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ENSAIOS MECÂNICOS

Professor: Niédson Silva


ENSAIOS MECÂNICOS
CONVENCIONAIS

Ensaio de Tração
Ensaio de Compressão
Ensaio de Dureza
Ensaio de Flexão e Dobramento
Ensaio de Tração
Ensaio de Tração

— Características
— Facilidade de execução e reprodutibilidade;
— Deformações distribuídas uniformemente até a estricção;
— Alinhamento do corpo de prova na máquina;
— Velocidade de ensaio – Normas
Ensaio de Tração

— O ensaio

Fratura de
aço dúctil
Ensaio de Tração

— O ensaio

Gráfico
Ensaio de Tração

— Cálculo da tensão
— Resistência interna de um corpo a uma força externa
aplicada sobre ele, por unidade de área.
— Deformação é a variação de uma dimensão qualquer
durante a aplicação do esforço.

F
s=
S0
Onde S0 é a área da seção transversal da parte útil (mais fina) do
corpo de prova antes da aplicação dos esforços.
Ensaio de Tração

— Cálculo da tensão

S0

Unidades: 1kgf/mm2 = 10 N/mm2 = 10 MPa


F
1MPa = 145 psi
Ensaio de Tração

— Cálculo da seção transversal

r
Área do círculo = p r2
= pd2/4
Ensaio de Tração

— Cálculo da deformação
— Deformação percentual

e(%) = 100 DL / L0 = 100 (Lf – L0) / L0


Ensaio de Tração

— Perfis de corpos de prova


Ensaio de Tração

— Gráfico Tensão x Deformação


Tensão
Tensão máxima

Tensão de rutura Ruptura


Rutura

estricção LE = Qesc./So

Tensão de escoamento Escoamento LR = Qmáx./So

Região de deformação plástica


Lrut.= Qrut./So
Região de
deformação elástica

Unidade: MPa

Deformação
Limite de resistência à tração = Tensão máxima
Ensaio de Tração

— Ensaio de tração de um aço de baixo carbono


Encruamento
Estricção
LR (Fase Plástica)
(instabilidade)

LE Tenacidade ruptura
(fratura)
Escoamento
Tensão s(MPa)

Fase Elástica :s= E e (Lei de Hooke)


(E = módulo de elasticidade)

Resiliência

Deformação e(%) ductilidade (alongamento)

E médio dos aços = 21.000 kgf/mm2 = 210.000 MPa = 210 GPa


Ensaio de Tração

— Ensaio de tração - aço estrutural ASTM A36

Qual é a propriedade mecânica mais fácil de determinar e a mais


precisa?
s
LR
LE
Lrup.

(Instabilidade)
Encruamento
Escoamento
Patamar de

Estricção

Estricção
a
Alongamento percentual (e)
e A min. 20% em 200mm
Ensaio de Tração

— Máquina de Tração Universal


A Propriedade Mecânica mais rápida, mais
simples e mais precisa de ser obtida é o Limite
de Resistência à Tração.

LR = Carga máxima
Área inicial
Ensaio de Tração

— Determinação do Limite de Escoamento

LR
Tensão, s (MPa)

LE n = 0,2% (deformação residual)


para metais e ligas metálicas em
geral.
n = 0,1% para aços ou ligas não
ferrosas mais duras

0,2% Deformação, e (%)


Ensaio de Tração

— Comportamento Elástico
— Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young

E= s/ e =kgf/mm2 Lei de Hooke: s=Ee

• É o quociente entre a tensão aplicada e a


deformação elástica resultante. P

•Está relacionado com a rigidez do A lei de Hooke só é


material ou à resistência à deformação válida até este ponto
elástica Tg a = E
•Está relacionado diretamente com as a
forças das ligações interatômicas
Lei de Hooke (descoberta por em 1678 por Sir Robert Hooke)
Ensaio de Tração

— Comportamento Elástico
Quanto maior o módulo de elasticidade, mais rígido é o material ou
menor é a sua deformação elástica quando aplicada uma dada tensão.
MÓDULO DE
ELASTICIDADE [E]
GPa 6
10 Psi
E médio aço = 21.000 kgf/mm2
210.000 MPa
Magnésio 45 6.5
210 GPa
AlumÍnio 69 10
30x106 psi
Latão 97 14
Titânio 107 15.5 Unidades de Tensão:
Cobre 110 16 1kgf/mm2 @ 10 MPa
Níquel 207 30 1N/mm2 = 1 MPa ; 1Pa = 1 N/m2
1 MPa = 145 psi ; psi = lb/in2
Aço 207 30
Tungstênio 407 59
Ensaio de Tração

