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VERSÃO RESUMIDA
PANORAMA DA
SEGURANÇA
ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
PARA OS TERRITÓRIOS MAIS ATRASADOS
CITAÇÃO OBRIGATÓRIA:
2020
PANORAMA DA
SEGURANÇA
ALIMENTAR E
NUTRICIONAL NA
AMÉRICA LATINA
E NO CARIBE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
PARA OS TERRITÓRIOS MAIS ATRASADOS
VERSÃO RESUMIDA
Prólogo iv CAPÍTULO 2
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA OS
CAPÍTULO 1 TERRITÓRIOS MAIS ATRASADOS 19
PARA ALCANÇAR A FOME ZERO E UMA VIDA
SAUDÁVEL PARA TODAS AS PESSOAS 1 2.1. TERRITÓRIOS ATRASADOS NA AMÉRICA
LATINA E NO CARIBE EM RELAÇÃO À MÁ
1.1 ODS 2. ERRADICAR A FOME, ALCANÇAR A NUTRIÇÃO 20
SEGURANÇA ALIMENTAR, MELHORAR A NUTRIÇÃO Distribuição geográfica dos territórios atrasados 21
E PROMOVER A AGRICULTURA SUSTENTÁVEL 2 O que explica a existência de territórios atrasados
Meta 2.1. Acabar com a fome e garantir o acesso em relação àz má nutrição 22
de todas as pessoas, a alimentos seguros, nutritivos e Principais determinantes da dupla carga de má
suficientes durante todo o ano 2 nutrição em territórios atrasados 28
Meta 2.2. Acabar com todas as formas de má
nutrição 10 2.2. POLÍTICAS PARA ENFRENTAR A MÁ NUTRIÇÃO
NOS TERRITÓRIOS ATRASADOS DA AMÉRICA
1.2. ODS 3. GARANTIR O ACESSO À SAÚDE DE LATINA E DO CARIBE 29
QUALIDADE E PROMOVER O BEM-ESTAR PARA Medidas para melhorar e promover o acesso
TODOS, EM TODAS AS IDADES 15 econômico à alimentação adequada em territórios
Meta 3.4. Reduzir em um terço a mortalidade atrasados 30
prematura por doenças não transmissíveis 15 Medidas para melhorar o acesso físico aos
alimentos e para produzir alimentos que promovam
1.3. OUTROS INDICADORES RELACIONADOS À uma alimentação adequada em territórios atrasados 31
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 16 Medidas para melhorar o uso e a qualida de dos
Sobrepeso e obesidade ao longo do ciclo de vida 16 alimentos em territórios atrasados 32
| ii |
© Valencia, Maximiliano
| iii |
PRÓLOGO
REFERENCIAS
O ano de 2020 trouxe consigo uma das piores econômicos ou outros. Essa realidade pode
crises de saúde na memória da história recente. afetar a qualidade da dieta, hábitos alimentares
Na data em que este documento foi finalizado, e apresentar consequências negativas para a
mais de 60 milhões de pessoas foram infectadas nutrição, saúde e bem-estar.
com o novo coronavírus e 1,4 milhão de pessoas
morreram em todo o mundo. As projeções A qualidade das dietas também está relacionada
apontam para a maior queda no produto interno ao sobrepeso, e esta nova edição do Panorama
bruto (PIB) desde a Seg unda Guerra Mundial da segurança alimentar e nutricional na América
e um aumento da pobreza na América Latina e Latina e no Caribe confirma que o sobrepeso
no Caribe de cerca de 45 milhões de pessoas. infantil na região continua a aumentar, chegando
Esta situação afeta fortemente o emprego e a em 2019 a 7,5% acima da média mundial de 5,6.
renda, e tem enormes impactos na alimentação Na verdade, o sobrepeso e a obesidade continuam
e nutrição, especialmente dos habitantes mais aumentando em todas as faixas etárias. Em todos
v ulneráveis dos países da região. os países da região, o sobrepeso nas mulheres
é maior do que nos homens e, em 19 deles, a
A pandemia de COV ID-19 afetará o progresso diferença é de pelo menos 10 pontos percentuais.
associado aos Objetivos de Desenvolvimento O custo econômico e social da dupla carga da má
Sustentável. Em termos de erradicação da fome, nutrição, especialmente sobrepeso e obesidade,
seg urança alimentar e melhoria da nutrição, seus está aumentando na região, com 75% das
efeitos ainda não foram totalmente medidos, mas mortes causadas por doenças não transmissíveis
espera-se que tenham consequências imediatas associadas a dietas não saudáveis.
e duradouras na qualidade de vida da população,
que coloca em sério risco o cumprimento das No entanto, como bem se sabe, as médias
metas do ODS 2 “Erradicar a fome, alcançar nacionais frequentemente escondem situações
a seg urança alimentar, melhorar a nutrição e ainda mais graves dentro dos países. Hoje, na
promever a agreicultura sustentável ” e do ODS América Latina e no Caribe, um em cada cinco
3 “Garantir o acesso à saúde de qualidade e territórios está muito atrasado pela má nutrição,
promover o bem-estar para todos, em todas as seja por atraso no crescimento ou sobrepeso.
idades”. Os níveis de atraso do crescimento infantil
são desproporcionalmente altos em territórios
Isso é ainda mais preocupante, visto que desde geralmente rurais, com menos acesso a ser viços,
antes da presença da pandemia de COV ID-19, mercados de trabalho predominantemente
muitos dos progressos da região em alimentação informais e onde a população que os habita
e nutrição haviam retrocedido. Em 2019, o tem altos níveis de pobreza e baixos níveis de
número de pessoas vivendo com fome na escolaridade. O sobrepeso em crianças com
América Latina e no Caribe era de 47 milhões. menos de cinco anos é mais pronunciado nas
Isso significa que cerca de 7,4% dos habitantes áreas urbanas e, particularmente, nas áreas mais
da região passaram fome, mas talvez o mais pobres, embora também ocorra em territórios
importante, também significa um aumento rurais. Na verdade, 53 territórios, ou um em cada
de mais de 13 milhões de pessoas no total da seis, estão atrasados devido à dupla carga da má
população subalimentada apenas nos últimos nutrição, e estes tendem a ser rurais, com altos
cinco anos. níveis de pobreza e grande presença de população
indígena e afrodescendente.
