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cristão, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” → fusão entre nacionalismo e
consequências “(p.30)
proporciona
→ Movimento Proarmas
● Bolsonarismo poderá reproduzir a invasão do Capitólio após os resultados das eleições
por meio da americanização da política brasileira e ascensão da extrema direita.
O bolsonarismo, apesar de ser um movimento vinculado à extrema direita e que conta com
declarações golpistas de Jair Bolsonaro, consegue operar dentro dos limites do jogo
democrático, tendo uma visão de democracia deturpada . Baseia-se na realidade política
estadunidense, operando as táticas da extrema direita dos Estados Unidos no contexto
brasileiro, tendo uma ideologia baseada na junção de nativismo e autoritarismo. No
nativismo, inclui-se o forte anticomunismo e o nacionalismo cristão, ideia de que todos são
irmãos em Cristo, logo a identidade deles é serem cristão, o pertencimento ao grupo se dá
pelo cristianismo. O autoritarismo é a ideia de concentrar o poder “nas mãos" do chefe do
Executivo, para que este possa verdadeiramente fazer valer a vontade popular, pois o
presidente é o representante do povo e não instituições como o Supremo Tribunal Federal. O
bolsonarismo se alimenta do pânico moral que assola a população, a ideia de fins dos tempos,
do fantasma do comunismo que assombra o povo brasileiro e ameaça a família, se aqueles que
o movimento se diz representar são os “cidadãos de bem”, é porque existe um mal à espreita
ameaçando os valores tradicionais : Deus, pátria e família.
Populista, o movimento bolsonarista é sustentado por quatro grupos que o formam:
templários digitais, pastores patriotas, libertários tropicais e templários digitais (CASARÃO,
2022). Com esses grupos, o movimento produz narrativas políticas, construídas a partir dos
all-rght estadunidenses e de Olavo de Carvalho; articula um projeto de nação cristã,
conquistando votos em nome dos valores cristãos; defende uma agenda ultraliberal na
economia e na liberdade de expressão, mas conservadora nos costumes; e defende o acesso às
armas de fogo. Olavo de Carvalho é uma figura que teve papel central no bolsonarismo, se
consolidando como “intelectual” da direita após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016
que é marcado pela ascensão de uma nova direita no Brasil. Essa nova direita abarca
conservadorismo, libertarianismo e reacionarismo, flertando com o nazifascismo
(CARAPANÃ, 2018) e é fruto da “herança” deixa pela anistia que houve pós ditadura militar.
Bolsonaro não se elege à presidência dando ênfase a todas essas características, mas as adere
ao seu discurso no decorrer do seu mandato. Jair Bolsonaro surge potencializado em 2018
pelo antipetismo, como uma alternativa em meio à destruição econômica e moral que o
Partido dos Trabalhadores deixou no país, como o “messias”.
Diante disso,a lógica cívica brasileira é outra após a ascensão do bolsonarismo e
quatro anos de governo de Jair Bolsonaro. Ao se inspirar nos Estados Unidos, o bolsonarismo
provocou uma americanização da política brasileira. Atualmente, a política brasileira, além de
americanizada, tem suas instituições democráticas aparelhadas e fragilizadas – ainda mais
com a o questionamento da segurança das urnas eletrônicas pelo Partido Liberal e outros
setores- ,e a quase fundição do Executivo com o Legislativo, a presença de uma extrema
direita que não foi derrotada nas urnas e a perda de parâmetro mínimos democracia, tolerância
e pluralidade
A cultura institucional brasileira presidencialista, é integrada pela lógica civil do
presidencialismo de coalizão. Há uma tradição de democracia representativa multipartidária
no país, com um sistema de três poderes e clivagens– espécie de rachaduras. No Brasil, as
clivagens são muito originárias e possuem uma base relativamente móvel e uma dinâmica
muito complexa, são as condicionadoras da existência de vários partidos. A coalizão é um
movimento básico da política, realizar coalizões necessárias é a lógica dos regimes
representativos contemporâneos. O presidencialismo de coalizão provoca uma aproximação
entre Executivo e Legislativo, pois quem irá governar não o faz sem coalizões com o
Congresso ( especialmente, o centrão) , trata-se do funcionamento do sistema político
brasileiro.
Ao comparar essas duas lógicas é possível concluir que apesar da lógica bolsonarista
vigente ter provocado mudanças na política brasileira, Bolsonaro soube realizar coalizões,
mantendo o “centrão” como aliado, uma vez que teve diversos pedidos de impeachment
engavetados.
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