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NOME DA INSTITUIÇÃO

ABNT NA PRÁTICA

RIO DE JANEIRO/RJ
AGOSTO/2020
GRUPO DE ESTUDOS CRÍTICOS PERIFÉRICOS

11 espaços simples

ABNT NA PRÁTICA

7 espaços simples

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso [XXX], da [INSTITUIÇÃO], como
pré-requisito para obtenção do título de [XXX]
em [XXX].

Orientador: Dr. Fulano de tal.

RIO DE JANEIRO/RJ
AGOSTO/2020
A ficha catalográfica é emitida pela biblioteca da sua instituição. A ficha catalográfica,
literalmente, cataloga a sua publicação e serve para que a busca do texto seja mais fácil.
Assim, é a parte onde se inserem os dados do seu trabalho, como autor, título, ano e
editora. Exemplo:

ABNT na prática / Grupos de Estudos Críticos Periféricos. Rio de Janeiro: [s. n.],
2020.
42 p.

ISBN XX-XXXXX-XX-X

1. Assunto geral 2. Assunto específico

CDD: XXX.XX
CDU: XXXXXX.X

Este documento não tem registro de direitos autorais e poderá ser replicado via
quaisquer meios quando e tão somente for disponibilizada a versão sem a marca
d’água “Material em edição”.
Dedicado a todos que acreditam em uma
ciência democrática, acessível e
comprometida.1

1
A dedicatória deve estar no fim da página, a 8 cm da margem, justificada e em espaçamento simples.
AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos podem estar com espaçamento de 1,5, tamanho 12 e alinhamento


justificado. Nesse espaço, você pode agradecer as pessoas que passaram pela sua vida e fizeram
parte das suas transformações.
[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.

Paulo Freire1
1
Epígrafe é um texto escolhido que apresenta a motivação do seu trabalho. A epígrafe deve estar no fim da página,
em tamanho 12, justificada, deslocada a 8 cm da margem esquerda e em itálico, sendo que o nome da(os)
autora(es) deve estar em formato “simples”.
RESUMO

O resumo deve ter espaçamento simples (1,0), tamanho 12 e alinhamento justificado, estar sem
recuo de parágrafo, ser objetivo e estar na voz ativa (sujeito que faz a ação). Normalmente, as
instituições pedem resumos que tenham entre 150 e 250 palavras. As palavras-chave são as
palavras escolhidas para facilitar a busca pelo seu trabalho, são, de maneira geral, entre 3 e 5 e
devem ser separadas por ; e finalizadas com ponto final. Este manual básico visa compartilhar
conhecimento com pesquisadores ou não sobre as recomendações de normatização de trabalhos
acadêmicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ideia de criar um estudo
desse tipo adveio do Grupo de Estudos Críticos Periféricos, de modo que pudesse contribuir
para uma facilitação do aprendizado de normas exigidas pelas instituições. Nesse sentido, este
manual pretende ser básico, didático e objetivo, então não optamos por uma explicação maçante
das regras, mas por exemplos que podem ser observados e aprendidos na prática. Portanto se
exige certa atenção e autonomia do leitor para aplicação dessas normas.

Palavras-chave: ABNT; fácil; citações diretas; autonomia; crítica.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES1

Figura 1 – Estrutura do texto acadêmico, segundo a ABNT .................................................. 11


Gráfico 1 – Feminicídio e desigualdade racial entre mulheres, no Brasil (2007-2017) .......... 24
Tabela 1 – Feminicídio no Brasil (2007-2017)........................................................................ 25
Quadro 1 – Diferenças entre policiais e militares ................................................................... 26
Figura 2 – Violência policial no Brasil (2017-2018)............................................................... 28
Figura 3 – Bolsonaro anuncia estudos do Ministério da Educação sobre descentralização dos
recursos investidos em Filosofia e Sociologia para áreas prioritárias ...................................... 29

1
Se houver mais de cinco ilustrações de um tipo de ilustração, é necessário criar listas separadas. Por exemplo:
Lista de Figuras, Lista de Gráficos, Lista de Quadros. Cada uma em uma página diferente e seguindo a ordem
sugerida pela Figura 1, na página 11.
LISTA DE SIGLAS4

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
NBR Normas Brasileiras
PCB Partido Comunista Brasileiro
PL Projeto de lei
PT Partido dos Trabalhadores
UDN União Democrática Nacional

4
A lista de siglas deve conter todas as siglas que você usou ao longo do texto, em ordem alfabética, separada por
espaçamento de 1,5 e em tamanho 12.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 REGRAS GERAIS .............................................................................................................. 11
2.1 ESTRUTURA ..................................................................................................................... 11
2.2 GERAL ............................................................................................................................... 12
2.3 NUMERAÇÃO .................................................................................................................. 12
2.4 PAGINAÇÃO ..................................................................................................................... 13
2.5 CITAÇÕES ......................................................................................................................... 13
2.5.1 Citações Diretas Longas ................................................................................................ 14
2.5.2 Citações Diretas Curtas................................................................................................. 14
2.5.3 Citações Indiretas .......................................................................................................... 14
3 ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS E SISTEMA AUTOR-DATA............................ 15
3.1 LIVRO ................................................................................................................................ 16
3.2 CAPÍTULO DE LIVRO ..................................................................................................... 17
3.3 ARTIGO ............................................................................................................................. 17
3.4 JORNAL ............................................................................................................................. 18
3.5 EVENTO ............................................................................................................................ 19
3.6 TESE/DISSERTAÇÃO/MONOGRAFIA .......................................................................... 19
3.7 ENTREVISTA.................................................................................................................... 20
3.8 LEGISLAÇÃO ................................................................................................................... 21
4 ILUSTRAÇÕES................................................................................................................... 23
4.1 GRÁFICOS ........................................................................................................................ 24
4.2 TABELAS .......................................................................................................................... 25
4.3 QUADROS ......................................................................................................................... 26
4.4 FIGURAS ........................................................................................................................... 27
5 NOTAS DE RODAPÉ ......................................................................................................... 30
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 34
APÊNDICE A – Entrevista com Vinicius Armele, .............................................................. 37
ANEXO A – Artigo 142 da Constituição Brasileira de 1988 .............................................. 41
10

1 INTRODUÇÃO

Este manual básico visa compartilhar conhecimento com pesquisadores ou não sobre as
recomendações de normatização de trabalhos acadêmicos da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). A ideia de criar um estudo desse tipo adveio do Grupo de Estudos Críticos
Periféricos5, de modo que pudesse contribuir para uma facilitação do aprendizado de
normativas gerais exigidas pelas instituições. Nesse sentido, este manual pretende ser básico,
didático e objetivo, então não optamos por uma explicação maçante das regras, mas por
exemplos que podem ser observados e aprendidos na prática. Portanto exige certa atenção e
autonomia do leitor para uso dessas normas.
As Normas Brasileiras (NBR) da ABNT quanto aos textos científicos que iremos
discutir são: NBR 6023/2018 (Elaboração de referências) e NBR 10520/2002 (Citações em
documentos). É importante salientar que as NBR não são obrigatórias, mas recomendadas,
então você deve verificar as especificidades que podem ser requeridas pelos manuais da sua
instituição ou da revista de submissão. Também é interessante ressaltar que as normas que
estudaremos ainda possuem lacunas, ou seja, a ABNT não normatizou todo tipo de documento,
como as citações dos livros digitais, então devemos entender o seu funcionamento para que
possamos criar um padrão para os nossos textos.
O desenvolvimento deste material está dividido em quatro seções: 1) regras gerais; 2)
elaboração de referências e sistema-autor data; 3) ilustrações; e 4) notas de rodapé. Salientamos
que, na primeira seção, são abordados elementos básicos, mas fundamentais, que irão ser
utilizados em qualquer texto. Na segunda seção, há uma estrutura sempre de expor como a
referência vai ser apresentada na sua lista de referências e no corpo do texto. Na terceira seção,
são demonstradas as regras para exposição de ilustrações (gráficos, tabelas, quadros e gráficos).
Por fim, na quarta seção, é explicado como as notas de rodapé podem ser utilizadas. Atente-se,
sempre, aos detalhes, sejam eles pontos, vírgulas, números ou mesmo espaços, pois são todos
parte das normas.

