia à difusão, ou seja,  Critério para modelo de analogia à difusão
desprezar os termos de inércia da equação dinâmica, Ponce et al. (1978) apresenta um critério de
significa considerar o escoamento uniforme, mas validade para o modelo de analogia à difusão a partir
admitir a influência do termo de pressão no de uma solução linearizada das equações. Por esse
escoamento. Isso permite admitir que possam ocorrer critério o uso de um modelo de analogia à difusão é
duas vazões diferentes para um mesmo nível d’água. válido quando:
Se um rio a ser modelado tem uma declividade
acentuada e seu fluxo é principalmente influenciado g
TS0  30
pela rugosidade do leito, é aceitável desprezar os h0
termos de inércia da equação dinâmica (Cunge,
1980). Onde:
O modelo de analogia à difusão pode ser usado T - é o período da onda de cheia a ser modelada;
S0 - é a declividade do canal;
em rios que sofrem efeitos de jusante e a velocidade
h0 - é a profundidade para escoamento uniforme.
não tem gradientes significativos (Tucci, 2005).

Modelo de Onda Cinemática

Usar um modelo de onda cinemática, ou seja, desprezar os termos de inércia e de pressão da equação
dinâmica significa considerar que os efeitos dinâmicos das variações de níveis d’água e de velocidades de
corrente são desprezíveis no tempo e no espaço. Assim, o escoamento se aproxima, para efeitos dinâmicos, de
um escoamento uniforme (Silva et al., 2007). Ao desconsiderar os termos de pressão e inércia o modelo
apresenta algumas simplificações que restringem sua aplicabilidade. Pois, este tipo de modelo apenas
considera os efeitos de montante, não podendo ser aplicado em regiões com influencia de jusante, como por
exemplo, em rios que desembocam no oceano. Além disso, nestes modelos o abatimento de pico ocorre
somente pelo efeito de armazenamento, sendo desprezados os efeitos dinâmicos (Tucci, 2005).
O modelo de onda cinemática pode ser adotado para trechos longos de rios, quando os efeitos das
irregularidades do leito no termo de pressão são bastante reduzidos (Silva et al., 2007).

 Critério para modelo de Onda Cinemática I  Critério para modelo de Onda Cinemática II
Ponce et al. (1978) apresenta um critério de Outro critério para o uso de um modelo de
validade para o modelo de onda cinemática a onda cinemática é apresentado por Woolhiser et
partir de uma solução linearizada das equações. al. (1967), utilizando formas adimensionais das
Por esse critério o uso de um modelo de onda equações da onda. Por esse critério o uso de um
cinemática é valido quando: modelo de onda cinemática é valido quando:
Onde: Onde:
T - é o período da onda de L0 - é o período da onda de
cheia a ser modelada; S0 L0 cheia a ser modelada;
g  20
FroTS0  171 S0 - é a declividade do canal;
Fro 2 h0
S0 - é a declividade do canal;
h0 h0 - é a profundidade para h0 - é a profundidade para
escoamento uniforme; escoamento uniforme;
Fro - é o número de Froude. Fro - é o número de Froude.

Modelagem de Sistemas Hídricos 20


Modelos Quasi-2D ou Modelos 2D?

