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1Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2

nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o


príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência; 3entre os quais também todos nós andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os
demais. 4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande
amor com que nos amou, 5e estando nós mortos em nossos delitos, nos
deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos (Efésios 2:1-5)

Há muito o que ser dito sobre a misericórdia de Deus. Nosso Deus é um Deus
misericordioso, e sua misericórdia pode ser vista em cada página das
Escrituras. É impossível falar de maneira completa sobre esse atributo.
Necessitaríamos de uma eternidade inteira para compreendermos a eterna
misericórdia de Deus. É por isso que não iremos esgotar o assunto, mas peço
a Deus que possamos ouvir esse estudo e sairmos daqui, além de conhecendo
um pouco mais nosso Senhor, desejando louvar as suas misericórdias.

A primeira coisa que precisamos fazer é entender o que é misericórdia. ¿O que


os escritores bíblicos querem dizer com a palavra misericórdia? Pode parecer
uma pergunta fácil de ser respondida, mas não é, pois facilmente podemos
confundir misericórdia com amor, com bondade, principalmente com graça,
todas essas palavras que representam atributos do nosso Deus, mas que
possuem aspectos particulares e distintos. A própria bíblia muitas vezes utiliza
misericórdia junto com outros atributos de Deus. Se olharmos para o trecho
que li de Efésios, vemos que, no mesmo trecho, fala da misericórdia, do amor e
da graça de Deus. O salmista, em um pequeno versículo do Salmo 103, chama
Deus de misericordioso, compassivo, paciente e bondoso. Características e
atributos que estão relacionados, mas dizem coisas diferentes. Por isso é
válido definirmos misericórdia.

Misericórdia, muitas vezes é traduzida por compaixão ou piedade, é um dos


atributos comunicáveis de Deus, ou seja, é um atributo que nós, portadores da
imagem e semelhança de Deus, podemos refletir em nossas vidas, ainda que
nunca no mesmo nível do nosso Senhor. Deus é eterno, nós não somos
eternos. Deus é onipotente, nós não somos onipotentes. Deus pode estar em
todos os lugares ao mesmo tempo, nós não podemos. Existem alguns atributos
que só Deus tem. Contudo, Jesus, no sermão do monte em Mateus 5, diz:
“bem aventurados os misericordiosos, pois serão tratados com misericórdia”.
Ou seja, em algum nível é esperado que nós, como cristãos, sejamos
misericordiosos. Paulo nos convida a “revestirmos de profunda compaixão”
(Colossenses 3:12), enquanto que Pedro pede para que nós “sejamos
misericordiosos, não retribuindo mal com mal, nem insulto com insulto” (I Pedro
3:8-9). Portanto estamos falando de um atributo de Deus que deve ser imitado
pelos homens e, mais do que isso, deve brotar naturalmente do coração
daquele que foi salvo, lavado e redimido pelo sangue do Cordeiro, daquele que
recebeu nova vida e um novo coração, daquele que foi adotado por Deus por
meio da morte e da ressurreição de Jesus Cristo.

Entendemos, portanto, que misericórdia, também chamada de compaixão ou


piedade, é um dos atributos comunicáveis de Deus. Se Deus é misericordioso,
então ele exerce misericórdia, ele manifesta misericórdia. A pergunta que
fazemos então é o que significa manifestar misericórdia? Como Deus
demonstra sua misericórdia e como nós devemos, em nossas vidas, imitar
esse atributo?

Assim como a graça, a misericórdia é fruto do amor e da bondade de Deus e,


da mesma forma, um favor imerecido. Sabemos que Deus é amor, e manifesta
esse amor por meio de atos de bondade. “Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho...”, ou seja, Deus manifesta o seu amor com atos de
bondade. Amor não é sentimento romantizado, mas são ações. A bíblia não diz
para nós amarmos os nossos inimigos quando começarmos a gostar deles,
quando tivermos um sentimento apaixonado por eles. Não. Devemos tomar
atitudes de amor para com os inimigos “orando pelos que nos perseguem,
bendizendo os que nos maldizem, fazendo o bem aos que nos odeiam”
(Mateus 5:44; Lucas 6:27), “dando de comer ao inimigo que tem fome, dando
de beber ao que tem sede” (Provérbios 25:21), assim como Deus faz com “que
o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e
injustos” (Mateus 5:45). Então, por Deus amar, ele manifesta sua bondade aos
homens, a criação, ao universo, a todas as coisas criadas. E, quando Deus
manifesta sua bondade, ao mesmo tempo manifesta graça e misericórdia. Ou
seja, tanto graça quanto misericórdia são frutos do amor de Deus expresso em
forma de bondade. Ambos são aspectos particulares que fazem parte da
bondade de Deus.