5
Criado em maio de 2020, o Grupo de Estudos Críticos Periféricos é voltado para o estudo da Filosofia da Ciência,
não possui vínculos institucionais, é gerido por autogestão e é composto por indivíduos de diferentes instituições.
Membros: Alice Castelani, Beatriz Leal, Bruna Barbosa, Camilla Freire, Douglas Almeida, Fabiane Assaf, Felipe
Rezende, Fernando Azevedo, Helen Baleixo, Hugo Lage, Ivan Mouro, Lorena Herédias, Mariana Janot, Matheus
Marreiro, Nathanael Cabrera, Raquel Missagia e Vinícius Armele.
11

2 REGRAS GERAIS

Estamos escrevendo neste espaço para demonstrar que não é recomendado que haja um
“vão” entre título e subtítulo, ou seja, é sempre interessante utilizá-lo como um espaço para
explicar o que vai ser tratado adiante. E o que vai ser tratado adiante? Serão abordadas as
recomendações gerais de formatação e estrutura do seu trabalho acadêmico, como estrutura,
numeração e citações.

2.1 ESTRUTURA

Figura 1 – Estrutura do texto acadêmico, segundo a ABNT

Fonte: Formatação... (2018).1

1
Documento eletrônico não paginado.
12

A estrutura do texto acadêmico é formada por três elementos: pré-textuais, textuais e


pós-textuais. Os elementos pré-textuais são aqueles anteriores aos elementos textuais
(introdução, desenvolvimento e conclusão), então é o espaço onde vão estar agradecimentos,
lista de ilustrações, resumo e sumário, por exemplo. O elemento textual é onde as suas ideias e
reflexões vão ser discorridas, ou seja, o seu texto propriamente dito. Por fim, os elementos pós-
textuais são os itens finais do seu texto, como a lista de referências e os anexos. Guarde estas
informações importantes:

• Os elementos pré-textuais e a lista de referências não devem ser paginados;


• Existem elementos obrigatórios e não obrigatórios, como é apresentado na
Figura 1; e
• Cada elemento deve começar em uma folha diferente, bem como os capítulos.
Observe que os elementos do texto e os capítulos deste manual sempre
começam em folhas novas.

2.2 GERAL

O texto deve estar em Times New Roman ou Arial, em tamanho 12 e com espaçamento
entre as linhas de 1,5 e alinhamento justificado. O recuo da primeira linha de um parágrafo pode
ser de 1,25 (a ABNT não define). As margens da página devem ser:

Superior: 3 cm
Esquerda: 3 cm
Inferior: 2 cm
Direita: 2 cm

2.3 NUMERAÇÃO

A numeração do seu texto começa a partir da introdução e vai até a conclusão e deve
ser sequencial: somente elementos textuais são numerados. Note que os títulos das SEÇÕES
PRIMÁRIAS (títulos dos capítulos) estão em caixa alta e em negrito; os títulos das SEÇÕES
SECUNDÁRIAS (como esta) estão em caixa alta e sem negrito; e os títulos das Seções
terciárias (como “citações diretas longas”) estão em caixa baixa e em negrito. Não se esqueça
de que, no sumário, essa “aparência” dos títulos deve corresponder ao que está no corpo do
13

texto. Observe como está estruturado este manual e o seu sumário, e você entenderá melhor. A
gente recomenda que seja observado o padrão que a sua instituição propõe, pois pode não ser o
mesmo. Tudo bem? Lembre-se também que o alinhamento é à esquerda e que não deve haver
nenhum sinal entre o número da seção e o seu título Veja um exemplo:

1 INTRODUÇÃO
2 REGRAS GERAIS
2.1 ESTRUTURA
2.2 CITAÇÕES
2.2.1 Citações diretas
2.2.2 Citações indiretas
2.3 PAGINAÇÃO
3 SISTEMA AUTOR-DATA
4 CONCLUSÕES

2.4 PAGINAÇÃO

A paginação do seu trabalho deve começar a partir da introdução, porém a sua contagem
começa a partir da folha de rosto, e não da capa, ou seja, desde a segunda folha do documento.
Veja, na introdução deste manual, que o número da página não é o mesmo que o número da
folha: a página vai ser sempre uma a menos que a folha. Assim, se a folha da introdução é a
folha 11, a paginação vai começar a aparecer com o número 10. Guarde que os elementos pré-
textuais e a lista de referência não são paginados, mas o restante, sim. O número de página
deve aparecer à margem superior e direita, a 2 cm da margem e em tamanho menor que o texto
(recomenda-se que seja o mesmo tamanho que for escolhido para as citações diretas longas e
notas de rodapé).

2.5 CITAÇÕES

Existem três tipos de citações: citações diretas longas; citações diretas curtas; e citações
indiretas. Os três tipos serão apresentados a seguir, porém sem exemplos, uma vez que os
exemplos serão dados no próximo capítulo, junto à elaboração de referências.
14

2.5.1 Citações Diretas Longas

As citações diretas longas são as partes do texto que a gente usa de forma idêntica o que
a(os) autora(es) escreveu e que têm mais de três linhas. O seu tamanho deve ser menor que o
texto (ou seja, menor que 12), sendo que o recomendado é que seja 10; o espaçamento entre as
linhas deve ser simples (1,0); e deve haver um recuo de 4 cm em relação à margem esquerda.
Não deve haver recuo de parágrafo, não se usam aspas nesse tipo de citação e devem,
obrigatoriamente, ser indicados autor, ano e página.

2.5.2 Citações Diretas Curtas

As citações diretas curtas são as partes do texto que a gente usa de forma idêntica o que
a(os) autor(es) escreveu e que têm menos de três linhas. Essas citações não devem ser recuadas,
ou seja, elas devem aparecer no corpo do texto normalmente, apenas adicionando aspas.
Devem, obrigatoriamente, ser indicados autor, ano e página.

2.5.3 Citações Indiretas

As citações indiretas são utilizadas quando a gente explica, com as nossas próprias
palavras, a ideia de um autor. Nesse sentido, não são necessárias aspas nem formatação para
citação direta longa. Devem ser indicados autora(es) e ano, mas não necessariamente página.
15

3 ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS E SISTEMA AUTOR-DATA

Nesta seção do material, vamos conversar um pouco sobre como elaborar as referências
e como apresentar uma referência em um texto. Observe que as informações gerais são: autor,
título, cidade, editora, revista e ano. Percebam que:

• O nome da(os) autora(es), nas referências, pode aparecer inteiro ou abreviado,


no entanto deve ser escolhido apenas um formato: ou inteiro, ou abreviado.
• O título da referência pode ser destacado ou em negrito, ou em itálico: ou um,
ou outro.
• Lembre-se que o que vai estar em destaque é sempre a obra “maior”, por
exemplo: um artigo está em uma revista, então o nome da revista deve estar em
destaque; um capítulo está em um livro, então o nome do livro deve estar em
destaque.
• O título vai em destaque, mas não o subtítulo.