Da mesma forma, em 2019, mais de 190 milhões
de pessoas enfrentaram inseg urança alimentar As cinco agências das Nações Unidas que
moderada ou grave. Em outras palavras, um publicaram o Panorama da segurança alimentar e
em cada três habitantes dos países da América nutricional na América Latina e no Caribe em 2020,
Latina e do Caribe não tinha acesso a alimentos querem chamar a atenção para a necessidade
nutritivos e suficientes por falta de recursos de focar em novas políticas e investimentos nos
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territórios atrasados onde vivem as pessoas que É, portanto, urgente que os atores públicos e
sofrem os maiores níveis de má nutrição. A região a sociedade como um todo, com o apoio das
só terá alcançado a Fome Zero quando todas Nações Unidas e da comunidade internacional,
as mulheres e homens, em todos os territórios, reajam com medidas substantivas a fim de evitar
tenham seg urança alimentar e estejam livres de que o progresso inicial feito em direção aos
qualquer forma de má nutrição. ODS se tornem somente uma boa história do
passado recente da região. O desenvolvimento
O Panorama 2020 aponta alg uns exemplos que pleno e sustentável dos territórios que estão
já estão ocorrendo na região e que demonstram “sendo deixados para trás” não só constitui uma
que é possível realizar iniciativas bem-sucedidas obrigação em termos da realização dos direitos
e multidimensionais que podem reduzir as das pessoas que os habitam, mas permitiria,
diferentes formas de má nutriçãoda população por sua vez, def lagrar seu potencial social,
nos locais que apresentam maiores desafios. econômico, ambiental e cultural, em benefício de
Existem políticas e programas intersetoriais que todas as sociedades e do planeta.
combinam inter venções para garantir o acesso
físico e econômico aos alimentos saudáveis, Tudo parece indicar que se aproximam anos
garantindo seu uso adequado e de qualidade. difíceis com enormes desafios para alcançar
Essas ações, quando pensadas e implementadas a Agenda de Desenvolvimento Sustentável,
com diálogo e articulação entre os atores e mas esperamos que esta edição do Panorama
levando em consideração as características dos contribua com evidências e propostas para a
territórios, podem potencializar seus impactos no construção de uma recuperação mais inclusiva
bem-estar de toda a população. e sustentável que atenda, desta vez, a todas as
pessoas e seus territórios.
Rossana Polastri
Diretora Regional para a América Latina e o Caribe do Fundo
Internacional de Desenvolvimento Agrícola
| v |
SAGAING REGION,
MYANMAR
A rural woman benefitting
from an FAO project to restore
livelihoods and enhance
resilience of disaster-affected
communities in Myanmar.
©FAO/Hkun Lat
© Mireles, Mauricio
PART 1
CAPÍTULO
FOODALCANÇAR
PARA SECURITY A
AND FOME
NUTRITION
ZERO E
UMA
AROUNDVIDA
SAUDÁVEL
THE PARA
WORLD
TODAS AS PESSOAS
IN 2019
CAPÍTULO 1
ODS 2. ERRADICAR A
carecem de alimentos suficientes para atender
1.1
às suas necessidades energéticas para levar uma
1
Os conceitos de fome e subalimentação são usados
alternadamente nesta seção.
2
Segundo projeções da CEPAL, entre 2014 e 2019 a
pobreza extrema aumentou em 26 milhões de pessoas
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PANORAMA DE LA SEGURIDAD ALIMENTARIA Y NUTRICIONAL EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE 2019
FIGURA 1
EVOLUÇÃO DA PREVALÊNCIA DA SUBALIMENTAÇÃO NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE,
SUB-REGIÕES E MUNDIAL, 2000-2019
25
21,0
20
17,0
16,6
15
13,2
11,1 10,7
10,5
9,7 9,3
9,4
10
5,6
3,8
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
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CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 2
NÚMERO DE PESSOAS DESNUTRIDAS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE E SUB-REGIÕES,
2000-2019
60 57,7 57,4
55,8
52,7 51,8
50 58,6
46,6
47,7
45,1
43,0 43,5
41,9 42,4
40,8
39,6
40 39 37,6 37,5
38,8
38 39 35,8
33 31 34,5 24
28 25
26 20 22
24 22
30 20
20
18 18
18
17 15
20
11 12 15 15 17
12 11 12 12 12 12 13 14
11 10 10 11 12 11 12
10
8 8 8 9 9 8 8 8 8 8 7 8 8
7 7 7 7 7 7 7
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Em relação à evolução da fome nos diferentes O México também está lutando para alcançar a
países, os aumentos registrados entre 2013-2015 primeira meta do ODS2, com um aumento de 2,5
e 2017-2019 concentram-se em oito países da pontos percentuais na prevalência da fome no
região. A Venezuela (República Bolivariana mesmo período. Também vale a pena mencionar
da) mostra um aumento significativo em sua o Haiti, onde quase metade da população está
prevalência, que chega a 22,8 pontos percentuais subalimentada, com estagnação na última
depois de triplicar sua população subalimentada década. A soma desses três países representa 50%
em 5 anos, com 31,4% de sua população afetada. da população subalimentada da região.
