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FICHAMENTO - VAISSE

INTRODUÇÃO

● As relações internacionais são muito amplas, envolvem fluxos migratórios,


relações culturais, atividades econômicas.É um assunto muito vasto, mas
nesse momento serão abordados prioritariamente os aspectos políticos, cujo
ator principal é o Estado e as organizações governamentais

● Faixas cronológicas: 1945-1955, 1955-1962, 1962-1973, 1973-1985,


1985-1992, 1992-2001 e depois de 2001

● Temas que surgem nesses períodos: o surgimento do mundo bipolar,


coexistência pacífica, distensão, a nova guerra fria, o fim do mundo bipolar, a
busca de uma nova ordem mundial

CAPÍTULO 1

Nascimento e confrontação de um mundo bipolar (1945-1955)

● O mundo pós Segunda Guerra representa uma cisão na história, é o fim da


preponderância europeia. Tem início a era das superpotências, o poder se
desloca para o mundo extraeuropeu

● Os novos grandes, os verdadeiros vencedores, são os Estados Unidos e a


União Soviética a partir de 1945 suas forças se disseminam pelo Globo
(americanos em toda parte, tanto na Europa como Ásia, e os russos na
Europa Oriental e no extremo oriente)

● As grandes potências europeias eram estados medianos (população,


superfície e recursos) conta as novas grandes potências são Estados
gigantes

● Perda do prestígio europeu dá novo impulso a movimentos coloniais


emancipatórios

● O que sucede o concerto europeu é um diretório dos 3 grandes (EUA,


Inglaterra, URSS) que vão decidir a sorte do mundo. A estreita aliança da
guerra dá lugar à desconfiança do imediato pós-guerra e à brutal
confrontação

A paz fracassada (1945-1947)

● Depois da guerra, líderes vencedores se comprometem a estabelecer um


sistema de paz e segurança, uma nova organização mundial, “baseada em
princípios de igualdade de soberania de todos os Estados pacíficos”
(Conferência de Moscou, 1943)

● Criação da ONU (1945), com 50 Estados, Mas que deveria ser dirigida por
um diretório de grandes potências membros permanentes do Conselho de
Segurança com direito de veto (EUA, URSS, Reino Unido, China e França)

- Conselho de Segurança: cinco membros permanentes e membros não


permanentes eleitos por dois anos. Podem tomar decisões que impõem
obrigações aos Estados

- Assembleia geral: composta por todos os Estados-membros

● No entanto, o funcionamento da ONU já fica comprometido logo no começo,


devido ao não cumprimento das diretrizes pela URSS, ao permanecer
ocupando o Azerbaijão iraniano

● Comissão de Energia Atômica em 1946: tentativa de limitar o


desenvolvimento atômico

● Conferência de Yalta (fev 1945): mesmo antes do fim da guerra Churchill,


Roosevelt e Stalin decidindo a ocupação da Alemanha e destino da Polônia

- Alemanha seria ocupada pelos exércitos das três potências (e da França)

- Polônia?

● Em Yalta, a atmosfera é boa, mas os sinais de uma ruptura se multiplicam


nos meses que se seguem

● Conferência de Potsdam (jul-ago 1945): reuniu as 3 potências vencedoras de


novo, mas o contexto já era diferente do de Yalta (morte de Roosevelt,
deteriorização da ideia de manutenção de uma grande aliança, EUA mais
desconfiado da URSS - sucesso da bomba atômica diminuiu a dependência
dos EUA por apoio)

● URSS impõe a “Linha Curzon'': mantém na órbita de Moscou territórios


ucranianos e bielo-russos. Polônia sofre as maiores modificações (de 388 mil
km2 passa a ter 310 mil km2) e milhões de alemães são expulsos de seu
território, assim como milhões de poloneses foram repatriados dos territórios
cedidos à URSS (criação de um Conselho de Ministros das Relações
Exteriores das nações do Conselho de Segurança da ONU para elaborar
tratados de paz, mas não chegaram a nenhum lugar)

Os tratados de paz
● Conferência de Paris(jul-out 1946): tratados dos vencedores com os cinco
estados satélites da Alemanha (Itália, Romênia, Bulgária, Hungria e
Finlândia)

- questão italiana: o que fazer com as colônias italianas (Líbia, Eritreia e


Somália)? URSS quer que Líbia italiana passe para sua tutela, Reino Unido
propõe a independência - não resolvem nada, decisão adiada. Território do
Trieste (norte da Itália) disputado pela Iugoslávia e Itália, se torna
independente e posteriormente retorna à posse da Itália

- questão da Romênia: perdeu Bessarábia e a Bucovina do Norte para a


URSS, recuperou Transilvânia da Hungria

- Bulgária volta às antigas fronteiras

- Hungria sofre duras cláusulas. Retorna às fronteiras de 1920, perde a


Transilvânia para a Romênia, a Rutênia subcarpática para a URSS e tem
habitantes húngaros expulsos de territórios do sul da Eslováquia

- Finlândia cede 43 mil km2 aos soviéticos

- a Alemanha é objeto de debate permanente. Está sob tutela comum das 4


potências (EUA, URSS, Reino Unido e França - Conselho de Controle).
Berlim é dividida em 4 setores que controla a administração da cidade. Essa
tutela tem o objetivo comum de acabar com o nacional-socialismo da
Alemanha e garantir a democracia, tirando esse objetivo, havia conflito de
opiniões acerca de todo o resto. Sobre o território, queriam ocupar e
desmembrar (ideia logo abandonada), cogitam a unificação econômica das
zonas alemãs (França se opõe enquanto suas exigências não forem
satisfeitas acerca do Sarre e da internacionalização do vale do Ruhr).
Desmontagem de fábricas alemãs (obstrução do potencial industrial) como
forma da reparação que a Alemanha deveria pagar.

Os primeiros atritos

● Entre os aliados não reina confiança

● A vontade de Stalin de criar uma barreira fortificada em torno da URSS é


evidente e sua influência sobre a Polônia provoca os primeiros atritos entre
Moscou e Washington-Londres

● Churchill (não mais primeiro ministro) faz um discurso acerca dos perigos da
dominação soviética, que a Rússia não desejava guerra, mas se utilizava dos
frutos dela para a expansão de seu poder e doutrina

● É preciso fazer concessões aos soviéticos ou impedi-los de avançar mais?


(ficaram com a última opção)
● Superação do espírito conciliatório de Yalta

● Alguns meses após o fim da guerra, os aliados estavam desunidos,


fracassaram na tarefa de construir um mundo novo

● Novos palcos de conflito

O retorno da paz no Oriente Médio e no Extremo Oriente

O Oriente Médio

● A paz no Oriente Médio é marcada pelo despertar do pan-arabismo com a


criação da Liga árabe, 1945, e o início das descolonização nos territórios
antes sob jurisdição francesa e britânica

● França queria ao mesmo tempo conduzir a independência do Líbano e Síria e


obter garantias aos seus interesses econômicos, culturais e estratégicos na
região. Incidentes de maio de 1945 levam à intervenção dos britânicos e à
retirada de ambas as tropas em 1946

● O Egito esperava a retirada das tropas britânicas do canal de Suez e a


integração do Sudão anglo-egípcio ao seu território

● O mesmo ocorre entre Inglaterra e Iraque, cujo governo renuncia às


vantagens estratégicas concedidas aos ingleses. O único local que
permanece com tropas britânicas é a Transjordânia

● No Irã, ocupado por britânicos e soviéticos, evacua as tropas estrangeiras


britânicas e americanas, restando as soviéticas, que incitam a movimentos
separatistas no Azerbaijão e Curdistão, mas o governo iraniano se livra dos
movimentos e do exército soviético

● A Turquia, estava sob pressão para retificar suas fronteiras e revisar acordos
sobre navegação no Mar Negro...

● A Grécia estava sob controle militar inglês. Implantação de regimes


comunistas ao norte de sua fronteira e o agravamento da guerra fria
reiniciaram uma guerra civil impiedosa

O Extremo Oriente

● A derrota do Japão é selada com a rendição em ago 1945 e muda todo o


cenário do sudeste asiático. O próprio Japão é submetido ao controle dos
EUA. Um general atua em nome dos aliados e opera reformas radicais de
tendências democráticas. Japão perde territórios (Manchúria, ilha de
Formosa, Coreia - que fica independente mas dividida e disputada, sul da ilha
de Sacalina, base Port Arthur, ilhas Kurilas, parte das ilhas Ruy Kyu, ilhas
Carolinas e Marianas)

● A China fica inquieta por causa da ação soviética na Manchúria e da


retomada da guerra civil em seu território

A desunião dos Aliados

● Portanto, são muitos problemas não resolvidos, principalmente entre EUA E


URSS

● A tensão aumenta e dois blocos oponentes vão nascer, liderados pelos EUA
de um lado e pela URSS do outro, que parecem a todo instante suscetível a
um conflito aberto e generalizado

● Começa a guerra fria

● De quem é a “culpa”? Alguns dizem ser dos soviéticos, pois não mantiveram
todos os compromissos que assumiram em Yalta, e foram expansionistas, ao
que os americanos tiveram de reagir. Outros dizem o contrário, que o
expansionismo soviético ocorreu pela necessidade de conter a política
hegemônica dos EUA desde 1945

O nascimento de dois blocos

A troca da guarda: os americanos

● 1947: ruptura. Problemas se multiplicam na Ásia e Europa.

● Na China, guerra civil pende para o lado de Mao Tse-tung em detrimento de


Chiang Kai-shek

● Indochina em guerra colonial desde fins de 1946

● Destino da Coreia indefinido

● Na Europa, distúrbios na Turquia, Grécia

● A Grã Bretanha continua a ocupar o Egito, Chipre, Iraque, Transjordânia e


Palestina. Arruinada pela guerra e preocupada em tornar seus gastos
compatíveis com sua condição financeira, É levada a descolonizar e aceitar o
papel de reserva dos Estados Unidos

● Para os Estados Unidos, que saiu da guerra como nação mais poderosa do
mundo, a hora das possibilidades internacionais chegou

● Em 1947 que os Estados Unidos declaram que estão prontos para substituir
os britânicos na Grécia e na Turquia
● Assim, o país sai do isolacionismo tradicional para a posição ofensiva. Nova
política externa americana: a manutenção da paz, a difusão da prosperidade
e a extensão progressiva do modelo americano

● Grave crise econômica na Europa ocidental.Esses países estão em condição


de carência e sofrem da dupla necessidade de assegurar a sobrevivência de
seus habitantes e importar alimentos ou fertilizantes e reconstruir suas
indústrias Os Estados Unidos são o único país de quem podem conseguir
tudo isso

● Dollar gap: países europeus não tinham dólar. Os EUA passam a trocar ouro
por dólar

● Criação do Fundo Monetário Internacional para consolidar esse sistema.


Financia empréstimos - nova ordem monetária

Plano Marshall

● General Marshall propõe aos europeus uma ajuda coletiva por 4 anos para
assegurar o restabelecimento econômico da Europa (fortalecendo sua
relação e consequentemente a resistência ao comunismo). 16 países aceitam
a oferta

● A União Soviética vê o Plano Marshall como uma manifestação do


imperialismo americano para estabelecer domínio político e econômico sobre
a Europa

● Situação crítica na França e Itália, com partidos comunistas fortes e


participantes do governo. Os ministros comunistas são afastados

● Em 1948 é criada a Organização europeia de cooperação econômica (Oece)


encarregada de repartir a ajuda americana. Também organiza-se um tratado
multilateral para liberalizar o comércio

A Europa dividida em dois blocos antagônicos

● De um lado, a Europa ocidental ligada aos americanos, de outro, à Europa


Oriental submetida a influência soviética

● A política externa da URSS se baseia em uma obsessão por segurança


decorrente da vulnerabilidade a um eventual ataque atômico americano e sua
convicção da hostilidade do mundo capitalista. Estende suas zonas de
influência sobre toda a Europa Oriental (Alemanha oriental, Polônia,
Tchecoslováquia, Hungria, Iugoslávia, Albânia, Bulgária e Romênia)

● Kominform: escritório de informações que serve como ligação entre os


partidos comunistas de diversos países
● A Iugoslávia, a mais fiel aliada da União Soviética se recusa ao alinhamento
com a mesma, não aceita se submeter às ordens de Stalin. O Kominform
condena a atitude publicamente. As democracias Populares rompem suas
relações com o Iuguslávia, que se aproxima do ocidente sem abandonar seu
engajamento marxista - o primeiro cisma no bloco comunista

● A presença americana faz com que a influência soviética na Turquia perca


força. Com o auxílio de tropas americanas, a Grécia consegue fazer seus
guerrilheiros comunistas se refugiarem na Bulgária e Albânia

● A Finlândia consegue evitar subordinar-se à União Soviética, mantém-se


neutra

● A Tchecoslováquia passa a ser controlada por um governo comunista a partir


de fev de 1948 (o golpe de Praga)

● O golpe de Praga impressionou os europeus ocidentais que veem a guerra


bater na sua porta e tomam consciência de que se permanecerem desunidos
ficarão impotentes

● União Ocidental: um tratado de aliança (França, Grã-bretanha, Holanda,


Bélgica, Luxemburgo). Assistência automática contra qualquer agressão

A questão alemã no cerne da guerra fria

● As potências vencedoras se encontram sempre em um impasse acerca da


Alemanha, acerca da desnazificação, das fronteiras orientais e das
reparações. Divergem sobre o futuro político da Alemanha, se deve haver um
governo centralizado ou fragmentado

O problema do estatuto de Berlim e o bloqueio

● Os soviéticos não aceitavam a situação de Berlim, consideravam que deveria


ser parte da Alemanha Oriental

● Bloqueio de Berlim (jun 1948 - maio 1949): a URSS anuncia que Berlim deve
passar ao controle da Alemanha Oriental, ao que os ocidentais recusam tal
ação, e as vias terrestres de acesso são bloqueadas (rodovias e ferrovias)

● Linha do tempo de Berlim de 1945-1999 - página 34

● Depois da conferência de Londres em junho de 1948, franceses, ingleses e


americanos entram em acordo para unificar suas zonas de ocupação na
Alemanha e formar um único Estado alemão ocidentalE decidem também
criar uma moeda comum o que desagradou os soviéticos, que organizam um
bloqueio terrestre total de Berlim. É o conflito
● Os Estados Unidos reagem e decidem não aceitar a situação criada pelos
soviéticos e abastecem Berlim ocidental por ponte aérea. Isso dura mais ou
menos 1 ano, até os soviéticos cederem (reabertura das vias terrestres)

A constituição de dois Estados

● Ao longo do verão de 1948 uma comissão se reuniu encarregada de elaborar


uma constituição para a Alemanha ocidental. Só fica nas mãos das
autoridades de ocupação o desarmamento, desmilitarização, o controle do
Vale do Ruhr, reparação, descartelização, a Defesa e as Relações Exteriores
também

● São organizadas eleições gerais em agosto de 1949

● A partir desse momento, a divisão da Alemanha institucionalizada e a


questão alemã se complica com o problema da reunificação das duas
alemanhas

● Dois Estados se desenvolvem paralelamente, cada um emprestando os


métodos e os objetivos do campo em que se encontra

● Greve geral na Berlim oriental em 1953 - proclamação de estado de sítio e a


repressão é terrível

● A Alemanha deixa de ser apenas um objeto de disputa e se torna igualmente


um ator. Em 1951 a República Federal Alemã é admitida como membro com
plenos direitos no Conselho da Europa, e é autorizada a restabelecer o
ministério das relações exteriores e retomar as relações diplomáticas com
todos os países

● A região do sarre é o principal objeto de discórdia franco-alemã, no fim fica


independente, mas unido economicamente com a França, mas permanece
como uma questão de tensão
A expansão comunista no Extremo Oriente