Nesse sentido, para ficar mais didático, pensamos ser melhor apresentar todos os
exemplos neste capítulo com o padrão de nome inteiro da(os) autora(es) e o título em itálico; e
apresentar todos os exemplos na lista de referências com o padrão de nome abreviado e o título
em negrito. Note que as citações feitas são sempre explicadas, isto é, mesmo que você faça uma
citação, o ideal é que você a explique. Também perceba que o nome da(os) autora(es), quando
aparece pela primeira vez no texto, está completo e que, nas próximas aparições, aparece apenas
o sobrenome. A intenção, com isso, é que se dê vida ao sujeito-autor, não omitindo o seu gênero
e a sua história. Dito isso, vamos nos atentar bastante aos exemplos, tudo bem? Pois, neles,
contêm todos os padrões da ABNT que podem ser utilizados da melhor forma no seu texto.
16

3.1 LIVRO

Na lista de referências:

REICH, Wilhelm. Psicologia de massas do fascismo. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

No texto:

Wilhelm Reich (2001) explica que o fascismo, na década de 1930, ainda era considerado
como um partido político, ou seja, o partido fascista teria uma idealização política estruturada
e impunha o seu campo de ideias fascistas por meios violentos ou de estratégias políticas.1 No
entanto, para o autor, o fascismo é mais que isso, é uma expressão do homem moderno médio
oprimido, que tem como características a forma mecânica de enxergar a vida e o misticismo,
não sendo, assim, um componente apenas de alemães, italianos ou japoneses, mas de todas as
nações. O fascismo é um movimento carregado de revoltas e ideias reacionárias, é irracional, é
resultado do ódio às “raças” e o que vai o distinguir dos partidos políticos em geral é a sua
sustentação pelas massas. Dessa maneira,
1 espaço com tamanho
12 e espaçamento de 1,5
entre o texto e a citação.
A mentalidade fascista é a mentalidade do “Zé-ninguém”, que é subjugado, sedento
de autoridade e, ao mesmo tempo, revoltado. Não é por acaso que todos os ditadores
fascistas são oriundos do ambiente reacionário do “Zé-ninguém”. [...] [Portanto, o]
fascismo só pode ser vencido se for enfrentado de modo objetivo e prático, com um
Citação direta longa conhecimento bem fundamentado dos processos da vida. Ninguém o consegue imitar
nas manobras políticas e diplomáticas e na ostentação. Mas o fascismo não tem
resposta para os problemas práticos da vida porque vê tudo apenas como reflexo da
ideologia ou sob a forma dos uniformes oficiais. (REICH, 2001, p. 19-20, grifos do
1 espaço com tamanho autor).2
12 e espaçamento de 1,5
entre a citação e o texto.

Nesse sentido, em entrevista para esta pesquisa, Vinicius Armele 3 explica, a partir de
Michel Foucault (1977), que o fascismo existe nas práticas cotidianas das democracias liberais,
como a nossa, tanto dentro dos grupos sociais quanto dos grupos políticos. Assim, é
imprescindível que sejam refletidas novas formas de se pensar enquanto um sujeito no mundo
e também em novas formas de vida, na medida em que o modelo que temos hoje, possivelmente,
reforça o comportamento fascista, mesmo quando tentamos o combater. Para Armele, “[...]

1
Citação indireta.
2
Citação direta longa. Note que há “grifos do autor”. Isso indica que o que está destaque foi destacado pelo próprio
autor, e não por nós. Se a gente quiser destacar algo que não está em destaque no texto, deve ser escrito “grifos
nossos”.
3
Consultar Apêndice A, entre as páginas 37 e 40.
17

buscar uma ética de uma vida não fascista é uma luta ativa e agressiva contra o intolerável e a
estupidez. É preciso disputarmos intensamente novas maneiras de sentir, de pensar e de agir”4.

3.2 CAPÍTULO DE LIVRO

Na lista de referências:

MESSENBERG, Débora. A cosmovisão da “nova” direita brasileira. In: PINHEIRO-


MACHADO, Rosana; FREIXO, Adriano de (org.). Brasil em transe: nova Direita e
desdemocratização. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2019. p. 25-49.

No texto:

Débora Messenberg (2019, p. 26) trabalha com a ideia de “cosmovisão” a partir do


pensamento weberiano e define este conceito como “[...] uma orientação central que abarca
narrativas e percepções acerca da realidade e fornece o fundamento sobre o qual vivemos, nos
movemos e existimos. [...] Cosmovisão é, nessa perspectiva, corolário de significados em eterna
disputa”5. Em outras palavras, espectro político representa um corpo imerso de significados
compartilhados e reproduzidos por seus adeptos, sendo que não é homogêneo nem único,
existindo corpos opostos construídos sob as mesmas condições. Norberto Bobbio (1995 apud
MESSENBERG, 2019)6 infere que entre os ideais que movem as perspectivas dos diversos
grupos da direita, como culto ao individualismo, defesa do militarismo e da segurança nacional
e supremacia da propriedade privada, está o anticomunismo.

3.3 ARTIGO

Na lista de referências:

FERREIRA, Jorge. A estratégia do confronto: a Frente de Mobilização Popular. Revista


Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, p. 181-212, 2004.

4
Consultar Apêndice A, na página 38.
5
Citação direta curta.
6
Citação de citação. Noberto Bobbio (1995) está sendo citado por Messenberg (2019). É recomendado que
Noberto Bobbio (1995) também esteja na lista de referências. Veja que apud está em itálico: todas as palavras
de língua estrangeira, que não sejam nomes próprios, devem estar em itálico.
18

No texto:

Os três últimos anos anteriores ao Golpe de 1964, o qual culminou nos 21 anos de
Ditadura Militar, foram marcados por intensos conflitos entre as forças políticas do período. De
maneira simplória, havia, de um lado, uma posição conservadora, com forte imaginário
anticomunista e interessada em proteger o status quo vigente, composta por políticos
conservadores, como Carlos Lacerda, da União Democrática Nacional (UDN), militares de alta
patente, empresários e classe média. Do outro lado, havia uma esquerda fragmentada, dividida
entre os que acreditavam que as reformas de base deveriam ocorrer de maneira progressiva e
os que acreditavam que as contradições do capital estavam se sucedendo e que haveria uma
revolução semelhante à que ocorreu em Cuba, em 1959, efetuando-se, portanto, as reformas de
maneira rápida e imediata (FERREIRA, 2004).

3.4 JORNAL

Na lista de referências:

CÂMARA, Heloisa Fernandes. A construção de inimigos. Observatório da Imprensa, [s. l.], 8


jun. 2019. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/conjuntura-politica/a-
construcao-de-inimigos/. Acesso em: 4 jun. 2020.7

No texto:

A demonização da política e a construção de inimigos internos são táticas que estão


sendo usadas por políticos neopopulistas. Heloisa Câmara (2019), em um artigo publicado no
Observatório da Imprensa, afirma que líderes políticos como Jair Bolsonaro, Donald Trump e
Viktor Orbán adotam essas táticas. No Brasil, para a autora, alguns inimigos internos elencados
por Bolsonaro são, por exemplo, a “ideologia de gênero” e o “politicamente correto”. Segundo
ela, Bolsonaro, ao se referir a esses “inimigos”, utiliza-se de um discurso vazio que mantém
cativos seus apoiadores e seus opositores. Os primeiros se agarram ao presidente pelo
entusiasmo. Os últimos, ao criticá-lo, não fazem que propagar seu discurso e conservar viva,

7
Observe que, desde 2018, não se usam mais os sinais < > para indicar links. Veja também a simplificação das
datas.
19

para os bolsonaristas, a imagem do “inimigo interno”. Câmara (2019) argumenta que qualquer
transformação requererá uma batalha contra a desinformação.

3.5 EVENTO

Na lista de referências:

BARROS, Douglas Rodrigues. A posição do negro no interior do capitalismo. In: SEMANA


DE CIÊNCIAS SOCIAIS UNIFESP – Educação com o Recorte de Combate às Opressões, 8.,
2016, Guarulhos. Anais... São Paulo: Blucher, 2015. p. 62-72.

No texto:

No que diz respeito às pautas de inclusão de movimentos sociais, elas, não raro,
promovem uma adequação do sujeito ao status quo do capitalismo em vez de proporcioná-lo
uma real emancipação. Nesse sentido, Douglas Barros (2015) defende que o negro, enquanto
sub-sujeito, sacrifica-se muito mais se adequando a códigos abstratos para participar da
competição desleal do capitalismo do que o sujeito branco. Dessa forma, Barros (2015) entende
que a posição do negro no interior do capitalismo, assim como a da mulher, permanece
acessória. Para o filósofo, uma vez que categorias como universalidade, igualdade, felicidade e
liberdade foram apropriadas pelo capitalismo como forma de dominação, a tarefa da crítica
deve ser a de denunciar o caráter destrutivo e excludente do ideal burguês, pois este é contrário
à efetiva emancipação da humanidade.