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
TABELA 1
PREVALÊNCIA DE SUBALIMENTAÇÃO E MILHÕES DE PESSOAS AFETADAS NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA E
CARIBE, 2000-2019
Prevalência (%) Milhões de pessoas
Mudança Mudança
2000-02 2010-12 2013-15 2016-18 2017-19 2016-18 e 2000-02 2010-12 2013-15 2016-18 2017-19 2016-18 e
2017-2019 2017-2019
Argentina 3,1 3,4 <2,5 3,4 3,8 ▲ 1,2 1,4 n.r. 1,5 1,7 ▲
Barbados 6,5 4,8 4,4 4,5 4,3 ▼ <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 =
Belize 5,9 6,9 7,8 7,5 7,6 ▲ <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 =
Bolivia ▼ ▲
27,9 23,3 17,3 15,6 15,5 2,4 2,3 1,9 1,7 1,8
(Estado Plurinacional da)
Brasil 10,1 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 = 17,9 n.r. n.r. n.r. n.r. =
Chile 3,5 3,7 3,1 3,3 3,5 ▲ 0,5 0,6 0,6 0,6 0,7 ▲
Colômbia 8,8 12,2 7,3 5,5 5,5 = 3,5 5,5 3,4 2,7 2,7 =
Costa Rica 4,8 3,9 4,2 3,2 3,2 = 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 =
Cuba <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 = n.r. n.r. n.r. n.r. n.r. =
Dominica 3,8 4,7 5,3 5,7 5,8 ▲ <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 =
República ▼ =
20,6 12,4 8,5 6 5,5 1,8 1,2 0,9 0,6 0,6
Dominicana
Ecuador 21,2 18,3 11,7 9,1 8,8 ▼ 2,7 2,7 1,9 1,5 1,5 =
O Salvador 7,3 11 10,7 9,5 8,9 ▼ 0,4 0,7 0,7 0,6 0,6 =
Guatemala 22,4 17,1 17,7 16,1 16,1 = 2,7 2,5 2,8 2,7 2,8 ▲
Guyana 6,7 7,4 6,5 6 5,7 ▼ <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 =
Haití 53,2 48,2 48,3 48,3 48,2 ▼ 4,6 4,8 5,1 5,3 5,4 ▲
Honduras 22 21,2 17,3 13,8 13,8 = 1,5 1,8 1,5 1,3 1,3 =
Jamaica 7,5 9,7 9,8 9,3 8,7 ▼ 0,2 0,3 0,3 0,3 0,3 =
México 3,3 4,8 4,6 6,7 7,1 ▲ 3,3 5,4 5,5 8,4 9 ▲
Nicaragua 27,6 20,2 18,8 17,1 17,2 ▲ 1,4 1,2 1,2 1,1 1,1 =
Panamá 24,6 11,9 8,4 7,3 6,9 ▼ 0,8 0,4 0,3 0,3 0,3 =
Paraguai 10,6 8,5 7,7 8,7 8,8 ▲ 0,6 0,5 0,5 0,6 0,6 =
Peru 21,6 8,2 5,8 7 6,7 ▼ 5,8 2,4 1,8 2,2 2,2 =
São Vicente e ▼ =
13,5 5,8 5,7 6 5,7 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Granadinas
Suriname 12 7,4 7,7 8,4 8,1 ▼ <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 =
Trinidad e Tabago 10,1 9,2 6 5,7 5,5 ▼ 0,1 0,1 <0,1 <0,1 <0,1 =
Uruguai 3,7 <2,5 <2,5 <2,5 <2,5 = 0,1 n.r. n.r. n.r. n.r. =
Venezuela (Rep. ▲ ▲
15,1 <2,5 8,6 27,3 31,4 3,7 n.r. 2,6 8 9,1
Bolivariana da)
MUNDO 13,4 9,6 8,8 8,8 8,8 = 833,2 669,2 643,3 663 673 ▲
AMÉRICA LATINA E O ▲ ▲
10,8 6,7 5,9 6,9 7,2 57.0 39,7 36,4 44,1 45,9
CARIBE
AMÉRICA LATINA 10 5,8 5 6,2 6,5 ▲ 48,9 32,1 29 36,9 38,7 ▲
O CARIBE 21,1 18,4 17,4 16,9 16,7 ▼ 8,1 7,6 7,4 7,2 7,2 =
AMÉRICA CENTRAL 7,5 7,7 7,3 8,4 8,7 ▲ 10,3 12,2 12,2 14,6 15,2 ▲
AMÉRICA DO SUL 10,9 5,1 4,1 5,3 5,5 ▲ 38,6 19,9 16,7 22,3 23,5 ▲
▲ Aumento. ▼ Diminuição. = Sem alterações
<2,5: prevalência menor que 2,5%. <0,1: população inferior a 100.000 pessoas.
n.r: nenhum dado é relatado porque a prevalência é inferior a 2,5%.
Fonte: FAO, 2020
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CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
QUADRO 1
COVID-19 E SEUS POSSÍVEIS EFEITOS NA SUBALIMENTAÇÃO E NA INSEGURANÇA
ALIMENTAR
1
Segundo o FMI seria -9,4% e segundo a CEPAL seria 9,1%.
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
TABELA 2
INSEGURANÇA ALIMENTAR NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE, SUB-REGIÕES E NO MUNDO, 2014 E 2019
META ODS: ALCANÇAR A SEGURANÇA ALIMENTAR ATÉ 2030.
América Latina 6,9 9,5 39,8 57,7. 22,6 31,7 129,9 129,7
América do Sul 5,5 7,6 22,5 32,6 18,8 28,5 76,9 122
Isso também significou um importante aumento Na América do Sul, a inseg urança alimentar
da prevalência de inseg urança alimentar grave, moderada ou grave é de 28,5%, enquanto na
de 2,6 pontos percentuais. Ou seja, o número de América Central atinge a maior parte de sua
pessoas que ficaram sem alimentos, passaram população (39,3%). A inseg urança alimentar
fome ou ficaram sem comer por mais de um dia grave é de 7,6% e 14,1%, respectivamente, na
aumentou em 17,9 milhões entre 2014 e 2019, com sub-região.
32 milhões de pessoas afetadas.
