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ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE


SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
 
 
Nota Técnica nº: 5/2020 - SAIS- 03083
ASSUNTO:Necessidade do uso racional e adequado do medicamento Fosfato de
OSELTAMIVIR nas apresentações 30, 45 e 75mg
O medicamento Fosfato de OSELTAMIVIR nas apresentações 30, 45 e 75mg é um antiviral
inibidor da neuraminidase, disponibilizado pelo Ministério da Saúde por meio do Componente Estratégico da
Assistência Farmacêutica aos Estados e Distrito Federal, utilizado no tratamento do vírus influenza.
Estudos observacionais demonstram que o maior benefício clínico quando for iniciado até 48
horas do início dos sintomas, porém alguns estudos sugerem que o fosfato de OSELTAMIVIR pode ainda ser
benéfico para pacientes hospitalizados se iniciado de quatro a cinco dias após o início do quadro clínico.
Considerando a necessidade do uso racional e adequado do antiviral oseltamivir, visando a
otimização de seus benefícios e minimizando a possibilidade de resistência viral, é importante que os
profissionais estejam atentos para as seguintes indicações de uso:

Casos de Síndrome Gripal (SG) e com condições/fatores de risco para complicação, independente da
situação vacinal, mesmo em atendimento ambulatorial;

Casos de Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SRAG) independente do tempo que transcorreu o início dos
sintomas e independente da situação vacinal. Pacientes com SRAG e condições e fatores de risco para
complicação, o antiviral apresenta benefícios, mesmo se iniciado após 48 horas do início dos sintomas.

Condições e Fatores de riscos para complicações:

Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram
aborto ou perda fetal);

Adultos com ≥ 60 anos;

Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as
menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade);

População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso;

Indivíduos < 19 anos em uso prolongado de ácido acetilsalicílico (risco de síndrome de Reye);

Indivíduos com: pneumopatias (incluindo asma), todas as formas de tuberculose, cardiovasculopatias


(excluindo hipertensão arterial sistêmica), nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas (incluindo a
anemia falciforme), distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus), transtornos neurológicos e do
desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração,
imunossupressão, obesidade.
                                    

Dose para tratamento em recém-nascidos

1mg/Kg/dose 12/12 horas em prematuros;

1mg/Kg/dose 12/12 horas de 37 a < 38 semanas de idade gestacional;

1,5mg/Kg/dose 12/12 horas de 38 a 40 semanas de idade gestacional;

3mg/kg/dose de 12/12 horas em RN com idade gestacional > de 40 semanas

Observações:

Tratamento durante 5 dias;

Caso a criança não consiga deglutir a cápsula:

a. Pegue a(s) cápsula(s) e corte a ponta superior com uma tesoura (a tesoura deve ser lavada antes de usar);

b. Transfira todo o conteúdo da(s) cápsula(s) para uma colher;

c. Adicione ao pó da cápsula (na colher) uma pequena quantidade (1 colher de chá) de alimento adocicado
como leite condensado, calda de chocolate, açúcar mascavo ou refinado dissolvido em água, cobertura de
sobremesas, calda de frutas ou iogurte, a fim de mascarar o sabor amargo do medicamento. Misture bem;

d. Após misturar bem, administre todo o conteúdo da colher para o paciente.

Esta mistura deve ser administrada imediatamente após o seu preparo. Repita este procedimento para cada
dose que será administrada.
Na indisponibilidade das apresentações pediátricas e nos casos de crianças menores de 01 ano, utilizar a
cápsula de 75 mg para diluição, conforme:

a. Utilizar como dosador uma seringa de 10 ml;

b. Logo antes da administração oral, cortar a cápsula de 75 mg (tesoura limpa), colocar o pó da cápsula em
um recipiente limpo (xícara). Com a seringa acrescentar 7,5 ml de água fervida e fria ou filtrada, adoçar  e
misturar bem;

c. Aspirar com a seringa somente o volume adequado conforme a posologia descrita na prescrição médica
(ver tabela abaixo) e aplicar na boca. Desprezar o volume excessivo que ficou no recipiente. Repita este
procedimento para cada dose que será administrada.

Em ml (da Diluição de Intervalo de Doses e


Idade ou Peso da Criança Dose do Oseltamivir
75mg em 7,5 ml de água) Duração do Tratamento
Menor de 3 meses 12 mg 1,2 ml  12/12h, 05 dias
3 a 5 meses 20 mg 2,0 ml  12/12h, 05 dias
6 a 11 meses 25 mg 2,5 ml  12/12h, 05 dias
10 - 14 Kg 30 mg 3,0 ml  12/12h, 05 dias
15 - 23 Kg 45 mg 4,5 ml  12/12h, 05 dias
23 -40  kg 60 mg 6,0 ml  12/12h, 05 dias

Quimioprofilaxia

Os medicamentos antivirais apresentam de 70% a 90% da efetividade na prevenção da influenza e constituem


ferramenta da adjuvante da vacinação. A quimioprofilaxia indiscriminada NÃO é recomendável, pois pode
promover o aparecimento de resistência viral.

Indicações, vide link Protocolo de Tratamento Influenza, 2017:

https://www.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/19/protocolo-influenza-2017.pdf

Anexo: Locais de Dispensação do Medicamento Fosfato de OSELTAMIVIR, por Regionais de


Saúde/Municípios, Goiânia e Aparecida de Goiânia.

Devido a dinâmica da epidemia e a publicação de novos estudos, a Nota Informativa poderá ser atualizada sempre
que necessário.

 Maria Bernadete Souza Napoli


Gerente de Assistência Farmacêutica
                                                                                                                     
Sandro Rogério Rodrigues Batista
Superintendente de Atenção Integral à Saúde
 
 

Referências
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. Protocolo de tratamento de Influenza: 2017[recurso eletrônico] /Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. - Brasília: Ministério da Saúde,
2018. Link de acesso: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018//abril/19/protocolo-influenza-2017.pdf

2. Brasil. Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) - Protocolo de Manejo Clínico do
Coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária. Versão 7 - Brasília-DF. Abril de 2020. Link:
https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf2020/April/08/20200408-ProtocoloManejo-ver07.pdf

3. Bula Oseltamivir, disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp e


https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-infomration/tamiflu-epar-product-information_pt.pdf

SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE, em GOIANIA - GO, aos 22


dias do mês de abril de 2020.

Documento assinado eletronicamente por MARIA BERNADETE SOUZA NAPOLI, Gerente, em


22/04/2020, às 10:06, conforme art. 2º, § 2º, III, "b", da Lei 17.039/2010 e art. 3ºB, I, do Decreto nº
8.808/2016.

Documento assinado eletronicamente por SANDRO ROGERIO RODRIGUES BATISTA,


Superintendente, em 22/04/2020, às 10:17, conforme art. 2º, § 2º, III, "b", da Lei 17.039/2010 e art. 3ºB, I,
do Decreto nº 8.808/2016.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site http://sei.go.gov.br/sei/controlador_externo.php?


acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=1 informando o código verificador 000012623386
e o código CRC 91819392.

SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

  AVENIDA 136 S/N Qd.F44 Lt.. - Bairro SETOR SUL - CEP 74093-250 - GOIANIA - GO - ED. CESAR  
SEBBA - 8º ANDAR

Referência: Processo nº 202000010012292 SEI 000012623386

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