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CLÍNICA

CIRÚRGICA
RESUMO
Cavidade oral
Sinais clínicos parecidos →Sialorréia, disfagia, anorexia, halitose...

- Observações:

Exame físico minucioso;

Hemograma completo →Hematócrito, plaquetas, leucograma.

Perfil bioquímico →Foco no rim que filtra as medicações e no fígado que as metaboliza.

Exames de imagem

Exame de urina em caso de halitose urêmica →Suspeita de lesão renal

Ecocardiograma e Eletrocardiograma

Avaliação de coagulopatias

- Anestesia:

Interessante para bloqueios locais

Intubação oral não é possível →Faringostomia com tubo adequado e inflação do Cuff que
serve como barreira física para evitar pneumonia aspirativa.

Corticoides podem ser usados para diminuir ou evitar inchaço e consequentemente edema de
glote.

- Antibióticos:

Saliva é um antimicrobiano, enquanto que o suprimento sanguíneo acelera a cicatrização.

Profilaxia antibiótica meia hora antes do procedimento →Ampicilina, Clindamicina.

Profilaxia antibiótica 3 dias antes e 3 dias depois do procedimento →Cefazolina + metronidazol


para 2 tipos de bactérias; Amoxicilina + ácido clavulânico são de amplo espectro; Clindamicina.
- Pós cirúrgico:

1. Aspiração ou limpeza da cavidade para evitar aspiração e consequente gastrite e diarreia.

2. Balonete pode ser extubado semi-inflado para trazer as secreções para fora.

3. Avaliar a necessidade de esôfago/faringostomia.

4. Continuidade ou não do antibiótico.

- Cicatrização:

É rápida e boa na ausência de contaminação e tensão →Tecido mucoso tem grande atividade
fagocíticas e mitótica, o que acelera a cicatrização + grande aporte sanguíneo.

Esôfago
- Megaesôfago:

Congênita ou adquirida →Hipomotilidade e dilatação gástrica devido ao acúmulo de alimento


ou líquidos no esôfago.

Principal causa de regurgitação através da boca e do nariz.

Sinais clínicos: tosse, corrimento nasal mucopurulento, emagrecimento progressivo,


dificuldade respiratório, pneumonia aspirativa e regurgitação.

Diagnóstico: sinais clínicos + exames de imagem.

Tratamento clínico: alimentar animal em posição elevada (45° a 90°) e mantê-lo


elevado por 10-15 minutos após alimentação.

- Sinais clínicos:

Regurgitação e disfagia.

Pode Acontecer também tosse, disfagia, ptialismo, febre e perda de peso.

Regurgitação →processo passivo, em que o alimento não digerido retorna com a saliva.

Vômito →procedido por salivação e/ou movimentos vigoroso do abdômen para expulsão de
alimentos em processo de digestão ou já digeridos. Pode conter bile ou sangue digerido.

- Radiografia:

Não visualiza-se o esôfago em animais saudáveis.

Radiografia contrastada com agentes iodados em suspeita de ruptura.

- Esofagoscopia:
Visualização mais clara da mucosa, coleta de amostras, remoção do corpo estranho e
deslocamento dele.

- Principais complicações: pneumonia, esofagite e desnutrição.

- Esofagite média:

Antiácidos com ou sem procinéticos + jejum total de 24-48 horas.

Filhotes e debilitados o jejum não é viável.

Recuperação da cirurgia com água →Se não regurgitar, oferecer alimentação pastosa com
baixa gordura e alta proteína por 3 a 4 dias.

Gordura estimula + a esofagite e proteína


retarda o trânsito do estômago, evitando
refluxo.

Alimentação pastosa por 5-7 dias até retorno gradativo da dieta normal.

- Esofagite grave:

Antiácidos + procinéticos + Sucralfato (reveste o duodeno = no refluxo, ácido estomacal torna-


se menos agressivo para a região acometida).

Pode ser necessário evitar ingestão de alimento e [agua por 7 dias ou mais →Fluidoterapia e
sonda gástrica para alimentação.

Na recuperação, seguir dieta da esofagite média.

- Pneumonia aspirativa:

Fluidoterapia + suplementação O2 + Antibioticoterapia de amplo espectro (gram – e


anaeróbicos).

Broncodilatadores e corticosteroides são discutidos.

Aerossol e tapotagem facilita a chegada do antibiótico até o alvéolo.