FIGURA 3
EVOLUÇÃO DA PREVALÊNCIA DE INSEGURANÇA ALIMENTAR POR SUB-REGIÕES DA AMÉRICA
LATINA, 2014-2019
América Latina América Central América do Sul América Latina América Central América do Sul
| 7 |
CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 4
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE PESSOAS COM INSEGURANÇA ALIMENTAR POR SUB-REGIÕES DA
AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, 2014-2019
57,7
60 54,5 54,4
50 46,7
39,8 25,0
20,4 23,8
40 36,3
17,1
30 17,3
17,3
34,1
20 32,6
29,5 30,6
10 22,5
19,0
0
20014 20015 20016 20017 20018 20019
54,0
53,0
100
129,7
118,9 122,0 122,0
50 90,6
76,9
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 5
DIFERENÇA NA INSEGURANÇA ALIMENTAR ENTRE HOMENS E MULHERES, 2014 E 2019
7 6,7 7
6,1
6 6
5 4,8 5
4,3
4 4
3,1
3 2,5 3 2,5 2,6 2,5
1,7 1,9 1,9
2 2 1,6
1,1 1,0
1 1
0 0
Mundo América Latina América Central América do Sul Mundo América Latina América Central América do Sul
15 15
11,8 12,2
10 8,7 10
6,9 7,1
4,7 4,8
5 5
3,1 3,3
2,3
1,4
0 0
América Latina América Central América do Sul América Latina América Central América do Sul
3
Em parte, essa situação pode ser explicada pelas
dificuldades das mulheres da região no acesso a recursos,
insumos, mercados, crédito, serviços e oportunidades de
emprego, o que limita sua renda e subsistência e se traduz
em maior pobreza e insegurança alimentar.
| 9 |
CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
Meta 2.2. Acabar com todas as formas de má estimativas 4 , a prevalência passou de 22,7%
nutrição em 1990 para 9% em 2019. Isso representa que
o número de crianças afetadas foi reduzido
Indicador 2.2.1: Prevalência de atraso no em 9 milhões, de modo que a prevalência
crescimento (desnutrição crônica) entre crianças ficou bem abaixo da média mundial de 21,3%.
menores de 5 anos Se essa tendência continuar, a região estaria se
O atraso no crescimento refere-se à situação de aproximando de cumprir essas metas, um ano
uma criança com baixa estatura para sua idade. após do que foi proposto. O Caribe alcançaria as
Essa anomalia afeta o desenvolvimento físico e metas de 2025 e 2030 no prazo.
cognitivo, e é consequência da falta de nutrientes
necessários ao seu desenvolvimento por um
tempo prolongado.
FIGURA 6
EVOLUÇÃO DA PREVALÊNCIA DE ATRASO NO CRESCIMENTO EM PORCENTAGENS NA
AMÉRICA LATINA E NO CARIBE E SUB-REGIÕES, 1990-2019
35
30
25
22,7
19,6
20
16,8
15 14,3
12,2
10,3
10 9,0
| 10 |
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
Os maiores avanços alcançados entre os anos Porém, Guatemala, Equador, Honduras e Haiti
2000 e 2010 correspondem à Bolívia (Estado ainda apresentam altas taxas de atraso no
Plurinacional de), El Salvador, México, Parag uai crescimento, sendo que entre eles a Guatemala se
e Peru, que reduziram suas prevalências de destaca, com uma taxa de 46,7% (Figura 7).
atraso no crescimento em mais da metade.
FIGURA 7
PREVALÊNCIA DE ATRASO NO CRESCIMENTO EM PORCENTAGEM EM PAÍSES SELECIONADOS
DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, ORDENADOS POR SUB-REGIÃO, DADOS DISPONÍVEIS
DESDE 2010
50
46,7
45
40
35
30
25 23,9
21,9 22,6
20 17,3
16,1
15,0
15 13,6
12,712,2
11,310,7
9,2 10,0
10 8,8
7,7 7,1 7,9
6,0 5,6
5 2,5 1,8
0
S L 015
T M 12
BO 014
SU 011
0
TT 017
B R 011
LC 014
16
14
2
E X 14
12
E C 016
P R 019
JA 013
16
16
A R 01
01
01
01
1
01
20
20
20
20
20
20
20
20
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
A,
Z,
Y,
L,
L,
V,
B,
Y,
L,
Y,
U
R
O
IC
G
TI
R
BL
H
R
U
PE
N
O
H
C
C
M
U
G
G
H
D
| 11 |
CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
Indicador 2.2.2: Prevalência de peso baixo 6,9%. De acordo com as metas estabelecidas, as
(emaciação) e sobrepeso entre crianças menores de três sub-regiões estariam cumprindo o objetivo
5 anos de idade. de manter as prevalências abaixo de 5% e 3%.
Entretanto, países como Barbados, Guiana,
Emaciação Trinidad, Suriname e Tobago estão acima de 5% e
A emaciação ou desnutrição ag uda refere-se à Haiti, Jamaica e Santa Lúcia, acima de 3%.
situação de uma criança com baixo peso para sua
altura. É o resultado de uma perda de peso grave É importante destacar que este indicador é mais
e recente ou da incapacidade de ganhar peso sensível a mudanças repentinas ou temporárias
porque não comeu o suficiente ou porque uma no acesso aos alimentos. Portanto, nos próximos
doença infecciosa fez com que perdesse peso. meses poderá apresentar variações significativas
em alg uns grupos populacionais devido à crise
Na região, a prevalência desse tipo de desnutrição econômica derivada da pandemia de COV ID-19.
