Você está na página 1de 25

20 Espécies nativas para arborização urbana





Guarde este artigo
Guardar

20 Espécies nativas para arborização urbana

Guardar no Meu ArchDaily

Foto de Alex Zarubi, via Unsplash


• Escrito por Gabriel Pedrotti
• 20 de Janeiro de 2021

Não há dúvidas que as árvores são essenciais para a qualidade de vida. Têm
impacto na sustentabilidade econômica, social e ambiental das cidades e suas
vantagens são muitas: contribuem para o conforto visual e ambiental, ajudam a
reduzir a poluição do ar e sonora, servem de refúgio e alimento para animais,
criando ambientes mais verdes e mais agradáveis. Além disto, tem papel
fundamental na redução do efeito das ilhas de calor em centros urbanos. É
considerado arborização urbana as árvores que compõem o cenário urbano, e
podem estar não apenas plantadas nas calçadas das cidades, mas inclui também
praças, parques, canteiros e demais logradouros públicos, e além dos jardins
privados. No entanto, existe uma série de recomendações que os projetistas devem
seguir na ocasião da escolha da espécie de árvore para sua utilização em ambientes
urbanos, como já publicamos por aqui as 25 espécies de árvores adequadas para
calçadas urbanas.

+ 25
Comumente, as prefeituras disponibilizam um Plano de Arborização Municipal
elaborado por corpo técnico especializado. Nele constam recomendações para o
desenho, implementação, preservação e manejo da arborização urbana, confira se
é o caso da sua cidade. Municípios como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Goiânia e outros já contam com um Manual. Arborização também exige
planejamento; na hora da escolha das espécies, pode-se seguir inúmeros princípios
de projeto, mas é fundamental levar em consideração alguns itens e ter cautela
para evitar riscos e danos à paisagem urbana, como por exemplo:
• Quando próximas às vias, não deve possuir frutos muito grandes, pois
pode cair sobre pessoas ou carros.
• Não possuir sistema reticular muito superficial nem muito agressivas,
uma vez que podem romper calçadas e prejudicar instalações
subterrâneas.
• Evitar aquelas de crescimento muito rápido, pois apresentam madeira
mais mole e frágil, e portanto, mais sucetível à quebra.
• Evitar aquelas espécies que apresentam espinhos e propriedades
tóxicas em suas folhas ou frutos.
• Atentar para o porte da espécie arbórea e o local onde será plantada,
observando características da copa e raízes, evitando interferências
na rede elétrica.
• Garantir uma área permeável em volta das árvores, permitindo
espaço para o desenvolvimento radicular e correta infiltração de água
e aeração do solo.
• Priorizar a diversidade genética nos projetos afim de evitar a
propagação de doenças e propiciar diferentes estágios fenológicos.
No paisagismo de cidades, embora comumente também se utilizam espécies
exóticas adaptadas, é sempre preferível optar por uma das inúmeras espécies
nativas da flora brasileira. Antes de selecionar, verifique se está adequada para o
tipo de clima e bioma de sua cidade, pois apesar de ser nativa do Brasil pode não
ser o caso na sua cidade e a espécie pode prejudicar o equilíbrio do ecossistema
local. Vale lembrar que as árvores nos ambientes urbanos estarão submetidas a
condições diferentes daquelas presentes em ambiente natural, e a escolha correta
da espécie é fundamental para não comprometer seu crescimento, adaptabilidade
e desenvolvimento.
Conheça a seguir 20 espécies de árvores nativas indicadas para plantios de
arborização urbana.

Pau-ferro | Caesalpinia leiostachya


Guardar no Meu ArchDaily
Pau-ferro | Caesalpinia leiostachya. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0
Nativa da mata atlântica, esta árvore de grande porte pode atingir até 30 metros de
altura, com copa arredondada e ampla que pode chegar a 12 metros de diâmetro
proporcionando boa sombra. Possui tronco ereto e ramificado de coloração clara e
manchada, o que lhe confere caráter altamente ornamental. Importante ressaltar
que apesar do seu grande porte, não possui raízes agressivas, sendo adequado
para plantio em áreas urbanas onde possa desenvolver sua grande copa,
principalmente grandes áreas abertas e longe de fiação elétrica.

Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides


Guardar no Meu ArchDaily
Conjunto de Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides. © mauroguanandi Via Flickr.
Licença CC BY 2.0
Esta árvore nativa da mata atlântica também é de grande porte, podendo atingir
facilmente aos 20 metros de altura. Quando bem cultivada, pode chegar aos 100
anos, devido à suas características longevas. De caráter ornamental, não possui
raízes agressivas, e apresenta intensa floração na cor amarela ouro em copa
arredondada e ampla que proporciona boa sombra. Deve-se evitar seu plantio
junto à rede elétrica.

