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Bernardete Casaca
Rita Pelicano
2019/2020
Instituto Superior de Ciências Educativas
2019/2020
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Índice
Índice de Imagens ................................................................................................. 4
Introdução ............................................................................................................. 6
Alojamento ..................................................................................................... 13
Restauração ..................................................................................................... 13
Transporte ....................................................................................................... 14
Perfil do consumidor........................................................................................... 23
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Pontos Fortes e Pontos Fracos ............................................................................ 27
Tendências .......................................................................................................... 28
Cultural ........................................................................................................... 31
Alojamento ..................................................................................................... 31
Transporte ....................................................................................................... 32
Restauração ..................................................................................................... 32
Portugal ............................................................................................................... 38
Tendências .......................................................................................................... 41
Referências ......................................................................................................... 46
Índice de Imagens
Figura 1-Principais Resultados- performance de crescimento favorável. .......... 15
Figura 2-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos. .................................. 16
Figura 3- Evolução da Taxa de ocupação em Portugal em 5 anos. .................... 16
4
Figura 4-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos. Fonte: INE (dados
definitivos) ...................................................................................................................... 17
Figura 5- Evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros. Fonte: INE
(dados definitivos) .......................................................................................................... 17
Figura 6-Distribuição das viagens no destino Portugal por mês. Fonte: INE-
Instituto Nacional de Estatística ..................................................................................... 17
Figura 7-Distribuição das viagens no destino estrangeiro por mês. Fonte: INE-
Instituto Nacional de Estatística ..................................................................................... 17
Figura 8-Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA .......................................................................................................... 18
Figura 9-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e
motivo principal. Fonte: PORDATA.............................................................................. 18
Figura 10-Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA .......................................................................................................... 18
Figura 11-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e
motivo principal. Fonte: PORDATA.............................................................................. 19
Figura 12-Caraterísticas do turista tendo em conta o género de musical. Fonte:
André, Inês. A experiência do Consumidor em Festivais de Música de Nicho.2017 .... 26
Figura 13-Caraterísticas do turista tendo em conta o género musical. Fonte: André,
Inês. A experiência do Consumidor em Festivais de Música de Nicho.2017 ................ 26
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Introdução
Para a unidade curricular de Introdução ao Turismo, foi pedido aos alunos
a elaboração de um trabalho sobre um tipo de turismo, foram-nos dados diversos campos
obrigacionais para desenvolver o trabalho.
Nos últimos 20 anos, um pouco por toda a Europa, tem-se apostado em políticas
culturais e artísticas que dinamizam e atribuem dinâmicas. Nessa procura pela criação de
uma valorização cultural com impacte internacional tem havido uma aposta em
infraestruturas e complexos culturais que possam organizar e acolher eventos e festivais
anuais (Aalst & Booharts, 2002).
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Definição de Turismo
Definir turismo é uma missão um pouco ingrata, trata-se uma atividade
transversal, deste modo as definições acabam por se encontrar sempre incompletas.
O turismo de eventos são fenómenos temporais, que têm um início e fim, são
planeados, organizados e coordenados com horários detalhados de forma a contemplar
maior número de pessoas no mesmo espaço físico e temporal (Getz, 2007; Carneiro &
Fontes, 1997, p. 67). Planear eventos é um fenómeno que ocorre em determinado espaço
e tempo, e cada um é simplesmente único, devido às interações entre ambiente, pessoas
e aos sistemas de organização, incluindo os elementos de design e programa.
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A programação de eventos desempenha funções importantes que vão desde a
“atração de turistas, à animação de atrações fixas, à dinamização de outras atividades até
a elementos de suporte à criação de uma imagem do destino turístico” (Ribeiro et all,
2005, p.63).
O turismo de eventos tem como uma das suas metas, a criação de uma imagem
favorável para um destino e a captação de visitantes internacionais e nacionais. Como os
eventos promovem a atividade turística e geram desenvolvimento, cada vez mais
organizações de marketing e comunidades estejam mais envolvidas no planeamento,
organização e promoção de eventos como atrações turísticas.
Os eventos têm uma relação muito próxima entre a identidade e o local por
interagirem de forma natural com a comunidade e acabam por se tornar intrinsecamente
ligados a estas (Getz, 2008). O apoio e o envolvimento dos Municípios são cada vez mais
percetíveis, o sucesso de um festival pode significar a própria identidade da cidade
(Gibson & Davidson, 2004).
