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O Realismo

Depois de 1850, os homens de letras constatam que a Química, a Física, a Biologia, a


Zoologia , a Botânica, para não falarmos da Matemática, todas as ciências se alicerçam
em comprovadas certezas e que os cultores da Arte se esforçavam por serem verídicos,
objetivos (BARREIROS, 1992, p.185-186).

Diante disso, surge a questão:

Por que, então, os literatos deveriam continuar presos a:

1. Um sentimento doentio,
2. Um idealismo divorciado da realidade,
3. Uma expressão hipócrita da paixão amorosa.
4. Idealização de um mundo irreal?

Como reação, a literatura começou a buscar a realidade, não a realidade deformada


pelos românticos, mas a autêntica, tal qual se apresenta, sem artifícios, sem retoques.
Para acompanhar a técnica, a ciência e a indústria, a nova arte literária deixou de ser
nacionalista e passou a ser cosmopolita.

Realismo na França

O Realismo triunfa com a publicação de Madame Bovary em 1857, de Gustave


Flaubert.

Em Portugal

A questão coimbrã

As conferências do Casino

Numa conferência proferida no Casino, em Lisboa, Eça de Queirós disse o seguinte a


propósito do Realismo, a nova corrente que surgia: “É a negação da arte pela arte; é a
proscrição do convencional, do piegas, do enfático. É a abolição da retórica considerada
a arte de promover a emoção, usando da inchação do período, da epilepsia da palavra,
da congestão dos tropos. É a análise com o fito da verdade absoluta. Por outro lado, o
Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do
sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter, é a crítica do homem. É a arte que nos
pinta, a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa
sociedade.” (BARREIROS, 1992, p. 188).
Sobre os preceitos a seguir:

“A nome agora são as narrativas a frio, deslizando como as imagens na superfície de um


espelho, sem intromissão do narrador. O romance tem de nos transmitir a natureza em
quadros exatíssimos, flagrantes reais”.

Propostas:

1. Propõem a reforma da sociedade,


2. Atacam a imoralidade e os maus costumes,
3. Analisam corajosamente os aspectos “baixos” da vida, sobretudo os vícios e as
taras, não ocultando as mazelas por mais degradantes que sejam. O objetivo é
dar um caráter científico à obra literária.
4. Às vezes, os processos dessa crítica moral acabam por ser eles próprios
fomentadores da imoralidade. Mas o objetivo era corrigir as pessoas que por ela
se viam atingidas como se se olhassem no espelho.

Técnica narrativa:

Em oposição ao hiperbolismo romântico, os escritores realistas procuram ver as


coisas e os fatos dentro dos seus limites naturais e depois recriá-los, narrando ou
descrevendo, de maneira que a obra literária não seja mais do que um puro
reflexo da realidade.

O primo Basílio (1878) Realismo/Naturalismo. Segunda fase da escrita de


Eça, que se inicia com O crime do padre Amaro, (romance naturalista) em
1875.
Cenário - Lisboa
Tema- adultério
Triângulo amoroso - Jorge/Luísa/ Basílio
Jorge- marido da Luísa (engenheiro)
Basílio-primo de Luísa, amante, bom vivant
Luísa- “burguesinha da Baixa”, “mal educada (educação romântica)
Luísa (patroa) X Juliana(criada) (antagonista) Relação de conflito
Personagens secundárias:
Leopoldina (amiga e confidente) apelidada “A pão com queijo” no filme
brasileiro, “Primo Basílio”, é chamada “A maçaneta”.
Joana - cozinheira
D. Felicidade
Conselheiro Acácio
Sebastião- amigo fiel de Jorge (ajuda Luísa a resolver a chantagem)
Ernestinho
Julião- médico

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