- Cuidados pós cirúrgicos:

Protocolo de dor →Em procedimento torácico a intensidade de dor é ↑ = ↑ quantidade de


medicamentos.

Refazer a pressão negativo →Uma vez dentro do bloco e 8-12 horas após, pode-se fazer
novamente.

Suporte O2 se necessário
Evitar alimentação oral 24-48 horas →Iniciar pastosa por no mínimo 7 dias = tempo de
cicatrização da mucosa.

Atentar em procedimento torácico febre e neutrofilia.

Pode haver estenose tardia em 3 a 6 semanas após o procedimento.

- Obstrução:

Faringe, entrada do tórax, base do coração e cárdia.

Corpo estranho alojado no esôfago →Aumento da


atividade peristáltica na tentativa de expulsão = pressão
na parede esofágica →Necrose por isquemia ou
perfuração.

Espera-se também acúmulo de conteúdo anterior à


obstrução →Ruptura e extravasamento, além de
pneumonia aspirativa.

- Estenose:

Cicatriz que contrai →Em região tubular pode causar fechamento

Primeiro sinal encontrado é a regurgitação.

- Estenose por anormalidade do anel vascular:

Persistência do arco aórtico direito é a mais comum.

No desenvolvimento embrionário, arco aórtico direito, em vez do esquerdo, torna-se a aorta


funcional →Esôfago fica espremido entre o anel vascular (arco aórtico direito + artéria
pulmonar + base do coração) = obstrução esofágica.

Esôfago
Estômago
Cárdia
Piloro Curvatura
Realiza a digestão.
menor
Inicia-se no esôfago e cárdia →Corpo, fundo e piloro Fundo
→Duodeno.

Curvatura maior e menor →Vascularização = regiões


nobres do estômago, pois irrigam o órgão. Corpo
Região da
incisão
- Nomenclatura:
Curvatura
Gastrotomia: abertura do estômago para remoção maior
de corpo estranho.
Gastrostomia: criação de uma abertura artificial e comunicação do lúmen gástrico com o meio
externo.

Gastropexia: fixação do estômago na parede abdominal

Gastrectomia: ressecção de parte do estômago.

- Sinais clínicos:

Vômito e anorexia. Pode haver desidratação e hipocalemia.

- Pré cirúrgico:

Jejum 8-12 horas →Dependendo do procedimento, até 24 horas em Gastroscopia.

Metoclopramida: ↑ motilidade intestinal = esvaziamento mais rápido do estômago.

Antibióticos: Não é obrigatório devido ao pH baixo = diminui a presença de bactérias.

- Anestesia:

Uso de anticolinérgicos: Atropina reduz secreção estomacal = reduz dano causado na mucosa.

- Antibióticos:

Estômago não contém muitas bactérias devido ao pH baixo →Helicobacter

Profilaxia: Cefazolina 30min antes e repique a cada 2 horas.

- Gastroscopia:

Procedimento de eleição para remoção de corpo estranho.

- Gastrotomia:

Preferível do que acessar esôfago ou intestino por não haver presença de fezes e pelo formato
de bolsa →melhor manipulação e menor risco de estenose.

Acesso pela região mais hipovascular possível.

Se possível evitar curvatura maior devido à artéria gástrica e curvatura


menor devido à artéria gástricoepiploica, ambas derivadas da artéria celíaca.
Pontos de reparo para ancoragem →Facilita manipulação e evita que o conteúdo extravase ao
elevar o estômago.

Sutura →Não contaminante. Não deve envolver a mucosa (contaminada)


Se optar por pegar a mucosa →Sutura-se a mucosa com Cushing ou simples + Sutura
seromuscular invaginante com Lambert.

- Gastrectomia parcial:

Torção é a causa mais comum de necrose de parede.

- Gastropexia:

Fixação do estômago para correção ou prevenção de dilatação vôlvulo-gástrica.

Gastropexia com tubo →Fixação e retirada de gás

Gastropexia incisional →Preventiva.

Gastropexia em alça

Gastropexia circuncostal

Gastropexia videoassistida

- Dilatação vôlvulo-gástrica:

Dilatação causada pelo excesso de alimentação que promove a formação de gases de


fermentação →Aumento de volume torna o estômago mais pendular →Torção no próprio
eixo →Garroteamento na cárdia e piloro = isquemia, necrose, hemorragia por compressão da
veia cava e veia porta;

1. Necessário gastrocentese para alívio e melhora respiratória →Oxigenioterapia +


fluidoterapia = paciente estável.
2. Raio-x para possível diagnóstico →LL direita e DV →C invertido é indicativo de
torção gástrica.
3. Avalia-se grau de rotação →Sempre em sentido horário.
4. Reposicionamento do órgão no sentido anti-horário.

- Corpo estranho:

Pode causar vômito →Quanto mais vômito, mais próximo do piloro.

Uma alteração interessante do corpo estranho linear é o Plissamento (aspecto mais


enrugado das alças intestinais) causado pela passagem do corpo que tende a prender as
alças.

Apresentação clínica: animais jovens hiperativos.

Exames laboratoriais: casos agudos pode não haver alteração, em casos crônicos espera-se
alterações de peritonite (leucocitose, anemia...).

Conduta médica: estabilização + antibiótico de amplo espectro em suspeita de ruptura + O 2


+ tentativa de descompressão (tubo oral e perfuração transcutânea para retirada de ar)
Intestino delgado:
- Obstrução:

Por corpo estranho e massa são os mais comuns.

Diagnóstico: histórico + sinais clínicos + exames clínicos + imagem + exame de sangue e


endoscopia ou não.

Sinais clínicos: perda de peso, diarreia e vômito.

Jejum prolongado →Diminui população bacteriana.

Na anestesia, cuidar com dilatação intestinal que pode levar a compressão da veia cava.

- Antibióticos:

Menos bactérias em duodeno e jejuno.

Maior proliferação bacteriana em intestino doente →Conteúdo estagnado e parede


desvitalizada acaba gerando meio de cultura.

Risco de infecção aumenta com estresse do paciente, patogenicidade do agente bacteriano,


suscetibilidade do tecido e tempo em que o agente está parado no mesmo lugar.

As bactérias mais comuns são E. coli, Enterococcus spp., Staphylococcus aureos coagulase
positivo

Cefalosporinas de primeira geração →Cefazolina

Repetir a dosagem antibiótica sempre que o procedimento passar de 2 horas.

ATB de primeira geração usado em procedimentos mais craniais.

ATB de segunda geração ou penicilina usados em porções mais distais pois são
segmentos mais contaminados.

- Pós:

Analgesia, fluido →Água 8 -12 h após e comida 12-24 h após, 3 a 4 vezes ao dia

Antibióticos somente em caso de peritonite

Intestino grosso:
- Sinais clínicos:

Diarreia, constipação, tenesmo, disquezia, sangue fresco, prolapso retal e perda de


peso.
- Exame físico:

Palpação abdominal, toque retal e fezes.

- Preparo:

Necessário realização de esvaziamento e limpeza.

Jejum sólido de 24 horas.

- Antibióticos:

Risco de infecção no pós é alto.

Maioria das bactérias são anaeróbicas e aeróbicas gram –

Metronidazol e Cefazolina.

- Cuidados pós:

Necessário fluidoterapia.

ATB de até 2-4 horas pós devido à possibilidade de peritonite.

Água VO 12-24 horas após a cirurgia

Dieta leve 12-24 horas pós cirúrgica

Reto, anus e períneo:


- Queixas principais: disquezia, lambedura, constipação e tenesmo

Rim e ureter:
Nefrectomia: excisão do rim (remoção)

Nefrotomia: incisão cirúrgica do rim

Nefrostomia: criação de uma fístula que conduz à pelve renal

Pielolitotomia: incisão dentro da pelve renal ou no ureter proximal

Ureterotomia: incisão no ureter

Doença renal crônica (DRC): pacientes com azotemia ou deficiência de concentração ou perda
excessiva de proteína urinária, mas clinicamente normais, pois são capazes de compensar.

Insuficiência renal: pacientes que são incapazes de compensar a deficiência funcional do órgão
e apresentam manifestações clínicas.
Insuficiência renal crônica (IRC): pacientes com DRC que não são mais capazes de compensar.
São caracteristicamente anêmicos, com poliúria e polidipsia e/ou têm perda de proteína
glomerular tão intensa que são acompanhados por sinais clínicos associados à
hipoalbuminemia – ascite, edemas periféricos e dificuldade de cicatrização.

Insuficiência renal aguda (IRA): pacientes que desenvolveram doença renal nas últimas
semanas e estão com insuficiência por causa da doença renal adquirida recentemente.

