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SOLUÇÕES

AEPTH8_11
PREPARAR OS TESTES HISTÓRIA 8

SOLUÇÕES
descobrir a oriente deste meridiano pertenciam ao dito

t
EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 23-24
Senhor Rei de Portugal e a seus sucessores, já aos Senho-
1. a) A partir de meados do século XV, a população euro- res Rei e Rainha de Castela pertencia tudo o outro assim
peia voltou a aumentar.

©
ilhas como terra firme que são ou forem achadas pelos di-
b) Os Europeus pretendiam ter acesso directo ao ouro tos Senhores Rei e Rainha de Castela e de Aragão a oci-
e especiarias. dente deste mesmo meridiano.
c) No início do século XV eram os Muçulmanos que 5.1. comércio, feitorias, marfim, ouro, malagueta, escravos,
controlavam o comércio do ouro e das especiarias. despovoados, Madeira, Açores, agricultura, pecuária,
2.1. A quantidade de produtos que abundava em Ceuta, já açúcar, escrava, tráfico de escravos.
que esta era fértil em pão, vinho, carnes, frutas, pesca- 5.2. As relações estabelecidas entre Portugueses e Africa-
rias de variadas espécies de peixes e outras coisas dignas nos, ao longo dos séculos XV e XVI, foram essencial-
de louvor. mente comerciais. Contudo, a convivência entre os
2.2. Posição estratégica desta cidade que se localiza entre dois povos resultou numa troca cultural. Assim, os Afri-
o mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, junto ao es- canos sofreram uma aculturação, ou seja, modificaram
treito de Gibraltar, já que a sua conquista possibilitava alguns aspectos da sua cultura e mesmo a sua religião,
a Portugal controlar os navios que entravam e saíam devido à convivência e ao contacto com os Portugue-
do Mediterrâneo. Ceuta era igualmente uma impor- ses. Desta forma, muitos africanos converteram-se à fé
tante cidade comercial, passando por lá diversas rotas cristã e adoptaram a língua portuguesa como idioma
comerciais. Aí eram armazenadas diversas mercado- oficial, situação que hoje em dia ainda perdura em al-
rias (especiarias, ouro, por exemplo) que, posterior- guns países.
mente, eram vendidas para outros locais. Desta forma, 6. Para desenvolver o comércio no Oriente, no século
os portugueses julgavam conseguir obter grandes be- XVI, os portugueses estabeleceram feitorias. Assim, os
nefícios económicos com a conquista desta cidade produtos comercializados por cada uma das feitorias
africana. eram enviados para Goa, capital do Império Português
Em Ceuta, abundavam também os solos férteis que do Oriente, sendo depois trazidos pelos portugueses
produziam elevadas quantidades de cereais, produto para a Europa, através da rota do Cabo.
que escasseava, por vezes, em Portugal. Os portugue- 7. A Casa da Índia, situada em Lisboa, capital do reino
ses viam na conquista de Ceuta a possibilidade, tam- português, detinha uma enorme importância no sé-
bém, de controlarem melhor os ataques dos piratas culo XVI, já que administrava o comércio entre o nosso
muçulmanos a embarcações portuguesas e à costa al- país e o Oriente e estava ainda responsável por expor-
garvia e de difundirem a fé cristã. tar os produtos orientais para o resto da Europa.
2.3. De facto, os benefícios económicos que Portugal pre-
tendia obter com a conquista de Ceuta não foram al-
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 PÁGS. 25-27
cançados, pois os solos férteis eram constantemente
atacados, ficando totalmente destruídos, e os Muçul- 1.1. Segundo o documento, no início do século XV, os Eu-
manos desviaram as rotas comerciais que passavam ropeus apenas conheciam, para além do continente
por Ceuta para outras cidades do Norte de África. onde habitavam, o Norte de África e a sua costa até ao
Assim, a manutenção desta conquista obrigou a Coroa cabo Bojador e parte da Ásia. A América e a Oceânia
portuguesa a um esforço económico e militar enorme eram ainda desconhecidas.
que não foi recompensado. 1.2. Os mapas da época medieval reflectiam o conheci-
3. 1418 – Redescoberta de Porto Santo. mento limitado que os Europeus tinham do Mundo.
1434 – Passagem do cabo Bojador. Deste modo, apenas a Europa era correctamente repre-
1456 – Descoberta do arquipélago de Cabo Verde. sentada. Já o continente asiático e o africano eram in-
1458 – Conquista de Alcácer Ceguer. correctamente representados, aparecendo este último,
4.1. O documento 2 trata-se da carta enviada por Cristó- na cartografia medieval, bastante alongado para Sul, já
vão Colombo aos reis de Castela, dando conta da sua que se julgava que os oceanos Atlântico e Índico não
chegada às Índias. Esta foi uma informação errada, já tinham comunicação entre si. A América e a Oceânia
que na verdade o navegador ao serviço da coroa cas- não constavam dos mapas medievais, pois ignorava-se
telhana tinha alcançado as Antilhas e não a Índia. a sua existência.
Assim, quando correu a notícia desta descoberta, 1.3. O conhecimento limitado que os Europeus tinham do
D. João II, relembrando o que havia ficado estabelecido Mundo, no início do século XV, propiciou a criação de
no Tratado de Alcáçovas, informou Castela de que es- lendas e mitos acerca dos mares ainda não navegados
tas terras pertenciam ao reino português e as disputas e dos territórios ainda desconhecidos. Assim, julgava-
entre portugueses e castelhanos reacenderam-se no- -se que nos mares até aí nunca navegados existiam
vamente. Foi necessário assinar o Tratado de Tordesi- monstros que engoliriam os navios, acreditava-se que
lhas (1494), explicitado no documento 3, para pôr fim nos territórios desconhecidos existiam homens sem
às disputas por este território. Neste tratado ficou esta- cabeça, estando o rosto embutido no peito, e pessoas
belecido que o mundo ficava dividido em duas partes, com cabeça de animal. A expansão marítima permitiu
através de um meridiano que passava 370 léguas a alargar o conhecimento do Mundo e provar que estas
oeste de Cabo Verde. Assim, as terras descobertas e a lendas e mitos não passavam disso mesmo, já que não
correspondiam à realidade.
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2. a) 4; b) 3; c) 2; d) 5; e) 1 7.2.
3. económicos, Norte de África, nobreza, terras, cargos, N

burguesia, ouro, africana


co
fi
4.1. O quadro representa o elevado interesse que cí

Pa
Lisboa
D. Afonso V demonstrou pelas conquistas no Norte de

no
Sevilha Japão
Ormuz China

ea
México
Índia Macau

Oc
África. Este elevado interesse de D. Afonso V pelas con- Vera Cruz
Goa
Manila
Acapulco Cabo
O O Verde
quistas no Norte de África não permitiu que o mo- ce
a O Malaca

ce
n ce
a

an
Peru
narca se empenhasse directamente na exploração da Angola Timor

n
o
Brasil Moçambique

Pa

o
At

Ín

costa africana, levando-o a assinar o contrato descrito

di
fi

co
nti
co
Cabo da Boa
no documento 2. Neste contrato ficou estabelecido

co
Esperança

que D. Afonso V arrendava a exploração da costa afri- 0 2400 km

cana por cinco anos a Fernão Gomes, pagando o bur- Rotas portuguesas Rotas espanholas
guês duzentos mil reais cada ano. Todos os anos, Fer-
não Gomes deveria descobrir pela costa em diante cem 7.3. Lisboa, Sevilha e Antuérpia eram os principais centros
léguas. Em troca, o comerciante burguês teria direito económicos, nos séculos XV e XVI. A Lisboa chegavam
ao comércio exclusivo da costa africana. os produtos vindos dos seus domínios dispersos por
5.1. Manter o domínio português no Oriente. três continentes; já Sevilha recebia as mercadorias pro-
5.2. Os vice-reis deviam governar, em nome do monarca venientes dos seus domínios americanos. Depois de
português, os territórios no Oriente e desenvolver o reunidos em Lisboa e Sevilha, os produtos eram envia-
comércio. dos para Antuérpia, situada na Flandres (actual Bél-
5.3. D. Francisco de Almeida defendia que os portugueses gica). A partir daí eram distribuídos por toda a Europa.
deveriam concentrar a sua força no mar, pois conside- 7.4. Alterações na agricultura, visto que se introduziram
rava que se nele não fossemos poderosos, tudo logo se- novas culturas. Ocorreram ainda alterações nos hábi-
ria contra nós. Assim, durante a sua governação, adop- tos alimentares das populações, bem como no vestuá-
tou uma política de domínio dos mares, travando rio utilizado.
diversos combates no mar contra aqueles que amea-
çavam o poderio comercial de Portugal no Oriente. Já
EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 42-43
o seu sucessor, Afonso de Albuquerque, considerava
que o domínio português não poderia estar fundado 1.1. Renascimento.
apenas no mar. Deste modo, defendia a construção de 1.2. O Homem tinha, neste período, uma nova visão do
fortalezas e a conquista de certas cidades estratégicas Mundo e, sobretudo, do seu lugar nesse Mundo. As-
para manter o domínio português no Oriente. sim, ao teocentrismo medieval, sucedia o antropocen-
6.1. Segundo o documento, os habitantes do Brasil eram trismo, que defendia que o Homem e as suas capaci-
pardos, à maneira de avermelhados, de bons rostos e dades estavam no centro do Mundo e do pensamento
bons narizes, bem feitos. Não vestiam roupa e usavam humano.
ornamentos nos lábios. Quanto ao cabelo era liso e um 1.3. Esta afirmação significa que, durante a época medie-
deles trazia uma cabeleira de penas de ave amarela. val, a Antiguidade Clássica tinha sido esquecida e
6.2. D. João III. pouco valorizada. Contudo, no Renascimento, o
6.3. No Brasil, após a divisão em capitanias, intensificou-se Mundo acordou desse esquecimento e voltou a valori-
a exploração do pau-brasil, passou a cultivar-se a ba- zar o mundo clássico, passando a repudiar a cultura
naneira e a cana-de-açúcar. Para intensificar ainda medieval.
mais a produção, os portugueses levaram para o Brasil 2.1. O classicismo, ou seja, a redescoberta e revalorização,
escravos africanos. através do seu estudo, da Antiguidade Clássica; o indi-
6.4. D. João III iniciou a colonização do Brasil e decidiu vidualismo, isto é, a ideia da tentativa constante de afir-
adoptar o mesmo modelo que havia sido usado na mação pessoal de cada indivíduo, através de uma ade-
Madeira e Açores: a divisão em capitanias. No entanto, quada educação e da valorização das suas realizações
o sistema de capitanias não resultou no Brasil. Assim, ao longo da vida; e o espírito crítico, ou seja, a recusa
D. João III decidiu adoptar um novo modelo de admi- das ideias pré-estabelecidas e não discutidas durante a
nistração: nomeou um governador-geral, que ficou época medieval, levando o Homem a desenvolver um
responsável pela defesa, administração e justiça de espírito critico sobre tudo o que o rodeava, especial-
todo o território brasileiro. mente os problemas da sociedade.
7.1. Comércio intercontinental, ou seja, comércio efec- 2.2. Maior difusão dos textos humanistas, uma vez que a
tuado entre vários continentes. produção de livros era agora mais barata e produzida
em grandes quantidades.
3.1. Para os homens do Renascimento a experiência é madre
das cousas, ou seja, era o principal instrumento para sa-
ber radicalmente a verdade, isto é, para o conhecimento
da realidade. Assim, através da experiência, o Homem
t

teria acesso ao saber, ao conhecimento; a experiência


era fonte de conhecimento. Desta forma, neste período,
©

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acreditava-se que o conhecimento deveria ser baseado 5.3. Protestantismo designa o movimento de correntes re-

t
na observação directa da Natureza (naturalismo). ligiosas que abalaram a Igreja Católica no século XVI. A
3.2. A astronomia, medicina, matemática, geografia e botâ- primeira a surgir foi a Luterana, aquela que se inspi-

