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Aplicações Do Teorema Do Resíduo
Aplicações Do Teorema Do Resíduo
Florianópolis
15 de agosto de 2007
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Físicas e Matemáticas
Departamento de Matemática
Curso de Matemática
A Deus por ter me dado força para superar todos os momentos difíceis que encontrei
durante esta caminhada.
A professora Silvia Martini de Holanda Janesch pela amizade, competência e dedicação
durante a orientação deste trabalho.
A todos aqueles professores com os quais tive contato durante esses anos e que foram
fundamentais para minha formação.
Ao meu namorado Hobed Rosa, com quem convivi durante esse tempo e sempre me
apoiou e me incentivou nos momentos mais difíceis da minha vida.
Aos meus pais, em especial minha mãe, que nunca deixou faltar nada.
Às funcionárias Silvia e Iara da secretaria do Curso pela atenção e empenho em ajudar
sempre que necessário.
A todos os meus amigos, que tive oportunidade de conhecer durante essa caminhada,
em especial ao Antônio João, Débora, Nazareno, Klarissa e Thiago, pelo apoio e
amizade.
A meus pais.
Sumário
Introdução 8
6
3 Séries, Resíduos e Pólos 33
3.1 Séries de Taylor e Laurent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.2 Resíduos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3 O Teorema do Resíduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.4 Pólo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Conclusão 78
Referências Bibliográficas 79
7
Introdução
8
No Capítulo 2 estudamos as integrais de funções complexas para então
definir integrais curvilíneas.
Iniciamos o Capítulo 3 com o estudo de séries de potências para só então,
demonstrar o Teorema do Resíduo.
O Capítulo 4 é destinado as aplicações da teoria dos resíduos.
9
Capítulo 1
10
Exemplo 1.1
Solução. Temos,
= x2 + i(2xy) − y 2 − 5x − 5iy + 3
= x2 − 5x − y 2 + 3 + i(2xy) − 5iy.
Portanto,
u(x, y) = x2 − 5x − y 2 + 3 e v(x, y) = (2x − 5)y.
11
1.2.1 Função Exponencial
Solução. Temos
e
e−iy = cos(y) − isen(y). (1.2)
12
1.2.2 Funções Trigonométricas
Definição 1.3 Definimos as funções seno e cosseno de uma variável complexa z como
sendo
eiz − e−iz eiz + e−iz
sen(z) = e cos(z) = .
2i 2
Todas as outras funções trigonométricas são obtidas em função de seno e cosseno.
⇔ |b(z − z0 )| <
⇔ |b||z − z0 | <
⇔ |z − z0 | < .
|b|
1
Um ponto z0 é dito ser um ponto de acumulação se toda vizinhança de z0 contém pontos do
conjunto, distinto de z0 .
Uma vizinhança de z0 é o conjunto de todos os pontos para os quais |z − z0 | < δ, onde δ é alguma
constante positiva.
13
Tomando δ = temos,
|b|
|(bz + c) − (bz0 + c)| = |b||z − z0 | < |b| · = .
|b|
lim u(x, y) = u0 e
x→x0
lim v(x, y) = v0 .
x→x0
y→y0 y→y0
Demonstração. (⇒) Suponhamos que lim f (z) = u0 + iv0 . Então, dado > 0
z→z0
existe δ > 0 tal que
ou seja,
p
0< (x − x0 )2 + (y − y0 )2 < δ ⇒ |(u(x, y) − u0 ) + i(v(x, y) − v0 )| < . (1.3)
Temos
14
Portanto,
lim u(x, y) = u0 e
x→x0
lim v(x, y) = v0 .
x→x0
y→y0 y→y0
Então da definição de limite de funções reais, dado > 0, existem δ1 , δ2 > 0 tais que
p
|u(x, y) − u0 | < sempre que 0 < (x − x0 )2 + (y − y0 )2 < δ1
2
e
p
|v(x, y) − v0 | < sempre que 0 < (x − x0 )2 + (y − y0 )2 < δ2 .
2
Tomando δ = min{δ1 , δ2 } temos
f (z) r0
c) lim = , desde que s0 6= 0.
z→z0 g(z) s0
15
A demonstração do Teorema 1.2 é uma aplicação direta do Teorema 1.1 e
do teorema sobre limites de funções reais de duas variáveis reais.
z 3 − 27
Exemplo 1.6 Calcule o limite de lim .
z→i z − 3
Solução. Temos,
z 3 − 27 (z − 3)(z 2 + 3z + 9)
lim = lim
z→i z − 3 z→i (z − 3)
2
= lim(z + 3z + 9)
z→i
= i2 + 3i + 9.
1.4 Continuidade
Definição 1.5 Sejam f : D ⊂ C → C uma função, e z0 ∈ D um ponto de acumulação
de D. Dizemos que f é contínua no ponto z0 se
Solução. Seja z0 ∈ C, então f (z0 ) = bz0 + c. Pelo Teorema 1.2 item (a),
= lim bz + lim c
z→z z→z
0 0
= b lim z + c
z→z0
= bz0 + c.
16
Como f (z0 ) = lim f (z), temos f é contínua no ponto z0 . Mas z0 é um ponto qualquer,
z→z0
segue que a função é contínua.
a) f ± g é contínua em z0 ;
b) f · g é contínua em z0 ;
f
c) é contínua em z0 , desde que g(z0 ) 6= 0.
g
A demonstração do Teorema 1.3 é uma aplicação direta das propriedades dos limites.
Teorema 1.4
Demonstração.
a) Note que uma função polinomial em z é soma de produtos das funções contínuas
f (z) = z e g(z) = a, onde a ∈ C (Exemplo 1.7). Aplicando o Teorema 1.3 itens
(a) e (b) repetidas vezes, temos o resultado desejado.
z 3 − 27
Exemplo 1.8 Considere a função f (z) = . Mostre que f é contínua.
z−3
17
Teorema 1.5 A função f (z) = u(x, y) + iv(x, y) é contínua se, e somente se, u(x, y)
e v(x, y) são contínuas.
1.5 Derivada
A definição de derivada de funções de uma variável complexa é muito pare-
cida com a definição de funções de uma variável real. Uma diferença significativa nas
definições, é que o limite na definição de f 0 (z) é de dimenção dois.
f (z + ∆z) − f (z)
f 0 (z) = lim , quando este limite existe.
∆z→0 ∆z
df
Outra notação para representar f 0 (z) é .
dz
d
1. (c) = 0
dz
d
2. (z) = 1
dz
d
3. (cw1 ) = cw1 0
dz
d
4. (w1 + w2 ) = w1 0 + w2 0
dz
d
5. (w1 w2 ) = w1 0 w2 + w1 w2 0
dz
d w1 w1 0 w2 − w 1 w2 0
6. = , w2 6= 0
dz w2 w2 2
18
d n
7. (z ) = nz n−1
dz
d z
8. e = ez
dz
d
9. sen(z) = cos(z)
dz
d
10. cos(z) = −sen(z)
dz
d dw1 dw2
11. [w1 (w2 )] = função composta, onde w1 0 (t) existe no ponto t = w2 (z)
dz dw2 dz
e w2 0 (z) existe.
d
Exemplo 1.9 Mostre que (w1 + w2 ) = w1 0 + w2 0 .
dz
Solução.
d (w1 (z + ∆z) + w2 (z + ∆z)) − (w1 (z) + w2 (z))
(w1 + w2 ) = lim
dz ∆z→0 ∆z
w1 (z + ∆z) − w1 (z) w2 (z + ∆z) − w2 (z)
= lim + lim
∆z→0 ∆z ∆z→0 ∆z
0 0
= w1 + w2 .
p(z) = a0 + a1 z + a2 z 2 + a3 z 3 + . . . + an z n
19
condições para a existência da derivada da função. As condições são sobre as partes
real e imaginária da função complexa.