● Em 1947 a guerra na China sofre uma reviravolta, onde os nacionalistas sofrem um


colapso depois de terem avançado em Henan.
● Depois de conquistar toda a China do Norte, em outubro de 1948 os comunistas
entram em Pequim, em 22 de janeiro de 1949, em Xangai.
● Em 25 de maio de 1949, Chiang Kai-shek se refugia na ilha Formosa, depois de
abandonar a China Continental a Mao Tsé-tung, que consequentemente proclama a
República Popular da China (RPC) em 1 de outubro de 1949.
● Em resolução desse acontecimento, ocorre um nó da guerra fria em razão da oposição
ideológica entre as duas Chinas.
● As pequenas ilhas costeiras, Quemoy e Mazu ficam nas Maos dos nacionalistas no
Sul, junto às ilhas Taschen no Norte.
● Dessa maneira, o quebra-cabeça diplomático entre as duas Chinas “envenena”as
relações internacionais durante um quarto do século.
● Em janeiro de 1950, a Grã-Bretanha sozinha, implantada em Hong Kong, reconheceu
o regime comunista.
● Na ONU, a China Nacionalista continua a ocupar uma cadeira de membro permanente
do Conselho de Segurança.
● Todas as democracias populares, e a URSS (comunista) reconhecem que a República
Popular da China lhe proporciona a segurança necessária.
● A aliança sino-soviética traduz sua oposição comum à política dos EUA e de seus
aliados.
● Em Fevereiro de 1950, Mao conclui com Stalin (URSS) um “tratado de assistência e
amizade mútua".
● A URSS se compromete a evacuar a Manchúria e Port Arthur e ajudar a China em
seus planos econômicos, técnicos e financeiros.
● Consequentemente, a situação se modifica profundamente no Extremo Oriente, onde a
RPC desempenhará um papel ativo na Indochina e na Coreia.
● A Indochina, disputa ideológica.
● Os franceses, desde dezembro de 1946, conduzem um combate ambíguo na
Indochina, eles afirmam querer proteger a independência e a integridade dos Estados
da Indochina contra a agressão Vietminh, porém nenhum governo quer tomar partido
nas negociações que levariam à retirada francesa.
● Em decorrência disso, esse combate colonial é um fardo cada vez mais pesado para o
orçamento da França, que recebe ajuda cada vez maior dos EUA.
● A partir de junho de 1950, a guerra da Indochina dá uma guinada decisiva.
● Ademais, a guerra colonial se torna uma guerra ideológica entre o campo comunista,
com a China como líder, e o campo ocidental, representado pelos franceses apoiados
pelos americanos.
● Na Coreia, as tensões nascidas da guerra degeneram em um conflito ideológico, dado
o fato de que a Coreia era uma colônia japonesa desde 1910.
● No fim da segunda guerra mundial, em 8 de agosto de 1945, quando a URSS atacou o
Japão, havia sido acordado que os soviéticos receberam a rendição japonesa ao norte
do paralelo 38, e os americanos ao sul.Nesse mesmo contexto, a questão da Coreia
continua do mesmo modo.
● A conferência de Moscou em dezembro de 1945, exprime um modelo de tutela entre
as grandes potências, que deveria fornecer a reunificação do país.
● O desentendimento que não impede os EUA e a URSS de evacuar o país, leva
rapidamente a um impasse político, e ainda existe uma tensão entre o norte e o sul,
junto com uma instabilidade ao longo da fronteira do paralelo 38.
● Em 25 de junho de 1950, os norte-coreanos lançam uma vasta ofensiva contra o Sul.
● Ainda não se sabe quais são as origens do conflito, mas suas consequências são
extremamente claras.
● O desencadeamento da guerra vai levar à intervenção dos americanos ( que haviam
excluído a Coreia em primeiro momento) de seu perímetro estratégico no Extremo
Oriente.
● Os americanos também decidem defender as Filipinas ( um acordo de garantia feito
em 30 de agosto de 1951)- fornecem assistência econômica e militar para Formosa e
para a França na Indochina e decidem, fazer principalmente o Japão um de seus
aliados.
● Logo após o fim da guerra, o general MacArthur (norte-americano) comandante
supremo em nome das potências aliadas, realizou profundas reformas visando
democratizar o Japão no plano político e econômico.
● A guerra da Coreia, foi um teste para lealdade japonesa, pois as forças de ocupação
americanas estão reduzidas ao mínimo.
● Em setembro de 1951, na Conferência de San Francisco, os EUA assinaram um
tratado de paz com o Japão, que declarou renunciar a diversos territórios
como:Coréia, Formosa, Pescadores, Kurilas, a parte sul de Scalina. Em contrapartida,
esse tratado também concede aos EUA numerosas bases militares em território
japonês.
● Uma outra linha defensiva é constituída no Pacifico (por um pacto de segurança
coletiva em 1 de setembro de 1951) entre San Francisco, Austrália, Nova Zelândia e
EUA (Anzus).
● A intervenção americana na Coreia se realiza sob proteção das Nações Unidas, pois o
Conselho de Segurança denuncia a agressão norte-coreana e, na ausência da URSS,
decide intervir na Coreia.Essa ausência da URSS é dado pelo fato de que em 1 janeiro
de 1950, os soviéticos haviam declarado que não sentariam na cadeira do Conselho de
Segurança, enquanto a China comunista não substituísse a China nacionalista na
ONU.
● O exército das Nações Unidas é dirigido pelo general MacArthur vencedor da guerra
do Pacifico e comandante supremo no Japão, onde esse exército é composto
principalmente pelas divisões americanas, secundadas entre outros, por tropas
britânicas e um batalhão francês.
● Em junho-agosto de 1950, o general MacArthur consolida a cabeça de ponte de
Pusan.Sua contraofensiva do outono de 1950 leva as tropas das Nações Unidas a
atravessarem o paralelo 38 e as conduz às proximidades da fronteira chinesa (
setembro-novembro de 1950).É nesse momento que a China se engaja na guerra.
● A intervenção de centenas de milhares de “voluntários chineses” força o general
MacArthur a bater em retirada (novembro-janeiro de 1951) antes de conseguir, por
uma contraofensiva, se reposicionar no paralelo 38.Em abril desse mesmo ano,
MacArthur pede o direito de bombardear as bases de voluntários chineses, na
Manchúria, mesmo com o risco de uma guerra aberta com a China.Truman, então faz
uma substituição de MacArthur pelo general Ridgway, que se contenta em manter as
posições obtidas.
● Após dois anos de negociações, um acordo sobre a repartição de prisioneiros,
assinado em abril de 1953, onde encontra dificuldades para ser aplicado.
● A convenção de armistício assinada em Panmunjon, em 27 de julho de 1953, consagra
pais blanche*( paz branca: sem vencedor nem vencido).
● A fronteira entre o Norte e o Sul é bastante próxima daquela de 1950, ao longo do
paralelo 38.
● No Extremo Oriente, o mundo está dividido em dois, entre a Coreia do Norte (
pró-comunista presidida pelo marechal Kim Il-Sung), e a Coreia do Sul,
(pró-ocidental dirigida por Syngman Rhee).

Os dois campos face a face

● Campo Atlântico
● A convicção de que a URSS representava um desafio mortal para o mundo livre
impulsiona a união e o rearmamento.
● O pacto de Bruxelas, realizado entre a França, o Reino Unido e o Benelux, era
dirigido contra um agressor, quem quer que fosse.Porém seus participantes, tinham
em mente a ameaça soviética, constataram de modo rápido a impotência da União
Ocidental diante das divisões do Exército Vermelho.Simultaneamente, eles também
pede aos EUA que se juntem ao pacto de Bruxelas e lhe tragam ajuda militar.
● Em março de 1948, G.Bidault, ministro francês das Relações Exteriores, escreveu ao
general Marshall, secretário do Departamento de Estado, para convidá-lo a aprofundar
a colaboração no terreno político e militar entre o Velho e o Novo Mundo.
● A partir da doutrina Truman, os americanos, preocupados em barrar o
desenvolvimento do comunismo, aumentam seus gastos militares ( que atingem 13%
do PIB em 1952), mantém suas forças em estado de alerta e criam uma central de
informações, a Central Intelligence Agency (CIA).
● Eles não se recusam a estabelecer negociações com os europeus.No entanto, os EUA,
de acordo com a constituição, todo tratado de ser aprovado pelo Senado com maioria
de 2/3 antes de ser ratificado.O governo americano estimou que fosse mais prudente,
portanto passar pelo Senado uma resolução prévia que autorize o Poder Executivo a
fazer alianças em tempos de paz.
● Essa resolução é denominada como Vandenberg ( nome do senador republicano
presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado), votada em 11 de junho de
1948.
● Em vista disso, essa resolução tratou-se da política externa dos EUA como uma
verdadeira revolução, desde os EUA apenas pactuaram alianças em tempos de guerra.
● Os pactos vão tornar-se um instrumento privilegiado de segurança nacional em
tempos de paz.
● De agora em diante, o caminho está aberto para a Aliança Atlântica, negociada entre o
fim do ano 1948 e o começo de 1949.
● O Pacto Atlântico, firmado por 20 anos, é assinado formalmente em Washington, em
4 de abril de 1949, pelos representantes de 12 nações (EUA, Canadá, França, Reino
Unido, Benelux, Itália, Noruega, Dinamarca, Islândia e Portugal).
● A União Ocidental perde praticamente toda a sua essência; muitos de seus órgãos são,
aliás, absorvidos pela Otan.
● O “stand group” ( grupo permanente composto por representantes dos EUA,
Grã-Bretanha e da França), com sede em Washington, é encarregado de manter a
direção estratégica da Aliança.
● A Otan é uma aliança bastante flexível que estipula que um ataque armado a um de
seus assinantes na Europa, na América do Norte, na Argélia ou contra uma das ilhas
do Atlântico equivaleria a um ataque contra o território de todos, resultando em
assistência mútua.
● Essa assistência militar não é automática, e cada país conserva suas forças armadas e
seu comando.
● A Otan coloca a Europa Ocidental sob a proteção americana.
● O Pacto Atlântico é violentamente combatido, dado ao fato de que a URSS
considera-o como um pacto agressivo dirigido contra ela.
● Nos países europeus, os comunistas veem nele a submissão da Europa Ocidental aos
EUA.Os neutralizados lamentam o alinhamento aos EUA.
● Essas campanhas são substituídas pelo Apelo de Estocolmo ( 19 de março de 1950),
que é o ápice de um vasto movimento pacifista animado por militares comunistas do
mundo inteiro.Destinado a enfraquecer a resposta do campo ocidental contra a
expansão comunista, o Conselho Mundial da Paz recomenda a proibição total da arma
atômica.
● Apesar dessas campanhas, o tratado é rapidamente ratificado pelas 12 nações,
seguidas por Grécia e Turquia em 1952.Ele entra em vigor em agosto de 1949 e é
acompanhado por um programa militar que vai tomar uma parcela crescente da ajuda
americana à Europa, mas ainda é apenas uma aliança, sem automaticidade nem
organização integrada.
● Os acontecimentos do Extremo Oriente ( em particular a Guerra da Coreia), modifica
profundamente o sistema do Pacto Atlântico pelo viés da integração militar.
● A guerra fria é acima de tudo um enfrentamento ideológico, e a luta contra o
comunismo passa pela propaganda e mobilização ideológica.
● Em 9 de fevereiro de 1950 nos EUA, o senador do Wisconsin, MacCarthy, lança uma
violenta campanha anticomunista.
● Em novembro de 1952, os republicanos vencem as eleições presidenciais, o general
Eisenhower é eleito.Esse general criticou a política administrativa democrata que
consistiu em conter o comunismo (containment- contenção ) e enalteceu uma política
mais rigorosa que o force a recuar ( roll back).
● Essa nova administração republicana renúncia essa política, pois ela poderia
desencadear uma guerra generalizada.
● A nova cara política ( New-look) se resume a um aspecto diplomático, a pacto-mania,
e a um aspecto estratégico, a doutrina de represálias maciças.
● Ocorre uma evolução dos dados estratégicos desde 1945.
● Em 1949, a URSS explodiu uma bomba atômica.
● Os EUA já não tem o monopólio da arma atômica e o conflito na Coreia surge como o
modelo de uma guerra certamente limitada, mas sangrenta, impopular e ineficaz.
● Em 1953, os republicanos adotaram uma nova estratégia definida pelo almirante
Radford, presidente do Comitê de Chefes de Estado-Maior, definida como: represália
maciça, resposta imediata, sem santuário.
● A todo ataque os EUA responderão imediatamente com arma nuclear. Nenhum
território será poupado, e os EUA estimam obter o máximo de segurança ao menor
custo.
● Reforço de Alianças- J.F.Dulles ( novo secretário de Estado) dedicou todos os seus
esforços a reforçar a rede de alianças feitas por Washington.
● Na Ásia, trata-se de conter o comunismo chinês e impedir que a “teoria do dominó” se
realize.Ou seja, quando um país comunista cai, aqueles que o cercam correm o risco
de ser arrastados com ele.
● No Pacífico, aliados às Filipinas, Austrália, Nova Zelândia e ao Japão, os EUA
assinam tratados de defesa com a Coreia do Sul (1953), Paquistão, China Nacionalista
e Vietnã do Sul (1953).
● O Pacto de Manila, que criou a Organização do Tratado do Sudeste Asiático (Otase),
em 8 de setembro de 1954.
● Os EUA, França, Grã-Bretanha, Nova Zelândia, Filipinas, Paquistão e a Tailândia se
comprometem a responder coletivamente a um ataque contra um de seus territórios ou
contra toda a região ao sul do 21 30 norte, o que inclui a Indochina, mas não Twain,
presa ao tratado de defesa sino-americano (2 de dezembro 1954) e sujeita a uma forte
tensão em 1954-1955.
● No Oriente Médio, o Pacto Bagdá (fevereiro de 1955) que reúne Turquia,Iraque,
Paquistão, Irã e Reino Unido, cria uma linha de proteção nas fronteiras meridionais da
URSS.
● Na América Latina, os EUA tentam arrastar ps Estados latinos-americanos em uma
cruzada anticomunista ( Conferência de Caracas de março de 1954) e reforça a coesão
da Organização dos Estados Americanos por uma conferencia que se realiza de 19 a
22 de julho de 1956, no Panamá.
● Esses países na América-Latina afirmam sua estrita solidariedade nas questões
mundiais e apoiam a invasão da Guatemala (junho de 1954), dirigida pelo governo
pró-comunista de Arbenz.
● O Japão desempenha um papel limitado e subordinado aos EUA.
● Em 3 de maio de 1947, os EUA impuseram ao Japão um pacifismo institucional, onde
o Japão renunciava tanto ao recurso à força como à manutenção de qualquer potencial
militar.
● A partir da Guerra da Coreia, os EUA lhe solicitaram o seu rearmamento e
concluíram o tratado de 1951.
● Os japoneses criaram uma força defensiva para se opor a sua efetivação, assim como
são hostis às experiências atômicas americanas no Pacífico.
● A URSS reivindica as ilhas Kurilas, a parte de Sacalina, e acima de tudo as ilhas ao
norte de Hokkaido (Habomai, Sikotan).Apesar de existirem impasses na negociação
sobre o contencioso territorial, japoneses e soviéticos assinaram uma declaração
comum dando fim à guerra ( outubro de 1956) e permitindo o restabelecimento de
relações diplomáticas normais.
● O Japão foi admitido na ONU em 18 de dezembro de 1956.

