1- Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente O objetivo do desenvolvimento rural sustentável é incentivar o uso

adequado da terra e dos recursos naturais, seja nas áreas de agricultura

De uma maneira geral pode-se entender o desenvolvimento familiar, assentamentos da reforma agrária, Terras Indígenas ou
sustentável como aquele que não visa apenas o caráter econômico, mas Comunidades Extrativistas, nas Áreas Susceptíveis à Desertificação
(ASD) e nas áreas de produção agropecuária de tipo
também o aspecto social. Deste modo, o desenvolvimento sustentável patronal/empresarial de grande escala.``
está ligado diretamente ao respeito ao meio ambiente, aos direitos
trabalhistas, redução das desigualdades sociais, saúde, lazer, etc. 3- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DE 1988
Verifica-se a fórmula:
Através de interpretação unitária na Constituição Federal e 1988,
Desenvolvimento sustentável = Desenvolvimento econômico + é possível visualizar a opção pelo desenvolvimento sustentável, na
Social!
medida em que, a perspectiva econômica está atrelada ao respeito ao
meio ambiente, aos direitos trabalhistas, ao incentivo das cooperativas,
2- Desenvolvimento Rural e etc. O desenvolvimento no Brasil está, portanto, fundado sobre os
seguintes pilares: do desenvolvimento nacional (art. 3º, II);redução das
Neste ponto,transcreve-se a apresentação contida no site do
Ministério do meio Ambiente, na medida em que, deixa claras as novas regionais e sociais (art. 3º, III); direitos e garantias fundamentais ( art. 5
metas que devem embasar o desenvolvimento no campo. Segue o texto, – 11); ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna
constante no site: em consonância com a preservação ambiental (art. 170, caput c/c VI);
meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, caput);
´´O atual modelo de desenvolvimento rural e agrícola do Brasil está
passando por uma transição. O grande desafio é superar a dicotomia responsabilidade intergeracional (art. 225, caput).
entre produção e proteção ambiental, por meio da integração dos
objetivos e instrumentos das políticas ambientais e agrícolas dentro do DIMENSÃO COMPONENTES OBJETIVOS PROTEÇÃ
O LEGAL
marco geral do desenvolvimento sustentável.
Sustentabilida - Criação de redução das arts. 1º, III
Fazer a transição para o desenvolvimento rural sustentável depende da de Social postos de desigualdad e IV; 3º,
motivação e construção de consensos, mediados por uma relação trabalho que es sociais III; 7º;
democrática e com diálogo entre a política ambiental e as populações permitam a 170, VII
rurais. A transição para a sustentabilidade do rural é entendida e obtenção de (CF88)
conduzida como parte estruturante do projeto de desenvolvimento renda
individual
nacional em curso, cujo objetivo central é assegurar o crescimento
adequada; -
econômico com redução das desigualdades sociais, da pobreza e da Produção de
fome, com conservação dos recursos naturais e da capacidade bens dirigida
produtiva dos ecossistemas. prioritariament
e às
O desafio é duplo: por um lado, reverter o estágio atual de degradação necessidades
dos ecossistemas provocada pela agropecuária, e por outro, mas ao básicas
mesmo tempo, promover, difundir e consolidar formas e estilos do
sistema produtivo agropastoril e desenvolvimento rural praticados em
bases sustentáveis.
Sustentabilida - Fluxo aumento da art. 170 Sustentabilida Produzir melhoria da arts. 170,
de Econômica permanente produção e (CF88) de Ecológica respeitando os qualidade do VI e 225
de da riqueza ciclos meio (CF88) Lei
investimento social, sem ecológicos ambiente e 6938/1981
s dependênc dos preservação
públicos e ia externa ecossistemas; - das fontes
privados; - Prudência no de recursos
Manejo uso de energéticos
eficiente de recursos e naturais
recursos; - naturais não para as
renováveis; - próximas
Prioridade à gerações
produção de
Absorção, biomassa e à
pela industrializaç
empresa, dos ão de
custos insumos
ambientais; - naturais
Endonegeizaçã renováveis; -
o: contar com Redução da
suas próprias intensidade
forças energética e
aumento da
conservação
de energia; -
Tecnologias e
processos
produtivos de
baixo índice
de resíduos;
-
Cuidados
ambientais

Sustentabilidade - evitar arts. 182 e

Espacial/Geográfi Desconcentraç excesso de ss (CF88)
ca ão espacial (de aglomerações Lei
atividades; de 10257/2001
população); -
Desconcentraç
ão /
democratização
do poder local e
regional; -
Relação
cidade/campo
equilibrada
 Sustentabilida Soluções evitar arts. 215 e condutashumanas que afetem, potencial ou efetivamente, direta ou
de Cultural adaptadas a conflitos 216 (CF88) indiretamente, o meio ambiente.
culturais
com Sendo assim, oDireito Ambiental no Brasil tem como meta o controle da
poluição, a fim demantê-la dentro dos padrões toleráveis, para instituir um
desenvolvimento econômicosustentável, atendendo as necessidades das
cada potencial presentes gerações e futuras gerações.
ecossistema; - regressivo
Respeito à
formação 1.1 Internacionalização do direito ambiental
cultural
Em âmbito mundial,a Conferência de Estocolmo, ocorrida em 1972 na
comunitária.
Suécia, foi o marco responsável por alertaro planeta sobre os riscos à
existência humana gerados pela degradação excessiva.
Meio Ambiente e crise ambiental A maioria dos países até então, inclusive o Brasil, buscavam o
desenvolvimento econômico sem se preocupar com o aspecto social,