∂u ∂v ∂u ∂v
= e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x
∂u ∂v
Além disso, a derivada da função f é dada por f 0 (z) = +i .
∂x ∂y
∂u ∂v ∂u ∂v
= e =−
∂x ∂y ∂y ∂x
Exemplo 1.11 Considere a função f (z) = iz + 2. Use o Teorema 1.7 para mostrar
que f 0 (z) e sua derivada f 00 (z) existem em todos os pontos, e ache f 0 (z) e f 00 (z).
Solução.
⇒ f (z) = ix + i2 y + 2
⇒ f (z) = ix − y + 2
⇒ u = −y + 2 e v = x.
Portanto,
20
∂u ∂v
=0 e =0
∂x ∂y
∂u ∂v
= −1 e = 1.
∂y ∂x
Segue que
∂u ∂v
=0 e =0
∂x ∂y
∂u ∂v
=0e = 0.
∂y ∂x
Como u e v são contínuas e as condições de Cauchy são satisfeitas, temos que f 0 (z)
existe. Logo pelo Teorema 1.6, obtemos f 00 (z) = 0.
Solução. A função f (z) = z pode ser escrita como f (z) = x − iy, onde z = x + iy.
As partes real e imaginária da f são
21
1.7 Função Analítica
Definição 1.7 Uma função f de variável complexa z é dita analítica num ponto z 0 ,
se ela é derivável não só em z0 como também em todo ponto de uma vizinhança de z0 .
Dizemos que f é analítica, se f é analítica em todos os pontos do domínio.
Exemplo 1.13 Mostre que a função f (z) = (x2 − y 2 − 2x) + 2iy(x − 1) é analítica.
∂u −∂v
= −2y e = −2y.
∂y ∂x
Como as condições de Cauchy-Riemann são satisfeitas em todos os pontos do plano
complexo, concluímos que f é derivável em C e assim f é analítica.
Exemplo 1.14 Mostre que a função f (z) = xy + iy não é analítica em nenhum ponto.
∂u ∂v
=xe = 0.
∂y ∂x
Pelo Teorema 1.7 a função é derivável somente no ponto i = (0, 1). Logo, f não é
analítica em nenhum ponto.
22
1.8 Ponto Singular Isolado
Definição 1.8 Um ponto z0 é um ponto singular isolado de uma função f , se existe
uma vizinhança de z0 , na qual f é analítica, exceto no próprio ponto z0 .
2z + 1
Exemplo 1.15 Determine os pontos singulares da função, f (z) = e diga
z(z 2 + 1)
por que a função é analítica em todos os pontos, exceto nesses pontos.
z1 = 0, z2 = i e z3 = −i.
23
Capítulo 2
Z b Z b
2. Im F (t)dt = ImF (t)dt;
a a
24
Z b Z b Z b
3. [F (t) + G(t)]dt = F (t)dt + G(t)dt;
a a a
Z b Z b
4. cF (t)dt = c F (t)dt, onde c é uma constante.
a a
Z b Z b
5.
F (t)dt ≤
F (t)dt.
a a
funções contínuas de uma variável t, definidas para t ∈ [a, b]. Chamamos curva o
conjunto de todos os pontos (x, y) determinado por estas equações.
As equações x = x(t) e y = y(t) são chamadas equações paramétricas da
curva e t é o parâmetro.
Quando as funções x e y em (2.1) têm derivadas contínuas para todo t ∈
[a, b], dizemos que a curva é uma curva suave.
Definição 2.3
25
(ii) Se a cada ponto da curva corresponde um único valor de t (exceto quando t = a e
t = b), dizemos que a curva é simples.
x(t) = t x(t) = t
C1 : e C2 :
y(t) = t2 , 0 ≤ t ≤ 2 y(t) = 2t, 0 ≤ t ≤ 2.
26
2.3 Integrais Curvilíneas
Definição 2.6 Sejam C uma curva representada por x = x(t), y = y(t) com t ∈ [a, b],
e f uma função da variável complexa z =Zx + iy, contínua em C. A integral curvilínea
de f , ao longo de C, que denotamos por f (z)dz, é definida como
C
Z Z b
f (z)dz = f (z(t))z 0 (t)dt. (2.2)
C a
2.3.1 Propriedades
Z Z
2. cf (z)dz = c f (z)dz, onde c é constante.
C C
Z Z Z
3. f (z)dz = f (z)dz + f (z)dz, onde C consiste de um caminho C1 de α a
C C1 C2
algum ponto γ e de um caminho C2 de γ a β.
Z Z
4. f (z)dz = − f (z)dz.
−C C
Z Z Z b
5. f (z)dz ≤ |f (z)||dz| = |f (z(t))||z 0 (t)|dt.
C C a
27
6. Se |f (z)| ≤ M para todo z em C então
Z
f (z)dz ≤ M L,
C
Exemplo
Z 2.4 Considere a função f (z) = y − x − 3x2 i. Calcule o valor da integral
f (z)dz, onde C é o segmento reto de z = 0 a z = 1 + i.
C
x = t,
Uma parametrização para a curva C é
y = t, t ∈ [0, 1].
Usando a equação (2.2), temos
Z Z 1 Z 1 Z 1
2
f (z)dz = f (t + it) · (1 + i)dt = (−3t i)(1 + i)dt = (−3t2 i + 3t2 )dt
C 0 0 0
1 1
3t3 i 3t3
= − + = 1 − i.
3 0 3 0
28
x = t, x = 1,
C1 C2
y = 0, t ∈ [0, 1]. y = t, t ∈ [0, 1].
x = t, x = 0,
C3 C4
y = 1, t ∈ [0, 1]. y = 0, t ∈ [0, 1].
Como f (z) = 3z + 1 podemos escrever f (z) = 3(x + iy) + 1. Usando a equação (2.2)
temos,
Z Z Z
1 1 3
1 3
2 5
f (z)dz = f (t + 0i) · (1 + i0)dt = (3t + 1)dt = t +t = +1= .
C1 0 0 2 0 2 2
Z Z 1 Z 1 3 1 3
f (z)dz = f (1 + it) · (0 + i)dt = (4 + 3it)dt = 4ti − t2 = 4i − .
C2 0 0 2 0 2
Z Z 0 Z 0 3 0 5
t2 + 3it + t = − − 3i.
f (z)dz = f (t + i) · (1 + i0)dt = (3t + 3i + 1)dt =
−C3 1 1 2 1 2
Z Z 0 Z 0 0 3
3
− t2 + it = − i.
f (z)dz = f (0 + i0) · (0 + i0)dt = (3it + 1)idt =
−C4 1 1 2 1 2
Então,
Z Z Z Z Z
f (z)dz = f (z)dz + f (z)dz + f (z)dz + f (z)dz
C C1 C2 −C3 −C4
5 3 5 3
= + 4i − − − 3i + − i
2 2 2 2
= 0.
29
Exemplo 2.6 Seja C o arco do círculo |z| = 2 que se situa no primeiro quadrante.
Mostre que Z
dz π
≤ 3
2
C z +1
Agora,
|z 2 | = |z 2 + 1 − 1| ≤ |z 2 + 1| + | − 1| = |z 2 + 1| + 1,
ou seja,
|z 2 | − 1 ≤ |z 2 + 1|.