“Mas calma ai. Agora estou confuso. Se graça e misericórdia são atributos de
Deus, se graça e misericórdia são favores imerecidos e se graça e misericórdia
são frutos da bondade de Deus, qual é a diferença entre eles?” A diferença é
que graça é a bondade divina para aqueles que não merecem bondade,
enquanto a misericórdia é a bondade divina para aqueles que são miseráveis.
Graça é quando Deus nos dá aquilo que não merecemos. Misericórdia é
quando Deus não dá aquilo que realmente merecemos. Quando Deus nos dá a
salvação, ele está sendo gracioso, pois está nos dando algo que não
merecemos. Somos pecadores, não merecemos a salvação. Por isso ela é
uma graça. Ao mesmo tempo, quando Deus nos dá a salvação, ele está sendo
misericordioso, pois nós, como miseráveis pecadores, merecemos ser
condenados, e não salvos. Enquanto a graça enfatiza a nossa incapacidade de
agradarmos a Deus e fazermos algo para merecermos o seu agrado, a
misericórdia sempre enfatiza nosso estado miserável, nosso estado caído,
nosso estado de angustiados e aflitos. A graça aponta para a nossa
incapacidade. A misericórdia aponta para a nossa baixeza, para a nossa
miséria, para a nossa pobreza. Deus revela, em sua misericórdia, que tem
pena de nós miseráveis e sempre está pronto para aliviar a nossa desgraça.
Frequentemente encontramos nas Escrituras a misericórdia junto com trechos
que falam das nossas aflições, mazelas e desespero. Podemos notar
justamente isso no texto de Efésios que eu li para vocês.
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Percebam que antes de chegarmos no verso 4, que enfatiza o “Deus tão rico
de misericórdia”, Paulo pinta um quadro da real situação do homem sem Deus.
E o quadro que Paulo pinta não é nada bonito. Na verdade, é horripilante.
Contudo, ainda que seja uma visão deplorável, devemos olhar essa imagem
com os olhos bem abertos, já que é impossível entendermos o que realmente
significa a misericórdia de Deus se não entendermos a nossa real situação.

Paulo começa dizendo aos de Éfeso “estando vós mortos”. É claro que Paulo
não está falando de fisicamente mortos. Está falando do estado espiritual
deles. Ainda que tivessem vida, estavam mortos. Notem como Paulo começa a
narrar a condição miserável que eles estão. Não existe estado mais miserável
do que estar morto: um morto não fala, um morto não age, um morto não se
relaciona, um morto não pede ajuda, um morto não se comunica, um morto não
tem nada, um morto mal pode clamar por salvação. É nesse estado de
espiritualmente mortos que se encontram todos aqueles que estão longe de
Deus. Deus disse a Adão que no dia que comece do fruto, ele morreria. Desde
então, a morte passou para Adão que, como representante da humanidade,
passou também para os seus descendentes. Assim, todo aquele que descende
de Adão está morto.

Mas essa morte não é apenas consequência do pecado de Adão. Nós não
apenas estávamos mortos mas, assim como o porco sujo não se cansa de
chafurdar-se no lodo, nós também, como mortos, vivíamos no pecado, de
modo que Paulo diz “estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. O
pecado de Adão trouxe morte a humanidade, e os nossos pecados diários nos
conservam nesse estado de morte. Éramos desobedientes, incapazes de fazer
a vontade do nosso Deus, incapazes de obedecer às suas ordens, às suas leis,
aos seus mandamentos, à sua Palavra. Não apenas não obedecíamos, como
também constantemente pecávamos, constantemente cometíamos delitos. Não
amávamos a Deus. Não o honrávamos. Não glorificávamos o nome Dele.
Cobiçávamos o bem do próximo, a mulher do próximo, a vida do próximo.
Éramos deuses de nós mesmos. Desobedecemos a Deus em todos os seus
mandamentos. Além de virarmos as costas para as ordenanças de Deus,
corremos para longe dele em direção ao pecado.