- Perfil laboratorial:

Hematócrito →Em paciente crônico estará baixo.

Ureia e Creatinina →Indicadores renais

Urinálise →Concentração e perda de proteínas

Pressão →Pacientes renais podem se tornar paciente cardiopata.

Oligúria (↓ na produção de urina) pode estar presente na IRA ou na IRC grave, mas nem
sempre. Às vezes, essas afecções podem estar associados à poliúria (↑ na produção)

Fluidoterapia exagerada pode causar edema.

Hipercalemia (muito potássio) frequentemente está presente na IRA devido a alterações


obstrutivas, uroabdome, disfunção parênquima ou ainda, em IRC muito grave;

Hipocalemia pode ocorrer com DRC em função da terapia diurética;

HIPER e HIPOcalemia predispõem o paciente a arritmias cardíacas

Hiper e hipomagnesemia quando graves podem causar transtornos cardíacos e


neurológicos;

Hipocalcemia de importância clínica está ocasionalmente associada à IRA;

Acidose metabólica também pode estar presente em animais com IRA e IRC, mas tende a
piorar na IRA

Pacientes com IRC são tipicamente anêmicos, devido a produção diminuída de eritropoetina
pelos rins;

- Antibióticos:

Animais com cálculos renais, ureteres ectópicos ou obstrução tendem a ter infecções
concomitantes.

EVITAR atb potencialmente nefrotóxicos →Amicacina (aminoglicosídeos), tetraciclina


[exceto Doxiciclina] e sulfonamidas devem ser evitadas.
As Penicilinas e Cefalosporinas (ampicilina, amoxicilina, Cefazolina, Cefalexina) são
altamente concentradas na urina; são efetivas contra a maioria dos gram-positivos.

Cefalosporinas também tem um acentuado espectro gram-negativo;

As Fluoroquinolonas têm ampla atividade contra bactérias aeróbicas gram negativas –


enrofloxacina.

Não há peristaltismo em até 10 dias pós reparo do ureter no segmento distal = Hidroureter
e consequentemente hidronefrose →Indicação da fixação de sonda no pós cirúrgico para o
desvio temporário.

Bexiga e uretra:
Cistocentese: punção da bexiga, seja ela guiada ou não por ultrassom.

Cistotomia: abertura da bexiga

Cistolitíase: cálculos vesicais

Trígono: região nobre da bexiga, onde desemboca 2 ureteres e uretra.

Uroabdome: extravasamento de urina no peritônio

Uretrotomia: abertura da uretra

Uretrostomia: abertura permanente da uretra

- Uroperitônio:

Causa uremia, desidratação, hipovolemia, hipercalemia por acúmulo e, se não


tratado, morte.

Obstrução urinária e uroperitonio são emergências clínica, não cirúrgicas

- Anestesia:

Fluidoterapia com NaCl 0,9% em caso de hipercalemia.

- Antibióticos:

Sempre que possível deve ser realizada a cultura →Pode ser feita no transcirúrgico –
associação da cultura da mucosa da bexiga e uretra e urólito, quando presente.

Em urólito, o mais encontrado foi Escherichia coli.

Evitar aminoglicosídeos e tetraciclina em obstrução →Nefrotóxicos


- Cicatrização:

Bexiga →100% do vigor tecidual normal em 14 a 21 dias e repitelização total em 30 dias.

Com a preservação do trígono, a bexiga tende a aumentar de tamanho, mantendo um


tamanho suficiente para haver controle da micção.

Uretra →Se a continuidade total não estiver rompida, regeneração da mucosa em até 7
dias

- Pós cirúrgico:

Avaliação da quantidade de urina eliminada e de dor.

Observar a formação de edema, fibrose, necrose na região →Indicaria extravasamento de


urina.

Em cães passados por uretrostomia, deve-se fazer a avaliação de hemorragia pós a micção
→Isso porque a uretra é extremamente vascularizada e de difícil contensão = grande
chance de hemorragias pós cirúrgicas imediatas quanto na micção.

Atentar-se para atonia vesical →Pode ocorrer em pacientes que mantém a bexiga repleta
por muito tempo = Manter bexiga vazia

Uretrostomia no felino está bastante associada à infecções

- Complicações:

Extravasamento, estenose →Associado ao local de abertura.