Como ressaltado anteriormente, nem todas as Mais recentemente temos o exemplo de Syme
situações que necessitam de um modelo que (2004) que aplica diferentes processos de
represente o escoamento em duas dimensões modelagem para simular o risco de inundação em
precisam realmente da solução das equações de diferentes trechos do rio Tamisa em Londres e
escoamento no plano XY. Geralmente é possível encontra um resultado compatível entre a
fazer uma boa representação da realidade, utilizando modelagem 2D e a modelagem Quasi-2D. Huang
as equações do escoamento em uma direção e (2007) utiliza um modelo Quasi-2D para representar
representando o escoamento bidimensional através o rompimento de um dique no rio Elbe, na Alemanha.
de uma série de ligações em rede, que são os Lindenschmidt (2008) usa com sucesso um modelo
modelos Quasi-2D. Em alguns casos a Quasi-2D para representar a dinâmica da cheia nas
representação de uma região através de um modelo planícies inundação do rio Saale, na Alemanha, em
Quasi-2D é mais compatível com a realidade física um estudo de transporte de sedimentos.
do que a representação em um modelo 2D. Isso No Brasil, Miguez (1994) usa um modelo
ocorre devido à facilidade de representar a topografia Quasi-2D, o Modelo de Células de Escoamento
nos modelos Quasi-2D, onde estradas cortando (ModCel), para representar com sucesso o
planícies ou muretas nas margens de rios são alagamento das grandes planícies do Pantanal Mato-
representadas como vertedouros e cada quarteirão é Grossense. Posteriormente, o Modelo de Células de
representado como uma célula. Escoamento é adaptado para uma bacia urbana, e
A utilização de modelos Quasi-2D vem sido usado com êxito o na bacia do Canal do Mangue, no
aplicada com êxito em estudos e projetos de Rio de Janeiro (Miguez, 2001). O mesmo modelo
engenharia. Cunge (1980) aplica a metodologia de Quasi-2D é usado com sucesso em outras
um modelo Quasi-2D com sucesso no delta do rio aplicações.
Mekong.

Modelagem de Sistemas Hídricos 21


Capítulo 4

Equações de escoamento 1D
Equações de Saint Venant
As equações de Saint Venant podem ser expressas da seguinte maneira:

Q A Onde
  ql Q – Vazão
x t x – distancia da seção transversal
A – área da seção transversal
t – tempo
ql – contribuição lateral por unidade de largura
Q (Q² / A) h
 g. A  g. A.  S0  S f 
h – altura da seção transversal
 S0 – declividade do fundo
t x x Sf – declividade da linha de energia devido à resistência
g – aceleração da gravidade

Cada termo equação tem um significado físico que definimos da seguinte maneira:

Contribuição da inércia Contribuição da pressão Contribuição da gravidade e


da força de atrito
h
Q (Q² / A)
 g. A g. A.  S0  S f 
t x x

A declividade de fricção pode ser obtida por aproximação da equação de Manning:


Onde
Q .Q. 2 – Coeficiente de Manning;
Sf  – Vazão;
R 4 / 3 . A2 – Raio Hidráulico;
– Área da seção transversal.

Equações de Saint Venant em modelos de Regime Permanente


Para representar as equações de Saint Venant em regime permanente basta desprezar as derivadas
parciais em relação ao tempo das equações de Saint-Venant, assim, as equações de continuidade e dinâmica
são reescritas da seguinte forma:

v y Q
B  v  ql  ql
x x x
Reagrupando
v h   v2 
v.  g  g .  S0  S f     S0  S f
x  2 g
h
x x 
Modelagem de Sistemas Hídricos 22
Referências Bibliográficas
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Modelagem de Sistemas Hídricos 23
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Modelagem de Sistemas Hídricos 24


Este livro digital foi elaborado com base nas
dissertação de Mestrado do Engenheiro Civil
Matheus Martins de Sousa, defendida no dia 31 de
Março de 2010, no Programa de Engenharia Civil
do Instituto Alberto Luiza Coimbra de Pós-
graduação e Pesquisa em Engenharia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro –
PEC/COPPE/UFRJ.

A pesquisa, intitulada “Comparação entre


Ferramentas de Modelagem Unidimensional e
Quasi-Bidimensional, Permanente e Não-
Permanente, em Planejamento e Projetos de
Engenharia Hidráulica”, teve como objetivo
comparar abordagens distintas para modelar o
escoamento em rios, destacando a vocação de
cada abordagem e suas limitações como
ferramentas em planejamento da ocupação do solo
e projetos de obras hidráulicas.

Essas abordagens incluem: o escoamento


permanente, variado, unidimensional; o
escoamento não permanente unidimensional; e o
escoamento não permanente quasibidimensional.
Para ler o trabalho completo, acesse aqui!

“Todos os modelos são errados, na


mão de poucos, alguns são úteis.”
Paulo Cesar Colonna Rosman

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