● A cooperação europeia
● O receio de uma agressão comunista na Europa Ocidental é avivado pelo conflito da
Coréia e impulsiona os europeus a acelerarem sua aproximação em todos os planos.
● Na cooperação econômica Oece organiza, desde 1948, uma cooperação comercial
e monetária entre os 16 Estados que se beneficiam do Plano Marshall.
● Um movimento de opinião pública favorável à criação de uma federação europeia
culmina na reunião de um congresso em Haia (maio de 1948), que exprime a intenção
de criar uma União Europeia.Contudo, o desmarcado franco-britânico não permite
que isso siga adiante.
● Os franceses desejam o circo de uma assembleia consultiva.
● Os ingleses demandam a criação de um simples comitê de ministros.
● Em janeiro de 1949, se chega a um acordo, ao criarem uma Assembleia consultiva de
competência limitada.
● Em agosto de 1949, em Estrasburgo tem sua primeira sessão, mas é apenas o
delineamento de uma cooperação política e cultural.
● O Plano Schuman, consiste em colocar o conjunto da produção franco-alemã de
carvão e de aço sob uma alta autoridade comum no âmbito de uma organização aberta
aos demais países da Europa.O objetivo desse plano é propor “realizações concretas
que criem uma solidariedade de fato”e que acabam pondo um fim na tradicional
rivalidade franco-alemã.
● O Plano Schuman (9 de maio de 1955) marca a passagem de uma simples cooperação
a uma verdadeira integração.
● A França, Alemanha ocidental Itália e os países do Benelux criam a Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço (CeCa).O Reino Unido não se junta à comunidade, pois
quer preservar sua soberania.
● O tratado de Paris (18 de abril de 1951) confiou um poder supranacional a uma Alta
Autoridade composta por 9 membros, independentes dos governos nacionais,
encarregada de modernizar a produção do carvão e do aço e de desenvolver a
exportação comum.
● A autoridade internacional do Ruhr desaparece.
● A cooperação militar , os riscos de uma guerra levam os europeus a considerar uma
aliança militar e os americanos os pressionam para que se rearmam.
● Em dezembro de 1950, a Otan decide fazer um esforço coletivo considerável e assim
criar uma organização militar integrada tendo à frente o Quartel-General das Forças
Aliadas na Europa, o Shape, comandado por um general americano.
● Os americanos fornecem armas. Essa ajuda econômica se transforma em ajuda militar.
● O exército francês está engajado na Indochina.
● Graças a EUA e a França, a Otan está em um impasse, visto que os EUA querem
rearmar a Alemanha Ocidental, e a França se recusa a tal ato.
● A filosofia do Plano Schuman é implementada em domínio militar.Em vista de que,
ela criaria um exército comum por meio da integração de 6 exércitos europeus.
● O tratado que institui a Comunidade Europeia de Defesa (CED) foi assinado em 27 de
maio de 1952.Mas não entra em vigor devido às reticências francesas.
● Em dezembro de 1953, J.Foster Dulles, declara que se a França não ratificar o tratado
da CED, haveria uma revisão dilacerante da política americana na Europa.
● Em agosto de 1954, Pierre Mendés, novo presidente do Conselho, propôs aos 5
parceiros da França diversos modificadores visando amenizar o caráter supranacional
do tratado.
● Em 30 de agosto de 1954, devido a recusa dos outros Estados, a Assembleia Nacional
francesa se opôs à ratificação do tratado da CED.

Os responsáveis pela política externa francesa

● O ministro britânico Anthony Eden, idealiza a vida novamente para a União


Ocidental, para fazer com que a Alemanha e a Itália fossem admitidas. Assim
assegura o controle europeu sobre o futuro exército alemão e a participação britânica
no dispositivo militar europeu ocidental.
● Pelos acordos de Paris (23 de outubro de 1954), a União Ocidental torna-se a União
da Europa Ocidental (UEO), que acolhe a Alemanha e a Itália.
● A Alemanha recupera sua total soberania, e o direito de se rearmar.
● Os ocidentais abandonaram seu direito de intervenção na Alemanha e declaram que
querem associá-la em pé de igualdade.
● Em maio de 1955, a Alemanha tornou- se o 15 membro da Otan.
● Bundeswehr se constitui a partir de novembro de 1955.
● A uma aproximação temporária da Iugoslávia com o Ocidente, por intermédio do
tratado de amizade e cooperação assinado em Ancara (28 de fevereiro de 1953), entre
a Grécia, Turquia e a Iugoslávia.
● Tratado de Bled (9 de agosto de 1954), é um acordo de defesa.
● O contencioso de Trieste é resolvido em Londres (5 de outubro de 1954), que prevê a
evacuação das tropas inglesas e americanas, o estabelecimento de uma administração
italiana e a manutenção do porto franco em Trieste.
● Pacto Balcânico perde toda coesão depois da aproximação soviética-iugoslávia de
1956 e do conflito entre a Grécia e a Turquia a propósito de Chipre.
● O campo oriental e os primeiros sinais de degelo Leste-Oeste , a coerência do
bloco oriental se manifesta pela reunião ideológica, e o maestro é o Kominform.
● Kominform denuncia o imperialismo americano, fomentador de guerras, exaltou o
modelo soviético, elogia o genial Stalin e desaprova Tito.
● Os opositores são perseguidos em toda a Europa do Leste. Não apenas a fé e os
eclesiásticos são perseguidos, mas todo o desviacionismo é banido por meio de
expurgos e de processos que afastam do poder os dirigentes demasiadamente
“nacionais”, Gomulka na Polônia, Rajk na Hungria (1949) e Slansky na
Tchecoslováquia (1952).
● Os partidos comunistas da Europa Ocidental são levados a participar da guerra
ideológica e a denunciar a intromissão dos EUA nos assuntos europeus.
● No plano econômico, enfatizam a indústria pesada e a coletividade das terras.
● No plano econômico, enfatizam-se a indústria pesada e a coletivização das terras. Em
resposta à constituição da Oece, os Estados da Europa Oriental (Bulgária, Hungria,
Polônia, Romênia, Tchecoslováquia, União Soviética, seguidos pela Albânia e pela
República Democrática Alemã) se reúnem, em 25 de janeiro de 1949, no Conselho de
Ajuda Econômica Mútua (Caem), ou Comecon, que facilita suas relações comerciais,
em benefício, em parte, da União Soviética.
● No plano militar, a União Soviética assinou com as democracias populares e com a
China Popular tratados bilaterais de assistência mútua.
● Isolado do mundo ocidental, o bloco oriental se alinha com "o grande irmão’'.
● Em 14 de maio de 1955, após a entrada da Alemanha Ocidental na Otan, o bloco
oriental cria o Pacto de Varsóvia, calcado quase de modo total sobre a Otan.Sob o
comando soviético, todas as forças armadas dos países da Europa do Leste, exceto
Iugoslávia, que havia pactuado alianças bilaterais.
● A morte de Stalin em março de 1955, encerra, no plano político, não apenas 1/4 do
século de ditadura pessoal na URSS, mas também estabelece uma direção coletiva,
com Malenkov como chefe de governo e Nikita Kruchov como primeiro secretário do
Partido Comunista.
● Um período de “degelo”(termo de um romance de Ilya Ehrenburg) se inicia, que
pressentiu a corrente de relativa liberalização que se esboçava na URSS.
● Nas democracias populares um desdobramento das funções de presidente do Conselho
de Ministros e de primeiro secretário do Partido.
● Na URSS a política de distensão se acentua com a substituição, à frente do governo,
de Malenkov pelo marechal Bulganin (fevereiro de 1955).
● O degelo da União Soviética na política externa, em 20 de julho de 1953, as
relações diplomáticas com Israel, rompidas a 5 meses, são restabelecidas.
● Em 27 de julho é assinada uma convenção de armistício na Coréia.
● Em 23 de janeiro a 18 de fevereiro a URSS aceitou a reunião proposta por Churchill
de uma conferência dos 4 ministros das Relações Exteriores em Berlim, que não
obteve resultado.
● Em 31 de março de 1954, a URSS propôs a conclusão de um pacto soviético de
segurança coletiva.
● Em 26 de abril-21 de julho de 1954 a URSS fez uma contribuição à Conferência de
Genebra sobre a Indochina.
● Em 11 de outubro de 1954, as forças soviéticas evacuam Port Arthur.
● Em 26 de janeiro de 1955, Moscou pôs fim ao estado de guerra com a Alemanha.
● Na primavera de 1955, a URSS promete tirar todas as tropas de ocupação da Áustria,
sob a condição de que permaneça neutra. A partir disso, é possível um tratado de paz.
● Em 15 de maio de 1955, as 4 grandes potências assinam em Viena o Tratado de
Estado que encerra a ocupação da Áustria, que se compromete a permanecer neutra e
recusar qualquer união com a Alemanha.
● Após o Tratado de Estado, o espírito de distensão permite que haja, em Genebra, uma
conferência de cúpula (18-23 de julho de 1955).
● As aproximações da URSS com relação à República Federativa Alemã se concretizam
pela viagem de Adenauer(chanceler) a Moscou e pelo estabelecimento de relações
diplomáticas entre a URSS e a RFA.
● A questão da Alemanha continua a ser o principal polo de tensão entre o Leste e o
Oeste.
● A URSS reage com vigor à possibilidade de criação de uma Comunidade Europeia de
Defesa que abrangeria as unidades militares alemãs e à elaboração da União da
Europa Ocidental em consequência do fracasso da CED.
● Em 29 de novembro- 2 de dezembro de 1954, a URSS multiplica os apelos ao
desarmamento e à segurança da Europa e convoca em Moscou, uma conferência, à
qual apenas as democracias populares assistiram.
● O Pacto Varsóvia é um tratado de amizade, de cooperação e de assistência mútua que
comporta um comando militar único confiado a marechal soviético.Ele confere ao
bloco oriental uma estrutura sólida e, que caminha para o futuro, assumindo um papel
de guardião do bloco.Os presentes países que compõem este pacto são: Polônia,
Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, Romênia, Bulgária, Albânia e Hungria.
● A conferência da cúpula (18-23 julho de 1955) e a conferência dos ministros das
Relações Exteriores(27 outubro-16 novembro de 1955) esbarram nas questões
alemães.
● Molotov recusa qualquer reunificação da Alemanha que não seja a absorção da RFA
pela RDA.
● Em 25 de dezembro de 1955, a URSS reconheceu a soberania plena da República
Democrática Alemã.
● A relativa liberalização permite a aproximação da URSS com a Iugoslávia.
● Desde a ruptura, em junho de 1940, e o isolamento forçado da Iugoslávia, Tito foi
bem sucedido em manter- para grande irritação de Stalin-o comando do país
independente e ligado ao socialismo, sem juntar-se ao campo ocidental.
● Em 26 de maio-3 de junho de 1955, Kruchov ao ir a Belgrado com Mikoyan e
Bulganin, faz um gesto de reconciliação.Isto é ele reconhece os caminhos diversos
que levam ao socialismo.
● A competição Leste e Oeste se transporta para fora da Europa, onde a URSS expira a
vontade de emancipação colonial que se alastra no Terceiro Mundo.

A PRIMEIRA FASE DE DESCOLONIZAÇÃO (1945-1955)


Os fatores próprios para a descolonização

● De 1945 a 1962, a descolonização é feita em duas etapas: 1- no imediato pós-guerra,


refere-se ao Oriente Médio e ao sudeste da Ásia; 2- começa em 1955, na África do
Norte e África Negra.
● A guinada se dá em 1955, marcado pela Conferência de Bandung que, por
unanimidade, decide apressar e generalizar a descolonização, e pela decisão dos EUA
e da URSS de não mais limitar a admissão de novos membros nas Nações Unidas,
decisão favorável à libertação dos povos colonizados.
● A Segunda Guerra Mundial transformou profundamente as relações entre as
metrópoles europeias e suas colônias:demonstrou a fragilidade dos impérios minados
pelos fermentos nacionalistas semeados durante o conflito e propiciou o surgimento
de duas grandes potências, EUA e URSS, que são, cada uma a seu modo,
anticolonialistas.
● Por ideologia a URSS é favorável à descolonização, que vai enfraquecer os países
ocidentais.Ela sugere ativamente a partir de 1956.
● Os EUA apoiam o combate dos povos colonizados por razões sentimentais e
históricas.
● Além disso, em 1946 os EUA concedem a independência às ilhas Filipinas, mas não
tomam posição oficial para não criar embaraços a seus aliados.

● A atitude das potências coloniais.


● O Reino Unido, dirigido por um governo trabalhista, praticou de forma voluntária
uma progressiva descolonização.
● Os Países Baixos se resignaram diante da situação.
● Já a França, enfraquecida durante a guerra, considera que seu império é o meio de
reconquistar a imagem de uma grande potência, sem optar de forma clara por um
estatuto de associação ou de assimilação.
● A Conferência de Brazzaville, reunida pelo general De Gaulle, em 1944, não abre
caminho para a independência das colônias francesas, mas para o modernismo e
liberalismo maximizados.
● Após 1958, a França se engaja na descolonização.
● A Bélgica, depois de ter esperado escapar do processo de descolonização, faz o
mesmo.
● As colônias italianas não foram resolvidas devido ao tratado de paz com a Itália, que
entrou em vigor em setembro de 1947.
● Na primavera de 1949, um compromisso foi finalizado por Ernest Bevin (ministro
inglês das Relações Exteriores), e seu homólogo italiano, conde Sforza. Ele prevê que
a Líbia alcançará a independência após um regime de tutela partilhada entre a Itália,
França e a Inglaterra. Confiam a Tutela da Somália à Itália.
● Divisão da Eritreia entre a Etiópia e o Sudão.
● Em junho de 1949, as Nações Unidas rejeitam o compromisso Sforza-Bevin, que
decide que a Líbia deve tornar-se independente antes de 1952, e a Somália após 10
anos de tutela italiana.Quanto a Eritreia, ela será federada à Etiópia.
● Em 1 janeiro de 1951 ocorre a independência da Líbia e ela escolhe para si um regime
monárquico; os EUA e a Grã-Bretanha conseguem conservas suas bases no país.
● O caso particular da América Latina
● Na América, a guerra contribui para reforçar os laços entre as repúblicas americanas,
que contribuem em maior ou menor medida com a luta contra o Eixo, com exceção da
Argentina.
● Em fevereiro-março de 1945, na Conferência interamericana do México, os Estados
americanos assinam o ato de Chapultepec, que estabelece um sistema de segurança
coletiva na América.
● Em agosto-setembro de 1947, na Conferência do Rio de Janeiro, assinam um pacto do
Rio, que é um tratado interamericano de assistência recíproca.
● Em 30 de abril de 1948 com a assinatura da carta da Organização dos Estados
Americanos(OEA) que condiz com o reforço da união interamericana, reúne as 20
repúblicas americanas.
● Os país latino-americanos e os EUA pós-guerra há um esfriamento das relações, onde
os país latino-americanos reclamam a evacuação das bases instáveis em seus
territórios e desejam beneficiar-se de um programa de ajuda econômica semelhante ao
Plano Marshall.
● Devido ao regime inspirado em exemplos fascista e caracterizado por um populismo
social com tons nacionalistas e anti-imperialistas, as relações entre EUA e a Argentina
tornam-se tensas.
● Distúrbios sacodem os países da América Latina, onde os nacionalistas lutam pela
independência econômica e onde estouram golpes de Estado, como no Paraguai(
general Stroessner) em maio de 1954, e revoluções como na Guatemala em junho de
1954.
● A descolonização do Oriente Médio
● Os países aos poucos se recuperam de sua total independência, ao passo que a criação
do Estado de Israel, em 1948, e a exploração das riquezas petrolíferas já provocam
sérias crises com o Ocidente.
● Ao fim dos mandatos, no Líbano e na Síria, a contestação dos mandatos confiados à
França pela SDN após o desmantelamento do Império Otomano e as manigâncias dos
ingleses que dominavam a região obrigaram os franceses a abandonar qualquer
capricho de posse sobre esses territórios e a prometer a independência acordada em
meio a violentos tumultos, em maio de 1945.
● Quando o exército francês revida, a Grã-Bretanha faz um ultimato à França para
obrigá-la a ceder.
● Em agosto de 1945, a independência da Síria e da Líbia é obtida, mas não de bom
grado ou com entusiasmo.E sim pela pressão dos ingleses.
● Em 1930, o Reino Unido concedeu a independência ao Iraque e à Transjordânia em
1946, onde a única força armada é a Legião Árabe.
● A criação do Estado de Israel é um caso à parte, pois foi nascido da convergência de
uma convicção milenar- o retorno à Terra prometida- e as ideias de Theodor Herzl(
1860-1904), o sionismo (retorno a Sião=Jerusalém) leva os judeus do mundo todo a
reunirem-se aos que permanecerem na Palestina.
● Após ter patrocinado a ideia de um lar nacional judeu na declaração de Balfour
(1917), a Grã-Bretanha (potência tutelar), retornou a uma politica pró-árabe.
● A politica pró-árabe consiste em interromper a imigração e a fracionar o território que
permanecia sob influencia inglesa, mas a Segunda Guerra Mundial desempenhou o
papel de acelerador: a revolução do genocídio reforça na opinião pública a causa do
sionismo e acelera a chegada de judeus à Palestina.
● Um clima de guerrilha se desenvolve, fomentado por organizações judaicas, contra os
ingleses impacientes por se desembarcarem do fardo.
● Em 1947 a questão da palestina é submetida a uma comissão de investigação da
Organização das Nações Unidas, que recomenda a constituição de um Estado judeu,
um estado árabe e a internacionalização de Jerusalém.
● Em maio de 1948 a Grã-Bretanha decide acabar com o seu mandato.
● Em 14 de maio, os judeus proclamam o Estado de Israel, imediatamente reconhecido
pelos EUA e pela URSS.Nesse mesmo contexto, os exércitos árabes entram na
Palestina.
● Em maio de 1948 as operações militares favorecem os israelenses, que concluem com
os árabes um armistício.
● O statu quo em relação ao plano de 1947, com um tratado de fronteiras mais vantajoso
para o Estado de Israel.
● Em 1950 Jerusalém é dividida entre israelenses e transjordanianos.
● O Egito anexou a faixa de Gaza.
● Em maio de 1949, Israel é admitido na ONU.
● Em abril de 1950 a Liga Árabe concluiu um pacto de defesa entre países árabes, dado
ao fato de que não reconhecia o fato de Israel.
● Instabilidade política , perante ao novo homem forte, rei Abdullah da Jordânia, a
Síria experimenta uma grande instabilidade política e parece hesitar entre uma
orientação pró-ocidente e a tentação neutralista.
● O assassinato em 20 de julho de 1951, do rei Abdulah, acaba com o sonho de
constituir uma “Grande Síria”em torno da dinastia hachemita.
● Em maio de 1950, buscando acalmar os conflitos no Oriente Médio, os EUA, a
França e a Grã-Bretanha adotam uma posição comum.
● Os 3 países em uma declaração tripartida, decidem restringir as vendas de armas
apenas os países que se comprometem a não cometer nenhuma agressão e,
principalmente, garantem o status quo territorial.
● A disputa de petróleo , as rivalidades devidas às ricas jazidas de petróleo do
Oriente Médio- se acrescentam aos problemas políticos.
● EUA por campanhas privadas interpostas, tentam assegurar uma parte dessa produção
de petróleo, chocando-se com os interesses britânicos.
● Em março de 1951, sob pressão dos meios nacionalistas liderados por Mossandegh, o
parlamento iraniano decide nacionalizar o petróleo.
● A crise se torna uma queda de braço anglo-iraniana e um conflito interno grave.
● Em 24 de agosto de 1953, Mossadegh é preso.
● Os interesses ingleses e americanos encontram apoio em um regime autoritário sob
direção do Xá.
● A primeira batalha econômica prefigura a crise de Suez.
● O conflito anglo-egípcio, o Egito vive um entusiasmo.
● Em junho de 1948, os ingleses tomam a iniciativa de favorecer a independência do
Sudão, cujo efeito é eliminar-lhe a influência egípcia.
● Em outubro de 1951, o governo de Nahas Pacha decide pedir ao parlamento a
revogação do tratado anglo-egípcio de 1936( que deveria permanecer em vigor até
1956).E a proclamação do rei Faruk “rei do Egito e Sudão”.
● Em dezembro de 1951 e em janeiro de 1952, as reviravoltas anti-britânicas no Cairo e
a tensão anglo-egípcia seguem num crescente até a decisão do rei Faruk de substituir
Nahas Pacha por um primeiro ministro mais conciliador.
● Após um golpe de Estado por um grupo de oficiais a mando do general Neguib, o rei
Faruk abdica (28 de junho 1952), a monarquia é abolida, e o general Neguib torna-se
presidente até a sua substituição na primavera de 1954 pelo coronel Nasser.
● Em 19 de outubro de 1954, Nasser assina com a Inglaterra um tratado definitivo que
garante a evacuação das tropas britânicas.
● Nasser também almeja aniquilar o Estado de Israel, dado ao fato de que adota um
neutralismo antiocidental.
● Em 24 de fevereiro de 1955 a Grã-Bretanha apoia a iniciativa do Iraque e da Turquia
de firmarem um tratado “para garantir a estabilidade e a segurança no Oriente
Médio”.
● Em 23 de setembro de 1955 o Paquistão e o Irã (3 de novembro) aderem ao Pacto de
Bagdá.
● A Jordânia sofre intensas pressões para associar-se a este pacto.
● O Egito e a URSS protestam contra o Pacto de Bagdá, que os EUA consideram como
um dos pontos-chave de seu sistema de defesa.