3.6 TESE/DISSERTAÇÃO/MONOGRAFIA

Na lista de referências:

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil
(1917-1964). 2000. 315 f. Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
20

No texto:

A institucionalização do anticomunismo, segundo a tese de Rodrigo Motta (2000), está


intrinsicamente relacionada ao aumento da influência do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
em particular e da esquerda em geral. Em uma relação diretamente proporcional, enquanto o
PCB ou as ideias de esquerda ganhavam força em determinadas conjunturas históricas, o
anticomunismo era reforçado, inclusive requerendo meios extraordinários do Estado para
reprimir os “agentes vermelhos” e justificando golpes políticos. O autor confirma, ainda, a sua
hipótese de que o anticomunismo foi um elemento central na escalada e construção dos dois
regimes autoritários mais longos vividos no Brasil: Estado Novo e Ditadura Militar. Então,
conforme Motta (2000, p. 4) infere, os anticomunistas do século passado

[...] seriam os indivíduos e grupos dedicados à luta contra o comunismo, pela palavra
ou pela ação. A base de sua atuação estaria centrada, portanto, numa atitude de recursa
militante ao projeto comunista. Ressalte-se, comunismo entendido como a síntese
marxista-leninista originadora do bolchevismo e do modelo soviético.

3.7 ENTREVISTA

Na lista de referências:

ZACCONE, Orlando. ‘Manifestantes que atacaram Congresso e STF não foram considerados
terroristas, mas oposição ao governo é’, diz delegado. [Entrevista concedida a] Fernanda
Mena. Folha de São Paulo, [s. l.], 5 jun. 2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/quem-defender-governo-tera-respeito-quem-se-
opuser-a-ele-sera-construido-como-terrorista-diz-delegado.shtml. Acesso em: 6 jun. 2020.

No texto:

Em entrevista à Folha de São Paulo, o delegado Orlando Zaccone explicou que está em
curso a institucionalização de mecanismos autoritários que visam reprimir as oposições, entre
eles, repressão violenta, racismo, misoginia e criminalização de movimentos sociais. De acordo
com Zaccone (2020), um exemplo é Jair Bolsonaro (sem partido) chamar os grupos antifascistas
de “terroristas”, ao passo que diz que os movimentos pró-ditadura e que atacam os demais
Poderes estão exercendo liberdade de expressão. Nesse contexto, a polícia exerce um papel
21

crucial, visto que, tendo sido cooptada pelo discuso fascista, está, de maneira geral, alinhada ao
presidente e vê os opositores ao governo como inimigos.

3.8 LEGISLAÇÃO

Na lista de referências:

BRASIL. Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. Regulamenta o disposto no inciso XLIII do


art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições
investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as
Leis n º 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013. Brasília:
Presidência da República, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil03/ato2015-
2018/2016/lei/l13260.htm. Acesso em: 7 jun. 2020.

BRASIL. Projeto de lei nº 3.019, de 1º de junho de 2020. Altera a Lei Antiterrorismo nº


13.260, de 16 de março de 2016, a fim de tipificar os grupos “antifas” (antifascistas) como
organizações terroristas. Autor: deputado Daniel Silveira (PSL). Brasília: Câmara dos
Deputados, 2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWe
b/prop_mostrarintegra?codteor=1899405&filename=PL+3019/2020. Acesso em: 7 jun. 2020.

No texto:

No dia 1º de junho de 2020, o deputado Daniel Silveira, do Partido Social Liberal (PSL),
apresentou um projeto de lei (PL) à Câmara dos Deputados que altera a Lei nº 13.260/2016,
conhecida como Lei Antiterrorismo. A proposta de alteração é com vistas a tipificar
como terroristas os grupos antifascistas e demais grupos com “ideologias similares”, fazendo
com que a Lei Antiterrorista sirva, ainda mais, como um aparato de Segurança que trata todos
os cidadãos como potenciais inimigos. Segundo o deputado, os atos contra o governo Bolsonaro
que ocorreram no dia 31 de maio de 2020, em São Paulo, onde houve enfrentamento com os
grupos pró-bolsonaristas, são antidemocráticos e devem ser contidos por meio de dispositivos
legais que deem total poder às forças policiais militares, ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário para conter as ações nos atos.
Vinicius Armele8 explica que o (neo)fascismo se manifesta veementemente nas práticas
de nacionalismo extremo e autoritarismo do Estado, como pode ser visto nesse projeto de lei,

8
Consultar apêndice A, entre as páginas 37 e 40.
22

mas também se manifesta nas práticas racistas e misóginas, por exemplo. Tendo isso em mente,
os movimentos antifascistas, muito heterogêneo, não se tratam de ideologia, mas de uma
estratégia da construção de um modo de vida que é contrária ao liberalismo, à extrema-direita
e ao fascismo. Assim, a tentativa de criminalização do movimento antifascista nada mais é que
assumir que se é fascista e defender a manutenção das violências que os indivíduos sofrem
todos os dias, sejam elas físicas, sejam elas simbólicas. Por fim, cabe salientar que:

[...] no centro desse instrumento de autodefesa coletiva, o antifascismo procura se


estabelecer como uma extensão das lutas sociais recentes, de mais de um século,
contra a supremacia branca, o patriarcado e o autoritarismo, descolando da referência
liberal. Dessa forma, é a busca pela construção de tabus sociais contra o racismo, o
sexismo, a homofobia e outras formas de opressão que constituem os alicerces do
fascismo. Logo, não se deve compreender o antifascismo pela negação, mas sim por
um modo de ação política, que entende que o fascismo não acabou com o fascismo
histórico. O fascismo continua se manifestando nas práticas do racismo, da misoginia,
da louvação nacional e do autoritarismo de Estado. O antifascismo é uma prática nada
liberal que defende a afirmação e a construção de que um novo mundo é possível.9

9
Consultar Apêndice A, nas páginas 39-40.
23

4 ILUSTRAÇÕES

As ilustrações são imagens que a gente usa no texto para exemplificar algo ou servir
como apresentação de dados e são excelentes ferramentas para enriquecer o trabalho. Assim,
neste capítulo, iremos conversar um pouco sobre como gráficos, tabelas, quadros e figuras
podem ser apresentados no texto e como devem aparecer na lista de referências. Primeiramente,
reparem que os diferentes tipos de ilustrações devem ter uma ordem de numeração crescente.
Note que, na página 11 deste manual, temos a Figura 1 e, adiante, teremos a Figura 2. Exemplo:
Figura 1, Figura 2... Gráfico 1, Gráfico 2... Tabela 1, Tabela 2... A indicação de que tipo de
ilustração é e a sua numeração devem estar em negrito, seguidas de travessão e da descrição.
A descrição da ilustração deve ser bem clara sobre do que se trata. Exemplo: “Tabela 1
– Feminicídio no Brasil (2007-2017)”. Sobre o que é essa tabela? Sobre feminicídio.
Feminicídio onde? No Brasil. Feminicídio no Brasil em que período? Entre 2007 e 2017. Então
a Tabela 1 é sobre feminicídio no Brasil entre 2007 e 2017. Mas de onde vêm esses dados? Aí,
abaixo da ilustração, a gente mostra a referência. Exemplo: Fonte: IPEA e Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (2019, p. 39). Note que “Fonte:” está em negrito e que o sistema autor-data
aparece no formato que se usa quando o nome da(os) autora(es) faz parte da frase. Não se
esqueça de inserir o ano e a página, pois é muito importante para que outras pessoas também
possam usar os dados que você usou. Mas note ainda esses detalhes:

• Se a ilustração tiver sido criada por você, deixe neste padrão: Fonte: Elaboração
própria (2020).
• Se a ilustração tiver sido adaptada de algum autor, deixe neste padrão: Fonte:
Adaptado de Menezes (2019, p. 10).

A ilustração, o título e a fonte devem estar centralizados, em tamanho 10, espaçamento


simples e tamanho menor que o texto (o recomendado é que seja o mesmo tamanho que você
escolher para as citações diretas longas). Veja que existe um espaço entre a descrição e a
ilustração. É fundamental, também, que os dados e as informações apresentadas nas ilustrações
sejam explicados, para que o leitor não se confunda, caso haja mais de uma ilustração. Nesse
sentido, tente inserir as suas indicações, no corpo do texto, como nos exemplos a seguir:

“Como pode ser observado na Figura 1...”