— Máquina e software de ensaio de tração

Máquina e software de ensaio de tração


Cortesia Gerdau Aços Longos S.A.
Ensaio de Tração

— Máquina e software de ensaio de tração

Extensômetro eletrônico
usado para maior precisão
no ensaio

Máquina de Tração EMIC DL 60000


Ensaio de Tração

— Tipos de deformação

Deformação

ELÁSTICA
PLÁSTICA
reversível,
Permanente, pois altera a estrutura
desaparece quando a tensão
interna do metal. É provocada por
é removida. Os átomos do material
tensões que ultrapassam o
mantêm a mesma posição relativa
limite de elasticidade.
entre si.
Ensaio de Tração

— Comportamento Elástico
Ensaio de Tração

— Deformações x Tensões Residuais

Parece que da última vez veio com mais peso do


normal!
Ensaio de Tração

— Dúctil x Frágil

AÇO CONCRETO
(Dúctil) (Frágil)
Ensaio de Tração

— Ductilidade
— Propriedade física dos materiais de suportar a deformação
plástica, sob a ação de cargas, sem se romper ou fraturar.

— Cálculo da ductilidade:
— Pelo alongamento
— Pela redução de área
Ensaio de Tração

— Cálculo do alongamento
— Suponha que você quer saber qual o alongamento sofrido
por um corpo de12 mm que, submetido a uma força axial
de tração, ficou com 13,2 mm de comprimento.

— A = L f - L o = 13,2mm – 12mm = 0,1 mm/mm ou 10%


Lo 12mm

A unidade mm/mm indica que ocorre uma deformação de 0,1 mm


por 1 mm de dimensão do material.
Ensaio de Tração

— Cálculo da redução da área ou estricção

— RA(%) = (S0 – Sf )100


S0
No caso de corpos de prova cilíndricos

S0 = pd02 e S f = pdf2
4 4
RA (%) = p/4 (d02 –df2)100 = (d02 – df2)100
p/4.d02 d02
REDUÇÃO DA ÁREA DA SEÇÃO
Ensaio de Tração

— Estricção e Limite de Resistência


Ensaio de Tração

— Ensaio de Tração- Aço Estrutural SAE 1020 ou ASTM A


36
LR
LR
LR
400 – 550
LE
LE
250 LRup,
LRup.
Tensão ,s (MPa)

(Instabilidade)
(Instabilidade)
Encruamento
Encruamento
Escoamento
Escoamento
de
Patamar de

Estricção
Estricção
Patamar

aa

Fase Fase Fase de Alongamento percentual (e)


Elástica Plástica Ruptura A min. 20% em 200mm
Ensaio de Tração

— Características do Aço estrutural ASTM A 36

— Teor de carbono médio = 0,25 %


— LR =limite de resistência à tração (400 – 550 MPa)
— LE= limite de escoamento (mínimo 250 MPa)
— A = alongamento (mínimo 20% em 200mm)
— Aço dúctil de fácil soldagem e baixo custo.
Ensaio de Tração

— Exemplo 1: Um ensaio de tração foi realizado em um


corpo de prova com um diâmetro original de 12,77mm
e um comprimento nominal de 50,8.mm. Construir o
diagrama tensão x deformação e determinar
aproximadamente:
— (a) o módulo de elasticidade;
— (b) a tensão de escoamento;
— (c) a tensão última (limite de resistência à tração)
— (d) a tensão de ruptura.
Ensaio de Tração

— Exemplo 1- Resultados experimentais


— Tensão x Deformação
Ensaio de Tração

— a) Cálculo do Módulo de Elasticidade

E1 = 87 = 174000 MPa » 174GPa


0,0005
E2 = 226 = 173846 MPa ≈ 174GPa
0,0013
Ensaio de Tração

— b) Tensão de Escoamento
— Limite de escoamento convencional a 0,2%
— σy ≈ 325 MPa
Ensaio de Tração