é de 1,3%, bem abaixo da média mundial de
FIGURA 8
PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO AGUDA NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE E SUB-REGIÕES,
2019. EM PORCENTAGENS
3.5
3.0 2,9
2.5
2.0
1.0 0,9
0.5
0.0
América Central América Latina e o Caribe América do Sul O Caribe
| 12 |
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 9
DESNUTRIÇÃO AGUDA EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS NOS PAÍSES SELECIONADOS DA
AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, 2010-2019. EM PORCENTAGENS
8
7 6,8
6,4 6,4
6
5,0
5
3
2,4
2,2 2,1
2,0 2,0
2 1,8 1,6 1,6 1,6
1,4 1,3
1,0
1 0,8
0,5
0,3
0
15
12
BO 010
11
1
12
4
7
16
14
14
T M 12
S U 014
9
TT 012
16
16
8
A R 01
01
01
01
01
01
1
01
01
20
20
20
0
20
20
20
0
20
20
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
,2
2
,2
,2
A,
Z,
Y,
L,
L,
V,
Y,
B,
L,
Y,
R
U
O
EX
IC
G
TI
R
BL
H
LC
R
SL
BR
EC
PR
U
PE
N
O
JA
H
C
M
U
G
G
H
D
| 13 |
CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 10
EVOLUÇÃO DA PORCENTAGEM DE SOBREPESO EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS PARA
A AMÉRICA LATINA E O CARIBE E SUB-REGIÕES, 1990-2019
7,9
8
7,0
7 6,9
4
6,2 6,4 6,6 6,8 7,1 7,3 7,5
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015 2019
FIGURA 11
SOBREPESO EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS EM PAÍSES SELECIONADOS DA AMÉRICA
LATINA E DO CARIBE E POR SUB-REGIÃO, DADOS RECENTES DISPONÍVEIS DE CADA PAÍS
A PARTIR DE 2010
14
12,4 12,2
12 11,4
10,110,0
10 9,3
8,6
8,0 8,3 8,3
8 7,6
7,2 7,3
6,4 6,3
5,7
6 5,3 5,3 5,2
4,9
4,0
4 3,4
0
CHL, 2014
HND, 2012
BOL, 2016
ARG, 2019
ECU, 2014
URY, 2011
COL, 2016
GUY, 2014
SUR, 2010
BLZ, 2015
TTO, 2011
HTI, 2017
NIC, 2012
GTM, 2015
DOM, 2013
LCA, 2012
PRY, 2016
PER, 2018
MEX, 2016
JAM, 2014
SLV, 2014
BRB, 2012
| 14 |
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
QUALIDADE E
o que, por sua vez, implica em aumento do
risco de morte por doenças cardiovasculares,
FIGURA 12
PROBABILIDADE DE MORTE POR DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM PESSOAS DE 30 A
70 ANOS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE E NO MUNDO, 2010 E 2016
35
30,5
30
26,5
25 23,2 21,4
22,6 22,1 21,7
21,3
10
0
O
V
M
EX
L
T
B
S
Y
G
IC
G
U
TI
G I
B
L
M
L
N
R
D
TM
A
BO
H
VC
BL
SL
BR
BH
PR
BR
U
R
U
PA
SU
VE
EC
LC
PE
N
AT
AR
TT
R
JA
H
C
M
C
C
U
H
G
G
D
Fonte: Organização Mundial da Saúde. Global Health Observatory [online]. Genebra, OMS; 2020. Disponível em: http://www.who.int/hrh/statistics/hwfstats.
| 15 |
CAPÍTULO 1 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 13
PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM PESSOAS MAIORES DE 18 ANOS NA
AMÉRICA LATINA E NO CARIBE E SUB-REGIÕES, 2000 E 2016
39,1 16,6
40 15,2 15,8
15 13,1
30
10
20
10 5
0 0
Mundo ALC O Caribe América Central América do Sul Mundo ALC O Caribe América Central América do Sul
Fonte: FAO, OPAS, UNICEF e PMA, 2019; OMS, 2020; DESA, 2020
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
Além disso, entre 2000 e 2016 dobrou 5 No caso de crianças e adolescentes, o sobrepeso
a população adulta obesa da região, que atinge 50 milhões e a obesidade, ig ual entre os
chegou a 106 milhões. O sobrepeso registrou adultos, dobrou entre 2000 e 2016, atingindo mais
aumento de 10 pontos percentuais, ou seja, de 19 milhões de afetados.
atingiu 262 milhões de adultos. Durante o
mesmo período, todos os países registraram Para garantir uma vida saudável e ativa e evitar
aumentos significativos no sobrepeso e na todas as formas de má nutrição ao longo do ciclo
obesidade. Entre eles, destaca-se o Haiti, que de vida e reduzir a morbimortalidade por DCNT,
em 2000 apresentava as taxas mais baixas e é necessário garantir que os sistemas alimentares
em 2016 registrou um aumento de 17,3 pontos promovam e permitam o acesso a alimentos
percentuais, o maior da região. Ao mesmo tempo, saudáveis para toda a população. Além disso,
o país apresenta prevalências significativas de devem resg uardar a saúde de crianças e
desnutrição e atraso no crescimento. adolescentes, promovendo uma alimentação
saudável e desestimulando o consumo e a
Quanto ao gênero, em todos os países da região, fabricação de produtos com alto teor de açúcar,
a prevalência de obesidade em mulheres adultas gordura e sal.
supera a dos homens. Em 19 deles, a diferença
mínima é de 10 pontos percentuais.
5
Calculado com dados da (OMS, 2020) e (DESA, 2020).
FIGURA 14
PORCENTAGEM E NÚMERO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE
NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE, 1990-2016
20 18,9 30,0
30
16,2 24,5
15
11,9 19,3
20 16,1
9,7
10 8,0 13,3
6,5 10,7
5,2 10 8,3
5 4,1 6,1
0 0
1990 1995 2000 2005 2010 2016 1990 1995 2000 2005 2010 2016
Obesidade em crianças e adolescente (5-19 anos) Obesidade em crianças e adolescente (5-19 anos)
Sobrepeso em crianças e adolescente (5-19 anos) Sobrepeso em crianças e adolescente (5-19 anos)
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© Mireles, Mauricio
CAPÍTULO 2
SEGURANÇA
ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
PARA OS
TERRITÓRIOS MAIS
ATRASADOS
CAPÍTULO 1
2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL PARA OS
TERRITÓRIOS MAIS ATRASADOS
Em todos os países da região existem locais
onde a severidade dos indicadores relacionados
TERRITÓRIOS6
2.1
6
Na presente análise, o conceito de território limita-se a
uma unidade administrativa menor que a nacional. A
definição mais ampla, que inclui características ambientais e
pertencimento socioeconômico ou cultural, foi descartada
por razões práticas e informações limitadas disponíveis.
Em todo caso, considera-se que o nível de desagregação da
informação utilizada vai ao encontro do objetivo principal
do documento de tornar visíveis as disparidades entre os
países, bem como a necessidade de conceber políticas
diferenciadas para enfrentar a má nutrição da população
residente nesses territórios.
| 20 |
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
o que os governos podem fazer para reduzir a medida de valor acima da média, 45% dos
essas desigualdades. territórios estão nessas condições.