Local errado: uretra peniana mais proximal

Local certo: uretra pélvica mais distal

Uretrostomia perineal felina clinicamente deve ser muito bem discutida →A vantagem
diminuir as chances de obstrução pós cirurgia, entretanto, resulta em uma uretra mais
curta e mais aberta, favorecendo cistite e formação de cálculos grandes.

É uma boa cirurgia corretiva quando não há outras opções disponíveis.

Uretrostomia pré-púbica deve ser feita como uma alternativa de salvamento →Abertura da
uretra na região abdominal. Amplamente relacionado à complicações, desde dermatites que
causem a morte até estenoses.

Expectativa de vida é de 3 meses.

Não excluir ruptura de bexiga em pacientes com volume urinário normal.

OVH em cadela:
1. Animal em decúbito dorsal com membros amarrados.

2. Higienização com clorexidina degermante.

3. Antissepsia com clorexidina alcoólica.

4. Desprezar pinça Foester.

5. Colocação de campo.

6. Colocação das Backaus.

7. Compressas.

8. Incisão mediana retroumbilical.

9. Pinças Allis.

10. Entrada na cavidade com tesoura.

11. Verificar aderências.

12. Cortar na linha alba.

13. Identificação e exposição do útero.

14. Isolamento de corno uterino com compressas umedecidas com auxílio dos afastadores.

15. Se necessário, romper ligamento suspensor do ovário.

16. Realizar abertura no mesovário.

17. Colocar duas pinças hemostáticas curvas abaixo do ovário e uma reta acima.

18. Seccionar acima da segunda pinça.

19. Fazer duas ligaduras circulares no pedículo ovariano, soltando a primeira pinça.

20. Soltar segunda pinça.

21. Repetir o procedimento no ovário contralateral.

22. Colocar duas pinças hemostáticas curvas acima da cévix e uma reta.

23. Seccionar entre a segunda e a terceira pinça.

24. Realizar ligadura transfixante em oito no coto uterino.

25. Finalizar com ligadura circular no coto uterino.

26. Aproximar bainhas interna e externa ou linha alba com pontos em “x” (Sultan).

27. Realizar sutura em zig-zag para aproximar o subcutâneo (ancorar na camada inferior).

28. Para a dermorrafia podem ser feitos pontos em Wolf, isolado simples, entre outros.

Mastectomia unilateral total em cadela:


1. Animal em decúbito dorsal com membros amarrados.

2. Higienização com clorexidina degermante.


3. Antissepsia com clorexidina alcoólica.

4. Desprezar pinça Foester.

5. Colocação de campo.

6. Colocação das Backaus.

7. Compressas.

8. Incisão de aproximadamente 2 cm lateralmente as mamas.

9. Sangramento de pequenos e grandes vasos devem ser pinçados:

Pequenos vasos  apenas pinçamento para hemostasia.

Grandes vasos  necessitam ligadura.

10. Nódulos e mamas ulcerados devem ser cobertos com compressas ou gazes estéreis

antes da exposição dos tecidos  fixar na pele.

11. Divulsão das mamas e tecidos adjacentes com tesoura Metzembaum ou manual.

A divulsão manual pode ser feita com auxílio de compressa  permite

melhor hemostasia de pequenos vasos. Na região caudal permite divulsão da

artéria epigástrica caudal com mais segurança.

12. Atentar para as artérias Pudenda (mais caudal) e Epigátricas craniais e caudais (maior

vaso desta região).

13. Pinçar artéria Pudenda.

14. Ligar artéria e veia epigástrica caudal.

15. Aproximar a musculatura torácica com Sultan quando houver dano na mesma.

16. Hemostasia da artéria epigástrica cranial com Sultan.

17. Primeira aproximação com walking suture  faz-se este padrão de sutura em toda a

área operada.

Importante realizar a aproximação para diminuir seroma na região operada.

18. Segunda aproximação  subcutâneo com Cushing ou simples contínuo.

19. Dermorrafia  escolha da sutura depende da preferência do cirurgião, da espécie e do

paciente.

Fixadores lineares externos


Método simples, versátil e de fácil aplicação.
Preserva o ambiente da fratura  sem que haja manipulação direta do calo ósseo e do

hematoma que se formaram no momento da fratura.

Transfere cargas axiais a partir dos pinos fixados aos ossos para barras paralelas ao osso.