©
nica. No campo da astronomia, Copérnico desenvolveu rava nos princípios defendidos por Martinho Lutero
a Tese do Heliocentrismo, contestando a Teoria Geo- (surgindo depois a Calvinista e a Anglicana).
cêntrica defendida até então. Já no domínio da medi- 5.4.
Luteranismo
cina, assistiu-se ao desenvolvimento das técnicas de
dissecação dos cadáveres (muito contestadas pela Princípios fundamentais:
Igreja Católica), que permitiu um melhor conheci- – A salvação obtém-se pela fé, pela crença em Cristo e na
mento do corpo humano, e a importantes estudos so- sua palavra.
bre a circulação do sangue. Já na matemática, Pedro – A única fonte de fé é a Bíblia (cada crente deveria ler e
interpretar a Bíblia livremente).
Nunes, em Portugal, desenvolveu importantes conhe-
– Negação da autoridade do Papa e da obrigatoriedade
cimentos de cosmografia e inventou importantes ins-
do celibato.
trumentos nesta área, como o nónio. Na geografia, des-
– Existência de apenas dois sacramentos: baptismo e
taque para Duarte Pacheco Pereira, grande defensor da
comunhão.
experiência como fonte de conhecimento, descreveu,
na sua obra Esmeraldo de Situ Orbis, com enorme rigor Calvinismo
e precisão, contactos com outros povos e culturas, ani- Doutrina da Predestinação – a crença de que todo o
mais e plantas. Por último, na botânica destaca-se Gar- Homem nasce com o seu destino já traçado por Deus.
cia de Orta que estudou a aplicação medicinal das
Anglicanismo
plantas, difundida na sua obra Colóquios dos Simples e
Drogas das Cousas Medicinais da Índia. Tentativa de conciliação entre os princípios católicos e
4.1. Esta afirmação é verdadeira, pois, de facto, apesar de calvinistas.
muito inspirada nos modelos greco-romanos, a arqui- 6. a) V.
tectura renascentista introduziu muitos elementos b) F. A Companhia de Jesus foi criada em 1534 por
inovadores que a distinguem, como a horizontalidade Santo Inácio de Loyola.
nas construções, o equilíbrio geométrico (harmonia c) V.
nas proporções das construções), a simetria na distri- d) F. Na Península Ibérica, o Protestantismo teve uma
buição dos volumes e a decoração inspirada em ele- fraca implantação.
mentos da Natureza. e) V.
4.2. O Manuelino é um estilo artístico, característico do rei-
nado de D. Manuel I, em Portugal, caracterizado pela EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 55-56
associação de elementos góticos com elementos de
1. a) Cardeal D. Henrique subiu ao trono
inspiração marítima, naturalista, bem como símbolos
b) União Ibérica
nacionais.
c) Restauração da Independência
5.1. No início do século XVI, o comportamento do clero ca-
d) Guerra da Restauração
racterizava-se pelo luxo, opulência, corrupção e imora-
2.1. Era o Império Português, porque, analisando o mapa
lidade no seu quotidiano. O Papa era ainda acusado
(Doc. 1), podemos concluir que uma das principais ra-
de interferir em assuntos políticos. Tudo isto abalou o
zões que tornava tão difícil a defesa do nosso Império
prestígio e a autoridade da Igreja, já que estes com-
era a dispersão dos territórios conquistados. Pos-
portamentos não estavam de acordo com a sua posi-
suindo territórios coloniais na América, no Oriente e
ção social e religiosa.
em África, era muito difícil manter uma defesa organi-
5.2. A publicação da Bula das Indulgências, em 1513: um
zada de todos esses terrtórios tão distantes entre si.
documento emitido pelo Papa no qual se estabelecia
Por outro lado, todo o comércio colonial era realizado
que os crentes, em troca de um pagamento, recebiam
pelo mar, o que tornava os navios portugueses alvos
o perdão dos seus pecados. A principal razão que le-
preferenciais para os ataques de corsários e piratas.
vou o Papa a tomar esta atitude foi a necessidade de
2.2. Os ataques de vários países europeus defensores da
obter dinheiro para concluir a construção da Basílica
política do mar liberum (Holandeses, Franceses, Ingle-
de S. Pedro, no Vaticano.
ses), que se opunham à política do mare clausum, as
despesas muito elevadas de manutenção dos territó-
rios conquistados, a existência de uma administração
do Império deficiente e corrupta e o número elevado
de naufrágios, devido à sobrecarga das naus ou a tem-
pestades, o que provocava elevados prejuízos.
3. Naval; burguesia; Comerciais/de Comércio; Orientais;
Ocidentais; Bolsa.
4.1. Lei promulgada por Cromwell, que definia que as mer-
cadorias importadas pela Inglaterra só podiam ser
transportadas por navios ingleses ou por navios dos
locais de onde essas mercadorias eram originárias.
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4.2. Esta lei prejudicava bastante a Holanda pois uma das Nesta grande reunião, convocada pelo papa Paulo III,
grandes vantagens desta província era o grande de- foram tomadas medidas para reorganizar a Igreja in-
senvolvimento da sua construção naval, tornando os ternamente, disciplinar os seus membros (como a cria-
barcos holandeses os transportadores das mercado- ção de seminários para formação dos sacerdotes, ma-
rias vindas de todo o Mundo. Assim, o Acto de Nave- nutenção da exigência do celibato, proibição da
gação, ao proibir o transporte de mercadorias por na- acumulação de cargos) e foram reafirmados todos os
vios que não fossem ingleses ou dos locais originários princípios fundamentais da Igreja Católica.
das mercadorias, fazia com que a Holanda perdesse o
Grupo II
domínio sobre o transporte de mercadorias.
5.1. 1.1. O grande desenvolvimento da sua agricultura e da sua
pecuária; a sua grande ligação ao mar, resultante da
PRINCIPAL CULTURA DO BRASIL NOS SÉCULOS XVII E XVIII pesca, do comércio marítimo e da muito desenvolvida
Cana-de-açúcar
indústria da construção naval (os barcos holandeses
PRINCIPAIS CENTROS DA SUA PRODUÇÃO transportava mercadorias de todo o Mundo) e o facto
– Baía de aí se ter desenvolvido uma burguesia empreende-
– Pernambuco dora e criativa, que apostava no desenvolvimento dos
– Mais tarde, Rio de Janeiro negócios.
5.2. Mão-de-obra escrava, ou seja, eram os escravos vindos
de África. 1.2. No século XVII, o comércio ultramarino era muito in-
5.3. Como podemos concluir através da análise do gráfico tenso, permitindo a vários países, nomeadamente à
(Doc. 4), a produção de açúcar no Brasil, entre 1570 e Holanda, a acumulação de capitais. Os lucros obtidos
1640, teve um crescimento contínuo, ou seja, cresceu eram depois reinvestidos nos negócios (no comércio,
sempre de década em década. na indústria ou mesmo na agricultura), gerando novos
5.4. Até à segunda metade do século XVI, a principal fonte capitais que seriam de novo investidos. Chamamos a
de riqueza do Império Português era o Oriente, devido este sistema capitalismo comercial.
ao comércio das especiarias. Contudo, a crise que afec- Contudo, para o desenvolvimento do capitalismo co-
tou o Império Português do Oriente, neste período, mercial, era necessário criar novos instrumentos finan-
motivou a descida dos lucros. Por essa razão, os Portu- ceiros, adaptados a estes grandes negócios. Foi neste
gueses voltaram as suas atenções para os territórios contexto que foram criados os primeiros Bancos (lo-
atlânticos, apostando, essencialmente, na produção cais onde se recebiam depósitos, faziam-se pagamen-
de açúcar, no Brasil, onde trabalhavam escravos vin- tos, trocava-se moeda estrangeira – câmbio – e fa-
dos de África. ziam-se empréstimos) e as Bolsas de Valores (locais
onde se compravam e vendiam acções).
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 PÁGS. 57-59 2.1. 1 – Portugal; 2 – Brasil; 3 – África
2.2. A principal razão que levou o Império Português a le-
Grupo I
var a cabo esta viragem atlântica, ou seja, a aposta nas
1.1. O autor refere-se a Deus.
relações comerciais entre os territórios atlânticos foi a
1.2. Está evidenciada a tese do Antropocentrismo, ou seja, a
crise do comércio com o Oriente (até então a sua prin-
teoria que defende que é o Homem, e as suas capaci-
cipal fonte de riqueza).
dades pessoais, que estão no centro do Mundo e do
3.1. Batalha de Alcácer Quibir.
pensamento humano.
3.2. A morte de D. Sebastião causou um grave problema
2. Humanismo, XV, classicismo, individualismo, espírito
de sucessão, pois D. Sebastião não deixou descenden-
crítico, imprensa, Guttemberg, Roterdão, Thomas.
tes (filhos) e não tinha irmãos, ou seja, não havia su-
3.1. Retrato.
cessor directo ao trono português.
3.2. A religião, a mitologia greco-romana, o quotidiano.
3.3. D. Catarina de Bragança que não reuniu apoios sufi-
3.3. Botticelli, Leonardo Da Vinci e Miguel Ângelo.
cientes (acabando por desistir), D. António, Prior do
3.4. A pintura renascentista distingue-se pelo equilíbrio
Crato, que tinha o apoio do povo (que receava perder
nas composições (muito frequente a composição em
a independência) e Filipe II, rei de Espanha, que era
pirâmide), pela utilização da perspectiva (permitindo
apoiado pelos nobres que viam aqui a possibilidade
alcançar um efeito de profundidade) e pelo seu rea-
de acesso a cargos ou títulos importantes e pelos bur-
lismo e naturalismo. Neste tipo de pintura foram tam-
gueses que aspiravam ter acesso a importantes circui-
bém aplicadas novas técnicas como a pintura a óleo
tos comerciais do Império Espanhol.
ou o sfumato.
4.1. A revolução ocorrida a 1 de Dezembro de 1640.
4.1. No século XVI, o comportamento de alguns membros
4.2. Após a revolução e a aclamação de D. João IV, não foi
do clero ficou marcado pelo luxo, opulência, corrup-
fácil manter a independência. Iniciou-se a Guerra da
ção e imoralidade, o que abalou o prestígio e a autori-
Restauração, durante a qual a Espanha tentou várias
dade da Igreja. Conscientes desta situação, muito criti-
vezes invadir e recuperar o território português. Esta
cada e difundida pelos humanistas, os mais altos
guerra durou 28 anos. D. João IV, de forma a preparar a
membros do Clero decidiram agir. Nesse sentido, con-
defesa do reino, mandou construir fortalezas junto às
t

vocaram o Concílio de Trento (Doc. 3).