A descolonização na Ásia

● A emancipação da Ásia do sudeste é em parte consequência da derrota japonesa.


● Em 1945, apenas a Tailândia era independente.
● Alguns anos depois, todas as colônias, exceto as possessões portuguesas de Goa e
Timor, tornam-se soberanas.
● Em 1957, nascem 10 novos Estados.
● A emancipação provem de um sentimento nacionalista e antieuropeu, as promessas
feitas durante a guerra, tanto pelos ocupantes japoneses como pelas potencias
europeias, e do encorajamento pelos americanos.
● A descolonização do sudeste da Ásia se faz com violência e não culmina em uma
estabilidade total.
● A Índia tinha um movimento nacionalista de longa data, o Partido do Congresso,
criado em 1886.
● Durante a guerra, quando a expansão japonesa ameaçava a Índia, o líder do Partido
pede a independência de seu país e a participação do exército indiano na luta contra o
Japão.
● O processo de independência da Índia é difícil, pois o país é um mosaico de raças e
religiões de onde emergem um grupo hindu e um grupo muçulmano.
● Os muçulmanos reunidos na “Liga Muçulmana “ não querem ser a minoria religiosa e
política na Índia e por isso reclamam a criação de um Paquistão independente.
● Em agosto de 1946 devido aos incidentes violentos, degeneram em uma guerra civil.
● Em fevereiro de 1947, os ingleses decidem evacuar a Índia.
● Em agosto de 1947, Lorde Mountbatten( vice-rei da Índia) fica encarregado de
encaminhar o país à independência.Dessa maneira, favorecendo sua divisão: de um
lado, a Índia (Estado laico) e do outro o Paquistão (Estado religioso muçulmano)
formado pelo Paquistão Ocidental, Panjabe, Paquistão Oriental, parte oriental da
região de Bengala.
● Os dois estados independentes se associam ao Commonwealth.
● A Índia reclama a retrocessão dos enclaves estrangeiros, português (Goa) e francês
(Pondicherry, Yanaon, Karikal, Mahé e Chandernagor).Portugal recusa. E a França
espera até 1954 para ceder.
● Os paquistaneses reclamam o controle da região fronteiriça da Caxemira, atribuída à
Índia.
● Uma guerra entre 1947-1948 culmina em uma linha de demarcação, cenário para
futuros conflitos territoriais.
● Em 1950 a China Popular toma o controle total do Tibete.
● Em 4 de janeiro 1948 a Birmânia que foi ocupada pelos japoneses durante a guerra,
obtém do Reino Unido sua independência e se recusa a entrar no Commonwealth.
● O novo Estado é vítima de uma guerra civil conduzida ao mesmo tempo pelos
comunistas e pelas populações de Karen, que reclamam sua autonomia.
● Em 4 de julho de 1946, as Filipinas tornam-se independentes depois de serem
colônias espanholas atribuídas aos EUA em 1898, depois bispo-americana, e ocupada
pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Assim, permitindo a concessão
econômica de bases aéreas e navios aos EUA por 99 anos.
● Para a Indonésia, a Segunda Guerra Mundial teve papel decisivo.O partido
nacionalista indonésio do doutor Sukarno não hesitou em colaborar com os japoneses,
que lhe concedem a independência.
O Commonwealth
É o conjunto de Estados e territórios oriundos do Império Britânico e que conservaram entre
si laços mais morais que jurídicos.

O termo aparece pela primeira vez em 1921, no tratado de Londres que reconhecia a
existência de um novo domínio, o Estado Livre da Irlanda, que se junta aos outros domínios
!territórios considerados suficientemente evoluídos para se beneficiarem de uma soberania
interna sob a dependência do soberano britânico]: Canadá, Austrália. Nova Zelândia e União
Sul-Africana.

Em 1931, o estatuto de Westminster substitui o Império por uma comunidade de nações


britânicas !British Commonwealth of Nations) ligadas por um juramento de fidelidade à
Coroa britânica e por sua livre vontade de associação. Em 1932, os acordos de Ottawa
estabelecem o princípio de uma "preferência imperial". A descolonização obriga a
reconsideração das definições anteriores. Nem todos os territórios que se encontravam sob
jurisdição britânica se juntam ao Commonwea/th. Em 1949, o Commonwealth é definido
como um grupo multiétnico e multilinguístico cujo
O chefe é o soberano britânico. Conferências periódicas de chefes de Estado ou de Governo
garantem um mínimo de solidariedade, o que reforça a instituição em Londres de um
secretariado para o Commonwealth.
Apesar da saída da Birmânia e da Irlanda [1948). do Sudão [19561. da Somália, do Kuait, da
África do Sul [1961 l. da Rodésia [ 1965). de Áden [196 7) e do Paquistão Ocidental [1 9721.
o Commonwealth, em 1990, conta com 48 membros.

● A retomada do controle da Indonésia pelos holandeses é difícil.


● Em 1947, eles criaram uma federação da Indonésia, que abrange o território de Java
(dirigidos pelos indonésios) e os outros territórios dominados pelos holandeses.
● Em 1948, ocorre uma ruptura após vários incidentes e o fracasso da insurreição
comunista em Java.
● A independência da Indonésia é dada pelo fato de que as pressões feitas pelos
americanos, ingleses e das Nações Unidas aos holandeses surgiram efeito.
● Em 27 de dezembro de 1949, Haia abandona toda e qualquer soberania sobre as
Índias neerlandesas, com exceção da parte ocidental da Nova Guiné, reivindicada
pelos indonésios e cedida, em 1962, pelos holandeses.
● Na Indochina a ocupação do Japão foi decisiva.
● Em 9 de março de 1945, os japoneses liquidaram o que sobrou da administração
francesa.
● Em 11 de março de 1945, a independência do Vietnã é proclamada e leva à criação de
um governo de coalizão dirigido por Ho Chin Minh, que proclama a República.
● Logo após o fim da guerra, o general De Gaulle decide constituir uma força
expedicionária, confiada ao general Leclerc, para restabelecer a França na Indochina,
evacuada pelos japoneses, ocupada ao norte pela China e ao sul pelos ingleses.
● Em 9 de março de 1946, um acordo permite às tropas francesas reocuparem Tonquim,
já que as negociações complicadas entre franceses e vietnamitas terminam.
● A França reconhece a república do Vietnã, que seria composta por 3 regiões: o
Tonquim (norte), Anam (centro) e Conchinchina (sul).
● A federação dos Estados indochineses, composta de Vietnã, Camboja e Laos, seria
associada à União Francesa.
● O almirante Thierry d’Angenliu, erige a Conchinchina em República independente
sob a tutela francesa.
● Em setembro de 1946, Ho Chi Minh e o governo francês assinam os acordos de
Fontainebleau.
● Em 19 de dezembro de 1946, começa a guerra que durará quase 8 anos; a França
constata que não pode impor o retorno puro e simples da situação pré-guerra, de modo
que, pelos acordos da baía de Along, ela estabelece, em junho de 1948, um Estado
vietnamita sob a chefia do imperador Mao Dai, ao qual promete total independência.
● A partir do desencadeamento do conflito da Coréia, a guerra da Indochina torna-se
outra front da guerra ideológica entre Oeste e o Leste.
● Em janeiro de 1950, Ho Chin Minh obteve o reconhecimento diplomático de seu
governo por Moscou e Pequim, que lhe forneceram ajuda militar.
● Em outubro de 1950, as forças franco-vietnamitas sofrem graves revés, o exército
francês, comandado pelo general De Lattre de Tassingny ajudado pelo plano material
e financeiro pelos americanos.
● A posição militar franco-vietnamita se agrava em razão do fortalecimento do
Vietminh e da decisão do alto-comissário francês de organizar a Tonquim ocidental,
em Dien Bien Phu.
● Em março de 1954, um centro de resistência do exército vietminh ataca.
● Uma nova conferência se reúne em Genebra para discutir a paz da Coreia (após o
armistício de Panmunjon, de 1953).
● Em 7 de maio de 1954, em um armistício na Indochina, chega a notícia da queda de
Dien Bien Phu, que acelera o processo de paz.
● As negociações se arrastam em Genebra a propósito da linha de armistício entre Sul e
o Norte e data das eleições que reunificaria o Vietnã.
● Em 20 de julho de 1954, é assinado um armistício que divide a Indochina em duas ao
longo do paralelo 17: o Vietnã do Norte (dominado pelo comunismo) e do Vietnã do
Sul (reinam os nacionalistas liderados por Não Dinh Diem) apoiados pelos
americanos, cuja influência substitui a França.
● As tropas francesas tem um prazo de evacuação na Indochina.
● Para se obter a reunificação do Vietnã, as eleições devem ser organizadas em um
prazo de 2 anos.
● Após a Coreia e a Alemanha, um novo país é dividido por uma fronteira ideológica, a
“cortina de bambu”.É também fonte de novos conflitos, pois os EUA estão decididos
a apoiar Ngo Dinh Diem, para eliminar o imperador Bao Dai, por meio de uma
consulta popular.
● Para a França o fim do grilhão indochinês e o termino de uma presença de quase 3/4
de século nessa região do mundo, pois os acordos de Genebra sancionam a vitória de
um movimento revolucionário sobre uma potência europeia e abrem caminho para a
descolonização do segundo grande império colonial.
● Na Conferência de Genebra, a China aparece como uma potência com a qual é preciso
contar na Ásia.
● Os acordos sino-soviéticos assinados em 12 de outubro de 1954, atestam o despertar
Chinês.
● Sob a direção de Nehru, a Índia se esforça em desempenhar um papel mundial e
em tomar a frente do neutralismo e do anticolonialismo.
● Em 1 de março de 1954, a Índia mesmo fazendo parte do Commonwealth, rejeita a
ajuda militar americana; condena formalmente os pactos, a Otase e o Pacto de
Bagadá, e, fiel à doutrina de Gandhi ( para ela é uma questão de honra não empregar a
força).
● Em 1 de novembro de 1954, a cessão de 5 feitorias francesas da Índia, se esbarra na
recusa de Portugal em ceder Goa.
● Em junho de 1954, a ativa política externa indiana se manifesta pelos numerosos
encontros entre Nehru e Chou N-Lai, sobretudo, entre Nehru e os dirigentes soviéticos
que favorecem o “neutralismo” indiano e o eixo neutraliza em torno de Nehru, Tito e
Nasser.
● A confrontação entre os 2 blocos persiste, porém o papel dos novos Estados e sua
vontade de ultrapassar a bipolarização e a guerra fria levam a outra concepção das
relações internacionais.
● O confronto continua, mas a guerra fria, aos poucos, dá lugar à coexistência pacífica.
Capítulo 2 – A coexistência pacífica
1955-56- Não é o fim do mundo bipolar, nem da guerra fria. Coexistência pacífica: período
de transição entre a confrontação dos blocos e a distensão.
Primeira onda de descolonização asiática influencia uma segunda onda africana; crise de
Suez; competição econômica e corrida armamentista e espacial; equilíbrio nuclear; Berlim e
Cuba e crise no bloco oriental.