Muitas das vezes é a localidade onde o evento ocorre a ditar o seu conteúdo,
objetivos e sucesso e quanto mais a sua génese estiver na comunidade menos conflitos
são provocados pela relação evento/ local. No entanto, uma vez que os eventos são uma
construção e uma apropriação do espaço por um determinado momento é natural que a
importância do local de realização perca relevância. O local poderá potenciar o evento,
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mas não é imperativo para o sucesso do mesmo e construção de uma ideia de local é na
verdade muito mais importante que o local em si (Getz, 2008).
Numa outra perspetiva, segundo Getz (2008) os eventos podem ser divididos por
categorias que são distintas entre si no propósito e programa, desde celebrações culturais,
a eventos políticos e de estado, artes e entretenimento, eventos de negócios e comércio,
educativos e científicos, competições desportivas, eventos recreativos e eventos privados.
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Impactos gerados pelos eventos
Atualmente o turismo tradicional “sol e praia”, esta a cair aos poucos em desuso,
porque o mercado é cada vez mais exigente e heterogéneo em relação a cultura, ambiente
e na descoberta de novos lugares. Hoje em dia os turistas procuram experiências
autênticas em oposição às tradicionais férias em resorts com tudo incluído.
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Para além da questão da segurança, as multidões, o ruído, a iniquidade na
distribuição dos custos e benefícios e os custos de inflação nos preços dos serviços e dos
bens pode perturbar de forma bastante profunda a comunidade (Getz, 1997) interferindo
com o conforto e a comodidade a que estão acostumados.
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o pico dos festivais são na época do Verão, podemo-nos deparar com festivais de música
ao longo do ano, mas em contextos diferentes.
Apenas nos últimos anos é que o governo se tem preocupado com a promoção
deste tipo de eventos, festivais de música. No Plano Estratégico Nacional do Turismo
(2013) é abordada a importância do turismo para a economia, e é destacado o seu papel
no desenvolvimento social, económico e ambiental a nível regional e nacional. No
entanto, os festivais de música e a sua relevância não são incluídos no plano estratégico,
nem é apontado como circuito cultural. No documento Estratégia Turismo 2027 (2017)
já é abordada a importância dos eventos artístico-culturais, destacando-os como um dos
dez ativos estratégicos do turismo nacional: “pessoas; clima e luz; história e cultura; mar;
natureza; água; gastronomia e vinhos; eventos artístico-culturais, desportivos e de
negócios; bem-estar; living – viver em Portugal.” (Turismo de Portugal, 2017).
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A promoção dos festivais portugueses para os mercados estrangeiros é feita
através de ferramentas de marketing e promoção como publicidade, websites, campanhas
de relações públicas e o uso das redes sociais, pela proximidade que estas têm com grande
parte do público-alvo. A comunicação, além da língua portuguesa é associada também a
países onde se quer ter visibilidade, escolhendo-se Reino Unido, Alemanha, Espanha ou
França como locais preferenciais, não só pela sua proximidade a Portugal, mas, também,
por terem uma sociedade jovem adaptada e habituada ao contexto de festivais.
Alojamento
O turismo baseado em festivais pode gerar benefícios económicos significativos,
graças a utilização das infraestruturas turísticas existentes como é o caso de unidades
hoteleiras e de restauração. No caso de festivais que se prolongam por dois ou mais dias,
pelo que, é importante perceber quem são os participantes dos festivais, onde ficam
alojados e qual é a percentagem das despesas atribuída à categoria “alojamento”.
Restauração
Contrariamente ao alojamento, a restauração é um produto indispensável, todos
os participantes usufruem e realizam gastos nos festivais de música. Nos festivais de
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música existe uma parte do recinto apenas dedicada a alimentação onde é possível os
participantes usufruírem, normalmente o espaço está divido por bancas. Algumas destas
bancas são ocupadas por locais do próprio destino, desta forma a comunidade fica a
beneficiar com os lucros das vendas realizadas, outras de patrocinadores e outras fazem
parte da organização do festival,
Transporte
O transporte acaba por ser um produto semelhante ao alojamento, difere muito do
tipo de participante se o mesmo é ou não residente. Os transportes na minha opinião
acabam por ser um produto que não traz muito lucro a região.
- Despesas em meios de transporte público (ex: avião, barco, comboio, automóvel e táxi);
- Aluguer de automóvel;
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O Mercado turístico em Portugal
Segundo dados do Turismo de Portugal em 2018, as atividades ligadas ao turismo
empregaram 328.5 mil indivíduos. A população empregada nos setores do alojamento e
da restauração e similares representam 6.7% do total da economia.
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Figura 2-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos.
