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“A PRIMAVERA DA LAGARTA”

                          (Autora Ruth Rocha, editora Moderna)

Narrador:
Em uma mata não muito longe daqui, repleta de bichinhos de todos os tipos,
Dona Formiga convocou a reunião:

Dona Formiga
Grande comício na floresta! Bem no meio da clareira, debaixo da bananeira.
Isso não pode continuar!

Narrador:
Eis que chega o Camaleão

Camaleão
— Não pode, não!

Narrador:
E dona Formiga continuou desabafando

Dona Formiga
— É um desaforo!

Camaleão
— É mesmo! Mas...Qual é o desaforo, hein?

Dona Formiga
— É um desaforo, o que a Lagarta faz!

Narrador:
Eis que chega o gafanhoto!

Gafanhoto
— Come tudo que é folha! Não há comida que chegue!

Camaleão
— Por isso não, os gafanhotos e as formigas também comem…

Dona Formiga
— É muito diferente! Depois, a Lagarta é uma preguiçosa. Vive lagarteando por
aí…

Narrador:
Foi quando gritou furioso o Gafanhoto!

Gafanhoto
— Abaixo a Lagarta! Vamos acabar com ela!

Narrador:
E todos os bichinhos partiram para procurar a Lagarta
Todos
1, 2 feijão com arroz, 3, 4 feijão no prato, 5,6 falar inglês, 7,8 comer biscoito,
9,10 comer pastéis

Narrador:
Eis que os bichinhos chegam diante de uma grande teia de aranha:

Sr Aranha:
Por acaso vocês estão procurando a Lagarta que morava na amoreira?

Dona Formiga:
Somos nós mesmos, por que?

Sr Aranha
Pois eu quero ajudar, pois, acho ela feia!

Narrador:
Eis que chega o Sr Caracol disposto a fazer um discurso

Sr Caracol
— Minhas senhoras e meus senhores! Como é para o bem geral e para a
felicidade nacional, em meu nome e em nome de todo mundo interessado,
como diria o conselheiro Furtado, quero deixar consignado que está tudo
errado…

Narrador
Mas como o Caracol era muito enrolado, ninguém prestava atenção no coitado.
E juntos, todos estavam todos se preparando para caçar a Lagarta.

Sr Aranha
— Abaixo a feiura!

Narrador
Como se ele fosse muito bonito.

Gafanhoto
— Morra comilona! –

Narrador
Exclamava o Gafanhoto, como se ele não fosse comilão também.
E lá se foram eles cantando e marchando:

Todos
— Um, dois, feijão com arroz… três, quatro feijão no prato…

Narrador
Mas a primavera havia chegado. Por toda parte havia flores na floresta, parecia
festa. Os passarinhos cantavam… E as borboletas, quantas borboletas! De
todas as cores, de todos os tamanhos, borboleteavam pela mata.
Narrador
Foi quando a Dona Formiga perguntou as borboletas que passavam:

Dona Formiga
— Vocês viram a Lagarta que morava na amoreira?

Camaleão
Aquela preguiçosa!

Gafanhoto
Comilona!

Sr Aranha
Horrorosa!

Narrador
As borboletas riam, riam… Iam passando e nem respondiam. Até que veio
chegando uma linda Borboleta:

Borboleta
— Estão procurando a Lagarta da amoreira?

Dona Formiga
— Estamos sim!

Sr Caracol
Aquela horrorosa! Comilona!

Narrador
E a Borboleta bateu as asas e falou:
— Pois sou eu…

Todos
— Não é possível! Não pode ser verdade! Você é linda!

Narrador
E a Borboleta, sorrindo, explicou:

Borboleta
— Toda lagarta tem seu dia de borboleta. É só esperar pela primavera…

Dona Formiga
— Não é possível! Eu só acredito vendo!

Narrador
E a borboleta falou:

Borboleta
— Venha ver. Isso acontece com todas as lagartas.
Narrador
E outra lagarta foi se transformando… foi se transformando… Até que, de
dentro do casulo, nasceu uma linda borboleta. Os inimigos da Lagarta ficaram
admirados.

Todos
— É um milagre!

Narrador
. E a borboleta falou:

Borboleta
— É preciso ter paciência com as lagartas, se quisermos conhecer as
borboletas!

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