Ele continua: “nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo”.
Andamos segundo o curso do mundo: segundo a mentalidade humana,
segundo essa cultura que não crê na existência de Deus, segundo os padrões
humanistas que regem a vida das pessoas, de acordo com a cosmovisão
mundana que não reconhece o Deus criador, que devemos prestar contas a
ele, que somos completamente caídos, que nada que o mundo produza pode
redimir a humanidade. Política, centrismo, direitismo, esquerdismo, mais
educação, mais saúde, nada, nada disso pode trazer redenção àquele que está
morto em seus delitos e pecados. Esse é o curso desse mundo. Um mundo
que promete uma vida melhor para o ser humano independentemente da
existência de Deus. É dessa maneira que todos nós andávamos, guiados pelo
“espírito que agora atua nos filhos da desobediência”, Satanás, que, da
mesma forma que o Espírito Santo atua na vida do crente, assim também o
diabo atua na vida do ímpio, do não convertido, daquele que não crê em Jesus
como Senhor e Salvador de sua vida.

Se no verso 1 e 2 Paulo parece estar falando somente com os leitores da carta


(vos deu vida, nos quais andastes outrora), no verso 3 Paulo se incluí ao
dizer “todos nós andamos outrora”, e incluí toda a raça humana ao final do
verso dizendo “como também os demais”. Ou seja, não é somente os de
Éfeso que estavam mortos. Paulo também. O mundo também. Eu e você
também. Todos nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Todos
nós andávamos segundo o curso deste mundo. Todos nós éramos
influenciados por Satanás. Todos nós éramos os filhos da desobediência.
Todos nós vivíamos unicamente para satisfazer os desejos ardentes da nossa
carne, da nossa natureza humana. Vivíamos para a satisfação dos nossos
próprios prazeres, das nossas próprias vontades, totalmente inclinados aos
nossos desejos e a nossa concupiscência e não inclinados ao Espírito. Todos
nós!

Nesse estado tão deprimente, nessa completa morte espiritual, nessa completa
vida de pecado e ingratidão ao nosso Deus Criador, infinitamente amoroso,
bondoso, santo e justo, nessa condição miserável que nos encontrávamos, o
que merecíamos? Merecíamos uma benção? Um milagre? Alguma
recompensa de Deus? O direito de exigirmos de Deus aquilo que nós
queremos? Merecíamos a ira de Deus. Tudo o que nós merecíamos era a ira
de Deus. “Éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”.
Esse é o prêmio que deveríamos receber. Eu sempre fico incomodado quando
ouço alguém dizer coisas tipo “o que eu fiz para merecer essa situação que
estou passando?”, “o que nós fizemos para merecer essa pandemia?”. Diante
do estado que nós nos encontrávamos, a pergunta correta não é “o que fiz para
merecer isso”, mas sim “como Deus permite que eu ainda tenha mais um dia
de vida?”, “como Deus permite que eu, tão pecador, acorde todos os dias com
saúde, com emprego, com um lar, com uma família, e ainda assim não lembre
de agradecê-lo por essas coisas, que menospreze o privilégio que eu tenho de
poder ler minha bíblia, de poder orar sem ser perseguido, ainda assim eu
