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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO: CIÊNCIAS ACTUARIAIS

Principais aspectos legais relacionados a actuação do actuário no mercado seguros


cumprindo a legislação de tarifação e Cálculo de retenção, análise de solvência e
cálculo de reserva

João Manuel
Palmira Dinis António
Rosita J. Danquene

Beira,
Janeiro de 2022
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO: CIÊNCIAS ACTUARIAIS

3º Ano - Laboral

CADEIRA: Praticas Actuárias

Principais aspectos legais relacionados a actuação do actuário no mercado seguros


cumprindo a legislação de tarifação e Cálculo de retenção, análise de solvência e
cálculo de reserva

Discente:
João Manuel
Palmira Dinis António
Rosita J. Danquene

Docente:
dr. Oldemiro Escrivão

Beira
Janeiro de 2022
Índice
1.Introdução.....................................................................................................................................5

1.1.Objectivos..................................................................................................................................5

1.1.1.Geral.......................................................................................................................................5

1.2.Específicos.................................................................................................................................5

1.3.Metodologia...............................................................................................................................6

2. Principais aspectos legais relacionados a actuação do actuário no mercado seguros cumprindo


a legislação de tarifação...................................................................................................................7

2.1. Contextualização.......................................................................................................................7

2.2. Função do actuário e actuação do actuário no mercado seguros..............................................8

2.3. Cálculo de retenção, análise de solvência e cálculo de reserva..............................................11

2.3.1. Retenção Própria..................................................................................................................11

2.3.3. Limite de Retenção – LR.....................................................................................................12

2.4. As Provisões Técnicas no Contexto da Solvência..................................................................14

2.4.1. Provisões Técnicas...............................................................................................................15

2.5. Solvência.................................................................................................................................16

2.5.1. Conceito...............................................................................................................................16

2.6. Probabilidade de Ruína...........................................................................................................17

2.7. Factores Envolvidos na Preservação da Solvência.................................................................18

2.8. Constituição das Provisões Técnicas......................................................................................18

2.8.1. Gestão Financeira................................................................................................................19

2.8.2. Gestão da Cobertura das Provisões Técnicas......................................................................19

2.8.3. Duração dos Riscos..............................................................................................................20

2.8.4. Gestão Administrativa.........................................................................................................20

2.8.5. Gestão da Comercialização..................................................................................................20


2.8.6. Gestão da Divisão do Risco.................................................................................................20

2.8.7. Política de Aceitação...........................................................................................................21

2.8.8.Tarifação...............................................................................................................................21

2.8.9. Capital Mínimo....................................................................................................................21

2.8.10. Volume de Riscos Assumidos...........................................................................................22

2.8.11. Necessidade de Margem....................................................................................................22

3. Conclusão..................................................................................................................................24

4. Referência bibliográfica.............................................................................................................25
1.Introdução

Nesta pesquisa de praticas actuarias iremos abordar sobre Principais aspectos legais relacionados
a actuação do actuário no mercado seguros cumprindo a legislação de tarifação e Cálculo de
retenção, análise de solvência e cálculo de reserva, pra tal referir que embora ainda desconhecida
por muitos, a Ciência Actuarial não é uma ciência jovem. Actuários são pensadores estratégicos
multiqualificações, formados a teoria e aplicação da matemática, estatística, economia,
probabilidade e finanças.

Eles têm sido chamados arquitectos financeiros e matemáticos sociais, por causa da sua
combinação única de habilidades analíticas e de negócios que são usadas para lidar com uma
crescente variedade de desafios financeiros e sociais de escala mundial. A Ciência Actuarial
preocupa-se, principalmente, com o estudo das consequências dos eventos que envolvem riscos e
incertezas. A prática actuarial identifica, analisa e auxilia na gestão dos resultados, incluindo os
custos e benefícios, associados a esses eventos.

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral

 Analisar Principais aspectos legais relacionados a actuação do actuário no mercado


seguros cumprindo a legislação de tarifação e Cálculo de retenção, análise de solvência e
cálculo de reserva.

