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Instituto Superior de Ciências Educativas

Curso de Licenciatura em Turismo

Turismo de Bem-Estar e Saúde; Turismo de Eventos-


Festivais de Música

Bernardete Casaca

Rita Pelicano

2019/2020
Instituto Superior de Ciências Educativas

Curso de Licenciatura em Turismo

UC: Introdução ao Turismo

Turismo de Bem-Estar e Saúde; Turismo de Eventos-


Festivais de Música

Bernardete Casaca, 16105

Rita Pelicano, 16100

Orientação: Professor Doutor Nuno Abranja

2019/2020

2
Índice
Índice de Imagens ................................................................................................. 4

Introdução ............................................................................................................. 6

Definição de Turismo ........................................................................................... 7

Definição de Turismo de Eventos......................................................................... 7

Impactos gerados pelos eventos...................................................................... 10

Vantagens do turismo de eventos ............................................................... 10

Desvantagens do turismo de eventos .......................................................... 10

Definição de Festivais de Música ....................................................................... 11

Festivais de Música e o turismo- contexto português ......................................... 12

Promoção dos festivais em Portugal ............................................................... 12

Alojamento ..................................................................................................... 13

Restauração ..................................................................................................... 13

Transporte ....................................................................................................... 14

O Mercado turístico em Portugal ........................................................................ 15

Dados estatísticos relativos ao turismo de Festivais de Música ................. 19

Volume de vendas e Nº de consumidores relativos ao turismo de Festivais de


Música .................................................................................................................... 19

Motivações relacionadas ao turismo de Festivais de Música ..................... 20

Evolução relativos ao turismo de Festivais de Música ............................... 21

Gastos relativos ao turismo de Festivais de Música ................................... 21

Lucros relativos ao turismo de Festivais de Música ................................... 22

Principais destinos nacionais .............................................................................. 22

Perfil do consumidor........................................................................................... 23

Características globais e pessoais do turista: .............................................. 23

Características e padrões de comportamento por género musical .................. 26

Principais destinos concorrentes ......................................................................... 27

3
Pontos Fortes e Pontos Fracos ............................................................................ 27

Tendências .......................................................................................................... 28

Tendências para o Produto Turístico .............................................................. 28

Definição de Turismo de Saúde e Bem-Estar ..................................................... 29

Componentes do Produto .................................................................................... 31

Cultural ........................................................................................................... 31

Alojamento ..................................................................................................... 31

Transporte ....................................................................................................... 32

Restauração ..................................................................................................... 32

Mercado Turístico ............................................................................................... 32

Turismo de saúde e as suas motivações .......................................................... 32

Evolução do turismo de saúde e bem-estar (Região).......................................... 33

A nível internacional ....................................................................................... 33

A nível nacional (Portugal) ............................................................................. 34

Perfil do Consumidor .......................................................................................... 35

Portugal ............................................................................................................... 38

Destinos concorrentes ..................................................................................... 39

Pontos fortes e fracos do produto ....................................................................... 40

Tendências .......................................................................................................... 41

Tendências para o Produto Turístico .............................................................. 41

Recomendações e Conclusões ............................................................................ 43

Referências ......................................................................................................... 46

Índice de Imagens
Figura 1-Principais Resultados- performance de crescimento favorável. .......... 15
Figura 2-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos. .................................. 16
Figura 3- Evolução da Taxa de ocupação em Portugal em 5 anos. .................... 16

4
Figura 4-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos. Fonte: INE (dados
definitivos) ...................................................................................................................... 17
Figura 5- Evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros. Fonte: INE
(dados definitivos) .......................................................................................................... 17
Figura 6-Distribuição das viagens no destino Portugal por mês. Fonte: INE-
Instituto Nacional de Estatística ..................................................................................... 17
Figura 7-Distribuição das viagens no destino estrangeiro por mês. Fonte: INE-
Instituto Nacional de Estatística ..................................................................................... 17
Figura 8-Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA .......................................................................................................... 18
Figura 9-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e
motivo principal. Fonte: PORDATA.............................................................................. 18
Figura 10-Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA .......................................................................................................... 18
Figura 11-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e
motivo principal. Fonte: PORDATA.............................................................................. 19
Figura 12-Caraterísticas do turista tendo em conta o género de musical. Fonte:
André, Inês. A experiência do Consumidor em Festivais de Música de Nicho.2017 .... 26
Figura 13-Caraterísticas do turista tendo em conta o género musical. Fonte: André,
Inês. A experiência do Consumidor em Festivais de Música de Nicho.2017 ................ 26

5
Introdução
Para a unidade curricular de Introdução ao Turismo, foi pedido aos alunos
a elaboração de um trabalho sobre um tipo de turismo, foram-nos dados diversos campos
obrigacionais para desenvolver o trabalho.

Decidimos desenvolver o tema “Turismo de Bem-Estar e Saúde e o


Turismo de Eventos-Festivais de Música”, pois apesar de ser um tipo de turismo
apreciado por ambas, o turismo de saúde e bem-estar é um dos turismos mais antigo de
todo o mundo e o turismo de evento-festivais de música é um exemplo de um turismo que
se começou recentemente a desenvolver e a ganhar um enorme impacto a nível
económico.

Nos últimos 20 anos, um pouco por toda a Europa, tem-se apostado em políticas
culturais e artísticas que dinamizam e atribuem dinâmicas. Nessa procura pela criação de
uma valorização cultural com impacte internacional tem havido uma aposta em
infraestruturas e complexos culturais que possam organizar e acolher eventos e festivais
anuais (Aalst & Booharts, 2002).

Os eventos, estando presentes em grande parte dos planos de desenvolvimento e


de marketing dos destinos, são um importante impulsionador do turismo (Getz, 2008).
No entanto, apesar do importante papel que os eventos têm vindo a desempenhar, a
investigação sobre os eventos começou a desenvolver-se apenas em décadas recentes
(Getz, 2008), existindo, portanto, alguma inconsistência, por exemplo, a nível conceptual
na definição de evento.

O Turismo de Saúde e Bem-Estar, ainda se encontra como um tema “discreto”,


devido à pouca divulgação do mesmo e com a realização deste trabalho iremos dar a
conhecer este tema, falando sobre as suas componentes e que tipo de ofertas se puderá
encontrar, o turismo nacional e internacional que terá um grande impacto devido ao
crescimento que tem existido, o perfil do consumidor que tem preferência por este tipo
de turismo, os concorrentes de Portugal, que iremos verificar ainda são alguns país
concorrentes e os pontos forte e fracos deste tema.

6
Definição de Turismo
Definir turismo é uma missão um pouco ingrata, trata-se uma atividade
transversal, deste modo as definições acabam por se encontrar sempre incompletas.

A palavra turismo deriva da palavra tour, etimologicamente, do latim tornare e


do grego tornos, que significam “uma volta em círculo; “o movimento ao redor de um
ponto central” (Abranja, 2012).

A definição de Turismo mais comummente aceite é a ratificada pela OMT


(Organização Mundial do Turismo) que se refere ao turismo como "as atividades das
pessoas durante as suas viagens e estadias num local fora do seu local de residência, por
um período contínuo inferior a um ano em lazer, negócios ou outros fins” (Organização
Mundial do Turismo, 1993).

Definição de Turismo de Eventos


Na nossa sociedade atual, o turismo de eventos destaca-se como uma tendência
promissora que gera movimento económico, político e social para o lugar onde se insere.
“O turismo de eventos tornou-se um sector bastante competitivo, em parte devido ao
carácter apelativo generalizado dos eventos e à capacidade de cada lugar para realizar
eventos. Estes são bastante apreciados pelo turismo e pelos organismos públicos por
motivos de ordem estratégica” (Getz, 2007).

Getz (1997) define turismo de eventos como: o planeamento sistemático,


desenvolvido e marketing de eventos e festivais como atrações turísticas, catalisadores
para o crescimento económico e de infraestruturas, criação de imagem e animação de
atrações e áreas de destino; um segmento de mercado constituído pelas pessoas que
viajam para frequentar eventos ou que podem motivar-se a participar em eventos
enquanto estão longe de casa.

O turismo de eventos são fenómenos temporais, que têm um início e fim, são
planeados, organizados e coordenados com horários detalhados de forma a contemplar
maior número de pessoas no mesmo espaço físico e temporal (Getz, 2007; Carneiro &
Fontes, 1997, p. 67). Planear eventos é um fenómeno que ocorre em determinado espaço
e tempo, e cada um é simplesmente único, devido às interações entre ambiente, pessoas
e aos sistemas de organização, incluindo os elementos de design e programa.
7
A programação de eventos desempenha funções importantes que vão desde a
“atração de turistas, à animação de atrações fixas, à dinamização de outras atividades até
a elementos de suporte à criação de uma imagem do destino turístico” (Ribeiro et all,

2005, p.63).

Na opinião de Getz (2008), o turismo de eventos tem duas perspetivas:

- Comportamento dos consumidores, define-se pelo fenómeno das viagens relacionadas


com eventos, ou seja, os motivos que levam o consumidor a participar nesses eventos e
as caraterísticas e efeitos das viagens desse consumidor;

- Organizações turísticas e outras agências que produzem ou promovem eventos como


atrações e, ainda os criadores de imagem para comunidades e destinos que também
contribuem para a promoção do lugar.

Concluímos que turismo de eventos é a fidelização de consumidores na


deslocação motivada pelo acontecimento de um evento que se realiza num destino e
consequentemente desfrutem de serviços e acabem por descobrir outras atrações turísticas
locais.

