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Tópicos Especiais

de Enfermagem II
Prof.ª Caroline Barbosa
Tuberculose e
Hanseníase
SEÇÃO 2 E 3
2 das doenças mais antigas da história
• LEPRA • ´TUBERCULOSE

Pintura retrata a parábola do primeiro Lázaro citado na Bíblia / Stock Photos Mulher doente na varanda, aquarela de Richard Cooper. Fonte: Wellcome Library, London.
Hanseníase
Dr. Gerhard
Henrick Armauer
Hansen

• A descoberta do bacilo da Hanseníase


(Mycobacterium Leprae) ocorreu em 1874 nos
estudos e pesquisas de um jovem médico
norueguês, Dr. Gerhard Henrick Armauer
Hansen. Até esta data, acreditava-se que a
doença tinha causas hereditárias e era crença
popular que fosse castigo divino.
Hanseníase Agente Etiológico: Micobacterium leprae, bacilo que atinge principalmente a pele e
os sistema nervoso periféricos.

Principal forma transmissão: via área

Transmissão Direta : pessoa a pessoa – contato íntimo e prolongado respiratório.

Transmissão Indireta: suspensão no ar

Incubação de 2 a 7 anos. Média 5 anos.


Baixa transmissibilidade e alta
patogenicidade
Manchas hipercrômicas ou hipocrômica de bordas edemaciadas e irregulares.

Sinais e Perda ou alteração de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa.

sintomas Ocorre em extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas
nádegas e nas pernas.

na pele Nódulos dolorosos pelo corpo – tropismo por cartilagens.

Redução de força muscular – madarose, MMSS e MMII.


Sinais e sintomas na pele
Processos inflamatórios dos nervos periféricos (neurites)

Dor intensa e edema - comprometimento funcional


Sinais e
sintomas Perda da capacidade de sudorese
neurológicos
Deformidades

Perda de força muscular


Sinais e sintomas neurológicos
Como é feito o
diagnóstico da
Hanseníase?
• Essencialmente clínico – exame dermatoneurológico.
Feito na 1ª consulta e a cada 6 meses.
• ANAMNESE: contato com portador
• Avaliação: alteração de pele com ausência ou redução de sensibilidade
• Identificação de neurites e grau de incapacidade
• Intrumento: Monofilamento ou estesiômetro,
algodão em éter ou ampola morna.
• Exame físico: I, Pe e Pa.
Classificação da hanseníase

Paucibacilar (PB)
• Não transmite
• Até 5 lesões

Multibacilar (MB)
• TRANSMITE
• Mais de 5 lesões
• BAAR +
Como é feito o diagnóstico da
Hanseníase?
• O diagnóstico da doença e a classificação operacional do paciente em Pauci ou em Multibacilar é importante para que
possa ser selecionado o esquema de tratamento quimioterápico adequado ao caso (PQT).
Classificação operacional para fins de
tratamento quimioterápico
• O A baciloscopia de pele (esfregaço dérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame
complementar para a classificação dos casos em PB ou MB.
• A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões.
• O Locais: lóbulos auriculares e/ou cotovelos, e lesão quando houver.
ATENÇÃO

• Mesmo sendo a baciloscopia um dos parâmetros integrantes da definição de caso, ratifica-se que o diagnóstico da
hanseníase é clínico.
• Quando a baciloscopia estiver disponível e for realizada, não se deve esperar o resultado para iniciar o tratamento do
paciente.
Como é feito o tratamento da
Hanseníase?

• 6 CARTELAS EM 9 MESES
• 12 CARTELAS EM 18 MESES
SUPERVISIONADA SUPERVISIONADA
• O esquema de administração da dose supervisionada deve ser o mais
regular possível de 28 em 28 dias;
DURAÇÃO DO
• Busca ativa e VD;
TRATAMENTO
E CRITÉRIO DE • 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina tomadas em até 9
ALTA meses para os casos Paucibacilares;
• 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina tomadas em até 18
meses para os casos Multibacilares;
Notas importantes
sobre a Hanseníase
• A gravidez e o aleitamento não contraindicam o tratamento padrão da
hanseníase;
• Em mulheres na idade reprodutiva, deve-se atentar ao fato que a
rifampicina pode interagir com anticoncepcionais orais, diminuindo a
sua ação;
• Em crianças ou adultos com peso inferior a 30kg, ajustar a dose de
acordo com o peso conforme recomendações das diretrizes nacionais.
Como prevenir a
Hanseníase?
• O diagnóstico precoce
• O tratamento oportuno – casos novos e reicidentes
• Investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou
residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado de
hanseníase são as principais formas de prevenção.
Prevenção de Incapacidades:
auto-cuidado

