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LETRAS VERNÁCULAS
SHIRLEI ALMEIDA
Salvador
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.
INSTITUTO DE LETRAS.
Mais a frente, Márcia Abreu revela o ponto central da sua argumentação, ao frisar que
ler talvez não seja isso, e que essas formas e objetos de leitura não são os únicos e os mais
frequentes, e são tão recorrentes por serem práticas impregnadas de prestígio social. E esse
olhar preconceituoso e errôneo consequentemente apaga as outras manifestações de modos de
ler, difunde falsas ideias que se vive uma grande crise da leitura, de que as pessoas não
gostam de livros e tantos outros mitos acerca da leitura e os seus objetos. Ao que a autora
rebate veementemente ao mostrar dados da pesquisa que evidenciam a boa relação dos
brasileiros com a leitura e seus objetos (não apenas livros, mas jornais, revistas e etc.) E mais
ainda, a pesquisa traz à tona as verdadeiras vilãs: As desigualdades sociais e precariedade da
educação que ainda impera neste país. Assim, Abreu reitera acerca da importância de se
questionar as correntes concepções de leitura e propõe uma saída: a ampliação dos estudos do
livro e da leitura para além do modelo consagrado e estereotipado das práticas de leitura.
Torna-se imprescindível que se reveja esses discursos que pregam que as pessoas não
gostam de ler só porque talvez elas não estejam lendo um autor consagrado. Ou ainda porque
talvez não façam jus ao padrão de pessoa culta e rica a qual se associa a ideia do leitor ideal.
Portanto é de suma importância chamar a atenção para a existência dessas variadas maneiras
de ler e o quão elas vêm sendo colocadas de lado, por serem práticas de leituras de pessoas
igualmente desvalorizadas na atual sociedade.
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Grifo meu