O turismo de eventos tem como uma das suas metas, a criação de uma imagem
favorável para um destino e a captação de visitantes internacionais e nacionais. Como os
eventos promovem a atividade turística e geram desenvolvimento, cada vez mais
organizações de marketing e comunidades estejam mais envolvidas no planeamento,
organização e promoção de eventos como atrações turísticas.

Os eventos têm uma relação muito próxima entre a identidade e o local por
interagirem de forma natural com a comunidade e acabam por se tornar intrinsecamente
ligados a estas (Getz, 2008). O apoio e o envolvimento dos Municípios são cada vez mais
percetíveis, o sucesso de um festival pode significar a própria identidade da cidade
(Gibson & Davidson, 2004).

Muitas das vezes é a localidade onde o evento ocorre a ditar o seu conteúdo,
objetivos e sucesso e quanto mais a sua génese estiver na comunidade menos conflitos
são provocados pela relação evento/ local. No entanto, uma vez que os eventos são uma
construção e uma apropriação do espaço por um determinado momento é natural que a
importância do local de realização perca relevância. O local poderá potenciar o evento,

8
mas não é imperativo para o sucesso do mesmo e construção de uma ideia de local é na
verdade muito mais importante que o local em si (Getz, 2008).

Os municípios tornam-se parceiros para a realização de eventos e de festivais,


existe a perceção de que estes acontecimentos potenciam ações de promoção local, que
potencializam as procuras turísticas (durante e após-evento), aumento do emprego e
trazem benefícios económicos para a localidade (Allen, O’Toole, MacDonnell, & Harris,
2002).

É possível afirmar que os eventos são, considerados instrumentos de promoção


turística e são criados especificamente com esse fim. O aumento de eventos,
particularmente festivais justifica-se pelos benefícios económicos que este tipo de evento
concebe às comunidades onde ocorrem e pela contribuição para a construção de uma
imagem positiva através de criação de emprego e aumentar o aparecimento e confiança
de investidores (Getz, 1993).

A organização de um evento numa determinada localidade incentiva e promove o


seu turismo, desta forma o turista cria uma imagem e um perfil de localização que
posiciona o evento no mercado turístico apresentando uma vantagem de marketing
competitiva (Hall, 1989).

Os turistas procuram vivenciar ao máximo a localidade que visitam, escolhendo


atividades que os residentes desenvolvem, querendo experimentar ao máximo as
caraterísticas únicas do destino (Allen, O’Toole, MacDonnell, & Harris, 2002). Desta
forma conjugam a ida a um festival, desfrutando do destino em termos de gastronomia,
história ou arqueologia.

Numa outra perspetiva, segundo Getz (2008) os eventos podem ser divididos por
categorias que são distintas entre si no propósito e programa, desde celebrações culturais,
a eventos políticos e de estado, artes e entretenimento, eventos de negócios e comércio,
educativos e científicos, competições desportivas, eventos recreativos e eventos privados.

Os festivais surgem no contexto das celebrações culturais e das artes e


entretenimento. Os festivais proporcionam um forte impulso económico nas zonas
envolventes onde decorrem e desenvolvem também a arte, a cultura, o turismo e o
entretenimento.

9
Impactos gerados pelos eventos
Atualmente o turismo tradicional “sol e praia”, esta a cair aos poucos em desuso,
porque o mercado é cada vez mais exigente e heterogéneo em relação a cultura, ambiente
e na descoberta de novos lugares. Hoje em dia os turistas procuram experiências
autênticas em oposição às tradicionais férias em resorts com tudo incluído.

Vantagens do turismo de eventos


Os eventos são vistos como capazes de atrair visitantes, aumentar a sua despesa
média e estada média. A exposição da região anfitriã do evento aos media contribui para
a sua promoção como destino turístico, contribuindo, potencialmente, para motivar
primeiras visitas ou visitas repetidas (Allen et al, 2002).

A diminuição da sazonalidade, uma das principais preocupações na indústria do


turismo, é outro dos impactos potencialmente gerados pelos eventos. De acordo Getz
(1993), amantes de música, fãs do desporto e outros viajantes com interesses específicos,
poderão participar em eventos, em qualquer época do ano para satisfazer os seus
interesses. Apesar deste mercado-alvo poder ser menores, são geralmente mais leais.

A realização dos mesmos proporciona novidade, jovialidade, alterações e


renovação aos destinos, aumentando a probabilidade de retorno e de fomentação de uma
nova rotina para os seus habitantes, nomeadamente os comerciantes. Os eventos
melhoram as condições de vida de uma comunidade através da renovação urbana e da
criação de novas infraestruturas (Getz, 1997).

Desvantagens do turismo de eventos


A organização de eventos consequentemente traz desvantagens a nível social os
impactes negativos podem passar pela alienação da comunidade e a sua manipulação,
imagem negativa do local, más condutas e mau comportamento, abuso de drogas e outras
substâncias, deslocalização social e a perda de comodidade (Getz, 1997). Os impactos
devem ser antecipados para evitar o abuso de drogas e comportamentos de conduta
criminosa.

Atualmente, em Portugal, o IGAC (Inspeção Geral das Atividades Culturais)


controla a segurança de recintos de espetáculos de natureza artística1, existindo legislação
específica relativamente a segurança e gestão de riscos.

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Para além da questão da segurança, as multidões, o ruído, a iniquidade na
distribuição dos custos e benefícios e os custos de inflação nos preços dos serviços e dos
bens pode perturbar de forma bastante profunda a comunidade (Getz, 1997) interferindo
com o conforto e a comodidade a que estão acostumados.

Os impactes negativos a nível ambiental, estão relacionados com a destruição e


degradação de espaços públicos. Os impactes negativos serão menores caso o evento
decorra em espaços fechados por ser um recinto mais controlado, o que não acontece em
espaços públicos que não estão de forma natural preparados para receber eventos. Aqui
os esforços deverão ser concentrados para controle de multidões, parqueamento, acessos
e também o controlo de níveis de ruído (Hall, 1989)

Definição de Festivais de Música


Os festivais de música são programas de atividades, entretenimento ou eventos de
carácter festivo, concentram-se num espaço de tempo curto que pode ser de horas ou dias,
num local delimitado e têm uma intensa programação musical. Podem ser eventos pagos,
mas também gratuitos. Também os festivais detêm particularidades que os distinguem
entre si, especialmente no que toca à sua proporção, tipo de público que cada um pretende
captar e na forma como o festival é executado e desenvolvido.

Atualmente existem uma multiplicidade de festivais, que se destacam entre si pelo


seu alcance, propósito, âmbito, formato e carácter muito diverso e com conceitos únicos
e diferenciadores que atraem públicos distintos. Na verdade, o poder de atração de um
festival está na procura pela satisfação de uma ou várias necessidades básicas da vida:
emocionais, socioculturais e intelectuais (Maslow, 1943).

Segundo Getz (1997), os festivais de música permitem uma experiência social, de


lazer ou cultural que sai fora do normal e das experiências habituais do dia-a-dia. Na
opinião de Stone (2009) muitos festivais são autênticos parques de diversões para adultos,
onde se podem divertir sem inibições.

As tipologias de festivais de música são diversas: existem os mais genéricos, sem


um estilo de música predominante e aliciando diversos públicos, ou podem ser eventos
com um estilo musical relevante e com uma programação ajuizada. Tendo em conta que

11
o pico dos festivais são na época do Verão, podemo-nos deparar com festivais de música
ao longo do ano, mas em contextos diferentes.

Festivais de Música e o turismo- contexto português


Portugal tem características intrínsecas que valorizam o país como marca e
apresentam um potencial gigante para turismo cultural. Portugal ostenta uma história
extensa, património rico, gastronomia única e uma nova geração de criadores, para além
do potencial económico e de investimento registado nos últimos anos.

Nos últimos anos em Portugal, seguindo a tendência europeia, são as próprias


comunidades, através dos seus municípios que apostam e promovem eventos com o
objetivo de fomentar o turismo e o consequente impacto económico. Para além disso, e
nos últimos três anos, o Turismo de Portugal, tendo em conta os seus objetivos de
promoção de festivais e eventos nos mercados externos, iniciou um projeto denominado
Portuguese Music Festivals, que fornece um apoio financeiro. (Bramão, 2017).

Apenas nos últimos anos é que o governo se tem preocupado com a promoção
deste tipo de eventos, festivais de música. No Plano Estratégico Nacional do Turismo
(2013) é abordada a importância do turismo para a economia, e é destacado o seu papel
no desenvolvimento social, económico e ambiental a nível regional e nacional. No
entanto, os festivais de música e a sua relevância não são incluídos no plano estratégico,
nem é apontado como circuito cultural. No documento Estratégia Turismo 2027 (2017)
já é abordada a importância dos eventos artístico-culturais, destacando-os como um dos
dez ativos estratégicos do turismo nacional: “pessoas; clima e luz; história e cultura; mar;
natureza; água; gastronomia e vinhos; eventos artístico-culturais, desportivos e de
negócios; bem-estar; living – viver em Portugal.” (Turismo de Portugal, 2017).

Promoção dos festivais em Portugal


O Turismo de Portugal possui ainda especial atenção aos festivais e eventos
culturais, tendo destacado um dos seus cinco eixos estratégicos para esta área na
Estratégia Turismo 2027, projetar Portugal, aumentando a notoriedade de Portugal nos
mercados internacionais enquanto destino para visitar, investir, viver, estudar, e de
grandes eventos e posicionar o turismo interno como fator de competitividade e de
alavanca da economia nacional (Turismo de Portugal, 2017).

