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Seja um conjunto de dois dipolos infinitesimais dispostos conforme a figura abaixo. Assume-
se que o dipolo em z = d/2 é alimentado com uma corrente I1 = I0 /2 e o dipolo em z = -d/2 é
alimentado com uma corrente I2 = I0 -/2, onde é a diferença de fase entre as duas correntes.
O campo total no ponto P é a soma vetorial dos campos individuais de cada elemento. Na
região de campos distantes, o campo elétrico total no plano xz ( = 0) é dado por:
lI je jr1 e j 2 je jr2 e j 2
E 0 0 cos 1 a 1 cos 2 a 2 . (6.1)
2 r1 r2
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Note que o termo sen foi substituído por |cos| uma vez que os elementos estão dirigidos ao
longo do eixo x e não ao longo de z. Para pontos distantes, tem-se que 1 2, a 1 a a 2
e r1//r//r2. Como antes, as seguintes aproximações são feitas:
Termos de amplitude: r1 r2 r
d d
Termos de fase: r1 r cos e r2 r cos .
2 2
lI
E 0 0 cos je jr e jd cos / 2 e j 2 e jd cos / 2 e j 2 a , (6.2)
2r
ou seja,
lI 1
E 0 0 cos je jr 2 cos d cos a . (6.3)
2r 2
Verifica-se então que o campo total é obtido multiplicando o campo produzido por um único
dipolo infinitesimal posicionado em z = 0 pelo “fator de conjunto” dado por:
1
FC 2 cos d cos . (6.4)
2
Na equação (6.3), |cos| corresponde ao diagrama de um único elemento e, por essa razão, é
chamado de “fator de elemento”. Já o fator de conjunto é função somente da geometria do
conjunto e da diferença de fase entre as correntes de excitação, não dependendo dos elementos
individuais. Variando a separação entre os elementos (d) e a diferença de fase () podem-se
controlar as características do fator de conjunto e, consequentemente, do campo total radiado.
Assim, o campo radiado por um conjunto de elementos pode ser dado pelo produto do campo
devido a um único elemento pelo fator de conjunto:
Etotal Eúnico elemento Fator de conjunto. (6.5)
Apesar de ter sido deduzida para um conjunto de dois elementos com excitação de mesma
amplitude, a expressão anterior é válida para conjuntos com um número qualquer de elementos
idênticos os quais não têm necessariamente excitações de mesma amplitude, fase e/ou igual
espaçamento entre eles. A equação (6.5) descreve o princípio conhecido como multiplicação de
diagramas.
Exemplo 1: Para o conjunto de dois elementos mostrado na figura anterior, desenhe o diagrama
do campo total radiado para excitações em fase ( = 0) e d = /2.
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1
Solução: O campo normalizado é dado por: E cos cos d cos
2
Para = 0 e d = /2 d = 2/ /2 = . Portanto, tem-se:
E cos cos cos = [fator de elemento] [fator de conjunto]
2
1
E cos cos d cos cos cos cos 1
2 2
1
E cos cos d cos cos cos cos 1
2 4
Em todos os exemplos, observa-se que o diagrama resultante é mais direcional que o diagrama
de cada elemento individual.
Supõe-se que os elementos são alimentados com correntes de mesma amplitude, mas com um
deslocamento de fase progressivo , isto é, I1 = I00, I2 = I0, I3 = I02, etc. O fator de
conjunto pode ser obtido considerando os elementos como fontes isotrópicas unitárias, resultando
em:
FC 1 e jd cos e j2d cos e j3d cos e j N1d cos , (6.6)
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N 1 1 xN
1 x x x x
2 3
, com x e j . (6.8)
1 x
Portanto:
N
jN jN / 2 jN / 2 jN / 2
sen
1 e e e e 2 .
FC e j N 1 / 2 (6.9)
1 e j
e j / 2
e j / 2
e j / 2
sen
2
O termo de fase e j N1 / 2 tem módulo unitário e não estaria presente se o conjunto estivesse
centrado em z = 0 (com referência de fase nesse ponto). Assim, desconsiderando esse termo
pouco importante, tem-se:
N
sen
FC 2 , onde d cos . (6.10)
sen
2
Assim, a radiação transversal é obtida quando todos os elementos têm excitação em fase (além
de terem a mesma amplitude). Para garantir que não haja máximos em = 0 e = 180, é
necessário adicionalmente que d n, com n = 1, 2, 3, etc.
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A figura abaixo mostra o diagrama de campo (no plano vertical) de um conjunto de fontes
isotrópicas com radiação transversal com N = 4 e d = /2.