Ainda,
1 1 1 1
≤ 2 = 2 = 2 ,
|z 2 + 1| |z | − 1 |z| − 1 2 −1
pois |z| = 2.
Segue que
1 1
|f (z)| = ≤ .
|z 2 + 1| 3
Assim, Z Z Z
dz 1 1
≤ · |dz| = |dz|.
2
C z +1 C 3 3 C
Z
1
Como |dz| = (π · 22 ) = π chegamos à
C 4
Z
dz π
≤ 3.
2
C z +1
30
2.4 Teorema de Cauchy-Goursat
No que segue apresentamos o Teorema de Cauchy-Goursat que diz que, se
f é uma função analítica em uma região simplesmente conexas1 D então a integral
curvilínea da f sobre qualquer caminho fechado contido em D é zero.
Teorema 2.1 Seja f uma função analítica numa região simplesmente conexa D. En-
tão Z
f (z)dz = 0
C
1
Uma região D é dita simplesmente conexa se qualquer curva simples fechada contida em D pode
ser reduzida a um único ponto sem sair de D, ou seja, é toda região que não possui "buracos".
2
Uma região é dita multiplamente conexa se qualquer curva simples fechada contida em D não
pode ser reduzida a um único ponto sem sair de D, ou seja, é toda região que possui "buracos".
31
A demonstração deste teorema não faz parte do escopo deste trabalho, e
pode ser encontrada em [2].
Exemplo 2.7 Seja B a fronteira da região entre o círculo |z| = 4 e o quadrado com
lados sobre as retas x = ±1 e Zy = ±1, onde B é orientada de modo a deixar a região
1
à sua esquerda. Diga por que f (z)dz = 0, quando f (z) = 2 .
B 3z + 1
3z 2 = −1
1
z2 = −
3
√
3 ∼
z = ± i = 0, 58 (está fora da região com fronteira B).
3
√
3
A função f é analítica em todos os pontos, exceto z = ± i. Assim as hipóteses do
Z 3
Teorema 2.2 são satisfeitas. Logo, f (z)dz = 0.
B
32
Capítulo 3
ou seja,
∞
X f (n) (z0 )
f (z) = (z − z0 )n . (3.1)
n=0
n!
33
Exemplo 3.1 Mostre que
∞
X (−1)n+1 2n−1
a) sen(z) = z quando |z| < ∞.
n=1
(2n − 1)!
∞
1 X
b) = (z)n quando |z| < 1.
1−z n=0
Solução.
Assim,
1, para n = 1, 5, 9, . . .
0, para n = 2, 6, 10, . . .
f (n) (z0 ) =
−1, para n = 3, 7, 11, . . .
0, para n = 4, 8, 12, . . ..
34
Assim, a derivada de ordem n é
n!
f (n) (z) = para n ≥ 1, e
(1 − z)n+1
f (n) (z0 ) = n! para n ≥ 1.
1 2! 2 n! n
= 1+z+ z + ... + z + ...
1−z (2!) (n!)
1
= 1 + z + z2 + . . . + zn + . . .
1−z
∞
1 X
= (z)n , |z| < 1.
1−z n=0
Teorema 3.2 Seja f uma função analítica numa região anular r < |z − z 0 | < R. En-
tão para todo z nessa região f (z) é representada por uma série de potências positivas
e negativas de (z − z0 ),
∞ ∞
X
n
X bn
f (z) = an (z − z0 ) + , (3.2)
n=0 n=1
(z − z0 )n
onde Z
1 f (ξ)dξ
an = (n = 0, 1, 2, . . .)
2πi C (ξ − z0 )n+1
Z
1 f (ξ)dξ
bn = (n = 1, 2, 3, . . .)
2πi C (ξ − z0 )−n+1
1
Exemplo 3.2 Obtenha a série de Laurent para a função f (z) = , na
(z − a)(z − b)
região anular a < |z| < b, a, b reais, b > a.
35
Solução. Temos que
1
f (z) =
(z − a)(z − b)
1 1 1
= − − para a < |z| < b.
b−a z−a z−b
Como
1 1 1
=
z−a z 1− a
z
∞ n
1 X a
=
z n=0 z
∞
X an−1
= para |z| > a,
n=1
zn
1 1 1
− =
z−b b 1− z
b
∞ n
1 X z
=
b n=0 b
∞
X zn
= para |z| < b,
n=0
bn+1
a série procurada é
X
∞ ∞
1 zn X an−1
f (z) = − + para a < |z| < b.
b−a n=0
bn+1 n=1 z n
z+1
Exemplo 3.3 Obtenha a série de Laurent para a função f (z) = no domínio
z−1
|z| > 1.
Solução. Temos
z+1 z 1
= +
z−1 z−1 z−1
1 1 1 1
= + · , Z=
1 z 1 z
1− 1−
z z
36
1 1
= +Z · , |Z| < 1
1−Z 1−Z
∞
X ∞
X
= (Z)n + Z · (Z)n
n=0 n=0
∞
X ∞
X
= (Z)n + (Z)n+1
n=0 n=0
= [1 + Z + Z + . . .] + [Z + Z 2 + Z 3 + . . .]
2
= 1 + [2Z + 2Z 2 + 2Z 3 + . . .]
∞
X
= 1+2 (Z)n , |Z| < 1.
n=0
1
Como temos Z = , então
z
∞ n
z+1 X 1
= 1+2
z−1 n=1
z
∞
X
= 1+2 z −n , |z| > 1.
n=1
3.2 Resíduos
Seja z0 um ponto singular isolado de f . Da definição de ponto singular iso-
lado, existe uma vizinhança na qual f é analítica, exceto no próprio ponto z 0 , digamos
0 < |z − z0 | < r. Então, nesta região, a função f pode ser representada pela Série de
Laurent
∞
X b1 b2
f (z) = an (z − z0 )n + + + ...,
n=0
z − z0 (z − z0 )2
onde os coeficientes são dados por
Z
1 f (ξ)dξ
an = (n = 0, 1, 2, . . .)
2πi C (ξ − z0 )n+1
e Z
1 f (ξ)dξ
bn = (n = 1, 2, . . .)
2πi C (ξ − z0 )−n+1
onde C é um contorno fechado contido em 0 < |z − z0 | < r, envolvendo z0 uma vez no
sentido positivo.
37
No desenvolvimento acima, o coeficiente do termo (z −z0 )−1 é chamado resí-
duo de f no ponto z0 , e escrevemos (res.f )(z0 ) = b1 .
1 1 1
Exemplo 3.4 Considere a função f (z) = + · . Determine o resíduo da
1 z 1
1− 1−
z z
f no ponto z0 = 0.
Teorema 3.3 Seja C um caminho fechado tal que uma função f é analítica sobre C e
no interior de C exceto num número finito de pontos singulares z0 , z1 , . . . , zn interiores
a C. Então
Z
f (z)dz = 2πi[(res.f )(z0 ) + (res.f )(z1 ) + . . . + (res.f )(zn )],
C
38
fechada multiplamente conexa em que f é analítica.
Pelo Teorema 2.2, temos
Z Z Z Z
f (z)dz − f (z)dz − f (z)dz − . . . − f (z)dz = 0.
C C0 C1 Cn
Portanto,
Z
f (z)dz = 2πi[(res.f )(z0 ) + (res.f )(z1 ) + . . . + (res.f )(zn )].