— c)Tensão última (Limite de resistência à tração)


— σu = 503 MPa

— d) Tensão de ruptura
— σr = 458 MPa
Ensaio de Tração

— Resiliência eTenacidade
Ensaio de Tração

— CrashTest

— 48 km/h contra um container de 70 toneladas, o que


equivale a uma batida a 100 km/h em outro veículo.
— O modelo alemão suportou bem ao impacto: o habitáculo
e os bonecos (dummies) continuaram intactos.
Ensaio de Tração

— Resistência x Tenacidade
— Um material dúctil com a mesma resistência de um
material frágil irá requerer maior energia para ser rompido
e, portanto, é mais tenaz.
— Resistência mecânica é a tensão necessária para romper o
material
— Tenacidade é a energia necessária para romper o material
s (Mpa)

Material dúctil Material frágil e (%)


Ensaio de Tração

— Propriedades Mecânicas de aços

s Aço de alto carbono

Aço de médio carbono

Aço de baixo carbono

e
Ensaio de Tração

— Propriedades Mecânicas

FRÁGIL

DÚCTIL
Ensaio de Tração

— Tratamentos térmicos
Ensaio de Tração

— Fratura
Ensaio de Tração

— Ensaio de tração x Ensaio de compressão

Materiais dúcteis
Ensaio de tração

Materiais frágeis
Ensaio de compressão
Ensaio de Tração

— Ensaio de tração x Ensaio de compressão


Ensaio de Tração

— Material de ferramentas de corte

Elevada dureza a frio e a quente


A dureza da ferramenta deve ser
bem maior que a do material a ser
usinado, porém, dentro de um limite
para que este não se torne muito
quebradiço (frágil).

Material Dúctil Material Duro


Ensaio de Tração

— Material de ferramentas de corte

Tenacidade
O material deve ter uma boa
tenacidade para resistir aos
choques/impactos que ocorrem
durante a usinagem, evitando com
isso o surgimento de trincas e
lascamentos na ferramenta.

Material Dúctil Material Frágil


Ensaio de Tração

— Propriedades Mecânicas x Temperatura


— High Temperature:
Elastic Modulus Decrease
Tensile Strength and Yield Strength Decreases
Ductility Increase Low Temperature

Stress
High Temperature
E amb. = 210 Gpa
E 427ºC = 158 Gpa
E 649ºC = 127 GPa

Strain
Ensaio de Tração

— Questionamento
— Qual é a propriedade mecânica no ensaio de tração mais
fácil de determinar e a mais precisa?
O Limite de Resistência à Tração
LR
s
LR = Carga máxima
Área inicial

e
Por quê?
Ensaio de Tração

— Questionamento
— Quais os ensaios de rotina na máquina de tração?
( ) Limite de Elasticidade
( ) Limite de Proporcionalidade
( ) Limite de Escoamento
( ) Limite de Resistência à Tração LR
( ) Limite de Ruptura LE
( ) Alongamento
( ) Rigidez
A
( ) Resiliência
( ) Tenacidade
Ensaio de Tração

— Questionamento
— Quais os ensaios de rotina na máquina de tração?
( ) Limite de Elasticidade
( ) Limite de Proporcionalidade
( x ) Limite de Escoamento
( x ) Limite de Resistência à Tração LR
( ) Limite de Ruptura LE
( x ) Alongamento
( ) Rigidez
A
( ) Resiliência
( ) Tenacidade
Ensaio de Tração

— Exemplo de relatório de ensaio de tração

s = F / S0
Ensaio de Tração

— Determinação das propriedades mecânicas à tração de


materiais metálicos NBR- 6152
NA PRÁTICA INGLÊS NBR- 6152

Deslocamento (Dl) - Alongamento

Deformação(Dl/l0) Deformation Alongamento Percentual

Alongamento (A) Elongation Alongamento Percentual após a


ruptura
Limite de Escoamento (LE) ou sr Yield Strength Limite de Escoamento

Limite de Resistência (LR) ou st Tensile Strength Limite de Resistência à Tração


Ensaio de Tração

— Dimensionamento
— sadm = Tensão admissível (que se admite possível)

PARA ESTRUTURAS METÁLICAS:

— ABNT-NBR-8800 Cálculo e execução de estruturas de aço


— sadm = LE/CS, onde CS (coeficiente de segurança) vale 1,7
— sadm = LE/1,7
— strabalho £ s adm
Ensaio de Tração

— Elevador de passageiros

CABOS DE AÇO

Fator de segurança para


elevador de passageiro = 12
Ensaio de Compressão
Ensaio de Compressão

— Características

— Baixa frequência para metais;

— Dificuldade de determinação de propriedades mecânicas;

— Variação das condições de ensaio conforme ductilidade do

material a ser ensaiado.