Cambuci | Campomanesia phaea


Guardar no Meu ArchDaily
Cambuci (Campomanesia phaea). Imagem via Wikimedia Commons, licença CC BY-
SA 4.0
É uma pequena árvore semidecídua ornamental, de copa alongada e ereta, com
flores brancas melíferas e frutos comestíveis e também muito apreciados pela
fauna. O curioso formato do fruto lembra um pequeno disco voador.
Nativa da Mata Atlântica e espontânea em maiores altitude, pode chegar de 3 a 5
metros de altura.

Guanhuma | Cordia superba


Guardar no Meu ArchDaily
Guanhuma (Cordia superba). Imagem © Sitio da Mata
Também conhecida como Jangada-do-campo, está árvore endêmica e nativa do
Brasil possui de copa densa e porte considerado pequeno a médio, podendo atingir
até 10 metros de altura. Apreciada por populações indígenas que a partir dela
produzem uma aguardente, possui floração marcante branca que contrasta com as
folhas escuras, e frutos suculentos muito atrativos à avifauna.

Mulungu | Erythrina speciosa


Guardar no Meu ArchDaily
Flor do Mulungu | Erythrina speciosa. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0
Genuinamente brasileira, esta árvore decídua possui floração exuberante em
forma de candelabro que cresce para o alto na cor vermelho intenso e muito
atrativa para beija-flores e fauna em geral. Quando floresce no inverno, a árvore
permanece destituída de folhagem enaltecendo sua beleza ornamental. Também
nativa da mata atlântica, se adapta bem à climas de cerrado. É considerada de
pequeno porte, atingindo de 4 a 6 m de altura.

Cereja-do-mato | Eugenia involucrata


Guardar no Meu ArchDaily
Cereja-do-mato (Eugenia involucrata. Imagem via viveirofeltrin.com.br
Esta é uma árvore nativa ornamental e frutífera, bastante atrativa para a avifauna.
De porte pequeno a médio, pode chegar a 12 metros de altura, com uma
copa decídua colunar e tronco reto e liso. A floração melífera é na cor branca e os
frutos são comestíveis e saborosos - ambos ocorrem na primavera. É utilizada para
reflorestamento por seu caráter nativo e grande atratividade de vida silvestre.

Pitangueira | Eugenia uniflora


Guardar no Meu ArchDaily
Pitangueira | Eugenia uniflora. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Guardar no Meu ArchDaily


Flor da Pitangueira | Eugenia Uniflora. © Malani Q. M.Via Flickr. Licença CC BY 2.0
Árvore frutífera e ornamental nativa brasileira, de pequeno porte com altura de 2 a
5 metros como ocorre mais comumente, mas pode chegar a 10 m. É uma árvore
rústica e exige pouca manutenção, tolera bem podas drásticas, e também é
utilizada para reflorestamento. De caule tortuoso e copa arredondada bastante
ramificada, produz pequenas flores brancas melíferas e deliciosos frutos
vermelhos comestíveis - ambos muito apreciados pela fauna.

Jacarandá | Jacaranda mimosaefolia


Guardar no Meu ArchDaily

De origem sul americana, esta é uma das espécies mais utilizadas para arborização
pública no Brasil, por sua rusticidade e de floração muito exuberante, nas cores roxa e
lilás. Perde suas folhas no inverno, para florescer na primavera. É uma árvore decídua
que pode chegar a 15 metros de altura, apresenta copa irregular, arejada e pouco rala.
Oiti | Licania tomentosa

Guardar no Meu ArchDaily

Oitis
(Licania tomentosa). © Gabriel Pedrotti

Árvore brasileira já muito usada na arborização urbana sobretudo no sudeste do país, e


que pode chegar a 15 metros de altura. Possui a copa farta e produz boa sombra, além
de ser uma espécie frutífera comestível, com fruto com sabor que lembra a manga e
bastante procurados pela fauna.
Jabuticabeira | Plinia grandifolia

Guardar no Meu ArchDaily

Tronco da Jabuticabeira com frutos | Plinia grandifolia. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC
BY 2.0

Guardar no Meu ArchDaily


Detalhe Fruto Jabuticabeira | Plinia grandifolia. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Árvore brasileira com alguns sinônimos botânicos, esta espécie é muito celebrada por
sua intensa floração e frutificação que surgem diretamente do caule. Surgindo na
primavera, os frutos são comestíveis e assim como as flores, são apreciadas pela fauna
diversa. Alcança até 8 metros de altura de copa frondosa bastante ramificada composta
de pequenas folhas.

Araçá | Psidium cattleianum

Guardar no Meu ArchDaily


Araçá
| Psidium cattleianum. © Candise Sorensen Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Espécie endêmica da mata atlântica, ocorrendo naturalmente da Bahia ao Rio Grande


do Sul. É uma árvore de pequeno porte, de 3 a 6 metros de altura, perenifólia e ideal
para ser cultivada sob fiação elétrica. Possui pequenas flores brancas melíferas que dão
origem a frutos de cor amarela ou vermelha, comestíveis e também muito apreciada
pela fauna. Também utilizada para recuperação de áreas degradadas.