O diagrama 3D é obtido girando a figura anterior em torno do eixo do conjunto, o que resulta
numa figura com formato de disco, sendo omnidirecional no plano horizontal ( = 90).
d L d
D 2 N 21 , (6.12)
d
Assim, a radiação transversal é obtida quando a fase da excitação dos elementos é retardada
progressivamente pela mesma quantidade que o espaçamento entre as fontes em radianos. Para
garantir que não haja máximos em = 90 e = 180, é necessário adicionalmente que d n,
com n = 1, 2, 3, etc. Caso se queira radiação na direção = 180, a condição é = +d.
A figura abaixo mostra o diagrama de campo (no plano vertical) de um conjunto de fontes
isotrópicas com radiação longitudinal com N = 4 e d = /2. Neste caso, = -(2/)(/2) = - =
-180.
d L d
D 4 N 41 , (6.14)
d
Como antes, observa-se que o aumento do comprimento total do conjunto tende a estreitar o
diagrama, aumentando sua diretividade. Isso é coerente com (6.14).
d . (máxima radiação em = 0) (6.15)
N
Pode-se mostrar que a condição anterior permite obter diretividade aumentada desde que o
espaçamento entre os elementos seja próximo de /4.
A figura abaixo mostra os diagramas de campo de um conjunto de radiação longitudinal com
10 fontes isotrópicas de amplitudes iguais e com espaçamento d = /4. O diagrama à direita
corresponde ao conjunto ordinário (com diferença de fase entre elementos = -90) e o da
esquerda corresponde ao conjunto com diretividade aumentada (com = -108).
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d L d
D 1,789 4 N 1,789 41 , (6.16)
d
o que é cerca de 79% maior que a diretividade de um conjunto com radiação longitudinal
ordinário de mesma configuração geométrica.
Exercício: Seja um conjunto linear composto por 10 fontes isotrópicas (N = 10) com excitação
de mesma amplitude e com separação entre elementos d = /4. Calcule a diretividade
considerando as seguintes defasagens entre elementos:
a) = 0 (conjunto com radiação transversal);
b) = -90 (conjunto com radiação longitudinal ordinário);
c) = -108 (conjunto com radiação longitudinal com diretividade aumentada).
Solução:
d 1
a) D 2 N 2 10 D 5 ou 6,99 dBi ;
4
d 1
b) D 4 N 4 10 D 10 ou 10 dBi ;
4
d 1
c) D 1,789 4 N 1,789 40 D 17,89 ou 12,53 dBi .
4
Assim, para um dado espaçamento d, a direção de máxima radiação pode ser especificada
controlando a diferença de fase entre os elementos. Esse é o princípio de funcionamento das
antenas com varredura eletrônica do feixe (scanning phased-arrays). Esse mesmo princípio pode
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ser utilizado para obter deslocamento eletrônico do feixe principal (“downtilt elétrico”) de
antenas utilizadas em ERBs (Estações Rádio-Base) em sistemas de telefonia celular.
Por exemplo, seja um conjunto com N = 4 elementos separados por uma distância d = /2 para
o qual se deseje radiação máxima na direção 0 = 60. Neste caso, = -/2 = -90. O diagrama
de campo resultante é mostrado na figura abaixo.
Além do que foi visto anteriormente, é possível obter conformar o diagrama de radiação de um
conjunto utilizando excitações com diferentes amplitudes para cada elemento.
A figura abaixo mostra um conjunto de N = 5 elementos com espaçamento d = /2 tendo
excitações em fase ( = 0), mas com diferentes amplitudes.
Observa-se, por exemplo, que a distribuição uniforme tem um feixe mais estreito do que o da
distribuição binomial, mas esta tem a vantagem de não possuir lobos laterais. Um compromisso
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entre ambas é a distribuição designada como ótima, que representa um bom compromisso entre a
largura de feixe e o nível de lobos laterais. A obtenção das amplitudes e/ou fase da excitação de
cada elemento para um dado diagrama consiste num problema de síntese que pode ser resolvido
utilizando diferentes métodos (p. ex., Dolph-Tchebychev e Taylor).
Do mesmo modo que se podem dispor os elementos ao longo de uma linha (formando um
conjunto linear), podem-se também distribuir os elementos sobre um retângulo de modo a formar
um conjunto planar. Estes provêem graus de liberdade adicionais que permitem controlar as
características de radiação do conjunto. Conjuntos planares são mais versáteis e permitem obter
diagramas mais simétricos com menores níveis de lobos laterais. Além disso, podem ser usados
para fazer a varredura do feixe principal em qualquer região do espaço.
Como exemplo, a figura abaixo mostra um conjunto planar composto de cinco pares de
elementos espaçados de /2. Para cada par, a separação entre os elementos é de /4, com
excitações defasadas de 90.
O diagrama do conjunto planar (supondo que cada elemento é uma fonte isotrópica unitária) é
obtido aplicando o princípio de multiplicação de diagramas:
diagrama de um
diagrama de conjunto linear de 5 diagrama do
cada par elementos conjunto planar
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guia de onda
com fendas
antena Yagi-Uda
antena helicoidal
conjuntos de
antenas impressas