Por fim, é importante esclarecer que são Dos 311 territórios, 53 são considerados defasagem
considerados territórios atrasados aqueles em alta, enquanto 141 têm pelo menos uma defasagem
que a manifestação da má nutrição supera a considerada baixa. Porém, quando se trata de
média nacional, independentemente do tamanho sobrepeso, parece haver menos diferenças entre
da desigualdade. A alta defasagem é usada para os territórios, com uma dispersão de valores
se referir aos territórios onde o indicador de má menor do que a observada para o déficit de
nutrição excede a média nacional em mais de estatura. Por exemplo, somando todos os países
um desvio padrão. Os detalhes da metodologia considerados, os territórios com grande defasagem
seguida na preparação da análise podem ser apresentam um percentual médio de sobrepeso em
encontrados no Anexo I desta publicação. crianças menores de 5 anos de 13,1%, menos de 7
pontos percentuais a mais do que os territórios sem
As informações obtidas sobre o atraso no defasagem (6,6%).
crescimento infantil permitem que essas
classificações sejam feitas para 328 territórios em
23 países da região. Utilizando a medida mais
Distribuição geográfica dos territórios
restritiva, ou seja, classificando como territórios atrasados
atrasados as unidades territoriais em que a
desnutrição de crianças menores de 5 anos supera Atraso no crescimento infantil
em um desvio padrão a média do país, 17% dos A Fig ura 15 mostra a distribuição geográfica
territórios são classificados como atrasados. dos territórios com grande defasagem devido
Se forem considerados todos os territórios onde o ao atraso no crescimento para toda a ALC.
indicador ultrapassa o valor médio, mais de 43% A imagem mostra que, em praticamente todos
seriam considerados atrasados. os países com informações disponíveis, existem
territórios onde a desnutrição crônica em crianças
Especificamente, existem 55 territórios com atrasos menores de 5 anos é muito superior à média
elevados e 142 atrasados no total em termos de nacional, ou seja, mais de 1 desvio padrão.
atraso de crescimento. Ou seja, nos territórios com
grande defasagem, 27,6% das crianças menores No entanto, apesar dessa relativa homogeneidade
de 5 anos apresentam atraso de crescimento. na existência de territórios com grande
E nos territórios que não ficaram atrasados, esse defasagem entre os países da região, também
percentual é de 11,9%. Existem quase 16 pontos de há evidências de concentração de territórios
diferença nos níveis de atraso de crescimento entre muito atrasados pela desnutrição no norte da
territórios com alta defasagem e os não atrasados. Argentina e no Chile, no sul da Bolívia e no leste
do Parag uai. Algo semelhante é obser vado na
A situação é semelhante no caso do sobrepeso Amazônia, com grandes defasagens no norte da
infantil, com 311 territórios identificados em Bolívia, oeste do Peru, sudoeste da Colômbia
22 países. Ao aplicar a medida mais estrita de e leste do Brasil, área que coincide com o
defasagem em relação ao sobrepeso, 17% dos assentamento de vários povos indígenas.
territórios ficam para trás. Mas se for aplicada
| 21 |
CAPÍTULO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 15
TERRITÓRIOS COM GRANDE DEFASAGEM DE ATRASO NO CRESCIMENTO DE CRIANÇAS
MENORES DE 5 ANOS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE7
FONTE: Elaboração própria com base em informações oficiais dos países. ARG (ENNyS, 2005), BOL (EDSA, 2016 ), CHL (JUNAEB "Mapa Nutricional", 2019), COL (ENDS, 2010), ECU
(ENSANUT, 2018), PER (ENDES, 2018), CRI (Censo Escolar de Peso-Talla, 2016), GTM (ENSMI, 2015), NIC (ENDESA, 2012), HND (ENDESA, 2012), MEX (ENSANUT, 2012), SLV (ENS, 2014),
PAN (ENV, 2008), SUR (MICS, 2018), JAM (JSLC, 2014), HTI (EMMUS, 2017) y GUY (MICS, 2014).
7
As fronteiras mostradas e os nomes e designações usados nos mapas nesta publicação não implicam a expressão de
qualquer opinião por parte da FAO sobre a situação legal de qualquer país, território, cidade ou área, ou de suas autoridades,
ou sobre a delimitação de suas fronteiras ou limites. As linhas tracejadas nos mapas representam fronteiras aproximadas para
os quais pode ainda não haver pleno acordo.
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CAPÍTULO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 16
TERRITÓRIOS COM GRANDE DEFASAGEM PARA SOBREPESO EM CRIANÇAS MENORES DE
5 ANOS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
FONTE: Elaboração própria com base em informações oficiais dos países. ARG (ENNyS, 2005), BOL (EDSA, 2016), CHL (JUNAEB "Mapa Nutricional", 2019), COL (ENDS, 2010), ECU
(ENSANUT, 2018), PER (ENDES, 2018), PRY (MICS, 2016), CRI (Censo Escolar de Peso-Talla, 2016), GTM (ENSMI, 2015), SLV (ENS, 2014), HND (ENDESA, 2012), MEX (ENSANUT, 2012), PAN
(ENV, 2008), JAM (JSLC, 2014), GUY (MICS, 2014), SUR (MICS, 2018) y HTI (EMMUS, 2017).
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
FIGURA 17
ÁREAS RURAIS HABITADAS POR INDÍGENAS E AFRODESCENDENTES SÃO MAIS ATRASADAS?
2 2
tr_stunt~g = 4.4e-08 + .30169 tr_pop_i~e R = 9.1% tr_stunt~g = 5.4e-08 + .42619 tr_rural~y R = 18.2%
4
3
2
0 1
0
-1
-2
-2
-2 0 2 4 -2 -1 0 1 2 3
pop_indígenas_afrodescendentes(z-score) rurais(z-score)
n = 174 n = 206 RMSE = .8867187
RMSE = .9338033
FONTE: Elaboração própria com base em informações oficiais dos países (ver anexo 3 do documento https://doi.org/10.4060/cb2242es).