SEGUNDA FASE DA DESCOLONIZAÇÃO


Movimentos emancipatórios dão origem aos países de Terceiro mundo. Vitória diplomática
sobre o canal de Suez na Conferência de Bandung como primeira tomada de consciência dos
países de Terceiro Mundo sobre sua existência.
A competição Leste-Oeste explora a onda emancipatória. Kruschev implanta regimes
soviéticos no Oriente Médio e Cuba e sofre revés no Congo e outros territórios africanos.
Fornecimento de armas Tchecoslovacas para o Egito em conflito devido a nacionalização do
Suez, que gera uma corrida armamentista.
Recuo franco-britânico: começa uma luta indireta entre EUA e URSS no Oriente Médio
(Lutas por influência). URSS se aproxima diplomaticamente dos países não alinhados fazendo
do EUA vilão.
Bandung e Suez
Conferência de Bandung é iniciativa dos asiáticos recém-saídos das guerras da Coreia,
Indochina e resolução dos conflitos Cino-indiano. Convocação de países asiáticos e
africanos com diferentes tendências: pró-ocidentais, comunistas e neutralistas.
Condenação do colonialismo como principal tema. Segundo tema é a coexistência pacífica
de acordo com os 5 princípios: respeito à integridade territorial e à soberania; não
agressão; não ingerência em assuntos internos; reciprocidade de benefícios nos contratos;
coexistência pacífica.
Conferência pela primeira vez sem participação dos europeus, americanos e soviéticos.
Surge uma ideia de modo confuso: o não alinhamento, política pendular entre os dois
blocos que já acontecia no Oriente Médio.
Nacionalismo árabe em conjunto o avanço soviético, que não aceita o monopólio ocidental
sobre a região. Nasser: pan-arabismo, nacionalismo árabe e ódio a Israel. Evacua ingleses
de seu país como uma luta pela descolonização. Precisa de financiamento dos EUA para
tirar o Egito do subdesenvolvimento e é recusado pela posição de neutralidade. Resposta:
nacionalização do canal de Suez. Desafio a 3 países: França, Inglaterra e Israel.
Crise de Suez ameaça os interesses ingleses e franceses e a existência de Israel. São feitas
conferências para organizar a destituição de Nasser. No confronto, o Egito é auxiliado
pela URSS. Israel lança um ataque preventivo. FRA e ING são ameaçadas pela URSS
com uma bomba atômica e EUA não intervém. Franceses e ingleses são derrotados e a
ONU intervém entre Egito e Israel. EUA deixa o controle da região para os soviéticos,
mas mantem sua imagem com apoio financeiro e militar aos países do Oriente Médio
(Doutrina Eisenhower).
Resultado da crise: perda de influência europeia na região; União Soviética se torna
defensora contra o imperialismo; crise na OTAN entre os aliados e segunda onda de
descolonização, dessa vez, na África.
A descolonização da África do Norte
Argélia como território francês de minoria europeia e Marrocos e Tunísia como protetorados
franceses. Oposição da liga árabe aos franceses.
Tunísia: ocupado pela Itália e Alemanha durante a guerra, foi campo de batalha dos franceses.
Líder destituído por apoiar a Alemanha e o país se torna subordinado da França. Movimento
nacionalista surge e, em 1956, a independência é conquistada.
Marrocos: vontade de independência durante a guerra apoiada pelo presidente americano. Seu
líder é destituído pela criação de partido pró-independência. Ele consegue de volta sua posição
e independência pouco depois da Tunísia.
Argélia: Considerada parte da França, e com minoria de europeus, estava em processo de
rebelião. Reformas políticas ocorreram, porém, houve a ampliação da guerrilha e terrorismo.
França envia forças militares para o país. Líder argelino e francês entram em longas
negociações. Por fim, França consegue concessões, o deslocamento de sua população
minoritária e a Argélia, sua independência.
A descolonização da África negra
Até 1957, poucos países eram independentes
África anglófona: processos progressivos, negociações e de maioria pacífica (Gana,
Nigéria e Tanzânia). Exceção: Quênia com movimento terrorista e revolta até a
independência.
África Austral: Nissalândia e Rodésia do Norte viram Malaui e Zâmbia e Rodésia do Sul
com independência dirigida por minoria branca sem acordo com os britânicos.
África negra francesa: processo diferente consistindo na assimilação e depois
independência. Colônias são considerados territórios ultramarinos, com cidadão franceses
e representantes nas Assembleias francesas. Lei propondo grande autonomia interna, mas
não independência da França. Os países acabaram por escolher entre comunidade com a
França e ou separação para a independência.
Congo Belga: A que possui mais recursos entre os países. Adere a febre nacionalista e a
Bélgica concede independência imediata. Na região, anteriormente ocorria incidentes
antibelgas e uma guerra civil por centralistas e separatistas das províncias do país.
Ameaças soviéticas e intervenção dos capacetes azuis (ONU). Restauração da ordem com
a ascensão de general e independência de outras colônias belgas (Ruanda e Burundi).
Países que não conquistaram sua independência com os demais começam a se revoltar.
Em especial, ocorre revoltas nas colônias portuguesas, que eram consideradas províncias.
A evolução das nações unidas
Descolonização e ONU: decisões da ONU tinham peso da independência, mas
somente em 1961 é declarado que toda colônia deve ser independente.
Descolonização transforma a estrutura diplomática que era majoritariamente alinhada
aos EUA no questionamento das posições ocidentais. O poder do Conselho de
Segurança começa a declinar em função da Assembleia geral que abrange esses países.
Objetivando o declínio da autoridade do secretariado-geral, a URSS propõe a
substituição da posição por 3 indivíduos: um comunista, um ocidental e um neutro
(Quer transformar a posição em um conselho de segurança). Seu plano falhando, a
potência apoia um candidato dos afro-asiáticos que não consegue exercer sua
autoridade.
Diminuição da credibilidade da ONU em razão de uma série de conflitos e golpes na
Ásia e África, o que afeta a influência do grupo afro-asiático, em conjunto com a
incapacidade de acordo sobre o desarmamento nuclear.
A EVOLUÇÃO DOS BLOCOS
Percepção que as relações dos blocos não tendem sempre à guerra aberta. Morte de
Stálin e início da desestalinização. Desestalinação nas fissuras do bloco oriental.
Coexistência pacífica não significa o fim das tensões.
A desestalinização e as crises polonesas e húngara
XX Congresso do Partido Comunista: Kruchov admite a pluralidade de orientações na
construção do socialismo e importância dos países “neutralistas”. Relatório secreto
denuncia o culto à personalidade de Stálin durante seu regime.
Dissolução de Kominform: possibilidade de mais independências das democracias
populares em relação a URSS. Crises na Polônia e Hungria mostram o limite da
desestalinização.
Polônia: afrouxamento da censura de críticas ao regime desde 1953 gera
manifestações. Revolta dos trabalhadores restaura o antigo secretário-geral do partido
operário, que era antistalinista. Confronto entre stalinistas e antistalinistas com vitória
do antigo secretário. Golpe de Estado aceito pelos soviéticos pelo compromisso do
novo líder em cumprir o pacto de Varsóvia.
Hungria: Crise econômica grave gera revolta política e o líder vigente se demite. Uma
intervenção soviética agrava a situação política do país e o novo líder Imre Nagy se
declara neutro, denuncia o pacto de Varsóvia e afirma a pluripartidarismo. A URSS se
mobiliza militarmente e restaura o poder ao Partido comunista e um novo líder.
Repressão violenta é denunciada pelos países ocidentais.
Divergências cino-sovéticas.
A retomada da construção europeia
Construção de conjunto econômico europeu capaz de rivalizar com o EUA (Crise no bloco
ocidental).
Mercado comum: Visa o estabelecimento de uma união aduaneira entre membros europeus.
Organização bem estruturada.
Eurotom: tem como objetivo independência atômica dos países. Fracasso devido a
intervenção americana.
Associação Europeia de Livre Comércio: tentativa britânica de construir uma zona livre de
comércio, concorrendo com o Mercado Comum, com outros países que abrangeria o comércio
comum. Mercado comum vence e se expande e britânicos querem se integrar a ele.
Resolução da disputa de recursos entre França e Alemanha.
A coexistência pacífica e seus limites
Fatores com a emergência do Terceiro Mundo e seu não alinhamento; fim do monopólio
nuclear, que faz com que as forças das potências se neutralizem e não preferência pelo
enfrentamento direto como na crise de Suez e da Hungria demonstram a evolução da política.
Kruchov se adapta a mudança limitando a competição ao campo econômico e ideológico. Os
soviéticos agem com mais intensidade diplomaticamente e estimulam a competição
econômica com os EUA (pretendem superá-los).
Continuação da guerra fria pelo conflito da China com seus próprios territórios (China
comunista vs China nacionalista). A ameaça de intervenção americana na China leva a ameaça
de guerra com os soviéticos, mas, apesar disso, a política chinesa era desaprovada pela
superpotência comunista e as nações só se afastavam.
Equilíbrio de terror: O sucesso soviético no espaço com o lançamento do Sputnik representa
a superioridade tecnológica e capacidade de lançar mísseis de grande distância. Os americanos
não deixam barato e vão lançar esforços em suas conquistas espaciais. Começa uma corrida
armamentista cujo objetivo não era a aniquilação mas esgotar seu adversário pela
demonstração de superioridade. Os EUA nesse intervalo farão uma mudança em sua estratégia
adaptando suas respostas militares de acordo com as ameaças, se a represália deve ser uma
guerra convencional ou armamento nuclear (percepção de seu poder). No ano de 1962, apesar
das inquietações sobre a capacidade tecnológica da URSS, os EUA ainda não foram superados
em misseis submarinos e bombardeios continentais. O equilíbrio de terror gerar proposta
desarmamentistas, mas com a convergência entre os dois países vai fazer que aconteça o
abandono dessa perspectiva. Preferência por acordos parciais e seletivos.
A crise de Berlim: Desde 1948, a capital alemã se tornou uma questão entre os dois blocos e
foi dividida em blocos de esfera de influência. Ela se torna o símbolo para o ocidente de defesa
de liberdade. A presença do bloco ocidental questiona a influência soviética no país e não
fosse só por isso um grande número de refugiados do lado oriental emigravam para a parte
ocidental, o que diminuía a credibilidade da Alemanha Oriental. Em 1954, acordos afirmam
a soberania de Berlim ocidental, porém, os direitos dos países ocidentais, em especial quanto
a ocupação militar, são mantidos. A União soviética denuncia o tratado quadripartido e declara
que com a continuação da influência das potências ocidentais ocorreria o bloqueio do acesso
a Berlim ocidental. Havia o risco de uma guerra por um pequeno e simbólico território. Uma
conferência entre os quatro grandes fracassa, pois Kruschev exige um pedido de desculpa por
um sobrevoo de um avião espião americano em território oriental. As tensões aumentam entre
os lados e a crise chega a seu apogeu com a construção do muro de Berlim. O papel de Berlim
na crise entre os blocos em seguida perde a intensidade, mas o muro fica como comprovação
vergonhosa da política dos blocos.
A crise de Cuba: Apesar de independente política, Cuba dependia economicamente da
importação de açúcar dos Estados Unidos, que tinham até mesmo base militar na ilha. A luta
armada acontecia na ilha entre o ditador Batista e o guerrilheiro Fidel Castro desde 1952. Em
1953, após um ataque fracassado Fidel deixa a ilha, contudo, em 1956 volta a Cuba e em 1958
lança uma ofensiva e toma o poder no país. Imediatamente as relações da ilha com os
americanos não ficaram tensas, porém, com o tempo, Fidel mostra a vontade de se libertar da
influência americana e estreita laços com a URSS. Próximo de Fidel, Che Guevara anuncia
Cuba como socialista e os americanos com sua Doutrina Monroe acham inadmissível. A partir
de 1960, os EUA deixa de importar o açúcar cubano para asfixiar economicamente a ilha.
Ocorre uma intervenção militar por opositores do regime apoiados pelo governo americano,
mas a estratégia fracassa. Em seguida, Cuba é excluída da OEA e pede armas aos soviéticos.
Em 1962, os Estados Unidos desconfia da instalação de rampas de lançamentos de mísseis
capazes de atingir seu território e tomam conhecimento da chegada de armamento soviético
em cargueiros. A marinha americana intercepta a URSS montando um bloqueio na Ilha. O
mundo parece a beira de uma terceira guerra. Kruschev cede e desiste de armar a ilha em troca
de nenhuma retaliação a Cuba. A crise demonstra a possibilidade de diálogo e a racionalidade
se torna necessária com a responsabilidade nuclear. A coexistência pacífica deixa de ser
somente discurso e se torna necessidade sob o nome de distensão.
Capítulo 3

● 1962 marca o fim da crise dos mísseis e da crise de Berlim e por isso começa
a era da distensão marcada pela cooperação e aproximação da URSS e
EUA.
● Cisma entre a URSS e a China
● Para limitar a corrida armamentista, as superpotências começam diálogos.
● Mas conflitos ainda existem no Oriente Médio, Ásia e África.
● O ordem bipolar parecia consolidada com a convergência relativa de
interesse da URSS e EUA mas também começa a ser contestada pelo
terceiro mundo (conferência de bandung anteriormente) e novas forças que
emergem do seio dos dois blocos

O DUOPÓLIO AMERICANO-SOVIÉTICO

★ Do lado estadunidense, Kennedy assassinado em 1963 foi sucedido por


seu vice Lyndon Johnson (1963-1968) e depois foi eleito Richard Nixon
(1968-1974)
★ Apogeu no quesito estratégico e econômico mas foi abalado pela Guerra do
Vietnã e um satélite sovietico no ocidente, segregação racial e escândalos
políticos.
★ Do lado sovietico, Kruschov (falhou em politica externa e política agrícola)
foi sucedido por Leonid Brejnev que sucedeu na política externa - trabalha
em diálogo com "países irmãos" no terceiro mundo
★ Distensão não é desarmamento - a corrida continuou! Principalmente com
mísseis de médio alcance
★ Corrida espacial começou com a URSS em vantagem mas os EUA os
ultrapassam
★ A convergência de interesses para a redução das tensões internacionais -
Fase mais intensa da distensão foi 1969-1973 quando houve a passagem da
presidência para Nixon. Ele e seu conselheiro Kissinger acreditavam que
deveria ter uma aproximação Washington-Moscou-Pequim e o direito de fazer
reinar a ordem em seu próprio campo e evita cuidadosamente conflitos
diretos

Os acordos de limitação de armamentos

● Em 20 de junho de 1963 Ligação permanente entre Washington e Moscou, o


telefone vermelho para evitar
● O Tratado de Moscou. Embora não se trate de uma medida de
desarmamento propriamente dita. Falava--se em parar testes nucleares na
atmosfera
● Assinado por mais de 100 países, que proíbe as experiências nucleares na
atmosfera, no espaço extra-atmosférico e sob o mar
● França e China se recusam a assinar pois ainda estão aperfeiçoando suas
armas nucleares
● Esse tratado não prejudica as potências nucleares mas dificulta para países
que assinarem o tratado de ter armas nucleares. Ou seja, o alcance militar do
tratado é nulo mas político não - mostra a mudança de clima entre as duas
grandes potências.
● Em 1968, assinam, EUA, URSS, Grã Bretanha o Tratado de Não
Proliferação de Armas (TNP). Rejeitado novamente pela China e pela
França, que testam suas bombas de hidrogênio em 1967 e 1968 e se
recusam a aderir a um tratado que consiste em proibir o acesso ao clube
atômico.
● Esse tratado basicamente é a URSS e os EUA impossibilitando o poder
nuclear para qualquer um que não fossem eles.
● Foram assinados outros tratados menos relevantes - A maioria desses
acordos foi concluída segundo a filosofia de "arms controi''. Não se trata de
desarmar, mas de estabelecer limites ao super armamento.
● Os ABMs são capazes de atingir em voo os mísseis inimigos antes que
atinjam seu objetivo. Ambas partes instalam esses mísseis em suas capitais
● Multiple Independently Targeted Reentry Vehicle (Mirv) que permetia atingir
vários objetivos de uma vez
● Ressurgimento do equilíbrio do terror
● SALT 1 - Os Salt são divididos em duas partes: um acordo provisório e um
tratado O acordo consiste em um congelamento dos armamentos
estratégicos por cinco anos e na interrupção da construção de rampas de
lançamento fixo para os mísseis intercontinentais (ICBM), e de lançadores
balísticos instalados em submarinos (SLBM). O tratado limita a dois locais os
sistemas de defesa anti-mísseis (ABM), aqueles existentes em torno de
Moscou e de Washington e outro para uma zona de ICBM.
● O salt é inédito, pela primeira vez ambos países entram em um acordo de
armamentos sem envolver outros países.

O desenvolvimento das trocas pacíficas com o Leste


● A distensão ajudou na recuperação de trocas comerciais entre a URSS e o
ocidente
● Export Administration Act (1969), o congresso dos Estados Unidos se
pronunciaram a favor do aumento de trocas com o Leste.
● Entre 1970 e 1975, as exportações ocidentais para a URSS quadruplicaram

A distensão na Europa e a "Ostpolitik”


● Três questões para serem resolvidas: 1- situação territorial herdada da 2GM;
2- O estatuto de Berlim; 3- A existência de duas entidades políticas alemãs.
RFA e RDA
● A distensão repousava em resolver a relação da Alemanha Ocidental e a
europa oriental
● A Ostpolitik - Depois dos esforços de distensão americano-soviéticos e da
política do general De Gaulle para o Leste, a RFA, que se beneficia dos
mercados da Europa Oriental, se abre para o Leste.
● Ou seja, a Ostpolitik é a aproximação da Alemanha Ocidental com a URSS e
Alemanha Oriental
● O acordo RFA-URSS - Alemães ocidentais e a URSS acordam que a paz e
distensão é importante e reconhecem a inviolabilidade das fronteiras
europeias e mantêm explicitamente os direitos das quatro potências a Berlim.
● O reconhecimento da fronteira germano-polonesa
● O estatuto de Berlim (1971) - Dividem Berlim em 4 partes
● As duas Alemanhas se reconhecem como Estados independentes. Isso faz
muitos Estados ocidentais reconhecer a RDA e ambas Alemanhas entram
nas nações unidas em 1973
● A Conferência de Helsinque - A Conferência sobre a Cooperação e a
Segurança na Europa CSCE (1975) - Várias conversas foram feitas até
chegar a essa conclusão
● Principais pontos: “igualdade dos Estados, não ingerência nos assuntos
internos de outro Estado, autodeterminação dos povos, inviolabilidade das
fronteiras europeias e renúncia ao recurso à força para resolver conflitos.
Prevê o desenvolvimento da cooperação econômica, científica e técnica.
Enfim, garante a defesa dos direitos humanos e, em particular, a noção de
livre circulação de pessoas e de ideias”.