C
Z
z+1
Exemplo 3.5 Calcule o valor da integral dz, onde C é o círculo |z| = 2,
C z−1
percorrido no sentido anti-horário.
39
Para determinar o resíduo em z0 = 1, podemos escrever
z+1 2
= + 1.
z−1 z−1
Assim,
(res.f )(z0 ) = 2.
Portanto, Z
z+1
dz = 4πi.
C z−1
3.4 Pólo
Seja f uma função tal que o desenvolvimento em Série de Laurent em
torno de um ponto singular isolado z0 possua um número finito de potências negativas.
Digamos que f seja representada por
∞
b1 b2 bn X
f (z) = + + . . . + + an (z − z0 )n (bn 6= 0)
z − z0 (z − z0 )2 (z − z0 )n n=0
quando 0 < |z − z0 | < r, para algum número r > 0. O ponto z0 é chamado pólo de
ordem m da função f . Quando m = 1, dizemos que z0 é um pólo simples.
Demonstração.
(⇒) De z0 pólo de ordem m temos,
∞
b1 b2 bm X
f (z) = + 2
+ . . . + n
+ an (z − z0 )n , (3.3)
(z − z0 ) (z − z0 ) (z − z0 ) n=0
40
quando 0 < |z − z0 | < r, para algum número positivo r, onde bm 6= 0.
∞
X
f (z)(z − z0 )m = b1 (z − z0 )m−1 + b2 (z − z0 )m−2 + . . . + bm + an (z − z0 )n+m . (3.4)
n=0
lim f (z)(z − z0 )m = bm 6= 0.
z→z0
∞ ∞
X bn X
f (z) = + an (z − z0 )n , onde 0 < |z − z0 | < r. (3.5)
n=1
(z − z0 )n n=0
∞ ∞
m
X bm X
f (z)(z − z0 ) = n−m
+ an (z − z0 )m+n . (3.6)
n=1
(z − z0 ) n=0
∞
m bn X
n+m
lim f (z)(z − z0 ) = lim + an (z − z0 ) 6 0.
=
z→z0 z→z0 (z − z0 )n−m
n=0
Temos
∞
X
an (z − z0 )n+m → 0 quando z → z0 .
n=0
∞
X bn
Vamos analisar o que ocorre com quando z → z0 .
n=1
(z − z0 )n−m
41
Se n < m, então
bn
→0 quando z → z0 .
(z − z0 )n−m
Se n = m, temos
bn
→ bn quandoz → z0 .
(z − z0 )n−m
bn
→ ±∞ quando z → z0 .
(z − z0 )n−m
bm+1 = bm+2 = . . . = 0.
Logo,
bm 6= 0 e bm+1 = bm+2 = . . . = 0.
1 dm−1
(res.f )(z0 ) = lim m−1 [(z − z0 )m f (z)].
(m − 1)! z→z0 dz
∞
bm bm−1 b1 X
f (z) = + + . . . + + an (z − z0 )n . (3.7)
(z − z0 )m (z − z0 )m−1 (z − z0 ) n=0
∞
X
m m−1
f (z)(z − z0 ) = bm + bm−1 (z − z0 ) + . . . + b1 (z − z0 ) + an (z − z0 )n+m . (3.8)
n=0
42
Tomando a derivada de ordem (m − 1) em (3.8), temos
∞
dm−1 m
X
m−1 [(z − z 0 ) f (z)] = (m − 1)!b 1 + (n + m)(n + m − 1) . . . (n + 2)an (z − z0 )n+1 .
dz n=0
dm−1
(m − 1)! b1 = lim [(z − z0 )m f (z)],
z→z0 dz m−1
ou seja,
1 dm−1
(res.f )(z0 ) = b1 = lim m−1 [(z − z0 )m f (z)].
(m − 1)! z→z0 dz
Proposição 3.3 Sejam p(z) e q(z) funções analíticas no ponto z 0 , p(z0 ) 6= 0, q(z0 ) = 0
p(z)
e q 0 (z0 ) 6= 0. Mostre que z0 é pólo simples da função f (z) = , com resíduo igual a
q(z)
p(z0 )
.
q 0 (z0 )
lim f (z)(z − z0 ) 6= 0.
z→z0
Temos
p(z)
lim f (z)(z − z0 ) = lim (z − z0 )
z→z0 z→z0 q(z)
p(z)
= lim (z − z0 )
z→z0 q(z) − q(z0 )
43
p(z)
= lim
z→z0 q(z)(z − z0 )
(z − z0 )
lim p(z)
z→z0
=
q(z) − q(z0 )
lim
z→z0 (z − z0 )
p(z0 )
= 6= 0,
q 0 (z0 )
p(z0 )
(res.f )(z0 ) = lim f (z)(z − z0 ) = .
z→z0 q 0 (z0 )
1
a) f (z) = .
z4 +1
1
b) f (z) = , onde a, b, c números reais e b2 − 4ac < 0.
az 2 + bz + c
1
b) f (z) = , onde a ≥ b > 0.
(z 2 + a2 )(z 2 + b2 )
z2
c) f (z) = , onde a > 0.
(z 2 + a2 )2
1
Solução. a) Para determinar os pontos singulares da função f (z) = , precisamos
+1 z4
encontrar os pontos onde z 4 + 1 = 0, ou seja, as raízes quarta de −1. Sabemos que
as n raízes n − ésimas de um número complexo z = r(cos(θ) + isen(θ)) são obtidas da
fórmula
√ θ + 2πk θ + 2πk
zk = n
r cos + isen , onde k = 1, 2, . . . , n − 1.
n n
44
Assim, as raízes quarta de z = −1 = 1(cos(π) + isen(π)) são
√ π π √2 √
2
4
z0 = 1 cos + isen = +i
4 4 2 2
√ √
√
4
3π 3π 2 2
z1 = 1 cos + isen =− +i
4 4 2 2
√ √
√
4
5π 5π 2 2
z2 = 1 cos + isen =− −i
4 4 2 2
√ 7π 7π √2 √
2
4
z3 = 1 cos + isen = −i .
4 4 2 2
p(z0 ) = 1 6= 0 e q(z0 ) = 0.
√2 √
2 √ √
Ainda, q 0 (z) = 4z 3 e q 0 (z0 ) = 4 − + i = −2 2 + 2 2i 6= 0. Logo, pela
2 2
Proposição 3.3, z0 é pólo simples. E o resíduo é dado por
p(z0 ) 1 1
(res.f )(z0 ) = = = √ √ .
q 0 (z0 ) 4z 3 −2 2 + 2 2i
√ √
2 2
Para z1 = − +i temos
2 2
q(z1 ) = 0.
√2 √
2 3 √2 √2 √ √
0 3
q (z1 ) = 4z = 4 +i =4 − + i = −2 2 + 2 2i
2 2 2 2
ou seja, q 0 (z1 ) 6= 0.
Segue pela Proposição 3.3 que z1 é pólo simples e o resíduo é
p(z1 ) 1 1
(res.f )(z1 ) = = 3 = √ √ .
q (z1 )
0 4z 2 2 + 2 2i
Os resíduos para z2 e z3 são calculados de forma análoga.
45
1
b) Os pontos singulares da função f (z) = são os pontos que satisfazem a
+ bz + c az 2
equação az 2 + bz + c = 0. As raízes desta equação são
√ √
−b + 4ac − b2 i −b − 4ac − b2 i
z0 = e z1 = .
2a 2a
p(z)
Escrevendo f (z) = , onde p(z) = 1 e q(z) = az 2 + bz + c temos
q(z)
p(z0 ) = 1 6= 0 e q(z0 ) = 0.