Componentes:

1. Barras laterais ou barras conectoras

2. Clamps ou presilhas

3. Pinos Schanz  curtos e de rosca curta.

Pinos lisos.

Pinos

Podem lisos ou rosqueados

Rosca positiva  diâmetro externo da rosca é maior do que o diâmetro do pino.

Rosca negativa  quando o diâmetro da rosca é menor do que o diâmetro do pino.

É importante que se faça a pré-perfuração antes da inserção do pino que não deve

ultrapassar 30% Ø do osso a ser atravessado. A pré-perfuração com uma broca

ligeiramente menor do que o diâmetro do pino destinado aquele osso, impede lesões

térmicas provocadas pela aplicação do pino diretamente.

Presilhas ou clamps

Dispositivos utilizados para prender os pinos as barras.

Existem em diferentes conformações, dentre as mais utilizadas estão os sistemas Imex e

Securos.

Inúmeros tipos: pré-moldados, articulados desmontáveis, inter-barras ou clamp barra-

barra.

As presilhas fixas, aquelas que não se desmontam, precisam ser planejadas antes da

aplicação do fixador.

Barras
Estruturas que conferem rigidez e armação ao fixador externo.
Ductilidade  propriedade de um
 Aço  pesadas e resistentes. material de absorver determinada
carga aplicada com velocidade.
 Carbono  leves e caras.

 Titânio  leves, resistentes e de baixa ductilidade.

 Alumínio  leves, pouco resistentes e de alta ductilidade.

 Resinas  leves, resistentes, baixa ductilidade, não permite reparo e pode ser

recurvada.

Escolhendo o fixador:

Fixador externo linear é um método de fixação de fratura excelente para fraturas que se

localizam abaixo do cotovelo ou joelho, no fêmur, úmero, mandíbula e pelve.

Rádio e tíbia = ossos que possuem baixo envelope muscular.

Instalando um fixador:

Quando se usa um fixador linear, é importante avaliar a redução aberta ou fechada x

estabilidade da fratura  a fratura deve sempre ser reduzida antes e os métodos de

redução indireta como por tração são sempre mais eficazes na fixação linear externo do

que os métodos de redução aberta.

A fixação linear externa é um método relativo, permitindo certa mobilidade entre os

fragmentos, deteriorando o score mecânico da fratura.

A deterioração por score mecânico aliada a deterioração biológico pela manipulação da

redução aberta, pode diminuir o score geral da fratura e comprometer o processo de

consolidação.

A instalação de um fixador linear externo requer alguns cuidados, especialmente com os

tecidos moles. Os pinos devem atravessar a menor quantidade possível de massa tecidual 

reduzindo edema e exudação ao redor do pino. Quanto mais curtos forem os pinos, quanto

mais próximos ao eixo longitudinal do osso estiver a barra de fixação = maior a estabilidade

conferida ao fixador.

É importante durante a instalação de um fixador linear externo, o respeito as estruturas

neurovasculares e, para isto, são mapeados corredores seguros ao longo de toda a extensão

dos principais ossos do cão e do gato.


As faces mais facilmente e mais seguras para serem abordadas em cada osso:

Rádio  crânio medial e médias.

Úmero  crânio lateral.

Fêmur  lateral.

Tíbia proximal  medial.

Tíbia distal  medial e crânio medial.

Mapas dos corredores seguros dos diferentes ossos:

No corte transversal no terço médio do úmero  a face crânio lateral é a que menos
atravessa estruturas neurovasculares ou musculares para implantação dos pinos.

No corte transversal no terço médio do rádio  a face crânio medial é a que menos
atravessa estruturas neuromusculares ou musculares para implantação dos pinos.

O fêmur quase não possui corredores seguros para implantação de pinos, razão pela qual os

pinos do fêmur devem ser ancorados especialmente no côndilo e trocanter, regiões onde há

a menor quantidade de estruturas musculares.


O contato contínuo de estruturas musculares em constante contração com os pinos de

Schanz, leva a uma miosite crônica que produz exudação e a mobilização constante do pino

e da interface pino-osso, podendo ocasionar a soltura precoce do pino. Devemos evitar

assim, a instalação de pinos que atravessem grandes envelopes musculares.

Conformação do fixador:

Os fixadores lineares externos podem ser denominados de acordo com o n° de lados (faces

cranial, lateral, caudal e medial) e de planos (determinados por duas faces = planos

ortogonais médio-lateral e crânio-caudal) que abrangem:

 Unilateral-uniplanar: Ia  abrange apenas uma face e um plano.