Ensaio de Compressão

— Características

— Variação das condições de ensaio conforme ductilidade do

material a ser ensaiado.


Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais dúcteis


— Determinação do Limite de Escoamento e Módulo de
Elasticidade;
— Valores encontrados para alguns aços não são os mesmos
da tração;

Corpos de prova adotados usualmente cilíndricos com relação


comprimento/diâmetro variando de 3 até no máximo 8.
Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais dúcteis


— Precauções a serem tomadas quanto à determinação das
propriedades, principalmente relacionado à flambagem:
— Instabilidade elástica causada pela falta de uniaxialidade na
aplicação da carga;
— Comprimento excessivo do corpo de prova;
— Torção do corpo de prova no momento inicial de aplicação da
carga.
Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais dúcteis


— Relações de dimensões de corpos de prova
Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais dúcteis


— A tensão de ruptura depende da geometria do corpo de
prova e da lubrificação entre o corpo de prova e as placas
da máquina, não podendo ser comparada com outros
resultados obtidos de maneira diferente.
Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais dúcteis


Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais frágeis


— Por ter fase elástica reduzida, não é possível determinar
propriedades relacionadas com essa fase;
— Sempre se deve citar qual a relação comprimento/diâmetro
quando da apresentação dos resultados;
— A propriedade mais importante é o Limite de Resistência à
Compressão;
O limite de resistência à compressão é cerca de 8 vezes maior que o
limite de resistência à tração para os materiais frágeis, de acordo com
McClintock & Argon (1966).

— Limite de resistência à compressão é calculado pela carga


máxima dividida pela seção original do corpo.
Ensaio de Compressão

— Ensaios em metais frágeis


Ensaio de Compressão

— Considerações sobre flambagem


— Dimensionamento do corpo de prova
— Tensão máxima < Tensão que provocaria a flambagem

Inclinação da curva tensão


deformação Momento de Inércia da seção
transversal

Carga crítica Comprimento do corpo


Ensaio de Dureza
Ensaio de Dureza

— Definição
— A Metalurgia considera dureza como a resistência à
deformação plástica permanente;
— Na mineralogia é a resistência ao risco que um material
pode produzir em outro;
— Na Mecânica é a resistência à penetração de um material
duro no outro.
Ensaio de Dureza

— Definição
— Ou seja, a dureza não é uma propriedade absoluta. Só tem
sentido falar em dureza quando se comparam materiais. Só
existe um material duro se houver outro mole.

A dureza é uma propriedade mecânica que


consiste em uma medida da resistência de uma
material a uma deformação plástica localizada
Ensaio de Dureza

— Definição
— Na prática, a dureza é a capacidade do material de:
— resistir ao risco;
— ser deformado plasticamente;
— ser cortado;
— absorver energia no impacto;
— resistir ao desgaste.

— A Dureza pode ser dividida por risco (Mohs) ou penetração


(Brinell, Rockwell,Vickers, Knoop)
Ensaio de Dureza

— Dureza Mohs
— O primeiro método padronizado de ensaio de dureza foi
baseado no processo de riscagem de minerais padrões,
desenvolvido por Mohs, em 1822.
Ensaio de Dureza

— Desvantagens da Dureza Mohs


— A maioria dos metais apresenta durezas Mohs 4 e 8, e
pequenas diferenças de dureza não são acusadas por este
método. Por exemplo, um aço dúctil corresponde a uma
dureza de 6 Mohs, a mesma dureza Mohs de um aço
temperado.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço
temperado, de diâmetro D, sobre uma superfície plana,
polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F,
durante um tempo t, produzindo uma calota esférica de
diâmetro d.

