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Olá Atleta, quando eu decidi escrever este e-book minha

maior preocupação era trazer a você um conteúdo fácil


de ser aplicado para um tema complexo, pois quando
falamos sobre Mentalidade estamos falando de Ciência e
eu sei o quanto isso pode ser complicado de entender.

Fiz treinamentos e estudei centenas de materiais entre


artigos e livros, para te oferecer informações preciosas de
forma prática.

Então, eu olhei para minha própria história e trouxe da


minha experiência como atleta e como treinadora men-
tal, exemplos daquilo que a ciência considera ser impor-
tante para a mentalidade de um Campeão.

Eu cheguei na combinação de 3 pilares que me levaram


a conquistar medalhas em campeonatos internacionais
e dei como exemplo também eventos importantes que
aconteceram com os meus atletas.

Por isso, neste e-book vou te apresentar 3 pilares de uma


mente Campeã, que chamo simplesmente de Coração,
Atitude e Presença. Em cada capítulo eu deixo uma
ferramenta ou uma sequência de perguntas para você
responder, refletir e aplicar.

Apenas ler o e-book não vai trazer o resultado que você


deseja. Portanto, faça os exercícios e vá para ação.

Tenha uma ótima leitura.


Era 2004, eu estava com 17 anos e era meu último ano de
júnior. Grandes chances de ficar entre as três melhores
do mundo naquele ano. Eu estava muito bem. Mas como
qual­quer atleta que se destaca, eu tinha que lidar com a
inveja, críticas, julga­mentos e eu definitivamente não
sabia lidar com isso.

Foi quando eu saí do clube que eu patinava no Brasil e


vim treinar nos Estados Unidos com o patinador, Marcel
Sturmer, faltando 4 meses para o Mundial.

O treino no Texas era super puxado. Em pouco tempo


minha evolução foi grande. Mas, longe de casa, eu tive
que enfrentar outros problemas, co­mo saudades da
família, solidão...

Quanto mais o mundial se aproximava maior a minha ex-


pectativa de resul­tado. E aquilo foi gerando uma tensão
tão grande que ficou pesado demais de carregar. Veio a
lesão.

Durante um treino minha coluna tra­vou. Eu fiquei uma


semana sem con­seguir andar. Isso, na vida de um atleta,
é como ver o teto desabando em câmera lenta em cima
da sua cabeça e não conseguir fazer nada.

E, pra piorar, eu havia acabado de fechar o meu pri­meiro


patrocínio, ou seja, pela primeira vez em anos, eu nao
precisaria me preocupar em pagar viagens, inscrições e
ainda ganhava um bom salário na época, em torno de
2.000 reais. Para uma atleta de 17 anos, de um esporte
pouco conhecido no Brasil, aquilo era muito grande. Mas
incomodava quem não tinha.
Hoje, trabalhando com atletas eu vejo que muitos
passam por isso. Quando estão no auge, não aguentam
a pressão e acabam se lesionando. Eu falo que tensão
gera lesão. Essa cobrança que eu depositava em mim
mesma de ter que gerar resultado - para mim, para os
outros, para a mídia - quase acabou com a minha
carreira.

Não era divertido mais. Chegou num ponto que eu me


perguntava, “será que eu ainda gosto de patinar?”. Eu
fiquei de fora do mundial daquele ano e, quando eu
voltei para o Brasil, eu estava sem clube, sem esperança,
sem motivação e quase perdendo o patrocínio.

Só que, mais do que manter o patrocínio, eu tinha uma


vontade avassaladora de dar a volta por cima. Era algo
muito forte, difícil de explicar. Hoje, essa força interior
ganhou um nome, é o que eu chamo de coração
de campeão.

Ter o Coração de Campeão é fazer da sua arte, do seu


esporte, a sua mensagem para o mundo. É superar as
dificuldades com a cabeça erguida. É ter raça, desejo
e vontade de vencer os desafios.
‘’O meu coração de campeão estava quase
parando de bater, mas eu ainda conseguia
senti-lo.’’

Foi quando eu tomei a decisão de dar a volta por cima.

Eu entrei em contato com a Kátya, que foi a minha


treinadora desde que eu tinha 6 anos de idade e ela
topou uma nova parceria.

