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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
RCF
Nº 71009357153 (Nº CNJ: 0017898-35.2020.8.21.9000)
2020/CÍVEL

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE


INDÉBITO. CONSUMIDOR. ASSINATURA DE
REVISTA. RENOVAÇÃO AUTOMÁTICA SEM
ANUÊNCIA DO CONSUMIDOR. COBRANÇA
INDEVIDA. DESCONTOS MENSAIS REALIZADOS
NA CONTA CORRENTE DO AUTOR. REPETIÇÃO
DE INDÉBITO, NA FORMA DOBRADA, A TEOR DO
ART. 42, § ÚNICO, DO CDC. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

RECURSO DESPROVIDO.

RECURSO INOMINADO PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL

Nº 71009357153 (Nº CNJ: 0017898- COMARCA DE SANTO ANTÔNIO DA


35.2020.8.21.9000) PATRULHA

ERALDO DA SILVA OLIVEIRA RECORRIDO

RBS ZERO HORA EDITORA RECORRENTE


JORNALISTICA S.A.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.


Acordam os Juízes de Direito integrantes da Primeira Turma Recursal Cível
dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, em negar
provimento ao recurso.

Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes


Senhores DR. JOSÉ RICARDO DE BEM SANHUDO E DR.ª MARA LÚCIA
COCCARO MARTINS FACCHINI.
Porto Alegre, 28 de julho de 2020.

DR. ROBERTO CARVALHO FRAGA,


Relator.

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
RCF
Nº 71009357153 (Nº CNJ: 0017898-35.2020.8.21.9000)
2020/CÍVEL

RELATÓRIO

(Oral em Sessão.)

VOTOS
DR. ROBERTO CARVALHO FRAGA (RELATOR)

Eminentes Colegas.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

A sentença não merece reforma, devendo ser mantida por seus próprios e
jurídicos fundamentos, a teor do artigo 46 da Lei nº 9.099/95.

Em breve síntese, referiu o autor que contratou os serviços da ré há alguns


anos, contudo, após o prazo de contratação (12 meses) não requereu a renovação, inclusive
tento solicitado o cancelamento em razão do não recebimento dos últimos exemplares.
Todavia, a ré permaneceu realizando descontos em sua conta corrente mensalmente os quais
pretende ver-se restituídos, nesta ação.
A sentença foi de procedência condenando a ré ao pagamento de R$
6.062,14, já na forma dobrada, a título de repetição de indébito.
Recorre a ré, requerendo a reforma in totum da decisão.

Inicialmente, consigno que a situação posta sub judice é nitidamente de


consumo, incidindo na espécie, as normas dispostas no Código de Defesa do Consumidor,
em especial o artigo 6º, inciso VIII, o qual dispõe acerca da inversão do ônus da prova.
Logo, cabia a parte ré, nos termos do art. 373, II, do CPC, a prova da efetiva
renovação dos serviços, ônus do qual não se desincumbiu.
Assim, em não comprovada a renovação ou a prestação dos serviços, por
consequência, descabem os débitos os débitos cobrados na conta corrente do autor, sendo a
restituição dos valores indevidamente pagos, nos termos do artigo 42, parágrafo único, do
CDC efetivamente veio demonstrado aos autos (doc. de fls. 22/55).
Nesse sentido:

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Nº 71009357153 (Nº CNJ: 0017898-35.2020.8.21.9000)
2020/CÍVEL

Nesse sentido:

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR.


ASSINATURA DE REVISTA. AÇÃO DE REPETIÇÃO
DO INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. CONTRATAÇÃO POR PERÍODO DE 01 ANO.
COBRANÇA DE KIT CANCELAMENTO E
RENOVAÇÃO SEM ANUÊNCIA. COBRANÇAS
INDEVIDAS, CARACTERIZADO O DEVER DE
RESTITUIÇÃO. PARTE RÉ LEGÍTIMA. CONTEXTO
PROBATÓRIO DEMONSTRA QUE EMPRESA DE
TELE-ATENDIMENTO ATUOU EM SEM NOME. MERA
COBRANÇA INDEVIDA. DANOS MORAIS NÃO
CONFIGURADOS. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. RECURSO PROVIDO EM PARTE.
(Recurso Cível Nº 71007677354, Primeira Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: José Ricardo de Bem
Sanhudo, Julgado em 29/05/2018)

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C
RESTITUIÇÃO DE VALORES E INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL. RENOVAÇÃO AUTOMÁTICA DE
REVISTA. COBRANÇAS INDEVIDAS. RECURSO
ADSTRITO AO RECONHECIMENTO DE DANOS
MORAIS, NO CASO CONCRETO. DANOS MORAIS
INOCORRENTES. AUSENTE SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL. SENTENÇA MANTIDA. 1. Cuida-se de
recurso em que a parte autora defende a configuração dos
pressupostos da responsabilidade civil e, consequentemente,
o dever de indenizar, no caso concreto. 2. Entretanto, as
Turmas Recursais têm decidido reiteradamente que a mera
cobrança indevida não é suficiente para a configuração do
dano moral, exceto situações peculiares. 3. Não foi
comprovada, no caso concreto, situação excepcional que
pudesse caracterizar o dano extrapatrimonial pleiteado. Não
houve prova de efetiva lesão a direito de personalidade da
parte autora. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.
(Recurso Cível Nº 71007381817, Segunda Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da
Fonseca, Julgado em 20/06/2018)

Voto, pelo exposto, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO,


mantendo-se a sentença de primeiro grau por seus próprios fundamentos.

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@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
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Nº 71009357153 (Nº CNJ: 0017898-35.2020.8.21.9000)
2020/CÍVEL

Diante do resultado, condeno a parte recorrente ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios fixados em vinte por cento sobre o valor da
condenação.

É o voto.

DR. JOSÉ RICARDO DE BEM SANHUDO - De acordo com o(a) Relator(a).


DR.ª MARA LÚCIA COCCARO MARTINS FACCHINI - De acordo com o(a)
Relator(a).

DR. ROBERTO CARVALHO FRAGA - Presidente - Recurso Inominado nº


71009357153, Comarca de Santo Antônio da Patrulha: "NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO. UNÂNIME."

Juízo de Origem: JUIZADO ESPECIAL CIVEL ADJUNTO SANTO ANTONIO DA


PATRULHA - Comarca de Santo Antônio da Patrulha

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