d
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— A superfície da amostra em que será feita a medida da
dureza deve estar plana, limpa e paralela à base de apoio da
máquina de ensaio.
— Os penetradores são esferas de aço ou de carboneto de
tungstênio com diferentes diâmetros.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Cálculo da Dureza Brinell

Q Q 2Q
HBS ou HBW = = =
SC p .D . p π.D D - D2 - d 2 ( )
2
Carga aplicada (Q em kgf ou N)
Área da impressão (Sc)
Diâmetro da esfera (D) e da impressão (d)
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Exemplo: Uma amostra foi submetida a um ensaio de
dureza Brinell no qual se usou uma esfera de 2,5 mm de
diâmetro e aplicou-se uma carga de 187,5 kgf. As medidas
dos diâmetros de impressão foram de 1 mm. Qual a dureza
do material ensaiado?
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
Os valores
indicados entre
parênteses são
somente
referenciais,
pois estão além
da faixa normal
do ensaio
Brinell..
Brinell
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Resultados obtidos
— O número de Dureza Brinell deve ser seguido pelo símbolo
HB, sem qualquer sufixo, sempre que se tratar de ensaio
padronizado, com aplicação de carga em 15 segundos.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado
com carga de 3.000 kgf e esfera de 10 mm de diâmetro, de
aço temperado. Porém, usando cargas e esferas diferentes, é
possível chegar ao mesmo valor de dureza, desde que se
observem algumas condições

— F (carga) → 0,25.D < d < 0,5.D , ideal d = 0,375.D


Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Para obter o diâmetro de impressão dentro do intervalo
anterior, deve-se manter constante a relação entre a carga (F)
e o diâmetro ao quadrado da esfera do penetrador (D2), ou
seja, a relação:

Fator de carga
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Para padronizar o ensaio, fatores de carga foram fixados. O
quadro a seguir mostra os principais fatores de carga
utilizados e as respectivas faixas de dureza e indicações do
material.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— O diâmetro da esfera é determinado em função da espessura
do corpo de prova ensaiado. No caso da norma brasileira, a
espessura mínima do material ensaiado deve ser 17 vezes a
profundidade da calota.
— Diâmetros de esfera mais usados e os valores de carga para
cada caso, em função do fator de carga escolhido
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Exemplo: Uma empresa comprou um lote de chapas de aço
carbono com a seguinte especificação- espessura: 4 mm,
dureza Brinell (HB): 180. Essas chapas devem ser submetidas
ao ensaio de dureza Brinell para confirmar se estão de
acordo com as especificações.

— Essas chapas podem ser ensaiadas com a esfera de 10 mm?


Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Exemplo:
— A espessura do material ensaiado (no mínimo) = 17.p
— De acordo com a tabela F/D2 = 30 (aço-carbono) → F =
3000 kgf

→ 180 = 3000 / p.10.p → p = 0,53 mm

— Espessura mínima = 17 . 0,53 = 9,01 mm

— Resposta: As chapas de 4 mm não podem ser ensaiadas com


esfera de 10 mm.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Execução do ensaio
— Preparar uma superfície plana na amostra;
— Colocar e fixar a amostra na mesa da máquina;
— Aplicar manualmente a pré-carga;
— Acionar o dispositivo para liberação da carga principal;
— Retirar a carga;
— Ler o tamanho da impressão;
— Usar a tabela para converter os dados dos ensaios para dureza
Brinell.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Localização
— Afastamento da borda do corpo de prova de no mínimo 2,5d
obtido;
— Espessura do corpo de prova mínima de 10d para evitar
degenerações laterais e de profundidade.
— A distância entre impressões Brinell deve ser no mínimo igual
a 5d.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Representação

XXX HBS D/Q/t ou XXX HBW D/Q/t


} XXX: valor da dureza Brinell da amostra;
} HBS: para ensaio com uma esfera de aço;
} HBW para esfera de tungstênio;
} D: diâmetro da esfera;
} Q: carga de compressão da esfera em kgf;
} t: tempo de aplicação da carga em segundos.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Exemplo de representação: 400 HBS 5/500/30

— Dureza Brinell: 400


— Esfera de aço
— Diâmetro 5mm
— Carga de 500 kgf
— Tempo de 30 s
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Relação Dureza x Resistência
— Aço: sR @ 0,36HB