A CRISE DOS BLOCOS


❖ Bloco Ocidental - Euforia Econômica nas décadas 50 e 60 mas depois
veio a crise do sistema monetário internacional
❖ Medo da supremacia estadunidense - Receio dos EUA por os aliados
ocidentais em uma posição de subordinação
❖ A proposição americana de uma comunidade atlântica - Kennedy
propõe uma redefinição das relações de força entre Estados Unidos e
aliados em uma divisão de dois blocos: Os Estados Unidos da América
e os “Estados Unidos da Europa” - “Em questões estratégicas, a
contrapartida ao monopólio americano de decisão do uso da força, "
um único dedo no gatilho ", seria a constituição de uma força
multilateral.”
❖ Ou seja, fazer a OTAN uma potência militar pela força atlântica
integrada
❖ A França se recusa a aderir ao plano estadunidense.
❖ A política francesa de independência nacional - De Gaulle propõe
criar um diretório de três, habilitado a tomar decisões conjuntas sobre
os problemas que interessam ao mundo inteiro e não somente ao
território abarcado pela Otan. O presidente Eisenhower recusa
❖ Para De Gaulle, ter força de ataque (força nuclear) é necessário para a
independência nacional.
❖ Em 1964 ele reconheceu o governo da China Popular.
❖ Em 1966, A França sai da OTAN
❖ A crise do sistema monetário internacional - “A crise do sistema
monetário opõe os europeus, que querem ao mesmo tempo a
proteção americana e uma total autonomia política econômica, aos
Estados Unidos, que, por sua vez, pretendem reduzir encargos
financeiros sem renunciar às suas prerrogativas.”
❖ O déficit comercial americano - O Dólar é equivalente ao ouro nas
transações comerciais
❖ Os investimentos maciços de empresas multinacionais e as despesas
dos Estados Unidos no exterior (Guerra do Vietnã) terminam por
desequilibrar a balança comercial até então superavitária. Há muito
dólar circulando no mercado internacional.
❖ “Ao longo de toda a década de 1960, os Estados Unidos precisam
defender o dólar. A queda de suas reservas em ouro chega a
obrigá-los, em 1968, a reservar a convertibilidade do dólar em ouro
apenas aos bancos centrais estrangeiros. Mas a balança comercial
americana tornou-se deficitária em 1971, pela primeira vez desde
1893.”
❖ Nixon suspendeu em 1971 a conversibilidade ouro-dólar para evitar
mais fuga de capitais
❖ Nixon também toma medidas protecionistas
❖ Desvalorização do dólar - Isso provoca a valorização de outras
moedas como o iene e o marco. Esse ocorrido provoca na Europa
uma divisão de países com moeda forte e outros com moeda fraca.
❖ A crise no mundo comunista - Os anos 60 é marcado pelo um
decréscimo no crescimento econômico Sovietico que que não
consegue superar os problemas agrícolas nem se recuperar de seu
atraso na produção de bens de consumo.
❖ O cisma sino-soviético - Desde 1957, a relação desses dois Estados
estava em tensão. A China e os EUa estreitam relações e a nação
chinesa acusa a URSS de abandonar os ideais revolucionários
❖ A URSS condena as ações das comunas populares chinesas e
suspende ajuda econômica
❖ 1962 - Moscou fomenta revoltas na fronteira do Xinjiang e apoia a
índia no conflito que a opõe à China em relação ao Tibete.
❖ Reivindicação territorial - Os dirigentes chineses respondem em 1963,
desenterraram "tratados desiguais" impostos, no século XIX pela
Rússia à China
❖ Começa uma luta entre os dois Estados pela liderança do comunismo
mundial
❖ “Quando estoura, em 1966, a Revolução Cultural na China, os
soviéticos tomaram partido contra Mao Tsé-tung e tentam manobrar
contra o poder central as minorias nacionais do Xinjiang.”
❖ A China tem seu próprio programa nuclear confirmado com testes em
1964 e 1967.
❖ A contestação na Europa Oriental - A contestação Chinesa tem
repercussão no leste europeu.
❖ Iugoslávia é o maior problema - tem várias nações dentro
❖ Aconteceram revoltas na Polônia
❖ Romênia declara independência em 1964
❖ Primavera de Praga e a Tchecoslováquia

O TERCEIRO MUNDO NA ERA DA DISTENSÃO (1962 -1973)


➔ Contexto: Crise de Suez à Crise de Cuba - o papel internacional do III
Mundo toma impulso na era da distensão
➔ Enfraquecimento do papel moral da ONU - os países recém independentes
passam a entrar na ONU para serem reconhecidos com esse status
mundialmente. Cresce o nº de participantes e os problemas da organização.
➔ ONU: 135 membros - 25 aliados ao ocidente, 12 ao oriente, os demais
chamam-se “não engajados”.
➔ “A herança da descolonização é pesada” (p. 125) - os países do III Mundo
são maioria e colocam suas necessidades na organização. Intervenção no
Congo, protesto contra o apartheid, contra o colonialismo. Dezenas de
resoluções firmes, mas sem alcance real. ONU ameaçada de falência
financeira
➔ 1ª Conferência dos países não engajados (Belgrado, 1961) - 25 Estados do
Terceiro Mundo - manifestam reprovação a política de blocos, ao
neocolonialismo (substituição dos laços políticos pelo constrangimento
econômico) e ao superarmamentismo das grandes potências.
➔ Conferências posteriores - reafirmação da independência econômica.
➔ Os não alinhados não têm uma coesão real - a aliança se resume em
condenar o imperialismo dos ocidentais e na tentativa de manter equilíbrio
entre as duas Grandes.e um neutralismo de fachada. - Mas existe a divisão
dos que querem uma mudança real (neutralismo real e política contra o
neocolonialismo).

Os agrupamentos de Estados do Terceiro Mundo


● A independência leva ao esfacelamento ou ao agrupamento. Os Estados do
Terceiro Mundo preferiram, frequentemente, a segunda opção.
● Formam-se diversos grupos entre os países, além do pan-africanismo
(unidade política e econômica da África). O continente fica bastante dividido.
● Fim da Guerra da Argélia - atenua as divisões - 30 países se unem na
Organização da Unidade Africana (OUA)
● OUA: não fez a África progredir para uma união mais estreita, mas teve papel
importante nos interesses dos Estados africanos.
● Busca pela unidade dos países árabes pela Liga Árabe. Essa unidade é
reivindicada por chefes de Estados também. Ex: Nasser (Egito)
● América Latina: Organização dos Estados Americanos - problemas com
Cuba, excluída em 1962 e readmitida em 1973; e com as guerrilhas na
Bolívia, Colômbia e Venezuela.
● 1966 - conferência de governos e movimentos revolucionários da África, Ásia
e A. Latina escolhem Havana como a sede da Organização “Tricontinental”
que deveria organizar a luta anti-imperialista.

O desenvolvimento econômico e a ajuda ao Terceiro Mundo


● A desigualdade entre os países fica imensa ao longo dos anos de 1960. Em
1964 - PIB dos EUA = 3.320 dólares // PIB do Haiti = 60 dólares.
● A taxa de crescimento nos países pobres é muito maior que nos ricos, o que
aumenta essa desigualdade.
● A diminuição e os limites da ajuda - Em 1960, a ajuda diminuiu devido à
opinião pública e ao ceticismo quanto à eficácia. - III Mundo - consciente dos
limites e do constrangimento - preferem uma organização dos mercados de
matérias primas // produtos agrícolas para escoar a produção. Para eles, a
influência das cotações mundiais nesses produtos é determinante.
● O fracasso das UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento) - tentativa de resolver o problema do comércio entre os
países. Nem a ajuda nem o comércio mundial permitiram os países
superarem seu subdesenvolvimento
● Criação da OPEP, 1960 - Os produtores de petróleo se unem para impor seu
preço. Pós II Guerra - royalties baixos. OPEP - aumento dos royalties e
nacionalização da produção (ex: Irak Petroleum City).
● “Antes mesmo da crise de 1973, os países do Terceiro Mundo começam a
utilizar a arma econômica de que dispõem” (p.132)

A MODIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO TERCEIRO MUNDO


★ O III Mundo vira objeto de disputa entre os blocos - a crise entre eles é causa
e consequência das grandes alterações das relações Norte-Sul.
★ Os confrontos ocorreram por “peões” nas zonas periféricas - principalmente,
Ásia (Guerra do Vietnã) e África (crise do Oriente Médio).
★ Paquistão se distancia e faz acordo com a China para ir contra seu rival -
Índia, pró URSS no período; Tailândia se transforma numa grande base
militar dos EUA no conflito do Vietnã. Filipinas reclama das bases
americanas, mas precisa da ajuda (EUA) em suas reivindicações territoriais.
★ “Nessa região do mundo, tudo gira em torno da Guerra do Vietnã” (p.132)

A Guerra do Vietnã ***


● Os acordos de Genebra (1954) não restabeleceram a paz na Indochina -
disputa Vietnã do Norte (comunista) X Vietnã do Sul (capitalista)
● Os EUA mantinham no Vietnã do Sul um regime católico, mas a população
no Paralelo 17, maioria budista, cria a Frente Nacional de Libertação (FNL) -
recebem ajuda do Vietnã do Norte, que se infiltra no Sul.
● Os EUA acham importante intervir para manter o Vietnã do Sul independente
e livre da influência comunista. Eles decidem encarregar-se diretamente da
guerra - Incidente de Tonquin (08/1964) é o pretexto.
● A intervenção militar americana: início - 1964; intervenção maciça; chega a
543 mil homens em 1968; bombardeios, aviação operando sem trégua no
Norte e no Sul;
● EUA = superioridade material, mas o exército se atolou na guerrilha e nas
batalhas de grande amplitude.
● Vietnã do Sul: sociedade transtornada e poder desestabilizado; budistas
reclamam por negociações; Vietnã do Norte intensifica a ajuda a FNL, junto a
Pequim e Moscou.
● 1967 - + americanos hostis à guerra que a favor - passeatas pela paz (EUA)
● A ofensiva vietcongue - “ofensiva do Tet” - várias cidades (Sul) e bases dos
EUA atacadas simultaneamente - a situação é muito mais grave do que
aparenta. EUA, 1968 // Paris - dizem que vão diminuir os bombardeios ao
Norte e retirar as tropas do Sul, se o Vietnã do Norte o fizesse também.
● A retirada americana - crise moral dos EUA expostos a reprovação mundial.
“A crise salienta os limites do poder americano” (p.134) - preocupações na
Coreia do Sul e no Vietnã do Sul - EUA pede uma maior vietnamização do
conflito. Maior necessidade de encontrar com a URSS um modo de conviver.
● Em novembro de 1968 os EUA interrompem totalmente os bombardeios e
estendem a Conferência de Paris ao Vietcongue e ao Vietnã do sul.
● Nixon - Paz com honra e vietnamização do conflito para repatriar as tropas
americanas.
● 1ª retirada em 1969, em 1973 o processo é finalizado.
● Vietnamização do conflito: não é o fim das hostilidades; o Norte insiste na
unificação do país - Indochina abalada por convulsões; a FNL cria um
“governo revolucionário provisório” (GRP).
● Camboja: príncipe destituído (1970), por golpe de Estado do general Lon Nol,
auxiliado pelos EUA; início - EUA entra e há intervenção com bombardeio
aéreo. A guerrilha se anima, comunistas e partidários do príncipe lutam
contra Lon Nol e seus aliados. Opinião pública dos EUA “ataca novamente” e
os EUA anunciam a saída +/- 1 mês após o início do conflito.
● Laos - regime neutralista de 1960 (concordância dos EUA) é solapado pelas
intervenções da CIA e atacado pelos revolucionários laocianos.
● O “fim” da guerra e a situação do Camboja: ofensiva do GRP - EUA
retoma os bombardeios. Fracasso e conversações secretas em Paris - EUA e
Vietnã do Norte entram em acordo, mas o Sul não - retomam os
bombardeios.
● 27/01/1973 - “cessar fogo” assinado em Paris + retirada total de tropas
estrangeiras (sobretudo EUA) do Sul, formação do conselho nacional de
reconciliação, com membros do GPR e eleições livres.
● Acordo semelhante ocorre em Laos, um governo provisório é criado e um
regime comunista instaurado.
● Os acordos de Paris, em 1973, supostamente finalizam a Guerra do Vietnã.
● No Camboja, Lon Nol é cada vez mais ameaçado pelo Khmer Vermelho, no
Vietnã as hostilidades continuam. Mas os EUA ganharam liberdade de ação
diplomática. - 1973 param de intervir no Camboja.
● A situação se deteriora - enfraquecimento e substituição de Nixon por Ford
Apoiado pela China e URSS o Khmer Vermelho inicia o genocídio.
● Paralelamente, o GPR e os soldados de Hanói avançam sobre o Vietnã do
Sul - os últimos americanos saem em condições pavorosas. O Norte rejeita
qualquer negociação com o Sul. Em 1975, Saigon é tomada
● “É a falência da política americana de intervenção direta. O prestígio da
América, gigante que combateu com obstinação um país pequeno sem
vencê-lo, sai de lá maculado.” (p. 137)

A relação de forças na Ásia


● Início dos anos de 1970 - 3 forças dominantes: Vietnã, Índia e China.
● Vietnã: forte por seu poderoso exército, tem ambições e meios de se
expandir pelo sudeste do continente.

A entrada da China no sistema internacional ***


- 20 anos isolada - ostracismo das potências + revolução interna - volta ao
concerto mundial no fim da década de 1960, e faz diferenças nos cálculos
mundiais, mesmo proscrito da ONU (vontade EUA).
- Se isola da dupla hegemonia (EUA-URSS) e busca acordos com “não
alinhados” como a França, que reconheceu a China Popular em 1964.
- China: Potencial demográfico + poderio militar = ator de peso nas RI
- Passa de 2ª no campo socialista para 3ª no concerto mundial.
- Nova política externa chinesa: 1971 - recusa a hegemonia da URSS e
aproximação com os EUA. Desafia Moscou a provar a vontade da distensão,
dizendo para tirarem as tropas de diversos locais.
- A aproximação CHI + EUA é uma surpresa. EUA não reconhecia a China
Popular e a China era contra o imperialismo americano. - Ao mesmo tempo a
Índia estreitava os laços com a URSS
- China “retorna” à ONU (1971), com assento permanente e direito a veto - um
dos porta-vozes do III Mundo ascende ao 1º plano internacional.
- Ajuda ao III Mundo mais desinteressada e próxima das necessidades dos
países que a URSS;
- Relações com as “zonas intermediárias” - arruinar a hegemonia dos grandes.
- Japão: asiático por geografia, mas é radicalmente diferente de seus vizinhos,
pertence de fato ao mundo ocidental. Dirigido por governos conservadores e
ligado aos EUA. Reconciliação com a Coreia do Sul e reconhecimento da
China Popular - acordo comercial entre China e Japão em 1971.

