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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

COMPONENTE: SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO

PROFª DRAª: ANA CRISTINA (KIKI)


DISCENTES: ARIEL MATHEUS, GILMAR SANTANA, JACKSON ALEF, LEVI
MOURA,
PEDRO HENRIQUE E RAFAEL MAGALHÃES

VERDE-AMARELISMO

Amargosa-Bahia
Maio De 2023
VERDE-AMARELISMO E A ERA VARGAS

O texto parece sugerir que o "verde-amarelismo" foi uma característica predominante


durante a era Vargas. Embora o nacionalismo tenha sido uma ideologia promovida pelo
governo Vargas, é importante reconhecer que esse sentimento não foi uniforme entre a
população brasileira. Havia diferentes perspectivas e posicionamentos políticos, incluindo
opositores e críticos ao regime varguista. Além disso, é necessário problematizar o termo
"verde-amarelismo" em si. Embora seja usado para descrever o patriotismo brasileiro, o
conceito pode sugerir uma visão simplista e superficial do nacionalismo, reduzindo a
símbolos e cores. O nacionalismo não deve ser apenas um fervor patriótico baseado em
símbolos, mas sim uma construção política e social mais complexa, envolvendo uma série de
questões como identidade, política econômica, relações internacionais, entre outros.

Em relação à era Vargas, é importante considerar que esse período foi marcado por
uma série de contradições. Embora Getúlio Vargas tenha promovido políticas de
industrialização e desenvolvimento econômico no Brasil, seu governo também foi
caracterizado por um autoritarismo político, repressão a opositores e uma centralização
excessiva de poder. Vargas governou em diferentes momentos tanto como ditador quanto
como presidente eleito, e suas políticas muitas vezes serviram aos interesses da elite
industrial em detrimento dos trabalhadores e setores mais vulneráveis da sociedade. Além
disso, a era Vargas também foi marcada por um nacionalismo seletivo, em que certos grupos
étnicos e sociais foram privilegiados em detrimento de outros. Por exemplo, a política de
"branqueamento" defendida pelo governo Vargas visava promover a imigração europeia
como forma de "melhorar" a composição racial do Brasil, o que reflete um viés racial e uma
visão hierarquizada da sociedade.

Por fim, deve-se levar em consideração as complexidades e contradições desse


período histórico. É importante reconhecer que o nacionalismo durante a era Vargas não foi
homogêneo e que o termo "verde-amarelismo" pode simplificar demais o fenômeno. E
também, é fundamental avaliar os aspectos autoritários, repressivos e excludentes do governo
Vargas, que nem sempre foram abordados de maneira aprofundada.

VERDE-AMARELISMO E A DITADURA MILITAR.


Entendemos que o Brasil passou por pontos críticos sociais, principalmente quando se
instalou a ditadura militar de 1964, golpe dos militares que tornou-se um período sombrio
para mídia, educação e os movimentos sociais. O texto “verde-amarelismo” aponta alguns
momentos desse processo facista no Brasil. Assim como, o verde-amarelismo é um termo
para a elite mentir sobre suas reais intenções, já que sua intenção de ser usado é para lubridiar
os olhares, a ditadura militar não agiria de outra forma. O poder estava na mão dos militares.

● […] agora chamada de “Canarinha”, venceu o torneio mundial em 1970, surgiu um


verdadeiro hino celebratório, cujo início dizia: “Noventa milhões em ação/ Pra frente,
Brasil, do meu coração”.
● Em 1970, vivia-se sob a ditadura militar pós-Ato Institucional 32 nº 5, sob a repressão
ou o terror de Estado e sob a ideologia do “Brasil Grande”[...]
● A festa era popular. A bandeira brasileira fez sua aparição hegemônica nas
festividades de 1970.

Por detrás dos pontos, existe uma crítica ao “ governo” da época, a ditadura militar
durou 20 anos do regime. Então, existia movimentações que explicitam o período, a situação
não era mais sustentável para a população, com a seleção brasileira sendo campeão, o hino
falava sobre o país, portanto, dizia a real situação e que a imagem que queriam vender do
Brasil era uma farsa. E as movimentações contra o regime se intensificaram para libertar o
país da mentira que se encontrava.

