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(CESPE/2013) O delito de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito é insuscetível de
liberdade provisória.3
FIQUE LIGADO!
Com a nova redação feita pela Lei nº 13.497, de 26 de outubro de 2017, segundo a qual, incluiu-
se o art. 16 do Estatuto do Desarmamento como delito hediondo. Entende-se ser todo o art. 16, uma
vez que o legislador não citou que seria apenas o caput, portanto, tanto o caput quanto as formas
equiparadas do parágrafo único se incluem na hediondez.
Portanto, o art. 16 (posse ou porte de arma de fogo de uso restrito) é o único crime previsto
no Estatuto do Desarmamento que é inafiançável.
Art. 1º, Lei nº 13.497/2017: “O parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
passa a vigorar com a seguinte redação:
‘Art. 1º .............................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e
3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
restrito, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou
consumados.’ (NR)”.
➢ Norma penal em branco: definições nos Decretos nº 5.123/2004 e nº 3.665/2000.
1 Gab.: Correto.
2 STF, ADI 3.112/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/5/2007, Tribunal Pleno, DJe 26/10/2007.
3 Gab.: Errado.
4 Gab.: Errado.
5 STJ, HC 116.052/MG, Rel. Min. Jane Silva (des. convocado do TJ/MG), julgado em 20/11/2008, 6ª Turma, DJe 09/12/2008
6 STJ, REsp 1.219.901/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012, 6ª Turma, DJe 10/5/2012 (Inf. 496).
Aumento de pena
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se
forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
7 STJ, REsp 1.311.408/RN, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/3/2013, Terceira Seção, DJe 20/5/2013.
8 Gab.: Errado.
9 Gab.: Correto.
(CESPE/2013) De acordo com a jurisprudência do STJ, o porte de arma de fogo é crime de perigo
abstrato, razão pela qual o porte de arma desmuniciada representa conduta típica.11
➢ Arma com defeito parcial: trata-se de objeto material com impropriedade relativa e,
portanto, é típica.
“O mero fato de o funcionamento de arma de fogo não ser perfeito não afasta a tipicidade
material do crime definido no art. 14 da Lei 10.826/2003.”. 12
➢ Arma totalmente inidônea: crime impossível, pela impropriedade absoluta do objeto
material.
“Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento apreendido
sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar quebrado e, de acordo
com laudo pericial, totalmente inapto para realizar disparos.”.13
➢ Roubo e porte, no mesmo contexto (logo após): é crime único (princípio da consunção).
“O crime de porte de arma é absorvido pelo de roubo quando restar evidenciado o nexo de
dependência ou de subordinação entre as duas condutas e que os delitos foram praticados em um
mesmo contexto fático – o que caracteriza o princípio da consunção.”.14
“Princípio da consunção. Absorção do porte ilegal de arma pelo crime patrimonial. A posse de
arma de fogo, logo após a execução de roubo com o seu emprego, não constitui crime autônomo
previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03, por se encontrar na linha de
desdobramento do crime patrimonial.”.15
➢ Roubo e porte, em contexto diverso (momentos distintos): configura concurso material
de crimes (delitos autônomos).
“Princípio da consunção. Inaplicabilidade. Circunstâncias fáticas distintas. Delitos
autônomos. (…) o acusado foi flagrado na posse ilegal da arma de fogo em momento distinto ao da
10 STF, HC 88.757, Rel. Min. Luiz Fux, j. 6/9/2011, 1ª Turma, DJe 20/9/2011. Precedentes: HC 104206, HC 96072, RHC
91553.
11 Gab.: Correto.
12 STF, HC 93.816/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 6/5/2008, 2ª Turma, DJe 1/8/2008 (Inf. 505).
13 STJ, AgRg no AREsp 397.473/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 19/8/2014, 5ª Turma, DJe 25/8/2014 (Inf.
544).
14 Jus. Teses 51 STJ. Precedentes: HC 315059; AgRg no AREsp 484845; HC 249718; HC 228062; HC 206274; HC 71696.
15 STF, RHC 123.399/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2014, 1ª Turma, DJe 17/11/2014.
(CESPE/2016) A apreensão de arma de fogo na posse do autor dias após o cometimento de crime de
roubo não constitui crime autônomo, sendo fato impunível.17
➢ Homicídio e porte de arma de fogo: há duas situações possíveis:
1. Caso ocorra no mesmo contexto fático, será crime único.
“A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça orienta no sentido de que o crime de homicídio
absorve o de porte ilegal de arma de fogo quando as duas condutas delituosas guardem, entre
si, uma relação de meio e fim estreitamente vinculadas.”.18
2. Se for em contexto diverso, haverá concurso de crimes.
“A conduta de portar armas ilegalmente não pode ser absorvida pelo crime de homicídio
qualificado, quando resta evidenciada a existência de crimes autônomos, sem nexo de dependência
ou subordinação.”.19
“Embora seja admissível, não se revela possível, in casu, a aplicação do princípio da consunção,
porquanto a conduta de portar a arma de um lado, e a tentativa de homicídio de outro, ao que se
tem, decorrem de desígnios autônomos não se verificando a relação de meio-fim que autoriza a
absorção de uma figura típica pela outra.”.20
(CESPE/2016) Além dos crimes de homicídio, Júlio responderá em concurso material pelo crime de
posse irregular de arma de fogo, uma vez que, ao mantê-la guardada em sua residência durante mais de
dois meses, já havia consumado esse crime.21
➢ Legítima defesa absorve o homicídio, mas não o porte ilegal de arma de fogo: trata-se de
delito autônomo.