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A promoção dos festivais portugueses para os mercados estrangeiros é feita
através de ferramentas de marketing e promoção como publicidade, websites, campanhas
de relações públicas e o uso das redes sociais, pela proximidade que estas têm com grande
parte do público-alvo. A comunicação, além da língua portuguesa é associada também a
países onde se quer ter visibilidade, escolhendo-se Reino Unido, Alemanha, Espanha ou
França como locais preferenciais, não só pela sua proximidade a Portugal, mas, também,
por terem uma sociedade jovem adaptada e habituada ao contexto de festivais.

Vários são os festivais portugueses que se promovem através do local onde


ocorrem ganhando o seu expoente máximo como é o caso do Nos Alive, que apesar de
ocorrer em Oeiras, promove também a cidade de Lisboa (através dos seus pontos
turísticos), conseguindo ter ambos os municípios a se promover nos dias do festival -
apesar de não ocorrer em Lisboa, precisa desta comunicação para fortificar toda a marca
do festival e atrair e reter mais facilmente público internacional e patrocínios. Os serviços
de bilhética são realizados através das plataformas dos próprios mercados estratégicos no
sentido de aumentar o impacte de comunicação; aumentar o potencial de vendas; número
de pontos de venda físicos; alcance maior de público e consecutivamente o aumento de
notoriedade, inclusive, também, através da força da marca da empresa-parceira.

Alojamento
O turismo baseado em festivais pode gerar benefícios económicos significativos,
graças a utilização das infraestruturas turísticas existentes como é o caso de unidades
hoteleiras e de restauração. No caso de festivais que se prolongam por dois ou mais dias,
pelo que, é importante perceber quem são os participantes dos festivais, onde ficam
alojados e qual é a percentagem das despesas atribuída à categoria “alojamento”.

No entanto é importante ter em atenção o tipo de festival, se falarmos no “Rock


in Rio Lisboa” os participantes iram se alojar em estabelecimentos hoteleiros, trata-se de
um público um pouco mais velho e os bilhetes acabam por ser mais caros, no entanto se
referirmos o “MEO Sudoeste” os participantes maioritariamente usam o campismo como
alojamento. Este tipo de festival é direcionado para um público mais jovem.

Restauração
Contrariamente ao alojamento, a restauração é um produto indispensável, todos
os participantes usufruem e realizam gastos nos festivais de música. Nos festivais de

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música existe uma parte do recinto apenas dedicada a alimentação onde é possível os
participantes usufruírem, normalmente o espaço está divido por bancas. Algumas destas
bancas são ocupadas por locais do próprio destino, desta forma a comunidade fica a
beneficiar com os lucros das vendas realizadas, outras de patrocinadores e outras fazem
parte da organização do festival,

Além da alimentação existe também o consumo de bebidas, normalmente


alcoólicas. Nos festivais de música não é permitida normalmente a entrada de bebidas e
comida, desta forma os participantes são obrigados a comprar dentro do festival,
aumentando a receita dos festivais de música.

Transporte
O transporte acaba por ser um produto semelhante ao alojamento, difere muito do
tipo de participante se o mesmo é ou não residente. Os transportes na minha opinião
acabam por ser um produto que não traz muito lucro a região.

De acordo com a OMT (1995), a categoria de despesa “transportes” deve incluir


todas as despesas efetuadas durante a viagem:

- Deslocações de ida para o local de residência do visitante;

- Deslocações efetuadas no destino;

- Todas as Deslocações efetuadas a partir do destino (ex: excursões).

O mesmo organismo considera que as despesas realizadas na categoria


“transportes” devem englobar:

- Despesas em meios de transporte público (ex: avião, barco, comboio, automóvel e táxi);

- Combustível e outras despesas resultantes da utilização de transporte privado;

- Reparação ou compra de componentes para veículos;

- Aluguer de automóvel;

- Despesas de estacionamento, taxas de aeroporto e similares.

14
O Mercado turístico em Portugal
Segundo dados do Turismo de Portugal em 2018, as atividades ligadas ao turismo
empregaram 328.5 mil indivíduos. A população empregada nos setores do alojamento e
da restauração e similares representam 6.7% do total da economia.

No ano de 2018, os residentes nacionais efetuaram 22,1 milhões de deslocações


turísticas, a que correspondeu um aumento de 4,2%, em linha de conta com o acréscimo
de 5,0% registado em 2017;

Figura 1-Principais Resultados- performance de crescimento favorável.


Fonte: INE (dados definitivos)
Em relação aos hóspedes:
Cresceram a um ritmo superior ao das dormidas. As principais regiões de destino
são Área Metropolitana de Lisboa (quota de 29,9%), Norte (20,9%) e Algarve (18,7%).

Em 2018 foram ultrapassados os 25 milhões de hóspedes em Portugal, houve um


aumento superior a 5.4% e 1.3 milhões em relação a 2017. Em 2018 houve um
crescimento relativo de 6.3%, ou seja mais de 577 mil, registado nos hóspedes nacionais,
com recuperação face a quota dos estrangeiros pela primeira vez desde 2014, registaram-
se 4.9% ou sejam mais de 719 mil hospedes.

15
Figura 2-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos.
Fonte: INE (dados definitivos)

Em relação a Taxa de Ocupação:


Os estrangeiros foram responsáveis por 73.3% da ocupação.

Figura 3- Evolução da Taxa de ocupação em Portugal em 5 anos.


Fonte: INE (dados definitivos)

Em relação as dormidas:
Registaram crescimento superior nas dormidas de nacionais. As principais regiões
de destino são Algarve (quota de 30,2%), Área Metropolitana de Lisboa (quota de 25,9%)
e norte (14,5%). Em 2018 foi alcançadas 67.7 milhões de dormidas, registou-se um
aumento de 3.5%, ou seja, mais de 2.3 milhões de dormidas, face a 2017.

Crescimento em relação as dormidas nacionais de mais de 75, ou seja, mais de 1.3


milhões de dormidas, os estrangeiros registaram um aumento de 2.1%, ou seja, 1 milhão
e concentram 7.6% da procura global. Através de dados do turismo de Portugal março foi
o mês de maior crescimento (14.2%), 73,4% do crescimento ocorreu fora da época alta e
a houve um crescimento mensal nos meses fora da época alta (8,9% vs 8,2%).

A europa foi responsável por 81.2% das dormidas turísticas de estrangeiros em


Portugal.

16
Figura 4-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos.
Fonte: INE (dados definitivos)

Os hotéis destacam-se na preferência dos turistas, no entanto a procura pelo


alojamento local têm vindo a aumentar.

Figura 5- Evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros.


Fonte: INE (dados definitivos)

Em relação a sazonalidade:
Infelizmente a sazonalidade é algo que continua a existir, como é possível observar
nas imagens a baixo, os meses mais visitados são os meses de Julho e Agosto (férias
escolares de verão) e Dezembro (férias escolares do Natal).

Figura 6-Distribuição das viagens no destino Portugal Figura 7-Distribuição das viagens no destino
por mês. estrangeiro por mês.
Fonte: INE-Instituto Nacional de Estatística Fonte: INE-Instituto Nacional de Estatística

17
Em relação ao motivo:

Figura 8-Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.


Fonte: PORDATA

Figura 9-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA

Figura 10-Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.


Fonte: PORDATA
Figura 11-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA

Dados estatísticos relativos ao turismo de Festivais de Música


Segundo dados da APORFEST – Associação Portuguesa de Festivais de Música,
no ano de 2013 ocorreram em Portugal 109 festivais de música, em 2014 ocorreram ao
todo 146, em 2015 foram 210 e, finalmente em 2016, atingiu-se um recorde de 249
festivais de música concretizados. Desta forma, é quase visível a olho nu que o aumento
do número de festivais de música em Portugal tem vindo a aumentar de ano para ano e
esse aumento é acompanhado de igual forma por uma amplificação do número de
espetadores que, por exemplo, era de 1,8 milhões em 2015 e passou para 2,1 milhões em
2016.

Em 2017, foram realizados 272 festivais de música em Portugal, segundo o estudo


realizado anualmente pela Aporfest - Associação Portuguesa de Festivais de Música
(Bramão, 2017). O número de festivais de música tem vindo a crescer nos últimos anos e
de 2016 para 2017 houve um incremento de 9,1% (Bramão, 2017). No total passaram por
estes, mais de 2,5 milhões de pessoas, num estudo que indica também o aumento do poder
de compra de quem os frequenta e na percentagem de estrangeiros e nacionalidades
presentes, destacando-se aqui dois tipos de festivais: a) os que têm um maior impacte
comercial e naming sponsor, como o Rock in Rio Lisboa, Nos Alive, Super Bock Super
Rock, Vodafone Paredes de Coura, Meo Sudoeste ou Meo Marés Vivas; b) os que são
potenciados por municípios, O Sol Da Caparica, FMM Sines ou Festival Med (Aporfest,
2017).

Volume de vendas e Nº de consumidores relativos ao turismo de


Festivais de Música
São agora 272 festivais que foram analisados pela APORFEST - Associação
Portuguesa Festivais de Música. Em termos de espectadores, e segundo dados fornecidos
19
pelas organizações ou estimados perante lotação de recinto, excedeu-se o número do ano
anterior (1,8 milhão de espectadores), cifrando-se em 2,1 milhões de espectadores,
correspondente a mais de 1/5 da população residente em Portugal.