fronteiras e reorganizou e fortaleceu o exército.
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A primeira Batalha travou-se em 1644, no Montijo, mas 3.3 As funções desempenhadas, os deveres e direitos que

t
foi na batalha dos Montes Claros, em 1665, que os por- tinham, a forma como se vestiam e as relações sociais
tugueses alcançaram uma clara vitória sobre os espa- que estabeleciam permitiam distinguir cada uma des-

©
nhóis. A Espanha reconheceu a independência de Por- sas três ordens.
tugal em 1668 (já com D. Pedro II como rei). 3.4. Ascender na hierarquia da sociedade do Antigo Re-
gime não era fácil, mas em algumas situações era pos-
EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 80-81 sível. Assim, os burgueses letrados, que exerciam im-
portantes cargos, poderiam conseguir ascender à
1. a) F. A agricultura era a actividade que ocupava a nobreza de toga. Contudo, aos burgueses que se dedi-
maioria da população europeia durante o Antigo cavam ao comércio estavam vedadas as hipóteses de
Regime. ascender socialmente. O Terceiro Estado podia ainda
b) V ascender socialmente se optasse pela via religiosa. Po-
c) F. Portugal, neste período, importava grandes quan- rém, os cargos mais importantes desempenhados na
tidades de cereais e tecidos. Igreja eram guardados para os nobres clérigos, ou
d) F. A partir da segunda metade do século XVII, a ba- seja, para os clérigos que eram provenientes da No-
lança comercial portuguesa passou a ser desfavorá- breza.
vel. 4.1. Arquitectura, pintura e escultura.
2.1. O motivo que levou o Conde da Ericeira a tomar as 4.2. Porque foi durante o reinado de D. João V que Portu-
medidas descritas no documento foi a crise comercial gal recebeu a maior quantidade de ouro brasileiro e,
vivida, na segunda metade do século XVII, em Portu- por isso, foi neste reinado que o barroco atingiu o seu
gal. Neste período, a balança comercial portuguesa auge em Portugal, já que, devido à sua exuberância e
era desfavorável: o número de importações era supe- magnificência, a construção de edifícios neste estilo
rior ao número de exportações. Os produtos que os exigiam grandes quantidades de dinheiro.
Portugueses importavam em maior quantidade eram, 5.1. A forma de governo adoptada durante o reinado de
sem dúvida, os têxteis ingleses. Era preciso, por isso, D. José I foi o Despotismo Esclarecido, uma nova con-
reduzir as importações, de modo a equilibrar a ba- cepção do absolutismo, em que o poder do rei foi re-
lança comercial. forçado, a autoridade do monarca era ilimitada. Con-
2.2. O Conde da Ericeira, com o intuito de reduzir as impor- tudo, o poder absoluto do rei e a sua autoridade
tações dos têxteis ingleses, de modo a equilibrar a ba- ilimitada tinham um objectivo: o bem-estar do povo.
lança comercial portuguesa, decidiu cuidar da fábrica Assim, julgava-se que o poder absoluto do monarca
dos panos, ou seja, desenvolver a indústria manufactu- era guiado pelo progresso e pela razão para, deste
reira dos lanifícios (lã animal) na Covilhã, Fundão e Por- modo, governar para o bem do povo e caminhar no
talegre. O ministro de D. Pedro II pretendia ainda atrair sentido do progresso da sociedade.
pessoas a entrarem neste negócio, fazendo com elas con- 5.2. O Erário Régio (controlava as finanças públicas), a Junta
tratos e concedendo-lhes privilégios. Por outro lado, foi do Comércio (supervisionava as actividades económi-
ordenado que as alfandegas não despachem panos gros- cas, nomeadamente, o comércio e a indústria), a Real
sos de fora do Reino, ou seja, pretendia-se que não en- Mesa Censória (controlava as publicações, censurando
trassem em Portugal têxteis fabricados no estrangeiro. todas aquelas que poderiam pôr em causa o poder do
O Conde da Ericeira decidiu igualmente renovar as fábri- Estado e do rei), a Intendência Geral da Polícia (deveria
cas de chapéus, meias e fitas, procurando-se de fora artífi- manter a segurança pública) e o Colégios dos Nobres
ces que fabriquem estes géneros, ou seja, fomentou as (onde eram formados os nobres que futuramente exer-
manufacturas de chapéus, meias, fitas, apoiando a ceriam funções junto do rei).
vinda de técnicos especializados estrangeiros. Por fim, 6.1. No início do reinado de D. José I a agricultura produzia
debruçou a sua atenção sobre as fábricas de vidro e pa- muito pouco e a indústria estava muito pouco desen-
pel que estavam principiadas com o intuito de desen- volvida; por isso, era necessário continuar a importar
volver a produção deste produtos, de modo a que se evi- diversos produtos. Contudo, o ouro do Brasil, que até
tem estes géneros vindos de fora. aí possibilitava pagar as importações, no início do rei-
3.1. Clero, Nobreza e Terceiro Estado. nado de D. José I, começou a chegar ao nosso país em
3.2. O Clero dedicava-se especialmente ao serviço de Deus, quantidades cada vez menores. Assim, tornou-se difí-
ou seja, a sua principal função era a oração. Esta ordem cil pagar as importações, gerando-se uma grave crise
social estava ainda encarregue do ensino e da assistên- económica.
cia a pobres e doentes. Já a Nobreza deveria defender o 6.2. Para solucionar a grave crise económica que Portugal
Estado pelas armas, ou seja, a principal função desta or- atravessava, Sebastião José de Carvalho e Melo deci-
dem social era o desempenho de funções militares. A diu intervir, primeiramente, no comércio, através da
Nobreza exercia ainda cargos administrativos e religio- criação de companhias monopolistas (a do Grão-Pará
sos. Por sua vez, o povo, pertencente ao Terceiro Estado, e Maranhão era uma delas). Estas companhias eram
deveria alimentar e manter o Estado, ou seja, assegurar constituídas por accionistas e, como descreve o docu-
as actividades produtivas. A burguesia, pertencente mento 5, detinham o comércio exclusivo, ou seja, o mo-
também ao Terceiro Estado, dedicava-se ao comércio, nopólio dos produtos que controlavam.
bem como ao exercício de funções administrativas.

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Contudo, a crise económica mantinha-se. Deste modo, impostos e concessão de monopólios, com o intuito
o Marquês de Pombal decidiu tomar medidas no de evitar importar produtos. Desta forma, os produtos
campo da indústria manufactureira, como demonstra que eram importados do estrangeiro em grande nú-
o documento 6. Só com o desenvolvimento deste sec- mero deveriam passar a ser produzidos no país. Con-
tor era possível reduzir as importações. Segundo o do- cedeu privilégios a companhias de comércio monopo-
cumento 6, o ministro de D. José I decidiu reorganizar listas que iriam concorrer com as já existentes,
as fábricas reais já existentes, nomeadamente, a da desenvolveu o comércio internacional, proibiu as coló-
seda em Lisboa, e a dos lanifícios, o que gerou o au- nias de desenvolverem relações comerciais directa-
mento da produção, definiu ainda o aperfeiçoamento mente com outros Estados. Assim, as colónias só po-
de outras manufacturas e a introdução de algumas que deriam comerciar directamente com a metrópole, que
anteriormente se não fabricavam. Foi ainda fundada a depois comercializava com outros países, obtendo
primeira fábrica de refinação de açúcar em Portugal maiores lucros. Por fim, aumentou os impostos aplica-
continental, incentivou-se a vinda para o nosso país de dos aos produtos importados, fazendo com que fos-
técnicos especializados estrangeiros, foram concedi- sem vendidos a preços muito elevados no mercado,
dos alguns privilégios, como monopólios ou isenção diminuindo assim a procura, impedindo, desta forma,
de impostos, e aplicadas medidas proteccionistas com os outros Estados de introduzirem os seus produtos no
o objectivo de proteger os produtos portugueses. reino de França. Diminuiu ainda os impostos aplicados
aos produtos que saíam do país para serem vendidos
EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 90-91 a outros Estados (exportações).
2.1. O preço do açúcar brasileiro, entre 1650 e 1688, redu-
1. Pascal; 2. Lavoisier; 3. Heliocêntrica; 4. Astronomia; ziu drasticamente. Assim, em 1650, uma arroba de
5. Medicina; 6. Física; 7. Experimental açúcar custava, aproximadamente, 3700 réis, já em
2.1. Academias. 1688 rondava os 1400 réis.
2.2. As academias eram associações de cientistas e intelec- 2.2. A redução drástica do preço do açúcar brasileiro, entre
tuais onde se discutiam ideias, partilhavam conheci- 1650 e 1688, deveu-se à concorrência dos Holandeses,
mentos e investigações em curso. que estavam a produzir este mesmo produto nas Anti-
3.1. A Igreja Católica representou um obstáculo à renova- lhas. Se até aqui os Portugueses detinham a venda ex-
ção científica dos séculos XVII e XVIII, sobretudo atra- clusiva do açúcar, a partir da segunda metade do sé-
vés da acção da Inquisição e da Companhia de Jesus culo XVII passaram a ter concorrência. Deste modo, o
(Jesuítas). Eram, precisamente, os Jesuítas que, nesse açúcar brasileiro viu-se banido dos mercados france-
período, detinham o monopólio do ensino e, como re- ses, ingleses e holandeses, o que provocou acumula-
fere o documento, a Companhia de Jesus defendia ção de stock e, consequentemente, uma queda dos
que não se ensinassem nas lições ou nos exames opi- preços, porque a oferta aumentava muito mais rapida-
niões de pouco valor ou inúteis, como são as de Descar- mente que a procura.
tes, Newton. 3.1. Com o intuito de resolver a crise comercial que afec-
3.2. Por considerar que algumas descobertas científicas tava Portugal, o Conde da Ericeira, ministro de D. Pe-
constituíam ameaças aos saberes defendidos na Bíblia. dro II, tomou algumas medidas de inspiração mercan-
4. a) Razão; b) Tolerância; f ) Progresso; g) Igualdade pe- tilista para desenvolver as manufacturas nacionais.
rante a lei; h) Liberdade Uma delas foi a publicação das Leis Pragmáticas, leis
5.1. Era a instrução. proteccionistas, que, como demonstra o documento 3,
5.2. Montesquieu defendeu a teoria da separação de po- definiam que nenhuma pessoa se poderia vestir de pano
deres: os poderes legislativo, executivo e judicial de- que não seja fabricado neste reino, ou seja, proibia-se o
viam ser independentes entre si, ou seja, pertencerem uso de tecidos de lã estrangeiros, como também não
a diferentes órgãos. poderia usar de voltas, de rendas, cintos, talins, e cha-
Rosseau, defendeu a teoria da soberania popular: o péus que não sejam feitos nele, isto é, proibia-se igual-
poder pertencia ao povo e este, por sua vez, delegava mente o uso de artigos de luxo estrangeiros. Preten-
esse poder a representantes, escolhidos através do dia-se com estas medidas reduzir as importações de
voto. têxteis ingleses, de modo a equilibrar a balança co-
Voltaire defendeu, sobretudo, a liberdade e a justiça mercial portuguesa.
social, denunciando as injustiças existentes entre os Contudo, estas medidas proteccionistas, promulgadas
grupos privilegiados (clero e nobreza) e os não privile- pelo Conde da Ericeira, cedo provocaram contestação.
giados. Os ingleses responderam às medidas tomadas pelo
reino português reduzindo a importação dos nossos
TESTE DE AVALIAÇÃO 3 PÁGS.92-95 vinhos. Esta situação afectou os produtores nacionais
Grupo I de vinho, muitos deles pertencentes à alta nobreza,
que também se posicionaram contra as medidas mer-
1.1. Colbert.
cantilistas de apoio às manufacturas.
1.2. Em primeiro lugar, esforçou-se por instalar em França
t