Temos também,
√
q 0 (z) = 2az + b e q 0 (z0 ) = b2 − 4ac,
ou seja, q 0 (z0 ) 6= 0.
Pela Proposição 3.3, z0 é pólo simples e o resíduo é
p(z0 ) 1 1
(res.f )(z0 ) = = =√ .
q (z0 )
0 2az + b 2
b − 4ac
1
c) Os pontos singulares da função f (z) = são os pontos que sa-
+ (z 2
+ b2 ) a2 )(z 2
tisfazem a equação (z 2 + a2 )(z 2 + b2 ) = 0. As raízes desta equação são
p(z)
Escrevendo f (z) = , onde p(z) = 1 e q(z) = (z 2 + a2 )(z 2 + b2 ) temos
q(z)
p(z0 ) = 1 6= 0 e q(z0 ) = 0.
Temos também,
p(z0 ) 1
(res.f )(z0 ) = = .
q (z0 )
0 −2a i + 2b2 ai
3
46
Para z1 = bi, temos que
q 0 (z1 ) = 0.
z2
d)Os pontos singulares da função f (z) = são os pontos que satisfazem a
(z 2 + a2 )2
equação (z 2 + a2 ) = 0. As raízes desta equação são
z0 = ai e z1 = −ai.
p(z)
Escrevendo f (z) = , onde
q(z)
p(z0 ) 6= 0 e q(z0 ) = 0.
Temos também,
q 0 (z0 ) = −4a3 i + 4a3 i,
ou seja, q 0 (z0 ) = 0.
Não podemos utilizar a Proposição 3.3, pois temos q 0 (z0 ) = 0. Já sabemos que z0
não é pólo simples. Vamos verificar se z0 é pólo de ordem 2. Para isso aplicaremos a
Proposição 3.1. Temos
z2 z2
lim (z − ai)2 = lim
z→ai (z − ai)2 (z + ai)2 z→ai (z + ai)2
(ai)2 1
= = 6= 0.
(ai + ai)2 4
Assim, z0 é pólo de ordem 2. Falta saber quanto é o resíduo. Como m = 2, pela
Proposição 3.2 temos,
d 2 z2
(res.f )(z0 ) = lim (z − ai)
z→ai dz (z − ai)2 (z + ai)2
47
d z2
= lim
z→ai dz (z + ai)2
2z(z + ai)2 − 2(z + ai)2 z 2
= lim
z→ai (z + ai)4
2z(z + ai) − 2z 2
= lim
z→ai (z + ai)3
2z 2 + 2zai − az 2
= lim
z→ai (z + ai)3
2zai −2a2 1
= lim = = .
z→ai (z + ai)3 3
−8a i 4ai
ez
Exemplo 3.7 Mostre que todos os pontos singulares da função f (z) = são
z2 + π2
pólos. Determine a ordem m de cada pólo e o resíduo da função no pólo.
ez
Solução. Os pontos singulares da função f (z) = são os pontos que satisfazem
z2 + π2
a equação z 2 + π 2 = 0. As raízes desta equação são
z0 = πi e z1 = −πi.
p(z)
Escrevendo f (z) = , onde
q(z)
p(z0 ) 6= 0 e q(z0 ) = 0.
p(z0 ) eπi
(res.f )(z0 ) = = .
q 0 (z0 ) 2πi
48
Capítulo 4
p(x)
onde f (x) = , p e q são polinômios com grau de q maior do que o grau de p, no
q(x)
mínimo por duas unidades, e q não possui zeros reais.
Para calcular (4.1) usando a teoria dos resíduos, a técnica é considerar a
integral complexa ao longo do contorno que consiste da fronteira de um semicírculo, C R ,
de raio R e o eixo real desde −R até R. Este raio R é escolhido suficientemente grande
de forma que todos os zeros do polinômio do denominador se encontrem no interior
p(z)
do círculo. Consequentemente, todos os pontos singulares da função estarão no
q(z)
p(z)
interior do círculo. Integrando a função ao longo da região semicircular (ver
q(z)
figura), no sentido anti-horário, e aplicando o Teorema do Resíduo teremos,
Z R Z
p(z) p(z) X
dz + dz = 2πi (res.f )(zj ),
−R q(z) CR q(z) j
1
Integrais deste tipo podem ser calculadas usando o método das frações parciais para obter a
primitiva de f .
49
onde zj são os pontos singulares tais que Im(zj ) > 0. Agora, fazendo R → +∞ na
igualdade acima teremos o valor da integral desejada.
Z +∞
dx
Exemplo 4.1 Calcule .
−∞ x4 +1
Solução. A integral Z Z
+∞ R
dx dz
4
= lim .
−∞ x + 1 R→∞ −R z4+1
O integrando é
1 1
f (z) = = ,
z4 +1 (z − z0 )(z − z1 )(z − z2 )(z − z3 )
onde √ √ √ √ √ √
2 2 − 2 2 − 2 2
z0 = +i , z1 = +i , z2 = −i
2 2 2 2 2 2
√ √
2 2
e z3 = −i são pólos simples (ver Exemplo 3.6 item (a)).
2 2 √
2
Seja CR o semicírculo do semiplano superior de um círculo |z| = R, onde R > .
2
Pelo Exemplo 3.6 item (a) temos
1 1
(res.f )(z0 ) = √ √ e (res.f )(z1 ) = √ √ .
−2 2 + 2 2i 2 2 + 2 2i
|z 4 + 1| ≥ |z 4 | − 1 = |z|4 − 1 = R4 − 1,
50
donde Z Z Z
dz |dz| 1 πR
4
≤ 4
= 4 |dz| = 4 .
CR z +1
CR R − 1 R − 1 CR R −1
Assim, Z
dz
lim = 0.
R→∞ CR z4 +1
Logo, passando ao limite com R → ∞ em (4.2) obtemos,
Z ∞
1 1 1
4
dx = 2πi √ √ + √ √
−∞ x + 1 −2 2 + 2 2i 2 2 + 2 2i
√
4 2i
= 2πi
−16
√
2π
= .
2
Solução. A integral
Z ∞ Z R
dx dz
2
= lim .
−∞ ax + bx + c R→∞ −R ax2 + bx + c
O integrando é
1
f (z) = .
az 2 + bz + c
Podemos escrever
1
f (z) =
a(z − z0 )(z − z1 )
51
onde, √ √
−b + 4ac − b2 i −b − 4ac − b2 i
z0 = e z1 = ,
2a 2a
são pólos simples (ver Exemplo 3.6 item√(b)). Seja CR o semicírculo superior de um
b 4ac − b2
círculo |z| = R, onde R > max − , .
2a 2a
1
onde (res.f )(z0 ) = √ , conforme visto no Exemplo 3.6 item (b).
4ac − b2 i
Assim, Z R Z
dz 2π dz
2
=√ − 2
. (4.3)
−R az + bz + c CR az + bz + c
4ac − b 2
Temos
≤ |az 2 + bz + c − c| + |b||z|
Segue que,
1 1
≤
|az 2 + bz + c| 2
|a||z | − |b||z| − |c|
e quando z está sobre CR então |z| = R e
1 1
≤ ,
|az 2 + bz + c| 2
|a|R − |b|R − |c|
52
donde
Z Z
1
≤ dz πR
2
dz 2
= 2
.
CR az + bz + c
CR |a|R − |b|R − |c| |a|R − |b|R − |c|
Solução. A integral
Z ∞ Z
dx 1 ∞ dx
= , pois o integrando é uma função par
0 (x2 + a2 )(x2 + b2 ) 2 −∞ (x2 + a2 )(x2 + b2 )
Z R
1 dz
= lim .