O ORIENTE MÉDIO DE GUERRA EM GUERRA


A Guerra dos Seis Dias ***
● Junho de 1967 - dá a Israel o controle da Cisjordânia e cria problemas
duradouros.
● Palestinos X Estado Judeu + Estados árabes recorrendo ao terrorismo.
● Após a crise de Suez (1956), a paz instável confirma as posições das
potências - a URSS reforça laços com Nasser; EUA substituem a França no
papel de protetor de Israel.
● ONU na fronteira israelo-egípcia, do lado árabe - 1967, Nasser pediu para ela
sair, interditando o golfo de Ácaba ao tráfego israelense. O Egito apoiado
pela URSS, Síria e Jordânia. Israel mantém a posição de Guerra, ajuda dos
EUA.
● Israel inicia uma guerra preventiva que resulta em vitória - vai anexando mais
e mais territórios, até a parte árabe de Jerusalém (contrariando a ONU).
● Resolução 242 (ONU) - Israel deve se retirar de todos os territórios
ocupados.
● Israel: guerra ambígua - resulta em vitória, mas o que fazer com os territórios
ocupados? Árabes: humilhação e querem recuperar os territórios perdidos.
● Várias soluções são propostas. Mas até a do mediador Sueco, que foi a mais
relevante, fracassou em 1971.
● EUA - o desequilíbrio a favor de Israel é ruim - medidas diplomáticas.
Conseguem um cessar fogo, mas a suspensão total dos combates só 3 anos
depois do início da guerra.
● Tabela com todos os conflitos - p. 146 e 147.
● EUA regulamentam a venda de armas, para interromper ou equilibrar a
entrega de armas aos dois lados do conflito. Não obtém êxito! França ajuda
os egípcios com armas, contrariando os EUA, que por sua vez ajudam os
israelenses entregando-lhes armas a “conta gotas”.

O problema palestino
● Acelera a resistência palestina - criação do 1º Congresso Nacional Palestino,
da Organização para a Libertação Palestina (OLP) - a carta recusa a partilha
da Palestina e a criação do Estado de Israel.
● 1967 - A Jordânia perdeu a Cisjordânia e Jerusalém. O país abrigava
refugiados palestinos - se organizam para lutar contra Israel, com guerrilhas e
atentados - um Estado dentro de um Estado → ameaça a Jordânia.
● Operação Setembro Negro (1970)- utilizar o exército para restabelecer a
ordem nos campos palestinos. Confrontos sangrentos e prisões numerosas -
os palestinos fogem para o Líbano, Síria e até mesmo Israel.
● Palestinos refugiados no Líbano intensificam atos terroristas e prirataria
aérea (ex: ataque a equipe israelense nas Olimpíadas de Munique, 1972)

A Guerra do Yom Kippur ***


● 06/10/1973 - pretexto da guerra propício ao sucessor de Nasser // Israel é
desaprovado por muitos Estados europeus, entre eles a FRA - o isolamento
diplomático é crescente. O Egito ainda consegue que países, principalmente
africanos, rompam relações com Israel.
● ONU em impasse! Conselho de segurança - resoluções para Israel devolver
os territórios - China se abstém, EUA veta. A URSS apoia como nunca a
causa árabe.
● Ataque egípicio-sírio ocorreu em 1973, em pleno Ramadã (festa muçulmana)
e no dia do Yom Kippur (festa judaica) - a surpresa foi total. Egípcios e sírios
avançam em duas frentes e os primeiros contra ataques de Israel são
infrutíferos, depois eles ganham terreno e vão recuperando território.
● As potências pedem um cessar-fogo, quando Israel ameaça o Cairo, a URSS
se prepara para intervir - os EUA em alerta // força os israelenses a negociar
com o Egito.
● “A guerra atômica é evitada porque a colaboração global americano-soviética
decorrente dos acordos Salt é mais importante que o confronto regional.”
(p.153)
● Consequências: 1º - revela o equilíbrio no campo de batalha entre árabes e
israelenses; 2º - vulnerabilidade de Israel, incita o Estado a manter a
prudência. 3º - incita à negociação, os EUA fazem pressão a Israel. O
problema da Palestina vira o nº 1.
● A guerra instiga os produtores de petróleo do Golfo Pérsico a fazer pressão
no mercado mundial. Elevação dos preços = causa imediata de 1973.
● Os dois grandes impõe o fim a guerra aos beligerantes e mostram sua
supremacia mundial, mas a distensão vai se desestabilizando até culminar na
“nova guerra fria”

CONCLUSÃO
➔ “O balanço dos anos de distensão é impressionante. A questão alemã parece
resolvida. A China Popular entra no concerto das nações. A paz retorna ao
Vietnã. E os dois grandes, de comum acordo, põem fim à Guerra do Yom
Kippur. A Conferência de Helsinque, que consagra o triunfo da distensão, é
também sua última manifestação, pois, desde 1973, o mundo entrou em uma
era de instabilidade, e os ocidentais constatam que os soviéticos tiraram
maior proveito da situação do que eles ao fazerem reconhecer o statu quo
territorial na Europa e ao estenderem sua influência na Ásia e no Oriente
Médio.” (p. 154)
Um Mundo Desestabilizado

A queda de Saigon é o fim da guerra dos 30 anos além do fim da política de


contenção empregada pelos EUA, foi seu primeiro “revés” desde o fim da Segunda Guerra.
Os EUA pareciam que nunca mais iriam se recuperar, sofreu várias perdas
estratégicas.
A falta de diálogo entre as duas potências só crescia e os conflitos só
aumentavam, o mundo estava totalmente desestabilizado com vários conflitos ocorrendo
simultaneamente.
Os conflitos que antes eram centrados entre as relações do Leste com o Oeste
passou a ser de Norte a Sul, não tinha um local no mundo livre de alguma disputa.
A crise de 1973 da fim ao crescimento dos 30 anos gloriosos, porém o petróleo
não é o único motivo dessa crise, dos aumentos de preços e emprego.
A desordem monetária está diretamente ligado a queda do dólar, resultado das
decisões errôneas do então presidente Nixon de desvincular o dólar do ouro.
A partir da conferência da Jamaica que o sistema de Bretton Woods é
substituído.
O DES (Direitos Especiais de Saque) são o novo padrão de câmbio,
funcionando em conjunto com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa escolha foi
considerada "um passo decisivo visando a estabilidade das taxas de câmbio e a estabilização
do comércio mundial".
A crise do petróleo estava girando em torno do aumento da utilização do
petróleo como fonte de energia, além da necessidade dos país produtores de lucrar cada vez
mais. Os países Árabes estão no centro dessa crise, em meio a suas disputas com os
israelenses tomaram a decisão de embargar alguns países, reduzir sua produção e aumentar o
preço do produto.
A demanda pelo produto acaba duplicando os preços causando assim um
choque econômico.
A crise tem consequências desastrosas, principalmente para os países
industrializados. Entre os vários efeitos cabe citar, as maiores dificuldades para as empresas,
além das falências e do aumento no desemprego. A crise é a relação entre uma recessão
limitada e de uma inflamação: a "estagflação".
Os países subdesenvolvidos sofreram os efeitos dessa crise de formas
diferentes. Aqueles que eram produtores de matéria-prima, exclusivamente o petróleo,
acabaram se tornando países industrializados. Os países pobres que não eram beneficiados
pela produção de petróleo acabaram se "ferrando" devido ao alto custo de importação do
mesmo.
Em resposta a crise os EUA propõem a criação de um sindicato dos
consumidores.
A França por sua vez rejeita essa sugestão pois vai contra a política da amizade
entre as nações, o que afetaria em grande escala os países em desenvolvimento. Então ela
propõem um diálogo de Norte-Sul, foram marcada duas reuniões em Paris convocando os
principais países. A conferência só serviu para reafirmar a nova ordem econômica
internacional e seus princípios além da criação de um fundo especial de ajuda, de 1 bilhão de
dólares, à países do Terceiro Mundo.
Na conferência de cúpula de Cancún foi posta em prática a estabilização dos
preços das matérias-primas agrícolas, basicamente uma política de cooperação onde a
vantagem é simplesmente, não poder ser acusada de neocolonialismo.
As negociações do chamado Tokyo Round projetava novas reduções nas tarifas
e regras para combater os entraves nas trocas comerciais. Mas esse acordo não garantia a
criação de novas medidas protecionistas. O desejo internacional é constantemente deixado em
segundo plano para garantir os interesses nacionais.
Quando os EUA descidem atacar a inflação limitando o crescimento da massa
monetária em função de um aumento descontrolado da taxa de juros. Isso acaba resultando no
aumento do dólar o que gera um efeito negativo na economia dos países que já estavam em
dívida, fazendo com que eles busquem novos empréstimos para não quebrarem.
Os EUA se veem enfraquecidos após vários acontecimentos, inclusive a
renúncia de Nixon em 1974, assim eles perdem grande parte de sua influência.
Em 1973-1974, obcecados pela ideia de evitar qualquer nova intervenção (no
more Vietnam), os americanos parecem renunciar ao exercício de suas responsabilidades no
mundo.
Com a eleição de Ronald Regan os EUA se reafirmam como “líderes do
mundo livre”, com a missão de se reerguer contra o “império do mal” da União Soviética.
Na União Soviética, Brejnev encontra seu fim em 1982 devido à doença, com
seus dois sucessores já idosos Andropov (que morreu em 1984) e Tchernenko (que morreu em
1985).
A falta de comunição entre as duas partes é um dos grandes motivos pelo qual
há a falta de confiança. A União Soviética acaba aproveitando o desengajamento dos EUA
para avançar seus peões por todos os lugares, fomentando disputas no Terceiro Mundo.
A falta de diálogo não põe em cheque a visão mútua de evitar um, combate
armado (EUA x URSS) mas deixa as negociações mais difíceis. Diversas “disputas” são
evidenciadas, de embargos econômicos a boicotes nas olimpíadas. Um novo espírito de
Guerra Fria.
A conferência de Belgrado foi um grande fracasso, pois, segundo os
americanos, os soviéticos teriam se aproveitado da distensão para adquirir acordos e reforçar
seus esforços armamentistas.
Enquanto americanos e russos estavam de acordo em limitar o número de seus
mísseis intercontinentais (acordo Salt de 1972), aURSS se lança em uma modernização
furiosa de seu arsenal e consegue, sem violar a letra dos acordos, triplicar o número de suas
ogivas adaptando ogivas múltiplas aos lançadores da nova geração.
Apesar de tudo, as negociações Salt II resultam, em Viena (15-18 de junho de
1979), na assinatura por Brejnev e Carter de um acordo sucinto. Ele limita o número (2.250) e
o tipo (máximo de 1.320 mísseis de múltiplas ogivas, dos quais 820 mísseis ICBM solo-solo)
de mísseis nucleares intercontinentais para cada um dos dois países. O tratado não reduz a
corrida armamentista, ele se contenta em frear sua progressão.
Essa crise das relações americano-soviéticas marca também o fim de um certo
condomínio das duas superpotências. Sua influência decresce no momento em que emergem
novas potências ávidas de responsabilidade: China, Japão, Comunidade Europeia, países da
Opep, países não alinhados.
O estabelecimento de um sistema monetário europeu (SME), que entra em
vigor em 13 de março de 1979, permite uma relativa estabilização das taxas de câmbio graças
à instituição de uma moeda de referência, o European Currency Unit (ECU), definido por
uma "cesta" de moedas europeias cuja composição reflete a parte de cada país na economia
comunitária.
É institucionalizado um conselho, o Conselho Europeu, para se reunir de forma
constante para garantir a construção europeia. O conselho iria se reunir pelo menos 3 vezes ao
ano.
Entre as potências industrializadas que pertencem ao mundo liberal e
capitalista, as relações estão mais tensas no plano econômico e no plano estratégico.
Nos Estados da Europa Oriental, a URSS esbarra cada vez mais na recusa de
uma direção do Partido Comunista Soviético, denominada internacionalismo proletário". É
pelo viés de conferências europeias comunistas que os soviéticos tentaram manter sua
influência sobre os partidos comunistas europeus. Além da ambição em territórios na Ásia e
na América.

O capítulo está cheio de disputas e conflitos desnecessários para pontuar no resumo.


Então oriento dar uma olhada nos resumos da aula 7 e 8 que contém os principais
acontecimentos segundo a visão do professor (está tudo em ordem cronológica lá).
Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-
1992)
O FIM DA GUERRA FRIA
O fim da guerra fria tem efeitos imediatamente positivos: solução de conflitos regionais, inicio do processo
democrático, mas não é o "fim da história"(...)

Antes de instaurar uma nova ordem mundial, há a desordem

Ordem ou desordem mundial?


resolução de situações que pareciam estagnadas e de conflitos que pareciam intermináveis:

reunificação das duas alemanhas + queda do muro de Berlim

as tropas soviéticas deixam o Afeganistão

Fim da guerra Irã-Iraque

Fim dos euromisseis, em aplicação do tratado Forças Nucleares Intermediárias(FNI)

Em toda parte da Europa surgem sinais de distensão, ex: norte-coreanos e sul-coreanos ( setembro de 1990),
entre gregos e turcos( janeiro de 1988)

São restabelecidas as relações diplomáticas entre Grã-Bretanha e Argentina( fevereiro de 1990)

Declaração anglo-irlandesa finda a guerra civil na Irlanda(dezembro de 1993)

Israelenses e Palestinos reconhecem-se mutuamente ( setembro de 1993)

Também é o momento da retomada dos nacionalismos e do renascimento dos fundamentalismos religiosos, na


Europa Central e Oriental, mas também na Ásia e na África

Uma difícil conversão À democracia


o fim dos anos 1980 é o palco de uma universalização da democracia

Depois da constituição de governos dirigidos por não comunistas, ocorrem eleições democráticas ou parcialmente
livres que, geralmente, exprimem a rejeição ao regime e ao partido comunistas

Exemplos:

Polônia, tendo presidente eleito em 9 de dezembro de 1991

Romênia, derrubada do regime ditatorial em 22 de dezembro de 1989

Albânia

Na ex- URSS, a democratização é acelerada pela derrota do putsch conservador (19 de agosto de 1991)

Também fora da Europa a nova distensão é favorável à queda das ditaduras e ao restabelecimento de regimes mais
liberais

Exemplos:

Brasil, Argentina e Uruguai, novos presidentes foram eleitos por sufrágio universal

Coreia do Sul ( fevereiro de 1993)

Mas a evolução para a democracia conhece diversas exceções

Exemplos:

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 1


em maio e junho de 1989 em Pequim, assiste-se ao esmagamento do movimento d eliberalização e a
normalização, apesar da pressão dos ocidentais

Assassinato do prmeiro ministro indiano em maio de 1991 reflete a crise que sacode o subcontinente indiano

Os confrontos religiosos ensanguentam a India e o Afeganistão

Golpes sacodem também a Venezuela, Colômbia e o Peru

Crise política no Brasil que leva a renuncia do presidente Collor

O diálogo americano-soviético
O presidente Reagan deseja de fato restabelecer um diálogo realista com a URSS

Os responsáveis pelas diplomacias americana e soviética concordam em retomar em Viena as negociações sobre o
Mutual and Balanced Force Reductions (MBFR) e até sobre as armas estratégicas

Eles também decidem organizar três negociações separadas sobre os euromisseis, sobre as armas estratégicas e
sobre as armas espaciais

A retomada do diálogo
Com a ascensão ao poder de Gorbatchov, a URSS lança uma campanha de grande envergadura em favor do
desarmamento

proposta da diplomacia permanente soviética: uma europa desnulearilizada e neutralizada que Gorbatchov atualiza
sob o nome de "casa comum europeia"

Desde outubro de 1985, em Paris, Gorbatchov propõe diminuir à metadade as armas estratégicas dos dois campos
sob condição de os EUA renunciarem à guerra nas estrelas.

Encontro de cúpula com o presidente Reagan (novembro de 1985) , em Genebra: ele lança as bases de um diálogo
americano-soviético duradouro

Após vários reveses na política externa, reagan quer terminar seu mandato de forma pacífica

Gorbatchov também precisa de sucesso na política externa

desacordo em relação à guerra nas estrelas

EUA acusa a URSS de não respeitar os acordos de desarmamento

Em contrapartida, surge uma perspectiva de acordo sobre os FNI, na base da opção zero

Ao longo do ano de 1986, Gorbatchov multiplica os apelos ao desarmamento, que visa livrar o mundo das armas
nucleares e das armas "novas"

Cúpula de Reykjavik (outubro de 1986): tudo isso volta a ser discutido

A rivalidade netre Reagan e Gorbatchov está perto de levar a um acordo de grande alcance: redução à metade das
armas intercontinentais, supressão das armas de alcance intermediário, congelamento dos outros FNI.