 Unilateral-biplantar: Ib  abrange apenas uma face e dois planos.

 Bilateral-uniplanar: II  abrange duas faces e um plano.

 Bilateral-biplanar: III  abrange duas faces e dois planos.

Ia Ib II III

Tie in  técnica de fixação externa + fixação interna intramedular.

Pino aplicado dentro do canal medular do osso fixado a um fixador linear


externo.

Função do pino intramedular = conter forças de arqueamento.

Função do fixador linear externo = impedir a ação das forças de rotação.


Além das configurações tradicionais, outras configurações de fixadores lineares podem ser

adotadas, modificando as tradicionais.


Instalação:

A instalação de um fixador linear externo deve seguir uma sequência e lógica.

Não se recomenda a utilização de mais do que 4 pinos por fragmento = 4 pinos no

fragmento proximal e 4 pinos no fragmento distal.

Independente da localização da fratura, o fixador linear externo deve abranger toda a

extensão do osso em que será aplicado.

Os primeiros pinos a serem instalados são os proximal e distal  determinam o alinhamento

axial e rotacional do membro, promovendo fixação inicial e estabilização da fratura para

aplicação dos outros pinos.

1. Após a aplicação dos pinos proximal e distal, deve-se avaliar desvios angulares e

rotacionais do membro.

2. Em seguida, são instalados pinos próximos ao foco da fratura  determinam o bom

alinhamento da fratura e a estabilização da linha de fratura.

3. Após a aplicação desses 4 pinos iniciais, deve-se avaliar a presença de desvio rotacional

ou angular, a presença de fragmentos que foram empurrados com a aplicação de algum

pino e avaliar se algum dos pinos aplicados, encontram-se dentro do foco da fratura.

Aplicação dos dois pinos proximal e distal, paralelos as

articulações proximal e distal do ângulo do osso

acometido.

Após a aplicação das duas barras, é mantido um

alinhamento axial e rotacional do membro.

Em seguida, para manutenção da

estabilidade da fratura, são aplicados dois pinos próximos ao foco

da fratura.
Em seguida, outros pinos serão aplicados a armação para

aumentar a resistência do fixador. A aplicação de pinos

extras a armação previamente montada do fixador,

depende do tipo de presilha, algumas permitem a

acoplagem da mesma a armação, já outras devem ser

planejadas antes da primeira montagem da armação do

fixador.

Os excessos dos pinos são cortados para proteção do

animal e dos proprietários.

Dependendo do planejamento, uma terceira barra pode

ser acoplada, determinando assim um fixador do tipo III.

Um fixador será mais rígido quando:

Quanto maior for o número de lados contemplados.

Quanto maior o número de planos contemplados e quanto mais ortogonais eles forem.

Quanto maior for o número de pinos aplicados a cada fragmento da fratura.


Maior a rigidez do fixador.
Quanto maior o diâmetro das barras que sustentam o fixador.

O diâmetro dos pinos não deve ultrapassar 30% do diâmetro do osso, dependendo da

localização e da face que o pino será aplicado.


Ex.1: a tíbia proximal em sua face medial  permite muito mais calibrosos do que a tíbia

distal na mesma face.

Ex.2: o rádio, por ser um osso de perfil ovalado, permite pinos muito mais grossos na face

cranial do que nas faces medial e lateral.

A rigidez do fixador também pode ser altera pela distância contemplada entre a barra

fixadora e o osso fraturado.

Quanto mais próximo do eixo central do osso = maior a rigidez do fixador.

Deve-se respeitar uma distância mínima entre a barra e a pele pois depois da

instalação do fixador, pode haver edema e, se a pele tocar a presilha ou a barra,

haverá isquemia e necrose com formação de úlceras.

Os fixadores lineares externos apresentam grandes vantagens, podendo ser aplicados em

diferentes conformações e em fraturas abertas. São versáteis e apresentam curva de

aprendizado menor que outros tipos de fixação (ex.: placas e parafusos). A montagem dos

fixadores externos geralmente representa custo menor do que para fixações internas. A

possibilidade da redução fechada da fratura e aplicação do fixador sem abertura do foco

da fratura, preservam o hematoma original e favorece a evolução do calo ósseo.