“Os dados apresentados na Tabela 2...”
“O Quadro 1 demonstra que..”
24

4.1 GRÁFICOS

Na lista de referências:

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA); FÓRUM BRASILEIRO


DE SEGURANÇA PÚBLICA. Atlas da Violência (2019). Brasília: Instituto de Pesquisa
Aplicada (IPEA): Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institu
cional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 4 jun. 2020.

No texto:

Gráfico 1 – Feminicídio e desigualdade racial entre mulheres, no Brasil (2007-2017)


espaço

Fonte: IPEA e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2019, p. 39).

Elaborado pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) em parceria com o Fórum


Brasileiro de Segurança Pública, o Gráfico 1, retirado do Atlas da Violência (2019), indica a
diferença entre a taxa de homicídios de mulheres negras e não negras, deixando evidente a
desigualdade racial. O documento aponta que, entre 2007 e 2017, a taxa de mulheres negras
vítimas de homicídio cresceu 29,9% e, em comparação, a taxa de homicídios de mulheres não
negras cresceu 4,5% no mesmo período. Destacando apenas o ano de 2017, a taxa de mulheres
negras assassinadas é de 5,6 a cada 100 mil mulheres, enquanto entre mulheres não negras a
taxa é de 3,2 a cada 100 mil mulheres. A desigualdade racial fica mais evidente quando
observamos a taxa de mulheres vítimas da violência letal, a qual indica que 66% de todas as
mulheres vítimas de homicídio em 2017, no Brasil, eram negras. Como aponta o Atlas da
25

Violência (2019), o Brasil ainda não consegue garantir a universalidade de suas políticas
públicas de Segurança.

4.2 TABELAS

Na lista de referências:

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA); FÓRUM BRASILEIRO


DE SEGURANÇA PÚBLICA. Atlas da Violência (2019). Brasília: Instituto de Pesquisa
Aplicada (IPEA): Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institu
cional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 4 jun. 2020.

No texto:

Também de acordo com o documento Atlas da Violência (2019), em 2007, 1.019


mulheres foram assassinadas dentro de suas residências. Em 2017, como demonstra a Tabela
1, este número chegou a 1.407. No tocante aos homicídios ocorridos fora de casa, 2.759
mulheres perderam a vida em 2007. Dez anos depois, esta quantia sofreu um aumento de 27,9%,
atingindo a marca de 3.529 vidas interrompidas. O acréscimo foi ainda maior no primeiro
índice, dando origem à taxa de 38,1%. O número total de homicídios femininos, nos anos de
2007 e 2017, foi, respectivamente, 3.778 e 4.936, isto é, implicando um aumento percentual de
30,7%.

Tabela 1 – Feminicídio no Brasil (2007-2017)

Fonte: IPEA e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2019, p. 39).


26

Vale chamar atenção, ainda, para o fato de que o estudo não adota o uso da palavra
feminicídio. Isso porque o número de homicídios de mulheres em residência, disponibilizado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi obtido pela soma dos óbitos
causados por agressão e por intervenção legal. O trabalho assume, dessa forma, que, no último,
as mulheres não foram assassinadas pura e simplesmente pela sua condição de ser mulher (o
que qualifica o feminicídio). Entretanto, convém pontuar que esta opção é questionável, bem
como muitos feminicídios acontecem fora de casa, como já aponta o relatório.

4.3 QUADROS

Na lista de referências:

NEME, Cristina. A instituição policial na ordem democrática: o caso da Polícia Militar do


estado de São Paulo. 1999. 107 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

No texto:

Quadro 1 – Diferenças entre Forças Armadas e Polícia Militar

Características Forças Armadas Polícia Militar

Subordinadas ao Ministério da Defesa. A Subordinadas às Secretarias de


Subordinação autoridade suprema é o Presidente da Segurança Pública dos Estados.
República.

Organização militar hierárquica: Oficiais Segue modelo de hierarquia do


e Praças têm nomenclaturas diferentes de Exército: cadeias de comando
Estrutura
acordo com cada organização – Exército, hierárquicas. Oficiais e Praças têm
organizacional
Marinha e Aeronáutica. nomenclaturas diferentes de acordo
com a organização interna.

Treinamento especializado no uso Treinamento especializado no uso da


Uso da força apropriado da força máxima; regras força para aplicação da lei; Capacidade
estritas de engajamento. militar regular.
Fonte: Neme (1999, p. 46-53). Elaboração própria.

A partir das informações dadas no Quadro 1, é possível destacar algumas breves


observações. Em um primeiro momento, constata-se que as Forças Armadas estão subordinadas
ao Ministério da Defesa e, logo, à Presidência da República e que a Polícia Militar, por sua vez,
está subordinada às Secretarias de Segurança Pública dos Estados. Em um segundo momento,
27

vê-se que a base da estrutura organizacional tanto das Forças Armadas quanto das Polícias
Militares (bem como a do Corpo de Bombeiros Militares) é a hierarquia militar. Via cadeia de
comando, os integrantes são distribuídos em duas grandes categorias: os Oficiais e os Praças 1.
Tais categorias se subdividem em outras de acordo com o nível de responsabilidade e a
qualificação profissional (NEME, 1999, p. 46-53).
No que diz respeito ao uso da força, é importante salientar que há limites extremamente
necessários para a atuação apropriada das forças de Segurança (agentes responsáveis por prover
segurança). Isto é, de acordo com as regras de engajamento, entende-se que a determinação de
limites do uso da força nas atividades militares e policiais estabelece padrões de conduta para
impedir, dentre outras injustiças, os abusos aos Direitos Humanos, por exemplo. Diante disso,
cabe ressaltar que as forças de Segurança são instituições orientadas pela Constituição
Brasileira de 1988. De modo geral, o seu artigo 142 (Da Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas), conforme Anexo A2 desta pesquisa, demonstra preocupação com relação às
regras de conduta e atuação de acordo com as leis.

4.4 FIGURAS

Na lista de referências:

MENEZES, Luiz Fernando. Desenhamos fatos sobre violência policial no Brasil. Aos Fatos,
[s. l.], 13 set. 2019. Disponível em: https://www.aosfatos.org/noticias/desenham os-fatos-
sobre-violencia-policial-no-brasil/. Acesso em: 5 jun. 2020.

No texto:

Por meio de dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Luiz Menezes (2019)
infere que, no Brasil, no ano de 2018, militares e policiais civis em e fora de serviço
assassinaram 6.220 pessoas, tornando-se o maior número desde 2012. Segundo Menezes

1
Com relação à hierarquia das Forças Armadas, vale mencionar como exemplo o caso do Exército brasileiro. A
categoria de Oficiais Generais é subdividida em: Marechal, General de Exército, General de Divisão e General
de Brigada. A categoria de Oficiais Superiores é subdividida em: Coronel, Tenente-Coronel e Major. Já os
Oficiais Intermediários correspondem ao posto de Capitão. Abaixo, estão os Oficiais Subalternos, que são
identificados como: Primeiro-Tenente, Segundo-Tenente e Aspirante. Por fim, a categoria de Praças é composta
por: Subtenente, Primeiro-Sargento, Segundo-Sargento, Terceiro-Sargento, Cabo e Soldado. Nessa lógica, a
hierarquia da Polícia Militar segue basicamente a mesma estrutura, todavia, inicia-se a categorização a partir dos
Oficiais Superiores (NEME, 1999, p. 46-53).
2
Consultar Anexo A, entre as páginas 41-42.
28

(2019), a taxa de mortes causadas por policias a cada 100 mil habitantes aumentou 19,6% em
relação ao ano de 2017, o que indica a execução de 17 brasileiros civis por policiais e militares
em serviço, ou não. Ainda segundo esses dados, o grupo mais afetado pela atuação arbitrária de
Segurança é o homem (99,3% do total), negro (75,4% do total), jovem entre 15 a 29 anos
(54,8%) e de baixa escolaridade (81,5% do total). Na Figura 1, podem ser observados estes
dados e outros.

Figura 2 – Violência policial no Brasil (2017-2018)

Fonte: Menezes (2019)3.

Na lista de referências:

AZEDO, Luiz Carlos. Nas entrelinhas: mora na filosofia. Blog Luiz Carlos Azedo, [s. l.], 28
abr. 2019. Disponível em: http://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-mora-
na-filosofia/. Acesso em: 7 jun. 2020.

