onde tudo tem uma causa, um porquê. Partindo desse princípio, vamos introduzir os sintomas nessa mesma lógica. O sintoma é um sistema e tem uma lógica e, portanto, a psicanálise entende que o sintoma é o fator resultante de uma organização que se fundamenta a partir das relações. Quando se introduz o termo “relação” entende-se que:
existe mais de um agente;
a relação é uma ação;
Logo pode-se vincular a ideia “tempo logico”,
sendo assim, cada caso será tratado de forma única, levando-se em consideração a subjetividade. Vamos ao exemplo: imaginemos um grupo de cinco pessoas passeando por um lugar e de repente são atacadas por um animal selvagem, mas ninguém se fere. Das cinco pessoas, duas desenvolve trauma, enquanto que as outras três não desenvolveram nenhum tipo de psicopatologia. Isso acontece pela forma que a psique dessas pessoas é estruturada, ou seja, cada um será diferente do outro na forma de responder aos estímulos externos. Um ponto a se atentar é que, mesmo que as duas pessoas desenvolveram o trauma, esse transtorno não será o mesmo nessas duas pessoas, mesmo que o nome da psicopatologia seja o mesmo.
Vamos entender agora porque os estímulos
externos são entendidos de forma distintas:
Essa distinção na estruturação entre as pessoas se dá
por conta da organização significante de cada um. Essa organização será diferente por conta de diversos fatores, como por exemplo:
dois irmãos gêmeos estão no mesmo
ambiente, criados na mesma casa. Um está no quarto vendo televisão e o outro está no quintal brincando, quando de repente, o que está vendo televisão sente uma dor no estômago e nesse momento passa alguma imagem na televisão, então ele pode associar a dor a imagem que viu, enquanto o outro que está no outro local faz outras associações.
Vimos então que por mais que o ambiente seja
muito próximo, sempre haverá diferença na forma em que os significantes se associam. Por essa razão cada caso será tratado de uma forma distinta do outro pela vertente psicanalítica.
Quando falamos de significantes, refere-se
aquilo que constituem os significados. Pense em uma cadeira: se eu te pedisse para descrever uma cadeira você iria me falar sobre as suas características, suponhamos que você diga que cadeira é um lugar de sentar que tenha quatro pernas, um encosto. Quatro, pernas, um, encosto, são significantes que formam os significados. Mas note que os significantes que formam os significados também são significados e os significados também são significantes. “Pernas” por exemplo, é um significado que pode ser significante de outro significado. Exemplo: cachorro é um significado que pode ter como significante “pernas”.
A psique é formada por significantes, e o que varia
é a forma em que eles se organizam na hora de criar uma verdade, então o que a psicanálise propõe é a compreensão da forma em que esses significantes se organizam, ou seja, entender o sistema psicológico de cada um. Nossa estrutura psicológica é baseada em cadeia e significantes, veja o exemplo: