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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Autores:
Wania Wolff
Professora Adjunta do IF da UFRJ.
Fabricio Toscano
Professor Associado da Fundação CECIERJ.
Metas:
1. Parte teórica:
2. Parte experimental:
Fornecer os procedimentos experimentais para a investigação da:
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Radiação Térmica
1. Parte teórica:
2. Parte experimental:
Radiação térmica
Conceito
Um corpo devido a sua temperatura emite energia na forma de radiação ele-
tromagnética, chamada radiação térmica. Em oposição à transferência de energia
na forma de calor, através dos processos de condução e convecção, a transferência
de energia devido à radiação térmica não necessita de um meio e pode ocorrer no
vácuo. A radiação térmica é um tipo de radiação eletromagnética (E-M) e como
os outros tipos de radiação E-M se propaga no vácuo à velocidade da luz, c. Lem-
bremos que as ondas E-M de comprimento de onda λ e frequência ν obedecem à
relação
c = λν (rd.1)
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Figura rd.1: Faixa do Espectro de radiação electromagnética desde as Microondas até os Raios-X.
A radiação térmica está compreendida essencialmente dentro desta faixa.
9 CEDERJ
Radiação Térmica
(a) (b)
(c) (d)
Percepção:
A temperaturas usuais, a maioria dos corpos não são visı́veis pela radiação
térmica que emitem, mas somente pela radiação que refletem. Se nenhuma luz in-
cidir sobre o corpo ele simplesmente não é perceptı́vel ao olho humano. A tempe-
raturas consideradas baixas, i.e. abaixo de 500◦ Celsius (e portanto a temperatura
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
ambiente), quase toda a energia emitida por corpos está associada a comprimen-
tos de onda relativamente grandes, e correspondem a radiações infra-vermelhas
(0.75-1000 mm), com comprimentos de onda muito superiores aos da luz visı́vel
(0.38-0.78 µ m). Em particular, quase toda a radiação de um corpo humano e sua
vizinhança está na região do infra-vermelho do espectro eletromagnético.
À medida que a temperatura aumenta, mais radiação é emitida, e uma fração
maior da energia é irradiada em comprimentos de onda menores. Por exemplo, a
temperaturas de 800◦ Celsius, uma fração suficientente grande da energia emitida
já tem comprimentos de onda dentro do espectro visı́vel, e o corpo começa a
brilhar, adquirindo uma cor vermelho-quente, embora a maior parte da energia
emitida continue a pertencer à região dos infra-vermelhos (vide Figura (rd.2)).
Quando o objeto é aquecido mais e mais, a cor do objeto quente desloca-se do
vermelho ao amarelo-laranja.
À temperatura de 3000◦ Celsius a distribuição espectral se deslocou sufici-
entemente para comprimentos de onda cada vez menores e o corpo adquire uma
cor branco-azulada intensa. Portanto, a temperaturas muito altas os corpos adqui-
rem luminosidade própria. O que observamos é que com o aumento da tempera-
tura, ocorre uma modificação na cor do objeto, ou seja o comprimento de onda no
qual a radiação é mais intensa diminui (ou equivalentemente a frequência na qual
Radiação Solar:
a radiação é mais intensa, aumenta). Também, a intensidade máxima da radiação O espectro de emissão da
radiação solar é muito similar ao
emitida cresce como assim também a potência total emitida (energia por unidade
espectro de emissão de um corpo
de tempo). negro a uma temperatura de
5800K. Como consequência uma
fração grande da radiação solar é
visı́vel.
Resumo:
11 CEDERJ
Radiação Térmica
ele deve emitir e absorver a mesma quantidade de radiação por unidade de tempo,
senão sua temperatura aumentaria ou diminuiria. Assim, no equilı́brio térmico, o
coeficiente de absorção (α ) de um corpo coincide com seu coeficiente de emissão
(ε ). Portanto, um corpo que é um bom absorvedor é também um bom emissor de
radiação E-M. Este é o enunciado qualitativo da ”Lei de Kirchhoff”. Os coefici-
entes de absorção (α ) , reflexão (r) e transmissão (t) dependem do comprimento
de onda λ da radiação incidente. Por exemplo, a neve apresenta as seguintes ca-
racterı́sticas em relação à emissividade e a absorção: ε (λ ) ∼ 0 para a luz visı́vel
mas ε (λ ) ∼ 1 para luz infravermelha , ou seja a neve emite pouca luz visı́vel, mas
muita luz infravermelha. Portanto neve também absorve pouca luz visı́vel, mas
muita luz infravermelha. No entanto, para qualquer comprimento de onda λ em
qualquer corpo teremos que
α +r +t = 1 . (rd.3)
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Vale a pena lembrar que o elemento diferencial de ângulo sólido se define em termos dos
diferenciais de ângulo d θ e d φ como dΩ ≡ sin(θ )d θ d φ . Então para o ângulo sólido
subtendido por uma hemisfera temos que
Z Z 2π Z 2π
dΩ = sin(θ )d θ d φ = 2π .
hemisfera 0 0
Corpo Negro
Definição:
13 CEDERJ
Radiação Térmica
onde R(λ , T ) é uma função universal que não depende da natureza do corpo em
particular. Note que incluimos uma possı́vel dependência dos coeficientes de
absorção e emissão com a temperatura. Como para um corpo negro ε (λ , T ) = 1,
conclui-se que R(λ , T ) deve ser a radiância espectral de um corpo negro. Assim,
todos os corpos negros a uma mesma temperatura emitem o mesmo espectro de
radiação térmica.
Em linhas gerais o argumento de Kirchhoff está baseado no que atualmente
se conhece como ”balanço detalhado” entre a potência emitida e absorvida pela
superfı́cie de um corpo no equilı́brio termodinâmico entre ele e o seu meio. As-
sim, se o corpo e sua vizinhança estão em equilı́brio térmico, eles estão a uma
temperatura T constante. Como a temperatura é constante o fluxo de energia en-
tre o corpo e seu meio está ”balanceado” i.e.
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Implementação:
O corpo negro é uma idealização já que nenhum corpo real possui coe-
ficiente de absorção α = 1, no entanto ele pode ser aproximado pelo seguinte
sistema. Considere uma cavidade cujas paredes são mantidas uniformemente a
uma temperatura constante. Para um observador externo um pequeno orifı́cio em
tal cavidade se comporta como um corpo negro. Qualquer radiação que incide
no orifı́cio vinda do exterior entra na cavidade e é absorvida quando é espalhada
por múltiplas reflexões no seu interior. Assim somente uma pequena fração é re-
emitida sem mudar o equilı́brio térmico no interior da cavidade. Como a cavidade
está em equilı́brio térmico a pequena fração que consegue escapar pelo orifı́cio
é do mesmo tipo que a radiação no seu interior. Portanto podemos dizer que o
orifı́cio da cavidade tem α = 1 (toda a radiação incidente no orifı́cio pelo lado
de fora entra na cavidade) e portanto ε = α = 1 (toda a radiação incidente no
orifı́cio pelo lado de dentro sai da cavidade). Assim, o orifı́cio emite a radiação de
um corpo negro, e a radiação no interior da cavidade é também a radiação de um
corpo negro. Kirchhoff provou que o fluxo da radiação na cavidade é isotrópico,
i.e. o mesmo em todas as direções . A radiação também é homogênea (ou seja a
intensidade é igual em cada ponto no interior da cavidade) e é idêntica em todas
as cavidades a uma mesma temperatura.
Lei de Stefan-Boltzmann:
P(t)
≡ R(T ) = σ T 4 (Lei de Stefan-Boltzmann) (rd.7)
A
Rcr (T ) = εσ T 4 (rd.8)
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Radiação Térmica
cr − Rcr = ε σ (T − Tm ) ,
RLcr = Remit abs 4 4
(rd.9)
ε σ Tm4 a radiância absorvida pelo corpo (e que foi emitida pelo meio a tempera-
tura Tm ). Esta é, por exemplo, a situação já antes mencionada de um filamento
incandescente de uma lâmpada que emite a uma temperatura T num meio a uma
temperatura Tm . Assim ε é o coeficiente de emissão ou emissividade do filamento,
e se assume que este coeficiente se aplica tanto à emissão para o meio quanto à
absorção da radiação do meio, ou seja que o coeficiente de absorção do filamento
é igual ao de emissão. O modo conceitual de analisar esta questão é observar que
o objeto quente disposto em um meio deve por fim alcançar o equilı́brio térmico
com o meio. O objeto irá inicialmente emitir mais energia ao meio que absor-
ver do meio, porém isto irá determinar que a temperatura do meio aumente e a
temperatura do objeto diminua. Mas quando ambos alcançarem a mesma tem-
peratura, podemos concluir que, em média, a quantidade de energia absorvida é
exatamente a mesma que é emitida. Assim, a expressão para a energia lı́quida
irradiada ao meio será nula quando T = Tm , o que está de acordo com expressão
dada na Eq.(rd.9). Voltaremos a esta discussão na seção referente ao medidor de
radiação térmica chamado ”Pilha Termoelétrica de Moll”.
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
(a) (b)
(c)
Figura rd.3: Espectros de emissão de um corpo negro a diferentes temperaturas. Em linha preta
está ressaltado o comportamento do pico da distribuição dado pela ”Lei de Deslocamento de Wien”
da Eq.(rd.12). A linha pontilhada representa o comportamento λ −4 para comprimentos de onda
grandes (ver discussão em torno da Eq.(rd.31)).
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Radiação Térmica
∆E dΩ
Z
R(λ , T ) = =
∆t ∆A 2π
1 2π
Z π /2
c
Z
= ρ (λ , T ) dφ d θ cos(θ ) sin(θ ) =
2 2π 0 0
c
= ρ (λ , T ) . (rd.15)
4
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Radiação Térmica
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Figura rd.4: A energia saindo da cavidade numa fração de ângulo sólido dΩ/2π , que atravessa
uma área ∆A, no intervalo de tempo ∆t, indo na direção determinada pelo ângulo θ . Note que a
energia emitida é uniforme em todas as direções .
19 CEDERJ
Radiação Térmica
E f = hν . (rd.18)
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Cabe lembrar que as partı́culas quânticas (i.e. âtomos, moléculas ou partı́culas elemen-
tares como prótons, elétrons, fótons, etc.) são divididas em dois tipos: as partı́culas
”bosônicas” e as partı́culas ”fermiônicas”, estas últimas ao contrário dos ”bôsons” têm
como uma de suas caracterı́sticas a de não poder compartir o mesmo estado quântico.
Um exemplo de partı́culas fermiônicas são os elétrons e os prótons. No equilibrio ter-
modinâmico as partı́culas bosônicas seguem a chamada “Estatı́stica de Bose-Einstein”
enquanto que as partı́culas fermiônicas seguem a chamada “Estatı́stica de Fermi-Dirac”.
Assim, os fótons são bósons com a particularidade adicional que são bósons
não-interagentes entre si. Quando os fótons interagem com a matéria (átomos,
elétrons, etc.), eles só podem transferir toda sua energia E f = hν . Desta forma,
quando sua energia é absorvida pela matéria ele desaparece do modo no qual se
encontrava. Da mesma forma, a matéria só emite energia na forma de ”quanta”,
E f = hν , que são os fótons emitidos em algum modo particular (voltaremos a
este assunto mais na frente). Assim podemos pensar que, como resultado da
interação com a matéria, os modos do campo eletromagnético dentro da cavi-
dade são populados e despopulados continuamente. Os processos fı́sicos envolvi-
dos na produção destes fótons são os mais variados, eles envolvem processos de
transições atómicas dos elétrons, transições vibracionais e rotacionais dos átomos
e/ou moléculas. Todos estes processos correspondem a transições entre nı́veis
discretos de energia. Repare que só pode existir emissão de fótons nas transições
entre nı́veis discretos de energia se a partı́cula quântica possui algum momento
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Radiação Térmica
CEDERJ 22
Radiação Térmica
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onde nx , ny e nz são números inteiros quaisquer. Para cada vetor de números intei-
ros ~n ≡ (nx , ny, nz ) diferentes, temos 2 modos associados que correspondem aos
dois valores de polarização possı́veis para a luz. Estes modos podem ser represen-
tados como pontos num gráfico tridimensional (ver Figura (rd.5)). Lembrando
que |~k f | = 2π /λ = 2πν /c, o módulo do vetor ~n é
2Lν
2
L2
|~n| 2
≡ n2x + n2y + n2z = 2 |~k f |2 = , (rd.26)
π c
que corresponde à equação de uma esfera de raio 2Lν /c. Como o vetor ~n e −~n
representam essencialmente o mesmo modo (pois trata-se de ondas estacionárias
então os dois sentidos de propagação são considerados), para calcularmos a densi-
dade de modos basta restringir a análise ao primeiro octante da esfera cujo volume
é: Ves f = (1/8)(4π /3)(2Lν /c)3. Assim, para λ << L o número de modos por
unidade de volume será igual a,
∂ (NT j ) 8πν 2
N j (ν ) = = 3 . (rd.28)
∂ν c
Este resultado também é válido para uma cavidade que não seja cúbica sempre
que seu comprimento linear tı́pico L verifique que λ << L. Assim, chegamos ao
resultado na Eq.(rd.20).
hν hν hν
2 3
hν /kT 1 1
e = 1+ + + +... . (rd.29)
kT 2! kT 3! kT
Ficando com a primeira ordem em (hν /kT ) temos para a densidade de energia
dentro da cavidade,
8πν 2
ρ (ν , T ) ≈ 3 kT , (rd.30)
c
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Radiação Térmica
Figura rd.5: Cada ponto no gráfico corresponde a dois modos diferentes do campo eletro-
magnético (correspondentes aos dois valores possı́veis de polarização da luz) dentro de uma cavi-
dade cúbica de lado L.
ou equivalentemente,
8π
ρ (λ , T ) ≈
kT . (rd.31)
λ4
Este resultado coincide com o cálculo da densidade de energia dentro da cavidade
realizado por Lord Rayleigh e J. Jeans usando argumentos da fı́sica estatı́stica
clássica. Com efeito, eles sugeriram que as ondas eletromagnéticas estacionárias
dentro da cavidade eram o resultado da constante emissão e absorção de radiação
pelos âtomos das paredes da cavidade que atuariam como pequenos dipolos osci-
lantes, i.e. pequenos osciladores harmônicos de frequência ν = c/λ . Lembre que,
no electromagnetismo clássico, cargas aceleradas, como é o caso de cargas em
movimento harmônico, emitem radiação eletromagnética. Neste sentido, segundo
Rayleigh e Jeans, os âtomos nas paredes da cavidade se comportariam como pe-
quenas antenas. Como a energia E de cada um destes osciladores clássicos pode
ter qualquer valor entre 0 e +∞, segundo a Mecânica Estatı́stica Clássica o va-
lor médio da energia de cada oscilador corresponde a uma média dos valores E
ponderada pelo fator de Boltzmann exp(−β E), i.e.
R∞
dE E e−β E ∞
Z
0 d −β E 1
hEi = R ∞ = − log dE e = = kT , (rd.32)
0 dE e
−β E dβ 0 β
onde definimos β ≡ 1/kT . Portanto, esta deveria ser a energia carregada por cada
onda estacionária de frequência ν dentro da cavidade. Desta forma, juntando este
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
25 CEDERJ
Radiação Térmica
2. Emissão espontânea: ocorre quando um átomo que está num nı́vel energético
”excitado ”, E2 , emite espontaneamente um ”quantum” de energia, hν ,
(um fóton) num perı́odo de tempo conhecido como vida média do nı́vel
energético E2 . No processo, o átomo passa a estar no nı́vel energético me-
nor E1 .
~ ~ ~
Absorçao Emissao Emissao
^
Espontanea Estimulada
E2
hν
hν hν hν
hν
E1
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
dNi = Ci N2 ρ (ν , T ) dt , (rd.37)
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Radiação Térmica
Vamos ver agora, em linhas gerais, o argumento que, por volta de 1900, M.
Planck deu para achar a fórmula da Eq.(rd.17) para a densidade de energia dentro
de uma cavidade que representa um corpo negro. Equivalentemente a Rayleigh e
Jeans ele também considerou que a radiação dentro da cavidade era emitida pe-
los átomos das paredes considerados como pequenos osciladores. A diferença é
que ele postulou que a energia de um desses osciladores de uma dada frequência
ν , não podia ter qualquer valor entre zero e infinito, como seria o caso previsto
pela mecânica clássica, mas somente poderia tomar valores discretos nE0 , onde
E0 seria um valor finito de energia, que chamou ”elemento de energia” (posteri-
ormente chamado ”quantum” de energia), o qual poderia depender da frequência,
i.e. E0 ≡ E0 (ν ). Desta forma, a energia média para um ”ensemble” (releia os
módulos da disciplina Fı́sica Estatı́stica e Matéria Condensada) desses oscilado-
res, ao invés de ser calculada com a Eq.(rd.32) deveria ser calculada como,
∑∞ −β nE0 ∞
" #
nE e d
log ∑ e β nE0 =
n=0 0 −
hEi = == −
∑∞n=0 e −β nE0 d β n=0
d 1 E0
= − log = E /kT , (rd.43)
dβ 1−e −β E 0 e 0 −1
8πν 2 E0 ( ν )
ρ (ν , T ) = . (rd.44)
c e 0 ν )/kT − 1
3 E (
Este resultado só poderia ser compatı́vel com os resultados conhecidos naquela
época se o valor do ”elemento de energia” fosse: E0 = hν , onde h seria uma
constante a ser determinada experimentalmente e que posteriormente foi batizada
”constante de Planck”. Repare que para os osciladores cujas energias verifiquem
que hν << kT , as somas na Eq.(rd.43) são uma boa aproximação das integrais
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Corpo Cinzento
2π hc2
Rcz (λ , T ) = ε (T ) R(λ , T ) = ε (T ) hc , (rd.45)
λ 5 e λ kT − 1
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Radiação Térmica
Rcz (T ) = ε (T )σ T 4 . (rd.46)
Assim, em geral, a radiância de um corpo cinzento não varia com T 4 devido à
dependência adicional introduzida por ε (T ). Para garantir a verificação experi-
mental da Lei de Stefan-Boltzmann, a emissividade espectral ε (T ), deve variar
pouco com a temperatura. Isto acontece em muitos casos, pelo menos numa faixa
dada de temperaturas, onde podemos considerar ε (T ) constante. Deve-se mencio-
nar que, se a emissividade de um corpo apresentar uma dependência adicional no
comprimento de onda, a integração na Eq. (rd.45) conduz a uma expressão para
a radiância total que em geral é completamente diferente da obtida para o corpo
cinzento (Eq. (rd.46)).
Atividades
Atividade I
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Tabela 1.1: Emissividade ε de alguns materiais em diferentes estados, tipos de superfı́cies e tem-
peraturas T em ◦C
cente (3000 K), c) superfı́cie do sol (6000 K). Discuta em que faixas do espectro
eletromagnético se encontram estes valores de comprimento de onda. Compare
seus resultados com os valores que podem ser obtidos através dos gráficos presen-
tes neste capı́tulo.
Atividade II
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Radiação Térmica
Atividade III
Atividade IV
CEDERJ 32
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
1. Cubo de Leslie
2. Lâmpada de Stefan-Boltzmann
Cubo de Leslie
O cubo de radiação térmica possui quatro superfı́cies irradiadoras diferen-
tes que podem ser aquecidas desde a temperatura ambiente até aproximadamente
120◦ C (ver Figura (rd.8)). As quatro faces emissoras são: uma face preta, uma
face branca, uma face polida e uma face opaca de alumı́nio. O cubo é aquecido
por uma lâmpada de 100 Watts (basta ligar a chave em ON e girar o botão de ajuste
de potência no sentido horário). A temperatura do cubo é medida conectando-se
um ohmı́metro às entradas do ”Termistor”. O termistor está conectado num canto
do cubo. A partir do valor da resistência medida, a temperatura é obtida usando a
tabela fixada em uma das faces da base do cubo.
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Radiação Térmica
Importante:
Lâmpada de Stefan-Boltzmann
CEDERJ 34
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Lamp − RLamp = ε σ (T − T0 ) ≈ ε σ T ,
RLLamp = Remit abs 4 4 4
(rd.47)
Sensor de Radiação
35 CEDERJ
Radiação Térmica
Especificações :
CEDERJ 36
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
37 CEDERJ
Radiação Térmica
CEDERJ 38
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Experimento 1:
Objetivo:
Equipamento Necessário:
39 CEDERJ
Radiação Térmica
Diagrama Experimental:
Montagem Experimental:
CEDERJ 40
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Note que: se você quiser saber o valor da potência emitida por unidade de
área é necessário converter a leitura do sensor de radiação de mV para
mW /m2 . Para isso utiliza-se o fator de conversão fornecido pelo fabri-
cante que neste caso é S/K = 22 mV /mW (ver Eq. (rd.51)). Assim, para
a potência por unidade de área teremos: Vtermopilha /(S/K)a onde a ≡ área
do sensor.
5. Aumente o valor da potência, primeiro para 6.5, depois para 8.0, e final-
mente para a posição ”HIGH”do comutador. Para cada novo valor, espere
que o cubo atinja o equilı́brio térmico, repita as medições do item 2 e anote
os valores na Tabela 1.2.
Atenção: Certifique-se que a temperatura está estável quando tomar a leitura
do sensor e do ohmı́metro. É necessário às vezes, esperar pelo menos 5
minutos entre as alterações de temperatura. A experiência toma um certo
tempo.
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Radiação Térmica
Resistência do termistor
Temperatura (◦C)
Leitura no Sensor
Superfı́cie
Negra
Branca
Alumı́nio polido
Alumı́nio rugoso
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Experimento 2:
Objetivo:
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Radiação Térmica
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Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Experimento 1:
Objetivo:
Fundamentação teórica:
Equipamento Necessário:
45 CEDERJ
Radiação Térmica
4. Ajuste a altura do sensor de radiação de tal forma que fique no mesmo nı́vel
do filamento da lâmpada de Stefan-Boltzmann (ver Figura (rd.14)).
8. Anote os valores obtidos na Tabela 1.3. Desta forma estaremos fazendo uma
leitura da radiação de fundo através de uma leitura da tensão da termopilha
quando o filamento não está incandescente. Essa leitura dá a contribuição
da radiação que pode estar sendo emitida por fontes distantes.
CEDERJ 46
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
9. Calcule o valor médio hI0i destes valores para determinar o nı́vel de radiação
térmica ambiente. Este valor médio tem que ser subtraı́do dos valores me-
didos com a lâmpada ligada, para se determinar a contribuição proveniente
apenas da lâmpada.
10
20
30
40
50
60
70
80
90
hI0 i (mV ) =
11. Para quais distâncias você faria as suas medidas? É melhor escolher valores
de posição a intervalos regulares e constantes? A quais distâncias você
espera que a leitura do sensor irá variar mais rapidamente?
12. Ajuste a distância entre o sensor e a lâmpada para cada um dos valores
da coluna X da Tabela 1.4 e anote o respectivo valor Imedido lido no mili-
voltı́metro nesta tabela.
47 CEDERJ
Radiação Térmica
Importante:
CEDERJ 48
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
2. Subtraia o nı́vel médio de radiação ambiental hI0 i de cada uma das medições
de intensidade Imedido e registre o resultado, I, na Tabela 1.4. Dessa forma
tenta-se retirar contribuições não referentes à lâmpada.
49 CEDERJ
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
Experimento 1:
Objetivo:
Fundamentação teórica:
Como já vimos um corpo negro perfeito é uma idealização. Nesta ex-
periência, o corpo emissor de radiação é um filamento incandescente de tungstênio,
que é considerado um corpo cinzento, onde o coeficiente de emissividade de-
pende da temperatura do corpo mas não do comprimento de onda da luz emitida.
A dependência da radiância total de um corpo negro pode ser extraida a partir da
Eq.(rd.46), uma vez conhecida a dependência do coeficiente de emissividade ε (T )
com a temperatura T .
A lei da radiância de Stefan-Boltzmann é comprovada medindo-se a radiância
total do filamento R f (T ) para diferentes temperaturas e medindo ou conhecendo-
se o coeficiente de emissividade ε (T ) para as mesmas temperaturas. A partir de
um gráfico de R f (T )/ε (T ) versus T a dependência prevista da radiância total com
a quarta potência da temperatura deve ser observada.
A principio dois esquemas experimentais são necessários: um para medir a
dependência com a temperatura de R f (T ) e outro para medir a dependência com a
temperatura de ε (T ). Nesta experiência iremos medir somente R f (T ) em função
da temperatura e utilizar os valores tabelados (medidos) de ε (T ) para o tungstênio,
disponı́veis na literatura.
Montagem:
51 CEDERJ
Radiação Térmica
por unidade de área emitida pelo filamento quente a várias temperaturas. A fonte
de tensão é variável e fornece valores de tensão crescentes à lâmpada. O filamento
é aquecido com a passagem de corrente elétrica. Assim, à medida que aumenta-
se a tensão aplicada à lâmpada, cresce a temperatura do filamento. É essencial
nesta experiência determinar a temperatura do filamento para cada diferença de
potêncial aplicada. Vamos considerar que a maior parte da radiação emitida pela
lâmpada vem de seu filamento.
CEDERJ 52
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
abaixo. Note-se que neste caso T0 = 300◦ K e que portanto r300◦ K é a resistência
à 300◦ Kelvin , ou seja, à 27◦ Celsius e que a razão r(T )/r300◦ K é igual a 1.
(Atenção: neste gráfico temos a temperatura absoluta na abcissa, T e não T −300).
como esperado, α = 4.71 10−3 C−1 e β = 3.52823 10−7 C−2 , valores que cor-
respondem razoavelmente aos valores tabelados para o tungstênio (o valor de α
está apresentado na Tabela 1.5. Na prática, a construção da lâmpada influencia
um pouco o valor destes coeficientes, e portanto uma lâmpada de outro fabricante
pode ter valores ligeiramente diferentes de α e β .
Tendo-se r(τ ) podemos inverter a relação acima e obter a temperatura ab-
soluta em função da resistência, lembrando que T = τ + 300◦ K, se conhecermos
r300◦ K .
s
1 r(τ )
T = 300 + α2 + 4 β ( − 1) − α , (rd.56)
2β r300◦ K
Metal/Liga α (◦C)−1
Cu .0038
W .0045
Ni .006
Fe .005
Pt .003
Latão (.7Cu+.3Zn) .0002
Constantin (.6Cu+.4Ni) .00001
Fe-Ni (.75Fe+.25Ni) 00009
Da Tabela 1.5 verifica-se que os metais têm um valor de α maior que os das
ligas, o que significa que a sua resistência varia muito mais com a temperatura.
Devido a esta caracterı́stica os metais são usados para fazer termômetros com base
na variação da resistência, enquanto que as ligas são indicadas em aplicações onde
a resistência deve variar o menos possı́vel com a temperatura.
Equipamento Necessário:
CEDERJ 54
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
- Lâmpada de Stefan-Boltzmann;
- Fonte;
- Ohmı́metro;
- Voltı́metro (0 − 12 V );
- Amperı́metro (0 − 3 A);
- Milivoltı́metro;
- Termômetro.
55 CEDERJ
Radiação Térmica
Importante:
CEDERJ 56
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
10.0
11.0
12.0
57 CEDERJ
Radiação Térmica
r(τ )
2. Calcule o valor da fração r300◦ K .
Deste modo podemos esperar uma relação linear, de coeficiente angular ”4”,
quando representada a função Vtermopilha em escala di-logarı́tmica,
2. Faça com os dados obtidos para a potência emitida pelo filamento, o gráfico
de logVtermopilha em função de log T e obtenha a inclinação da reta.
Vtermopilha
V (V) r (Ohm) T (K) T 4 (K 4 ) Vtermopilha ε ε
(mV) (mV)
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
10.0
11.0
12.0
59 CEDERJ
Radiação Térmica
CEDERJ 60
Radiação Térmica
Laboratório Avançado
onde ”cte” é uma constante que engloba todos os fatores constantes da expressão.
Deste modo podemos esperar uma relação linear, exatamente de coeficiente ”5”,
quando representada a função Vtermopilha em escala di-logarı́tmica. Compare com
seu resultado.
Para extrair diretamente a componente referente ao corpo negro pode-se
dividir os valores medidos de Vtermopilha pelos valores da emissividade ε (T ) para
cada temperatura do filamento. Desta forma resulta novamente a dependência da
radiância esperada na quarta potência da temperatura absoluta T prevista pela Lei
de Stefan-Boltzmann:
Vtermopilha
log = 4 logT + constante . (rd.62)
ε
1. Calcule a emissividade ε para as temperaturas do filamento a partir de uma
das curvas acima mencionadas.
61 CEDERJ
Radiação Térmica
3. Qual o resultado esperado? Deve-se obter uma reta linear? Discuta o seu
resultado, em especial os valores obtidos para os coeficientes linear e angu-
lar.
Questionário:
CEDERJ 62
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
2. Parte experimental:
1. Parte teórica:
2. Parte experimental:
63 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Razão carga-massa
d 2~r q
d~
r
m~a = q(~E +~v × ~B) −→ 2 = ~E + × ~B , (cm.1)
dt m dt
CEDERJ 64
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Repare que na Mecânica Quântica (MQ) as partı́culas não tem associada uma trajetória
determinada (o conceito de trajetória não forma parte do arcabouço da teoria quântica).
No entanto as partı́culas em MQ muitas vezes podem ser descritas por pacote de ondas
mais o menos localizados espacialmente que seguem trajetórias determinadas. Diferente-
mente da fı́sica clássica, na MQ o movimento de particulas carregas (ou seja a trajetória
seguida por um pacote de onda), na presença dos campos elétricos e magnéticos ~E e ~B
resultantes, não está completamente determinado pela razão q/m . Para determinar o
movimento é precisso conhecer também o momento magnético intrı́nseco da partı́cula,
chamado de “spin”. Lembre por exemplo o famoso experimento de Stern-Gerlach. Nesse
experimento todas as partı́culas são de “spin 1/2” e têm a mesma razão q/m, no entanto
os pacotes de onda das partı́culas que tem “spin h̄/2 ” seguem uma trajetória e os paco-
tes de onda das partı́culas que tem “spin −h̄/2 ” seguem uma trajetória diferente. Nesse
caso além da força de Lorentz é precisso levar em conta a força resultante da interação do
momento magnético intrı́nseco da partı́cula com o campo megnético B.
A experiência de Thomson
65 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Figura cm.1: Esquema do aparato experimental usado por J.J. Thompson para determinar a razão
e/m.
m.
O aparato experimental utilizado por Thomson está esquematizado na Fi-
gura (cm.1). Um tubo a uma pressão de 10−3 mmHg possui na parte dianteira
dois eletrodos, um cátodo e um par de ânodos com orifı́cios, aos quais aplica-
se uma diferença de potencial. O cátodo é aquecido e emite elétrons por efeito
termiônico. O par de ânodos acelera e colima os elétrons que saem dos orifı́cios,
direcionando o feixe eletrônico a uma tela fluorescente S, onde um resplendor es-
verdeado na parede do tubo de vidro é observado. O feixe viaja em linha reta
desde o orifı́cio do ânodo à parede traseira do tubo.
Na parte central do tubo, no meio do caminho, o feixe atravessa uma região
onde existem duas placas paralelas carregadas positiva e negativamente. O campo
elétrico ~E gerado entre as duas placas é relativamente uniforme e atuando sobre o
feixe de elétrons faz com que ele se desloque na direção da placa carregada positi-
vamente. Juntamente com as placas, existe um conjunto de espiras que criam um
campo magnético ~B. Tal campo ~B é orientado de modo a produzir uma deflexão
no feixe de elétrons contraria à deflexão produzida pelo campo elétrico . Assim, o
efeito dos dois campos pode ser ajustado de tal modo que a força elétrica atuando
sobre o feixe é igual e de sentido contrário à força magnética, i.e.
eE = evB , (cm.2)
e o feixe passa pelas placas sem sofrer deflexão. Desta forma, a velocidade dos
elétrons do feixe será:
v = E/B . (cm.3)
A energia cinética que o elétron adquire ao ser acelerado pelo ânodo é igual
ao trabalho, eV , da força elétrica de aceleração , onde V é a diferença de potencial
aplicada entre o ânodo e o filamento (cátodo),
1 2
mv = eV (cm.4)
2
CEDERJ 66
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
e E2
= 2 , (cm.5)
m 2B V
A experiência de Lenard
67 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Figura cm.2: Esquema do aparato experimental usado por P. Lenard para determinar a razão e/m.
A experiência de Millikan
3πη a d
q= (vs + vd ) , (cm.6)
V
uma vez determinados “a” o raio da gota, “η ” o coeficiente de viscosidade do
ar, “V ” o potencial entre as placas paralelas e “d” a distância entre elas. A carga
resulta positiva pois no processo de borrifação das gotas, estas, por atrito perdem
elétrons. Comparando a carga obtida para várias gotas Millikan verificou que
sempre eram um múltiplo inteiro do valor 1, 602 × 10−19 C. Considerando esse
valor como a carga do elétron, e o valor da relação e/m, o valor para a massa do
elétron deveria ser 9, 11 ×10−28 g, indicando que esta é uma partı́cula subatômica.
CEDERJ 68
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
A experiência de eletrólise
69 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
CEDERJ 70
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
71 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Fundamentação teórica
CEDERJ 72
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
m v2
= evB . (cm.10)
r
73 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
B = cte1 I , (cm.12)
e V
= cte2 2 2 , (cm.13)
m r I
Efeito termiônico
CEDERJ 74
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
75 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Figura cm.8: O campo magnético da Eq. (cm.17) onde chamamos cte1 ≡ (4/5)3/2 µ0 N/R.
de um eixo que passa pelo centro das duas bobinas) e portanto é conveniente
descrever as grandezas fı́sicas do problema usando variáveis cilı́ndricas (ρ , φ , z)
onde o eixo z coincide com o eixo de simetria e cuja origem está no centro das duas
bobinas. Devido à simetria, o campo magnético deve ser da forma ~B = (Bρ , Bφ =
0, Bz ) onde Bρ ≡ Bρ (ρ , z) e Bz ≡ Bz (ρ , z).
Na região entre as bobinas −R/2 < z < r/2 as componentes do campo
magnéticos são:
µ0 NI 144 z4 432 z2 ρ 2 54 ρ 4
3/2
4
Bz (ρ , z) = 1− + − + . . . , (cm.15)
5 R 125 R4 125 R4 125 R4
µ0 NI 4z − 3ρ 2 + . . .
3/2 2
4
Bρ (ρ , z) = 72|z|ρ . (cm.16)
5 R 125R4
A demostração destas expansões pode ser encontrada no artigo “Bobina de Helmholtz”
de Renê Robert na Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica (vol.25, no.1, São Paulo,
2003) accesı́vel via internet no página oficial da revista. Analizando as linhas de
campo da Figura cm.6 b) podemos considerar que para raios ρ menores ou da
ordem de R/2 temos que Bρ ≅ 0. Também nessa região e para −R/2 < z < R/2
podemos aproximar a componente na direção do eixo de simetria por:
µ0 NI
3/2
144 z4
4
Bz (ρ , z) ≅ 1− , (cm.17)
5 R 125 R4
cuja magnitude esta graficada na Figura cm.9. Repare que esta expressão é exata
no eixo de simetria (ou seja para ρ = 0). A partir do gráfico da Figura cm.8, fica
CEDERJ 76
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
claro que, na região central entre as duas bobinas, o campo magnético é aproxi-
madamente constante:
µ0 NI
3/2
~B ≅ 4 ẑ , (cm.18)
5 R
onde ẑ é um vetor unitário na direção z.
Atividades
Atividade I
77 CEDERJ
~ e~r na Lei de Biot-Savart da Eq.(cm.19).
Figura cm.9: Posição relativa dos vetores, d ~B, dI
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
5. Cabos de conexão.
Aparato base:
79 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Figura cm.10: Aparato base usado para determinar a razão e/m. Cada componente assinalado na
foto está discriminado no texto.
2. Bobinas de Helmholtz:
No arranjo chamado de Helmholtz, as duas bobinas são idênticas e estão
posicionadas paralelamente de forma que a distância entre seus planos é
igual ao seu raio comum, ou seja, o raio das bobinas é igual à separação
entre elas. As bobinas têm raios e separação de 15 cm. Cada bobina tem
130 voltas. As correntes elétricas que atravessam as duas bobinas são exata-
mente as mesmas, já que elas são conectadas em série. O campo magnético
B produzido pelas bobinas é proporcional à corrente I que passa através de-
las, cuja magnitude é B (Tesla) = (7, 80 × 10−4) I (Ampères). A geometria
produz um campo altamente uniforme perto do centro das bobinas, que é
perpendicular ao plano das bobinas. A corrente que atravessa as bobinas
é fornecida pela fonte de baixa voltagen (”SF-9584A - Low voltage power
supply”).
CEDERJ 80
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
4. Escala espelhada:
Uma escala espelhada está acoplada na parte posterior das bobinas de Helmholtz.
Ela é iluminada por luzes que se acendem automaticamente quando o aque-
cedor do canhão de elétrons é ligado. Alinhando o feixe de elétrons com
sua imagem na escala, pode-se medir o raio do feixe com maior precisão
reduzindo o erro de paralaxe na leitura.
81 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Figura cm.11: As duas fontes de tensão usadas na experiência. Acima a fonte de tensão de
alta voltagem (”SF-9585A - High voltage power supply”) e embaixo, a fonte de tensão de baixa
voltagen (”SF-9584A - Low voltage power supply”). Na fonte de alta tensão, o pontenciômetro
a) regula a tensão que alimenta o filamento no canhão de elétrons, o potenciometro b) regula a
tensão de aceleração dos elétrons; o potenciômetro c) regula a tensão entre as placas defletoras
dos elétrons e d) indica uma chave seletora (quando colocada na posição 50V os visores mostram
a tensão e a corrente relacionados com o potenciômetro c) e quando colocada na posição 500V os
visores mostram a tensão e a corrente relacionados com o potenciômetro b).
Fontes de tensão:
Duas fontes de tensão e corrente estão disponı́veis e são utilizadas na ex-
periência. Uma delas (High voltage power supply) controla os parâmetros do
feixe de elétrons, os eletrodos e o filamento, e a outra (Low voltage power sup-
ply) controla o campo nas bobinas de Helmholtz. As duas fontes têm voltı́metros e
amperı́metros integrados. Verifique atentamente o esquema de conexões e procure
entender a montagem em detalhe.
CEDERJ 82
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Experiência I
Procedimento experimental:
O arranjo experimental e as conexões elétricas encontram-se esquemati-
zados na Figura (cm.12). Este arranjo oferece a possibilidade de controle e de
monitoração de duas variáveis:
1) o potencial V entre os eletrodos do canhão de elétrons que define assim a
velocidade dos elétrons.
2) a corrente elétrica I na bobina de Helmholtz que define o campo magnético
no interior da ampola.
83 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Para cada par de valores (V, I) existe uma trajetória circular correspondente
dos elétrons, cujo raio r pode ser medido. A medição do raio é feita usando
a escala espelhada que está fixada atrás da bobina posterior. O alinhamento do
feixe de elétrons com sua imagem na escala espelhada permite medir o raio da
trajetória do feixe com pouco erro de paralaxe.
Figura cm.13: Conexão entre a fonte de alta voltagen (”SF-9585A - High voltage power
supply”) e o filamento do canhão de elétrons.
CEDERJ 84
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Figura cm.14: Conexão entre a fonte de alta voltagen (”SF-9585A - High voltage power
supply”) e os eletrodos de aceleração do canhão de elétrons.
Figura cm.15: Conexão entre a fonte de baixa voltagen (”SF-9584A - Low voltage power
supply”) e a bobina de Helmholtz. 85 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
CEDERJ 86
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Figura cm.17: Fontes de tensão com os valores de tensão e correntes iniciais. Acima a
fonte de tensão de alta voltagem (”SF-9585A - High voltage power supply”) e embaixo
a fonte de tensão de baixa voltagen (”SF-9584A - Low voltage power supply”). O po-
tenciômetro a), na fonte de baixa tensão, regula a tensão de alimentação das bobinas de
Helmholtz, enquanto que o potenciômetro b) ajusta a corrente nas bobinas.
87 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
9. Por enquanto, a trajetória descrita pelo feixe é uma reta horizontal. Para ob-
ter um feixe estreito e mais bem definido utilize o potenciômetro de controle
de focalização no painel de controle do aparato base c) na Figura (cm.10),
ajustando as tensões de focalização de forma a otimizar a qualidade visual
do feixe e reduzir a largura do mesmo.
10. Para gerar uma trajetória circular do feixe de elétrons precisamos introduzir
uma corrente elétrica nas bobinas de Helmholtz. Para isso, ajuste na fonte
de tensão de baixa voltagem a tensão de alimentação das bobinas para 9, 1V
através do potenciômetro a) e coloque na posição vertical o potenciômetro
b) de ajuste de corrente (ambos os potenciômetros estão indicados na Fi-
gura (cm.17 )). Gire lentamente o potenciômetro de controle da corrente
na bobina ( potenciômetro b) na Figura (cm.10)) no painel de controle do
aparato base, e monitore a corrente elétrica nas bobinas com o amperı́metro
integrado à fonte de baixa voltagem.
Tome cuidado para que a corrente elétrica nas bobinas não exceda o valor
2.5 A.
CEDERJ 88
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Caso a trajetória dos elétrons não esteja contida num plano paralelo às bobi-
nas alinhe o feixe com as bobinas de Helmholtz girando cuidadosamente o
soquete do tubo e/m (vide Figura (cm.10)). Não faça essa manipulação to-
cando o bulbo de vidro com os dedos. Nessa condição de alinhamento, a tra-
jetória descrita pelo feixe deverá ser circular, formando uma circunferência
fechada quando a intensidade do campo magnético for suficientemente alta.
13. Observe que o feixe apresenta uma certa largura. Minimize essa largura
com o potenciômetro de controle de focalização c) do feixe indicado na
Figura (cm.10).
89 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Figura cm.18: Trajétoria circular dos elétrons no feixe dentro do bulbo de vidro. Ao fundo é
possı́vel observar a escala espelhada.
5. Não permita jamais que a corrente através das bobinas de Helmholtz ultra-
passe o valor máximo de 2.5 A.
CEDERJ 90
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
r = 5cm±
VA (Volts) I (Amperes) B (Tesla) B2 r2 /2
Tabela 1.8
91 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
r = 3cm±
VA (Volts) I (Amperes) B (Tesla) B2 r2 /2
Tabela 1.9
Experiência adicional I
Objetivo:
O soquete do tubo e/m foi feito de tal maneira que o tubo pode ser girado e
assim orientado a qualquer ângulo, entre 0-90◦ , em relação ao campo magnético
CEDERJ 92
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
r = 4cm±
VA (Volts) I (Amperes) B (Tesla) B2 r2 /2
Tabela 1.10
Procedimento experimental:
2. Gire o bulbo de vidro em 90◦ até que o feixe de elétrons fique na posição
horizontal. O feixe de elétrons não é mais defletido, embora exista corrente
na bobina. Por que?
93 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
r = 4, 5cm±
VA (Volts) I (Amperes) B (Tesla) B2 r2 /2
Tabela 1.11
Experiência adicional II
Objetivo:
CEDERJ 94
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
I = 1.6A
VA (Volts) r (cm) e/m (e/m)exp/(e/m)lit
Tabela 1.12
Pode-se usar as placas de deflexão contidos no próprio tubo e/m para ve-
rificar como o feixe de elétrons é desviado somente por um campo elétrico. As
placas defletoras consistem de um par de placas condutoras paralelas nas quais é
aplicada uma diferença de potencial fixa (DC). Como consequência, é gerado um
campo elétrico, ~E, aproximadamente uniforme entre as placas como em um capa-
citor de placas paralelas onde o campo é perpendicular as placas (ver os módulos
de Fı́sica 3). O campo elétrico entre as placas é somente aproximadamente uni-
forme pois os efeitos de borda não são desprezı́veis (observe que a distância entre
as placas não é muito menor que as suas dimensões). Os elétrons sofrem uma
deflexão devido à força Coulombiana ~Fe = e~E.
Também, pode-se usar um imã permanente para mostrar o efeito de um
campo magnético sobre o feixe de elétrons ao invés de usar as bobinas de Helmholtz.
Releia o material de Fı́sica 3 para lembrar como é o campo magnético de um imã
permanente e sua ação sobre cargas em movimento (Força de Lorentz).
Estas duas experiências foram realizadas por Thomson separadamente. A
seguir apresentaremos a montagem experimental para a realização destas duas
experiências qualitativas que não envolve a tomada de dados experimentais.
95 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Procedimento experimental:
6. Aplique uma tensão de 300V (DC) aos eletrodos do canhão de elétrons (po-
tencial de aceleração V ), através do potenciômetro b) da Figura (cm.11) na
fonte de alta voltagem. Espere alguns minutos para o cátodo se aquecer.
Quando o feixe de elétrons reaparecer, estará na posição horizontal nova-
mente.
7. Coloque a chave seletora (item d)da Figura (cm.10)) para baixo, posição
que indica a opção de deflexão elétrica (”ELETRICAL DEFLECT”).
CEDERJ 96
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Figura cm.19: Esquema de conexões para a “Experiência adicional II”. Placas de deflexão: co-
nexão a) com 1). Eletrodos de aceleração : conexão b) com 2). Aquecedor do filamento do
canhão: conexão c) com 3). Note a conexão em comum na entrada de 0V .
Não deixe o feixe eletrônico ligado por longos perı́odos de tempo neste
modo de operação senão o feixe irá danificar as paredes do tubo de vidro.
97 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
CEDERJ 98
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
r (cm) e/m
Tabela 1.13
3. A partir dos valores de e/m obtidos de cada gráfico, monte a Tabela 1.13.
4. Faça uma análise estatı́stica dos seus valores da razão e/m, calculando o
valor médio e o desvio padrão.
3. Acrescente à Tabela 1.12 a coluna com o quociente entre cada valor expe-
rimental (e/m)exp, medido por você, e o valor (e/m)lit = 1.758820150 ×
1011 C kg−1 recomendado pelo CODATA (”Committee on Data for Science
and Technology”).
99 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
8. Compare os valores da razão e/m obtidos pelos dois métodos: raio fixo e
corrente fixa. Por que o valor obtido pelo método do raio fixo é maior que
o obtido pelo método da corrente fixa?
CEDERJ 100
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Atividades
1. Explique como se dá o processo de emissão de elétrons no cátodo.
101 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
Opcional:
CEDERJ 102
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
1 N
ȳ = ∑ yi
N i=1
N ≡ número de medidas da grandeza y . (cm.20)
1 N
ȳmv = lim
N→+∞
∑ yi .
N i=1
(cm.21)
103 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
CEDERJ 104
Razão Carga-Massa do Elétron
Laboratório Avançado
Note que nos casos em que os erros ∆x1 . . . ∆xk não são independentes (ou
seja, que existem correlações entre eles) a fórmula de propagação de erros
muda (consulte o livro de J. H. Vuolo para ver os detalhes).
7. Erro relativo:
O erro relativo de uma grandeza y é definido como
∆y
∆yrelativo ≡ , (cm.29)
y
8. Discrepância relativa:
Define-se como,
yexperimental − yesperado
D= × 100% , (cm.30)
yesperado
9. Intervalo de confiança:
Vamos chamar intervalo de confiança na determinação experimental de uma
grandeza y ao intervalo:
105 CEDERJ
Razão Carga-Massa do Elétron
CEDERJ 106
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Autores:
Wania Wolff
Professora Adjunta do IF da UFRJ.
Fabricio Toscano
Professor Associado da Fundação CECIERJ.
Metas da Aula 6
1. Parte teórica:
Apresentar as caracterı́sticas e os fundamentos teóricos:
2. Parte experimental:
Fornecer os procedimentos experimentais para
107 CEDERJ
Constante de Plank
Objetivos
Os objetivos que você deverá alcançar serão :
1. Parte teórica:
2. Parte experimental:
Parte teórica:
Constante de Planck
Dados históricos
ε = nh f (cp.32)
CEDERJ 108
Constante de Plank
Laboratório Avançado
o artigo original de Planck pode ser lido em . M. Planck, Uber das Gesetz der
Energieverteilung im Normalspektrum, Ann. d. Physik, 4, 553,(1901). Planck
recebeu o prêmio Nobel de Fı́sica em 1918 pelo postulado de quantização da
energia e é considerado o precursor da teoria quântica.
Em forma geral podemos dizer que sempre que um sistema de partı́culas
tenha um movimento ligado (ou seja que devido à presença de forças externas
o movimento é confinado a uma certa região do espaço) a energia do sistema
estará quantizada podendo somente assumir certos valores discretos εi . Quando o
sistema muda seu estado de movimento (como consequência de uma perturbação
externa ou simplesmente no processo de relaxamento para um estado de mı́nima
energia) acontecem transições entre os estados de energia discreta. Se o sistema de
partı́culas possui algum tipo de momento de multipolo elétrico ou magnético (por
exemplo carga ou dipolo elétrico ou magnético, etc.) então para uma transição do
sistema entre um nı́vel de energia εi para um nı́vel de energia menor ε j (εi > ε j ) a
perda de energia εi − ε j poderá corresponder à emissão de um fóton de energia,
εi − ε j = h f . (cp.33)
109 CEDERJ
Constante de Plank
Efeito fotoelétrico
Evidências experimentais
Em 1887 Heinrich Hertz observou que quando uma descarga elétrica entre
eletrodos é iluminada por luz ultravioleta a intensidade da faı́sca elétrica aumenta.
Aplicando uma diferença de potencial oscilante em um circuito com uma pequena
abertura ligado à terra, Hertz produziu centelhas a intervalos iguais de tempo (este
dispositivo caracteriza um dipolo oscilante). Como antena receptora, ele usou um
anel de metal aberto com uma das extremidades contendo uma fina ponta de cobre
CEDERJ 110
Constante de Plank
Laboratório Avançado
e a outra uma esfera de latão. Uma pequena faı́sca na abertura do anel indicava
a detecção de uma onda eletromagnética incidente. Ao realizar esses experimen-
tos, Hertz verificou que a centelha secundária na abertura do anel (induzida pela
centelha primária) era mais intensa quando a abertura do anel era exposta a luz
ultravioleta de uma lâmpada. Isto implicava que mais elétrons eram liberados
dos eletrodos para saltar pelo espaçamento (”gap”em inglês) entre os eletrodos
(Figura cp.20). Esse resultado foi publicado no artigo ”On an Effect of Ultra-
violet Light upon the Electric Discharge”(Sobre um efeito de Luz Ultravioleta
na descarga elétrica). É interessante mencionar que a sua descoberta ao mesmo
tempo que demonstrava a existência das ondas eletromagnéticas levaria, a partir
da observação do efeito secundário, ao desenvolvimento da teoria corpuscular da
luz.
Em 1888 Wilhelm Hullwachs verificou que um disco de zinco carregado
negativamente perdia a sua carga lentamente enquanto que perdia rapidamente se
o disco fosse exposto a luz ultravioleta, porém a disco carregado positivamente
não apresentava efeitos de perda se exposto à luz. Em 1902, Philipp Eduard An-
ton von Lenard colega de Hertz, confirmou que o aumento de centelhamento ob-
servado por Hertz na realidade era o resultado da emissão de elétrons, que ele,
Lenard, chamou de fotoelétrons. Por volta de 1900 em uma série de experimentos
realizados independentemente por Lenard e por Merrit e Stewart, as proprieda-
des gerais deste fenômeno foram estabelecidas. Utilizando um instrumento se-
melhante ao visto na Figura cp.21 a) foi demonstrado serem emitidas partı́culas
do cátodo com razão e/m, i.e. os elétrons. Novos resultados sobre o efeito fo-
toelétrico foram apresentados por Millikan, em 1915 (Physical Review 6, p. 55).
Em suas experiências Millikan iluminou com luz visı́vel emitida por um lâmpada
111 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 112
Constante de Plank
Laboratório Avançado
εmax
c
= eV0 . (cp.34)
113 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 114
Constante de Plank
Laboratório Avançado
obtido por Millikan, por intermédio do efeito fotoelétrico, diferiu de apenas 0.5
porcento do valor teórico que Planck havia proposto, em 1900 (Verhandlungen
der Deustschen Physikalischen Gesellschaft 2, p. 237). O valor da constante de
Planck:
115 CEDERJ
Constante de Plank
Modelo de Einstein
ε f = h f = εmax
c
+W (cp.36)
CEDERJ 116
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Figura cp.22: Exemplo do efeito fotoelétrico quando três fótons de diferentes energias atingem
uma placa metálica de potássio cuja função trabalho é W = 2, 2 eV . As velocidades máximas, vmax ,
dos elétrons emitidos são calculadas usando a equação para o balanço energético na Eq.(cp.36).
εmax
c
= ε f −W = h f −W . (cp.37)
É claro que életrons com energia de ligação ao metal tal que W ′ > W também
serão ejetados com tal que,
ε c = h f −W ′ > 0 , (cp.38)
toelétrico estes elétrons com menos energia cinética são freiados pela tensão apli-
cada entre o ânodo é o cátodo (ver Figura cp.21).
Lembre, que já falamos da função trabalho W de um metal nas aulas sobre
a razão carga-massa do elétron quando explicamos o efeito termiônico. Nesse
117 CEDERJ
Constante de Plank
Figura cp.23: Dependência da energia cinética máxima εmax c do fotoelétron com a frequência
do fóton incidente f (dados originais de Millikan de 1916). Os dados experimentais (cı́rculos)
são muito bem descritos pela reta cuja expressão analı́tica corresponde à equação de fotoemissão
de Einstein na Eq.(cp.37). O coeficiente angular da reta fornece o valor da constante de Planck,
h = ∆ε /∆ f , e o valor da frequência de corte fmin = W /h o valor da função trabalho W do material.
CEDERJ 118
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Em resumo, o modelo quântico proposto por Einstein prevê que a luz com frequência mais
alta produz fotoelétrons com maior energia, independentemente da intensidade, enquanto
que um aumento de intensidade produz um aumento no número de elétrons emitidos (ou
corrente fotoelétrica).
119 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 120
Constante de Plank
Laboratório Avançado
onde ~pr é momento linear que a rede cristalina ganha não colisão .
121 CEDERJ
Constante de Plank
Figura cp.24: Esquema da energia potencial e dos nı́veis de energia discretos, εn , de um elétron
de condução dentro de um metal. O poço de potencial esquematizado corresponde à chamada
caixa de paredes finitas.
CEDERJ 122
Constante de Plank
Laboratório Avançado
gia total deste seria em média igual a h f + 3kT /2. Este resultado indicaria que a
energia média dos elétrons emitidos deveria depender fortemente da temperatura.
Millikan e Winchester estudaram cuidadosamente a dependência do potencial de
freamento com a temperatura, mas eles não observaram nenhum efeito de termo-
emissão.
Em 1928 Sommerfeld desenvolveu uma nova teoria para a condução elétrica
em metais, baseada na distribuição quântica de Fermi-Dirac. Em temperaturas fi-
nitas a probabilidade de um estado de energia εn estar ocupado por elétrons de
condução é uma função da temperatura dada pela distribuição de probabilidade
chamada de Fermi-Dirac (dada na Eq. (cp.49)). A sua nova formulação deter-
minou somente uma pequena alteração na distribuição dos elétrons com energia
próximas à energia de Fermi εF . Assim , para temperatura T = 0 a função de
Fermi corresponde a uma função escada onde a probabilidade de ocupação dos
nı́veis de energias εn > εF é nula (como mostrado na Figura cp.25 c)). À me-
dida que a temperatura cresce esta função se suaviza ao redor da energia de Fermi
indicando que estados com energia εn > εF poderão ser ocupados. Como resul-
tado para estes estados mais energéticos a energia mı́nima necessária para escapar
do metal (a função trabalho do metal) será menor que à temperatura nula, i.e.