Uma região de destino-Turismo de Festivais- recebe 2 tipos de participantes:

- Participantes residente: participantes provenientes da região em que se realiza o festival;

- Participantes visitantes: participantes provenientes de outra região do país ou de outros


países.

É possível concluir que um participante residente irá sempre ter uma despesa
menor que um participante visitante, como por exemplo não terá despesas relativamente
ao alojamento.

De acordo com a OMT (1995), a despesa total efetuada por um visitante


corresponde ao consumo por si efetuado ou por sua conta, para e durante a sua viagem e
permanência no local de destino.

Figura 12- Volume de vendas nos principais festivais, tendo em conta os dias
Fonte: APORFEST

Motivações relacionadas ao turismo de Festivais de Música


Os participantes deslocam-se aos locais com a motivação de participar no evento,
em consequência utilizam serviços turísticos como: o alojamento, os restaurantes e o
transporte, acabam por visitar atrações turísticas do local, que podem levar a extensão da

20
estadia (Dias, 2012, p. 28). Desta forma o participante passa a ser um turista que visita
uma cidade e que mais tarde irá partilhar a sua experiência com a sua família e amigos.

Um festivaleiro procura um festival para melhorar o seu sentimento de bem-estar,


de ligação com os outros que considera seus pares, procura melhorar o seu conforto e de
forma muito crua, ser feliz (Bramão, 2017). Procura, também, a sua própria
autorrealização através do conhecimento e da aprendizagem que realizará durante a sua
experiência no festival, seja a nível do programa cultural que lhe é apresentado como a
interligação pessoal e emotiva com as outras pessoas.

Evolução relativos ao turismo de Festivais de Música


Nos últimos anos em Portugal, seguindo a tendência europeia, são as próprias
comunidades, através dos seus municípios que apostam e promovem eventos com o
objetivo de fomentar o turismo e o consequente impacto económico. Para além disso, e
nos últimos três anos, o Turismo de Portugal, tendo em conta os seus objetivos de
promoção de festivais e eventos nos mercados externos, iniciou um projeto denominado
Portuguese Music Festivals, que fornece um apoio financeiro(Bramão, 2017).

Apenas nos últimos anos é que o governo se tem preocupado com a promoção
deste tipo de eventos, festivais de música. No Plano Estratégico Nacional do Turismo
(2013) é abordada a importância do turismo para a economia, e é destacado o seu papel
no desenvolvimento social, económico e ambiental a nível regional e nacional. No
entanto, os festivais de música e a sua relevância não são incluídos no plano estratégico,
nem é apontado como circuito cultural. No documento Estratégia Turismo 2027 (2017)
já é abordada a importância dos eventos artístico-culturais, destacando-os como um dos
dez ativos estratégicos do turismo nacional: “pessoas; clima e luz; história e cultura; mar;
natureza; água; gastronomia e vinhos; eventos artístico-culturais, desportivos e de
negócios; bem-estar; living – viver em Portugal.” (Turismo de Portugal, 2017).

Gastos relativos ao turismo de Festivais de Música


Os gastos estão relacionados principalmente com os artistas que contratam para
atuar, o espaço escolhido para a realização do festival, seguros, licenças, segurança,
contratação de pessoal qualificado para trabalhar na organização e planeamento do
festival, assim como na execução, montagem de palcos, empregados de balção e
animações.

21
Lucros relativos ao turismo de Festivais de Música
Com a realização de um festival existe sempre inúmeras marcas que se propõem
em participar de forma investidora, investindo dinheiro ou recursos. Os festivais ganham
lucro com esses investidores, com o valor dos bilhetes, as receitas das bancas que sejam
da organização do festival, muitas as vezes são da comunidade local ou de patrocinadores.

Principais destinos nacionais


Portugal apesar de ser relativamente pequeno tem uma enorme diversidade de
festivais de música, onde a qualidade e a quantidade é abundante.

Na Madeira o festival que é realizado é o Summer Opening.

Na ilha dos Açores os festivais realizados são: Tremor; Maré de Agosto; Monte
Verde Festival; e Santa Maria Blues.

No Norte os festivais realizados são: MEO Marés Vivas; Vodafone Paredes de


Coura;-ZigurFest;Wine & Music Valley; Vagos Metal Fest;UNITE Tomorrowland
Portugal; SonicBlast Moledo; SUTI Festival; Sons de Vez; Sound Waves; Rock
Nordeste; Rodellus; Neopop Festival; North Music Festival; NOS Primavera Sound;
Amplifest; Mirandela Music Fest; Életrico Festival; Basqueiral;Carviçais Rock; Croka’s
Rock; Dancefloor; EDP Vilar de Mouros; Elétrico Festival; Festival N2; Festival para
Gente Sentada; Festival Sons no Parque; Douro Rock; Ecos do Lima; Folk Celta;
Matosinhos; Gerês Rock’Fest; Hard Metal Fest Mangualde; e Laurus Nobilis Music;

No Centro os festivais de música organizados são: Bons Sons; Woodrock Festival;


Sumol Summer Fest; Rock na Vila; e RFM Somnii.

Na área grande de Lisboa os festivais realizados são: Bardoada e Ajcoi; Voa-


Heavy Rock Festival; Musa Cascais; Moita Metal Fest; Super Bock em Stock; Super
Bock Super Rock; EDP Colljazz; Festa do Avante; ID Festival; NOS Alive; Nova Batida;
O Sol da Caparica; Iminente; Jameson Urban Routes; Lisb-On; Santa Casa Alfama;

No Alentejo os festivais realizados são: Festival do Crato; Festival Forte; FMM


Sines; MEO Sudoeste; e MUPA.

22
Os festivais que são organizados no Algarve são: Festival F; Beat Fest; Festival
Med; e The Bpm Festival.

Tendo em conta que ao longo de Portugal inteiro é realizado vários festivais de


música é possível concluir que a região com mais festivais de música é o Norte, com uma
vasta diversidade de géneros de músicas diferentes. No entanto os festivais de música
com maior afluência de participantes é o Rock in Rio e o Nos Alive.

Perfil do consumidor
Os participantes dos eventos são outro elemento amplamente referido. Mossberg
(2000) considera que os participantes são um dos componentes essenciais do evento. Getz
(1997) refere os participantes como um dos factores que contribuem para a unicidade do
evento. Jago e Shaw (1998) apontam os consumidores dos eventos como aqueles que
desfrutam da oportunidade social e de lazer proporcionada pelos eventos.

É fulcral que neste tipo de eventos seja uma pesquisa prévia sobre quem é a
audiência que circula e participa ativamente no festival, pois só com essas informações é
que podem chegar devidamente às pessoas, para traçar devidamente estratégias de
comunicação eficazes.

Características globais e pessoais do turista:


A música e os artistas que são contratados afirmam muito sobre o tipo de público,
pretende-se um público mais velho ou mais novo. Contudo os festivais com apenas um
estilo musical de eleição é comum e mais fácil conseguir um leque maior de idades.

Assim, baseando-nos num estudo realizado pela APORFEST – Associação


Portuguesa de Festivais de Música – designado “Perfil do Festivaleiro Português e
Ambiente Social nos Festivais de música em Portugal”, são descritas várias características
sobre os festivais portugueses e o seu público.

Através deste estudo é possível afirmar:

-69% dos festivaleiros eram mulheres;

-27% tinham idade compreendida entre os 21 e os 24 anos;

-48% estão empregados e 41% são estudantes;

23
-69% dos festivaleiros compram o bilhete geral;

-Os géneros mais procurados foram o Rock (25%), o Alternativo (23%) e o Indie (18%);
Eletrónica (9%); Jazz (6%); Metal (3%); Outro (2%);

-36% gasta em média num festival, entre 10-20€;

Atualmente, a maioria dos consumidores presentes nos festivais de música tem


idades compreendidas entre os 16 e os 24 anos, cresceram já habituados à presença de
patrocínios ou da publicidade em meios como a internet, as plataformas de música por
streaming ou as redes sociais. Neste sentido, para além dos festivais reunirem condições
para proliferar oportunidades de mercado, também os seus participantes se foram
mostrando cada vez mais familiarizados e abertos a estes novos moldes e tendências.

Os festivais de música pop e rock captam sobretudo as camadas mais jovens e os


jovens adultos, embora consigam atrair outras faixas etárias. São, na sua maioria,
indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 44 anos, em situação laboral e de
classe média.

Normalmente o turismo de festivais existe em maior abundância no verão, quando


as temperaturas estão mais altas, os dias são mais compridos e existe uma maior
predisposição para as pessoas quererem sair de casa. É no verão que os jovens estão de
férias e muitas pessoas também ou tiram férias ou as empresas fecham.

A duração da viagem pode variar com a compra do bilhete, se o participante


comprar o passe que normalmente é a compra do bilhete para vários dias é comum que o
participante caso não seja residente permaneça no destino 1 dia antes e 1 dia depois do
festival. Caso o participante compre apenas o bilhete diário o mesmo acaba por
permanecer apenas 1 dia no destino, a não ser que o mesmo tenha interesse em conhecer
a região e acabe por ficar 1 dia para poder conhecer o local do festival.

O objetivo principal deste tipo de turismo é a participação num festival de música,


normalmente pelo sentimento de afinidade por uma banda em específica ou então por se
identificarem com o festival ou como o género musical.