Fonte: INE (dados definitivos)
Em relação as dormidas:
Registaram crescimento superior nas dormidas de nacionais. As principais regiões
de destino são Algarve (quota de 30,2%), Área Metropolitana de Lisboa (quota de 25,9%)
e norte (14,5%). Em 2018 foi alcançadas 67.7 milhões de dormidas, registou-se um
aumento de 3.5%, ou seja, mais de 2.3 milhões de dormidas, face a 2017.
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Figura 4-Evolução das dormidas em Portugal em 5 anos.
Fonte: INE (dados definitivos)
Em relação a sazonalidade:
Infelizmente a sazonalidade é algo que continua a existir, como é possível observar
nas imagens a baixo, os meses mais visitados são os meses de Julho e Agosto (férias
escolares de verão) e Dezembro (férias escolares do Natal).
Figura 6-Distribuição das viagens no destino Portugal Figura 7-Distribuição das viagens no destino
por mês. estrangeiro por mês.
Fonte: INE-Instituto Nacional de Estatística Fonte: INE-Instituto Nacional de Estatística
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Em relação ao motivo:
Figura 9-Continuação das Viagens turísticas de residentes: total, por destino e motivo principal.
Fonte: PORDATA
É possível concluir que um participante residente irá sempre ter uma despesa
menor que um participante visitante, como por exemplo não terá despesas relativamente
ao alojamento.
Figura 12- Volume de vendas nos principais festivais, tendo em conta os dias
Fonte: APORFEST
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estadia (Dias, 2012, p. 28). Desta forma o participante passa a ser um turista que visita
uma cidade e que mais tarde irá partilhar a sua experiência com a sua família e amigos.
Apenas nos últimos anos é que o governo se tem preocupado com a promoção
deste tipo de eventos, festivais de música. No Plano Estratégico Nacional do Turismo
(2013) é abordada a importância do turismo para a economia, e é destacado o seu papel
no desenvolvimento social, económico e ambiental a nível regional e nacional. No
entanto, os festivais de música e a sua relevância não são incluídos no plano estratégico,
nem é apontado como circuito cultural. No documento Estratégia Turismo 2027 (2017)
já é abordada a importância dos eventos artístico-culturais, destacando-os como um dos
dez ativos estratégicos do turismo nacional: “pessoas; clima e luz; história e cultura; mar;
natureza; água; gastronomia e vinhos; eventos artístico-culturais, desportivos e de
negócios; bem-estar; living – viver em Portugal.” (Turismo de Portugal, 2017).
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Lucros relativos ao turismo de Festivais de Música
Com a realização de um festival existe sempre inúmeras marcas que se propõem
em participar de forma investidora, investindo dinheiro ou recursos. Os festivais ganham
lucro com esses investidores, com o valor dos bilhetes, as receitas das bancas que sejam
da organização do festival, muitas as vezes são da comunidade local ou de patrocinadores.
Na ilha dos Açores os festivais realizados são: Tremor; Maré de Agosto; Monte
Verde Festival; e Santa Maria Blues.
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Os festivais que são organizados no Algarve são: Festival F; Beat Fest; Festival
Med; e The Bpm Festival.
Perfil do consumidor
Os participantes dos eventos são outro elemento amplamente referido. Mossberg
(2000) considera que os participantes são um dos componentes essenciais do evento. Getz
(1997) refere os participantes como um dos factores que contribuem para a unicidade do
evento. Jago e Shaw (1998) apontam os consumidores dos eventos como aqueles que
desfrutam da oportunidade social e de lazer proporcionada pelos eventos.
É fulcral que neste tipo de eventos seja uma pesquisa prévia sobre quem é a
audiência que circula e participa ativamente no festival, pois só com essas informações é
que podem chegar devidamente às pessoas, para traçar devidamente estratégias de
comunicação eficazes.
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-69% dos festivaleiros compram o bilhete geral;
-Os géneros mais procurados foram o Rock (25%), o Alternativo (23%) e o Indie (18%);
Eletrónica (9%); Jazz (6%); Metal (3%); Outro (2%);
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turísticos e culturais. O que os festivaleiros valorizam mais na escolha de um festival é o
cartaz (75%) e o preço dos bilhetes (50%). 21% indica que é a localização e 20% o
envolvimento do festival com a localidade onde se insere.Os festivais nacionais de
preferência são: o NOS Alive (19%), o Super Bock Super Rock (15%), Vodafone Paredes
de Coura (13%), Rock in Rio (12%) e NOS Primavera Sound (10%);
A razão mais relevante para participação num festival é o cartaz (69%), seguido
do caráter único (20%) e as experiências anteriores (8%) (APORFEST, 2016).