W (T ) < W (T = 0). No entanto esta diminuição é da ordem da energia kT (k a
constante de Boltzmann) que para temperatura ambiente é kT ≈ 0.02 eV . Para
os valores tı́picos da função trabalho W (T = 0) ≈ 2 − 6 eV a correção devido à
temperatura é três ordens de grandeza menor. É por isso que seus efeitos na ener-
gia cinética dos fotoelétrons emitidos é muito pequena para serem medidos com
a técnica utilizada por Millikan.
Uma discussão mais detalhada sobre a teoria de bandas de condução e da
distribuição de Fermi-Dirac para elétrons de condução é abordado com mais de-
talhe na disciplina Fı́sica Estatı́stica e Meteria Condensada. Uma referência de
leitura é o capı́tulo 1 do livro “Experimental Physics, Modern Methods”, de R. A.
Dunlap (Editora “Oxford University Press” 1988).
123 CEDERJ
Constante de Plank
1. Não existiria limite para a energia cinética máxima dos fotoelétrons emitidos
3. Poderia existir um tempo de retardo entre a absorção de energia pelo elétron e sua
emissão .
3. Não existe um tempo de retardo entre a absorção de energia pelo elétron e sua
emissão .
CEDERJ 124
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Figura cp.25: Diagramas de nı́veis de energia de partı́cula única para uma elétron livre dentro
de um material de comprimento “a” dada pela relação de dispersão parabôlica da Eq.(cp.46) e
o momento quantizado da Eq.(cp.47). Em a) temos, para temperatura T = 0, a população dos
estados de partı́cula única que em conjunto definem o estado fundamental do sistema. Em b)
temos a população dos estados de partı́cula única dos elétrons para uma temperatura T > 0. A
seta ↑ significa um elétron com “spin para cima” e a seta ↓ significa um elétron com “spin para
baixo”. Em c) esta graficada a probabilidade de ocupação dos nı́ves de “partı́cula unica” dada pela
distribuição de Fermi-Dirac da Eq.(cp.49) para diferentes temperaturas. Neste gráfico considera-
mos que o comprimento “a” do material é uma quantidade macroscópica assim a distância “π h̄/a”
entre dois momentos quantizados é muito pequena, então os nı́veis de energia de partı́cula única
forman quase um contı́nuo de estados.
125 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 126
Constante de Plank
Laboratório Avançado
não relativı́stico ( ou que corresponde a uma aproximação muito boa nós sólidos)
e portanto seu momento linear é p = me v onde me é a sua massa em repousso e v
a sua velocidade.
O movimento estacionário dos elétrons de valência estará descrito pela equa-
ção de Schröedinger independente do tempo (equação de onda):
h̄2 ∂ 2 ψ
−U (x)ψ = −εψ (cp.44)
2me ∂ x2
1
ε = p2 /2m = mv2 (relação de dispersão para um elétron livre). (cp.45)
2
A relação entre a energia total é o momento p é chamada de relação de dispersão
, e a Eq.(cp.45) mostra que para um elétron livre corresponde a uma relação pa-
rabôlica.
No entanto, a temperatura ambiente seu movimento em geral está confinado
ao comprimento a do material. Podemos entender isto facilmente se pensamos
que ao tentar escapar do material o elétron carregado negativamente será atraido
para dentro do material pela carga imagem positiva que deixa dentro deste (lembre
que o material inicialmente é eletricamente neutro). Se o elétron ganha energia
suficiente ele pode escapar da atração de sua própria carga imagem e pular para
fora do material. Quando isto acontece, e a energia ganha é devida ao aumento
de temperatura, trata-se da emissão de elétrons por o “Efeito termiônico” que
comentamos na parte teórica das aulas relativas à experiência de determinação da
razão carga-massa do elétron. Quando o ganho de energia, que permite a emissão
de um elétron pelo material, corresponde à absorção de um fóton de luz trata-
se do “Efeito fotoelétrico”. Vamos considerar primeiramente ausência de efeito
fotoelétrico e temperaturas onde não acontece emissão por efeito termiônico.
O efeito de confinamento do elétron dentro do material pode ser simulado
considerando que a energia potencial U (x) é infinita em x = 0 e x = a o que cor-
responde a impôr as condições na borda ψ (0) = ψ (a) = 0 (assim a probabilidade
|ψ (x)|2 de encontrar o elétron fora do material é nula). A solução da equação
127 CEDERJ
Constante de Plank
p2 n2 π 2 h̄2
εn = = (n enteiro ≥ 1 ) . (cp.46)
2m 2a2 m
A situação mais realista seria considerar um potencial correspondente a uma “caixa
de paredes finitas” mas os nı́veis de energia discretos deste potencial não diferem
muito dos dados na Eq.(cp.46). Da relação na Eq.(cp.46) vemos que o momento
do elétron dentro do material está quantizado pudendo tomar somente os valores
discretos de módulo:
nπ h̄
|p| = , (cp.47)
a
onde p = ±|p| correspondem as duas direções unidimensionais de propagação do
elétron. Assim cada elétron de valência poderá estar num estado quântico tal que
seu momento seja um dos valores na Eq.(cp.47). Estes são os estados de particula
única dos elétrons.
A temperatura T = 0 o estado fundamental (estado de menor energia) do
conjunto de elétrons pode ser estimado levando em conta o “principio de exclusão
de Pauli” que afirma que duas partı́culas fermiônicas idênticas não podem estar
CEDERJ 128
Constante de Plank
Laboratório Avançado
num mesmo estado quântico de partı́cula única. Portanto, cada estado de partı́cula
única correspondente a um valor quantizado de momento p = ±nπ h̄/a, pode ser
ocupado somente por dois elétrons: um com momento angular intrı́nseco h̄/2,
ou“spin para cima” (↑), e o outro com momento angular intrı́nseco −h̄/2, ou
“spin para baixo” (↓) (ver Figura cp.25).
129 CEDERJ
Constante de Plank
n20 π 2 h̄2
εF = . (cp.48)
8m
Para obter esta energia basta reparar que é preciso um número an0 /2 de estados de
partı́cula única para serem preenchidos com dois elétrons cada. Assim, a energia
de Fermi se encontra substituindo n = ano /2 na Eq.(cp.46).
Quando a temperatura T > 0, a probabilidade de um estado de partı́cula
única estar ocupado está dado pela distribuição de probabilidades de Fermi-Dirac,
2
f (ε ) = , (cp.49)
e(εn −εF )/kB T −1
onde o fator 2 no numerador corresponde aos dois valores de “spin” permitidos
para um elétron, e kB ≡ (1.3806505 ± 0.0000024) × 10−23J/K é a constante de
Boltzmann. Como você deve se lembrar da disciplina Mecânica Estatı́stica este
resultado se segue pois no equilibrio termodinâmico as partı́culas fermiônicas
seguem a “Estatı́stica de Fermi-Dirac”. Na Figura cp.25 c) está graficada a
distribuição de Fermi para diferentes temperaturas, onde vemos que para T = 0
corresponde a uma função constante até a energia de Fermi, εF , e nula para valores
maiores. Para T > 0 a probabilidade de um estado acima da energia de Fermi estar
ocupado começa a crescer. Como o número de elétrons de valência no material é
fixo os estados de partı́cula única abaixo da energia de Fermi estarão parcialmente
ocupados (o número de elétrons por estado será menor do que 2).
O processo básico de condução num material pode ser entendido com o mo-
delo simples do elétron livre (U (x) ≈ 0) que apresentamos. Quando aos extremos
do material é conectada uma fonte de tensão , um campo eletrico é criado dentro
do material como consequência da diferença de potencial aplicada. Digamos que
o campo eletrico é tal que a força elétrica que sentem os elétrons é na direção
x > 0, e estamos olhando o sistema num tempo t > 0 após a fonte de tensão ter
sido ligada. Como consequência da força aplicada cada eletron no tempo t deve-
ria ter ganho uma energia ε ≈ e2 E 2t 2 /2m (onde E é o módulo do campo elétrico
aplicado) adquirindo momento linear que deveria mudar progressivamente para
valores mais positivos (para o caso da força elétrica FE = −eE > 0 que estamos
considerando, temos que o momento cresce como p(t) = p(0) − eEt). No entanto
esta mudança de momento do elétron somente ocorre se o valor quantizado ao
qual ele deveria “pular” estiver parcialmente preenchido (princı́pio de exclusão
de Fermi). Este processo esta esquematizado na Figura (cp.26) a) onde vemos
que, no decorrer do tempo, valores quantizados cada vez maiores do momento
CEDERJ 130
Constante de Plank
Laboratório Avançado
131 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 132
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Note que a derivada da relação de dispersão para um elétron livre é uma veloci-
dade, i.e. ∂ ε /∂ p = ∂ (mv2 /2)/∂ (mv) = v. Resulta que no caso geral a derivada
da relação de dispersão dá a velocidade de grupo da função de onda de partı́cula
única associada ao elétron. Na Figura cp.27 b) vemos que a esquerda e a di-
reita dos pontos onde o momento verifica a condição resonante p = nπ h̄/a0 a
velocidade de grupo é nula (derivada igual a zero). Nesse caso o função de onda
estacionaria total será combinação linear de duas funções de onda viajando em
sentidos opostos.
133 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 134
Constante de Plank
Laboratório Avançado
135 CEDERJ
Constante de Plank
Semicondutores
CEDERJ 136
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Figura cp.29: Geração de pares elétron-buraco quando elétrons da banda de valência ganham
energia suficiente para passar à banda de condução . Quando um campo elétrico externo é aplicado
ao material semicondutor (no diagrama trata-se de Silı́cio (Si)) aparece tanto uma corrente de
elétrons (carga negativa) como uma corrente de buracos (carga positiva).
137 CEDERJ
Constante de Plank
semicondutor. Esta energia pode ser recibida por exemplo através da agitação
têrmica da rede cristalina devido ao aumento de temperatura ou pela absorção de
um fóton ou pela simples colisão com um partı́cula externa ao material. O movi-
mento dos elétrons na banda de valência em geral cobre somente alguns poucos
átomos do material. Uma vez na banda de condução o elétron sai da esfera de
influência de um átomo (ou um conjunto pequeno de átomos) da estrutura crista-
lina para poder viajar quase que livremente pelo material. É claro que este pro-
cesso implica além da mudança de energia em uma mudança em momento, e
como os momentos que ganham diferentes elétrons são orientados aleatoriamente
nehuma corrente elétrica aparece. Somente aparece uma corrente elétrica quando
um campo elétrico é aplicado orientando os momentos na direção do campo.
Quando um elétron “pula” para a banda de condução e se afasta da região
em que estava, ele deixa um “buraco” na região que originalmente estava eletrica-
mente neutra. Um outro elétron na vizinhança tem uma probabilidade de ocupar
esse buraco, deixando por sua vez um buraco na região onde ele estava. Assim,
é possı́vel descrever este processo como o deslocamento de uma quase-partı́cula
de carga positiva chamada de buraco (“hole” em inglês). Estes buracos na banda
de valência em semicondutores podem ser também descritos, como no caso dos
elétrons, como partı́culas quase-livres com uma massa efetiva m∗b . Em ausência
de um campo elétrico externo estes buracos se movimentam aleatoriamente dentro
do material. Na presença de um campo elétrico externo eles contribuem à corrente
elétrica total (ver Figura cp.29). Assim, a banda de valência de um semicondutor
na verdade é uma banda de condução de buracos.
É importante ressaltar que tanto os elétrons da banda de condução , como os
buracos da banda de valência, se movimentam livremente pelo material e podem
se encontrar accidentalmente. Nesse caso o elétron preenche o buraco e a energia
sobrante se transfere à rede cristalina ou é emitida na forma de um fóton de luz.
