Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Título: “Self”
A representação:
O que é isto de representar a realidade? O não real? Como é que podemos captar a realidade?
Teremos que ter algum género de semelhança? Se a semelhança não é um critério, o que
será?
Alguns autores apresentam várias hipóteses para responder a estas e outras questões:
Já em Ernst Gombrich (Arte e Ilusão, 1960) a noção de representação está associada à imitação
ou semelhança, entre a imagem e o que é representado.
do Latim, retractus, particípio do verbo retrahere que significa “tirar para fora”, “copiar”.
1. Imagem (de pessoa) reproduzida pela pintura, pelo desenho ou pela fotografia.
2. Imagem fotográfica. = FOTOGRAFIA
3. Semelhança.
4. Descrição de um carácter, de uma época, etc.
Mona Lisa - Leonardo da Vinci, 1503-1506, Gold Marilyn Monroe - Andy Warhol
Técnica Pintura a óleo sobre madeira de (1928–1987), 1962.
álamo, 77 cm × 53 cm. Encontra-se no Louvre. Serigrafia sobre tela, 211.4 x 144.7
cm. Encontra-se no MOMA.
À esquerda uma das pinturas mais famosas do mundo, um retrato. Quase cinquenta anos mais
tarde, uma famosa atriz é retratada. O que é que estes dois retratos têm em comum? Como é
que isso altera a representação do retrato? O que nos contam estas duas mulheres?
O autorretrato:
Documentação do processo:
Apontamentos:
A boca está a meio entre o limite inferior do nariz e limite inferior do queixo.
Os cantos da boca alinham com o centro dos olhos.
Duração 20-30 min cada; não observação do processo nem do rosto no decorrer do desenho;
tocar/sentir/explorar através do contato as variações da pele, ossos, pilosidades, etc.; procura
pela sincronização das mãos (a que toca e a que desenha); tradução gráfica para a experiência
do toque; exploração da ideia de tridimensionalidade;
Sobreposição de pequenos fragmentos de papel vegetal nas zonas ou áreas que deveriam
ser re/desenhadas a caneta vermelha. De modo a explorar as transparências,
sobreposições e opacidades.
Durante três semanas realizei dezasseis autorretratos como forma de estudo anatómico,
embora alguns deles apresentem alegorias e também expressem condições emocionais
específicas. O autorretrato é um instantâneo do momento em que me encontro, mas não por
muito tempo. Em última análise, pode-se revela-lo como uma metáfora da
contemporaneidade e suas identidades nômadas.
Este tipo de questões põe em discurso aspetos referentes a uma representação rígida, repleta
de cânones e regras frente a qualquer tipo de expressão por parte do artista.
Quando um retrato não se parece com o retratado, ele serve para fornecer pelo menos o seu
retrato intelectual, conceptual, estético e também espiritual.
Principais influências:
Desde cedo desenhou retratos, mas é a partir de 1966, com o retrato de Nick Wilder, que o
retrato como género se inicia e se tornará central na sua obra. Estes desenhos são
realizados a partir da observação direta do modelo.
Nos retratos desenhados, serve-se da linha precisa de contorno, para, com espontaneidade e
segurança, registar a aparência do modelo, demonstrando grande capacidade de observação e
interpretação. Consegue subtilezas de tom variando a espessura e os tipos de linha.
No retrato é através do olhar que a face se anima. Através do olhar transmite-se um conjunto
de sentimentos ou de pensamentos que informam a expressão fisionómica. Para além dos
traços fisionómicos, a pose e as mãos são também elementos portadores de significado.
Autorretrato, 30 Set.1983, carvão, 76,2x57,2 cm Self-portrait 26th Sept. 1983,
carvão, ©National Portrait Gallery 762x572 mm
Arikha desenha para ver. Não lhe interessa o contorno elegante e a definição rígida da forma,
mas o minucioso exame do motivo.
Com o seu registo incompleto, Arikha parece sugerir a incerteza na perceção da realidade
como algo fixo. Investiga a instabilidade da perceção, exposta nas formas interrompidas, nos
traços inacabados.
“No desenho de observação, a linha que desenhamos é ditada pela resposta sensorial e
exploratória aos dados visuais.”
Desenha diretamente na tela a linha de contorno em preto e azul, preenchendo as formas com
cor, servindo-se de técnica espontânea e execução rápida. Pincelada fluida, espontânea.
Os retratos de Alice Neel, mais do que representarem uma verdade anatómica, exibem uma
parecença psicológica, ficcional. A expressão do olhar, a pose e a capacidade comunicativa das
mãos transmitem-nos traços de carácter da autora.