Tudo que eu passei, em 20 anos de carreira, é o que mui-


tos atletas passam, independente do esporte. Autoco-
brança, ansiedade pré competição, expec­tativa de re-
sultado, lesão, medo do adversário, desentendimento
com o técnico, não saber lidar com a inveja, críticas,
julgamentos...

Eu conheço muito bem as dores e alegrias de ser um


atleta no Brasil. Falta de apoio e reconhe­cimento. Muitas
vezes o atleta é taxado de vagabundo porque não tra-
balha e só treina. Às vezes, a família não dá o suporte
ou não pode dar o suporte.

De todas essas dores que eu passei, que você passa...


O Atleta Campeão não é aquele que ganha campeonato.
Ser campeão é sobre atitude, com­portamento. É sobre
como você encara os desafios e as competições. Afi-
nal, ganhar do seu adversário é fácil. Difícil é superar os
próprios medos.

E então você entende que não é sobre o outro.

É sobre você. Uma busca constante pelo autoconheci-


mento, por descobrir os seus talentos, as suas forças e
usá-las da melhor forma.

Com isso, o seu objetivo é não mais ganhar a próxima


competição ou ganhar daquele oponente.

O seu foco está completamente em você e em ser 1%


melhor a cada dia, mentalmente e fisicamente, tanto
nos treinos, como nas competições.

Quando você entende e vive isso verdadeiramente, você


consegue colocar a sua essência dentro do tatame,
dentro da quadra, da piscina, do campo, da estrada...

E você passa a ter o Coração de Campeão.

Eu acredito que, se você chegou até aqui, é porque,


de alguma forma, você quer melhorar seus resultados,
se sentir mais confiante nas compe­tições e estar
mais motivado no dia a dia de treino.
Como treinadora mental de atletas, eu já trabalho diaria-
mente com lutadores, ginastas, tenistas, na­dadores,
jogadores, patinadores, triatletas. De ini­ciantes até os
mais experientes.

Durante essa longa jornada, eu consegui captar muito


bem o que diferencia o atleta campeão, do atleta co-
mum. No livro digital, Rotina de Campeão, eu falo com
detalhes sobre essas características, e uma delas é que,
o atleta campeão continua lutando, mesmo quando
tudo o leva a desistir.

Foi isso que eu fiz lá em 2004. Desistir não era uma


opção. Nunca foi.

Eu precisei recuperar a autoestima, a autocon­fiança,


parar de reclamar e de me fazer de vítima. Precisei pas-
sar horas e horas dentro de uma sala de fisioterapia e
recomeçar. Precisei acreditar. Foi aí que eu entendi que
tudo estava na minha mente.

Eu comecei a me questionar: “Por que eu não con­sigo


fazer na competição tudo que eu faço no treino? Por que
chega na hora “H”, eu travo? Como posso melhorar isso?”
Comecei a ler sobre desenvolvimento pessoal,
pro­gramação neurolinguística, hipnose, psicologia...
Resultado? Logo no meu primeiro mundial pós lesão, já
na categoria sênior, eu fiquei entre as cinco melhores do
mundo. Eu lembro que eu estava tão bem mentalmente
que eu patinei sor­rindo.

Hoje, ajudar atletas é o meu propósito de vida. Toda vez


que eu recebo um depoimento, meu coração acelera, eu
coloco um sorriso no rosto e é como se, todas as dores
que eu senti lá atrás estivessem sendo curadas. Uma a
uma.
Quais são os maiores desafios que você enfrenta
no seu esporte?

Como você pode se conectar com a sua essência de


atleta campeão para superar essas difi­culdades?
Era quase madrugada na Califórnia, quando meu celular
tocou. A men­sagem dele, “Mayra, precisamos con­versar”.

- O que houve? - Perguntei.


- Eu perdi, fiquei em quinto. - Ele respondeu.

Quando o atleta não atinge um bom resultado,


começamos um processo de análise para ver o que deu
errado e o que podemos trabalhar para que o próximo
seja melhor. Então, o Matheus, lutador de judô que já
está comigo há algum tempo e sabe como eu
trabalho, começou a falar...

“Eu levei três punições, mas estou até agora sem en-
tender porquê isso acon­teceu. Perdi para o lutador da
Ale­manha, na Alemanha. Eu estava me sentindo muito
bem, confiante, no flow, mas...”.