Pressionado pelos comerciantes ingleses e pelos


as melhores indústrias, ou seja, promoveu e desenvol-
produtores de vinho, o Estado português assinou o
veu a indústria manufactureira, através da isenção de
Tratado de Methuen com a Inglaterra, em 1703, que,
©

183
PREPARAR OS TESTES HISTÓRIA 8

SOLUÇÕES
segundo o documento 4, estabelecia que os panos de 35 volumes, publicados entre 1751 e 1771, onde cola-

t
lã e outros lanifícios de Inglaterra entrassem em Portu- boravam ilustres cientistas e intelectuais); academias
gal sem restrições, como era costume até ao tempo em (associações de cientistas e intelectuais onde se discu-

©
que foram proibidos. Por seu lado, a Inglaterra reduzia tiam ideias, partilhavam-se conhecimentos, investiga-
em um terço os direitos alfandegários sobre os vinhos ções em curso); Maçonaria (sociedade secreta, com-
portugueses, fazendo com que este produto chegasse posta por membros da nobreza, filósofos, cientistas e
ao mercado inglês a um preço bastante mais acessível. profissionais liberais, que defendiam a valorização da
4.1. O absolutismo foi um regime político que vigorou na razão, do progresso e da igualdade e fraternidade).
esmagadora maioria dos Estados Europeus (com ex- 3.1. A reforma efectuada pelo Marquês de Pombal descrita
cepção da Inglaterra e Holanda) durante o Antigo Re- no documento é a reforma da Universidade de Coim-
gime. Defendia o poder divino do monarca, bem bra, com a introdução do ensino de novas matérias,
como a concentração de todos os poderes e funções como a Matemática e as Ciências da Natureza, e com a
de Estado nas mãos do rei. modernização do seu ensino, nomeadamente através
Acreditava-se que o trono real não era o trono de um ho- da aquisição de uma colecção de máquinas, aparelhos
mem, mas o trono do próprio Deus, os reis seriam os re- e instrumentos que permitiam o recurso à experiência
presentantes de Deus na Terra. Assim, só perante Deus laboratorial.
é que o rei deveria prestar contas acerca da sua gover- 3.2. Expulsou os Jesuítas, proibiu o uso dos seus métodos
nação; por isso, todos os seus súbditos, ou seja toda a de ensino (nomeadamente dos seus manuais) por os
sociedade do Antigo Regime, deveria obedecer- considerar antiquados, extinguindo igualmente a Uni-
-se-lhe sem murmurar, isto é, ser totalmente submissa ao versidade de Évora (controlada por essa ordem reli-
seu rei, até porque o rei vê de mais longe e de mais alto. giosa); criou o Real Colégio dos Nobres, para instrução
5.1. Burguesia. dos filhos da nobreza que no futuro exerceriam cargos
5.2. O ministro de D. José I impulsionou a burguesia a par- de responsabilidade na administração do Estado; criou
ticipar activamente no desenvolvimento das compa- uma rede de escolas menores (ensino primário) e de
nhias comerciais monopolistas e da indústria manu- escolas Régias (ensino secundário).
factureira, o que lhe rendeu bastantes lucros, agraciou 3.3. Os estrangeirados são os portugueses que, tendo vi-
alguns burgueses com títulos nobiliárquicos e decre- vido no estrangeiro, tiveram contacto com as teorias
tou ainda a igualdade entre cristãos-novos e cristãos- iluministas e procuraram difundi-las em Portugal.
-velhos, o que beneficiou bastante a burguesia, já que
muitos dos seus membros eram cristãos-novos, perse- EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS.108-109
guidos pela Inquisição. Esta medida pôs fim a essas
1.1. A rotação quadrienal de culturas.
perseguições.
1.2. Este sistema pôs fim ao pousio, permitindo desenvol-
5.3. Em 1758, D. José I foi vítima de um atentado. Alguns
ver o cultivo intensivo da terra.
nobres e a família dos Távoras, bem como a Compa-
1.3. Segundo a opinião do autor, este novo sistema de cul-
nhia de Jesus, foram responsabilizados por este acon-
turas teria êxito nas enclosures, já que os pequenos
tecimento. Por consequência, alguns elementos da fa-
agricultores não poderão jamais efectuar estas melho-
mília Távora e outros nobres de grandes famílias
rias.
nacionais foram condenados à morte, mesmo sem
1.4. Neste período ocorreram mudanças e inovações técni-
existirem provas conclusivas acerca do seu envolvi-
cas: drenagem de pântanos e melhorias dos solos are-
mento no atentado. A família Távora foi ainda despo-
nosos, juntando-lhes argila e calcário e ainda estrume
jada dos seus bens e benefícios. Os Jesuítas foram ex-
de animais, para que se tornassem mais férteis. Para
pulsos de Portugal e todos os seus bens confiscados
além disso, começaram também a utilizar-se algumas
pela Coroa portuguesa.
máquinas na agricultura, foram introduzidas novas
Grupo II
culturas e procedeu-se à selecção das melhores se-
1. a) 3; b) 4; c) 2; d) 5; e) 1 mentes e animais reprodutores.
2.1. Soberania popular. 2.1. O saldo fisiológico, em Inglaterra, entre 1700 e 1800
2.2. Esta teoria política defendia que o poder pertencia ao evoluiu muito positivamente, já que a mortalidade di-
povo. Este delegava o poder a representantes escolhi- minuiu drasticamente, a partir de 1740, enquanto a
dos através do voto. natalidade aumentou consideravelmente, entre 1710
2.3. O Iluminismo defendia a valorização da razão como e 1750, registando depois alguma estabilidade, ou
única forma de alcançar o verdadeiro conhecimento e seja, mantendo-se alta. Assim, até cerca de 1732, o
como meio de adquirir o progresso, mas também da saldo fisiológico foi nulo ou mesmo negativo. A partir
liberdade, da tolerância e da igualdade de todos pe- desta data tornou-se positivo, crescendo ao longo dos
rante a lei. Os iluministas viam ainda a instrução como anos, devido à diminuição, cada vez mais acentuada,
único meio de tornar os espíritos humanos críticos e da mortalidade.
permitir o desenvolvimento e o progresso. 2.2. A Revolução Agrícola provocou o aumento da produti-
2.4. Os meios de difusão do Iluminismo eram os salões, ca- vidade. Por isso, a população começou a alimentar-se
fés e clubes (lugares de convívio onde se discutiam mais e melhor. O organismo humano tornou-se assim
ideias e se difundiam conhecimentos); Enciclopédia mais forte e mais resistente a doenças. Este facto, os
(dirigida por Diderot e D´Alembert, era composta por

184
HISTÓRIA 8 PREPARAR OS TESTES

SOLUÇÕES
progressos na Medicina e a melhoria das condições de
EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 126-127
higiene, que se verificaram também neste período, fo-
ram responsáveis por uma acentuada redução da mor- 1. a) F. No século XVII, as treze colónias inglesas da Amé-
talidade, principalmente da infantil. rica do Norte estavam obrigadas, pela Inglaterra, a
2.3. De facto, no século XVIII, ocorreu uma Revolução De- fazerem comércio apenas com esta potência.
mográfica que se iniciou em Inglaterra, expandindo-se b) V.
depois pela Europa, já que se assistiu à acentuada re- c) F. A Constituição Americana estabelecia a criação de
dução da mortalidade, principalmente da infantil, a um Estado Federal, ou seja, um Estado que englo-
um considerável crescimento populacional e ainda ao bava várias Estados, autónomos em vários aspectos,
aumento da esperança média de vida e ao aumento mas em que todos respeitavam as decisões do Go-
do número de filhos, que provocou o rejuvenesci- verno Central (estavam unidos pelo mesmo Presi-
mento da população; ou seja, a tendência demográ- dente).
fica que se mantinha há vários séculos inverteu-se to- d) V.
talmente, neste período, graças essencialmente à 2.1. Esta caricatura pretende retratar a sociedade francesa
Revolução Agrícola. no período do Absolutismo. Na imagem podemos ver
3.1. Sector têxtil. o Terceiro Estado a ser esmagado pelo peso da No-
3.2. A existência de matérias-primas essenciais para o de- breza e do Clero. De facto, a sociedade francesa deste
senvolvimento deste sector, já que das enclosures in- período era marcada por profundas desigualdades: a
glesas saíam grandes quantidades de lã, devido à cria- Nobreza e o Clero (cerca de 2% da população) eram os
ção de gado, e do Império Inglês chegava o algodão, grupos privilegiados, estavam isentos do pagamento
bem como o facto de a Inglaterra exportar grandes de impostos e ocupavam importantes lugares na admi-
quantidades destes tecidos e ainda a longa tradição nistração. Quanto ao Terceiro Estado (cerca de 98% da
inglesa na produção têxtil. população), vivia sobrecarregado de impostos pagos
3.3. A evolução da exportação inglesa de tecidos, entre quer ao rei, quer aos senhores das terras, quer à Igreja.
1697 e 1789, foi positiva. Contudo, entre 1697 e 1749, 2.2. O rei francês, Luís XVI, sentindo cada vez mais o clima
os valores registados foram relativamente estáveis, de revolta e descontentamento que se vivia em
não sendo elevados. A partir de 1750, as exportações França, decidiu convocar os Estados Gerais (que não se
inglesas de tecidos aumentaram espectacularmente. reuniam desde 1614), ou seja, a assembleia consultiva
Assim, entre 1740-1749, o volume de negócios era de onde se reuniam os representantes do Clero, da No-
11 000 libras, enquanto que, entre 1780-1789, os valo- breza e do Terceiro Estado.
res ascendiam às 756 000 libras. Nesta reunião, a 5 de Maio de 1789, os representantes
3.4. O crescimento espectacular das exportações inglesas de do Terceiro Estado rejeitaram a forma tradicional de
tecidos, verificado a partir de 1750, deve-se à crescente votação (por ordem social), exigindo o voto por ca-
produção destes produtos graças à introdução dos in- beça, o que lhes garantia a vitória (pois o Terceiro Es-
ventos técnicos neste sector, tal como o representado tado tinha o maior número de representantes). Apesar
na imagem. Assim, a Revolução Industrial, que arrancou da oposição dos membros do Clero e da Nobreza, os
neste sector, trouxe o aumento da produção, o que pro- membros do Terceiro Estado não cederam.
vocou o aumento substancial das exportações. Assim, realçando o facto de representarem a grande
4.1. A Revolução Industrial trouxe consequências negati- maioria da população, os membros do Terceiro Estado
vas: ocorreram transformações na paisagem, já que decidiram formar uma Assembleia Nacional, ou seja,
muitas cidades inglesas foram ocupadas com diversas seriam os representantes da nação francesa.
fábricas; junto das fábricas viviam os operários em ca- O rei ordenou, então, aos grupos privilegiados que se
sas muito pequenas e degradadas, sem as mínimas reunissem com o Terceiro Estado, formando-se assim a
condições de higiene e segurança. Esta situação está Assembleia Nacional Constituinte, que teria por objec-
descrita no documento 4: como o autor refere, à volta tivo elaborar uma Constituição.
de Manchester, cidade industrial inglesa, foram semea- 3. 1 – Monarquia Absoluta de Luís XVI
das miseráveis habitações de pobres, ou seja, de operá- 4 – O Consulado de Napoleão
rios. Os salários que auferiam implicavam que vivessem 3 – O Directório
na miséria, alimentando-se à base de pão e batata. 2 – A Convenção
Devido à crescente construção de fábricas, o ambiente 5 – O Império de Napoleão
ficou também bastante mais poluído; como descreve 4.1. Sinédrio.
o autor, em redor das fábricas e dos bairros dos operá- 4.2. A permanência do rei no Brasil e o facto do governo
rios, um dos riachos arrasta lentamente águas fétidas português ser controlado pelos ingleses (chefiados
que os trabalhos da indústria tingiram de cores negras. pelo general Beresford) e a grave crise comercial que
Um fumo espesso e negro cobre a cidade. se vivia, sobretudo devido à abertura dos portos brasi-
Outra das consequências negativas da Revolução In- leiros à navegação estrangeira (através de um Tratado
dustrial foi a multiplicação do trabalho infantil nas fá- de Comércio estabelecido com a Inglaterra, em 1810),
t

bricas, como ilustra o Doc. 5; para reduzir os custos, os prejudicando gravemente os negócios portugueses e
patrões preferiam as crianças que trabalhavam muitas a nossa burguesia.
horas e recebiam um baixíssimo salário.
©

185
PREPARAR OS TESTES HISTÓRIA 8

SOLUÇÕES
4.3. Segundo o documento, os principais objectivos eram os habitantes de determinada região, para se torna-

t
assumir o governo de Portugal e convocar Cortes com rem propriedade privada, deixando assim os habitan-
o fim de redigir a futura Constituição. tes de ter permissão para os utilizar.

©
4.4. A igualdade entre todos os cidadãos; a soberania da 2.1. A máquina a vapor foi aplicada na indústria e nos
nação (o poder do povo era exercido através da elei- transportes.
ção dos deputados às Cortes) e a divisão dos poderes: 2.2. O progresso da indústria levou ao desenvolvimento
o executivo cabia ao rei, o legislativo (que detinha su- dos meios de transportes, já que era necessário trans-
premacia) às Cortes (eleitas por sufrágio directo e uni- portar rapidamente as matérias-primas até às fabricas
versal) e o judicial aos Tribunais. e escoar os produtos fabricados para o mercado. Por
5.1. O Absolutismo. isso, as acessibilidades (estradas, caminhos-de-ferros,
5.2. D. Pedro, vendo que D. Miguel não cumprira os com- canais) foram melhoradas e os transportes foram de-
promissos estabelecidos e que tinha reposto o regime senvolvidos, tornando-se mais rápidos e eficazes.
absoluto, decidiu agir. Abdicando do trono do Brasil Grupo II
em favor do seu filho, assumiu a regência de Portugal, 1.1. 1776.
em nome da sua filha, D. Maria da Glória. 1.2. A obrigatoridade de fazerem comércio apenas com a
Com o apoio francês e inglês, organizou um exército li- Inglaterra provocou um grande descontentamento,
beral (cerca de 8000 homens), juntando-se na Terceira sobretudo, por parte de uma burguesia rica e em-
(Açores) aos exilados liberais e partiu para Portugal, preendedora que se tinha desenvolvido nessa região;
desembarcando, ainda nesse ano, numa praia perto o aumento dos impostos, nomeadamente das taxas
do Porto, ocupando essa cidade sem grande resistên- sobre o açúcar, o chá e o papel selado, aumentou os
cia. sentimentos de revolta dos colonos em relação à me-
D. Pedro e os liberais (juntamente com os portuenses) trópole.
tiveram de resistir a um ano de cerco à cidade do 2.1. Esse período designa-se Convenção.
Porto, organizado por D. Miguel e as suas tropas. 2.2. A expressão sublinhada no documento mostra bem o
A partir do Porto, a guerra civil estendeu-se a quase ambiente violento que se viveu durante a Convenção.
todo o país, tendo os exércitos liberais alcançado uma De facto, a partir de 1793, a Convenção iniciou um pe-
série de vitórias, nomeadamente reconquistando Lis- ríodo de terror, sendo constituído um governo revolu-
boa em 1833. Em Maio de 1834, D. Miguel aceitou assi- cionário, dirigido por Robespierre. Durante esse pe-
nar a paz, na Convenção de Évora-Monte. ríodo, milhares de pessoas, consideradas contra o
6.1. A extinção das ordens religiosas e confiscação dos governo, ou seja, inimigos do povo, na opinião de Ro-
seus bens, que passaram para o Estado. bespierre, foram perseguidas e condenadas à guilho-
6.2. Abolição do direito de morgadio, ou seja, o direito que tina.
o filho mais velho (o morgado) tinha de herdar, exclu- 3. a) Os principais protagonistas da Revolução Francesa
sivamente, todos os bens dos pais; extinção da dízima foram os burgueses.
paga ao Clero e dos direitos senhoriais; reforma da ad- b) O Rei Luís XVI foi executado durante o período polí-
ministração pública, através da divisão do país em pro- tico designado Convenção.
víncias, comarcas e concelhos; liberalização do comér- c) Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continen-
cio e da pequena indústria, através da extinção dos tal, com o objectivo de enfraquecer a Inglaterra.
monopólios. d) A derrota final de Napoleão deu-se na Batalha de
6.3. Apesar de importantes, estas reformas não foram sufi- Waterloo.
cientes para que Portugal registasse um grande de- 4.1. A recusa do governo português em aderir ao Bloqueio
senvolvimento económico, sobretudo, devido à Continental.
grande instabilidade política que se vivia. 4.2. A permanência de D. João VI, e da corte portuguesa,
no Brasil; a grave crise comercial que se vivia, sobre-
TESTE DE AVALIAÇÃO 4 PÁGS. 128-129 tudo pela abertura dos portos brasileiros à navegação
Grupo I estrangeira, prejudicando gravemente os negócios
portugueses; o facto do governo português ser agora
1.1. Enclosure. controlado pelos ingleses (chefiados pelo general Be-
1.2. A criação de gado. resford), o que muito descontentava os políticos e os
1.3. Os nobres rurais ingleses conseguiram obter longas militares.
planícies de muitas milhas onde não há casas, nem ter- 4.3. É um sistema político no qual o rei tem que obedecer
ras trabalhadas, só se vêem árvores, urzes e verdura onde aos princípios fundamentais definidos pela Constitui-
um número infinito de carneiros pastam todo o ano, ou ção.
seja, grandes propriedades em que a actividade de- 5.1. Liberais e Absolutistas.
senvolvida predominantemente é a criação de gado 5.2. Os liberais eram na sua maioria burgueses, defensores
(enclosures), através da anexação de baldios (terrenos dos ideais de igualdade entre todos os cidadãos. Essa
não cultivados que podiam ser utilizados por todos os igualdade proclamada pelos liberais ia contra um con-
habitantes de uma povoação, para a pastagem do junto de privilégios e regalias de que a Nobreza e o
gado e a recolha da lenha). Estes terrenos deixaram Clero gozaram durante o Antigo Regime. Assim, vendo
então de ser comunais, ou seja, de pertencer a todos muitos das suas anteriores regalias retiradas pelas re-