No entanto estas são as razões mais gerais, se olharmos para cada festival como
um caso separado, percebemos que para além destas motivações existem outras mais
particulares.
Normalmente os festivais de música são sempre feitos nos mesmo locais, desta
forma é possível afirmar que o participante não escolhe o local de férias, mas sim escolhe
qual o festival que pretende desfrutar.
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Características e padrões de comportamento por género
musical
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Principais destinos concorrentes
Tendo em conta o objeto de estudo que é o turismo relativo aos Festivais de
Música, realizei uma pesquisa relativamente aos festivais de música mais importantes
realizados fora de Portugal.
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Aumento da criminalidade e de consumo
Aumento de investidores
de drogas
Aumento da despesa média e
Alienação da comunidade
estadia dos festivaleiros
Tendências
Prevemos que o Produto Turísticos apresentado possa ser uma tendência para o
futuro e que haja público interessado em conhecer melhor certas regiões, estando com
pessoas que realmente conhecem bem essas regiões.
Nos últimos anos, a tendência dos festivais de música e dos seus promotores é a
de criar novas formas de motivar o seu pública e conseguir diferenciar-se da concorrência
que aumenta todos os anos. Com a evolução dar apenas música nos festivais de música
não é sinónimo de sucesso, é essencial criar pontos de atração e diferenciação.
- Glamping: é direcionado para o público que não gosta de acampar e dormir num
saco-cama, trata-se da vertente mais glamorosa do campismo, parecenças com um hotel
ao ar livre. Trata-se de uma espécie de enda de origem índia, em Portugal festivais como
o Vodafone Paredes de Coura ou o Musa Cascais apresentam esta possibilidade. Os
preços são mais elevados que os praticados com o típico campismo, mas para muitos a
experiência diferenciadora acaba por compensar.
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prémio no ano passado e o Boom Festival que é um exemplo deste tipo de comportamento
desde a sua primeira edição, em 1997.
2ª Parte do Trabalho
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Para o escritor Adalto Felix de Godoi, trata-se de deslocamentos regionais e
internacionais de pacientes em busca de tratamentos médicos, hospitalares ou
espiritualistas que objetivam a melhoria da saúde ou busca do seu bem-estar.
Atualmente, o turismo de saúde está focado principalmente nas atividades
médicas e hospitalares, não deixando de estar envolvido também com o cuidado com o
corpo e a mente, sendo isto turismo de bem-estar, mas que nem sempre está ligado ao
ambiente hospitalar ou depende necessariamente de algum médico.
O turismo de saúde é pensado e desenvolvido para, simultaneamente, aproveitar
a viagem, a promoção de experiências diferentes e estimulantes, mas também aproveitar
as deslocações para realizar tratamentos, promovendo sempre a melhoria da saúde e
qualidade de vida, contribuindo, desta forma, para a durabilidade saudável.
O turismo de saúde de bem-estar está a assistir a uma nova fase de
rejuvenescimento e desenvolvimento de uma nova oferta de produtos e serviços, tanto a
nível nacional, como no panorama internacional. Trata-se mesmo de um dos produtos
estratégicos do turismo português (Turismo de Portugal, 2013). No Plano Estratégico
Nacional do Turismo (PENT) é referido que o turismo de saúde e bem-estar tem vindo a
registar um crescimento anual considerável na Europa, entre os 7% a 8% desde 2000,
valores estes que até 2020 irão crescer (Turismo de Portugal, 2013).
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1947) define a saúde como um estado
completo de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou
enfermidade e depende de um equilíbrio e harmonia numa base diária entre todas estas
necessidades: físicas, mentais e sociais, as quais se juntam as necessidades emocionais e
espirituais do indivíduo. A dimensão deste estado pode ser atingida através de diversos
hábitos de vida saudáveis, entre os quais se podem destacar, o exercício físico, uma
cuidada alimentação, autoestima, contactos sociais, bem como, o lazer e a realização de
férias.
Segundo estudos arqueológicos realizados, o turismo de saúde remonta ao terceiro
milénio antes de Cristo. Na antiga Mesopotâmia era frequente viajar para o templo de
Tell Bark, atual Síria, com o objetivo de se conseguir a cura para problemas
oftalmológicos.