1.2.Específicos

 Contextualizar os aspectos legais relacionados a actuação do actuário no mercado seguros


cumprindo a legislação de tarifação

 Identificar as Funções do actuário e actuação do actuário no mercado seguros

 Apresentar os cálculos de retenção, análise de solvência e cálculo de reserva


1.3.Metodologia

Para LAKATOS e MARCONI (1992), metodologia são as formas ou maneiras de usar o pensar
para execução de um determinado assunto ou problema. Para a realização deste trabalho a autora
recorreu ao método bibliográfico, que consistiu na leitura da literatura e na consulta de artigos
que permitiram a realização deste trabalho.

Segundo GIL (2008) método é uma forma de pensar para se chegar a natureza de um
determinado problema, quer que seja para estudá-lo, quer que seja para explica-lo.

Para a materialização desta pesquisa em busca de alcançar os objectivos deste trabalho realizou –
se por meio de pesquisa bibliográfica, a qual foi desenvolvida a partir de materiais já elaborados,
principalmente livros e artigos bibliográficos que tratem do assunto abordado. Para Gil (2002),
pesquisa bibliográfica é efectivada com base nos livros e artigos científico, a principal vantagem
deste, reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito
amplos.
2. Principais aspectos legais relacionados a actuação do actuário no mercado seguros
cumprindo a legislação de tarifação
2.1. Contextualização
Segundo o Instituto Brasileiro de Actuária – IBA citado por Guimarães (2007): “O Actuário é o
profissional preparado para mensurar e administrar riscos, uma vez que a profissão exige
conhecimentos em teorias e aplicações matemáticas, estatística, economia, probabilidade e
finanças, transformando-o em um verdadeiro arquitecto financeiro e matemático social capaz de
analisar concomitantemente as mudanças financeiras e sociais no mundo”.

Desde o início da humanidade convivemos com as situações de vulnerabilidade causadas por


catástrofes, mortes, doenças e acidentes. A solidariedade humana sempre se manifestou mais
intensamente nesses períodos, procurando suavizar os efeitos desses eventos inesperados.

Contudo, nem sempre é possível contar com a solidariedade alheia. Muitos riscos não poderiam
ser enfrentados se não fosse a instituição dos seguros.

Actuário era a denominação dada aos escrivães públicos que faziam as actas das reuniões do
senado e também registavam os nascimentos e as mortes. Eles utilizaram esses dados para fazer
as primeiras tabelas de vida, instrumento muito utilizado no cálculo de risco de seguros de vida e
de previdência.

Segundo Guimarães (2007), A Actuaria pode ser definida como a ciência da avaliação de riscos,
cálculo dos prémios e reservas relativas às operações de seguros, resseguros, actualização de
valores financeiros para bens móveis e imóveis, actualização dos planos de capitalização,
definição de parâmetros para actualização de valores financeiros de previdência social e privada.
Pode ainda, ser definida como a estatística dos seguros e metodologicamente divide-se em
avaliar aspectos relativos a dois ramos: ramo vida e o ramo não-vida. O ramo vida trata das
consequências das principais contingências da vida: nascimento, morte, doença, invalidez,
desemprego, aposentadoria. Os ramos não-vida são todos os que não se enquadram nesses
aspectos e abrangem riscos com veículos, fogo, transportes, responsabilidade civil, habitação,
garantia de obrigações contratuais, entre outros.
Todo actuário necessita de um conhecimento multidisciplinar que incorpora teorias e aplicações
matemáticas, estatística, demografia, economia, direito, probabilidade e finanças. Num mercado
dinâmico como o actual, o profissional poderá actuar nas actividades de cálculos de prémios,
avaliação de riscos financeiros, actualização de taxas de juros, acompanhamento de contratos de
apólices. Pode também actuar em planejamento de produtos, avaliação e acompanhamento
actuarial, estudos de novos planos de benefícios, avaliação de desempenho de carteira de
aplicações, cálculo de valores a serem cobrados por serviços e bens físicos móveis e imóveis,
normalização e elaboração de notas técnicas de actuária, cálculos de “rating” de empresas
financeiras e também em estratégias de investimentos (GUIMARÃES, 2007).