2 R→∞ −R (z 2 + a2 )(z 2 + b2 )
O integrando é
1
f (z) = .
(z 2 + a2 )(z 2 + b2 )
Os pontos z0 = ai, z1 = bi, z2 = −ai e z3 = −bi são pólos simples (ver Exemplo 3.6
item (c)).
Seja CR o semicírculo superior de um círculo |z| = R, onde R > a.
53
Integrando f no sentido anti-horário, ao longo da fronteira da região semicircular temos
Z R Z
dz dz
2 2 2 2
+ 2 2 2 2
= 2πi[(res.f )(z0 ) + (res.f )(z1 )]. (4.4)
−R (z + a )(z + b ) CR (z + a )(z + b )
1 1
(res.f )(z0 ) = e (res.f )(z1 ) = .
2ai(−a2 + b2 ) 2bi(a2 − b2 )
= (|z|2 − a2 )(|z|2 − b2 )
= (R2 − a2 )(R2 − b2 ).
Assim,
Z Z Z
dz
≤
dz |dz|
(z 2 + a2 )(z 2 + b2 ) =
CR (z 2 + a2 )(z 2 + b2 ) CR CR |(z 2 + a2 )(z 2 + b2 )|
Z Z
|dz| 1
≤ 2 2 2 2
= |dz|
CR (R − a )(R − b ) (R − a )(R2 − b2 )
2 2
CR
πR
= .
(R2 − a2 )(R2 − b2 )
b(a2 − b2 ) + a(b2 − a2 )
= πi
2i(ab)(b + a)(b − a)(a + b)(a − b)
b(a − b) + a(b − a)
= π
2(ab)(b − a)(a + b)(a − b)
54
ab − b2 + ab − a2
= π
2(ab)(b − a)(a + b)(a − b)
2ab − b2 − a2
= π
2(ab)(a + b)(b − a)(a − b)
π
= .
2ab(a + b)
Portanto, Z ∞
dx π
= .
0 (x2 + a2 )(x2 + b2 ) 2ab(a + b)
Z R
1 z 2 dz
= lim .
2 R→∞ −R (z 2 + a2 )2
z2
O integrando é f (z) = , onde z0 = z1 = ai e z2 = z3 = −ai são pólos de
(z 2 + a2 )2
ordem 2. Seja CR o semicírculo do semiplano superior de um círculo |z| = R, onde
R > a.
55
1
Pelo Exemplo 3.6 item (d) temos (res.f )(z0 ) = .
4ai
Quando z está sobre CR , ou seja, |z|=R temos
|z 2 + a2 | ≥ |z 2 | − a2 = |z|2 − a2 = R2 − a2
donde,
Z Z
z 2 dz z 2 dz
≤
CR (z 2 + a2 )2 CR
(z 2 + a2 )2
Z
|z 2 |
= |dz|
CR |z 2 + a2 |2
Z
R2
≤ |dz|
CR (R2 − a2 )2
Z
R2
= |dz|
(R2 − a2 )2 CR
πR3
= .
(R2 − a2 )2
1
= πi
4ai
π
= .
4a
Portanto, Z ∞
x2 π
2 2 2
dx = .
0 (x + a ) 4a
56
4.2 Integrais Impróprias Envolvendo Funções Trigonomé-
tricas
Esse tipo de integral pode ser calculada por meio de integrais curvilíneas e
da teoria dos resíduos. Antes de ilustrar o cálculo de integrais impróprias envolvendo
funções trigonométricas vamos apresentar um resultado, o Lema de Jordan, que será
útil no cálculo deste tipo de integral.
Z π
= iR e−rR sen(θ) g(Reiθ )ei[rR cos(θ)+θ] dθ.
0
Segue que,
Z Z π
g(z)dz ≤ RG(R) e−rR sen(θ) dθ
CR 0
"Z π Z #
2
π
−rRsen(θ) −rRsen(θ)
= RG(R) e dθ + e dθ , (sen(θ) = sen(π − θ), θ ∈ [0, π])
π
0 2
"Z π Z #
2
π
−rRsen(θ) −rRsen(π−θ)
= RG(R) e dθ + e dθ .
π
0 2
57
Fazendo t = π − θ na segunda integral teremos dt = −dθ. Para encontrar os novos
limites de integração, notemos que
π π
se θ = então t = ;
2 2
se θ = π então t = 0.
Assim,
Z "Z π Z 0 #
2
−rR sen(θ) −rR sen(t)
g(z)dz ≤ RG(R) e dθ − e dt
π
CR 0 2
"Z π Z π #
2 2
−rRsen(θ) −rRsen(θ)
= RG(R) e dθ + e dθ
0 0
Z π
2
= 2RG(R) e−rRsen(θ) dθ.
0
2θ π
Devemos observar primeiramente que sen(θ) ≥ para 0 ≤ θ ≤ . De fato, se consi-
π 2
2θ 2
derarmos a função f (θ) = sen(θ) − a sua derivada será f 0 (θ) = cos(θ) − . Então
π π π
f 0 (θ) > 0 para 0 < θ < a para algum a e f 0 (θ) < 0 para a < θ < . Segue que
2
π
a função é crescente no intervalo (0, a) e decrescente no intervalo a, . Como
2
π π 2θ
f (0) = f = 0, concluímos que f (θ) ≥ 0 para todo θ ∈ 0, . Logo, sen(θ) ≥
2 2 π
neste intervalo. Desta forma temos,
Z Z π
irz
2 θ
e f (z)dz
≤ 2RG(R) e−2rR π dθ
CR 0
π
−π −2rRθ 2
= 2RG(R) e π
2rR
0
π
π −2rRθ 2
= G(R) − e π
r 0
πG(R) −rR
= 1−e .
r
Como G(R) → 0 quando R → +∞ , obtemos
Z
irz
e g(z)dz → 0 quando R → +∞.
CR
58
Z
Portanto, lim eirz gf (z)dz = 0.
R→+∞ CR
Solução. A integral
Z ∞ Z
cos(ax) 1 ∞ cos(ax)
dx = dx, pois o integrando é uma função par.
0 x2 + 1 2 −∞ x2 + 1
A integral acima representa uma integração, ao longo de todo o eixo real da função
eiaz
f (z) = .
z2 + 1
onde
eiaz e−a
(res.f )(z0 ) = lim(z − i)f (z) = lim =
z→i z→i z + i 2i
CR
i
-R R x
59
Logo, quando R > 1
Z R Z
eiaz e−a eiaz
dz = 2πi − dz
−R z2 + 1 2i CR z2 + 1
Z
eiaz
= πe −a
− dz. (4.6)
CR z2 + 1
1
Considere a função g(z) = . A função g é analítica sobre CR e no interior de CR
+1 z2
exceto no ponto z0 = i. Quando z está sobre CR , |z| = R e
|z 2 | = |z 2 + 1 − 1| ≤ |z 2 + 1| + |1|,
ou seja,
|z 2 + 1| ≥ R2 − 1.
Consequentemente,
1 1
|g(z)| ≤ e → 0 quando R → +∞.
R2 −1 R2 −1
A parte real desta integral coincide com o valor da própria integral. Portanto,
Z ∞
cos(ax) πe−a
dx = .
0 x2 + 1 2
Z ∞ −b
cos(x) π e e−a
dx = 2 − (a > b > 0).