“Mas o que?” - Perguntei.

E ele continuou: “Sobre a decisão do árbitro, se ele esta-


va certo ou errado, não importa. Eu poderia ter ganho de
ippon (finalização). A responsabilidade é só minha”.

Naquele momento eu respirei fundo e abri um sorriso. Ali


estava um atleta, um verdadeiro campeão.
Ele não espera elogio ou consolo de ninguém. Ele
assume total controle e responsabilidade pelos seus
resultados.

Matheus terminou o ano de 2018 como número l do


ranking nacional, faixa preta, sub 21, no Judô.

Para ser um Atleta Campeão, você precisa en­tender


essas 3 regras básicas.
“O treino está muito cheio, meu colega me atrapalha, o
piso escorrega, está muito frio, está muito calor, o país
não incentiva o esporte, a crise...” Quando você reclama
de coisas que não estão sob o seu controle, você perde
energia e motivação.

Escreva abaixo com sinceridade, você não precisa


mostrar pra ninguém. O importante é que você reflita.
Do que você vem reclamando hoje em dia?
Reclamar das circunstâncias é se colocar no lugar de
vítima.

“Meu técnico não me dá atenção, eu não tenho patrocí-


nio, eu tive uma infância difícil, a culpa é dos meus pais
que me cobram demais...”

Quando buscamos culpados para justificar o que acon-


tece, a nossa mente entende o seguinte: “Para que mu-
dar e fazer diferente se a culpa é do outro?”

O atleta campeão encara o problema como de­safio.


Lembre-se disso.

Escreva abaixo em que momento do seu dia, do seu


treino você se coloca no papel de vítima?
A culpa é de quem? Do árbitro? Do seu treinador? Da sua
namorada ou do seu namorado? Ah já sei, você não acordou
bem no dia né? Ou foi algo que você comeu e não lhe fez bem?

Tudo isso pode acontecer sim, mas quando você justifica a


sua derrota, você perde uma grande oportunidade de olhar
para dentro e analisar onde está o erro. Consequentemente,
você não aprende e não melhora aquilo que precisa de ajuste.
Para o Atleta Campeão, não existe erro, nem derrota. Tudo é
aprendizado.

Como o Atleta Campeão encara a derrota

Eu não acredito em derrota. Para mim, você só é um perde-


dor quando deixa de acreditar em si mesmo. Enquanto você
continuar trabalhando para chegar no seu objetivo principal,
o erro, a falha ou a derrota serão apenas informações impor-
tantes para que você melhore ou mude a sua estratégia.

Mas entenda, se os seus resultados não estão como você gos-


taria, se por algum motivo, você não está conseguindo realizar
na competição, tudo aquilo que faz no treino e, após uma der-
rota, volta para casa e continua fazendo as mesmas coisas de
sempre, dificilmente você obterá resultados diferentes.
Você sabe a diferença entre o insistente e o persistente?

O insistente, é aquele que faz todos os dias a mesma coisa e es-


pera resultados diferentes. Já o persistente, é aquele que quer
a mesma coisa e busca caminhos diferentes até conseguir.
Veja, eu disse até conseguir.

Em Rotina de Campeão, meu novo e-book sobre mentalidade


de campeão, eu dou vários exemplos de atletas persistentes e
conto a história do Davi, um lutador de jiu-jitsu que nunca hav-
ia marcado 1 ponto em competições, mas depois de muito per-
sistir, consagrou-se vice-campeão na sua categoria.

O sucesso e o fracasso são 100% mental. Duvida?

Quando eu ouvi isso do Tim Grover, preparador físico do Mi-


chael Jordan e tantas outras lendas do esporte, eu pensei a
mesma coisa que você: “não, não é 100% mental”.

Depois, refletindo e analisando, tive que con­cordar. Até o


melhor do mundo fracassa. A diferença é que ele não se sente
um fracassado quando perde. Percebe a diferença? Sentir-se
perdedor é uma escolha sua. Um campeonato ruim não define
quem você é. Você define quem você é...

“ O Atleta Campeão não reconhece o fracasso. Para ele,


a derrota não é o fim, é só o começo. ”

Já o atleta comum não conhece suas forças. Ele sofre com as


críticas e permite que sua auto­confiança fique abalada por
isso. Na vitória ou na derrota, você escolhe como vai se sentir.
Sucesso e fracasso são 100% mental.