Quando o assunto é seguro, o profissional de Ciências Actuariais pode até não ser o mais
lembrado, mas com certeza o trabalho realizado por ele é um dos mais importantes e primordiais
dentro do contexto do mercado segurador.

O actuário é responsável por mensurar os riscos assumidos pelas seguradoras, calculando as


probabilidades associadas aos eventos e avaliando a magnitude dos impactos decorrentes. A
partir desses factores, ele estabelece o dimensionamento de prémios, indemnizações, benefícios,
provisões técnicas e a solvência de uma companhia.

Os conhecimentos e competências de quem atua nesta função estão direccionados para a busca
permanente pelo equilíbrio económico-financeiro nas operações de seguros, com base em
princípios da ciência actuarial e nas directrizes de subscrição, retenção e gerenciamento de
riscos.

“O trabalho do actuário afecta o futuro dos indivíduos, pois indica o valor do prémio a ser
cobrado hoje, de forma que possa resultar em protecção no amanhã, seja em função de uma
eventual internação hospitalar, morte, invalidez, roubo de um automóvel, incêndio, ou de outros
riscos que possam ser segurados”, explica Rangel.

Responsável por mensurar e administrar riscos dentro das seguradoras, o actuário analisa uma
diversidade de variáveis. Entretanto, no universo que envolve a gestão de riscos, o trabalho desse
profissional não fica restrito tão-somente às companhias seguradoras.

2.2. Função do actuário e actuação do actuário no mercado seguros


Segundo Ferreira (1985), As Seguradoras desejam aceitar riscos provenientes de outros agentes
económicos de uma forma prudente e adequada à sua realidade, para garantir tanto o pagamento
de benefícios a detentores de apólices como a obtenção de rentabilidades razoáveis para os
shareholders, e ainda cumprir uma função social de importância, ao mitigar consequências
financeiras de eventos adversos. Enquanto entidades inseridas no sistema financeiro global, estas
estão expostas a riscos decorrentes da conjuntura económica e da natural volatilidade dos
mercados financeiros.

Por tudo isto, o sector segurador exige especial atenção, sobretudo devido à prudência necessária
na estimação adequada de responsabilidades (a qual exerce influências na gestão de activos e de
passivos), tendo em vista a sustentabilidade da seguradora no médio e no longo prazo. Por outro
lado, cada vez mais a realidade do mundo que nos rodeia e que engloba as seguradoras se torna
mais complexo e, por isso, mais difícil de modelar, (GUIMARÃES, 2007).

Pela sua formação e pelas aptidões que possuem na identificação, mensuração e gestão de riscos,
actuários têm desde cedo assumido um papel único ao nível da sustentabilidade financeira de
companhias de seguros.

De uma forma ampla, os actuários são os profissionais capazes de modelar fenómenos aleatórios
através do recurso a modelos quantitativos, e assim ajudar as organizações que a eles recorrem a
perceber a quais riscos estão expostos, bem como quais os potenciais custos daí decorrentes.
Com base nas recomendações de actuários, estas organizações procuram analisar as
consequências financeiras destes riscos e obter garantias de solvência, isto é, procuram viabilizar
a realização de pagamentos a quem tem direito aos mesmos.

Por isso, um actuário deve ser capaz de, num contexto de elevada complexidade:

 Analisar dados;
 Avaliar e gerir riscos financeiros;
 Comunicar tais informações a pessoas que não sejam especialistas fornecendo, portanto,
conselhos sobretudo de natureza financeira (mas também de natureza comercial e
estratégica);
A intervenção dos actuários – dos quais se espera uma actuação independente, rigorosa, idónea e
transparente – é, portanto, indispensável para assegurar estabilidade e confiança no sector
segurador, sobretudo tendo em conta a recente implementação e desenvolvimento de regimes
como o Solvência II, os quais geram não só desafios, mas também oportunidades.