“Não se comunica a excludente de ilicitude que é a legítima defesa, relativa ao homicídio, ao crime
autônomo de porte ilegal de arma.”.22
➢ Porte de mais de uma arma de fogo de uso permitido ou de uso restrito, no mesmo
contexto: é crime único (princípio da consunção).
“A apreensão de mais de uma arma de fogo, acessório ou munição, em um mesmo contexto fático,
não caracteriza concurso formal ou material de crimes, mas delito único.”.23
(CESPE/2017) O porte ou a posse simultânea de duas ou mais armas de fogo de uso restrito ou proibido
não configura concurso formal, mas crime único, pois a situação de perigo é uma só.24
➢ Porte de arma de uso permitido e de uso restrito: será concurso de crimes, porque estão
em tipos penais diferentes (art. 14 e art. 16). No mesmo contexto, via de regra, será concurso
formal.
“Não há crime único, podendo haver concurso formal, quando, no mesmo contexto fático, o agente
incide nas condutas dos arts. 14 (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido) e 16 (posse ou porte
ilegal de arma de fogo de uso restrito) da Lei n.º 10.826/2003.”.25
16 STJ, AgRg AREsp 988625/ES, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 7/3/2017, 5ª Turma, DJe 15/3/2017. Mesmo sentido: HC 241666.
17 Gab.: Errado.
18 STJ, HC 126.944/MS, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/3/2010, 5ª Turma, DJe 5/4/2010.
19 STJ, HC 226.373/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/2/2013, 5ª Turma, DJe 6/3/2013.
20 STJ, HC 101.127/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/10/2008, 5ª Turma, DJe 10/11/2008.
21 Gab.: Correto.
22 STF, HC 120.678/PR, Rel. p/ ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/2/2015, 1ª Turma, DJe 6/4/2015.
23 Jus. Teses 23 STJ. Precedentes: HC 228231; HC 163783; HC 194697; HC 104669; HC 110800; AREsp 303312; Inf. 488.
24 Gab.: Correto.
25 Jus. Teses 23 STJ. Precedentes: HC 130.797/SP; HC 162.018/SP.
FIQUE LIGADO!
Aumento de pena
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se
forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Anotações: ________________________________________________________________________________________________________
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➢ Absorção do porte pelo disparo: dependendo do contexto, há duas situações:
1. No mesmo contexto: haverá absorção (crime único) do porte de arma de fogo de uso
permitido (Art. 14) pelo disparo de arma de fogo (princípio da consunção).
“A jurisprudência desta Corte possui entendimento firmado no sentido de que não é automática a
aplicação do princípio da consunção para absorção do delito de porte de arma de fogo pelo de
disparo, dependendo das circunstâncias em que ocorreram as condutas.
“Na hipótese dos autos, as instâncias ordinárias reconheceram que os crimes foram praticados no
mesmo contexto fático, devendo ser aplicado o referido postulado para que a conduta menos grave
(porte ilegal de arma de fogo) seja absorvida pela conduta mais grave (disparo de arma de fogo).”. 27
2. Em contexto diverso (momentos distintos): haverá concurso de crimes.
“‘Segundo iterativa jurisprudência desta Corte, não há falar em aplicação do princípio da consunção
quando dos delitos de porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo são praticados em momentos
diversos, em contextos distintos’”.28
➢ Concurso de crimes: normalmente, quando a finalidade for crime mais grave, então este
absorverá o disparo, por se tratar de crime subsidiário descrito no trecho: “desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime”. Por exemplo: o agente dispara a
arma de fogo com finalidade de se cometer um homicídio. Entretanto, o problema surge se o
(CESPE/2013) O delito de disparo de arma de fogo estará configurado mesmo que seja praticado em
local isolado, desabitado e afastado de vias públicas.30
Aumento de pena
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se
forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Anotações: ________________________________________________________________________________________________________
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(CESPE/2013) Para a configuração do crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, é suficiente
o porte de arma de fogo com numeração raspada, independentemente de ser a arma de uso restrito ou
proibido.31
➢ Conflito aparente de normas:
Fraude processual
Art. 347, CP: “Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
29 GONÇALVES, V. E. R.; JUNIOR, J. P. B. Legislação penal especial. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 229.
30 Gab.: Errado.
31 Gab.: Correto.
(CESPE/2017) Aquele que fornece a adolescente, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório ou
munição de uso restrito ou proibido fica sujeito à sanção penal prevista no ECA, em decorrência do
princípio da especialidade.32
Aumento de pena
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se
forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Anotações: ________________________________________________________________________________________________________
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32 Gab.: Errado.
— “Quanto menos alguém entende, mais quer discordar.” (Getúlio Vargas). 8
PROFESSOR: RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS LEIS ESPECIAIS
TURMA: PRF 2018 ESTATUTO DO DESARMAMENTO
(CESPE/2013) Sobre o delito de tráfico internacional de arma de fogo incidirá causa de aumento de
pena se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso restrito, não havendo previsão legal
expressa de aplicação dessa majorante para o crime de comércio ilegal de arma de fogo.33
Aumento de pena
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se
forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Anotações: ________________________________________________________________________________________________________
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➢ Conflito aparente de normas:
Contrabando
Art. 334-A, CP: “Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”.
(CESPE/2015) Renato, guarda municipal de cidade brasileira, favoreceu a remessa de um lote de trinta
armas de fogo de uso permitido, sem autorização da autoridade competente, para país fronteiriço com
o Brasil. Nessa situação, Renato praticou crime de tráfico internacional de arma de fogo, sem que incida
causa de aumento de pena prevista no Estatuto do Desarmamento.34
33 Gab.: Errado.
34 Gab.: Errado.
— “Quanto menos alguém entende, mais quer discordar.” (Getúlio Vargas). 9