−∞ (x2 + a2 )(x2 + b2 ) a − b2 b a
60
Solução. Como cos(x) = Re eix podemos escrever
Z ∞ Z ∞
cos(x) eix
2 2 2 2
dx = Re 2 2 2 2
dx.
−∞ (x + a )(x + b ) −∞ (x + a )(x + b )
A integral acima representa uma integração, ao longo de todo o eixo real da função
eiz
f (z) = .
(z 2 + a2 )(z 2 + b2 )
Esta função tem pólos simples em z0 = ai, z1 = bi, z2 = −ai e z3 = −bi. Seja CR
o semicírculo superior de um círculo |z| = R, onde R > a. Integrando f , no sentido
anti-horário, ao longo da fronteira semicircular temos
Z R Z
eiz eiz
2 2 2 2
dz + 2 2 2 2
dz = 2πi[(res.f )(z0 ) + (res.f )(z1 )],
−R (z + a )(z + b ) CR (z + a )(z + b )
onde
e−a
=
(2ai)[(ai)2 + b2 ]
e−a
= .
2ai(b2 − a2 )
E
e−b
=
(2bi)[(bi)2 + a2 ]
e−b
= .
2bi(a2 − b2 )
61
Logo, quando R > a
Z ∞
eiz e−a e−b
dz = 2πi +
−∞ (z 2 + a2 )(z 2 + b2 ) 2ai(b2 − a2 ) 2bi(a2 − b2 )
Z
eiz
− dz. (4.7)
CR (z 2 + a2 )(z 2 + b2 )
1
Considere a função g(z) = . A função g é analítica sobre CR e no
+ (z 2 + b2 )a2 )(z 2
interior de CR exceto nos pontos z0 = ai e z1 = bi. Quando z está sobre CR , |z| = R e
= (|z|2 − a2 )(|z|2 − b2 )
= (R2 − a2 )(R2 − b2 )
ou seja,
|(z 2 + a2 )(z 2 + b2 )| ≥ (R2 − a2 )(R2 − b2 ).
Consequentemente,
1 1
|g(z)| ≤ e → 0 quando R → ∞.
(R2 − a2 )(R2 − b2 ) (R2 − a2 )(R2 − b2 )
62
e−a e−b
= π +
a(b2 − a2 ) b(a2 − b2 )
−e−a e−b
= π +
a(a2 − b2 ) b(a2 − b2 )
−b
π e e−a
= − .
(a2 − b2 ) b a
Z ∞
cos(ax) π
2 2 2
dx = 3 (1 + ab)e−ab .
0 (x + b ) 4b
Solução. A integral
Z ∞ Z ∞
cos(ax) 1 cos(ax)
2 2 2
dx = dx.
0 (x + b ) 2 −∞ (x2 + b2 )2
A integral acima representa uma integração, ao longo de todo o eixo real da função
eiaz
f (z) = .
(z 2 + b2 )2
onde
d (z − bi)2 eiaz
(res.f )(z0 ) = lim
z→bi dz (z − bi)2 (z + bi)2
63
d eiaz
= lim
z→bi dz (z + bi)2
iaeiaz (z + bi)2 − 2(z + bi)eiaz
= lim
z→bi (z + bi)4
iaeiaz (z + bi) − 2eiaz
= lim
z→bi (z + bi)3
iae−ab 2bi − 2e−ab
=
(2bi)3
e−ab (−2ab − 2)
=
−8b3 i
e−ab (ab + 1)
= .
4b3 i
1
Considere a função g(z) = . A função g é analítica sobre CR e no interior de
(z 2 + b2 )2
CR exceto no ponto z0 = bi. Quando z está sobre CR , |z| = R e
|z 2 + b2 | ≥ |z 2 | − b2 = |z|2 − b2 = R2 − b2
ou seja,
|z 2 + b2 | ≥ R2 − b2 .
64
Consequentemente,
1 1
|g(z)| ≤ e → 0, quando R → ∞.
R2 − b2 R2 − b2
As hipóteses do Lema de Jordan são satisfeitas, assim
Z ∞
eiaz
lim dz = o.
R→+∞ −∞ (z 2 + b2 )2
zeiz
O integrando f (z) = tem pólos simples nos pontos z0 = −2 + 4i,
z 2 + 4z + 20
z1 = −2 − 4i. Considerando, a integral de −R a R (R > 4), seguida da integral sobre
CR no semiplano superior, obtemos
Z R Z
zeiz zeiz
4
dz + 4
dz = 2πi[(res.f )(z0 )],
−R z + 4z + 20 CR z + 4z + 20
onde o resíduo de f no pólo z0 = −2 + 4i é dado por
(z + 2 − 4i)zeiz
(res.f )(z0 ) = lim
z→−2+4i (z + 2 − 4i)(z + 2 + 4i)
zeiz
= lim
z→−2+4i (z + 2 + 4i)
(−2 + 4i)ei(−2+4i)
=
(−2 + 4i + 2 + 4i)
(−1 + 2i)e(−4−2i)
= .
4i
65
Logo, quando R > 4
Z ∞ Z
zeiz (−1 − 2i)e−2i−4 zeiz
4
dz = 2πi − 4
dz. (4.9)
−∞ z + 4z + 20 4i CR z + 4z + 20
z
Considere a função g(z) = . A função g é analítica sobre CR e no interior
z4
+ 4z + 20
de CR exceto no ponto z0 = −2 + 4i
Como |z| = R quando z está sobre CR , temos
≤ |z 4 + 4z + 20 − 20| + |4z|
Assim,
|z|
|g(z)| =
|z 4
+ 4z + 20|
|z|
≤ 4
|z | − 4|z| − 20
R
≤
R4 − 4R − 20
R
e → 0 quando R → ∞.
R4
− 4R − 20
Passando ao limite e usando o Lema de Jordan em (4.9), temos
Z ∞
zeiz (−1 + 2i)e−2i−4
2
dz = 2πi
−∞ z + 4z + 20 4i
π
= (−1 + 2i)e−4−2i
2
66
π
= (−1 + 2i)e−4 [cos(−2) + i sen(−2)]
2
π
= (−1 + 2i)e−4 [cos(2) − i sen(2)]
2
π −4
= e [− cos(2) + i sen(2) + 2i cos(2) + 2 sen(2)]
2
π −4
= e [2 sen(2) − cos(2) + i(sen(2) + 2 cos(2))].
2
Como queremos Z ∞
zeiz
Im dz,
−∞ z 2 + 4z + 20
isto é, a parte imaginária da integral, concluimos que
Z ∞
xsen(x) π
2
dx = e−4 (sen(2) + 2 cos(2)).
−∞ x + 4x + 20 2
Solução. A integral Z Z
∞
sen(x) ∞
eiz
dx = Im dz.
0 x 0 z
O integrando possui uma singularidade em z = 0, assim não podemos calcular a integral
eiz
como nos exemplos anteriores. Vamos integrar a função f (z) = ao longo do caminho
z
dado pela figura abaixo.
CR
C0
L2 L1
-R -r r
R x
67
Note que C = C0 ∪ L1 ∪ L2 ∪ CR é um caminho fechado e f é analítica em todos os
pontos interiores e sobre o caminho fechado C. Então pelo Teorema de Cauchy 2.1
temos Z
eiz
dz = 0.
C z
Isto é, Z Z Z Z
r R
eix eiz eix eiz
dx + dz + dx + dz = 0. (4.10)
−R x C0 z r x CR z
Trocando x por −x na primeira integral de (4.10), obtemos
Z r −ix Z −r −ix Z R −ix
e e e
dx = dx = − dx.