Através do estudo da APORFEST é possível afirmar que 70% dos participantes


vai aos festivais com amigos, 43% utiliza o campismo do festival como forma de
alojamento e 60% aproveita o festival para fazer outras atividades, como passeios

24
turísticos e culturais. O que os festivaleiros valorizam mais na escolha de um festival é o
cartaz (75%) e o preço dos bilhetes (50%). 21% indica que é a localização e 20% o
envolvimento do festival com a localidade onde se insere.Os festivais nacionais de
preferência são: o NOS Alive (19%), o Super Bock Super Rock (15%), Vodafone Paredes
de Coura (13%), Rock in Rio (12%) e NOS Primavera Sound (10%);

A razão mais relevante para participação num festival é o cartaz (69%), seguido
do caráter único (20%) e as experiências anteriores (8%) (APORFEST, 2016).

Os ambientes que se formam dentro dos festivais de música são influenciados


pelas suas dimensões estruturais, organizacionais e populacionais. Tantos estes como
outras competentes intervenientes que decidem e influenciam o sucesso ou não das
experiências que os festivais oferecem e que os próprios consumidores procuram.

As razões que levam os indivíduos a querer participar num festival de música


advêm da vontade do mesmo de suprimir algumas necessidades, tais como:

-Necessidade de novas experiências;

-Necessidade de interação social;

-Necessidade e desejo de fazer algo diferente;

-Necessidade de excitação, prazer, novas emoções.

-Sentimento emocional por algum cantor ou banda.

No entanto estas são as razões mais gerais, se olharmos para cada festival como
um caso separado, percebemos que para além destas motivações existem outras mais
particulares.

Normalmente os festivais de música são sempre feitos nos mesmo locais, desta
forma é possível afirmar que o participante não escolhe o local de férias, mas sim escolhe
qual o festival que pretende desfrutar.

25
Características e padrões de comportamento por género
musical

Figura 13-Caraterísticas do turista tendo em conta o género de musical.


Fonte: André, I. A experiência do Consumidor em Festivais de Música de Nicho.2017

Figura 14-Caraterísticas do turista tendo em conta o género musical.


Fonte: André, I. A experiência do Consumidor em Festivais de Música de Nicho.2017

26
Principais destinos concorrentes
Tendo em conta o objeto de estudo que é o turismo relativo aos Festivais de
Música, realizei uma pesquisa relativamente aos festivais de música mais importantes
realizados fora de Portugal.

É possível concluir que os Estados Unidos da América é o destino principal como


concorrente de Portugal, tendo em conta o número de festivais realizados e a sua
relevância no mundo inteiro. Os festivais mais conhecidos realizados nos Estado Unidos
da América são: The Governors Ball Music Festival; SXSW: South by Southwest; Hot
97 Summer Jam; Pitchfork Music Festival; Austin City Limits Music Festival; EDC:
Electric Daisy Carnival-Las Vegas; UMF: Ultra Music Festival; New Orleans Jazz &
Heritage Festival e Coachella Music & Arts Festival.

No entanto na minha opinião os principais destinos concorrentes a Portugal são


principalmente os países da Europa graças a sua fácil circulação, inexistência de
passaporte e poucas horas de viagens.

Na Europa os países concorrentes é a Holanda, Reino Unido, Espanha e Bélgica. Na


Holanda os festivais mais conhecidos são: ADE: Amesterda Dance Event; Defqon.1
Weekend Festival; Mysteryland; Best Kept Secret; Awakenings Festival; DGTL
Amsterdam e Lowlands. No Reino Unido são: Download Festival; Creamfields;
Glastonbury; Boomtown e Reading Festival/ Leeds Festival. Em Espanha são: Primavera
Sound; Mad Cool Festival e UVA Festival. Na Bélgica são: Tomorrowland; Dour; Rock
Werchter e Meakusuma.

Pontos Fortes e Pontos Fracos


Forças Fraquezas
Fenómeno associado ao verão,
Diversidade de géneros de música maioritariamente realizados nesta altura
do ano.
Aumento do crescimento
Preço dos bilhetes
económico
Faz publicidade ao país ou região Impactos negativos no ambiente
Desenvolvimento do mercado Congestionamento e utilização das
local infraestruturas
Pouco investimento na promoção no
Forte elemento atrativo turístico
exterior, atrair turistas estrangeiros

27
Aumento da criminalidade e de consumo
Aumento de investidores
de drogas
Aumento da despesa média e
Alienação da comunidade
estadia dos festivaleiros

Tendências
Prevemos que o Produto Turísticos apresentado possa ser uma tendência para o
futuro e que haja público interessado em conhecer melhor certas regiões, estando com
pessoas que realmente conhecem bem essas regiões.

Nos últimos anos, a tendência dos festivais de música e dos seus promotores é a
de criar novas formas de motivar o seu pública e conseguir diferenciar-se da concorrência
que aumenta todos os anos. Com a evolução dar apenas música nos festivais de música
não é sinónimo de sucesso, é essencial criar pontos de atração e diferenciação.

Tendências para o Produto Turístico


- Experiência VR/AR: a tecnologia de realidade aumentada, ou realidade virtual
tem sido aproveitada noutros meios, nomeadamente nos festivais de música. Um exemplo
em Portugal foi no Festival Imaginarius, onde uns óculos de realidade virtual
transportaram o público para o mundo do circo contemporâneo e das acrobacias aéreas.

- Glamping: é direcionado para o público que não gosta de acampar e dormir num
saco-cama, trata-se da vertente mais glamorosa do campismo, parecenças com um hotel
ao ar livre. Trata-se de uma espécie de enda de origem índia, em Portugal festivais como
o Vodafone Paredes de Coura ou o Musa Cascais apresentam esta possibilidade. Os
preços são mais elevados que os praticados com o típico campismo, mas para muitos a
experiência diferenciadora acaba por compensar.

- Sustentabilidade: o lixo produzido é prejudicial para o ambiente e os festivais


começam a praticar mudanças de comportamento como exemplo: são os copos
reutilizáveis/biodegradáveis, desaparecimento de palhinhas nos bares e zonas de
restauração e a introdução de material comestível ou biodegradável em substituição do
material descartável. Outro comportamento é a produção de energia verde através de
células fotovoltaicas (alimentadas a energia solar), compactadores de papel ou
disponibilização de água potável (de forma eficiente com sensor, de modo a mitigar
perdas e desperdício), o Festival Med é um exemplo desta produção a qual ganhou um

28
prémio no ano passado e o Boom Festival que é um exemplo deste tipo de comportamento
desde a sua primeira edição, em 1997.

No futuro os festivais tornar-se-ão menos dependentes de rede elétrica e com isso


menos poluidores do ambiente e serão claros educadores de bons comportamentos nesta
área em virtude de necessidade de novas estratégicas de combate ao desgaste do planeta
Terra e das alterações climáticas. A sustentabilidade de um festival não esta apenas
relacionado no cariz ambiental, ecológico, mas também na parte financeira e se estas se
juntarem teremos qualidade no futuro garantida.

-Cashless: tecnologia associada a pagamentos sem dinheiro ou cartões, existe


cada vez mais um incentivo à sua integração total nos festivais de forma a evitar
constrangimentos a nível de pagamentos mal realizados, informação difusa ou
provocação de filas por pagamentos recusados. Exemplos em Portugal são: Bons Sons,
SWR Barroselas Metal Fest, Monte Verde Festival e Lisb-On.

-Bilhética direta: os festivais de maior dimensão apostam em plataformas de


bilhética própria ou centralizam em si essa compra, em vez de utilizarem plataformas
parceiras, de forma a aumentar a venda por impulso e a obtenção de informação eeprfil
dos seus consumidores. Em Portugal os festivais que usam este método são o Boom
Festival e o Rfm Somnii.

2ª Parte do Trabalho

Definição de Turismo de Saúde e Bem-Estar


O turismo de saúde é uma das atividades mais antigas conhecidas na história da
humanidade. Sempre foi frequente um pouco por todo o mundo as deslocações em busca
tanto de atividades de manutenção da saúde, como de prevenção e cura de determinadas
doenças. Contudo, nem sempre foi assim, já que no passado estas atividades
desenvolveram-se mais no sentido da busca da cura e não tanto de prevenção.
Durante as duas últimas décadas a procura por serviços de saúde e bem-estar tem
tornado este tipo de turismo, num dos mais promissores subsetores do turismo.
Atualmente existe um maior desejo de viajar com o propósito de melhorar a saúde e bem-
estar pessoal (Pechlaner & Fischer, 2006).

