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Tabela Periódica

Definição
A Tabela Periódica (TP) é um quadro onde se apresentam os elementos químicos
distribuídos segundo ordem crescente dos respectivos números atómicos mas de tal
modo que numa mesma coluna figurem elementos com propriedades químicas
semelhantes.

Como está organizada a Tabela Periódica (TP)?


1. Os elementos estão colocados em 18 colunas verticais chamadas de grupos ou
famílias.

1.1. Alguns desses grupos recebem nomes especiais:

• Grupo 1 - Metais Alcalinos

• Grupo 2 - Metais Alcalinos Terrosos

• Grupo 13 - Grupo ou Família do Boro

• Grupo 14 - Grupo ou Família do Carbono

• Grupo 15 - Grupo ou Família do Nitrogênio

• Grupo 16 - Calcogénios

• Grupo 17 - Halogénios

• Grupo 18 - Gases Nobres

1.2. Para os elementos representativos (blocos s e p), os grupos são dados pelo
número de eletrões de valência.

1.3. Para os elementos de transição, os grupos serão a soma dos eletrões das últimas
orbitais s e d.
2. Os períodos

As linhas horizontais são chamadas de períodos e reúnem elementos de propriedades


diferentes. Átomos de elementos de um mesmo período têm o mesmo número de níveis
eletrónicos. Ao todo, são 7 períodos.

2.1.O 1º período tem apenas 2 elementos, o 2º e o 3º tem 8, o 4º e 5º tem 18 e o 6º


tem 32.

2.2. O 6º e 7º período apresentam um conjunto de elementos que são usualmente


descriminadas fora do quadro principal da TP. Esses elementos são designados
por lantanídeos ou lantanoides (do 57 a 71) e por actanídeos ou actanoides.

2.3. O número do período indica o número de níveis eletrónicos em seu estado


fundamental.

A tabela a seguir apresenta a relação entre Períodos e Número de Camadas

Exemplo 1: 11Na (3 camadas; 3º Período)

Exemplo 2: 17Cl (3 camadas; 3º Período)


3. Elementos de Transição e Representativos
3.1. Elementos de Transição

Os elementos de transição são os pertencentes aos grupos de 3 a 12. Todos eles são
metais. Os metais que constituem os elementos de transição são classificados em
elementos de transição externa e elementos de transição interna.

Os elementos de transição interna pertencem ao grupo 3 e dividem-se em dois grupos:


a) Lantanídeos – são os elementos de número atómico de 57 a 71 e situam-se no
sexto período;

b) Actinídeos – são os elementos de número atómico de 89 a 103 e situam-se no


sétimo período.

Como são 15 lantanídeos e 15 actinídeos, eles são desdobrados em duas séries,


colocadas logo abaixo da tabela. Os actinídeos, são todos radioativos, sendo que os de
números atómicos de 93 a 103 são todos artificiais, isto é, obtidos em laboratório, não
sendo encontrados na natureza. Os elementos de números atómicos 93 (Netúnio) e 94
(Plutónio) são também produzidos artificialmente, mas já foram encontrados, embora
em pequena quantidade, na natureza.
Os restantes elementos representativos são designados de Transição Externa.

4. Elementos representativos
Elementos representativos são os elementos localizados nos grupos 1, 2, 13, 14, 15, 16,
17 e 18. São, portanto, oito as famílias de elementos representativos, entre os quais se
encontram alguns metais, todos os não-metais e todos os gases nobres (ou gases raros).
Um dado interessante válido para todos os elementos representativos, está no fato de a
última camada dos seus átomos possuir um número de electrões igual à unidade do
número que designa a família ou grupos a que eles pertencem. Então, a última camada
dos átomos dos elementos da família VB possui 5 electrões, da família IVB, 4 electrões,
e assim por diante.
Hidrogénio: o Hidrogénio é considerado um grupo à parte, pois é um elemento químico
com propriedades diferentes de todos os outros. Ele é inodoro, incolor, combustível e o
elemento químico menos denso conhecido. Possui uma propriedade de se combinar com
metais e não-metais. Nas condições ambientes, é um gás extremamente inflamável. É
empregado como combustível em foguetes espaciais.
5. Blocos da Tabela Periódica

Os elementos que apresentam os orbitais p com os electrões de valência, constituem o


bloco p, os que apresentam os orbitais s com os electrões de valência, constituem o
bloco s e os que apresentam os orbitais d e f, constituem o bloco d e f.

6. Propriedades periódicas da Tabela Periódica

Analisando as propriedades físicas e químicas das substâncias simples e de seus


elementos, verifica-se que estas podem estar relacionadas com a posição dos elementos
na tabela periódica.
De um modo geral pode-se dizer que são as propriedades que variam de uma forma
regular ao longo da TP (ao longo do mesmo grupo e ao longo do mesmo período):
✓ Raio atómico
✓ Raio Iónico
✓ Energia de Ionização
✓ Electronegatividade
✓ Afinidade electrónica
6.1. Raio Atómico
O raio atómico pode ser considerado como uma medida do tamanho do átomo.
Entretanto, o tamanho do átomo é um conceito bastante vago. É difícil medir o raio de
um átomo, pois a nuvem electrónica que o circunda não tem limites bem definidos.
Costuma-se então medir, com o auxílio de raios-X, a distância d entre dois núcleos
vizinhos e dizer que o raio atómico r é a metade dessa distância.

Em outras palavras, o raio atómico representa a distância do núcleo à camada de


valência do átomo.

6.1.1. Variação do Raio Atómico Na TP

✓ Aumenta ao longo do mesmo grupo de cima para baixo, com aumento de nº


atómico dos átomos aumentando o nº de camadas eletrónicas e aumentando
assim a distância entre o núcleo e a camada de valência.