Este processo é comumente denominado de recombinação elétron-buraco. A pro-
babilidade por unidade de tempo de um elétron e um buraco se encontrarem e se
recombinarem é proporcional ao produto ne nb , onde ne é o número de elétrons por
unidade de volume da banda de condução e nb é o número de buracos da banda
de valência do semicondutor. Por outro lado a probabilidade de produzir um par
elétron-buraco ao aumentar a temperatura é proporcional a e−εg /kB T onde εg é a
energia do “gap” semicondutor, T é a temperatura e kB a constante de Boltzmann.
No equilibrio térmico estas duas probabilidades devem ser proporcionais já que
a rapidez com que se produzem pares deve ser igual à rapidez com que eles se
CEDERJ 138
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Semicondutores “dopados”
139 CEDERJ
Constante de Plank
Figura cp.30: Cristal de silı́cio dopado com uma (a) impureza de fósforo com um elétron a mais,
- doador de elétron (b) impureza de Boro com um elétron a menos, receptor de elétron.
CEDERJ 140
Constante de Plank
Laboratório Avançado
O fenônemo de emissão de luz por excitação elétrica num sólido foi primei-
ramente observado em 1907 por H.J.Round usando um semicondutor de carbeto
de silı́cio (SiC). O.V.Lossev investigou este efeitos de eletroluminescência em
detalhe entre 1927 e 1942, e corretamente assumiu que estes efeitos representa-
vam o inverso do conhecido efeito fotoelétrico. K. Lehovec em 1951 apresentou
uma descrição mais precisa do fenônemo de emissão de fótons por recombinação
de elétrons-buracos em uma junção p − n. O efeito de luminescência produzido
por um campo elétrico em sulfeto de zinco foi descoberto independentemente em
1935 por G. Destriau, mas o mecanismo de excitação é diferente do apresentado
pelo semicondutor dopado SiC. Em 1951 H. Welker reconheceu que compos-
tos da terceira e quinta coluna da tabela periódica eram semicondutores e que
141 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 142
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Tabela 1.14: Compostos quı́micos e cores de alguns diodos emissores de luz (LEDs).
sendo pouca a luz emitida. A luz emitida por um LED pode ser considerada pra-
ticamente monocromática. A Figura cp.31 mostra um espectro caracterı́stico de
um LED de GaAs.
O comprimento de onda da luz emitida por um LED é dependente da tensão
aplicada . Um LED que emite luz de cor vermelha profunda com 700nm de com-
primento de onda necessita de uma tensão de 1.77 V para operar, enquanto para
gerar um fóton na faixa do azul-violeta com 400nm é necessário aplicar 3.1 V e
luz infravermelha de 940nm tem um limiar de 1.3 V . Atualmente a potência de
emissão dos LEDs está na faixa de 10 mW até 150 mW e apresentam um tempo
de vida de 100000 horas.
Os LEDs comerciais são fornecidos com o material semicondutor encap-
sulado num material plástico e com dois terminais para serem conectados a um
circuito (Figura cp.32). Cabe ressaltar que a cor do encapsulado plástico não tem
relação nenhuma com a cor da luz emitida pelo LED. A maioria dos fabrican-
tes adota um código de identificação para a determinação externa dos terminais A
(junção lado p) e K (junção lado n) dos LEDs. O LED deve ser conectado correta-
mente considerando que o ânodo pode estar indicado pela letra A ou + e o cátodo
por K ou −. O cátodo tem o terminal mais curto. Você poderá ver a estrutura
interna do LED, se o invólucro for semi-transparente. Assim, o cátodo poderá ser
identificado como o terminal que contém o eletrodo interno maior que o eletrodo
do outro terminal (ânodo). Além de mais largo, às vezes o cátodo é mais baixo do
que o ânodo. O sı́mbolo do diodo num circuito está indicado também na Figura
cp.32.
Nunca conecte um LED diretamente a uma bateria ou fonte de tensão. O
diodo será destruido quase que imediatamente se uma corrente maior que um
143 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 144
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Tabela 1.15: Dados técnicos dos LEDs usados durante a experiência para a determinação da cons-
tante de Planck.
145 CEDERJ
Constante de Plank
Figura cp.33: Varias coneções possı́veis de LEDs: a) formando um circuito padrão , em b) co-
nectados em série e c) em paralelo.
É possı́vel dispor vários LEDs em série (ver Figura cp.33 b)), porque neste
caso a mesma corrente passa por todos os LEDs. A fonte de tensão deve suprir
a voltagem necessária para a operação de cada um dos LEDs. Por outro lado, a
conexâo de vários LEDs em paralelo com um único resistor de carga não é seguro
(ver Figura cp.33 c)) pois para uma tensão aplicada fixa sobre os LEDS uma
corrente maior fluirá pelo LED de menor resistência intrı́nseca, assim esse LED
poderá queimar antes de os outros LED acenderem.
O LED é uma fonte de luz direcional, com o máximo de potência emitida
em uma direção perpendicular à superfı́cie de emissão. O padrão de emissão da
radiação ilustrado na Figura cp.34 mostra que a maior parte da energia é emitida
em uma abertura angular de 20◦ , porém certos tipo de LEDs incluem lentes para
espalhar a luz à ângulos θ maiores de visualização como especificado na Tabela
1.15.
CEDERJ 146
Constante de Plank
Laboratório Avançado
acontece.
Primeiramente devemos observar que a concentração de portadores negati-
vos (elétrons) no material de tipo n é maior que a concentração destes portadores
no material tipo p. Quando os dois tipos de materiais são colocados em con-
tacto, os elétrons do material tipo n difundem na direção do material tipo p ja
que eles sentem uma força de difusão que é proporcional a menos o gradiente da
concentração de elétrons. À medida que os elétrons do material tipo n difundem
na direção do material tipo p a carga dos ı́ons doadores no material tipo n fica des-
compensada. Portanto existe uma região perto da junção no material tipo n que
fica carregada positivamente. Analogamente a concentração de portadores posi-
tivos (buracos) no material tipo p é maior que a concentração destes portadores
no material tipo n. Assim, devido ao gradiente de concentração de buracos, os
buracos do material tipo p difundem para o material tipo n. A carga dos ı́ons acei-
tadores fica descompensada portanto aparece uma carga negativa perto da junção
do lado do material tipo p (ver Figura cp.35 a)). Paralelamente devemos menci-
onar que o aparecimento de carga negativa do lado p da junção deve-se também
ao processo de recombinação dos elétrons que difundem ao lado p quando en-
contram um buraco. Este macanismo também deixa descompensada uma carga
negativa em algum dos ı́ons aceitadores no material tipo p. Um processo análogo
temos entre os buracos que difundem ao material tipo n que também podem se
147 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 148
Constante de Plank
Laboratório Avançado
tencial elétrico nessa região . Na Figura cp.35 b) consideramos o caso onde o Você poderia se perguntar se a
junção p − n não funcionaria
material tipo n está menos dopado que o material tipo p (note que a concentração como uma bateria já que entre
nb na região neutra do material tipo p é maior que a concentração ne na região seus extremos também é criada
uma diferença de potencial Vd .
neutra do material tipo n). Por esta razão na região de depleção a região carregada Conectando fios nos extremos do
positivamente, extendida no material de tipo n, é maior que a região carregada ne- material n e o p, será que
começa a circular uma corrente?
gativamente, extendida no material de tipo n. Note também que a soma das cargas A resposta é negativa. A razão é
negativas e positivas na região de depleção é nula. A integral do campo elétrico que quando conectamos fios aos
extremos dos materias p e n
através da junção é chamada de potencial de contato Vd o potencial da junção ou novas junções são formadas nos
ainda barreira de potencial da junção . contactos entre o fio e o material
da junção p − n introduzindo
Quando a junção p − n é formada a estrutura de bandas se distorce. Na novas diferenças de potencial em
cada uma. É possı́vel mostrar
Figura cp.35 c) mostramos esta estrutura quando o equilibrio é alcançado. Po- que essas diferenças de potencial
demos entender porque os nı́veis de energia tanto na banda de valência como na se ajustam ao longo do circuito
de maneira que a corrente é nula.
banda de condução no lado p são maiores que no lado n, se pensarmos que um No entanto, sim acontecerá uma
elétron na banda de condução do lado n precisa de uma energia eVd (Vd é o po- corrente elétrica se duas destas
junções estiverem a temperaturas
tencial de contato) para passar ao lado p já que deve vencer a força repulsiva do diferentes. Este é o mecanismo
campo elétrico gerado na junção . Assim, dizemos que o elétron para passar ao por trás do funcionamento dos
termopares dentro de uma
lado p precissa vencer uma barreira de potencial eVd . Um argumento equivalente termopilha (por exemplo dentro
vale se pensarmos em passar um buraco do lado n para o lado p. da termopilha de Moll que vimos
nas aulas de radiação têrmica).
Na condição de equilı́brio da junção a energia de Fermi deve permanecer a
mesma através da junção . Isto deve-se ao fato que a energia do sistema a ambos
os lados da junção (energia de Fermi) deve ser mı́nima; se este valor mı́nimo não
fosse igual em ambos os lados da junção existiria um movimento de elétrons e
buracos de maneira a ocupar estados de energia do lado que tivesse uma energia de
Fermi menor e o sistema não se encontraria em equilibrio. O “gap” semicondutor
εg é o mesmo do lado p do que do lado n, e o deslocamento relativo das bandas
de energia é dado por eVd .
149 CEDERJ
Constante de Plank
Figura cp.37: Bandas de energia de uma junção p − n conectada a uma bateria na polarização
direta. Em a) está indicada a altura da barreira de potencial eVd − eV que um elétron vindo do
lado n da junção deverá superar para passar ao lado p. Em b) está esquematizado o processo de
recombinação entre elétrons e buracos na junção . Em LEDs, a energia excedente nestes processos
de recombinação corresponde à energia dos fótons emitidos.
CEDERJ 150
Constante de Plank
Laboratório Avançado
151 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 152
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Figura cp.39: Curva caracterı́stica I − V para um diodo semicondutor. Em a) temos uma visão
global e em b) um detalhe da região entorno de voltagem nula.
153 CEDERJ
Constante de Plank
Emissão de fótons
Vamos ver agora quando acontece a emissão de fótons se for aplicada uma
tensão na polarização direta. Quando os elétrons passam da região n para a
região p, eles são uma pequena minoria cercada por buracos. Desta forma existe
uma grande probabilidade de ocorrer uma imediata recombinação . Energetica-
mente isto corresponde a um decaimento espontâneo do elétron do estado excitado
(banda de condução ) para o estado fundamental ( banda de valência). A probabi-
lidade de emissão de um fóton por recombinação depende da estrutura de banda
dos semicondutores que compoem o diodo. Os diodos que emitem luz tem uma
estrutura de bandas, em ambos os lados da junção , como a mostrada na Figura
cp.41 a), chamada de “gap” direto (por exemplo os diodos de GaAs). Neste caso
o máximo da banda de valência, populada pelos buracos, e o mı́nimo da banda
de condução , populada pelos elétrons, ocorrem no mesmo valor de momento. O
processo de recombinação de um elétron fazendo uma transição do mı́nimo da
banda de condução para o máximo da banda de valência com a emissão de um
fóton deve conservar energia e momento. Como o momento inicial do elétron
é essencialmente igual ao seu momento final, o fóton essencialmente é emitido
com momento igual ao momento do buraco. Em contraste, os diodos que não
CEDERJ 154
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Figura cp.41: A estrutura de bandas em a) se denomina de “gap” direto, enquanto que a estrutura
em b) de “gap” indireto.
emitem luz tem uma estrutura como a mostrada na Figura cp.41 b), chamada de
“gap” indireto (por exemplo os diodos de Si). Neste caso, os extremos das bandas
têm momentos diferentes, portanto um outro processo é necessário para fornecer
o momento adicional de forma a conservá-lo. Este outro processo corresponde
à transmissão de momento para a rede cristalina que em geral é descrito através
de uma quase-partı́cula chamada fónon. A necessidade deste processo adicional
resulta numa forte redução da probabilidade de emissão de fótons. A energia
excedente da recombinação é assim convertida em vibrações da rede (agitação
têrmica).