Em termos gerais, as duas variáveis se chega a 8 anos, o que é mais de um ano inferior
comportam de maneira semelhante e apresentam ao que acontece nos territórios não atrasados.
associação positiva com o atraso de crescimento Na mesma linha, apenas 11% da população dos
e com níveis de associação semelhantes. territórios atrasados é altamente escolarizada
A porcentagem da população indígena e (com estudos universitários), enquanto esse
afrodescendente está associada a cerca de 9% número chega a 16% em média nas áreas que não
da variação total do atraso no crescimento nas apresentam defasagens.
primeiras unidades territoriais subnacionais,
enquanto os níveis de ruralidade explicam cerca Da mesma forma, a participação laboral dos
de 20% da variação total. trabalhadores autônomos é maior nos territórios
atrasados, com 43% dos trabalhadores (algo
Uma análise mais agregada dos territórios provavelmente relacionado à informalidade) e
com base no seu nível de defasagem no atraso níveis mais baixos de emprego assalariado (47%
de crescimento mostra que as regiões com frente a 55%).
grandes defasagens tendem a ter menores
densidades populacionais, menor escolaridade Por outro lado, com relação às variáveis de
média e menor porcentagem da população com contexto, nestes territórios apenas 66% da
ensino superior (ver Tabela 3). Em particular, população tem acesso a ág ua potável (quase 15
a densidade populacional dos territórios com pontos percentuais menos do que nas zonas
grande defasagem é quase 80% inferior à dos não atrasadas) e mais da metade da população
territórios sem defasagem. Da mesma forma, não pode satisfazer todas as suas necessidades
nas zonas defasadas a escolaridade média não básicas, valor que nos territórios não atrasados é
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CAPÍTULO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
inferior a 30%. Nessas áreas também há menos Por fim, e conforme já mencionado, os resultados
médicos por habitante e menos centros de indicam que, em média, os territórios atrasados
saúde. A desig ualdade é um pouco maior nesses têm duas vezes mais populações indígenas ou
territórios, chegando a 0.5 (0.4 em áreas não afrodescendentes do que os não atrasados, e
defasadas). representam quase 34% da população (ver tabela 3).
TABELA 3
INDICADORES ASSOCIADOS À DEFASAGEM DEVIDO AO ATRASO NO CRESCIMENTO NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
Indicador Sem defasagem Baixa defasagem Alta defasagem
População com necessidades básicas não satisfeitas (%) 29,7 34,7 47,5
NOTA: Esses dados correspondem à média dos países com informações disponíveis para o indicador em questão. Nem todos os países e territórios possuem informações para cada
indicador. A título de exemplo, a média do PIB per capita foi calculado com dados dos territórios da Argentina, Bolívia (Estado Plurinacional da), Colômbia, Chile, México e Peru,
enquanto que as necessidades básicas não satisfeitas foram calculadas com dados da Argentina, Bolívia (Estado Plurinacional da), Colômbia, Guatemala, Honduras, Panamá e Peru.
FONTE: Elaboração própria com base em informações oficiais dos países (ver anexo 3 do documento https://doi.org/10.4060/cb2242es).
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
em menor medida aos níveis de renda, pobreza, é de 24% contra 35% nas zonas não atrasadas),
nível de ruralidade e outros indicadores tendo um maior número de anos de escolaridade
característicos dos diferentes territórios. média, menor pobreza e maior renda. A título de
exemplo, a escolaridade média nas zonas mais
A Tabela 4 apresenta um resumo dos indicadores atrasadas é de 9,2 anos, enquanto nas zonas
associados ao sobrepeso na infância. Ao contrário onde o sobrepeso está abaixo da média este
do que acontece com o atraso no crescimento, indicador chega a 8,4. Também a pobreza e a
neste caso os territórios atrasados tendem a ser extrema pobreza são menores nesses territórios,
mais urbanos (a porcentagem da população rural com 32% e 7% dos habitantes dos territórios
TABELA 4
INDICADORES ASSOCIADOS À DEFASAGEM POR SOBREPESO EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS NA AMÉRICA LATINA
E NO CARIBE
Indicador Sem defasagem Baixa defasagem Alta defasagem
Produto interno bruto per capita (US$ 2019) 6.926 8.640 9.048
NOTA: Os dados apresentados correspondem à média dos países com informação para o indicador em questão. Nem todos os países e territórios apresentam informações para todos
os indicadores. Por exemplo, a média do PIB per capita é calculada com dados dos territórios da Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, México e Peru, enquanto o NBI é calculado com
dados da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guatemala, Honduras, Panamá e Peru.
FONTE: Elaboração própria com base em informações oficiais dos países (ver anexo 3 do documento https://doi.org/10.4060/cb2242es).
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CAPÍTULO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
NUTRIÇÃO NOS
nutrição. Inclui também alg umas das políticas
dirigidas às populações que enfrentam maiores
Esta última seção tem como objetivo destacar Em seg uida, tomando como referência
alg umas das principais políticas que os países da as diferentes análises sobre as causas e
ALC estão desenvolvendo para enfrentar a fome, determinantes da inseg urança alimentar e má
a inseg urança alimentar e todas as formas de nutrição analisadas na seção 2.1, propõe-se uma
má nutrição. análise de política organizada por três grupos de
medidas (ver Tabela 5).
TABELA 5
POLÍTICAS PARA ENFRENTAR A MÁ NUTRIÇÃO NOS TERRITÓRIOS ATRASADOS DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE
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CAPÍTULO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
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PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
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CAPÍTULO 2 PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
Eles são considerados uma forma de realocação 2 anos ou mais, e oferecer uma variedade de
de cadeias de valor para manter o valor nos alimentos ricos em nutrientes 9, começando com
territórios 8 , pois geram empregos, capturam o pequenas quantidades, aumentando gradualmente
valor dos ativos intangíveis (marca, ancoragem a quantidade e a frequência. A alimentação entre
territorial), melhoram a resiliência dos territórios 6 e 23 meses pode ser um dos principais fatores de
e valorizam o patrimônio. risco para o sobrepeso.