O acordo não se realiza pela insistência de Gorbatchov na questão da guerra nas estrelas

Sem avisar, o EUA quase concorda em retirar as armas nucleares da Europa

Isso faz que que os franceses e alemães se aproximem em seus esforços de defesa: manobras comuns, criação de
uma brigada franco-alemã e de um conselho de defesa franco-alemão, mas permanece a ambiguidade netre uma
potência nuclear independente e uma potência não nuclear

Os acordos de desarmamento
Ao longo do ano de 1987, as discussões são retomadas para culminarem finalmente no Tratado de Washington(8 de
dezembro de 1987)

Tal acordo prevê a destruição, em um prazo de 3 anos, de todos os misseis de alcance de 500 a 5.500 km baseados
em terra e estacionados na europa. O acordo comporta, da parte dos soviéticos, concessões importantes: A URSS

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 2


deve eleimanar duas vezes mais misseis do que os EUA,. não incluiu os sistemas nuvleares britânico e francês no
equilibrio europeu

Pela primeira vez, americanos e soviéticos aceitam não apenas um acordo de limitação de armamentos, mas
também de destruição de armas nucleares

Outra novidade: procedimentos detalhados de verificação in loco são aceitos por ambas as partes. O significado é
claro: as duas superpot^rncias aceitaram um desarmamento que não lhes concernia diretamente e, desse modo,
deram a seus territórios o estatuto de santuário

Depois de ter anunciado, em 7 de dezembro de 1988, na tribuna da ONU, a redução unilateral das forças armadas
soviéticas, Gorbatchov encontra Reagan e George Bush. AInda que a superioridade militar em armamentos e
efetivos das forças soviéticas permaneça, essas propostas semeiam a confusão na Aliança Atlântica

Conferência para a proibição das armas quimicas ( janeiro 1989): reafirma o protocolo de 1925 proibindo seu
emprego mas nada sobre a sua fabricação. Isso porque os árabes se oporão a ela enquanto Israel se recusar a
autorizar uma inspeção em suas instalações.

Encontro Bush-Gorbatchov(dezembro de 1989): os dois chefes de EStado anunciam a abertura de uma nova era
das relações internacionais e decidem acelerar as negociações de desarmamento

Encontros Bush-Gorbatchov (maio/junho 1990): uma série de acordos prevê grandes linhas de um futuro tratado de
redução dos armamentos estratégicos chegando até 50%. Os EUA e a URSS se comprometem a reduzir a metade
seus estoques de armas quimicas até o ano 2000

19/11/1990: os 16 países membros da Otan e os 6 países do Pacto de Varsóvia assinam o tratado sobre redução
das forças convencionais na europa(FCE). Trata-se de eliminar os ataques surpresa na Europa pelo
estabelecimento de um teto de 5 categorias de arams clássicas e pelo respeito a paridade Leste-Oeste.

A dissolução do Pacto de Varsóvia e o desmembramento da URSS tornam, aliás, caduco o tratado FCE

Primeira cúpula pós guerra fria (julho/1990): Bush e Gorbatchov desejam estabelecer uma parceria duradoura: seu
simbolo é a convocação conjunta de uma conferência de paz no Oriente Médio. Também assinam o tratado strategic
arms reduction talks (Start), que prevê uma redução de 25% a 30% de seus armamnetos estratégicos

Encontro Geoege Bush-Boris Yeltsin ( fevereiro de 1992): a cúpula americano-russa permite os dois chefes de
estado assinar uma carta de cooperação e de amizade de acordo para reduzir os respectivos armamentos
nucleares estratégicos

Em janeiro de 1993, os presidentes Bush e Yeltsin assinaram o tratado Start , que marca uma nova e bastante
ambiciosa etapa no desarmamento nuclear, pois prevê o desaparecimento, em 10 anos, de dois terços das ogivas
nucleares estratégicas

O tratado só poderia entrar em vigor após a ratificação do Start 1

RESUMINDO: Se intensificaram os encontros e acordos entre a URSS e os EUA, com objetivo de promoção
da paz e do desarmamento

O NASCIMENTO DE UMA NOVA EUROPA


A Europa retorna ao centro das relações internacionais

O desarmamento que as superpotências negociam lhe concerne essencialmente. A nova distensão e o fracasso do
comunismo na Europa do Leste constituem acontecimentos decisivos e positivos, mas também efeitos
desetabilizadores.

Se a reunificação alemã e a implosão da URSS não saõ acompanhadas de nehuma viol~encia, o mesmo não
acontece alhures: os problemas de fronteiras ressurgem, os nacionalismos estão exacerbados. A guerra arde
novamente no coração da Europa. nos planos econômico, estratégico e ideológico, o mapa da europa é
profundamente remanejado. Ela é até mesmo transtornada no plano político.

O refluxo soviético na Europa e a libertação dos países do Leste Europeu

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 3


No plano militar, a distensão na Europa tem consequências consideráveis

A concentração militar na Europa no fim dos anos 1980 era extraordinária

O ministro soviético das relações exteriores propõe, em 23 de outubro de 1989, a liquidação, daquele momento até
o ano 2000, de todas as bases militares no estrangeiro, assim como qualquer presença militar no estrangeiro.

Pelo tratados sobre redução das Forças Convencionais na Europa (FCE), assinado em 1990, a paridade é
restabelecida entre as duas alianças no campo geográfico coberto pelo tratado

Helsinque(junho de 1992) os 29 países concluem um acordo sobre a limitação dos efetivos que deve permitir a
entrada em vigor do tratado FCE

os americanos, mesmo reduzindo seus efetivos na Europa, estão decididos- a pedido dos europeus- a manter as
forças militares no continente

No campo ideológico e político, a falência do comunismo na Europa do Leste é, por um lado, a constatação de um
fracasso, por outro, o reflexo de uma nova política soviética.

Outros fatores concorrem para que isso ocorra: a influência do Papa João Paulo II, o papel das igrejas cristãs d a
imagem da outra Europa difundida pela televisão, tudo isso coisas que questionam a divisão da europa.

Assisti-se desde 1985, mas especialmente depois de 1989, a reviravoltas nos regimes comunistas da europa
Ocidental e, antes de tudo, a um afrouxamento dos laços ideológicos entre a URSS e as democracias populares

Os dirigentes da URSS afrouxam seu dominio na Europa do Leste, mas comunicam que o pacto de Varsóvia não
mais intervirá nos assuntos internos dos países irmãos e que o exército soviético abandonará o território da
Tchecoslovaquia e da Hungria.

No entanto,a URSS não abandona a Europa, que está no centro de sua diplomacia, com a ideia de "casa comum
europeia".

Confrontado com problemas econômicos e éticos na URSS, Gorbatchov faz concessões, retomando assim a velha
tática russa: perder espaço para ganhar tempo

As solidariedades do bloco oriental se esfacelam

28 de junho de 1991 a aliança economica do bloco é dissolvida

O mesmo acontece com o Pacto de Varsóvia

A dissolução do pacto como aliança militar, totalmente desfeita em julho de 1991

o desmoronamento do bloco comunista faz ressurgir as rivalidades étinicas e nacionais, pondo em questãos as
frnteiras.

A degradação é tamanhaque, ao longo do verão europeu de 1991, os ocidentais resolvem caucionar as tentativas
de independência, ao mesmo tempo que se inquietam com as pressões migratórias que poderiam resultar da crise
profunda da Europa do Leste.

A unificação alemã
A questão alemã foi brutal e inopinadamente colocada quando veio abaixo o regime da RDA

Finalmente, em 9 de novembro de 1989, o "muro da vergonha" e a fronteira interalemã são reabertos graças a uma
decisão administrativa do governo da RDA

É a queda do simbolo mais gritante da guerra fria e da divisão da Alemanha

Essa abertura e as convulsões políticas internas da RDA levantam o problema da reunificação alemã.

manifestações ocorrem, por exemplo, em Leipzig (novembro de 1989), para reclamar uma reunificação rápida.

A decopomsição interna da RDA deixa um vácuo que só pode ser completado pela RFA

As reações estrangeiras são prudentes. Na cúpula de Estrasburgo (dezembro de 1989), os Doze aceitam o direito
de autodeterminação do povo alemão, mas cercam-no de condições.

A questão alemã retorna a primeiro plano da atualidade

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 4


A perspectiva de uma Grande Alemanha, tendo um peso econômico no seio da Comunidade, não constituiria um
risco para a Europa? A Alemanha reunificada permaneceria na Otan ou ficaria neutra?

Ainda na ancoragem da Alemanha Federal no Oeste seja sólida, a dinâmica da reunificação causa maior
preocupação no governo alemão ocidental que qualquer outra coisa.

Kohl (chanceler alemamnha ocidental) recebeu Gorbatchov em junho de 1989 e se alinhou ao seu objetivo de "casa
cumum europei

O desmoronamento do regime comunista alemão-oriental e a adesão da população aos partidos próximos ao


chanceler da Alemanha Ocidental, nas eleições de 1990, permitem concluir a unificação

O tratado sobre "o acerto definitivo da questão alemã" é subscrito em Moscou, em 12 de setembro. A Alemanha,
plenamente soberana, aceita todavia um teto para seus efetivos militares e a renuncia das armas nucleares.

O desmembramento do império soviético


O desmoronamento do comunismo soviético desemboca no desmembramento da União Soviética, confrontada por
uma tripla crise:

ideológica, pois o papel dirigente do comunismo da PCUS é não apenas questionado( março/1990), mas
também o PC russo se vê proibido de qualquer atividade após o Putsch fracassado (agosto/1991)

econômica, em razão da desorganização da economia soviética (inflação, deficit orçamentário, endividamento


externo)

política, pois a engrenagem das reformas desestabiliza o poder soviético e demonstra sua incapacidade de se
reformar sem mudar radicalmente o sistema

Causa e consequência do fim do comunismo, o desmembramento do império se acelera. Uma de cada vez, as
Repúblicas proclamam sua soberania.

Nos países bálticos, Lituânia, Letônia e Estônia: manifestações em agosto de 1989, reclamem sua autonomia e o
retorno das Repúblicas bálticas. Após um ano de tensões , a independência dos três países é reconhecida em
agosto de 1991.

Graças ao fracasso do putsch ( 19-21 agosto de 1991), desencadeado por elementos conservadores (PCUS,
exército da KGB), na véspera da assinatura do novo tratado da União, o congresso de deputados outorga amplos
poderes ás Repúblicas, com o "centro" conservando a tutela da política externa e militar.

Mas as Repúblicas estão cada vez mais recitientes em aceitar a limitação da sua soberania. O desmembramento da
URSS então se acelera.

A transformação da Rússia é radical. É de fato, um novo país que abandonou tod a referência ao marxismo-
leninismo e toda ideia de missão histórica do mundo.

As refromas políticas (instauração de um sistema semipresidencial forte) e econômicas ( estabelecimento de uma


economia de mercado) suscitam um clima turbulento e breves confrontos (21/09 e 4/10 de 1993).

No plano externo, o objetivo da Rússia é fazer parte do "mundo civilizado" — pela participação em todas as
instâncias internacionais, como o FMI e o Banco Mundia — e encostar o mais próximo possível na política
americana.

Essa política resolutamente voltada ao mundo ocidental está evidentemente ligada às vantagens que a Rússia
espera obter dela.

No plano nacional, no entanto, a Rússia corre risco de despedaçar-se. Sua população é, sem dúvida, mais
homogenêa que a da ex-URSS, mas as Repúblicas autônomas se agitam.

A Rússia invoca a proteção das minorias russas e russofónas para lhes impor sua lei.

O despertar dos nacionalismos e o questionamento das fronteiras


A falência dos regimes da Europa do Leste é acompanhada de um ressurgimento dos nacionalismos e dos
problemas de fronteira.

A doutrina do internacionalismo proletário sufocava qualquer reivindicação nacional ou territorial.

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 5


Os regimes comunistas fizeram da resolução dos problemas de nacionalidade uma de suas prioridades.

Com o desaparecimento desses regimes, os velhos conflitos nacionais ocultados por um tempo, ressurgem.

Os problemas das fronteiram voltam ao primeiro plano

No período pós comunismo, a Iugoslávia é o território mais sensível do velho continente por razões muito antigas.

os vencedores ( 1 Guerra Mundial) inventaram um reino dos sérvios, croatas e eslovenos, divididos em três grupos
linguísticos (esloveno, servo-croata e macedônio) e religiosos (católico, ortodoxo e muçulmano), mistura condenada
a explodir

A cisão da Iugoslávia provém da conjunção da crise do sistema comunista com a do Estado multinacional.

o drama se arma em maio de 1991 na eleição à presidência colegiada da federação.

As tentativas da Comunidade Europeia para promover uma solução negociada têm efeitos limitados

Enfim, a tchecoslováquia, criada após a 1 Guerra Mundial sobre ruínas do Império Austro-Hungaro, se divide em
uma República Tcheca e uma Eslovaca que se divorciam pacificamente. 1993

A balcanização, fruto de nacionalismos corrói o espaço europeu cujo centro de estabilidade é a Europa dos Doze.

Rumo à União Europeia


A decisão tomada em Luxemburgo, em 13 de junho de 1988, pelos ministros da finanças de liberar
completamentamente os movimentos de capitais no seio da Comunidade a partir de 1 de Jjulho de 1990 funciona
como gatilho.

Na véspera do prazo de 1 janeiro de 1993, intensificam-se os ataques de Washington e Tóquio contra a "fortaleza
europeia" , acusada de constituir um mercado interno inexpugnável. Ao fimde um enorme esforço de harmonização
e da liberalização, o advento do grande mercado sem fronteira é uma data importante para a construção europeia.

EUA e Canadá pedem aos europeus a supressão das subvenções agrícolas ..., e melhor acesso ao mercado; os
europeus reagem insistindo sobre a agressividade comercial do Japão e sobre o protecionismo americano em
matéria aeronáutica

As negociações que vão levar aos acordos de Maastricht são árduas, em particular a harmonização dos sistemas
fiscais e a união monetária.

ingleses rejeitam a ideia de uma moeda única

Em Estrasburgo (9 de dezembro de 1989), o Conselho Europeu finaliza um plano de União Econômica e Monetária
(UEM)

O Conselho de Dublin ( abril/1990) enfatiza a urgência de acelerar a construção política da Europa, cuja ausência no
conflito do golfo e impotência na crise iugoslava confirmam a necessidade de uma política de defesa em comum.

Os progessos das negociaçõespermitem ao Conselho Europeu de Maastricht ( dezembro de 1991) chegar a um


acordo sobre as questões econômicas e monetárias e sobre as questões políticas.

O tratado de União Europeia ... tem a ambição de organizar na maioria das esferas uma vida comunitária e fazer
com que exista uma União Europeia em um plano spranacional em setores chave como a moeda ou a política
externa.

Apesar de toda a agitação, a Europa Ocidental se beneficia de um inegável poder de atração e constitui um polo de
influência no mundo.

cria um Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), que tem por vocação auxiliar os países
da Europa Oriental.

Em suma, a Europa Ocidental se encontra em uma ituação paradoxal de ser o centro de estabilidade do mundo,
sem ter no entanto a possibilidade de exercer uma influência detreminante no equilibrio das forças mundiais.

Uma Europa com geografia variável


O desaparecimento do muro de Berlim e da cortina de ferro devolve á Europa sua plenitude geográfica. Ao mesmo
tempo, o desaparecimento da hegemonia soviética implica um risco de balcanização e impõe, portanto, a busca de

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 6


uma estrutura.

A fim de resolver os problemas de fronteiras e de minorias, o pacto de estabilidade da Europa, adotado em março
de 1995, visa promover a diplomacia preventiva

A Aliança Atlântica deve mudar sua estrutura, já que foi planejada para combater, o agora inexistente, Pacto de
Varsóvia.

A Otan deev responder às necessidades de segurança dos Estados da Europa Central e oriental, inquietos por se
encontrarem em um "vácuo estratégico"

A Otan reorganiza seu dispositivo militar ao criar uma força de "reação rápida" (maio/1991) e ao se orientar em
direção à criação de um corpo militar multinacional.

otan pela primeira vez podendo intervir fora da zona de aploicação do tratado :( decisão de 4 de junho de 1992)

a Otan investe em um novo tipo de intervenção, em cooperação com as forças de seus ex adversários ou neutras.

O MUNDO PÓS GUERRA FRIA


O fim da Guerra Fria não faz com que desapareçam as ocasiões de conflito

A distensão planetária observada desde 1985 deve-se inicialmente à distensão entre as duas superpotências,
depois ao vasto desengajamento da URSS (imitado pelas forças delegadas cubanas), enfim ao desmoronamento
soviético.

Essa distensão toma formas variadas: redução das tensões, fim de vários conflitos regionais, democratização.

Favorecidos pelo subdesenvolvimento, as lutas por influência, os tribalismos, as particularidades nacionais e


religiosas resurgem por toda parte.

Capítulo 5: O fim do mundo bipolar (1985-1992) 7

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