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THAYS NUDE

ADVOGADA
OAB/SP – 396.011
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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO PAULO.

Policial Civil. Servidor Público Estadual. Pretensão Ao


Recebimento De Adicional De Insalubridade Desde A Data
Da Posse.

Qualificação do Autor

Nome xxxxa CPF xxxx


RG xxx Cidade xxx
Bairro xxx Endereço xxx
CEP xxx Email xxx
Nacionalidade xxx Estado xxx
Civil
Profissão xxxx

Informações do Processo
Pedido Adicional de Insalubridade de 03/05/2017 à 31/12/2018

A parte acima qualificada, vem, por seu advogado que esta subscreve, propor a
presente AÇÃO DE COBRANÇA DE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE, em face da FAZENDA
PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ/MF
sob o nº xxx, representada por seu Procurador Geral do Estado, cujo endereço para intimações fica na
Procuradoria Geral do Estado, através do portal eletrônico, pelos motivos de fato e de direito que
passo a expor.

DOS FATOS E FUNDAMENTOS

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O autor é funcionário público estadual submetida ao regime estatutário, lotado
em delegacia desta comarca, conforme último comprovante de pagamento em anexo, motivo que
deve ser admitida a competência territorial de foro, nos termos do artigo 76 do Código Civil.

Informa que tomou posse e entrou para o exercício regular de suas funções,
conforme Portaria do Delegado Geral de Polícia, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo,
que segue em anexo.

Por exercer atividade insalubre reconhecida pela Lei Complementar Estadual


776/1994, o Requerente faz jus ao recebimento de Adicional de Insalubridade.

Ocorre que a Fazenda do Estado de São Paulo, ora Requerida, passou a efetuar o
pagamento do referido adicional, somente após a homologação de laudo pericial atestando a
insalubridade da atividade do Requerente.

É possível constatar pela documentação juntada, que registrou-se um período


entre a investidura no cargo e a expedição do referido laudo pericial que o requerente sofreu prejuízo
em seus vencimentos em virtude do não pagamento do Adicional de Insalubridade.

Diante dos fatos alegados, equivale dizer que o requerente é credor de uma
diferença cujo montante constitui o valor da causa descrito nas informações do processo, referente ao
adicional de insalubridade, devendo de ser devolvido devidamente atualizado.

DO DIREITO

A pretensão do Requerente encontra robusto amparo legal, pois a Lei


Complementar Estadual nº 432/1985 prevê em seus artigos 1º e 2º Parágrafo único, que o funcionário
faz jus ao adicional de insalubridade, senão vejamos:

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Artigo 1º - Aos funcionários públicos e servidores civis da Administração
Centralizada e das Autarquias do Estado, será concedido um adicional de
insalubridade pelo exercício, em caráter permanente, em unidades ou atividades
consideradas insalubres.

Artigo 2º - Para efeito de concessão do adicional de insalubridade de que trata


esta lei complementar, serão avaliadas e identificadas as unidades e as atividades
insalubres.

Parágrafo único - Na forma a ser estabelecida em regulamento, as unidades e as


atividades insalubres serão classificadas em graus máximo, médio e mínimo de
insalubridade.

A Lei Complementar Estadual nº 776/1994 determina em seu artigo 2º:

Artigo 2º - A atividade policial civil, pelas circunstâncias em que deve ser


prestada, é considerada perigosa e insalubre

Portanto, com base nos dispositivos legais acima elencados, conclui o Requerente
que a condição insalubre do trabalho policial é reconhecida por lei, não estando, portanto, sujeito à
condição de prévio reconhecimento em laudo pericial. E ainda que assim fosse, o laudo pericial apenas
e tão somente atestaria uma condição pré-existente.

É fundamental enfatizar também a evidente inconstitucionalidade do artigo 3º-A


da Lei Complementar Estadual nº 432/85, com a nova redação inserida pela Lei Complementar
Estadual 835/97, no sentido de que o adicional de insalubridade somente produziria efeitos
pecuniários a partir da data da homologação do laudo.

