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ENGENHARIA MECÂNICA

GETÚLIO SILVA TORRES

ENSAIOS MECÂNICOS

Ensaio de tração - Relatório

BEZERROS

2021
GETÚLIO SILVA TORRES

ENSAIOS MECÂNICOS

Ensaio de tração - Relatório

Relatório requisitado na disciplina de


Ensaios Mecânicos no curso de graduação
em Engenharia Mecânica do Instituto
Federal de Pernambuco Campus Caruaru.

Professor: Dr. Niédson José da Silva

BEZERROS

2021
Resumo

O objetivo deste trabalho é relatar os procedimentos da realização de um ensaio


mecânico, mais especificamente um ensaio de tração. Ensaio este que teve o objetivo
de coletar dados sobre as propriedades do material de composição desconhecida
para testar os conhecimentos de nós alunos no que se diz respeito às propriedades
desse material. E por fim, determinar uma possível composição química que
corresponde às propriedades obtidas no ensaio. Nesse ensaio, aplicamos no corpo
de prova uma carga axial suficiente para que este se deforme, alongue-se e se rompa.
O corpo de prova foi fabricado de acordo com a norma ABNT-NBR 6152 e as
propriedades mecânicas observadas foram: resistência a tração, limite de
escoamento, limite de resistência a tração e etc.

Palavras-chave: Ensaios Mecânicos; Tensão Axial; Ensaio de Tração; Propriedades


dos materiais; ABNT-NBR 6152

1. Introdução:

Uma importante propriedade dos materiais a ser observada para a construção de


um projeto de engenharia, é a resistência a tração. O Ensaio de Tração serve para
aferir essa resistência a tração, além de outras propriedades básicas do material,
como Limite de Escoamento, Limite de Resistência a Tração, Resiliência, Tenacidade
e etc. Esses dados são observados no gráfico Tensão x Deformação.

O Limite de Escoamento é o ponto na curva de Resistência a Tração que a divide


em Regime Elástico e Regime Plástico. No Regime Elástico a Resistência a Tração
do material se comporta como prevê a lei de Hook; qualquer deformação que o
material sofrer dentro desse regime, voltará ao seu estado inicial quando a Força Axial
for removida. Já no Regime Plástico, a Resistência a Tração não se comporta como
prevê a lei de Hook; nesse regime, qualquer deformação que o material sofra, será
permanente. Existe uma certa incerteza sobre onde está a localização exata Limite de
Escoamento no gráfico Tensão x Deformação, mas sabemos que o Regime Elástico
é onde o gráfico é uma reta, e o Regime Plástico é onde o gráfico se mostra como
várias curvas. Vale lembrar que na Engenharia Mecânica, nós desejamos que as
tensões aplicadas aos componentes dos nossos projetos não sejam suficientes para
atingir o Limite de Escoamento. Esse problema pode ser facilmente resolvido
utilizando um Coeficiente de Segurança.

O Limite de Resistência a Tração pode ser encontrado ao observarmos o “ponto


mais alto” do gráfico Tensão x Deformação. E por essa razão é a propriedade que
analisamos com maior grau de certeza no Ensaio de Tração. O ponto na curva de
Resistência a Tração que denominamos Limite de Resistência a Tração, encontra-se
no Regime Elástico. É também denominado como o ponto de Inflexão da curva de
Resistência a Tração. A partir desse ponto o material passa a sofrer o fenômeno da
Estricção; que é a redução da área da secção transversal até que o material se rompa.

Uma das classificações dos materiais é a respeito de seu Regime Plástico.


Materiais que se deformam até 5% em relação ao seu tamanho inicial são
classificados como materiais frágeis; os materiais que se deformam além desse valor
são classificados como materiais dúcteis.

No gráfico Tensão x Deformação também podemos aferir outras propriedades do


material como Resiliência e Tenacidade. Resiliência é a capacidade que o material
tem de absorver energia mecânica no Regime Elástico, a Tenacidade é a capacidade
que o material tem de absorver energia mecânica; ou seja, é a soma da energia
absorvida no regime elástico com a energia absorvida no regime plástico, até a sua
ruptura.

Agora que foram apontadas as propriedades que desejamos observar no Ensaio


de Tração, Vamos a ele.

2. Materiais e Métodos:

Nesse Ensaio de Tração, foi utilizado a norma ABNT – NBR 6152, com o auxílio
de uma máquina da marca TIME GROUP, modelo WDW-50E mostrada na Figura.1.
Figura 1. TIME GROUP. WDW-50E

O corpo de prova foi devidamente usinado conforme a norma citada,


exemplificando na Figura 2.

Figura 2. Corpo de cilíndrico


Onde:

𝐿0 = 30,54𝑚𝑚

𝐷 = 4,64𝑚𝑚

2
4,64 2
𝐴0 = 𝜋𝑟 = 𝜋 ( ) = 16,91𝑚𝑚2
2

𝑅 =?

Essas medidas foram obtidas por nós, alunos, através de um paquímetro com
resolução de 0,02𝑚𝑚. Era necessário conhecer 𝑅 para determinar 𝐿0 com precisão,
pois medindo a distância entre os centros dos cilindros que definem 𝑅 poderíamos
determinar 𝐿0 sem tanta incerteza, então no valor 𝐿0 há muita incerteza. Mas isto não
interferiu na precisão dos resultados na Curva de Resistência a Tração.