Muitas vezes, actuários são tradicionalmente empregues por seguradoras (tanto de ramos vida
como não vida), resseguradoras e/ou fundos de pensões. No entanto, actuários também são
procurados por entidades como empresas de consultadoria, entidades de supervisão e regulação,
entidades de gestão de investimentos ou de riscos financeiros (como bancos e agências de
rating), entidades governamentais e, por fim, empresas (sobretudo em departamentos
responsáveis por assuntos remuneratórios), podendo ainda exercer a sua profissão em regime
freelance/por conta própria, (FERREIRA, 1985).

Numa seguradora, a principal tarefa de um actuário é a de assegurar que as somas obtidas através
da cobrança de prémios e dos rendimentos de investimentos são suficientes para cobrir o
pagamento de benefícios – se isto não acontecer, a seguradora irá incorrer em situações de
incumprimento obviamente injustas. O principal desafio do actuário é lidar com a aleatoriedade
que envolve este problema e que tem diversas fontes – pois desconhecemos à priori:

1. Quantos benefícios terão de ser pagos (em número);


2. Quais os montantes (valores monetários) que terão de ser pagos em cada benefício;
3. Quais serão os rendimentos oriundos dos investimentos efetuados.

Como esperado, o actuário faz uso de métodos probabilísticos e estatísticos para lidar com tal
aleatoriedade. A missão do actuário é então a de resolver problemas de tarifação de seguros
(pricing), de constituição de provisões técnicas (reserving) ou de modelação de capitais para
fazer face a riscos mais gerais (capital modelling), devendo para estes efeitos:

 Construir modelos para uso futuro (e estimar os seus parâmetros);


 Extrair conclusões através destes modelos;
 Indicar possíveis desfechos futuros, sobretudo ao nível de solvência e de rentabilidade.

A função actuarial é geralmente reconhecida como sendo uma das quatro principais funções de
controlo dentro de cada seguradora, pertencendo à segunda linha de defesa do modelo/sistema
de governação, sendo essencial para um vasto conjunto de stakeholders, como órgãos de
direcção, supervisores, auditores, entre outros.

A função actuarial deve ainda ser independente face a elementos de gestão e a actividades
operacionais, sendo que esta independência permite a stakeholders como entidades de
supervisão confiar que os sistemas de controlo da seguradora estão em bom estado, sendo esta
seguradora alvo de uma supervisão externa menos intrusiva.

De acordo com o Artigo 48.º da Directiva associada ao regime de Solvência II, as


responsabilidades previstas para a função actuarial de uma seguradora passam tipicamente, e a
um nível primário, pela comunicação de opiniões, recomendações e resultados a órgãos de
administração da companhia, de forma periódica.

Adicionalmente, um actuário deve manter a sua formação actualizada, uma vez que a profissão
que exerce é alvo da influência de inovações tecnológicas – as quais trazem não só
oportunidades, mas também desafios, como a existência de ataques informáticos, os quais
motivam o surgimento de seguros para riscos cibernéticos (cyberrisks) que, para serem
comercializados, precisam de ser precificados por actuários - o que requer alguma criatividade,
sobretudo em termos de modelação, dado serem relativamente recentes.

2.3. Cálculo de retenção, análise de solvência e cálculo de reserva


2.3.1. Retenção Própria
Trata-se de um quociente que indica o nível de retenção própria da seguradora sobre o montante
de prémios de sua emissão, líquido de restituições.

Premio Retido ×100


RETENÇÃO PRÓPRIA=
Premios Emitidos( – )Premios Restituídos

Exemplo: uma carteira de seguros concede seguintes prémios, 64280 prémio retido cedidos,
73544 prémios emitidos e 570 prémios restituídos. Determine a retenção própria?