A jurisprudência tem reconhecido que o adicional de insalubridade, em tais


hipóteses, é devido desde o início da vigência da lei que definiu como insalubre a atividade, ou do

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início do exercício das funções, se posterior, e não da data da homologação de eventual laudo pericial
reconhecendo esta condição, senão vejamos:

“Processual civil. Interposição recursal assinada, sem assinatura nas razões


recursais. Irrelevância. Preliminar afastada. Servidor Público Estadual. Adicional
de insalubridade. Lei Complementar 432/85, alterada pela Lei Complementar
835/97. Laudo pericial que não cria direito. Direito reconhecido pela lei. Critério
para juros moratórios, correção monetária e honorários. Recurso desprovido,
provido em parte o reexame necessário.” (Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo Apelação n. 0001417-63.2012.8.26.0326 13ª Câmara de Direito Público
Relator: Des. Borelli Thomaz Data do julgamento: 27/03/2013)

“Reexame necessário - Valor da causa inferior à alçada (art. 475, § 2º, do CPC) -
Não conhecimento. Carência da ação - Confusão de matéria preambular com o
"meritum causae" - Preliminar rejeitada. Adicional de insalubridade - Servidores
públicos (policiais militares) – Pretensão à percepção do adicional a partir do
advento da LC 432/85, ou, se posterior, do ingresso na Instituição, e não da data
da homologação do laudo de insalubridade - Admissibilidade, tendo o laudo
técnico efeito meramente declaratório, e não constitutivo do direito, que existe a
partir do momento em que exercida a atividade insalubre – Ação procedente
Recurso improvido. Honorários de advogado – Diferenças salariais (adicional de
insalubridade) - Arbitramento de forma equitativa - Fixação mantida. ” (Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo Apelação n. 386.252-5/4-00 12ª Câmara de
Direito Público Relator: Des. Osvaldo de Oliveira Data do julgamento
17/10/2007)

No caso em tela, informa o(a) Requerente que já existe decisão uniformizadora


sobre o tema adicional de insalubridade da Polícia Civil do Estado de São Paulo, firmada pela E.
Turma de Uniformização dos Juizados Especiais no Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
- PUIL - nº 0000121-09.2014.8.26.9000, orientação que uniformizou o entendimento, garantindo ao
policial civil o direito à percepção do adicional de insalubridade a partir de sua nomeação, garantidos

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pela Lei Complementar Estadual nº 432/1985, com redação dada pela Lei Complementar Estadual nº
835/1997 c.c. o artigo 2º da Lei Complementar Estadual nº 776/94, e, portanto, não após a data de
homologação do laudo pericial.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Delegada de Polícia - Lei Complementar


nº432/1985, alterada pela Lei Complementar nº 835/1997 - Laudo técnico de
efeito meramente declaratório, que apenas constata a situação fática pré-existente
- Direito à percepção do adicional a partir do início do exercício da atividade
insalubre- Recurso provido - Uniformização de jurisprudência nesse sentido No
caso dos autos, o demandante iniciou suas atividades após a vigência da Lei
Complementar Estadual 776/94, conforme cópia da respectiva publicação no
Diário Oficial, razão pela qual o adicional lhe é devido desde o seu ingresso na
Polícia Civil

Destarte, faz jus ao valor do adicional em relação ao período anterior à


homologação do laudo pericial, a partir de quando a Fazenda Pública passou a efetuar os pagamentos
administrativamente.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:


Seja julgado procedente o pedido formulado, condenando a Fazenda Pública Do
Estado De São Paulo ao pagamento dos adicionais de insalubridade do período
da data da posse até a homologação do laudo pericial, cujo montante constitui o
valor da causa descrito nas informações do processo, valor esse acrescido de juros
legais e correção monetária até a data do efetivo pagamento;

A citação da requerida, na pessoa do seu representante legal para, querendo,


oferecer contestação no prazo legal, sob pena de revelia;

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Provará o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
principalmente através da juntada de novos documentos que se fizerem
necessários, o que desde já fica expressamente requerido.

Por fim, que todas as notificações, intimações, publicações e demais


comunicações processuais de estilo sejam realizadas em nome das advogadas
xxxxx com endereço profissional constante do timbre (artigo 106, I do CPC), sob
pena da nulidade estampada no artigo 272, § 2º do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de xxx (xxxx)

Nesses termos, pede deferimento.


São Paulo, xx novembro de xxxx

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