Você está na página 1de 4

INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO

FACULDADE ISE – CAMPO LARGO


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

BRUNA COLHERI UCHIDA

RESENHA CRÍTICA DE: PATOLOGIAS CAUSADAS PELA


UMIDADE DE UM ESTUDO DE CASO

UMUARAMA
2021
1

PEREIRA, I.C.; BATISTA, T. O. Patologias causadas pela umidade - Estudo de


caso em uma edificação residencial no município de São Pedro da Aldeia/RJ. In:
VI Seminário Científico do UNIFACIG: Sociedade, Ciência e Tecnologia. 2020,
Manhuaçu: UNIFACIG, 2020. Disponível em: <http://pensaracademico.facig.edu.br/in
dex.php/semiariocientifico/article/view/2281>. Acesso em: 22 nov. 2021.

Na obra intitulada “Patologias causadas pela umidade - Estudo de caso em


uma edificação residencial no município de São Pedro da Aldeia/RJ” a graduada e
mestre Ingrid e Tauana, abordam um estudo das patologias de uma parede com 6m²
de uma residência unifamiliar, em São Pedro da Aldeia no Rio de Janeiro,
apresentando os diagnósticos das patologias causadas pela umidade, seguindo as
recomendações das normas brasileiras NBR 9575, NBR 9574, NBR 15575 quanto a
impermeabilização e desemprenho das edificações.
As autoras iniciam sua discussão relatando o avanço da Engenharia civil com
novas tecnologias que são desenvolvidas para melhorar a construção mas que nem
sempre é pensado nos efeitos negativos dessa evolução como as manifestações
patológicas. Ainda definem patologia de acordo com a NBR 15575 e apontam a
importância da implementação de um projeto de impermeabilização, onde a falta do
mesmo, pode causar vários problemas e custos inesperados. Assim, o estudo tem por
objetivo identificar patologias por umidade em uma edificação e propor possíveis
soluções de reparo.
De acordo com a fundamentação teórica apresentada, são considerados 3
aspectos no artigo quanto as patologias causadas pela penetração de água. O
primeiro aspecto é que edificações se modificam pelo intemperismo e devem ser
protegidas da infiltração e calor. O segundo aspecto se refere que até 60% das
patologias por umidade são identificadas em fase de uso e que podem gerar custos,
prejudicar o desemprenho e causar danos à saúde e segurança do usuário. Por fim,
o terceiro aspecto é apontado como a falta de projeto executivo de impermeabilização
e ressaltam sua importância para o aumento da vida útil das construções.
Para a compreensão dos problemas causados por patologias por umidade, as
autoras relataram as principais maneiras que a umidade pode infiltrar nas edificações,
sendo elas: umidade por capilaridade, umidade de construção, umidade de
precipitação e umidade devido a outras causas.
2

Umidade por capilaridade foi definido como ascensão da água do solo nas
paredes pela tensão superficial, onde a água sobre pelos poros vazios dos materiais
e podem ser facilmente visualizadas por manchas e bolores nas regiões próximas ao
solo. Umidade na construção seria a água presente nos materiais de construção que
em alguns processos de secagem levam mais tempo para evaporar, no entanto são
rapidamente cessadas dependendo do tipo de construção e clima da região. Já a
umidade de precipitação foi dada como a infiltração da chuva que penetram por
fissuras ou juntas mal vedadas, podem apresentar a longo prazo bolores,
eflorescências e criptoflorescências.
Assim, foi apresentado as patologias causadas por infiltração como: goteira e
manchas, mofos e apodrecimento, eflorescência, criptoflorescência, gelevidade e
descolamentos dos revestimentos.
Na metodologia proposta as autoras realizaram uma contagem das patologias
de forma visual de uma residência onde foi encontrado patologias na parede da
varanda de 6m². Com o auxílio de trenas e registros fotográficos com câmera,
coletaram as amostras a cada 15 dias ao longo dos meses de fevereiro, março, abril
e maio, totalizando 8 visitas. Nos resultados obtidos ao final da análise desta parede,
ao qual foi construída com alvenaria e o acabamento com chapisco e reboco de
argamassa, foram identificadas patologias por umidade como manchas, bolores,
descolamento com empolamento da argamassa e eflorescência.
Foi relatado então, sucintamente, as definições para essas patologias
encontradas, onde as manchas e bolores foram descritos como sendo uma
manifestação devido a constante umidade e a proliferação de fungos, a eflorescência
devido a sais dissolvidos na água que evaporaram formando manchas brancas e
pulverulentas na superfície e o deslocamento e empolamento da pintura devido a
existência de cal parcialmente hidratada na argamassa que sofre retração hidráulica.
Com a medida de correção adotada pelas autoras, foi realizado a lavagem da
parede com solução de água sanitária e bicarbonato de sódio para retirar as manchas
e bolores e posteriormente refizeram o acabamento com o lixamento da parede e
aplicação de nova argamassa e pintura. Um ponto importante em relação a esta
medida foi a conclusão de que esse tipo de tratamento para patologias não é eficaz e
definitivo, pois após um período de tempo elas voltaram a se manifestar, o que
comprova a importância de um projeto de impermeabilização.
3

Outra questão levantada pelas autoras de suma importância nas discussões


dos resultados, foi a comparação com o tempo de vida útil da residência de 16 anos
sendo inferior ao tempo de vida útil mínima de um projeto de impermeabilização,
definida pela norma de desemprenho NBR 15575 (2013) de 20 anos, apontando assim
para falta de um projeto adequado de impermeabilização na residência estudada.
A principal hipótese levantada então para a origem das patologias identificadas
foi a infiltração por precipitação, ou seja, a ação da chuva que se intensifica em tempos
veraneios. As causas para essa recorrente infiltração na parede analisada, foi pela
falta de impermeabilização externa com calhas e rufos laterais, que tem como função
proteger a parede do contato da chuva, evitando assim a manifestação de patologias.
Além do mais, foi sugerido um sistema de impermeabilização com produtos
específicos como uma tinta com característica elastomérica específica para fachadas
e paredes laterais de edifícios e ressaltam que para a impermeabilização a parede
deve ser preparada e limpada para tirar todo resquício de produto antigo. Desse modo,
as autoras concluem que a melhor forma de tratamento seria toda a
impermeabilização externa e interna de toda a parede devido ao grau avançado das
patologias encontradas.
Diante da compreensão deste artigo, cabe aqui fazer algumas considerações.
Primeiramente, o trabalho realizado por Ingrid e Tauana faz-se necessário pois
atualmente é comum ser encontrado patologias em construções residenciais,
principalmente as citadas no artigo como manchas, mofos, descolamento da pintura
das paredes, entre outras, e tem como o objetivo identifica-las para descobrir a sua
origem, onde demonstraram que de fato, a origem das patologias foi pela falta de
impermeabilização adequada que poderia ter sido previsto em projeto evitando futuros
gastos com reparos.
Além do mais, vale ressaltar que todo edifício está sujeito a ação de ventos,
chuvas e calor e seguir as normas regulamentadoras é fundamental para garantir a
prevenção e aumentar a vida útil da edificação, pois como analisado no estudo de
caso, a residência apresentou problemas muito antes do esperado pela sua idade.
Quanto as soluções para as patologias apresentadas pelas autoras, além de
apontarem sugestões de impermeabilização, foi relatado de forma instrutiva os
processos, materiais e suas quantidades, necessárias para o procedimento,
facilitando assim a compreensão do leitor com informações claras e coerentes.

Você também pode gostar