Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Exerciciosmedida 4
Exerciciosmedida 4
‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
2
Capı́tulo 1
1.1 Lista 3
1.1.1 Questão 19
b Propriedade 1. Seja (Ik )k∈L uma famı́lia de intervalos abertos, todos con-
[
tendo o ponto p ∈ R. Então I = Ik é um intervalo aberto.
k∈L
2. Se tomamos a = inf {ak , k ∈ L} e b = sup{bk , k ∈ L}, temos que a < b, pode ser
que a = −∞ e b = ∞. Temos que
3
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DE TEORIA DA MEDIDA 4
• Reciprocamente se x ∈ (a, b), então existem k1 , k2 tais que ak1 < x < bk2 . Se
vale x < bk1 temos que x ∈ (ak1 , bk1 ). Se vale x ≥ bk1 , então x ≥ bk1 ≥ ak2 ,
de onde segue que bk2 > x > ak2 logo x ∈ Ik2 .
[ [
Em qualquer um desses casos segue que x ∈ Ik . Daı́ (a, b) ⊂ Ik , o
k∈L k∈L
que termina a demonstração.
ê Demonstração.
Para cada x ∈ A, seja
[
Ix = I sendo I intervalo .
x∈I,I⊂A
Pelo resultado anterior Ix é o maior intervalo aberto que contém x e está contido em
A.
pois cada Ix ⊂ A, ∀ x ∈ A.
2. Concluı́mos que: todo conjunto aberto A de R pode ser decomposto como união
de intervalos abertos dois a dois disjuntos. Cada conjunto Ix vamos chamar de
intervalos componentes de A.
[ [
4. Unicidade. Suponha A = Ix = Jx . Jm = (am , bm ), logo vale am , bm ∈
/ A.
Se fosse am ∈ A terı́amos am ∈ Jp = (ap , bp ) para algum Jp 6= Jm , tomando
b = min{bm , bp } terı́amos
Jm ∩ Jp ⊃ (am , b
|{z} ).
bp ou bm
1.1.2 Questão 40
1. E ∈ Σ.
ê Demonstração.
Temos que
∞
[ ∞
[
Fn+1 = (Ek ∆E) ⊂ Fn = (Ek ∆E),
k=n+1 k=n
1.1.3 Questão 51
é incondicionalmente convergente.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DE TEORIA DA MEDIDA 7
ê Demonstração.
Vale que
∞
[ X
∞
λ( Ek ) = λ(Ek ),
k=1 k=1
∞
[
que por sua vez é igual a λ( Ek ) pois a união não depende da ordem com que se
k=1
toma seus termos.
1.1.4 Questão 68
m∗ (A ∪ B) = µ∗ (A) + µ∗ (B).
X
∞
l(Ik ) ≤ m∗ (A ∪ B) + ε.
k=1
Onde l(Ik ) é a medida de Lebesgue do bloco retangular. Podemos assumir que cada
bloco Ik possio diâmetro menor que δ (se não o dividimos em blocos menores). Neste
caso nenhum bloco In pode conter pontos em ambos A e B. Podemos dividir (In ) em
três classes disjuntas
X X X X
∞
∗ ∗
m (A) + m (B) ≤ l(Ik ) + l(Ik ) + l(Ik ) = l(Ik ) ≤ m∗ (A ∪ B) + ε.
k∈A1 k∈A2 k∈A3 k=1
Logo
m∗ (A) + m∗ (B) ≤ m∗ (A ∪ B) + ε,
1.1.5 Questão 70 a)
Estamos tratando aqui da medida de Lebesgue a restrição de m∗ a medida exterior
a conjuntos mensuráveis estamos denotando por m.
•
A ⊂ G, m(G) ≤ m∗ (A) + ε.
• Podemos assumir que m∗ (A) < ∞, pois caso contrário podemos tomar G = R.
∞
[
Dado ε > 0, existe (Ik )k∈N , onde Ik = [ak , bk ), tal que A ⊂ Ik e m∗ (A) ≤
k=0
X
∞
ε ε
∞
[
m(Ik ) < m∗ (A) + . Tomando Jk = (ak − k+2 , bk ), G = Jk . G é aberto,
2 2
k=0 k=0
∞
[ ∞
[
A⊂ Ik ⊂ Jk .
k=0 k=0
∞
[ X
∞ X∞
ε
m(G) = m( Jk ) ≤ m(Jk ) = (bk − ak + k+2 ) =
2
k=0 k=0 k=0
X∞
ε X∞ X∞
ε ε ε
∗
= [m(Ik ) + k+2 ] = m(Ik ) + ≤ m (A) + + =
2 2k+2 2 2
k=0 k=0 k=0
1
m∗ (A) ≤ m∗ (H) ≤ m∗ (Gn ) < m∗ (A) + ,
n
tomando n → ∞ segue que
logo temos que m∗ (A) = m(H). Lembre que m∗ (H) = m(H), pois H pertence a
σ−álgebra de borel por ser interseção enumerável de elementos dessa σ-álgebra.