— Cu-Zn: sR @ 0,41HB

— Liga Cu: sR @ 0,52HB

— Liga Al: sR @ 0,40HB


Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Vantagens
— O baixo custo do equipamento para medida de dureza Brinell.
— É usado especialmente para avaliação de dureza de metais não
ferrosos, ferro fundido, aço, produtos siderúrgicos em geral e
de peças não temperadas;
— É o único ensaio utilizado e aceito para ensaios em metais que
não tenham estrutura interna uniforme (materiais
heterogêneos);
— É feito em equipamento de fácil operação.
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Desvantagens
— A possibilidade de se cometer erro no momento da medida dos
diâmetros das impressões;
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Desvantagens
— A impressão da esfera na amostra é maior que a dos outros
métodos de ensaio de dureza;
— O uso deste ensaio é limitado pela esfera empregada. Usando-
se esferas de aço temperado só é possível medir dureza até 500
HB, pois durezas maiores danificariam a esfera;

— A recuperação elástica é uma fonte de erros, pois o diâmetro


da impressão não é o mesmo quando a esfera está em contato
com o metal e depois de aliviada a carga;
Ensaio de Dureza

— Dureza Brinell
— Desvantagens
— O ensaio não deve ser realizado em superfícies cilíndricas com
raio de curvatura menor que 5 vezes o diâmetro da esfera,
pode haver escoamento lateral do material e a dureza medida
será menor que a real.

Recuperação elástica Escoamento lateral (r < 5.D)


Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Proposto em 1922, levando o nome do seu criador, é o
processo mais utilizado no mundo, devido à rapidez, à
facilidade de execução, isenção de erros humanos, facilidade
em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno
tamanho da impressão.

— Este método apresenta algumas vantagens em relação ao


ensaio Brinell, pois permite avaliar a dureza de metais
diversos, desde os mais moles até os mais duros.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Penetrador de diamante
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Máquina de ensaio
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Descrição do processo
— Neste método, a carga do ensaio é aplicada em etapas, ou seja,
primeiro se aplica uma pré-carga, para garantir um contato
firme entre o penetrador e o material ensaiado, e depois aplica-
se a carga do ensaio propriamente dita;

— A leitura do grau de dureza é feita diretamente num mostrador


acoplado à máquina de ensaio, de acordo com uma escala
predeterminada, adequada à faixa de dureza do material.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Descrição do processo
Cone de diamante

Aço temperado
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Descrição do processo
— 1º passo: Aproximar a superfície do corpo de prova do
penetrador.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Descrição do processo
— 2º passo: Submeter o corpo de prova a uma pré- carga (carga
menor).
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Descrição do processo
— 3º passo:Aplicar a carga maior até o ponteiro parar.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Descrição do processo
— 4º passo: Retirar a carga maior e fazer a leitura do valor
indicado no mostrador, na escala apropriada.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Escala de Dureza Rockwell
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Preparação da amostra
— A superfície da amostra deve ser lixada para eliminar qualquer
irregularidade que possa ocasionar erros;

— A primeira leitura do ensaio de dureza Rockwell deve ser


desprezada, porque a primeira impressão serve apenas para ajustar
bem o penetrador na máquina;

— Se a superfície da amostra não for plana, deve-se fazer uma correção


no valor de dureza encontrado. A dureza Rockwell é baseada na
profundidade e não na área;
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Preparação da amostra
— A espessura mínima da amostra para o ensaio de dureza Rockwell é
dez vezes a profundidade da impressão.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Representação da dureza
— 64 HRC: dureza Rockwell de 64 na escala C
— 37 HRB: dureza Rockwell de 37 na escala B
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Vantagens
— Ensaio de dureza Rockwell Þ avanço em relação ao ensaio Brinell,
já que possibilitou avaliar a dureza de vários metais, que antes não
podiam ser ensaiados quanto à dureza.
Ensaio de Dureza

— Dureza Rockwell
— Desvantagens
— Suas escalas não têm continuidade. Por isso, materiais que
apresentam dureza no limite de uma escala e no início de outra não
podem ser comparados entre si quanto à dureza;
— Não tem relação com o valor de resistência à tração, como acontece
no ensaio Brinell.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Este método leva em conta a relação ideal entre o diâmetro
da esfera do penetrador Brinell e o diâmetro da calota
esférica obtida, e vai além porque utiliza outro tipo de
penetrador, que possibilita medir qualquer valor de dureza,
incluindo desde os materiais mais duros até os mais moles.