−R x R x r x
Assim, Z Z Z
R
eix − e−ix eiz eiz
2i dx + dz + dz = 0.
r 2ix C0 z CR z
Segue que, Z Z Z
R
sen(x) eiz eiz
2i dx = − dz − dz. (4.11)
r x C0 z CR z
Pelo Lema de Jordan, quando R → ∞ a integral
Z
eiz
dz = 0.
CR z
Vamos analisar Z
eiz
− dz quando r → 0.
C0 z
Temos
z = reiθ , dz = rieiθ dθ.
Z 0 iθ Z 0
eire rieiθ ireiθ
lim − dθ = lim −i e dθ
r→0 π reiθ r→0 π
n
X iθ
= lim lim −ieire ∆θ
r→0 n→∞
i=1
| {z }
Z 0
− f (θ)dθ
π
n
X iθ
= lim lim −ieire ∆θ
n→∞ r→0
i=0
68
n
X
= lim −i∆θ
n→∞
i=0
= −i(0 − π)
= πi.
Z
2
eiz dz = 0,
C
2
Um artigo interessante sobre esse tipo de integral pode ser encontrado em: Matemática Univer-
sitária, No 5, Junho de 1987, 77-81.
69
ou seja, Z Z Z
iz 2 iz 2 2
e dz + _
e dz + eiz dz = 0.
OA AB BO
Agora,
sobre OA temos z = x (de x = 0 a x = R),
_ π
sobre AB temos z = Reiθ (de θ = 0 a θ = ),
πi
4
sobre BO temos z = re 4 (de r = R a r = 0).
Então, Z Z π Z
R 4 2iθ 0 π
iR2 e
eir e ei 4 dr = 0,
π
ix2 iθ 2 2i
e dx + e iRe dθ +
0 0 R
ou seja,
Z R Z Z π
R 4
eiR (cos(2θ) + isen(2θ)) iReiθ dθ
πi
2 2 −r 2 2
(cos(x ) + isen(x ))dr = e 4 e dr −
0 0 0
Z Z π
R 2
eiR (cos(2θ) − R sen(2θ)) iReiθ dθ
πi 4
−r 2 2
= e 4 e dr −
0 0
(4.12)
√ π π
π
= cos + isen
2 4 4
√ √
2π 2 π
= +i .
4 4
O valor absoluto da segunda integral à direita de (4.12)
Z π Z π
4 iR2 cos(2θ) − R2 sen(2θ)
e−R sen(2θ) Rdθ
iθ
4 2
e iRe dθ ≤
0 0
Z π
R 2
−R2 sen(φ) dφ
= e dφ, 2θ = φ ⇒ dθ =
2 0 2
Z π
R 2 2 φ 2φ π
≤ e−R dφ, pois sen(φ) ≥ , 0≤φ≤
2 0 π π 2
70
π R2
= 1−e .
4R
Z 2π
F (sen(θ), cos(θ))dθ, 3 (4.13)
0
71
z − z −1 dz
Solução. Fazendo sen(θ) = e dθ = temos
2i iz
Z 2π Z
dθ 1 dz
=
−1 2 iz
, onde C é o círculo |z| = 1.
0 2 + sen2 (θ) C z−z
2+
2i
Z
1 1 dz
= 2
i C z −2+z −2
z
2+
−4
Z
1 1 dz
= 2
i C −8 + z − 2 + z −2
z
−4
Z
−4 1 dz
=
i C z 2 − 10 + z −2 z
Z
−4 1
= dz
i C z3 − 10z 2 + 1
Z
−4 z
= dz.
i C z4 − 10z 2 + 1
z
O integrando é f (z) = , que tem pólos simples nos pontos
− 10z 2 + 1 z4
q q q q
√ √ √ √
z0 = 5 − 2 6, z1 = − 5 − 2 6, z2 = 5 + 2 6 e z3 = − 5 + 2 6.
Logo,
Z
−4 z −4
dz = (2πi[(res.f )(z0 ) + (res.f )(z1 )])
i C z4 2
− 10z + 1 i
−1 1
= −8π √ − √
8 6 8 6
−2
= −8π √
8 6
72
2π
= √ .
6
Portanto, Z 2π
dθ 2π
=√ .
0 2 + sen (θ)
2
6
2
Z
1 1 dz
= 2
i C −8 + z − 2 + z −2
z
−4
Z
2 dz
= .
i C 2z + az 2 + a
z
O integrando é f (z) = , que tem pólos simples nos pontos
az 2 + 2z + a
√ √
−1 + 1 − a2 −1 − 1 − a2
z0 = e z1 = .
a a
73
Como C é √
o círculo |z| = 1, o único ponto singular do integrando no interior de C é
−1 + 1 − a2
z0 = . O resíduo nesse ponto é
a
1
(res.f )(z0 ) = √ .
2 1 − a2
Logo,
Z
2 dz 2
2
= (2πi[(rez.f )(z0 )])
i C 2z + az + a i
h 1 i
= 4π √
2 1 − a2
2π
= √ .
1 − a2
Portanto, Z 2π
dθ 2π
=√ .
0 1 + a cos(θ) 1 − a2
Z 2π
dθ
a2 < 1.
0 1 + asen(θ)
z − z −1 dz
Solução. Fazendo sen(θ) = e dθ = temos
2i iz
Z 2π Z
dθ 1 dz
=
0 1 + asen(θ) C z+z −1
iz
1+a
2i
74
Z
1 dz
=
C 2i + a(z + z ) iz
−1
2i
Z
2i dz
=
C 2i + az − az −1 iz
Z
1
= 2 dz.
C 2zi + az 2 − a
1
O integrando é f (z) = , que tem pólos simples nos pontos
az 2
+ 2zi − a
√ √
−i + i 1 − a2 −i − i 1 − a2
z0 = e z1 = .
a a
Como C é o√círculo |z| = 1, o único ponto singular do integrando, no interior de C, é
−i + i 1 − a2 1
z0 = . O resíduo nesse ponto é (res.f )(z0 ) = √ .
a 2i 1 − a2
Logo,
Z
dz
2 = 2(2πi[(rez.f )(z0 )])
C 2zi + az 2 − a
1 hi
= 4π √
2i 1 − a2
2π
= √ .
1 − a2
Portanto, Z 2π
dθ 2π
=√ .
0 1 + asen(θ) 1 − a2
75
Exemplo 4.14 Calcule a integral
Z 2π
dθ
a > b > 0.
0 a + b cos(θ)
z + z −1 dz
Solução. Fazendo cos(θ) = e dθ = temos
2 iz
Z 2π Z
dθ 1 dz
=
0 a + b cos(θ) C z+z −1
iz
a+b
2
Z
1 dz
=
C 2a + b(z + z ) iz
−1
2
Z
2 dz
=
C 2a + bz + bz iz
−1
Z
2 1
= dz.
i C 2az + bz 2 + b
1
O integrando é f (z) = , que tem pólos simples nos pontos
2az + bz 2 + b
√ √
−a + a2 − b2 −a − a2 − b2
z0 = , z1 = .
b b
76
Logo,
Z
2 1 2
2
dz = (2πi[(rez.f )(z0 )])
i C 2az + bz + b i
h 1 i
= 4π √
2 a2 − b 2
2π
= √ .
a2 − b 2
Portanto, Z 2π
dθ 2π
=√ .
0 a + b cos(θ) a2 − b 2
77
Conclusão
78
Referências Bibliográficas
79