● E não menos significativas na recusa do verdeamarelismo foram a ironia corrosiva do


Tropicalismo, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 (durante o período do
“milagre brasileiro”, promovido pela ditadura).
● O verdeamarelismo foi um pano de fundo difuso e ambíguo, significando
nacionalismo espontâneo e alienação , [...]
● [ …] Em contrapartida foi revitalizado e reforçado nos anos da ditadura (1964-1985)
ou do “Brasil Grande”. [...]
● A ditadura, desde o golpe de Estado de 1964, deu a si mesma três tarefas: a integração
nacional, a segurança nacional e o desenvolvimento nacional.
● A difusão dessas idéias foi feita nas escolas com a disciplina de educação moral e
cívica.
● programas como” Amaral Neto, o repórter” e os da Televisão Educativa, e pelo rádio
por meio da “Hora do Brasil” e do Mobral.
● Num governo de estilo fascista e populista, o Estado passou a usar diretamente os
meios de comunicação, com a compra de jornais e de rádios (como a Rádio Nacional
do Rio de Janeiro) e com a transmissão da “Hora do Brasil”.

Como forma de manipular o que seria ensinado, como a sociedade serviria ao regime
e como deveriam compreender o que estaria ao seu alcance. O regime queria mão de obra
barata, algo que não mudou muito, ainda existem resquícios dessas ações e pensamentos do
regime militar.

VERDE-AMARELISMO E A NOVA DIREITA DO GOVERNO BOLSONARO

Pensar no período de regência do Messias, é perceber com o processo histórico do


nosso país, que o tempo mudou, portanto suas falas foram carregadas de retrocesso, opressão,
tortura e “Brasil para frente”. Como todos, o ex-presidente trouxe ações que relembram a era
Vargas e a ditadura militar de 64, pensando somente em um Estado fechado aos ideais
fascistas, privado ao pacto da extrema direita, elitizado e excludente. Bolsonaro venceu pelo
populismo e pela identificação social que seus adeptos tinham, mas existia uma ação pior, o
falso verde-amarelismo, ele usou a artimanha de vencer um suposto mal, limpar o país da
corrupção política, a qual pratica. O Jair Messias, trouxe consigo um grande grupo de
adoradores e aliados, como os grandes produtores agrícolas e a política hegemônica, branca e
masculina. O Messias, usou do populismo para conseguir alcançar o status de presidente,
agindo conforme as necessidades que o povo queria ouvir ou uma parte que seguia a mesma
linha de pensamento.

● O populismo tem como condição necessária de existência a lógica da diferença,


representada por um poder hegemônico, que detém o poder (o populus) e por uma
parcela não representada pelo poder dominante (a plebs).
● Nessa época, quando a classe dominante falava em “progresso” ou em
“melhoramento”, pensava no avanço das atividades agrárias e extrativas,[...]
● [...] as esquerdas são responsáveis pela desagregação da nacionalidade cujos valores -
a tradição, a família e a propriedade privada - devem ser defendidos a ferro e fogo.

Tentando relacionar alguns pontos que são pensamentos do governo bolsonarista, vejo
que ele reproduz muito do regime militar e não é atoa que é um ex- militar, desviando os
olhares e manipulando os seus seguidores sobre as ações corruptas do próprio governo.
● Evidente que o antipetismo se torna um símbolo, uma vez que se estabelece uma
relação entre as instituições e o Partido dos Trabalhadores.
● A internet, naquele momento, teve um papel crucial, especialmente pela falta de
regulamentação quanto ao uso das redes sociais e divulgação de conteúdos, firmando
a ideia de antipetismo e repúdio às instituições do Estado,[...]
● O momento do impeachment é um dos pontos cruciais para a ascensão de Jair Messias
Bolsonaro no cenário político.
● [...] antes de ser eleito, o discurso de Bolsonaro ganhou maiores proporções por
declarações abertamente machistas, racistas e homofóbicas.
● [...] ironicamente a característica que compõem a base ideológica de seu público-alvo,
são os discursos de ódio.
● Seus discursos direcionados a esse público rapidamente receberam aceitação dos
líderes religiosos, como Edir Macedo, Silas Malafaia e Marco Feliciano.

Com esses recortes do governo Bolsonaro, diríamos que os 4 anos foram de desilusões
e pessimismo sociais. Passamos por um dos maiores descaso social, que foi a pandemia da
COVID-19. Tentando vender para a população ou a metade dela, que tudo não passava de
mero devaneio da ciência. Éramos negados a informação, educação, saúde e segurança. Não
tínhamos amparos, assim como foi na era Vargas e no regime militar, Bolsonaro fez questão
de reafirmar que deveríamos voltar a ser uma país militarizado para acabar com a corrupção e
o seu maior inimigo, PT.

REFERÊNCIA
CHAUÍ, M.S. Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária. Editora: Fundação Perseu
Abramo. São Paulo-SP, v.1, n. 110, p. 31-47, out. 2000.
XAVIER, K.V.S. O Governo Bolsonaro ( 2019-2021) e seus impactos na política externa
brasileira: uma análise à luz da teoria do populismo de Laclau. Repositório institucional -
UFU. Uberlândia, v.1, n.28, mar. 2022. Disponível em:
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/34745. Acesso em: 20 de maio de 2023.

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