En = {x : ||x|| ∈ (n − 1, n) }.
ε
Para cada n natural, seja Gn um aberto com En ⊂ Gn e m(Gn \ En ) < n . Se
∞ ∞
2
[ [
tomamos G = Gk , então G é aberto, E ⊂ G, E = Ek , temos que
k=1 k=1
∞
[ ∞
[ ∞
[
G\E=[ Gk ] \ [ Ek ] ⊂ [Gk \ Ek ],
k=1 k=1 k=1
ê Demonstração.
⇐). Se vale m∗ (H \ E) = 0 para H um Gδ então Z = H \ E é mensurável. Como H
é mensurável (interseção enumerável de abertos) segue que E = H \ Z é mensurável.
⇒). Pelo resultado anterior, se E é Lebesgue mensurável existe Gn aberto tal que
∞
1 \
E ⊂ Gn e m∗ (Gn \ E) < , tomando H = Gk , temos que E ⊂ H, e H é um Gδ . Além
n k=1
disso
1
H \ E ⊂ Gn \ E ⇒ m∗ (H \ E) ≤ m∗ (Gn \ E) ≤ ,
n
1
isto é, m∗ (H \ E) ≤ . Tomando n → ∞, segue que m∗ (H \ E) = 0.
n
1.1.6 Questão 5
1. f + g.
2. cf.
3. |f| .
4. max(f, g).
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DE TEORIA DA MEDIDA 12
1. Se r ∈ Q então
e temos
{x ∈ U | (f + g)(x) > a} = ∪r∈Q Sr ∈ Σ
a última identidade vale pois, se x na união enumerável, então existe r tal que
e daı́ g(x) > a − r, f(x) > r o que implica g(x) + f(x) > r + a − r = a então temos
Se x ∈ {x ∈ U | (f + g)(x) > a} então f(x) + g(x) > a, f(x) > a − g(x), existe r
racional (por ser denso em R) tal que f(x) > r > a − g(x), com isso g(x) > a − r
e x ∈ {x ∈ U | f(x) > r} ∩ {x ∈ U | g(x) > a − r}. Como querı́amos demonstrar. .
{x ∈ U | cf(x) < a} ∈ Σ ∀ a
e daı́ cf é mensurável.
x + y + |x − y| x + y − |x − y|
4. Vale max(x, y) = e min(x, y) = , pois Se x ≥ y
2 2
x+y+x−y
então x−y = |x−y|, daı́ = x como vale max(x, y)+min(x, y) = x+y
2
x + y − |x − y|
então min(x, y) = .
2
Logo o máximo e mı́nimo de duas funções mensuráveis é mensurável, pois
f + g + |f − g| f + g − |f − g|
max(f, g) = e min(f, y) = são combinações de
2 2
funções mensuráveis por módulo, adição e produto por constante, logo são
funções mensuráveis.
1.1.7 Questão 10
Se Ea é vazio, então é mensurável. Caso contrário temos dois casos que veremos a
seguir. Seja c = sup Ea . Se x > c, x ∈ I então f(x) ≥ a, pois se fosse f(x) < a então
c não seria o supremo.
1. c = sup Ea ∈ Ea . Temos que f(c) < a, ∀ x ≤ c, x ∈ I temos que f(x) ≤ f(c) < a
logo
(−∞, c] ∩ I ⊂ Ea ,
(−∞, c] ∩ I = Ea .
2. c = sup Ea ∈
/ Ea . Dado x < c, x ∈ I então f(x) < a, pois como c é supremos dos
valores z tais que f(z) < a, e não pertence a tal conjunto, então existe y nesse
conjunto tal que x < y < c e daı́ f(y) < a, pelo fato da função ser crescente
segue também que f(x) ≤ f(y) < a, então x ∈ Ea , e por isso
(−∞, c) ∩ I = Ea .
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DE TEORIA DA MEDIDA 14
ê Demonstração.
Como f é contı́nua, a imagem inversa de um conjunto aberto de R é um conjunto
aberto em R, que por sua vez é união enumerável de intervalos (união de intervalos
é Borel-mensurável), portanto f−1 (−∞, a) é sempre Borel-mensurável e consequente-
mente f.
1.1.8 Questão 14
Fn = {x 0 ∈ X | f(x 0 ) ≥ n}
k−1 k
Ekn = {x 0 ∈ X | ≤ f(x) < n }.
2 n 2
Definimos fn : X → [0, ∞) por
X
n2
n
k−1
fn = XEkn + nXFn ,
2n
k=1
k−1
observe que o valor ao qual fn (x) assume para algum x ∈ Ekn é o valor cota
2n
inferior de f(x) na definição do conjunto. Temos pela definição acima que ϕn é
função simples , por ser soma de funções caracterı́sticas . Pois ϕn assume um
número finito de valores e os conjuntos Ekn e Fn são imagens inversas de elementos
da σ-álgebra de Borel B(R) e logo são mensuráveis.