186
HISTÓRIA 8 PREPARAR OS TESTES

SOLUÇÕES
formas dos liberais, os membros destas ordens sociais juntavam de modo a controlarem em absoluto um de-
apoiavam D. Miguel nas suas pretensões de repor o terminado produto, como também demonstra o docu-
Absolutismo, esperançosos de que tal simbolizasse mento.
um retorno à sociedade de ordens e aos antigos privi- 5.1. Canadá, EUA, Brasil, Argentina, África do Sul, Austrália
légios. e Nova Zelândia.
5.2. A Revolução Agrícola dispensou muita mão-de-obra,
EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 147-148 pois as máquinas faziam agora muitas das funções dos
camponeses. Também a explosão demográfica do sé-
1.1. A Alemanha apostou na formação dos seus jovens em- culo XIX levou à acumulação de muita mão-de-obra
pregados, ou seja, apostou na formação de técnicos nos campos. Assim, muitos destes desempregados de-
especializados. cidiram migrar para as cidades, onde sonhavam obter
1.2. Era a Inglaterra. Como era a maior potência industrial melhores condições de trabalho e de vida. Contudo,
do Mundo, os jovens empregados alemães iam for- muitos daqueles que chegavam às cidades não arran-
mar-se lá durante 3 ou 4 anos. Era na Inglaterra que se javam emprego. A solução era emigrar de modo a ob-
concentravam os melhores técnicos, os mais avança- ter melhores condições de trabalho e de vida.
dos conhecimentos e as mais desenvolvidas técnicas. 6.1. a) B; b) A; c) A; d) B; e) A; f ) A; g) B; h) A
1.3. Os sectores têxtil, metalúrgico e químico. 6.2. Durante a expansão da Revolução Industrial ocorre-
1.4. Os excelentes recursos naturais que possuía. ram transformações económicas e sociais: a burguesia
2.1. Navio a vapor. afirmou-se na sociedade, passou a deter importância
2.2. A construção de navios de grandes dimensões, com social e a acumular elevadas fortunas; cresceu o ope-
casco de ferro, que permitiam transportar uma grande rariado mas as suas condições de trabalho e de vida
quantidade de mercadorias, a formação de compa- agravaram-se, sendo muito penosas e difíceis. Ora, o
nhias de navegação de longo curso, que asseguravam romance realista nasceu com o principal objectivo de
a circulação regular de pessoas e bens entre continen- criticar a sociedade da época, nomeadamente, a vida
tes, e a abertura de canais. de luxo da burguesia e denunciar a pobreza e a misé-
2.3. A Revolução nos Transportes levou à intensificação do ria do proletariado.
comércio. Assim, a nível nacional, as regiões situadas 6.3. A industrialização criou, por um lado, a necessidade de
quer no interior quer no litoral passaram a conseguir novas construções, mas disponibilizou, por outro lado,
escoar facilmente os seus produtos, bem como ser novos materiais e técnicas.
abastecidas dos bens que necessitavam. Desta forma, Surgiu então a arquitectura do ferro, que utilizava ma-
os mercados nacionais fortificaram-se e expandiram- teriais como o ferro, o cimento e o vidro, permitindo
-se. A nível internacional, o comércio à escala mundial, realizar construções bastante funcionais e de carácter
intensificava-se cada vez mais, graças à Revolução dos utilitário.
Transportes. Deste modo, os países industrializados Este tipo de arquitectura foi utilizado em estações de
acorriam às colónias africanas e asiáticas em busca de comboio, mercados, armazéns, pavilhões de exposi-
matérias-primas para as transformar industrialmente, ções, grandes armazéns, pontes.
fazendo, depois, chegar a todo o Mundo os seus pro-
dutos.
3. química, eléctricos, corantes, perfumes, medicamen- EXERCÍCIOS PROPOSTOS PÁGS. 157-158
tos, explosivos, alumínio, detergentes, fertilizantes 1.1. As invasões francesas prejudicaram a agricultura por-
agrícolas, comunicação, Samuel Morse, telefone, Mar- tuguesa no sentido em que as batalhas travadas du-
coni, energia, série, Industrial. rante esse período, e a acção violenta das tropas napo-
4.1. Grande concentração empresarial. leónicas, provocaram a destruição de muitos campos
4.2. Controlar a produção e o comércio de determinado de cultivo.
sector ou produto. 1.2. O mau aproveitamento do solo, a ausência de conhe-
4.3. As grandes empresas conseguiam produzir mais e cimentos técnicos e científicos modernos, nomeada-
com um preço de produção mais reduzido, o que se mente a não utilização de adubos químicos e de me-
traduzia numa baixa do preço do produto final. Ora, as canização nos trabalhos agrícolas (em muito devido
pequenas empresas não conseguiam sobreviver à livre ao analfabetismo dos camponeses), a ausência de
concorrência, pois o preço da sua produção era muito uma rede de transportes, a cobrança de elevados im-
mais elevado, sendo o produto final consequente- postos aos camponeses e a existência de uma enorme
mente mais caro. Como o consumidor comprava o quantidade de terras que pertenciam a proprietários
mais barato, a pequena empresa entrava em dificul- que não tinham grande interesse em aumentar a pro-
dade e acabava por falir. Estas pequenas empresas fali- dutividade dos solos, mantendo-os explorados de
das eram, muitas vezes, compradas e integradas nes- forma tradicional.
tas concentrações empresariais. Mas estas associações
de várias empresas podiam nascer, também, da união
de vários pequenos fabricantes para fazer face a uma
t

grande empresa, tal como refere o documento, e


ainda de duas grandes empresas concorrentes que se
©

187
PREPARAR OS TESTES HISTÓRIA 8

SOLUÇÕES
2.1. O documento 2 revela-nos um relato da inauguração 1.4. A queda de Napoleão permitiu que a França conse-

t
do primeiro troço de caminho-de-ferro que ligava Lis- guisse alcançar a estabilidade necessária para se lan-
boa ao Carregado, bem como o entusiasmo da autora çar na industrialização. Assim, iniciou a construção de

©
ao esperar a chegada desse novo meio de transporte a caminhos-de-ferro e os sectores têxtil e metalúrgico
Portugal. O grande responsável pela introdução e, so- foram industrializados.
bretudo, pelo desenvolvimento dos caminhos- 1.5. Segundo o documento, o Japão lançou-se na indus-
-de-ferro em Portugal foi Fontes Pereira de Melo. trialização em 1880.
O Fontismo (designação pela qual ficou conhecido 1.6. Devido ao fim do regime feudal, que permitiu que o
este período) representou um enorme passo no de- país progredisse rapidamente, abrindo-se ao Oci-
senvolvimento dos transportes e comunicações em dente, utilizasse as técnicas ocidentais e apostasse em
Portugal: construção de pontes e grande desenvolvi- técnicos com formação feita nos países industrializa-
mento da rede de estradas, modernização dos princi- dos. Assim, a indústria têxtil e a construção naval de-
pais portos do país, estabelecimento da rede telegrá- senvolveram-se e iniciou-se a construção de cami-
fica, reorganização dos correios (introdução do selo nhos-de-ferro. O Estado japonês apoiou bastante a
postal), construção de uma rede de faróis, estabeleci- industrialização do país, bem como as famílias mais
mento das ligações, através de cabo submarinos, ao poderosas que investiram os seus capitais na indústria.
estrangeiro e às colónias, entre outros exemplos de 2.1. O comboio.
realizações deste período. 2.2. Ao longo da segunda metade do século XIX, a linha de
3.1. Máquina a vapor. caminhos-de-ferro expandiu-se consideravelmente.
3.2. Veio acentuar a nossa dependência económica relati- Em 1870 as principais cidades europeias encontra-
vamente ao estrangeiro, uma vez que o nosso país não vam-se ligadas por caminhos-de-ferro. Também nos
produzia esse tipo de maquinaria. Assim, Portugal continentes americano e asiático o comboio se expan-
teve que aumentar as suas importações, quer de ma- diu rapidamente. Construíram-se ainda pontes, túneis
quinaria, quer de matérias-primas. e viadutos, o que permitiu vencer obstáculos naturais
4.1. A Regeneração foi um período da História portuguesa, e instalar as linhas de caminhos-de-ferro em qualquer
entre 1851 e 1859, caracterizado politicamente por local.
um período de pacificação e acalmia, o que favoreceu 2.3. A Revolução dos Transportes permitiu que, pessoas e
o desenvolvimento económico do país, iniciando-se a bens passassem a deslocar-se mais rapidamente, com
revolução dos transportes e a industrialização. mais segurança e a um preço mais reduzido, o que
4.2. A burguesia, no período da Regeneração, assumiu-se possibilitou um aumento das migrações, com especial
uma classe autónoma e empreendedora. De facto, foi destaque para a emigração da Europa para a América.
neste período que a alta burguesia capitalista, sobre- O desenvolvimento dos transportes levou também à
tudo os empresários ligados à indústria, aos negócios intensificação do comércio. A nível nacional, as re-
e à banca começaram a ocupar lugares de destaque giões, situadas quer no interior quer no litoral, passa-
na administração e governo do país. ram a conseguir facilmente escoar os seus produtos,
5.1. O operariado, tal como acontecia noutros países in- bem como ser abastecidas dos bens que até aí escas-
dustrializados, tinha condições de trabalho e de vida seavam. Deste modo, os mercados nacionais fortifica-
muito difíceis: horários muito prolongados (ao romper ram-se e expandiram-se, o que favoreceu as activida-
da manhã, já os pequeninos esperavam, (…) que lhes des agrícola e industrial. A nível internacional
abrissem o portão da fábrica), baixos salários, falta de registou-se um aumento do comércio entre continen-
higiene e segurança no trabalho, uma má alimentação tes. O comércio à escala mundial, iniciado no século
(Pão e sardinha era o invariável menu), entre outros as- XVI, intensificava-se cada vez mais, a mundialização da
pectos. Como refere o Doc. 6, em Portugal, também se economia acentuava-se. Deste modo, os países indus-
recorreu à mão-de-obra infantil, referindo o autor que trializados acorriam às colónias africanas e asiáticas
as crianças trabalhavam com seis e sete anos, em con- em busca de matérias-primas para as transformar in-
dições muito difíceis. dustrialmente, fazendo depois chegar a todo o Mundo
5.2. À semelhança de outros países europeus, também o os seus produtos.
operariado português, cansado das condições de tra- 3.1. O título do documento é adequado porque, como se
balho e de vida atrás mencionadas, começou a unir-se pode comprovar pelo quadro, tanto em Londres como
e a reivindicar melhores condições de vida e de traba- noutras cidades inglesas, entre 1750 e 1800, verificou-
lho, recorrendo à greve como forma de luta operária. -se um crescimento espectacular do número de ban-
cos.
TESTE DE AVALIAÇÃO 5 PÁGS. 159-162 3.2. O liberalismo económico obrigava as empresas a
apostar no progresso, era necessário estar sempre ac-
Grupo I tualizado e adoptar constantemente as inovações que
1.1. Bélgica. surgiam, pois só assim era possível competir com as
1.2. A abundância de minerais existentes no subsolo outras empresas, o que, por sua vez, implicava gran-
belga. des investimentos. Quando os empresários não dispu-
1.3. Segundo o documento, a França iniciou a sua indus- nham de capital suficiente recorriam ao financiamento
trialização em 1830. dos bancos.