29
Para o escritor Adalto Felix de Godoi, trata-se de deslocamentos regionais e
internacionais de pacientes em busca de tratamentos médicos, hospitalares ou
espiritualistas que objetivam a melhoria da saúde ou busca do seu bem-estar.
Atualmente, o turismo de saúde está focado principalmente nas atividades
médicas e hospitalares, não deixando de estar envolvido também com o cuidado com o
corpo e a mente, sendo isto turismo de bem-estar, mas que nem sempre está ligado ao
ambiente hospitalar ou depende necessariamente de algum médico.
O turismo de saúde é pensado e desenvolvido para, simultaneamente, aproveitar
a viagem, a promoção de experiências diferentes e estimulantes, mas também aproveitar
as deslocações para realizar tratamentos, promovendo sempre a melhoria da saúde e
qualidade de vida, contribuindo, desta forma, para a durabilidade saudável.
O turismo de saúde de bem-estar está a assistir a uma nova fase de
rejuvenescimento e desenvolvimento de uma nova oferta de produtos e serviços, tanto a
nível nacional, como no panorama internacional. Trata-se mesmo de um dos produtos
estratégicos do turismo português (Turismo de Portugal, 2013). No Plano Estratégico
Nacional do Turismo (PENT) é referido que o turismo de saúde e bem-estar tem vindo a
registar um crescimento anual considerável na Europa, entre os 7% a 8% desde 2000,
valores estes que até 2020 irão crescer (Turismo de Portugal, 2013).
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1947) define a saúde como um estado
completo de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou
enfermidade e depende de um equilíbrio e harmonia numa base diária entre todas estas
necessidades: físicas, mentais e sociais, as quais se juntam as necessidades emocionais e
espirituais do indivíduo. A dimensão deste estado pode ser atingida através de diversos
hábitos de vida saudáveis, entre os quais se podem destacar, o exercício físico, uma
cuidada alimentação, autoestima, contactos sociais, bem como, o lazer e a realização de
férias.
Segundo estudos arqueológicos realizados, o turismo de saúde remonta ao terceiro
milénio antes de Cristo. Na antiga Mesopotâmia era frequente viajar para o templo de
Tell Bark, atual Síria, com o objetivo de se conseguir a cura para problemas
oftalmológicos.
Posteriormente, durante os impérios Grego e Romano, os SPAs e centros de culto
em redor da bacia do mediterrâneo eram procurados para fins terapêuticos. De salientar
sobretudo o santuário dedicado ao Deus Asclépio, considerado o primeiro centro de saúde

30
em todo o mundo, no qual os peregrinos chegavam a pernoitar diversas noites aguardando
um sonho que permitisse uma revelação de diagnóstico ou cura.
Já nos séculos XVI e XVII alguns centros termais, como Bath (Reino Unido) e St.
Moritz (Suíça), eram os principais destinos turísticos da classe alta europeia com o intuito
de encontrar cura para os seus problemas de saúde. Acreditava-se nas qualidades
terapêuticas das águas termais para curar problemas de reumatismo, sífilis, gonorreia,
paralisia e, até mesmo, cegueira. Atualmente, o turismo de saúde é um conceito vasto e
engloba duas subcategorias: turismo médico e turismo de bem-estar.
O turismo médico resulta da opção de viajar para um outro país para usufruir de
serviços de saúde, nomeadamente: realizar um diagnóstico, uma cirurgia ou efetuar um
tratamento.
Por outro lado, o turismo de bem-estar combina uma ampla variedade de conceitos
médicos, científicos, de carácter preventivo e assume com frequência uma visão holística,
toda esta abrangência dificulta uma definição única e unificadora de toda a indústria.

Componentes do Produto

Cultural
Em termos de Turismo de Saúde e Bem-Estar, esta prática oferece culturalmente
bastantes componentes, como por exemplo, se um turista viajar para Portugal e não for
esta a sua área de residência, enquanto faz o Turismo de Saúde e Bem-Estar poderá
conhecer um pouco do país/cidade onde se encontra a fazer o seu tratamento. E com isto,
poderemos verificar que o turista pagou para se deslocar a outro local para fazer um
tratamento de saúde ou bem-estar, e com isso conseguirá tirar usufruto daquilo que o país
tem para oferecer culturalmente, e fazer uma pequena visita antes do seu regresso.

Alojamento
Muitas vezes os turistas, quando se deslocam a um país para algum tipo de
tratamento, como as Termas ou Spas têm preferência em ficar no hotel onde estes mesmos
tratamentos são efetuados para não perder muito tempo em deslocações. E no caso ser um
tratamento médico, os turistas preferem hotéis um pouco mais dispendiosos como 4 e 5
estrelas, porque conseguiram usufruir de uma estadia calma e serena.

31
Transporte
Muitos dos tratamentos feitos são nos centros das cidades, mas os turistas têm
preferência por fazer o aluguer de um carro para a circulação entre os hotéis e os locais
de tratamento sejam feita em pouco tempo. Mas quando os turistas adquirem este tipo de
produtos o transporte muitas vezes já vem incluído no pacote, porque um produto onde
já tem um valor um pouco elevado o transporte é uma “oferta”.

Restauração
Os turistas quando adquirem este tipo de pacotes, têm a preferência de pacotes
com tudo incluído, no caso de tratamento médicos, os turistas têm a preferência da
alimentação no hotel onde está hospedado. No caso do turista que vêm fazer tratamentos
termais ou de spa, como vêm fazê-lo para relaxar poderão querer adquirir um pacote com
tudo incluído ou tentam tirar o melhor partido da cidade onde se encontram e conhecer
os costumes gastronómicos.

Mercado Turístico

Turismo de saúde e as suas motivações


O turismo de saúde tem diversos objetivos e motivações, no entanto, podemos
resumi-los da seguinte forma:
• Promoção de saúde – é uma simbiose de educação em saúde e de prevenção, ou
seja, envolve a educação para a manutenção de comportamentos assertivos e a
prevenção de maus hábitos que conduzem a estilos de vida saudável.
• Manutenção da saúde – prende-se com práticas que proporcionem o lazer, o
bem-estar físico e mental, a diminuição dos níveis de stress, educação de hábitos
e estilos para uma boa qualidade de vida.
• Prevenção da doença – conjunto de tratamentos que visam a promoção e a
manutenção de uma vida saudável e equilibrada (saúde preventiva).
• Cura da doença – envolve tratamentos realizados com acompanhamento de
profissionais (médicos, etc), realizados em locais próprios e que têm como
objetivo a cura ou a redução dos efeitos causados por diferentes patologias.

32
Evolução do turismo de saúde e bem-estar (Região)

A nível internacional
A água foi, desde os princípios da história, sempre associada à área da medicina,
à magia e à religião. Com os avanços da química, os médicos passaram a prestar mais
atenção às suas componentes e surgem, por consequência, as qualidades curativas da água
(Crebbin-Bailey, 2005). Estas qualidades curativas da água foram, dentro dos registos
existentes da história, uma constante procura por parte dos povos no desejo de saúde e
bem-estar.

Muitas antigas civilizações vieram a acreditar nas indicações terapêuticas das


águas minerais e dos banhos, tendo esse reconhecimento surgido primeiro por volta de
1700 AC. Os Imperadores Chineses tomavam banho em águas minerais com vista à cura
de doenças como a dermatose e a malária. Os Persas usavam o vapor e os banhos de lama
e, o Mar Morto, onde se diz que Cleópatra terá tomado banho, era uma fonte terapêutica,
por volta de 200 AC. As massagens já são praticadas na Tailândia desde 100 AC (Connell,
2011).

As termas e suas nascentes têm vindo a melhorar as suas funções turísticas, numa
combinação de lazer, relaxamento e de recuperação, associadas a atividades
gastronómicas e passeios, em vez de algum benefício médico específico. Existem
diversos tipos de aproveitamento das nascentes naturais, inclusivamente, algumas não são
mais do que piscinas termais.

O engarrafamento das águas minerais, como aconteceu nas localidades de Evian


e de Pedras Salgadas, têm-se tornado numa enorme indústria global centrada na crença
da pureza da água mineral e das suas qualidades terapêuticas. Por mais de 2000 anos as
termas têm servido como uma espécie de protótipo para o turismo de saúde, onde a
melhoria de saúde é orientada para o contacto como a água, internamente e externamente,
em ambientes naturais, e em alguns casos, com o benefício adicional do aconselhamento
e do encaminhamento (Connell, 2011).

Mais recentemente, têm-se vindo a assistir a uma readaptação ou mesmo criação


de unidades de saúde e bem-estar, combinando estas duas ofertas num só local. Serviços
de saúde especializados, bem como, serviços de bem-estar, são agora oferecidos a um

33
nível sem precedentes por entre uma variedade de atividades, tanto ativas como passivas,
em resorts e espaços termais, em forma de pacotes de viagem especializados (M. Smith
& Kelly, 2006). O próprio conceito de turismo de saúde e bem-estar está em constante
evolução, sendo materializado num alargado portefólio de novos espaços, conceitos e
serviços onde as motivações do lazer e da saúde holísticas se harmonizam, que se refletem
também no seu branding, no seu papel e nos seus rituais. O conceito de spa moderno é a
combinação única entre as tradições e a tecnologia de ponta (Haden, 2007)

As práticas de saúde e bem-estar ganham cada vez mais adeptos, devido às novas
formas de vivência e de necessidade de fazer face aos desafios que o mundo atual coloca
à sociedade. Messerli e Oyama (2004) referem que no século XXI, as viagens com
motivação pelo bem-estar se têm tornado num fenómeno global. Muitos destinos
produzem agora brochuras especializadas na sua oferta de saúde e bem-estar, em resposta
ao aumento da procura, com os destinos termais tradicionais a reinventarem-se através da
construção, requalificação ou reabilitação de estruturas de spa modernas ou já existentes.

A aposta centra-se agora numa congregação da qualidade e da excelência,


explorando a singularidade e a notoriedade, combinando diversos fatores como a
promoção e o marketing, inovadoras práticas médicas, equipamentos de referência, o
empreendedorismo na gestão, bem como, ofertas complementares como o alojamento e
a restauração, o desporto, a animação e a segurança, promovendo o crescimento
económico dos outros sectores, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento
local, suportado pelos princípios da sustentabilidade territorial.

A nível nacional (Portugal)


A evolução do turismo de saúde e bem-estar em Portugal está intimamente
associada à dimensão internacional. No entanto, interessa analisar, no caso particular
português, as razões históricas que levaram a uma modificação do conceito e das práticas,
ao longo dos séculos, reconhecendo claramente que estamos perante um fenómeno
dinâmico, que parece querer evoluir, de acordo com as alterações no contexto
socioeconómico e cultural da sociedade portuguesa e europeia (Ramos, 2005).