E atenção: não deixe que os outros falem que você fracassou.


Esse é o ponto de vista dele, não o seu.
O atleta campeão entende isso e ignora qualquer negatividade
relacionada ao seu desempenho. Ninguém pode medir o seu
potencial e a sua capacidade, pois você, e somente você, sabe
onde pode chegar!

Mesmo os maiores atletas do mundo passaram por momentos


difíceis. E sabe o que eles fazem após uma derrota? Aparecem
no dia seguinte para treinar.

Você pode medir o seu sucesso pela sua capa­cidade de dar a


volta por cima e também pelo quanto você está disposto a tra-
balhar duro nos detalhes para atingir melhores resultados.

Veja desta forma: Derrota é feedback de que algo precisa


ser mudado e trabalhado.

Como você vai encarar a derrota daqui pra frente?

O que você e, somente você, pode fazer para que a próxima


competição seja melhor?
O primeiro passo para mudança é a autoconsciência. Se
você fez os exer­cícios acima, percebeu que violar as 3
regras do Atleta Campeão pode lhe custar caro.

O problema é que muitas vezes a gente nem percebe


que reclama. Com a cor­reria do dia a dia, são tantas tare-
fas, mensagens, informações, que a gente não tem tem-
po mais para parar, res­pirar, refletir, olhar para dentro.

Resultado: vivemos no piloto automá­tico das emoções.


Estamos sempre re­agindo ao que acontece e não agin-
do para que aconteça. Logo, temos a sen­sação de que
o mundo nos controla, quando na verdade temos total
auto­nomia para controlar muitas coisas, principalmente
os nossos pensamen­tos. E por que isso é importante?

Porque quando você pensa em algo, você logo sente. Os


seus sentimentos determinam as suas ações e as suas
ações determinam os seus resultados.

Então, se hoje, você não está 100% satisfeito com os seus


resultados no esporte, o que você precisa fazer é con­
dicionar o seu pensamento para que a sua mente tra-
balhe a seu favor e não contra você.

O primeiro passo é identificar os pen­samentos sabota-


dores que estão atra­palhando o seu desempenho. Em
meus atendimentos, usamos alguns testes para isso.
Mas você pode começar agora mesmo observando o seu
diálogo­interno. Anote num papel esses pensamentos
que te puxam pra baixo.
Com a pulseira no punho, vamos fazer o exercício:

Quando você perceber que está pensando nega­tivo, es-


tique levemente a pulseira e deixe bater na pele causan-
do um leve ardor, para fazer uma neuroassociação ao
cérebro. Como uma das funções do cérebro é buscar o
prazer e evitar a dor, ele entende que aquele comporta-
mento não é con­fortável e vai se encarregar de fazer com
que você não tenha vontade de repeti-lo.

Sem muito esforço, esses pensamentos vão dimi­nuindo.


É um exercício simples, porém muito poderoso. Vai exigir
que você esteja atento tam­bém.

Uma atleta de patinação que faz o meu acompanha-


mento tinha mania de se comparar com as adversárias.
isso acontecia quase todos os dias. Esse comportamento
estava afetando seriamente sua autoestima e fazendo
com que se sentisse inferior.

Apresentei o exercício da pulseira a ela e, em 5 dias, ela


disse que simplesmente já não pensava mais nisso. Faça
você também..

Por fim...
Eu coloquei o meu Coração, Atitude e Presença para
escrever este E-book a você! Acredito imen­samente que
ao aplicar estes 3 pilares de uma Mente Campeã em sua
rotina de atleta, você irá multiplicar os seus resultados.
Após ter sido competidora e medalhista na pati­nação,
hoje, a minha missão à frente da maior Aca­demia online
de Treinamento Mental para Atletas do Brasil, é mostrar
que uma mente fortalecida multiplica a qualidade do
seu treino físico e aumenta a sua performance. O nosso
grande obje­tivo é que você consiga executar na com-
petição tudo que faz no treino.

Afinal, você sabe que uma mente enfraquecida pode


colocar a perder meses de preparação.

Se você chegou até aqui, é porque já entende sobre a


necessidade de ter uma Mente blindada para conquistar
os resultados que você deseja.
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