188
HISTÓRIA 8 PREPARAR OS TESTES

SOLUÇÕES
Por outro lado, neste período, assistia-se à construção centro das cidades encontravam-se também as ele-
de grandes investimentos por parte do Estado, tanto gantes lojas de roupa, onde as senhoras burguesas se
no desenvolvimento dos transportes, como das pró- dirigiam para adquirir as roupas da moda, como de-
prias indústrias, o que obrigava o Estado a recorrer monstra o documento, os teatros, a ópera, os cafés, os
igualmente ao crédito bancário. jardins onde se divertiam os burgueses e as luxuosas
Esta corrida ao financiamento, fez multiplicar o nú- casas em que habitavam.
mero de bancos existentes tanto na Inglaterra como 6.1. Marx e outros seguidores do socialismo científico,
noutros países. como por exemplo Engels, defendiam a transformação
4.1. Entre 1800 e 1880, a população de todas as grandes ci- do proletariado em classe dominante. Consideravam,
dades europeias cresceu consideravelmente, com es- por isso, que deveria ser o proletariado a deter o po-
pecial destaque para Londres, Paris e Berlim, as capi- der e o domínio que, neste período, pertencia à bur-
tais dos países europeus industrialmente mais guesia. Deste modo, o proletariado deveria organizar-
desenvolvidos neste período. Londres, em 1800, era a -se, acabar com o domínio da burguesia e tomar a seu
cidade europeia que registava o maior número de ha- cargo o poder político. Seguidamente, deveria utilizar
bitantes, já que era também a potência industrial mais o seu domínio político para arrancar à burguesia todo o
desenvolvida. Seguia-se Paris e Berlim onde a popula- capital e, de seguida, centralizar todos os instrumentos
ção urbana também cresceu. de produção nas mãos do Estado, ou seja, após a to-
4.2. A Revolução Agrícola dispensou muita mão-de-obra; mada do poder pelo proletariado, os meios de produ-
muitos camponeses deixaram de ser necessários, pois ção (fábricas, máquinas, etc.) deveriam ser colectiviza-
as máquinas faziam as suas funções. Também a explo- dos, isto é, passariam a ser de todos.
são demográfica do século XIX levou à acumulação de Por fim, o marxismo defendia a construção de uma so-
muita mão-de-obra nos campos, desempregada. Por ciedade socialista que, depois, daria lugar ao Comu-
isso, muitos decidiram migrar para as cidades, onde nismo, ou seja, a uma sociedade igualitária e sem classes.
sonhavam obter melhores condições de trabalho e de Grupo II
vida. Assistiu-se, assim, a um elevado êxodo rural, faci- 1.1. A alternância de culturas. Como ilustra a figura, não é
litado pelo desenvolvimento dos meios de transporte deixada nenhuma parcela de terra para pousio – todas
que provocou um espectacular aumento da popula- elas têm culturas diferentes. Ao libertar uma das par-
ção urbana, como se comprova pelo gráfico. celas de terra (que deixa de estar em descanso), incen-
4.3. O aumento da população urbana provocou um cresci- tiva-se a uma maior produtividade não saturando os
mento das cidades, o que obrigou à transformação solos, uma vez que as culturas são alternadas.
das mesmas. Assim, foi necessário construir arranha- 1.2. O desenvolvimento de culturas, como a vinha, o milho
-céus de forma a alojar os novos habitantes. Forma- ou a batata; a introdução de máquinas e adubos quí-
ram-se, também, bairros de operários em redor das ci- micos e a criação de sociedades agrícolas, que realiza-
dades. Como as cidades cresciam desordenadamente, vam, entre outras iniciativas, feiras e exposições.
as preocupações urbanísticas passaram a estar mais 2.1. O documento 2 refere a construção do primeiro troço
presentes. Foi então necessário construir infra-estrutu- de caminhos-de-ferro em Portugal, a introdução do
ras públicas para fazer face a este crescimento. selo postal (o que contribuiu para a reorganização dos
5.1. A profissão e a riqueza. Correios em Portugal) e a instalação do primeiro telé-
5.2. A burguesia dividia-se em alta, média e pequena. A grafo.
alta burguesia, constituída por dirigentes de bancos, 2.2. O desenvolvimento dos transportes e das comunica-
de sociedades financeiras, de fábricas ou de empresas, ções neste período contribuiu para a modernização
encontrava-se, neste período, numa situação econó- do país, pois possibilitou o aumento da circulação de
mica muito favorável, graças aos elevados lucros que pessoas e de produtos, não só a nível nacional como
estas actividades lhes proporcionavam. Ocupava ao nível europeu (com os caminhos-de-ferro), favore-
ainda lugares de elevada importância na vida política. cendo, também, o desenvolvimento económico e cul-
Defendia valores como o trabalho (considerado o tural do país.
único meio para enriquecer), a família, a poupança, o 2.3. No início da Regeneração, tornou-se ministro das
direito à propriedade e a procura de bem-estar. obras públicas Fontes Pereira de Melo que foi, sem dú-
A média e a pequena burguesia formavam a classe vida, o grande impulsionador do desenvolvimento
média, composta por advogados, médicos, engenhei- dos transportes e das redes de comunicação.
ros, professores, jornalistas, oficiais do Exército e da 3.1. Apesar das medidas aplicadas no sector agrícola du-
Marinha, funcionários públicos, empregados de escri- rante a Regeneração, este sector não alcançou o de-
tório, pequenos empresários, etc. Possuíam, normal- senvolvimento desejado. Este facto, aliado a um cres-
mente, instrução e algum poder de compra e, ao cimento populacional que, tal como em toda a
longo do tempo, adquiriram importância social, sobre- Europa, se verificou em Portugal, levou à ruína de mui-
tudo, quando o direito de voto se alastrou a diversas tos pequenos proprietários agrícolas que, vendo-se
classes da sociedade. sem alternativa de subsistência, partiram para as cida-
t

5.3. No centro das cidades encontravam-se os escritórios, des à procura de melhores condições de vida, através
as empresas, os bancos, a bolsa, ou seja, a área de ne- do trabalho nas fábricas. Mas a indústria portuguesa,
gócios que ocupava os burgueses durante o dia. No ainda pouco desenvolvida, não conseguia absorver
©

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PREPARAR OS TESTES HISTÓRIA 8

SOLUÇÕES
tanta mão-de-obra, o que levou a que Portugal assis- 5.1. A utilização de instrumentos agrícolas ainda muito ru-

t
tisse, neste período, a um surto de emigração. dimentares.
5.2. Também as técnicas utilizadas na agricultura, durante

©
PROVA GLOBAL 1 PÁGS. 163-167 este período, eram ainda muito rudimentares, recor-
rendo-se ainda ao pousio, o que não permitia o cultivo
1.1. A navegação astronómica. intensivo da terra. De facto, o desenvolvimento desta
1.2. Astrolábio, quadrante, balestilha e bússola. actividade económica era muito lento, já que os inves-
1.3. A navegação astronómica foi bastante importante, timentos eram muito poucos ou nenhuns. Muitas ter-
pois permitiu aos marinheiros portugueses navegar ras passíveis de serem cultivadas encontravam-se
no Atlântico, vencendo as correntes marítimas desfa- abandonadas. Tudo isto fazia com que a agricultura do
voráveis e os ventos contrários. Antigo Regime fosse pouco produtiva.
2.1. Segundo o documento, os Muçulmanos entenderam 5.3. Devido à fraca produtividade da agricultura que era
que os portugueses queriam apoderar-se do comércio desenvolvida no Antigo Regime, as fomes e as pestes
das especiarias, que antes lhes pertencia e os fazia tão po- eram frequentes, causando um número elevado de
derosos. Por este motivo decidiram impedir os portu- mortos, o que condicionava o crescimento demográ-
gueses de entrar e se fixar em qualquer parte da Índia. fico.
2.2. O principal objectivo dos portugueses era controlar 6.1. Terramoto de 1755.
totalmente o comércio marítimo entre a Europa e o 6.2. A Lisboa pombalina caracteriza-se pelas suas ruas lar-
Oriente. gas e perpendiculares entre si, pelos passeios calceta-
2.3. Com o objectivo de assegurar o domínio português dos, o que trouxe maior segurança para os peões, pe-
no Oriente, D. Manuel I ordenou que, além das naus que los edifícios com altura e fachadas iguais, embora
haviam de regressar com a carga de especiarias, fosse pintados de diferentes cores e, por fim, pela grande
também uma forte armada de navios e gente de armas. praça central, a Praça do Comércio, que no seu centro
Deste modo, o rei português pretendia prevenir-se de tinha uma grande estátua do rei.
possíveis ataques por parte dos Muçulmanos. 7. a) O Iluminismo desenvolveu-se, sobretudo, ao longo
D. Manuel I nomeou vice-reis para a Índia que deviam do século XVIII.
governar, em nome do monarca português, os territó- b) Os iluministas defendiam a crença total na razão.
rios do Oriente, proteger os nossos amigos aliados e as c) A separação de poderes foi uma teoria iluminista
feitorias que aí tínhamos e impedir o comércio dos ditos defendida por Montesqieu.
Mouros nossos inimigos. d) O Marquês de Pombal aplicou em Portugal muitas
2.4. As relações entre Portugueses e Orientais ficaram mar- das ideias iluministas, nomeadamente com a re-
cadas pela instabilidade. Assim, períodos houve em forma da Universidade de Coimbra.
que os dois povos conviveram amigavelmente, mas 8.1. 1776.
outros também existiram em que se confrontaram, 8.2. O facto de as colónias estarem obrigadas, pela Ingla-
por vezes até violentamente. Contudo, a verdade é terra, a fazerem comércio apenas com esse país, o que
que muitos foram os portugueses que acabaram por começou a provocar um forte descontentamento, so-
casar com mulheres indígenas. bretudo por parte de uma burguesia rica e empreen-
3. • A existência, em diversas cidades italianas, da prática dedora que se tinha desenvolvido nessa região, e o au-
do mecenato, ajudando os artistas e favorecendo a mento dos impostos, nomeadamente das taxas sobre
produção cultural; o mecenato era praticado pelos o açúcar, o chá e o papel selado, o que desencadeou
burgueses abastados e também pelos grandes se- sentimentos de revolta dos colonos em relação à me-
nhores laicos e eclesiásticos. trópole, conduzindo ao movimento independentista.
• A rivalidade entre as cidades italianas mais ricas, em 9. 1) 1.ª invasão francesa
que todas elas se pretendiam destacar através dos 6) Regeneração
seus monumentos e dos seus famosos escritores e ar- 3) Aprovação da 1.ª Constituição Portuguesa
tistas. 2) Revolução Liberal
• Os vestígios greco-romanos, nomeadamente ao nível 5) Fim da Guerra Civil entre Liberais e Absolutistas
da arte, predominavam nas cidades italianas. 4) Independência do Brasil
• A existência de importantes escolas artísticas e uni- 10.1. O capitalismo industrial e financeiro é um tipo de eco-
versidades. nomia capitalista em que o grande comércio e a
4.1. O autor defende a política do mare liberum (mar livre), grande indústria estão associados ao poder dos ban-
ou seja, a liberdade de circulação nos mares, conside- cos que as financiam ou de outras sociedades finan-
rando que o mar imenso não pode ser pertença de um ceiras, como por exemplo a Bolsa. O documento re-
só reino, referindo-se a Espanha. flecte exactamente a prática deste tipo de economia
4.2. Portugal e Espanha. Durante muito tempo, estes paí- no século XIX. Assim, o entrevistado refere que ao lado
ses detiveram o monopólio da circulação e navegação, do dono da empresa, há o capitalista que entra com
acordado através do Tratado de Tordesilhas (mare grandes somas de dinheiro. Assim, é este capital, em-
clausum). Com o fim do monopólio ibérico, as econo- prestado pelos bancos, que permitia às empresas ino-
mias destes países teriam, agora, de se confrontar com var, adquirindo maquinaria mais aperfeiçoada ou
a concorrência internacional. mesmo pagar os salários aos operários. E questiona o

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HISTÓRIA 8 PREPARAR OS TESTES