A sequência (fn ) é monótona crescente, isto é, fn ≤ fn+1 ∀ n ∈ N. Se f(x) ≥ n + 1
então f(x) ≥ n e daı́ fn (x) = n, fn+1 (x) = n + 1, pois x ∈ Fn+1 e x ∈ Fn e não
pertence aos outros conjuntos. Se n ≤ f(x) < n + 1 então x ∈ Fn logo vale fn (x) = n
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DE TEORIA DA MEDIDA 15
(n+1)2n+1
e x ∈ En+1 , o último termo da soma da expressão de fn+1 (x), o termo de maior
ı́ndice, pois vale
(n + 1)2n+1 − 1
≥ n ⇔ 2n+1 ≥ 1,
| 2 n+1
{z }
fn+1 (x)
que realmente vale e também vale fn+1 (x) ≥ fn (x) = n pela observação acima.
Agora caso x ∈ Ekn então vale x ∈ E2nk−1 ou E2n+
k
1 que segue da identidade
k−1
se x ∈ E2n+k−1
1 então os valores são idênticos fn (x) = fn+1 (x) = caso x ∈ E2n+
k
1
2 n
k−1 2k − 1 k−1
então fn (x) = n e fn+1 (x) = n+1 > n então a função é crescente.
2 2 2
Agora vamos provar a convergência pontual . Seja x 0 ∈ X, se f(x 0 ) = ∞ então
fn (x) = n∀ n ∈ N e temos a convergência pontual. Caso f(x) ∈ [0, ∞), temos para
k−1 k
n suficientemente grande que f(x) < n, pertencendo a um intervalo [ n , n ) e
2 2
k−1
fn (x) = n , o que implica a diferença do termo da sequência e da função, menor
2
que o comprimento do intervalo
1
0 ≤ f(x) − fn (x) ≤ ,
2n
portanto lim fn (x) = f(x). Como querı́amos demonstrar.
n→∞
1.1.9 Questão 46
X
∞
b Propriedade 11 (Lema de Borel-Cantelli). Se µ(Ak ) < ∞ então
k=1
µ(lim sup An ) = 0.
ê Demonstração. ∞ [
∞
\
Temos que lim sup An = Ak , como Bn é decrescente e
n=1 k=n
| {z }
Bn
∞
[ X
∞
µ( Ak ) ≤ µ(Ak ) < ∞.
k=1 k=1
Usamos agora o resultado que já mostramos, que se Bn ↓ A, µ(Bn ) < ∞ então
µ(A) = lim µ(Bn ). Com A = lim sup An
∞
[ X
∞
µ(lim sup An ) = lim µ( Ak ) ≤ lim µ(Ak ) = 0,
k=n k=n
X
∞ X
∞
pois µ(Ak ) < ∞ e daı́ pelo critério de Cauchy o limite lim µ(Ak ) é nulo.
k=1 k=n
então f = 0µ − q.s. em A.
∞
[ ∞
[
B := {x ∈ A | f(x) 6= 0} = Pk ∪ Nk ,
k=1 k=1
1 1
onde Pk = {x ∈ A | f(x) > }, Nk = {x ∈ A | − f(x) > }. Se cada um dos Pk e
k k
Nk possuem medida nula o mesmo para B. Então algum Pk ou Nk possui medida
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DE TEORIA DA MEDIDA 17
positiva. Suponha sem perda de generalidade que algum Pk possua medida positiva
(caso fosse algum Nk poderı́amos considerar a função −f no lugar da função f.) Daı́
temos que Z
fdµ = 0,
Pk
o que implica que f = 0 em quase todo ponto de Pk , absurdo!, pois em tal conjunto a
função é sempre positiva.
1.1.11 Questão 24 a)
Z
fdµ = 0 ⇔ f = 0 µq.s.
Logo se é falso que f = 0 µ q.s , devemos ter µ(An ) > 0 para algum n . Mas observe
que
1
f≥ XA ,
n n
1 1
pois se x ∈ An vale f(x) > , se x ∈ / An a expressão anterior diz que f(x) ≥ .0 = 0.
n n
1
A desigualdade f ≥ XAn , implica que
n
Z Z
1 1
fdµ ≥ XAn dµ = µ(An ) > 0,
n n
o que contradiz a hipótese do teorema, absurdo .
então f = 0µ − q.s. em A.
∞
[ ∞
[
B := {x ∈ A | f(x) 6= 0} = Pk ∪ Nk ,
k=1 k=1
1 1
onde Pk = {x ∈ A | f(x) > }, Nk = {x ∈ A | − f(x) > }. Se cada um dos Pk e
k k
Nk possuem medida nula o mesmo para B. Então algum Pk ou Nk possui medida
positiva. Suponha sem perda de generalidade que algum Pk possua medida positiva
(caso fosse algum Nk poderı́amos considerar a função −f no lugar da função f.) Daı́
temos que Z
fdµ = 0,
Pk
o que implica que f = 0 em quase todo ponto de Pk , absurdo!, pois em tal conjunto a
função é sempre positiva.