Em Portugal, existe uma forte ligação entre o turismo de saúde e bem-estar e as


estâncias termais, desde a sua origem, assumindo-se estas últimas, como as máximas
representantes deste segmento. Diversos autores (Quintela, 2004; Ramos, 2005;

34
Fernandes & Fernandes, 2008; Medeiros & Cavaco, 2008; Alpoim, 2010) têm estudado
a evolução do turismo de saúde e bem-estar em Portugal, mais especificamente do
termalismo.

Portugal apresenta uma natureza hidrográfica caracterizada por uma rede de águas
com numerosas propriedades e ricamente mineralizadas, como são os casos das fontes
minerais, rios e albufeiras. As explorações destes espaços têm vindo a acontecer ao longo
dos tempos nas vertentes saúde e do lazer.

O Turismo de Portugal (2006) refere que a visão moderna do turismo de saúde e


bem-estar tem seguido um novo caminho englobando as seguintes tendências:

• Conceito associado a Centros de Relaxamento e Bem-Estar;


• Segmento de procura mais jovem, instruído e com rendimentos médios
superiores;
• Infraestrutura hoteleira de categoria superior integrando salas de reuniões;
• Destinos de férias e/ou incentivos de média ou curta duração.
• Programas e tratamentos destinados a um estilo de vida saudável:
massagens, sauna, yoga, banhos de imersão, lamas terapêuticas,
tratamentos de corpo e mente.

O turismo de saúde e bem-estar passou a ser um produto estratégico de


desenvolvimento do turismo português devido à sua potencialidade, evolução e afirmação
nos últimos tempos.

Perfil do Consumidor
A oferta turística a nível de saúde prende-se com compreender o propósito pessoal
de saúde e cuidados médicos (health and medical care). Esta categoria inclui, por
exemplo, serviços hospitalares, clínicas, lares de convalescença e, de um modo mais
geral, instituições sociais e de saúde, talassoterapia, resorts de spa e de saúde e outros
locais especializados para receber tratamentos médicos sob orientação clínica. Esta
categoria inclui apenas tratamentos de curta duração porque os tratamentos de longa
duração que requerem estadias de um ano ou mais não fazem parte do turismo (OMT e
UNSTAT, 2010).

35
Costa (2005) considera que existe uma forte tendência incentivada pela OMT, no
sentido de que o turismo passe a ser perspetivado pelo lado da oferta. Estes progressos
têm como finalidade fazer com que seja conhecido qual o valor e peso reais do turismo
em termos de atividade económica. Apesar da importância reconhecida ao turismo pelos
diversos governos mundiais, aquilo a que se assiste é que será mais no plano teórico, uma
vez que este setor continua a ser considerado secundário quando comparado com outros
setores de desenvolvimento económico.
Segundo este autor, isto é justificado pela fraca posição ministerial do turismo,
bem como os orçamentos atribuídos às organizações do setor, bastante inferiores
relativamente a outros.
Nos últimos anos têm surgido diversas definições do lado da oferta, no entanto,
não tem havido consenso relativamente ao facto de o turismo ser uma atividade
económica devidamente balizada, gerando assim, definições mais abrangentes e menos
abrangentes da oferta. Autores como Murphy (1985), Smith (1988), Leiper (1990), Bull
(1996), Cravidão e Cunha (1996), Buhalis (2000), Cooper (2005), Costa (2005), Buhalis
e Costa (2006), Carneiro (2007), Moreira (2013) e Santos (2014) concordam o facto de
se considerar o turismo como uma atividade económica. No entanto, Jefferson e Lickorish
(1988), Gunn (1994) e Lumsdon (2000) estão relutantes em aceitar esse facto. Referem
que as componentes de oferta do turismo não são apenas da sua exclusividade, podendo
servir simultaneamente residentes e visitantes. Esta questão faz sentido, no entanto, não
invalida a aposta numa abordagem na vertente da oferta.
Em 2005 foi realizado um estudo, THR (Asesores en Turismo Hotelería y
Recreación, S.A.) para o Turismo de Portugal, onde foram entrevistados peritos e
operadores turísticos europeus e definido o perfil e os hábitos de consumo dos turistas de
saúde e bem-estar. No quadro abaixo poderemos verificar alguns dos pontos importantes
retirados deste estudo realizado em 2005:

36
37
Fonte: European Travel Monitor-2004, IPK; análise THR.

Portugal
O turismo de saúde faz parte de uma lista dos produtos de turismo mais
comercializados em Portugal, sendo os restantes os seguintes:
• Sol e Mar
• Turismo de Natureza
• Turismo Náutico
• Resorts Integrados e Turismo Residencial
• Turismo de Negócios
• Golfe
• Gastronomia e Vinhos

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• Touring Cultural e Paisagístico
• City Breaks
A evolução do turismo de saúde e bem-estar em Portugal está intimamente
associada à dimensão internacional. No entanto, interessa analisar, no caso particular
português, as razões históricas que levaram a uma modificação do conceito e das práticas,
ao longo dos séculos, reconhecendo claramente que estamos perante um fenómeno
dinâmico, que parece querer evoluir, de acordo com as alterações no contexto
socioeconómico e cultural da sociedade portuguesa e europeia (Ramos, 2005).
Apesar da procura do turismo de saúde e bem-estar continuar a ter um caráter
sazonal, faz com que o horário de funcionamento dos estabelecimentos seja reduzido,
visto não existir procura nos restantes meses do ano, Portugal só conseguirá ter uma maior
procura nas alturas de verão para a prática de turismo de saúde e bem-estar.

Destinos concorrentes
Espanha e França são os principais concorrentes de Portugal, pois competem por
terem uma oferta semelhante, por atrair a mesma procura e terem uma localização
geográfica similar.
Nos restantes países iremos verificar uma também alguma procura, visto serem
destinos vendidos para esta prática turística e por serem bastante conhecidos e bons
naquilo que têm a oferecer em termos de saúde e bem-estar. Os motivos que levam à
procura médica noutros países, são por serem países com uma vasta população, com um
maior rendimento e por um lado, uma elevada percentagem da população nestes países
não está coberta por qualquer seguro de saúde e onde os gastos médicos assumem valores
elevados. Finalmente, existe uma elevada expectativa das respetivas populações
relativamente aos serviços de saúde. Tal perspetiva incrementa a procura no exterior de
instituições que promovam maiores níveis de qualidade e um leque mais vastos de
soluções/serviços.

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Pontos fortes e fracos do produto
O diagnóstico estratégico apresentado sob a forma de modelo SWOT compreende
uma matriz onde são referidos os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças,
segundo uma vertente interna e externa, cuja leitura integrada permite evidenciar as
vantagens competitivas, as potencialidades mas também as fragilidades e
vulnerabilidades, constituindo-se como base da construção de um conjunto de objetivos
e medidas adequados a cada realidade.

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Tendências
O turismo de saúde e bem-estar está em crescimento acelerado, o que tem
provocado alterações na sua oferta, derivada de novas necessidades, interesses e
exigências dos seus clientes. São os clientes, cada vez mais exigentes e seletivos, que
orientam as novas tendências para o setor.

O interesse atual passa mais pelo holístico (corpo-mente-espírito) e pela saúde


preventiva do que pela vertente curativa, daí o bem-estar representar uma maior procura.
De qualquer forma, o turismo médico e a vertente curativa têm tido também um
desenvolvimento muito interessante, representando hoje um segmento importante ao
nível do turismo mundial. O turismo de saúde e de bem-estar está a tornar-se cada vez
mais competitivo a nível mundial, evidenciando-se uma clara necessidade de desenvolver
novos produtos e serviços, cada vez mais únicos, criativos e exclusivos capazes de atrair
visitantes e aumentar a notoriedade dos locais.

Tendências para o Produto Turístico


Em termos de evolução futura, Smith & Puczkó (2009) apontam também
tendências específicas, tendo em conta a cada vez maior importância dada aos elementos
de saúde e bem-estar, tais como:

• Weelpitals – uma integração dos serviços médicos com espaços de lazer, bem-
estar e spas no mesmo espaço físico, podem ser sob a forma de unidades de
spas melhoradas, modificação e adaptação de hospitais (ou criação de espaços
em hospitais) ou cruzeiros temáticos;
• SpaLiving Environments – criação de ambientes, estruturas e espaços
adaptados para as pessoas poderem usufruir de ambientes relaxantes e
tranquilos e aceder a serviços de spa, de meditação e de bem-estar, quer na
proximidade da sua residência (ambientes urbanos ou rurais) quer em
comunidades afastadas;
• Eco-Fit Resorts – espaços (hotéis, spas, etc.) que oferecem a possibilidade de
descanso e relaxamento das componentes físicas e mentais das pessoas através
de atividades e orientações baseadas nos princípios da natureza e eco
ambientais, pode incluir atividades ativas ou simplesmente caminhadas e