Posteriormente, durante os impérios Grego e Romano, os SPAs e centros de culto
em redor da bacia do mediterrâneo eram procurados para fins terapêuticos. De salientar
sobretudo o santuário dedicado ao Deus Asclépio, considerado o primeiro centro de saúde
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em todo o mundo, no qual os peregrinos chegavam a pernoitar diversas noites aguardando
um sonho que permitisse uma revelação de diagnóstico ou cura.
Já nos séculos XVI e XVII alguns centros termais, como Bath (Reino Unido) e St.
Moritz (Suíça), eram os principais destinos turísticos da classe alta europeia com o intuito
de encontrar cura para os seus problemas de saúde. Acreditava-se nas qualidades
terapêuticas das águas termais para curar problemas de reumatismo, sífilis, gonorreia,
paralisia e, até mesmo, cegueira. Atualmente, o turismo de saúde é um conceito vasto e
engloba duas subcategorias: turismo médico e turismo de bem-estar.
O turismo médico resulta da opção de viajar para um outro país para usufruir de
serviços de saúde, nomeadamente: realizar um diagnóstico, uma cirurgia ou efetuar um
tratamento.
Por outro lado, o turismo de bem-estar combina uma ampla variedade de conceitos
médicos, científicos, de carácter preventivo e assume com frequência uma visão holística,
toda esta abrangência dificulta uma definição única e unificadora de toda a indústria.
Componentes do Produto
Cultural
Em termos de Turismo de Saúde e Bem-Estar, esta prática oferece culturalmente
bastantes componentes, como por exemplo, se um turista viajar para Portugal e não for
esta a sua área de residência, enquanto faz o Turismo de Saúde e Bem-Estar poderá
conhecer um pouco do país/cidade onde se encontra a fazer o seu tratamento. E com isto,
poderemos verificar que o turista pagou para se deslocar a outro local para fazer um
tratamento de saúde ou bem-estar, e com isso conseguirá tirar usufruto daquilo que o país
tem para oferecer culturalmente, e fazer uma pequena visita antes do seu regresso.
Alojamento
Muitas vezes os turistas, quando se deslocam a um país para algum tipo de
tratamento, como as Termas ou Spas têm preferência em ficar no hotel onde estes mesmos
tratamentos são efetuados para não perder muito tempo em deslocações. E no caso ser um
tratamento médico, os turistas preferem hotéis um pouco mais dispendiosos como 4 e 5
estrelas, porque conseguiram usufruir de uma estadia calma e serena.
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Transporte
Muitos dos tratamentos feitos são nos centros das cidades, mas os turistas têm
preferência por fazer o aluguer de um carro para a circulação entre os hotéis e os locais
de tratamento sejam feita em pouco tempo. Mas quando os turistas adquirem este tipo de
produtos o transporte muitas vezes já vem incluído no pacote, porque um produto onde
já tem um valor um pouco elevado o transporte é uma “oferta”.
Restauração
Os turistas quando adquirem este tipo de pacotes, têm a preferência de pacotes
com tudo incluído, no caso de tratamento médicos, os turistas têm a preferência da
alimentação no hotel onde está hospedado. No caso do turista que vêm fazer tratamentos
termais ou de spa, como vêm fazê-lo para relaxar poderão querer adquirir um pacote com
tudo incluído ou tentam tirar o melhor partido da cidade onde se encontram e conhecer
os costumes gastronómicos.
Mercado Turístico
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Evolução do turismo de saúde e bem-estar (Região)
A nível internacional
A água foi, desde os princípios da história, sempre associada à área da medicina,
à magia e à religião. Com os avanços da química, os médicos passaram a prestar mais
atenção às suas componentes e surgem, por consequência, as qualidades curativas da água
(Crebbin-Bailey, 2005). Estas qualidades curativas da água foram, dentro dos registos
existentes da história, uma constante procura por parte dos povos no desejo de saúde e
bem-estar.
As termas e suas nascentes têm vindo a melhorar as suas funções turísticas, numa
combinação de lazer, relaxamento e de recuperação, associadas a atividades
gastronómicas e passeios, em vez de algum benefício médico específico. Existem
diversos tipos de aproveitamento das nascentes naturais, inclusivamente, algumas não são
mais do que piscinas termais.