SOLUÇÕES
entrevistador se o capital representa uma força, não lhe b) O primeiro vice-rei da Índia, durante a sua governa-
caberá receber também uma parte dos lucros? De facto, ção, adoptou uma política de domínio dos mares.
os bancos acabavam por receber uma parte dos lucros c) O monarca português que iniciou a colonização do
das empresas, visto que também eles compravam ac- Brasil foi D. João III.
ções sendo também donos dessas empresas a quem 3. a) Renascimento – movimento europeu de renovação
emprestavam elevadas quantias de dinheiro. cultural e artística que se desenvolveu nos séculos
11.1. Ao longo da segunda metade do século XIX, a popula- XV e XVI. Caracterizava-se pela valorização das ca-
ção aumentou consideravelmente na Inglaterra e na pacidades humanas e pela revalorização dos ideais
Alemanha. A França aumentou o número de habitan- da Antiguidade Clássica.
tes, embora sem significado relevante. Já os Estados b) Classicismo – tendência artística e literária que con-
Unidos da América e a Rússia viram a sua população sidera os valores clássicos (gregos e latinos) como
sofrer um aumento significativo. modelos a imitar.
11.2. As pessoas passaram a ter mais cuidado com a sua hi- c) Humanismo – tendência intelectual do Renasci-
giene, usando frequentemente o sabão e vestindo mento que valorizava o Homem e as suas capacida-
roupa de algodão (Doc. 9). O documento 10 demons- des terrenas, baseada em estudos da Antiguidade
tra a primeira cirurgia realizada com o doente aneste- Clássica.
siado com éter, ou seja, um dos avanços da Medicina 4.1. Tal como refere o documento 2, Lutero afixou as suas
registados neste período, a par da descoberta de no- 95 Teses na Igreja de Wittemberg. Essas teses critica-
vas vacinas e novos medicamentos. Estes dois facto- vam, sobretudo, a Bula das Indulgências. Lutero consi-
res, aliados à melhoria da alimentação das popula- derava que a capacidade de perdoar não pertencia ao
ções, conduziram a uma redução drástica da Papa, mas era antes um direito que todos os Cristãos
mortalidade, nomeadamente da infantil, o que permi- verdadeiramente arrependidos tinham. Frei Martinho
tiu o crescimento acentuado da população, demons- Lutero mostrava-se também contra os comportamen-
trado no documento 8. tos de opulência manifestados pelos membros do
12.1. Durante a Regeneração, Fontes Pereira de Melo foi o Clero e acabou por ser excomungado pelo Papa. Mar-
responsável por uma verdadeira revolução nos trans- tinho Lutero deu então início à Reforma Protestante,
portes e comunicações, sem os quais não podia haver ou seja, à propagação de uma nova doutrina refor-
progresso económico em Portugal: construção de pon- mista – o Protestantismo. Desta forma, surgiram várias
tes e grande desenvolvimento da rede de estradas, Igrejas Protestantes, na Europa, no século XVI.
modernização dos principais portos do país e lança- Face ao avanço protestante na Europa, a Igreja Cató-
mento e grande desenvolvimento da rede de cami- lica decidiu reagir e uma das medidas que tomou foi a
nhos-de-ferro em Portugal. Foi também durante o Reforma Católica, ou seja, uma reforma interna no seio
Fontismo que Portugal assistiu ao estabelecimento da da Igreja Católica, que foi definida no Concílio de
rede telegráfica, à reorganização dos correios (introdu- Trento (Doc. 3). Nesta grande reunião, convocada pelo
ção do selo postal), à construção de uma rede de fa- Papa Paulo III, foram tomadas medidas para reorgani-
róis, ao estabelecimento das ligações, através de cabo zar a Igreja internamente, disciplinar os seus membros
submarinos, ao estrangeiro e às colónias, entre outros e foram reafirmados todos os princípios fundamentais
exemplos de realizações deste período. da Igreja Católica.
5.1. A perda de um grande número de naus da carreira da
PROVA GLOBAL 2 PÁGS. 168-172 Índia. As naus perdiam-se devido a diversos factores:
1.1. Alcançar a Índia por mar, contornando o Sul de África. ataques de piratas e corsários, que, atraídos pelo trá-
1.2. Entre 1482-86, Diogo Cão explorou o litoral de Angola, fico das especiarias, atacavam frequentemente os na-
alcançou o rio Zaire e chegou até à actual Namíbia; em vios portugueses ou devido à sobrecarga com merca-
1487, Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva foram envia- dorias da Índia que as naus transportavam, fazendo
dos para o Oriente, por terra, com o objectivo de fazer com que se afundassem.
chegar informações ao monarca português; em 1488, 5.2. A dispersão dos territórios que tornava a sua defesa
Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança. muito difícil; as despesas muito elevadas; a administra-
1.3. Segundo o documento, foi por causa dos perigos e tor- ção do Império, deficiente e corrupta, e os ataques de
mentas que passaram ao dobrá-lo que Bartolomeu Dias vários países europeus defensores da política do mare
e os da sua armada lhe puseram o nome de Tormentoso. liberum (Holandeses, Franceses, Ingleses), que se opu-
1.4. D. João II decidiu chamar-lhe cabo da boa Esperança, nham à política do mare clausum.
pela esperança que ele prometia da tão esperada e há 5.3. Devido aos factores referidos acima, Portugal come-
tantos anos procurada chegada à Índia. Assim, este çava a atravessar, na segunda metade do século XVI,
acontecimento permitiu descobrir a passagem para o um período de crise. Já a situação do Império Espa-
Oceano Índico, tornando a chegada à Índia mais pro- nhol era bem diferente. No século XVI, a Espanha pos-
vável. suía um vasto Império, sobretudo na América Central
2. a) O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 1494. e do Sul, de onde chegavam importantes riquezas,
t

a) Ao longo dos séculos XV e XVI, o principal objectivo como o ouro e a prata. A Espanha era, na segunda me-
dos portugueses em África foi obter elevados lucros tade do século XVI, a maior potência europeia.
com o comércio.
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PREPARAR OS TESTES HISTÓRIA 8

SOLUÇÕES
5.4. A crise do Império Português do Oriente obrigou os 11.3. Constituição de 1822:

t
Portugueses a abdicar de algumas possessões no • A igualdade entre todos os cidadãos.
Oriente, o que provocou uma redução da extensão do • Soberania da nação: o poder do povo era exercido

©
Império colonial português e uma perda de poder no através da eleição dos deputados às Cortes.
Oriente. • A divisão dos poderes: o executivo cabia ao rei, o le-
6.1. D. Sebastião morreu, em 1578, na Batalha de Alcácer gislativo às Cortes e o judicial aos Tribunais.
Quibir sem deixar descendentes directos, ou seja, fi- 12.1. As condições de trabalho do operariado eram real-
lhos ou irmãos. Foi o seu tio-avô, o Cardeal D. Henri- mente bastante difíceis e duras, já que os operários
que, que governou o país durante dois anos, ou seja, chegavam a trabalhar 15 horas, 7 dias por semana, não
até 1580. Nesse ano morreu, provocando um grave tinham direitos sociais e os salários auferidos eram
problema de sucessão. Surgiram então três candidatos baixíssimos. Contudo, os operários tinham que se su-
à sucessão, iniciando-se um período conturbado da jeitar a estas condições sob pena de perderem o em-
História de Portugal. prego, já que se acumulavam às portas das fábricas os
6.2. Pretendentes ao trono: desempregados, à espera de uma oportunidade. Os
• D. Catarina de Bragança – Apoiado por: não reuniu empresários, de modo a reduzir os custos de produção
apoios suficientes, acabando por desistir. e, consequentemente, o preço de venda ao público,
• D. António, Prior do Crato – Apoiado por: povo que contratavam mão-de-obra ainda mais barata, ou seja,
temia a perda da independência (chegou a ser mulheres e crianças.
aclamado rei em Santarém). Nos arredores da cidade, situavam-se os bairros de
• D. Filipe II de Espanha – Apoiado por: nobres e bur- operários onde predominavam as casas pequenas, so-
gueses que viam neste candidato a possibilidade brelotadas, mal iluminadas e sem as mínimas condi-
de acesso a importantes circuitos comerciais do ções de higiene. Os mais pobres habitavam nas caves e
Império Espanhol, a cargos ou títulos importan- nas águas-furtadas, onde casados e solteiros dormem
tes. todos no mesmo quarto, não havendo qualquer priva-
7. a) R; b) I; c) B; d) I; e) R; f) R; g) R; h) B; i) I; j) I cidade. Obviamente, este ambiente, aliado à alimenta-
8.1. Teoria Heliocêntrica. ção deficiente, era favorável à propagação de doenças.
8.2. Desenvolveu-se, neste período, o método experimen- 12.2. As condições de trabalho e de vida do operariado ge-
tal que se baseia na definição de um problema, obser- raram um clima de insatisfação, descontentamento,
vação e experimentação para comprovar as hipóteses revolta e agitação social.
levantadas para a sua resolução. Assim, acreditava-se Visto que estas formas de luta não estavam a surtir os
que os conhecimentos só podiam ser considerados efeitos desejados, os operários, com o objectivo de
correctos quando confirmados pela razão e pela expe- conseguir melhores condições de trabalho e de defen-
riência. der os seus direitos, uniram-se e formaram os primei-
9. a) V ros sindicatos, em meados do século XIX. A greve era a
b) F. O país pioneiro na Revolução industrial foi a In- principal forma de luta.
glaterra. 12.3. No final do século XIX, o proletariado viu alguns dos
c) F. A máquina a vapor foi o mais importante invento seus direitos reconhecidos, graças, fundamental-
técnico ocorrido no século XVIII. mente, à força e à acção dos sindicatos. Assim, o horá-
d) F. A maquinofactura substituiu a manufactura. rio de trabalho foi reduzido para 10 horas e, posterior-
10.1. Napoleão Bonaparte, ao tornar-se Imperador de mente, para 8 horas diárias, os trabalhadores passaram
França, tinha o objectivo de conquistar um grande im- a ter direito a um dia de descanso por semana, os salá-
pério, o que conseguiu através de uma série de vitó- rios aumentaram, o direito à greve foi reconhecido, o
rias militares. Um dos seus principais alvos de con- trabalho infantil (menores de 12 anos) foi proibido, co-
quista era, sem dúvida, a Inglaterra. Não conseguindo meçaram a ser elaborados contratos de trabalho e as
conquistá-la pela armas, Napoleão optou, em 1806, situações de doença, velhice ou acidente passaram a
por tentar uma nova estratégia: o Bloqueio Continen- ter apoio.
tal, ou seja, decretou o encerramento dos portos euro-
peus aos produtos ingleses, como podes verificar no
documento: o comércio de mercadorias inglesas fica
proibido.
10.2. Portugal não aderiu de imediato a este decreto de Na-
poleão, uma vez que detinha uma velha aliança com
Inglaterra e era com este país que estabelecia grande
parte do seu comércio internacional. Face a esta re-
cusa portuguesa, Napoleão invadiu Portugal.
11.1. Sinédrio.
11.2. Expulsar de Portugal Beresford e os oficiais estrangei-
ros e dar à Nação uma nova organização política e ad-
ministrativa, inspirada nas ideias liberais.

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