BOLSONARO, Jair Messias. O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda


descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas) [...]. [s. l.], 26

3
Documento eletrônico não paginado.
29

abr. 2019. Twitter: @jairbolsonaro. Disponível em:


https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1121713534402990081. Acesso em: 7 jun. 2020.

No texto:

Jair Bolsonaro, no dia 26 de abril de 2019, anunciou em seu Twitter (ver Figura 3) que
estaria estudando com o seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, a descentralização de
recursos investidos na Filosofia e na Sociologia e o seu redirecionamento a áreas prioritárias,
como Medicina, Engenharia e Veterinária. Na contramão dessa posição baseada no
racionalismo científico do século XVI, Luiz Azedo (2019)4 afirma que “A essência da
civilização é o humanismo. A ciência sem a ética, a antropologia e a sociologia é um perigo”.
Isso porque é fundamental que se entendam a complexidade humana, as suas evoluções e as
diversas formas de pensar, para que haja resultados significativos e sólidos nas chamadas
“ciências duras”. Em outras palavras, para atender às demandas dos povos, é fundamental que
as duas “áreas” sejam vistas como uma: a tecnologia, por exemplo, sem a ética não dá sentido
para o desenvolvimento humano e para uma ciência coesa e séria.

Figura 3 – Bolsonaro anuncia estudos do Ministério da Educação sobre descentralização dos recursos investidos
em Filosofia e Sociologia para áreas prioritárias

Fonte: Bolsonaro (2019).

4
Documento eletrônico não paginado.
30

5 NOTAS DE RODAPÉ

As notas de rodapé são utilizadas para duas finalidades: 1) explicar algo que está no
corpo do texto; ou 2) fazer referências. Em ambos os casos, o texto da nota deve estar com
espaçamento simples, tamanho 10 e alinhamento justificado e com a primeira letra das linhas
alinhada com a primeira letra da primeira linha. Além disso, a numeração das referências é
contínua, mas devem ser reiniciadas a cada capítulo ou seção. Veja que, em todos os capítulos
deste manual, as notas de rodapé recomeçam a contagem. Lembre-se de uma informação
importantíssima: se você optar pelas referências nas notas de rodapé, não deve ser utilizado o
modelo autor-data apresentado no capítulo anterior: ou um, ou outro. De qualquer maneira, em
ambos os casos, deve haver a lista de referências.
Nas notas de referências, devemos apresentar a referência completa quando aparece na
primeira vez e, nas próximas vezes, apenas o sistema autor-data a cada página. Quando, na
mesma página, aparece a mesma referência, temos que usar as opções: Ibidem (mesma autora
e obra), Idem (mesma autora, mas obra diferente), Opus citatum (obra citada) e Loco citato
(lugar citado). Veja os exemplos abaixo com as abreviações:

CAPÍTULO 3
1ª PÁGINA
1
SILVA, C. L. S. da. Anticomunismo brasileiro: conceitos e historiografia. Tempos Históricos, Rio de Janeiro, v.
2, n. 1, p. 195-228, mar. 2000.
2
SILVA, C. L. S. da. Mídia e ascensão conservadora. Argum, Vitória, v. 9, n. 2, p. 172-182, maio/ago. 2017.
3
Id., 2000. Leia-se: SILVA, 2000.
4
MIGUEL, L. F. A democracia domesticada: bases antidemocráticas do pensamento democrático contemporâneo.
DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 45, n. 3, p. 483-511, 2002.

2ª PÁGINA
5
SILVA, 2000.
6 Leia-se: SILVA, 2000.
Ibid.

3ª PÁGINA
7
SILVA, 2017, p. 198.
8
SILVA, loc. cit. Leia-se: SILVA, 2017, p. 198.

4ª PÁGINA
9
MIGUEL, 2002.
10
SILVA, 2017.
11
MIGUEL, op. cit. Leia-se: MIGUEL, 2002.
31

Como usar no texto:

Os movimentos anticomunistas concebem a imaginação de que há uma ameaça


comunista, tanto por meio de suas falas quanto por meio de seus atos, uma vez que estes dois
não estão desvinculados, influenciando a realidade de maneira dialética.1 Carla Silva2 e Rodrigo
Motta3 inferem que o anticomunismo credita aos movimentos sociais em si o papel de
“perigosos ao Estado”, e não ao comunismo em termos marxistas, embora o anticomunismo
remeta a Marx. Assim, no século passado, atores de diferentes esferas políticas – muitas vezes,
antagônicas, como liberais e conservadores – entendiam-se como indivíduos que lutavam
contra um mesmo risco, que é o comunismo, sendo, portanto, um movimento heterogêneo.
Silva4 atenta para o fato de que o vácuo do significado de “comunismo” abria margem,
no século XX, para que esse próprio vácuo fosse manipulado contra vozes dissidentes, mas
também contra movimentos trabalhistas, como os da década de 1930. Nesse sentido, não há
separação entre prática e discurso anticomunista, na medida em que é indiferente haver um
“referente concreto”, podendo subsistir apenas a “referência abstrata e a-histórica”5, já que, se
tal concretude não existe, há mecanismos para configurá-la enquanto “material”. Esse processo
de forjamento e disseminação da ameaça transfigura, ainda, em um aspecto mais amplo que o
político, uma organização da sociedade em prol do combate do inimigo comum.
O anticomunismo do século XX, no Brasil, para Motta6, teve faces endógenas e
exógenas, visto que, embora o país tivesse sofrido influências de diversos teóricos estrangeiros
anticomunistas e, em especial, dos Estados Unidos durante a Guerra Fria, havia uma seleção
das ideias estrangeiras que seriam incorporadas aos discursos nacionais. A mídia, por um lado,
segundo o autor, teve centralidade, desde o início, na construção desse imaginário, posto que
esse aparato criticou de forma contundente a tomada do poder pelos bolcheviques, na
Revolução Russa. A Intentona Comunista, por outro lado, foi preponderante na consolidação
do anticomunismo, uma vez que representava a tentativa real de materialização de uma
dominação comunista no país.

1
SILVA, C. L. S. da. Anticomunismo brasileiro: conceitos e historiografia. Tempos Históricos, Rio de Janeiro, v.
2, n. 1, p. 195-228, mar. 2000.
2
Ibid.
3
MOTTA, R. P. S. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964). 2000. 315 f.
Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2000.
4
SILVA, op. cit.
5
Ibid., p. 217.
6
MOTTA, op. cit.
32

Motta7, em artigo posterior à sua tese, chama as três ondas anticomunistas do século XX
de “anticomunismo tradicional” e reflete, brevemente, sobre a possibilidade de estar sendo
engendrada, no século XXI, uma quarta onda do movimento, ou o que poderia ser chamado de
neoanticomunismo. O fenômeno, como é apontado pelo autor, estaria sendo definido desde o
fim dos anos de 1990 e teria tomado corpo a partir de 2014, dada a virada à direita sofrida no
Brasil. Nesse sentido, como origem desse “novo” fenômeno estariam, a princípio, os avanços
sociais e políticos proporcionados pela Constituição de 19888 e a ascensão do Partido dos
Trabalhadores (PT) ao poder9, os quais provocaram o avanço e a (re)organização dos grupos de
direita existentes, bem como a formação de outros.
Silva10 enfatiza que a direita, após 1990, se complexificou e se capilarizou, não tendo
deixado de existir mesmo após o seu falso desaparecimento da cena política desde o “retorno”
à ordem democrática. Essa (re)ascensão da direta, para a autora, está vinculada a um processo
de hegemonia liberal das últimas décadas que tem alcançado êxodo nas classes médias, as quais
oportunizam tanto o avanço do liberalismo quanto o do anticomunismo. Isso porque as classes
médias brasileiras foram contempladas pelo desenvolvimento do capitalismo no país, sobretudo
na Era Lula, mas também sempre foram receptoras e reprodutoras de ações ideológicas
anticomunistas e das suas campanhas midiáticas.
De acordo com Silva11, as “entidades organizadoras da dominação burguesa”12 mantêm
relações, de maneira simbiótica, com as mídias há muito tempo13, portanto, por mais que
tenham uma atuação incisiva e mais explícita durante esse “novo” anticomunismo, não
surgiram junto à “reaparição” da direita. Silva14 destaca organizações conservadoras
formadoras de opinião, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o
Instituto Fernando Henrique Cardoso, o Instituto Liberal, o Instituto Atlântico e o Instituto
Millenium. Este último, por exemplo, é um órgão que publica textos de ex-diretores das mídias
tradicionais e demais pensadores da direita, ou seja, indivíduos com capacidade de influência
no posicionamento político do leitor.