— A dureza Vickers se baseia na resistência que o material


oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base
quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada
carga.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da
área de impressão da pirâmide, mas permite obter, por meio
de um microscópio acoplado, as medidas das diagonais (d1 e
d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Representação da dureza

— XXX HV Q/t

— XXX: valor da durezaVickers da amostra;


— HV: durezaVickers;
— Q: carga de compressão da pirâmide em gf;
— t: tempo de aplicação da carga em segundos.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Roteiro para ensaio
— Polimento até a lixa 1.000 ou com alumina;
— Fixação da amostra na máquina de ensaio;
— Seleção da carga a ser aplicada;
— Seleção do tempo de aplicação;
— Acionamento do dispositivo para aplicar a carga;
— Medida das diagonais do quadrado impresso;
— Cálculo da média das diagonais da impressão;
— Tabelas de conversão do tamanho da impressão na dureza.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Anomalias de dureza
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Vantagens
— Escala contínua de dureza, medindo todas as gamas de valores
de dureza numa única escala;

— Impressões extremamente pequenas que não inutilizam a peça;


— Possibilita grande precisão de medida;

—O penetrador, por ser de diamante, é praticamente


indeformável;
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Vantagens
— Utiliza apenas uma escala de dureza;

— Possível a medida de todos os valores de dureza encontrados


nos diversos materiais;

— Este ensaio aplica-se a materiais de quaisquer espessuras, e


pode também ser usado para medir durezas superficiais;
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Desvantagens
— Por outro lado, devem-se tomar cuidados especiais para evitar
erros de medida ou de aplicação de carga, que alteram muito os
valores reais de dureza;

— A preparação do corpo de prova para microdureza deve ser


feita, obrigatoriamente, por metalografia, utilizando-se, de
preferência, o polimento eletrolítico, para evitar o
encruamento superficial;
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers
— Desvantagens
— Quando se usam cargas menores do que 300 gf, pode haver
recuperação elástica, dificultando a medida das diagonais;

— A máquina de dureza Vickers requer aferição constante, pois


qualquer erro na velocidade de aplicação da carga traz grandes
diferenças nos valores de dureza.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers e Knoop

— A marca deixada na superfície da amostra pelo penetrador


da máquina de ensaio de microdureza somente é visível no
microscópio.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers e Knoop
— Aplicações
— Determinação da dureza das camadas finas de revestimento;

— Determinação da dureza de constituintes individuais de uma


microestrutura, de materiais frágeis, de peças pequeníssimas ou
extremamente finas;

— É aplicável a todos os tipos de materiais e não apenas aos


metais.
Ensaio de Dureza

— DurezaVickers e Knoop

Penetrador na forma de pirâmide


alongada
Ensaio de Dureza

— Modelos de Máquinas (Microdurômetros)


Ensaio de Dureza

— Princípio e cálculo da microdureza Knoop


— Para o cálculo da dureza Knoop (HK) usa-se as expressões
abaixo:
Q Q Q
HK = = 2 =
Ap Lm c 0 , 07028 L 2m

14 , 229 Q
HK =
onde L 2m
Ap é a área da indentação projetada (mm2),
Q é a carga aplicada em gf,
Lm é a diagonal maior da impressão em micrômetro,
“c” é uma constante do penetrador que relaciona a área da deformação com o
comprimento diagonal maior do penetrador.
Ensaio de Dureza

— Princípio e cálculo da microdurezaVickers


— Emprega-se a mesma equação usada na dureza Vickers e o
resultado obtido na expressão abaixo também deve ser
multiplicado por 1.000, pois a carga Q também é em
gramas-força e o valor do comprimento da marca ( L ) é em
micrometro.

1 , 8544 Q
HV =
D2
Ensaio de Dureza

— Realização dos ensaios


— A amostra deve ter uma superfície plana e polida para
permitir a visualização da marca;

— Qualquer movimento da amostra durante a aplicação da


carga pode danificar o penetrador;

— Quanto melhor o polimento da amostra mais fácil a leitura


das dimensões da impressão por meio de um microscópio
acoplado ao equipamento.
Ensaio de Dureza

— Esclerômetro
— O esclerômetro mede a dureza superficial do concreto e a
correlaciona com a resistência à compressão desse concreto.