Os CCC são especialmente relevantes no Na ALC, quase metade dos bebês entre 4 e 5
contexto da promoção de sistemas alimentares meses e cerca de 15% dos bebês entre 2 e 3
sustentáveis e cadeias de valor sensíveis meses já estão recebendo alimentos. Em relação
à nutrição. à diversidade alimentar, os dados da região
são mais animadores. Estima-se que 60% das
crianças entre 6 e 23 meses consomem alimentos
Medidas para melhorar o uso e a qualidade de pelo menos cinco dos oito grupos alimentares.
dos alimentos em territórios atrasados
Quando se trata de alimentos comerciais
Neste conjunto de políticas para fazer frente a para bebês e crianças pequenas, suas vendas
todas as formas de má nutrição nos territórios mundiais têm crescido nos últimos anos e existe
mais atrasados, identificam-se aquelas cujo uma grande preocupação com os danos que
objetivo é garantir práticas de cuidado e nutrição podem causar durante os primeiros anos de
adequadas, hábitos de consumo saudáveis e vida: altos níveis de gorduras saturadas e trans,
um ambiente doméstico saudável e ser viços de açúcares livres e sal em alg uns produtos podem
saúde adequados. predispor as crianças a sofrer DNT e moldar suas
preferências e hábitos alimentares ao longo de
Políticas de promoção da nutrição materno-infantil suas vidas.
As inter venções nutricionais materno-infantis
têm se concentrado nos primeiros 1 mil dias Água, saneamento e higiene
de vida da criança, por ser o período apontado Na região, ainda se obser vam desig ualdades
como oportunidade para prevenir a morbidade em termos de saneamento e ág ua potável.
e a mortalidade infantil e garantir crescimento Além disso, existem grandes desig ualdades
adequado. Durante esse período, as crianças no acesso a saneamento básico e ág ua potável.
têm maiores necessidades nutricionais para Na ALC, a cobertura de saneamento e ág ua
seu crescimento e desenvolvimento e, se não potável é consideravelmente menor para as
forem atendidas, o atraso no crescimento famílias mais pobres, particularmente para a
pode ser irreversível. A nutrição adequada população indígena.
durante os primeiros 1.000 dias também
é importante para prevenir o sobrepeso e O acesso precário à ág ua, saneamento e higiene
doenças não transmissíveis (DNT). Portanto, as pode levar a sérios problemas nutricionais, seja
inter venções para melhorar a alimentação de por diarreia, infecções ou enteropatia ambiental.
lactantes e crianças são a base das políticas Todos eles afetam a absorção de nutrientes
materno-infantis. e colocam em risco a saúde da população,
principalmente dos grupos com maior grau de
Alimentação complementar v ulnerabilidade, neste caso as crianças.
Por volta dos seis meses, o leite materno não é
mais suficiente para atender às necessidades de
energia e nutrientes do lactante. É especificamente
recomendado continuar a amamentar quando
necessário, com alimentações frequentes, até
8
No entanto, isso requer a mobilização de maiores 9
O UNICEF e a OMS recomendam que as crianças nessa
investimentos nesses territórios, tanto públicos quanto faixa etária comam um mínimo de cinco dos oito grupos de
privados. alimentos.
| 32 |
PANORAMA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE 2020
10
Entende-se por alimentos de qualidade aqueles que
promovam uma alimentação diversificada, equilibrada e
adequada, que forneça energia e nutrientes essenciais para
o desenvolvimento e uma vida saudável e ativa.
| 33 |
2020
PANORAMA DA
SEGURANÇA ALIMENTAR
E NUTRICIONAL NA
AMÉRICA LATINA
E NO CARIBE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
PARA OS TERRITÓRIOS MAIS ATRASADOS
VERSÃO RESUMIDA
Durante 2019, 7,4% da população da América Latina e do Caribe conviveu com a fome, o que equivale a
47,7 milhões de pessoas. A situação vem se deteriorando nos últimos 5 anos, com um aumento de 13,2
milhões de pessoas subalimentadas.
Se essa tendência continuar, a possibilidade de cumprimento da meta Fome Zero da Meta 2 (ODS2) dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) está se afastando. Estima-se que, em 2030, a fome afetará
67 milhões de pessoas na região, número que não inclui as repercussões da pandemia de COVID-19.
A população afetada pela insegurança alimentar continuou a aumentar na América Latina durante os últimos
5 anos. Em 2019, quase um terço da população, ou seja, 191 milhões de pessoas, foram afetadas pela
insegurança alimentar moderada ou grave.
O atraso do crescimento infantil está diminuindo na região e o sobrepeso entre as crianças com menos de 5
anos de idade está aumentando. Informações recentes sobre a desnutrição nos países da região, mostram
que cerca de um em cada cinco territórios está muito atrasado, seja devido à baixa estatura ou ao sobrepeso
em crianças menores de 5 anos.
Os níveis mais altos de atraso no crescimento encontram-se nas áreas rurais que têm alto índice de pobreza,
baixa renda, baixa escolaridade, maior grau de informalidade no emprego, menor acesso a serviços e
maior proporção de população indígena e afrodescendente.
O sobrepeso parece estar distribuído geograficamente de forma mais homogênea. Contudo, os territórios
mais atrasados tendem a se concentrar nas áreas urbanas, com maiores rendas, menor pobreza, maior
acesso a serviços e maior formalidade de trabalho.
Embora a real dimensão do impacto da pandemia de coronavírus ainda seja desconhecida, ela ameaça
ampliar essas diferenças e as lacunas entre territórios atrasados e não atrasados. A pandemia atinge
especialmente as populações e territórios mais vulneráveis, onde existe um maior número de empregos
informais, os rendimentos são mais baixos e os alimentos saudáveis são escassos.
Enfrentar o problema da segurança alimentar e nutricional em territórios atrasados requer intervenções
multidimensionais que abordem as várias causas da má nutrição de forma integrada e que ofereçam uma
resposta coordenada em várias dimensões do desenvolvimento. O Panorama descreve algumas das
principais intervenções políticas que são desenvolvidas na região em torno de três grupos de medidas com
foco em: 1) melhorar e promover o acesso econômico a alimentação adequada, 2) melhorar o acesso físico
aos alimentos e produzir alimentos que promovam uma nutrição adequada e 3) melhorar o uso e a qualidade
dos alimentos.
©FAO, FIDA, OPAS, WFP e UNICEF, 2021
CB2330PT/1/01.21