Aroeira salsa | Schinus molle


Guardar no Meu ArchDaily

Aroeira salsa | Schinus molle. © Forest and Kim Starr Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Considerada espontânea em florestas de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, esta
árvore perene de pequeno porte que pode chegar a 10 metros de altura, em copa
globosa e ramos pendentes, indicada para plantio sob rede elétrica. Espécie pioneira, é
bastante resistente, podendo tolerar sombreamentos médios e períodos de estiagem.
Apresenta pequenas flores melíferas de pétalas brancas e pequenos frutos com cheiro
de pimenta, atrativo para a avifauna. É atribuída às folhas e caule
propriedades medicinais.

Aroeira | Schinus terebinthifolius

Guardar no Meu ArchDaily


Aroeira (Schinus terebinthifolius). © Enio Pedrotti

Também conhecidas como pimenta-rosa, são árvores rústicas, perenes e de caule


tortuoso. Possui floração branca de pouca relevância ornamental, mas assim como seus
pequenos frutos vermelhos, são muito atrativos para a fauna e também para consumo
humano, como tempero. De pequeno porte, pode atingir de 8 a 10 metros de altura.
Pioneira, também é utilizada em reflorestamentos de áreas degradadas.

Canafístula | Senna spectabilis

Guardar no Meu ArchDaily


Canafístula em Rua de São Paulo| Senna spectabilis. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC
BY 2.0

Também conhecida como Acássia, é uma árvore decídua brasileira nativa do nordeste,
mas se adapta bem aos diversos climas brasileiros. Possui florescimento ornamental
intenso na cor amarela. De pequeno porte, sua copa frondosa e arredondada pode
chegar a 9 m de altura.

Canudo-de-pito |Senna bicapsularis


Guardar no Meu ArchDaily

Canudo-de-pito (Senna bicapsularis). Imagem via Modos de Olhar

Nativa da América do Sul, esta espécie de porte pequeno pode atingir até 5 metros de
altura e copa arredondada e aberta, é ideal para plantio sob fiação elétrica. Exige pouca
manutenção e tem crescimento rápido, com floração amarelo ouro marcante bastante
atrativo para os insetos.

Ipê | Tabebuia spp

Guardar no Meu ArchDaily


Ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha). © Gabriel Pedrotti

Um verdadeiro clássico do paisagismo brasileiro, esta é na verdade um gênero de


árvores, que em sua grande maioria são nativas do Brasil. De floração exuberante,
ocorre frequentemente sem a presença das folhas desta árvore caduca, e em diversas
cores: amarelo, branco, rosa e roxo. Dependendo da espécie, podem atingir de 8 até 35
metros de altura.

Quaresmeira | Tibouchina granulosa

Guardar no Meu ArchDaily


Dupla de Quaresmeiras de diferentes cores | Tibouchina granulosa. © mauroguanandi Via
Flickr. Licença CC BY 2.0

Está é uma espécie nativa da Mata Atlântica brasileira, considerada de pequeno porte,
também já é muito utilizada na arborização urbana. Possui floração de caráter
ornamental intensa e marcante, nas cores roxas ou rosadas. Altura média é de 8 a 12
metros, com uma copa arredondada bem distribuída.
Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis

Guardar no Meu ArchDaily


Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Nativa da mata atlântica, esta árvore de pequeno porte é notável por sua intensa
floração tricolor branca, rosa e violeta que ocorre simultaneamente. A cor da flor está
relacionada com sua idade, desabrocham brancas, passam pelo rosa e vão se tornando
violetas gradativamente. Pode chegar à 5 m de altura.

Tipuana | Tipuana tipu

Guardar no Meu ArchDaily


Tipuana (Tipuana tipu). Foto de Daniel Ventura, via Wikimedia Commons, licença CC BY-SA 3.0

Árvore decídua de grande porte nativa da América do Sul de copa ampla e densa, com
floração marcante na cor amarela e altura superior a 12 m. Embora era comum sua
utilização em ruas de centros urbanos brasileiros, hoje em dia recomenda-se evitar o
plantio em calçadas e estacionamentos, pois apresenta crescimento considerado
rápido, de madeira pouco resistente e propícia a quebras, além de suas raízes agressivas
e grande porte. Ideal para utilização em canteiros centrais, parques e praças onde possa
se desenvolver mais livremente.

Marinheiro | Trichilia cathartica

Guardar no Meu ArchDaily


Marinheiro (Trichilia cathartica). Imagem via combatenteambiental.blogspot.com

Árvore nativa brasileira, possui folhas perenes em copa de forma elíptica, com floração
branca que surge entre os meses de maio e junho. De pequeno porte, tem altura média
entre 4 e 6 m, pode ser plantada sob rede elétrica.

Você também pode gostar