✓ Diminui ao longo do mesmo período de esquerda para direita com aumento


da carga nuclear efectiva, o que faz com que haja uma maior foça de atração
entre o núcleo e os electrões de valência e consequentemente menor será a
distância do núcleo à camada de valência.

Aumenta
Aumenta
6.2. Raio Iónico

É o raio de um anião ou de um catião respectivamente, ou seja, é a distância média entre


o núcleo de um ião até a sua camada de valência.

✓ Quando um átomo perde um ou mais electrões transformando-se num ião


positivo, o número de protões não serão alterados, mas o número de electrões
diminui. Havendo menor número de electrões diminuem as repulsões, o que
provoca uma contracção na partícula resultante, o catião. Essa contracção será
tanto maior quanto maior for o número de electrões perdidos pelo átomo.

✓ Quando um átomo ganha um ou mais electrões transformando-se em ião


negativo, o número de protões também não é alterado, mas o número de
electrões aumenta. Havendo maior número de eletrões, aumenta as repulsões
entre os eletrões, e diminui a força atrativa o que provoca uma expansão na
partícula resultante, o anião. Essa expansão será tanto maior quanto maior for o
número de electrões recebidos pelo átomo.

Pode-se dizer então que:

✓ Para átomos que formam ião positivo, o raio de átomo é sempre maior que o
raio do seu ião correspondente;

✓ Para átomos que formam ião negativos, o raio de átomo é sempre menor que o
raio do seu ião correspondente.

6.3. Energia de Ionização


Em determinadas condições é possível “arrancar” electrões a átomos. Quando um átomo
neutro “perde” um dos seus electrões, transforma-se num ião positivo. Essa
transformação exige que se forneça energia ao átomo, que é denominada de energia de
ionização.
✓ É a energia necessária para “arrancar” ou “remover” um electrão de um átomo
isolado no estado gasoso. Essa energia é, em geral, expressa em electrão-volt
(eV), que é a energia ou trabalho necessário para deslocar um elétrão contra uma
diferença de potencial de 1 volt.
Li (g) + 520 kj mol-1 => Li+ (g) + e- ----- 1º Energia de Ionização

Li+ (g) + 7297 kj mol-1 => Li2+ (g) + e- ---- 2º Energia de Ionização

Li2+ (g) + 11811 kj mol-1 => Li3+ (g) e- ----3º Energia de Ionização

1º Energia de Ionização˂ 2º Energia de Ionização˂ 3º Energia de Ionização


6.3.1. Variação da Energia de Ionização na TP

A energia de ionização varia de forma diferente do raio atómico, ou seja:

✓ Aumenta de baixo para cima ao longo do mesmo grupo com a diminuição da


camada electrónica, pois o electrão a ser removido fica mais próximo do núcleo,
aumenta assim a força atrativa entre núcleo e camada de valência, então será
necessário maior energia para o remover.

✓ Aumenta de esquerda para direita ao longo do mesmo período, com o


aumento da carga nuclear efetiva, aumenta assim a força atrativa entre núcleo e
camada de valência, o eletrão a ser removido fica mais próximo do núcleo sendo
necessário maior energia para o remover.

Aumenta

Aumenta
6.4. Eletronegatividade

O termo electronegatividade é utilizado em química para indicar o poder que um


determinado átomo tem de atrair electrões de outro (s) átomo (s), quando se estabelece
uma ligação entre eles.

6.4.1. Variação da Eletronegatividade na TP

A electronegatividade está relacionada com a carga nuclear efectiva e com o raio


atómico:

✓ Quanto maior for a carga nuclear efetiva ao longo do mesmo período,


maior é a atração sobre os eletrões e o núcleo terá maior capacidade de
atrair os eletrões de outros átomos numa ligação química, logo, maior
será a eletronegatividade. Portanto a electronegatividade aumenta ao
longo do mesmo período de esquerda para direita com aumento da
carga nuclear efectiva;

✓ Quanto maior for o raio atómico, mais afastados se encontram os


electrões que estabelecem a ligação entre os átomos, o núcleo exercerá
menor força atrativa, logo, menor é a tração sobre os electrões de ligação
e menor é a electronegatividade. Portanto a electronegatividade diminui
ao longo do mesmo grupo de cima para baixo, com aumento de
camadas electrónicas.

6.5. Afinidade Eletrónica

Se para afastar um electrão de um átomo é necessário fornecer-lhe energia, para


adicionar um electrão um átomo neutro é necessário retirar-lhe energia. Quando se
adiciona um electrão a um átomo neutro, isolado (individualizado), no estado gasoso e
no mais baixo estado energético (estado fundamental), ocorre libertação de uma certa
quantidade de energia. A essa energia dá-se o nome de Afinidade Eletrónica.
✓ È a energia envolvida na formação de um ião mononegativo a partir de um
átomo isolado e no estado fundamental.

✓ É a capacidade que um átomo tem de captar electrões de um outro átomo isolado


no estado fundamental.

6.5.1. Variação da Afinidade Electrónica na TP

✓ Aumenta ao longo do grupo de baixo para cima, com a diminuição da camada


eletrónica porque diminui o raio atómico aumentando a força atrativa entre o
núcleo e a camada de valência fazendo com que haja maior libertação de energia
na formação do ião negativo.

✓ Aumenta ao longo do mesmo período de esquerda para direita com aumento da


carga nuclear efetiva, diminuindo assim o raio atómico e a força atrativa entre o
núcleo e a camada de valência aumenta, fazendo com que haja maior libertação
de energia na formação do ião negativo.

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