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exercícios ligeiros, desporto de aventura, assim como planos nutricionais que
utilizem os produtos e as tradições da região;
• Dreamscapes – criação de experiências únicas, fantásticas e futuristas
utilizando novos conceitos do bem-estar e a introdução de tecnologias
avançadas, arquiteturas arrojadas ou paisagens e lugares únicos e marcantes,
visa apostar nos segmentos de mercado mais elevados e de luxo;
• MySpa – visa a customização e o acompanhamento dos utilizadores durante e
depois dos tratamentos e serviços de bem-estar através da adequação da oferta
às necessidades individuais de cada utilizador aproveitando os
desenvolvimentos tecnológicos que possibilitam o acesso a um maior nível de
informação bem como o seu tratamento e análise em tempo real e propor
recomendações personalizadas;
• Hol-Life Retreats – desenvolvimento de centros de repousos, de bem-estar
e/ou spas para as pessoas conseguirem quebrar as rotinas e fugir ao stress,
concentrando-se nas suas necessidades específicas, as atividades incluem
cursos e workshops sobre como manter o equilíbrio nas suas vidas, interação
social, bem-estar emocional, necessidades espirituais e saúde;
• WellWorking – o bem-estar ocupacional será umas das áreas com maior
crescimento potencial, na medida em que empresários e trabalhadores irão
considerar a necessidade de equilibrar o tempo de trabalho e o bem-estar cada
vez mais necessário, de facto as grandes empresas já desenvolvem ações e
estimulam a participação em ações que promovam o bem-estar dos seus
trabalhadores compreendendo que assim serão mais criativos, produtivos e
fieis à empresa;
• BudgetSpas – normalmente os spas atuais são considerados caros, em que
apesar de existir uma procura latente elevada, ela não consegue suportar os
custos dos bilhetes de entrada ou dos tratamentos, deste modo é crível que
possam aparecer projetos e estruturas da oferta que prestem esses serviços a
baixo custo democratizando o acesso aos spas e centros de tratamento.

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Recomendações e Conclusões
A realização deste trabalho baseou-se na unicidade da temática, “Turismo de
Saúde e Bem-estar e o Turismo de Evento-Festivais de Música”, o Turismo tem tido um
grande crescimento em Portugal nos últimos anos e nessa centralização o Turismo tendo
em conta a saúde e o bem-estar, assim como os festivais de música tornaram-se os
indicadores deste estudo.

O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de identificar eficazmente


todos os fatores críticos de sucesso que compõem o produto turístico Turismo de Evento,
mais especificamente os Festivais de Música e o Turismo de Saúde e Bem-estar.

Nos últimos anos, têm sido adotadas políticas culturais e artísticas que dinamizam
o turismo cultural, como a criação de infraestruturas e complexos culturais, e rapidamente
passou a ser uma forma de sustentabilidade económica.

Começando por analisar o Turismo de Eventos-Festivais de Música é possível


afirmar que atualmente, o Turismo de Eventos, são um dos que apresentam maiores taxas
de crescimento, impulsionados pela realização de eventos musicais, em especial
concertos e festivais de música. Na realidade, foram vários os festivais que aumentaram
as suas edições em número de dias ou conseguiram extenuar alguns dias e tipologias de
bilhete (como os passes), apesar da situação económica dos últimos anos.

Os eventos surgem como parte relevante do fluxo de turismo, e, mesmo que sejam
de carácter esporádico, conseguem ter um impacto a vários níveis: sociocultural,
económico, ambiental e político.

Em Portugal, só nos últimos anos se começou a olhar para os festivais de música


como um produto, além de cultural, turístico, nomeadamente através da presença como
eixo fulcral em planos estratégicos de turismo do Governo.

Na nossa opinião o estado ou ciclo de vida do produto turístico de Turismo de


Eventos- Festivais de Música encontra-se em desenvolvimento. Posto isto, é nesta fase
que se regista um maior número quer do ponto de vista da procura quer do lado da oferta,
onde o número de turistas aumenta acentuadamente com uma redução associada do
respetivo poder de compra. Nos períodos altos da procura, o número de visitantes
ultrapassa a população residente. A oferta cresce relativamente diversificada, alterando,

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muitas vezes, as caraterísticas do destino, em que o controlo dos produtos turísticos passa,
progressivamente, da iniciativa local para os agentes externos. O turismo vem substituir
o seu carácter familiar por uma abertura de mercado aos operadores turísticos, que se
tornam indispensáveis na mobilização dos turistas, tornando os destinos mais acessíveis.
É visível, nesta fase, o aumento do número de investidores internacionais que, muitas
vezes, assumem o domínio da oferta devido à maior dimensão e sofisticação que possuem.

As ações que se deveriam desenvolver para potenciar o turismo de festivais de


música seria o Governo ajudar de forma investidora, desta forma as organizações tinham
oportunidade de investir no recinto, nas atividades á parte dos concertos e apostar em
ações inovadores e sustentáveis.

Seria importante os festivais realizarem ações relacionadas com o ambiente, para


tornarem os festivais de música ambientes mais limpos, porque durante e após os mesmos
ficam com muito lixo e degradados. Acaba por ser prejudicial para a comunidade local e
os participantes não gostam deste tipo de ambiente apesar de ser responsabilidade dos
mesmos.

Proporcionar uma maior segurança, porque nesta altura existe um aumento de


turistas e consequentemente a criminalidade aumenta, e condições de saúde porque existe
sempre excessos que muitas vezes terminam mal ou confusões entre os participantes e
acabam por necessitar de apoio médico.

Na nossa opinião para captar mais turistas seria importante apostar mais nos
turistas estrangeiros, normalmente as organizações têm dificuldade em reservar uma parte
do orçamento para a promoção no exterior.

Realizar mais estudos e análises para as organizações conhecerem melhor o


público-alvo e desta forma poder oferecer uma melhor procura e oferta turística.

Sendo os consumidores integrantes da geração Millennial, que cumprem todos os


requisitos que a descrevem, nomeadamente o facto de serem cada vez mais resistentes e
exigentes relativamente ao marketing e de procurarem constantemente formas diferentes
de viver as suas vidas e de experienciar algo novo e memorável. Ao longo do nosso
trabalho fomos verificando esta afirmação, na medida de que observámos que o público
valoriza extremamente a sua experiência nos mesmos. Desta forma pretende-se criar
momento autênticos, únicos e diferentes e uma relação emotiva com o festival para que

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sinta vontade de voltar através das recordações. Uma ação interessante seria a existência
de rede sem fios por todo o recinto, desta forma o público poderia estar sempre conectado
as redes sociais.

Uma forma de promover o produto no âmbito da fidelização dos participantes,


seria proporcionar aos mesmo regalias diferentes e únicas aos festivaleiros que já
frequentassem o festival em específico durante alguns anos. Desta forma os mesmos
sentiam-se com regalias tendo em contas os outros e continuavam motivados para
participar mesmo que por vezes o cartaz não fosse o mais apelativo tendo em contas os
seus gostos musicais.

Em relação ao trabalho realizado, o mesmo foi acompanhado por algumas


limitações que ao mesmo tempo estimulam a realização futura de novos estudos.

Limitações estas que passam pelo facto de existir pouca informação relevante
referente ao tema, sobretudo no que toca à concorrência de destinos estrangeiros num
geral e em Portugal. Não obstante a estas limitações, a revisão bibliografia foi
complementada com artigos da atualidade de forma a apresentar contextos atuais e
obteve-se uma amostra representativa.

Relativamente ao tema Turismo de Saúde e Bem-Estar, é algo que teve uma


grande evolução e como sabemos é um dos Turismos mais antigos, em que antigamente
saúde e bem-estar tratava-se somente de uso de termas e com o passar dos anos
começaram a existir mais temas relacionados, como tratamentos médicos, pequenas e
grandes cirurgias, Spas, entre outros. A evolução histórica do turismo de saúde e bem-
estar assistiu a constantes alternâncias de importância e prosperidade. Hoje, vive-se um
novo período de rejuvenescimento do setor associado a novos investimentos e uma
diversificação da oferta adaptada às novas tendências da procura e do estilo de vida atual.
A procura evoluiu muito, tornando-se cada vez mais exigente e necessitada de novas
experiências.

Este tema ainda se encontra um pouco “apagado”, sabemos que existem empresas
que fazem a venda destes serviços, mas a nosso ver deveria de existir um pouco mais de
publicidade em termos deste tema. Com isso, iria existir muito mais tratamentos fora da
residência do turista, porque o facto de este tema não ser falado, muitas pessoas
encontram-se em lista de espera em alguns tipos de tratamentos (graves e menos graves)

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pela falta de informação e divulgação por parte destas empresas. A nossa ver como
existem agências de viagens a promover o laser, também deveriam promover o bem-estar
e a saúde das pessoas, devia de existir mais publicidade, mais protocolos, mais parcerias
porque com isto o produto conseguiria chegar aos “ouvidos” de todas as pessoas.

O Turismos de Saúde e Bem-Estar é um tema muito específico, que por um lado


tem o objetivo de fidelizar os clientes pela parte do Bem-Estar, porque todos os dias
existem tratamentos termais, que poderão ser feitos e em que o cliente depois de
experimentar poderá querer voltar a repetir todos os anos. Mas em termos da saúde, este
tipo de turismo pretende “vender” só uma vez, porque quando as pessoas recorrem a este
tipo de tratamentos fora da sua residência é porque tem conhecimento que em alguns
países é menos dispendioso e mais eficaz e por isso pretende adquirir este serviço para
aquela situação específica.

O trabalho tornou-se difícil de realizar, pelo facto de este tema ser um dos temas
mais antigos, mas que não é muito pormenorizado, não existindo muita informação em
relação a este tema. Os estudos efetuados são mais focados no termalismo e como
sabemos o Turismo de Saúdo e Bem-Estar é para além do termalismo, existindo inúmeras
opções que de momento ainda são pouco mencionadas.

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