— É muito usado em obras em execução, para avaliar a


resistência de concretos cujos corpos de prova padrão deram
resultado abaixo do esperado.

— Também é usado para estimar a resistência do concreto de


obras antigas .
Ensaio de Dureza

— Esclerômetro
Ensaio de Dobramento e
Flexão
Ensaio de Dobramento

— Consiste em dobrar um corpo de prova de eixo retilíneo


e seção circular, tubular, retangular ou quadrada;
— Utilizam-se dois apoios afastados a uma distância
específica e o esforço é feito por meio de um cutelo no
centro do corpo de prova;
— O esforço é aplicado até atingir um ângulo de
dobramento a especificado;
— Na maioria das vezes a carga aplicada não precisa ser
medida. O diâmetro do cutelo varia de acordo com a
severidade do ensaio.
Ensaio de Dobramento
Ensaio de Dobramento
Ensaio de Dobramento

— Ângulo de dobramento
— Geralmente de 90º, 120º ou 180º

— Ao atingir o ângulo especificado, examina-se a zona


tracionada, que não deve conter trincas, fissuras ou fendas.
Ensaio de Dobramento
— O ensaio fornece informações acerca da ductilidade em
qualquer região desejada do material;
— O ensaio a 180º pode ser realizado em uma só etapa, no caso de
se ter o cutelo exigido, ou em duas etapas.

— A velocidade do ensaio não é um fator importante no


dobramento.
Ensaio de Dobramento

— Materiais Dúcteis x Frágeis

Dúctil

Frágil
Ensaio de Dobramento

— Ensaios em corpos de prova soldados


— Realizado para qualificação de processos de solda, utilizando o
dobramento guiado;
— Na avaliação costuma-se medir o alongamento da face da solda;
— O resultado serve para determinar se a solda é apropriada para
uma determinada aplicação.
Ensaio de Dobramento

— Flexão x Dobramento
— Quando a força aplicada provoca apenas uma deformação
elástica no material – Flexão;
— Na prática, são etapas diferentes de um mesmo esforço, sendo a
flexão associada à fase elástica da deformação e o dobramento à
fase plástica;
— Para algumas aplicações industriais é muito importante
conhecer o comportamento do material quando submetido a
esforços de flexão;
— Em materiais dúcteis é importante conhecer como estes se
comportam sob dobramento, obtendo dados qualitativos.
Ensaio de Dobramento
Ensaio de Dobramento

— Aplicação em materiais frágeis


— Normas especificadas na ASTM A-438 para ensaios em ferro
fundido cinzento;
— Consiste em apoiar o corpo de prova sobre dois apoios
distanciados entre si por uma distância L e a carga de flexão
aplicada no centro do corpo de prova.
Ensaio de Dobramento
— A carga deve ser elevada até romper o corpo de prova;
— Para corpos de prova de seção não uniforme se faz necessária
uma correção, explicada na A-438 da ASTM, para garantir
uniformidade da seção para cálculos posteriores;
— Módulo de ruptura é o valor máximo da tensão de tração ou
compressão nas fibras extremas do corpo durante o ensaio de
flexão:
2,546.Qmáx .L Seção circular
Mr =
Momento máximo D3
de dobramento
3.Qmáx .L
Mr = Seção retangular
2.b.h 2
Ensaio de Dobramento
— O valor do Módulo de Ruptura pode ser relacionado com o
limite de resistência do material:

— Outra propriedade possível de ser medida:


Q.L3
E = 0,424 Seção circular
Módulo de y.D 4
Elasticidade Q.L3
E = 0,25 Seção retangular
y.b.h 3
Ensaio de Dobramento
— A medida das flechas permite obter a curva tensão-deformação,
sabendo a tensão de dobramento:
2,546.Q.L
sd = Seção circular
D3

3.Q.L
sd = Seção retangular
2.b.h 2
Ensaio de Dobramento
— Curva tensão-deformação obtida de um aço ferramenta

Quanto maior a
dureza, menores
são os módulos

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