64.280 ×100
RETENÇÃO PRÓPRIA= =88 %
73.544(– )570
Conclusão: o índice obtido revela que a seguradora vem adoptando uma política de retenção
máxima de riscos, repassando a terceiros o mínimo, através das operações de co-seguro e
resseguro.

2.3.2. Retenção de Terceiros


A quota dos riscos não assumidos pela seguradora em cada contrato, repassados às Congéneres
ou ao IRB, é expressa pelo quociente apurado na relação entre os prémios de sua emissão e os
prémios cedidos a terceiros.
RETENÇÃO TERCEIROS

¿ Prêmios Cosseguros Cedidos ¿ ¿

Exemplo: uma carteira de seguros concede seguintes prémios, 891 prémios co-seguros cedidos,
7875 prémios ressos cedidos, e por sua vez 73544 prémios emitidos e 570 prémios restituídos.
Determine retenção de terceiros?
891+7.875∗100
RETENÇÃO DE TERCEIROS= =12%
73.544−570

Conclusão: fica demonstrado que, no decurso do período, a seguradora cedeu a terceiros uma
quota mínima de participação em seus negócios, tanto é que os dois índices se complementam,
totalizando 100% do montante dos prémios de sua emissão, líquidos de restituições.

2.3.3. Limite de Retenção – LR


A resolução CNSP 29, de 13/3/2000, estabelece que o valor máximo de responsabilidade que a
sociedade seguradora poderá reter, denominado limite de retenção, em cada risco isolado, e em
cada contrato, será determinado com base no valor do respectivo património líquido ajustado –
PLA.

Segundo Silva (1999), O Património Líquido Ajustado – PLA é o património líquido da


seguradora ajustada por adições e deduções.

I. Adições: Receitas de exercícios futuros, efectivamente recebidas.


II. Deduções:
a) O valor das participações directas e indirectas em sociedades seguradoras, sociedades de
capitalização, entidades abertas de previdência complementar organizadas sob a forma de
sociedade anónima, sociedades resseguradoras, operadoras de planos de saúde, bancos e demais
instituições financeiras, actualizadas pela efectiva Equivalência Patrimonial – EP;
b) 50% (cinquenta por cento) do valor das participações accionarias directas e indirectas em
empresas coligadas e controladas de outras actividades, actualizadas pela EP;
c) Despesas de exercícios futuros efectivamente despendidas;
d) Despesas antecipadas;
e) Os créditos tributários decorrentes de prejuízos fiscais de IR e bases negativas de contribuição
social;
f) Marcas e patentes;
g) Imóveis rurais;
h) Activo diferido;
i) Direitos e obrigações relativos a operações de sucursais no exterior.
Os valores dos limites de retenção calculados pela sociedade seguradora deverão estar
compreendidos entre 0,3% e 3% do PLA.

Quando os prémios retidos nos últimos doze meses anteriores ao trimestre precedente ao cálculo
dos novos limites de retenção forem inferiores a 0,3% do PLA da sociedade seguradora, o piso
de 0,3% será substituído pelo percentual verificado na relação entre os prémios retidos e o valor
correspondente a 3% do novo PLA, observado o percentual mínimo de 0,075%, aplicável,
também, quando do início das operações no ramo.

As sociedades seguradoras deverão calcular, obrigatoriamente, os limites de retenção por ramo


nos primeiros e terceiro trimestres de cada ano, sendo facultado o cálculo de novo limite de
retenção nos segundo e quarto trimestres de cada ano.

Os valores calculados nos primeiros e segundo trimestres deverão considerar, como base de
cálculo, o PLA de Dezembro do ano anterior, e os valores calculados no terceiro e quarto
trimestre considerarão, como base de cálculo, o PLA de Junho do mesmo ano.
Os valores de limite de retenção referentes aos primeiros e terceiro trimestres vigorarão,
respectivamente, a partir de 1o de Maio e 1o de Novembro do mesmo ano, e os relativos aos
segundo e quarto trimestre vigorarão a partir de 1o de agosto do mesmo ano e 1o de Fevereiro
do ano seguinte.