• O Colírio para reposição de lágrima,


• Soro fisiológico para ressecamento do nariz,
• Óleo com ácidos graxos essenciais e creme com uréia a 10% para
lubrificar e hidratar a pele.
Atualização em hansen
Tuberculose
O QUE É, CAUSAS, SINTOMAS, TRATAMENTO, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO
O que é
tuberculose?
• A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de
Koch.
• TD: sistema respiratório e TI: ar (veículo de transmissão).
• A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta
prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos
e/ou sistemas, tais como:
• gânglios, pleura, rins, cérebro e ossos.
Quais são as
manifestações clínicas
da tuberculose?

• A forma pulmonar, principal responsável pela


manutenção da cadeia de transmissão da doença.

• A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos


que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em
pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre
aquelas com comprometimento imunológico.
Quais são os
sintomas da
tuberculose?

• Tosse por três semanas ou mais


• Febre vespertina
• Sudorese noturna
• Emagrecimento
• Cansaço/fadiga
Como é feito o
diagnóstico da
tuberculose?

• Baciloscopia direta de escarro (BAAR): 2 amostras.


• Cultura do Bacilo de Koch (BK): Os casos suspeitos de tuberculose pulmonar
negativos ao exame direto do escarro;
• O exame radiológico: É auxiliar no diagnóstico da tuberculose.
• Prova Tuberculínica (PPD): A prova tuberculínica é indicada como método auxiliar
no diagnóstico da tuberculose. Pessoa reatora ao teste isoladamente é um
indicativo tão somente da presença de infecção, não sendo suficiente para o
diagnóstico da doença tuberculose.
Como a tuberculose
é transmitida?

• A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e


ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias
aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com
tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no
ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos.
• TD
• TI
IMPORTANTE: A tuberculose NÃO se transmite por objetos
compartilhados como talheres, copos, entre outros.
• Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir
gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento, ela
IMPORTANTE encontra-se muito reduzida.
• No entanto, o ideal é que as medidas de controle sejam implantadas
até que haja a negativação da baciloscopia, tais como cobrir a boca
com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente bem ventilado e
com bastante luz solar.
Como é feito o
tratamento da
tuberculose?

• O tratamento da tuberculose dura no mínimo,


seis meses, é gratuito e disponibilizado no
Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser
realizado, preferencialmente em regime de
Tratamento Diretamente Observado (TDO).

• FASE INTENSIVA: 3X/SEM


• FASE DE MANUTENÇÃO: 2X/SEM
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos
de tuberculose que utilizam o esquema básico:
Tratamento FASE INTENSIVA (2 meses): rifampicina, isoniazida,
Diretamente pirazinamida e etambutol.
Observado
(TDO)
FASE DE MANUTENÇÃO (4meses): rifanpicina e izoniazida.

• Todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente ficam curadas


da doença.
Como prevenir
a tuberculose?
• A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças
é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada
gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa
vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo,
até 04 anos, 11 meses e 29 dias.
• Outra maneira é a avaliação de contatos de pessoas com
tuberculose, que permite identificar a Infecção Latente
pelo Mycobacterium tuberculosis, o que possibilita prevenir
o desenvolvimento de tuberculose ativa.
Tuberculose e HIV
• A tuberculose em pessoas que vivem com HIV é uma das condições de maior impacto na mortalidade por HIV e por tuberculose no país. Essas
pessoas têm maior risco de desenvolver a tuberculose, e muitas vezes, só têm o diagnóstico da infecção pelo HIV durante a
investigação/confirmação da tuberculose.
• Devido ao risco aumentado de adoecimento por tuberculose, em toda visita da pessoa que vive com HIV aos serviços de saúde, deve ser
questionada a presença de tosse e de febre, sudorese noturna ou emagrecimento, os quais associados ou não à tosse, também podem indicar
tuberculose.
• O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com tuberculose e o início oportuno do tratamento antirretroviral reduzem a
mortalidade. Portanto, o teste para diagnóstico do HIV (rápido ou sorológico) deve ser ofertado a toda pessoa com diagnóstico de tuberculose.
Caso o resultado da testagem para HIV seja positivo, a pessoa deve ser encaminhada para os serviços que atendem pessoas vivendo com HIV, e
que sejam mais próximos de sua residência para dar continuidade ao tratamento da tuberculose e iniciar o tratamento da infecção pelo HIV.
Tuberculose e População em Situação de
Rua
• Para esta população são essenciais estratégias de abordagem e de acolhimento para a identificação precoce das pessoas com
sintomas respiratórios, a garantia do diagnóstico e o acompanhamento até fim do tratamento. Para que as ações tenham
êxito é importante a articulação envolvendo diversos setores da saúde, assistência social e sociedade civil.
Tuberculose • Celas mal ventiladas, iluminação solar reduzida e dificuldade de acesso
aos serviços de saúde, são alguns fatores que contribuem para o
e População coeficiente elevado de tuberculose no sistema prisional. A circulação em

Privada de
massa de pessoas (profissionais de saúde e da justiça, familiares), as
transferências de uma prisão para outra e as altas taxas de

Liberdade reencarceramento, colocam também em situação de risco as


comunidades externas às prisões.
• A população privada de liberdade representa aproximadamente 0,3% da
população brasileira, e contribui com 10,5% dos casos novos de
tuberculose notificados no país: 7.559 casos novos em 2018. Também é
particularmente elevada a frequência de formas resistentes relacionadas
ao tratamento irregular e à detecção tardia nesse grupo populacional.
Plano Nacional pelo
Fim da Tuberculose

• O Brasil Livre da Tuberculose: Plano nacional pelo fim da tuberculose como


problema de saúde pública, baseado nas recomendações da Estratégia Fim
da Tuberculose da Organização Mundial de Saúde. Elaborado pelo Programa
Nacional de Controle da Tuberculose, com a participação de gestores
estaduais e municipais, academia e sociedade civil, foi submetido à consulta
pública e aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite.
• Com metas de redução do coeficiente de incidência para menos de 10
casos por 100 mil habitantes e de mortalidade para menos de 1 óbito por
100 mil habitantes até o ano de 2035, o Plano busca apoiar as três esferas
de governo na identificação de estratégias capazes de contribuir para essa
redução.
Referências bibliográficas
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e
parasitárias: guia de bolso. 8ª ed. P. 412, Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
• Porto CC, Porto AL. Vademecum de clínica médica. 3. edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil.
2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil.pdf. Acesso
em: 15 abr. 2018.
• Boletim Epidemiológico. Brasil: Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde, Implantação do Plano Nacional pelo Fim da
Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil: primeiros passos rumo ao alcance das metas. v. 49, n. 11, Mar. 2018.
• Clementino FS, Marcolino EC, Gomes LB, Guerreiro JV, Miranda FAN. Ações de controle da tuberculose: análise a partir do programa
de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica. Texto Contexto Enferm. 2016; 25(4):e4660015.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• AZULAY, R. D. Sumário sobre o tratamento da hanseníase. Atualização. Rio Dermatológico, 1999. 5 pp. 003
• BECHELLI, L. M., CURBAN, G. V. Infecções bacilares da pele. in: Compêndio de Dermatologia. 6. ed. São Paulo: Atheneu, 1988.
664 pp. 004
• ROTBERG, A., KEIL, H. Resultado da lepromina reação em paises não endêmicos da lepra (Nota prévia). Rev Brasil Leprol. n.
32, p. 2124, 1945.
• BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FNS. CNDS. Guia de Controle da Hanseníase. 2. ed. Brasília, 1994. 156 pp.

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