Assim que o ensaio foi iniciado, a máquina aplicou no corpo de prova uma taxa
de Carga Axial de 20𝑘𝑁, que foi medida através de uma célula de carga de 25𝑘𝑔. Isto
deformou o material, e essa deformação foi medida através de um Encoder, que
funciona utilizando um laser apontado para um disco (que gira conforme o
deslocamento da mesa através de uma rosca) com vários furos, o Encoder conta a
quantidade de furos que o laser atravessou e assim consegue determinar o
deslocamento da mesa que segura o corpo de prova durante a aplicação da carga.

Como explicado anteriormente, no início do Ensaio de Tração, o corpo de prova


absorve a energia mecânica proporcionada pela Carga Axial, pois no início da Curva
de Resistência a Tração é onde se encontra o Regime Elástico e o corpo está se
deformando momentaneamente. Logo, então, a Carga Axial continua sendo aplicada
ao corpo de prova passa a se deformar de maneira permanente a partir do momento
que passa do Limite de Escoamento. Após isto, o corpo de prova chega no seu Limite
de Resistência à Tração, onde a partir de agora a sua área de secção transversal
passa a diminuir até o momento em que o corpo se rompe. Tudo isso acontece
enquanto a máquina coleta os dados para traçar o gráfico Tensão x Deformação.
3. Resultados e Discussão:

Vale lembrar que não sabemos a composição do material, então de acordo com os
dados fornecidos pelo gráfico Tensão x Deformação é que devemos estivar uma
possível composição química correspondente às propriedades mostradas no gráfico.

A máquina utilizada coletou os dados do Ensaio Mecânico e os enviou à um


software para que através do processamento desses dados, pudesse ser traçada a
Curva de Resistência a Tração.

Segue abaixo a figura 3. Que mostra o gráfico gerado:

Figura 3. Gráfico Tensão x Deformação – Material desconhecido.

Cabe aqui então a discussão sobre que material era esse. Então observando e
mostrando os gráficos Tensão x Deformação, tentarei citar alguma possível
composição química que corresponde às propriedades que o gráfico Tensão x
Deformação obtido no nosso Ensaio de Tração representa.

Seguem abaixo os dados que vamos analisar e comparar com os dados obtidos
nos ensaios feitos com materiais conhecidos:
Módulo de Elasticidade 𝐸: 6,992515 𝐺𝑃𝑎

Limite de Escoamento 𝐿𝐸: 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 404~566 𝑀𝑃𝑎

Limite de Resistência a Tração 𝐿𝑅: 734,71 𝑀𝑃𝑎

Seguem abaixo dados obtidos em outros Ensaios de Tração, feitos com materiais
conehcidos:

Aço SAE-1020 (com 0,20% C)

Módulo de Elasticidade 𝐸: 210 𝐺𝑃𝑎

Limite de Escoamento 𝐿𝐸: 300 𝑀𝑃𝑎

Limite de Resistência a Tração 𝐿𝑅: 420 𝑀𝑃𝑎

Aço SAE-1045 (com 0,45% C)

Módulo de Elasticidade 𝐸: 210 𝐺𝑃𝑎

Limite de Escoamento 𝐿𝐸: 450 𝑀𝑃𝑎

Limite de Resistência a Tração 𝐿𝑅: 585 𝑀𝑃

Aço SAE-1070 (com 0,70% C)

Módulo de Elasticidade 𝐸: 210 𝐺𝑃𝑎

Limite de Escoamento 𝐿𝐸: 420~560 𝑀𝑃𝑎

Limite de Resistência a Tração 𝐿𝑅: 640~760 𝑀𝑃

4. Conclusões:

Comparando os dados obtidos no nosso Ensaio de Tração com os dados obtidos


nos ensaios feitos com materiais conhecidos, concluímos então que esse material
poderia ser um aço com uma composição de carbono um pouco abaixo de 0,70%C.
Acredito que esse corpo de prova passou por um tratamento térmico de recozimento.
O que fez seu Módulo de Elasticidade diminuir de 210𝐺𝑃𝑎 para 6,992515 𝐺𝑃𝑎.

Segue abaixo o Relatório do Ensaio de Tração:

Interessado(a): Getúlio Silva Torres

Data: 12/12/2021

Material ensaiado (Corpo de prova cilíndrico conforme ABNT-NBR6152):


Composição desconhecida

Equipamento: Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Em Materiais TIME


GROUP. WDW-50E

Norma(s) seguida(s): ABNT-NBR 6152


5. Referências Bibliográficas:

[1] CALLISTER, William D. Jr: Ciência e Engenharia de Materiais Uma Introdução.


Rio de Janeiro: LTC,2008.

[2] CHIAVERINI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos. São Paulo: ABM, 2002.

[3] GDD METALS. Aços de construção mecânica. São Paulo – SP.


Disponível em< https://www.ggdmetals.com.br/produtos/aco-construcao-
mecanica/> . Acesso em 12/12/2021

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