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nível sem precedentes por entre uma variedade de atividades, tanto ativas como passivas,
em resorts e espaços termais, em forma de pacotes de viagem especializados (M. Smith
& Kelly, 2006). O próprio conceito de turismo de saúde e bem-estar está em constante
evolução, sendo materializado num alargado portefólio de novos espaços, conceitos e
serviços onde as motivações do lazer e da saúde holísticas se harmonizam, que se refletem
também no seu branding, no seu papel e nos seus rituais. O conceito de spa moderno é a
combinação única entre as tradições e a tecnologia de ponta (Haden, 2007)
As práticas de saúde e bem-estar ganham cada vez mais adeptos, devido às novas
formas de vivência e de necessidade de fazer face aos desafios que o mundo atual coloca
à sociedade. Messerli e Oyama (2004) referem que no século XXI, as viagens com
motivação pelo bem-estar se têm tornado num fenómeno global. Muitos destinos
produzem agora brochuras especializadas na sua oferta de saúde e bem-estar, em resposta
ao aumento da procura, com os destinos termais tradicionais a reinventarem-se através da
construção, requalificação ou reabilitação de estruturas de spa modernas ou já existentes.
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Fernandes & Fernandes, 2008; Medeiros & Cavaco, 2008; Alpoim, 2010) têm estudado
a evolução do turismo de saúde e bem-estar em Portugal, mais especificamente do
termalismo.
Portugal apresenta uma natureza hidrográfica caracterizada por uma rede de águas
com numerosas propriedades e ricamente mineralizadas, como são os casos das fontes
minerais, rios e albufeiras. As explorações destes espaços têm vindo a acontecer ao longo
dos tempos nas vertentes saúde e do lazer.
Perfil do Consumidor
A oferta turística a nível de saúde prende-se com compreender o propósito pessoal
de saúde e cuidados médicos (health and medical care). Esta categoria inclui, por
exemplo, serviços hospitalares, clínicas, lares de convalescença e, de um modo mais
geral, instituições sociais e de saúde, talassoterapia, resorts de spa e de saúde e outros
locais especializados para receber tratamentos médicos sob orientação clínica. Esta
categoria inclui apenas tratamentos de curta duração porque os tratamentos de longa
duração que requerem estadias de um ano ou mais não fazem parte do turismo (OMT e
UNSTAT, 2010).
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Costa (2005) considera que existe uma forte tendência incentivada pela OMT, no
sentido de que o turismo passe a ser perspetivado pelo lado da oferta. Estes progressos
têm como finalidade fazer com que seja conhecido qual o valor e peso reais do turismo
em termos de atividade económica. Apesar da importância reconhecida ao turismo pelos
diversos governos mundiais, aquilo a que se assiste é que será mais no plano teórico, uma
vez que este setor continua a ser considerado secundário quando comparado com outros
setores de desenvolvimento económico.
Segundo este autor, isto é justificado pela fraca posição ministerial do turismo,
bem como os orçamentos atribuídos às organizações do setor, bastante inferiores
relativamente a outros.
Nos últimos anos têm surgido diversas definições do lado da oferta, no entanto,
não tem havido consenso relativamente ao facto de o turismo ser uma atividade
económica devidamente balizada, gerando assim, definições mais abrangentes e menos
abrangentes da oferta. Autores como Murphy (1985), Smith (1988), Leiper (1990), Bull
(1996), Cravidão e Cunha (1996), Buhalis (2000), Cooper (2005), Costa (2005), Buhalis
e Costa (2006), Carneiro (2007), Moreira (2013) e Santos (2014) concordam o facto de
se considerar o turismo como uma atividade económica. No entanto, Jefferson e Lickorish
(1988), Gunn (1994) e Lumsdon (2000) estão relutantes em aceitar esse facto. Referem
que as componentes de oferta do turismo não são apenas da sua exclusividade, podendo
servir simultaneamente residentes e visitantes. Esta questão faz sentido, no entanto, não
invalida a aposta numa abordagem na vertente da oferta.
Em 2005 foi realizado um estudo, THR (Asesores en Turismo Hotelería y
Recreación, S.A.) para o Turismo de Portugal, onde foram entrevistados peritos e
operadores turísticos europeus e definido o perfil e os hábitos de consumo dos turistas de
saúde e bem-estar. No quadro abaixo poderemos verificar alguns dos pontos importantes
retirados deste estudo realizado em 2005:
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Fonte: European Travel Monitor-2004, IPK; análise THR.
Portugal
O turismo de saúde faz parte de uma lista dos produtos de turismo mais
comercializados em Portugal, sendo os restantes os seguintes:
• Sol e Mar
• Turismo de Natureza
• Turismo Náutico
• Resorts Integrados e Turismo Residencial
• Turismo de Negócios
• Golfe
• Gastronomia e Vinhos
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• Touring Cultural e Paisagístico
• City Breaks
A evolução do turismo de saúde e bem-estar em Portugal está intimamente
associada à dimensão internacional. No entanto, interessa analisar, no caso particular
português, as razões históricas que levaram a uma modificação do conceito e das práticas,
ao longo dos séculos, reconhecendo claramente que estamos perante um fenómeno
dinâmico, que parece querer evoluir, de acordo com as alterações no contexto
socioeconómico e cultural da sociedade portuguesa e europeia (Ramos, 2005).