7
MOTTA, R. P. S. Giro a la derecha e impeachment: la crisis política de Brasil. Revista Política Latinoamericana,
Buenos Aires, n. 5, jul./dic. 2017.
8
Como direitos trabalhistas e indígenas, proposta de reforma agrária e regulação da transparência do sistema
público (Ibid.).
9
Defendendo pautas progressistas, mesmo que pouco confrontacionistas e buscando uma conciliação entre a classe
trabalhadora e as elites (Ibid.).
10
SILVA, C. L. S. da. Mídia e ascensão conservadora. Argum, Vitória, v. 9., n. 2, p. 172-182, maio/ago. 2017.
11
Ibid.
12
Ibid., p. 175.
13
Como é o caso da participação ativa do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) na instauração e
consolidação da Ditadura Militar (Ibid.).
14
Ibid.
33

6 CONCLUSÕES

No desenrolar deste estudo, não medimos esforços para que este material ultrapassasse
as barreiras dos muito úteis manuais que costumamos ver e que servisse de aprendizado de
muitas formas, para além das normativas da ABNT. Nesse intuito, pensamos que fosse interesse
oferecer ao leitor um texto que estivesse atravessado de exemplos da vida prática, tanto em
relação às normas quanto em relação às questões cotidianas que nos afetam. Esperamos que
esta leitura tenha sido um manancial de conhecimento e que possamos enfrentar essa passagem
da história de maneira coletiva, consciente e ativa e buscando emancipação.
REFERÊNCIAS1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10520,


Informação e documentação ‒ Citações em documentos ‒ Apresentação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023, Informação


e documentação ‒ Referências ‒ Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

AZEDO, L. C. Nas entrelinhas: mora na filosofia. Blog Luiz Carlos Azedo, [s. l.], 28 abr.
2019. Disponível em: http://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-mora-na-
filosofia/. Acesso em: 7 jun. 2020.

BOBBIO, N. Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política. 2. reimp.


São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.

BOLSONARO, J. M. O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar


investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas) [...]. [s. l.], 26 abr. 2019.
Twitter: @jairbolsonaro. Disponível em:
https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1121713534402990081. Acesso em: 7 jun. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. Regulamenta o disposto no inciso XLIII


do art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições
investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as
Leis n º 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013. Brasil:
Presidência da República, 2016. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13260.htm. Acesso em: 7 jun.
2020.

BRASIL. Projeto de lei nº 3.019, de 1º de junho de 2020. Altera a Lei Antiterrorismo nº


13.260, de 16 de março de 2016, a fim de tipificar os grupos “antifas” (antifascistas) como
organizações terroristas. Autor: deputado Daniel Silveira (PSL). Brasília: Câmara dos
Deputados, 2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWe
b/prop_mostrarintegra?codteor=1899405&filename=PL+3019/2020. Acesso em: 7 jun. 2020.

BRAY, M. Antifa: o manual antifascista. São Paulo: Autonomia Literária, 2019.

1
A lista de referências deve estar alinhada à esquerda, com espaçamento simples nas referências e com
espaçamento duplo entre as referências. Lembrem-se de que o alinhamento é à esquerda, e não justificado.
CÂMARA, H. F. A construção de inimigos. Observatório da Imprensa, [s. l.]2, 8 jan. 2019.
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/conjuntura-politica/a-construcao-
de-inimigos/. Acesso em: 4 jun. 2020.

DURRUTI, B. Em entrevista ao jornalista Van Passen, 1936. Disponível em:


https://uniaoanarquista.files.wordpress.com/2014/04/buenaventura-durruti.pdf. Acesso em: 7
jun. 2020.

FERREIRA, J. A estratégia do confronto: a Frente de Mobilização Popular. Revista


Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, p. 181-212, 2004.

FORMATAÇÃO ABNT de TCC, monografias e artigos pelas regras e normas estabelecidas.


Blog TCC, Monografias e Artigos, [s. l.], [2018?]3. Disponível em:
https://www.tccmonografiaseartigos.com.br/regras-normas-formatacao-tcc-monografias-
artigos-abnt. Acesso em: 6 jun. 2020.

FOUCAULT, M. O Anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista. [Prefácio à edição


americana]. In: DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia.
Minnesota: University of Minnesota Press Minneapolis, 1983 [1977].

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA); FÓRUM BRASILEIRO


DE SEGURANÇA PÚBLICA. Atlas da Violência (2019). Brasília: Instituto de Pesquisa
Aplicada (IPEA): Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institu
cional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf. Acesso em: 4 jun. 2020.

MENEZES, L. F. Desenhamos fatos sobre violência policial no Brasil. Aos Fatos, [s. l.], 13
set. 2019. Disponível em: https://www.aosfatos.org/noticias/desenham os-fatos-sobre-
violencia-policial-no-brasil/. Acesso em: 5 jun. 2020.

MESSENBERG, D. A cosmovisão da “nova” direita brasileira. In: PINHEIRO-MACHADO,


R.; FREIXO, A. de (org.). Brasil em transe: nova Direita e desdemocratização. Rio de
Janeiro: Oficina Raquel, 2019. p. 25-49.

MOTTA, R. P. S. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-


1964). 2000. 315 f. Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

2
[s. l.] significa sine loco (sem lugar) e é usado quando não se sabe o nome da cidade de publicação.
3
[ANO?] significa que o documento não informa o ano de publicação, mas que é provável que seja o que está
sendo inserido. Nesse caso, o documento não informou o ano de publicação, mas é provável que seja 2018.
MOTTA, R. P. S. Giro a la derecha e impeachment: la crisis política de Brasil. Revista
Política Latinoamericana, Buenos Aires, n. 5, jul./dic. 2017.

NEME, C. A instituição policial na ordem democrática: o caso da Polícia Militar do estado


de São Paulo. 1999. 107 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

REICH, W. Psicologia de massas do fascismo. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SILVA, C. L. S. da. Anticomunismo brasileiro: conceitos e historiografia. Tempos


Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 195-228, mar. 2000.

SILVA, C. L. S. da. Mídia e ascensão conservadora. Argum, Vitória, v. 9, n. 2, p. 172-182,


maio/ago. 2017.

ZACCONE, O. ‘Manifestantes que atacaram Congresso e STF não foram considerados


terroristas, mas oposição ao governo é’, diz delegado. [Entrevista concedida a] Fernanda
Mena. Folha de São Paulo, [s. l.], 5 jun. 2020. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/quem-defender-governo-tera-respeito-quem-se-
opuser-a-ele-sera-construido-como-terrorista-diz-delegado.shtml. Acesso em: 6 jun. 2020.
37

APÊNDICE A – Entrevista com Vinicius Armele1,2

O que é o antifascismo?