A aplicação adequado e bom planejamento do fixador externo permite a deambulação do

paciente e satisfação do proprietário.

Placas ósseas:
São implantes internos →Versáteis e aplicados na correção de fraturas e outras doenças
ósseas.

Placas convencionais → TCP (Placas de compressão dinâmica) ou LC-TCP (Placas de


compressão dinâmica e contato reduzido) são presas ao osso por atrito.

Um parafuso passa por um furo na


placa e aperta a placa sobre o osso.

Passos para aplicação do parafuso:

1. Perfuração
2. Medição
3. Macheamento
4. Aplicação
- Funções das placas ósseas:

Compressão: 2 fragmentos da fratura são comprimidos = GAP da linha de fratura é anulado.

A ausência de GAP e compressão dos fragmentos permite consolidação primária (sem


formação de calo ósseo)

Aplicado essencialmente em fraturas transversas.

Placas compressivas devem sempre ser pré-tensionadas para evitar a formação de


GAPS na cortical trans e micromovimentos que podem causar reabsorção óssea, fadiga
do implante ou até mesmo consolidação retardada.

Por que comprimir uma fratura? O calo primário é melhor que o calo secundário? A principal
razão para que haja compressão de uma fratura, é impedir que haja ciclos, ou seja, movimento
da linha de fratura e fadiga do metal. Também resulta na divisão de cargas entre o implante e
osso, uma vez que a coluna óssea for reconstruída e comprimida = Comprimir a fratura
preserva o implante e permite pleno apoio do membro, imediatamente após a reparação da
fratura.

Neutralização: Sua aplicação deve neutralizar forças que colapsariam a fratura

Para que uma placa tenha função de


neutralização, a reconstrução da coluna óssea
é imprescindível.

(10 min)

A utilização de, pelo menos, 6 corticais de cada lado é indicada para que a placa tenha
resistência suficiente.

(5min)

Ponte: Dois grandes segmentos da fratura são alinhados, comprimento do osso é mantido e
articulações proximal e distal são alinhadas.

Permite o movimento da fatura = calo exuberante.

Permite que o foco da fratura, hematoma inicial, sejam preservados.


Princípio é manter o comprimento ósseo e alinhamento rotacional e axial do osso,
para que o calo ósseo se desenvolva de modo secundário.

É importante avaliar a quantidade e posição dos parafusos, para que as forças não se
concentrem em um único
ponto da placa →Placas
devem ocupar toda a
extensão do osso, não
importante o local onde a
fratura se encontra.

Parafusos devem estar


mais longe o possível do
foco da fratura.

Necessárias 6 corticais em
cada fragmento maior.

Apoio: placa impede o colapso de fratura periarticulares.

São aplicadas em fraturas articulares.

Geralmente, a redução anatômica das fraturas pode colapsar e originar um GAP ou um


pequeno degrau na superfície articular.

Placas de apoio faz com que a estabilidade de fraturas articulares se mantenha mesmo
durante a carga da aplicação sobre a articulação.

- Placa bloqueada:

Parafuso fica preso à placa e ao osso.

Com uso dessa placa, não é necessário o contato da placa com o periósteo →Parafuso se fixa à
placa e ao osso e a placa não precisa ficar presa ao osso por atrito = exige menos retorcimento
e menos desvitalização do periósteo, facilitando a proliferação do calo ósseo.

Permite a abordagem biológica.

Cabeça do parafuso se acopla e se fixa à placa e


ao mesmo tempo parafuso se acopla e fixa ao
osso.

- Placas convencionais x Placas bloqueadas:


Convencionais: ângulo entre parafuso e placa pode variar. Isso faz com que, durante o
processo de soltura da placa, haja uma inclinação da placa em relação ao parafuso e a
necessidade que o parafuso seja tracionado sempre perpendicular ao eixo do osso para ser
removido.

Placas convencionais comprimem o periósteo, desvitalizando o periósteo sobre a placa


= diminuindo a evolução do calo ósseo.

Bloqueadas: parafuso se mantém estável em relação à placa, ou seja, não é possível que o
parafuso se movimente em relação à placa = estabilidade angular.

Não é necessário que a placa tenha contato íntimo com o periósteo = calo ósseo evolui
de forma mais rápida e viável.

Têm ângulo fixo que aumenta a fixação e preservam a estrutura vascular = fixação
biológica de fraturas.

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