Apesar da procura do turismo de saúde e bem-estar continuar a ter um caráter
sazonal, faz com que o horário de funcionamento dos estabelecimentos seja reduzido,
visto não existir procura nos restantes meses do ano, Portugal só conseguirá ter uma maior
procura nas alturas de verão para a prática de turismo de saúde e bem-estar.
Destinos concorrentes
Espanha e França são os principais concorrentes de Portugal, pois competem por
terem uma oferta semelhante, por atrair a mesma procura e terem uma localização
geográfica similar.
Nos restantes países iremos verificar uma também alguma procura, visto serem
destinos vendidos para esta prática turística e por serem bastante conhecidos e bons
naquilo que têm a oferecer em termos de saúde e bem-estar. Os motivos que levam à
procura médica noutros países, são por serem países com uma vasta população, com um
maior rendimento e por um lado, uma elevada percentagem da população nestes países
não está coberta por qualquer seguro de saúde e onde os gastos médicos assumem valores
elevados. Finalmente, existe uma elevada expectativa das respetivas populações
relativamente aos serviços de saúde. Tal perspetiva incrementa a procura no exterior de
instituições que promovam maiores níveis de qualidade e um leque mais vastos de
soluções/serviços.
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Pontos fortes e fracos do produto
O diagnóstico estratégico apresentado sob a forma de modelo SWOT compreende
uma matriz onde são referidos os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças,
segundo uma vertente interna e externa, cuja leitura integrada permite evidenciar as
vantagens competitivas, as potencialidades mas também as fragilidades e
vulnerabilidades, constituindo-se como base da construção de um conjunto de objetivos
e medidas adequados a cada realidade.
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Tendências
O turismo de saúde e bem-estar está em crescimento acelerado, o que tem
provocado alterações na sua oferta, derivada de novas necessidades, interesses e
exigências dos seus clientes. São os clientes, cada vez mais exigentes e seletivos, que
orientam as novas tendências para o setor.
• Weelpitals – uma integração dos serviços médicos com espaços de lazer, bem-
estar e spas no mesmo espaço físico, podem ser sob a forma de unidades de
spas melhoradas, modificação e adaptação de hospitais (ou criação de espaços
em hospitais) ou cruzeiros temáticos;
• SpaLiving Environments – criação de ambientes, estruturas e espaços
adaptados para as pessoas poderem usufruir de ambientes relaxantes e
tranquilos e aceder a serviços de spa, de meditação e de bem-estar, quer na
proximidade da sua residência (ambientes urbanos ou rurais) quer em
comunidades afastadas;
• Eco-Fit Resorts – espaços (hotéis, spas, etc.) que oferecem a possibilidade de
descanso e relaxamento das componentes físicas e mentais das pessoas através
de atividades e orientações baseadas nos princípios da natureza e eco
ambientais, pode incluir atividades ativas ou simplesmente caminhadas e
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exercícios ligeiros, desporto de aventura, assim como planos nutricionais que
utilizem os produtos e as tradições da região;
• Dreamscapes – criação de experiências únicas, fantásticas e futuristas
utilizando novos conceitos do bem-estar e a introdução de tecnologias
avançadas, arquiteturas arrojadas ou paisagens e lugares únicos e marcantes,
visa apostar nos segmentos de mercado mais elevados e de luxo;
• MySpa – visa a customização e o acompanhamento dos utilizadores durante e
depois dos tratamentos e serviços de bem-estar através da adequação da oferta
às necessidades individuais de cada utilizador aproveitando os
desenvolvimentos tecnológicos que possibilitam o acesso a um maior nível de
informação bem como o seu tratamento e análise em tempo real e propor
recomendações personalizadas;
• Hol-Life Retreats – desenvolvimento de centros de repousos, de bem-estar
e/ou spas para as pessoas conseguirem quebrar as rotinas e fugir ao stress,
concentrando-se nas suas necessidades específicas, as atividades incluem
cursos e workshops sobre como manter o equilíbrio nas suas vidas, interação
social, bem-estar emocional, necessidades espirituais e saúde;
• WellWorking – o bem-estar ocupacional será umas das áreas com maior
crescimento potencial, na medida em que empresários e trabalhadores irão
considerar a necessidade de equilibrar o tempo de trabalho e o bem-estar cada
vez mais necessário, de facto as grandes empresas já desenvolvem ações e
estimulam a participação em ações que promovam o bem-estar dos seus
trabalhadores compreendendo que assim serão mais criativos, produtivos e
fieis à empresa;
• BudgetSpas – normalmente os spas atuais são considerados caros, em que
apesar de existir uma procura latente elevada, ela não consegue suportar os
custos dos bilhetes de entrada ou dos tratamentos, deste modo é crível que
possam aparecer projetos e estruturas da oferta que prestem esses serviços a
baixo custo democratizando o acesso aos spas e centros de tratamento.
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Recomendações e Conclusões
A realização deste trabalho baseou-se na unicidade da temática, “Turismo de
Saúde e Bem-estar e o Turismo de Evento-Festivais de Música”, o Turismo tem tido um
grande crescimento em Portugal nos últimos anos e nessa centralização o Turismo tendo
em conta a saúde e o bem-estar, assim como os festivais de música tornaram-se os
indicadores deste estudo.
Nos últimos anos, têm sido adotadas políticas culturais e artísticas que dinamizam
o turismo cultural, como a criação de infraestruturas e complexos culturais, e rapidamente
passou a ser uma forma de sustentabilidade económica.
Os eventos surgem como parte relevante do fluxo de turismo, e, mesmo que sejam
de carácter esporádico, conseguem ter um impacto a vários níveis: sociocultural,
económico, ambiental e político.
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muitas vezes, as caraterísticas do destino, em que o controlo dos produtos turísticos passa,
progressivamente, da iniciativa local para os agentes externos. O turismo vem substituir
o seu carácter familiar por uma abertura de mercado aos operadores turísticos, que se
tornam indispensáveis na mobilização dos turistas, tornando os destinos mais acessíveis.
É visível, nesta fase, o aumento do número de investidores internacionais que, muitas
vezes, assumem o domínio da oferta devido à maior dimensão e sofisticação que possuem.
Na nossa opinião para captar mais turistas seria importante apostar mais nos
turistas estrangeiros, normalmente as organizações têm dificuldade em reservar uma parte
do orçamento para a promoção no exterior.
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sinta vontade de voltar através das recordações. Uma ação interessante seria a existência
de rede sem fios por todo o recinto, desta forma o público poderia estar sempre conectado
as redes sociais.
Limitações estas que passam pelo facto de existir pouca informação relevante
referente ao tema, sobretudo no que toca à concorrência de destinos estrangeiros num
geral e em Portugal. Não obstante a estas limitações, a revisão bibliografia foi
complementada com artigos da atualidade de forma a apresentar contextos atuais e
obteve-se uma amostra representativa.
Este tema ainda se encontra um pouco “apagado”, sabemos que existem empresas
que fazem a venda destes serviços, mas a nosso ver deveria de existir um pouco mais de
publicidade em termos deste tema. Com isso, iria existir muito mais tratamentos fora da
residência do turista, porque o facto de este tema não ser falado, muitas pessoas
encontram-se em lista de espera em alguns tipos de tratamentos (graves e menos graves)
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pela falta de informação e divulgação por parte destas empresas. A nossa ver como
existem agências de viagens a promover o laser, também deveriam promover o bem-estar
e a saúde das pessoas, devia de existir mais publicidade, mais protocolos, mais parcerias
porque com isto o produto conseguiria chegar aos “ouvidos” de todas as pessoas.
O trabalho tornou-se difícil de realizar, pelo facto de este tema ser um dos temas
mais antigos, mas que não é muito pormenorizado, não existindo muita informação em
relação a este tema. Os estudos efetuados são mais focados no termalismo e como
sabemos o Turismo de Saúdo e Bem-Estar é para além do termalismo, existindo inúmeras
opções que de momento ainda são pouco mencionadas.
Referências
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Bramão, R. (2017). Perfil do festivaleiro e ambiente social nos festivais de música
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Getz, D. (1997). Event management and Event Tourism. Nova Iorque: Cognizant
Communication Corporation.
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Hall, C. M. (1989). Hallmark events and the planning process, The planning and
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https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Documents/Mercados/Portugal/portugal-
mercado-em-numeros-agosto-2019.pdf
Medeiros, C., & Cavaco, C. (2008). Turismo de Saúde e Bem-Estar: Termas, Spas
Termais e Talassoterapia. Universidade Católica Portuguesa.
https://www.festicket.com/pt/magazine/discover/top-50-best-music-festivals-world/
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