Para os diodos emissores de luz (i.e. com estrutura “gap” direto) o processo
de emissão ocorre desde que se mantenha a diferença de potencial, fornecendo
energia ao diodo. Todos os elétrons que migraram para a banda de condução da
região p e que não fizeram uma transição para a banda de valência dessa região
, retornam para a banda de condução da região n através do circuito usado para
aplicar a diferença de potencial.
A probabilidade de emissao começa a ser mais importante quando o poten-
cial fornecido V é aproximadamente igual ao potencial de contato Vd . Em geral
podemos escrever,
eVd = εg + ∆εF (cp.59)
onde ∆εF é pequeno comparado com a largura εg do ”gap”, e pode ser despre-
zado em primeira aproximação (usualmente ∆εF é da ordem de uns poucos meV
enquanto εg é da ordem de eV ). Desta forma, em uma muito boa aproximação
teremos que,
eVd ≈ εg . (cp.60)
155 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 156
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Nas condições de tensões (a) negativa (polarização reversa), (b) nula e (c) posi-
tiva, para V > 50mV (polarização direta) podemos aproximadamente escrever as
seguintes expressões:
eV
I = IS (T ) exp − 1 ≈ IS [0 − 1] ≈ −IS (a) (cp.67)
η kB T
eV
I = IS (T ) exp − 1 ≈ IS [1 − 1] ≈ 0 (b) (cp.68)
η kB T
eV eV
I = IS (T ) exp − 1 ≈ IS (T ) exp (c) (cp.69)
η kB T η kB T
Estas expressões aproximadas são válidas somente para correntes não muitos altas
I < Imax , onde Imax é a corrente máxima que suporta o diodo e para tensões reveras
até Vr . O processo de disrupção do diodo não é modelado pela equação do diodo.
Podemos escrever a expressão para a curva caracterı́stica na condição ope-
racional de um LED (polarização direta e emissão de luz com certa intensidade)
como
V
I = IS exp (cp.70)
ηVT
157 CEDERJ
Constante de Plank
Método visual:
Método IS dependente de Vd :
CEDERJ 158
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Atividades
159 CEDERJ
Constante de Plank
Parte Experimental
1. Placa com circuito base contendo: quatro diodos emissores de luz (LED’s
das cores de luz azul, verde, amarelo e vermelho), quatro resistores de
carga, um potenciômetro de ajuste da tensão, conectores para a fonte o am-
perı́metro e o voltı́metro, e uma chave liga-desliga da placa. Este equipa-
mento é mostrado na Figura cp.42.
4. Cabos de conexão.
Descrição do circuito
Use a fonte de tensão DC disponı́vel no polo (que é usada nas disciplinas Fı́sica
3A e 3B). A fonte deve fornecer uma tensão fixa cujo valor máximo não deve
ultrapassar os 5V . Valores de tensão na entrada maiores poderão queimar os
LEDs.
CEDERJ 160
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Figura cp.42: Aparato base usado para determinar a constante de Planck (na foto de cima a parte
da frente e na foto de baixo a parte de trás). Os componentes assinalados são : a) chave liga-
desliga do circuito na placa, b) potenciômetro de ajuste da tensão na entrada do circuito, c) chaves
seletoras de cada LED e d) chave de desvio da corrente para medidas com o amperı́metro. Para
medir a tensão sobre cada LED conecte uma das pernas do voltı́metro no conector 1) e a outra
alternativamente nos conectores: 2) (LED azul), 3) (LED verde), 4) (LED amarelo) e 5) (LED
vermelho). Para medir a corrente no circuito ligue o amperı́metro nos conectores 1) e 7). Quando
o amperı́metro for conectado, a chave d) deve sempre estar ligada de maneira que a corrente circule
entre os conectores 1) e 7).
161 CEDERJ
Constante de Plank
Figura cp.43: Diagrama do circuito para a determinação das curvas caracterı́sticas I.vs.V para os
diferentes diodos emissores de luz (LEDs).
Objetivo:
CEDERJ 162
Constante de Plank
Laboratório Avançado
8. Lembrando a fórmula r = (VS −V20mA )/20mA (ver parte teórica, onde uma
corrente segura de operação é de 20mA, correspondendo a uma voltagem
de operação segura de V20mA , ambos valores fornecidos pelo fabricante e
tabelados na Tabela 1.15), determine a voltagem VS máxima da fonte de
tensão . Note que o valor de operação não deverá ser superior ao valor de
5V que o fabricante do kit especifica.
163 CEDERJ
Constante de Plank
Tabela 1.16: Informações técnicas dos LEDs fornecidas pelo fabricante essencias para
determinação da constante de Planck: λ é o comprimento de onda da luz emitida e λ1/2 é
a largura a meia altura de intensidade máxima e considerada como a variação do compri-
mento de onda (incerteza) ∆λ (nm)
12. Monte a tabela relacionada a este LED identificada pelo seu comprimento
de onda e cor contendo os pares (I,V ) (Tabelas 1.17 ou 1.18).
CEDERJ 164
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Note que na análise dos dados o gráfico de I −V para o LED será montado.
É possı́vel que medidas adicionais sejam necessárias para o levantamento do
perfil detalhado da curva caracterı́stica do LED (especialmente na região em
torno da tensão de contato e na região de correntes mais altas). Portanto não
desfaça a montagem experimental antes de ter certeza que você obteve uma
curva caracterı́stica bem definida para a análise de dados. Também observe
atentamente os fundos de escala dos multı́metros utilizados, não permitindo
que os valores máximos sejam ultrapassados e procurando sempre trabalhar
com o valor de fundo de escala mais próximo dos valores medidos, de forma
a otimizar a precisão das medidas efetuadas. Lembre que se você ultrapassar
o fundo de escala de um amperı́metro e possı́vel que o fusı́vel protector
queime.
165 CEDERJ
Constante de Plank
CEDERJ 166
Constante de Plank
Laboratório Avançado
14. Repita o procedimento acima a partir do item 7 para os outros LED’s dis-
ponı́veis. Realize as medidas de I −V para levantar as curvas caracterı́sticas
destes diodos, sempre levando em consideração os limites de segurança da
corrente e da tensão para cada LED. Coloque seus dados nas Tabelas 1.17
ou 1.18 e 1.19 acrescentando as incertezas instrumentais dos multı́metros.
Anote os fundos de escala empregados nas medidas.
3. Tome também bastante cuidado em não permitir que uma corrente acima
do limite estabelecido atravesse qualquer um dos LED’s, visto que eles são
facilmente danificados por excesso de corrente. É com essa finalidade que
são empregados os resistores de carga em todas as montagens envolvendo
os LED’s. Jamais deve-se conectar os LED’s a uma fonte de tensão sem a
presença dos resistores de proteção .
167 CEDERJ
Constante de Plank
Para obter a tensão de contato dos LEDs a partir de uma análise das curvas
caracterı́sticas I −V siga o seguinte roteiro:
4. Lembre que a curva caracterı́stica de um LED pode ser aproximada pela ex-
pressão exponencial da Eq.(cp.70). Porém, esse regime exponencial ocorre
somente em uma faixa de tensões. Tanto no limite de tensões baixas onde
temos a contribuição da corrente térmica, como no limite de tensões altas o
diodo entra em um regime resistivo diferente daquele em que a expressão
(cp.70) é válida. Vamos apresentar a seguir dois métodos para determinar a
faixa de pontos experimentais que seguem a expressão exponencial.
CEDERJ 168
Constante de Plank
Laboratório Avançado
169 CEDERJ
Constante de Plank
Método Estatı́stico
1. Calcule a freqüência da luz emitida por cada um dos LEDs com as respecti-
vas incertezas e inclua estes valores na Tabela 1.19. Considere os compri-
mentos de onda λ ± ∆λ de cada diodo fornecido pelo fabricante e contidos
nas respectivas Tabelas 1.17 e 1.18.
CEDERJ 170
Constante de Plank
Laboratório Avançado
3. Calcule a partir dos diversos valores de h para cada método, o valor médio
e o seu desvio padrão.
171 CEDERJ
Constante de Plank
LED Vd (V )
cor f pico IS η visual I −V lnI −V deI −
V
Tabela 1.19: Preencha com os dados do LED: cor da luz, freqüência de pico f da radiação emitida,
corrente de saturação IS , fator de idealidade η e tensão de contato Vd obtida pelos diveros métodos
de análise dos dados experimentais.
LED h (Js)
cor visual I −V lnI −V deI −
V
Tabela 1.20: Preencha com os valores da constante de Planck h obtida pelos diversos métodos de
análise dos dados experimentais obtidos a partir de LEDs de diversas cores.
Fazendo um gráfico dos valores extrapolados de Vd versus f pico , a inclinação da reta es-
tará diretamente relacionada à constante de Planck, independentemente do fator aditivo
∆εF . Equivalentemente, um erro sistemático ∆Vd na determinação de Vd resultará numa
constante aditiva e∆Vd no lado esquerdo da Eq.(cp.76) que não afetará a determinação da
constante de Planck.
CEDERJ 172
Constante de Plank
Laboratório Avançado
Tabela 1.21: valores da constante de Planck h obtida pelos diversos métodos de análise
Método Gráfico
3. Extraia pelo ajuste linear aos pontos experimentais de cada um dos gráficos
o valor da constante de Planck incluindo a sua incerteza, usando um dos
programas de ajuste disponı́veis no polo. Neste caso, a incerteza de h é
obtida por propagação do erro no ajuste das retas. Registre os valores de h
obtidos pelo método gráfico usando as tensões de contato contidas em cada
coluna da Tabela 1.19 e registre estes valores na Tabela 1.21.
173 CEDERJ
Constante de Plank
1. Utilize a reta de ajuste aos dados experimentais (Vd , f pico ) que voce con-
sidera mais precisa e determine o valor “efetivo” da freqüência f pico da
radiação emitida por um dos LED’s.
Incertezas
∆Vd
∆T = −5.7 × 10−4 K (cp.79)
Vd (T = 0)
CEDERJ 174
Constante de Plank
Laboratório Avançado
onde −5.7 ×10−4 é o valor medido para um certo LED, ∆T e ∆Vd são as variações
na temperatura e no potencial de contato respectivamente, relativos aos seus valo-
res em T = 0K. Adicionalmente Vd (T = 0) é o potencial em T = 0. Este aumento
pode explicar o erro sistemático observado nas medidas em temperatura ambiente.
Teste esta afirmativa usando a equação acima para estimar o valor de Vd (T = 0).
Atividades
175 CEDERJ