Nenhum governo do mundo combate o fascismo


até suprimi-lo. Quando a burguesia vê que o
poder lhe escapa das mãos recorre ao fascismo
para manter o poder de seus privilégios

Buenaventura Durruti (1936)

Afinal, como compreender o antifascismo? Tomando como referência o livro Antifa: o


manual antifascista do historiador Mark Bray é necessário diferenciar o antifascismo histórico
do antifascismo moderno. Contudo, antes mesmo de analisar o antifascismo, primeiro é
imprescindível examinar brevemente o fascismo, diferenciando o fascismo histórico de uma
série de movimentos, partidos e lideranças políticas que tem sido identificadas atualmente como
fascistas ou neofascistas.
Recentemente, é possível destacar uma polêmica com relação ao emprego da
terminologia “fascista” para denominar e caracterizar a ascensão de uma política
antidemocrática no ocidente, principalmente marcada por lideranças como Donald Trump nos
Estados Unidos, Jair Bolsonaro no Brasil, a Frente Nacional na França ou o Aurora Dourada da
Grécia e outros. Muitos historiadores e cientistas políticos contestaram a vinculação desses
termos a esses governos e movimentos, o que realmente é um ponto a se considerar, na medida
que se busca por um maior rigor em razão dessa disputa semântica e conceitual.
O fascismo histórico foi um fenômeno marcado pelas experiências dos anos 20, 30 e 40
do século XX, porém, ele não foi circunscrito apenas aos regimes de Benito Mussolini na Itália
e de Adolf Hitler na Alemanha. Houve uma série de experiências de governos fascistas
distintos, como o Salazarismo em Portugal, o Franquismo na Espanha, o Varguismo no Brasil,
o Peronismo na Argentina e a ditadura dos coronéis na Grécia. O fenômeno envolve uma série
de governos com políticas fortemente marcadas por uma presença do Estado, com uma unidade
nacional e políticas de planejamento econômico a partir do Estado no período, em grande
medida, enquanto respostas conservadoras à crise do entre guerras, mas também à crise de 1929.

1
Apêndice é um documento elaborado para o seu texto, como entrevistas e ilustrações.
2
Note que os apêndices e os anexos não são ordenados por números, mas por letras: Apêndice A, Apêndice B,
Apêndice C... Anexo A, Anexo B, Anexo C...
38

Entretanto, apesar da validade com relação ao fascismo histórico, vale ressaltar como
que muitos dos movimentos contemporâneos guardam muitas similaridades, admiração e até
mesmo mimetizam grande parte da simbologia e das práticas desses eventos do passado. O fato
é que presenciamos há mais de uma década a ascensão de movimentos de extrema direita de
difícil nomeação, ao mesmo tempo neofascista, ultracapitalista e conservadora em várias partes
do mundo. Para tanto, faz se necessário primeiro utilizar a definição de fascismo de Robert
Paxton:

[...] uma forma de comportamento político marcado por uma preocupação


obsessiva com o declínio, humilhação ou vitimização da comunidade e por
cultos compensatórios à unidade, energia e pureza, nos quais um grupo de
militantes nacionalistas comprometidos, trabalhando em colaboração
incômoda, mas eficaz com as elites tradicionais, abandona as liberdade
democráticas e persegue com violência redentora, sem restrições éticas ou
legais, suas metas de limpeza interna e expansão externa. (PAXTON, p. 218
apud BRAY, 2019, p. 30).

Com essa definição, poderíamos achar que definir antifascismo seria uma tarefa fácil,
isto é, o termo implicaria a simples oposição ao fascismo a partir de uma definição literal e
minimalista, colocando assim uma ampla variedade de atores históricos, incluindo liberais,
conservadores e outros que combateram regimes fascistas antes de 1945. Contudo, como aponta
Mark Bray, a redução do termo à simples negação “[...] obscurece a compreensão do
antifascismo como um método de política, um lócus de auto identificação individual e de grupo,
de um movimento transnacional que adaptou correntes socialistas, anarquistas e comunistas [...]
em reagir à ameaça fascista” (2019, p. 30).
Para tal, um dos elementos que permite entender esses movimentos enquanto
(neo)fascistas é a noção de Antifa moderna. A partir dos anos 1980, o que os movimentos
antifas contemporâneos vão afirmar é que o fascismo não morreu com a derrota militar do
fascismo histórico na Segunda Guerra Mundial. O fascismo habita naquilo que Michel Foucault
escreveu em 1977 no prefácio para a versão americana de O Anti-Édipo de Deleuze e Guattari,
“nas dobras do corpo” (FOUCAULT, 1977). Isto é, o fascismo nas suas manifestações mais
cotidianas das sociedades democráticas liberais, em todos os grupos sociais e até mesmo em
todos os grupos políticos. Logo, seria urgente pensar em uma nova maneira de pensar e de viver
contrária a todas as formas de vida fascista, pois, talvez o fascismo persista porque o
combatemos de modo a o alimentarmos. Assim, buscar uma ética de uma vida não fascista é
uma luta ativa e agressiva contra o intolerável e a estupidez. É preciso disputarmos
intensamente novas maneiras de sentir, de pensar e de agir.
39

A visão antifascista rejeita a famosa frase liberal clássica atribuída a Voltaire de que
“desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”. Depois dos
horrores da Segunda Guerra Mundial, os antifascistas se comprometeram a impedir a
possibilidade de nazistas organizados falarem qualquer coisa. É nesse sentido, que o
antifascismo é uma política nada liberal. Entende-se que a democracia liberal não é o oposto ao
fascismo, ela não é a salvaguarda contra o fascismo. O antifascismo se dá pelo combate à
extrema direita e não apenas aos fascistas literais. Busca-se impedir comícios, realizar
contramarchas, ocupar reuniões fascistas, atrapalhar sua divulgação e expor pessoas que tenham
ligação com grupos fascistas.
Nesse sentido, há uma variedade de tendências, que envolvem grupos antifas marxistas
e outros mais anarquistas e antiautoritários, mas que convergem para um consenso estratégico
mais amplo, seja través da destruição de organizações fascistas, a construção do poder
comunitário, a promoção de sua visão política de esquerda, ou projetos de esclarecimento e
educação. De fato, observa-se que a Antifa não é um movimento único. Ela é uma das várias
manifestações da política socialista revolucionária. A Antifa é antes de tudo um instrumento de
autodefesa coletiva, não à toa, a grande maioria se dedica a atividades mais produtivas, que
envolve, por exemplo, o trabalho solidário e ativismo ambiental, do que necessariamente o
confronto direto com neonazistas e supremacistas brancos.
Destarte, o fascismo se manifesta basicamente em três vertentes disseminadas nas
sociedades contemporâneas, sobretudo nas democracias liberais. A primeira seria o racismo ou
os movimentos por supremacia racial. A segunda seria a misoginia e o sexismo, que deriva no
machismo, na homofobia e na imposição do heteropatriarcado. Por último, a insistência do
autoritarismo e extremo nacionalismo. Por essa razão, a luta antifascista não é um programa e
nem um horizonte a se atingir. Ela é uma resposta a uma urgência, é uma pauta de luta e não
uma organização.
Portanto, no centro desse instrumento de autodefesa coletiva, o antifascismo procura se
estabelecer como uma extensão das lutas sociais recentes, de mais de um século, contra a
supremacia branca, o patriarcado e o autoritarismo, descolando da referência liberal. Dessa
forma, é a busca pela construção de tabus sociais contra o racismo, o sexismo, a homofobia e
outras formas de opressão que constituem os alicerces do fascismo. Logo, não se deve
compreender o antifascismo pela negação, mas sim por um modo de ação política, que entende
que o fascismo não acabou com o fascismo histórico. O fascismo continua se manifestando nas
práticas do racismo, da misoginia, da louvação nacional e do autoritarismo de Estado. O
40

antifascismo é uma prática nada liberal que defende a afirmação e a construção de que um novo
mundo é possível.

REFERÊNCIAS

BRAY, Mark Antifa: o manual antifascista. São Paulo. Autonomia Literária, 2019.

DURRUTI, B. Em entrevista ao jornalista Van Passen, 1936. Disponível em:


https://uniaoanarquista.files.wordpress.com/2014/04/buenaventura-durruti.pdf. Acesso em: 7
jun. 2020.

FOUCAULT, M. O Anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista. [Prefácio à edição


americana]. In: DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia.
Minnesota: University of Minnesota Press Minneapolis, 1983 [1977].
41

ANEXO A – Artigo 142 da Constituição Brasileira de 19881

Título V
Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Capítulo II
Das Forças Armadas

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no
preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além
das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais
membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, será transferido para a reserva,
nos termos da lei;
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo
de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois
anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

1
Anexo é um documento que já existente que você adiciona à sua pesquisa, ou seja, não foi elaborado por você,
ao contrário do apêndice. Exemplo: documentos oficiais.
42

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar à pena privativa de liberdade
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto
no inciso anterior;
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e
XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência
da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea c;
IX - (Revogado).
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade
e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a
remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos
internacionais e de guerra.

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