prefiro gastar meu tempo mais com redes sociais, com facebook, com
instagram, com Snapchat, com Netflix, e não com meu Criador?”, “como pode
Deus permitir que o ar ainda entre por minhas narinas, enquanto eu tenho
memorizado todas as falas da novela, todos os participantes do BBB, conheça
de cor todos os filmes da Marvel, mas não sei quais são os livros da bíblia, ou
não sei encontrar Jonas nos profetas menores?”. Temos o péssimo hábito de
exaltar a condição do homem enquanto menosprezamos quem Deus realmente
é. Somente uma clara visão da nossa pobreza espiritual, da nossa condição de
mortos, de escravos do pecado, debaixo da ira de Deus, somente uma visão
clara do real estado da humanidade pode nos livrar do péssimo hábito de
exaltar o homem como um ser merecedor de toda a bondade de Deus. Se não
olharmos com os olhos corretos para a real condição da raça humana, jamais
daremos o valor devido a mensagem do evangelho. Nunca veremos a
necessidade de um remédio enquanto não soubermos que estamos doentes.
Devemos, com todas as nossas forças rejeitar o evangelho que exalta o
homem, ou que o coloca no direito de exigir algo de Deus. Merecíamos a santa
ira de um Deus justo.
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Poderíamos terminar aqui. A nossa história poderia acabar assim. Deus nos
criou. Pecamos constantemente contra esse Deus. Morremos em nossos
delitos e pecados. Fim. E se a história terminasse assim, Deus continuaria
sendo infinitamente santo e justo, da mesma maneira que Ele é e sempre foi.
Contudo, no meio da nossa miséria, no meio da nossa podridão, no meio da
nossa completa falência e morte espiritual, Paulo traz à tona o ator principal da
peça, coloca em destaque aquele que está acima de tudo e de todos. Veja
como começa o verso 4: “Mas Deus”. Louvado seja Deus por esse verso 4.
Louvado seja Deus pois, depois desse quadro desolador da situação humana,
Paulo diz “mas!”, ou seja, apesar de tudo isso o que foi dito, apesar de tudo o
que eu relatei aqui, apesar de tudo o que realmente merecíamos, Deus interviu.
Deus, olhando nossa condição miserável, “sendo rico em misericórdia”, agiu
em nossa história. Deus, no seu alto e sublime trono, acima de todos e de tudo,
o Criador ofendido pela criatura, Deus, sendo rico em misericórdia, age em
meio a nossa miséria. Aleluia! Glórias sejam dadas ao Nosso Deus. Deus se
inclinou a nós, Deus se importou com mortos. Mas por que? Por algo que nós
podíamos oferecer? O que um morto poderia oferecer a Deus? Por algo que
nós fizemos? O que um morto pode fazer para ser notado pelo Santo dos
Santos? Não. Não foi pelo que fizemos. Não foi pelo que somos. Não foi por
qualquer obra que realizamos. Não foi por nada que conquistamos. Paulo deixa
claro que Deus agiu “por causa do grande amor com que nos amou”. Foi
por causa dEle. Foi por vontade dEle. Deus amou um miserável. Deus amou a
escória. Deus amou um cadáver espiritual. E por Deus nos amar em nossa
miséria, Deus se mostra rico em misericórdia. Isso é a misericórdia de Deus:
amar eu e você.