Ao longo da história da humanidade, o Meio Ambiente vem sendo vítima resultando em uma “riqueza suja”.
da atividade predatória do homem, que impulsionado por um consumismo Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas
desenfreado, vem explorando os recursos naturais irresponsavelmente,
sobre omeio
somente focando o lucroeconômico.
ambiente e desenvolvimento – CNUMAD, conhecida como ECO-92 ou RIO-92,
Como resultado da poluição ambiental, estamos diante de um meio
resultando na aprovação daDeclaração do Rio, documento contendo 27
ambiente em crise. A falta de agua potável,aquecimento climático, espécies da
fauna e flora em extinção; são apenas algumas consequências . Foi somente princípios ambientais, bem como a Agenda 21, com metasmundiais para a
pós segunda Guerra Mundial que os Estados passaram a se preocupar com redução da poluição e alcance de um desenvolvimento sustentável. Assim,
a proteção ambiental, resultando em legislações voltadas para a defesa contra
temos esse contexto:
a degradação ambiental.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, ao atribuir todo um Capítulo
ao Meio Ambiente,inovou e impôs o dever do Estado e de toda a sociedade, a
preservação e defesa do Meio Ambiente. Importante frisar que, já a Lei Federal
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, instituiu a Política Nacional do Meio
Ambiente – PNMA, que é a base da proteção infraconstitucional, prevendo
princípios, objetivos e instrumentos na defesa do meio ambiente.
1- Meioambiente e Direito ambiental
O direito ambiental se mostra como um dos principais meios para se
estabelecer o desenvolvimento sustentável. Podemos conceitua-lo como
ramodo direito público composto por princípios e regras que regulam as
1.2 Constitucionalização do direito ambiental
Hoje, no Brasil, toda a base do Direito Ambiental se encontra cristalizada
na Lei
Maior: competências legislativas (artigos 22, IV, XII e XXVI, 24, VI, VII e VIII,
e 30, I eII); competências administrativas (artigo 23, III, IV, VI, VII e XI);
Ordem EconômicaAmbiental (artigo 170, VI); meio ambiente artificial (artigo
182); meio ambientecultural (artigos 215 e 216); meio ambiente natural
(artigo 225), entre outrasdisposições esparsas não menos importantes,8
formando o denominado Direito
Constitucional Ambiental.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe
ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
(Regulamento) (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego
de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
(Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis
de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei,
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se á,
na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas
pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter
sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas
2- Definição legal do meio ambiente:
A definição legal do meio ambiente se encontra insculpida no artigo 3.º, I,
da Lei6.938/1981, que pontifica que o meio ambiente é “o conjunto de
condições, leis,influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga erege a vida em todas as suas formas”.
Desta forma, tal conceito deixa claro que compõem o meio ambiente não
apenas os elementos bióticos (com vida), mas também, os abióticos (sem
vida).
Princípios do Direito Ambiental
Os princípios são normas jurídicas que fundamentam o sistema
jurídico, commaior carga de abstração, generalidade e indeterminação,
que orientam e servem de base tanto para elaboração das normas, quanto
para sua interpretação.
1- Princípio da Prevenção
Por este princípio, implicitamente consagrado no artigo 225, da CRFB, e
presente emresoluções do CONAMA,já se tem base científica para prever os
danos ambientaisdecorrentes de determinada atividade lesiva ao meio degradaçãocausada por sua atividade impactante (as chamadas
ambiente, devendo-se imporao empreendedor condicionantes no externalidades negativas),devendo-se agregar esse valor no custo produtivo
licenciamento ambiental para mitigar ou elidiros prejuízos. da atividade, para evitar que seprivatizem os lucros e se socializem os
Ele se volta a atividades de vasto conhecimento humano (risco certo, prejuízos.
conhecido ouconcreto), em que já se definiram a extensão e a natureza dos
5- Princípio do Risco integral
danos ambientais,
Por este princípio, fica claro que o poluidor responde pelo dano ambiental
trabalhando com boa margem de segurança. independentemente da existência de culpa ou dolo.
2- Princípio da Precaução

De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser 6- Princípio da Função Social da Propriedade
amplamenteobservado pelos Estados, de acordo com suas capacidades.
Um dos requisitos para que a propriedade rural alcance a sua função social
Quando houver ameaça dedanos sérios ou irreversíveis, a ausência de
é o respeito à legislação ambiental (artigo 186, II, da CRFB), bem como a
absoluta certeza científica não deve ser utilizadacomo razão para postergar
propriedade urbana, pois o plano diretor deverá necessariamente considerar a
medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver adegradação
preservaçãoambiental, a exemplo da instituição de áreas verdes.
ambiental.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade
Ou seja, se determinado empreendimento puder causar danos rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
ambientais sériosou irreversíveis, contudo inexiste certeza científica exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
quanto aos efetivos danos e a suaextensão, mas há base científica I - aproveitamento racional e adequado;
razoável fundada em juízo de probabilidade nãoremoto da sua potencial II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
ocorrência, o empreendedor deverá ser compelido aadotar medidas de preservação do meio ambiente;
precaução para elidir ou reduzir os riscos ambientais para apopulação. III - observância das disposições que regulam as relações de
trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
dos trabalhadores

3- Princípio do Desenvolvimento Sustável

7- Princípio da Supremacia do Interesse Público na Proteção do Meio
Este princípio decorre de uma ponderação que deverá ser feita Ambiente em Relação aos Interesses Privados;

casuisticamenteentre o direito fundamental ao desenvolvimento 8- Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público na Proteção do

econômico e o direito àpreservação ambiental, à luz do Princípio da Meio Ambiente;

Proporcionalidade.
9- Princípio do Respeito à Identidade, Cultura e Interesses das
4- Princípio do poluidor pagador Comunidades Tradicionais e Grupos Formadores da
Sociedade;
Por este princípio, deve o poluidor responder pelos custos sociais da