Mas o que Deus faz? Comentei no começo da mensagem que amar é mais do
que sentimento; são atitudes. O que Deus fez para demonstrar o seu grande
amor por nós? O verso 5 nos responde: “estando nós mortos em nossos
delitos, nos deu vida juntamente com Cristo”. Deus nos deu vida! Deus
ressuscitou mortos! Deus removeu nosso coração de pedra e, em troca,
colocou um coração cheio de vida! Deus nos deu de beber a água da vida.
Deus nos deu de comer o pão da vida. Deus nos deu vida juntamente com
Cristo!

Amados, nós éramos como Lázaro, morto, dentro de uma tumba, cheio de
ataduras, presos em nossos pecados, envolto num lençol, cheio de delitos que
nos cobriam até o topo, nossa podridão cheirava mal, mas Cristo comoveu-se.
Cristo retirou a pedra de nossa tumba. Cristo, pregado em uma cruz por causa
dos nossos pecados, assim como gritou em alta voz “Lázaro, vem para fora!”,
gritou o nosso nome, o nome de cada um daqueles que são chamados filhos
de Deus, e nós saímos para fora, saímos do nosso estado de morte e, assim
como Cristo ressuscitou, ressuscitamos em novidade de vida!

Isso é misericórdia. Quando não havia esperança nenhuma para nós, Deus
entrega o seu Filho, para que todo aquele que nele crê não permaneça morto,
mas tenha a vida eterna. Deus nos deu vida juntamente com Cristo. A nova
vida que temos é por causa da vida de Cristo. Ele é o caminho, a verdade e a
vida. Não havia vida em outro lugar. Não há esperança em qualquer outro
nome a não ser no nome de Jesus Cristo. Se alguém está em Cristo, é nova
criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! (II Co
5:17). Não é porque Deus viu algo bom em você, mas é por causa de Cristo.
Se Deus simplesmente perdoa os nossos pecados, como poderíamos chama-
lo de justo? Isso não seria misericórdia, seria injustiça. Pecamos contra Deus,
merecemos ser punidos por Deus. Mas, na cruz, por misericórdia, Deus nos
une a Cristo. A dívida pelos nossos pecados é paga pelo Deus Filho
encarnado, de modo que, se estamos nele, temos “vida juntamente com
Cristo”. Foi necessário o sacrifício do eterno justo para pagar nossa eterna
dívida contra um Deus eternamente Santo. Glórias a Deus por tamanha
misericórdia, que o levou a entregar seu Filho em favor de pecadores como
nós. Glórias a Jesus Cristo, que, embora sendo Deus, assumiu a posição de
homem, foi humilhado e crucificado para pagar a nossa dívida. Glórias ao
Espírito Santo, que nos chamou, que nos convenceu do pecado, que selou o
nosso coração para o dia da nossa herança, e que nos convence de que
somos filhos de Deus.
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A você, que ouve esse áudio e já é convertido, já é nascido de novo, já
experimentou essa misericórdia de Deus que só pode ser encontrada em
Cristo, você louva a Deus por sua misericórdia? Como o cronista, você “Louva
ao Senhor, porque é bom; pois a sua misericórdia dura perpetuamente” (I Cr
16:34)? Assim como o salmista, você “dá graças ao Senhor pois seu amor dura
para sempre” (Salmo 136)? Em meio a essa pandemia que estamos
enfrentando agora, encontra conforto no Deus misericordioso? Não fique se
perguntando porque essas coisas estão acontecendo. O mundo é mau e o
pecado está a nossa volta. Todas as tristezas, decepções, frustrações e lutas
que passamos nesse mundo servem para nos alertar que não fomos criados
para essa terra, que aqui não é o nosso destino final e que Deus prometeu um
novo céu e uma nova terra aos seus filhos. Por isso, em meio a dor, lembre-se
de louvar a Deus por sua misericórdia. “Ainda que a figueira não floresça e não
haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os
campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos
campos e os currais fiquem vazios, mesmo assim me alegrarei no Senhor;
exultarei no Deus de minha salvação!” (Habacuque 3:17,18).

Agora, se você ouve esse áudio e não é convertido, ainda não conheceu a
Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, você, ainda que pareça vivo, está
morto. Você pode estar vivendo a sua vida tranquilamente, com seus bens,
com suas riquezas, com saúde, com uma família bem estruturada, com fama e
reconhecimento de outras pessoas. Mas, a grande verdade é que toda essa
vida, sem Cristo, ainda é miséria espiritual. Tu és um miserável assim como
todos nós éramos. Nós cristãos não somos melhores do que você. Nós
também éramos miseráveis e mortos espiritualmente. Mas, como diria
Spurgeon, somos como um “mendigo contando a outro mendigo aonde
encontrou pão”. Cristo, por sua misericórdia, nos chamou e nós provamos o
pão da vida que hoje anunciamos. Você também pode comer deste pão.
Reconheça a sua miséria, a sua completa dependência, e se volte para Deus
em profundo arrependimento, crendo que Ele é Deus de misericórdia. As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos. Cada dia de
vida que o Senhor te concede é uma demonstração de como Ele tem sido
misericordioso contigo. “Não percebe quanto ele é bondoso, tolerante e
paciente com você? Não vê que essas manifestações da misericórdia de Deus
visam levá-lo ao arrependimento?” (Rm 2:4). “Considerai que a longanimidade
do nosso Senhor é uma oportunidade para que possais receber a Salvação” (II
Pe 3:15). A misericórdia de Deus para a sua salvação está diretamente ligada
ao fato de que Cristo sofreu todo o juízo de Deus por causa dos seus pecados.
“Quem crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não verá a
vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (João 3:36). Fora de Cristo a ira
de Deus ainda está sobre você. E, quando você deixar esse mundo, se Cristo
não experimentou a ira de Deus por você, tu experimentarás. Será tarde para
clamar por misericórdia. Será a separação dos bodes e das ovelhas. Dos
justificados e dos injustos. Dos que tem a vida eterna e dos que tem a morte
eterna. Dos que experimentarão por toda a eternidade a misericórdia, dos que
experimentarão a justiça. O tempo é agora. Nosso Deus é misericordioso.
“Embora seus pecados sejam como o escarlate, eu os tornarei brancos como a
neve; embora sejam vermelhos como o carmesim, eu os tornarei brancos como
a lã.” (Isaías 1:18)

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