No caso de aumento de capital em dinheiro ou bens, integralizados após o primeiro e/ou terceiro
trimestre de cada ano, e/ou aumento ou redução da participação de uma sociedade seguradora no
património líquido de outra ou de entidade aberta de previdência privada de fins lucrativos ou
resseguradora, estes serão computados no cálculo do PLA, não se aplicando na hipótese de
diminuição do património líquido da sociedade participada, sendo obrigatório o cálculo de novo
LR no segundo e/ou quarto trimestres de cada ano, (GILBERTO, 2012).

Não será fixado limite de retenção para a sociedade seguradora quando o valor dos prejuízos
contabilizados for superior à soma do capital realizado mais reservas ou quando a seguradora
não possuir o capital mínimo exigido.

A SUSEP poderá fixar limite de retenção em valores diversos dos calculados pela sociedade
seguradora, desde que devidamente justificados. A sociedade seguradora não poderá operar no
ramo em que não obtiver valor positivo para seu limite de retenção.

Sempre que a Importância Segurada – IS do seguro for maior que o LR do ramo de seguro
contratado pela seguradora, ela estará obrigada a repassar a terceiros o valor excedente ao seu
LR, dando origem às operações de co-seguro e resseguro.

Fica a critério da seguradora repassar o excedente da IS em relação ao seu LR na forma de co-


seguro ou de resseguro. Todavia, quando a IS for menor que o seu LR, a seguradora poderá,
opcionalmente, dividir o risco através das operações de co-seguro ou resseguro.

2.4. As Provisões Técnicas no Contexto da Solvência


É possível afirmar, sem sombra de dúvida, que as provisões técnicas são o sangue, o pulmão e o
coração de uma seguradora, posto que, além de se destinarem a garantir as suas operações,
visam, por meio dos investimentos e bens oferecidos para a sua cobertura, a assegurar as
condições ideais de segurança, rentabilidade, liquidez e solvência da seguradora.
A sua constituição está a cargo das áreas financeira e técnica. A área financeira está incumbida
de constituir as provisões de prémios não ganhos, para sinistros ocorridos, avisados e não
avisados, de insuficiência de prémios, a provisão matemática e o fundo de garantia de
retrocessões e seguros vencidos, tendo como origem os prémios pagos pelos segurados. A área
técnica trata da provisão de sinistros a liquidar, baseada no valor real ou estimado do sinistro
avisado, mas ainda não liquidado. (SILVA, 2008).

As provisões técnicas pertencem, única e exclusivamente, aos segurados, como credores


privilegiados.

As leis e os regulamentos são responsáveis por fixá-las, determiná-las e normatizá-las. Compete


à área financeira custeá-las, pelo fato de administrar o dinheiro da seguradora, seja qual for sua
origem, e colocar este a produzir, para gerar recursos. Como esclarecido, esse é o nível de
importância das provisões técnicas no contexto da solvência das seguradoras. Sem elas, as
seguradoras estariam fadadas à insolvência.

2.4.1. Provisões Técnicas


A Resolução CNSP 120, de 24/12/2004, que aprovou as normas para constituição das provisões
técnicas das sociedades seguradoras, determina que, para cada provisão técnica, a sociedade
seguradora deverá manter, à disposição da SUSEP, nota técnica actuarial, elaborada por actuário
legalmente habilitado.
As sociedades seguradoras são obrigadas a manter à disposição da fiscalização da SUSEP, pelo
período de cinco anos, a documentação e os dados estatísticos, em meio magnético,
comprobatórios do integral cumprimento do disposto naquelas normas, (GILBERTO, 2012).
Embora constituídas para garantia das operações da seguradora, as provisões técnicas interessam
muito mais aos seus administradores, pois a aplicação dos recursos a elas correspondentes resulta
em fonte subsidiária de receitas.
Eis porque os seguradores sempre pleitearam maior liberdade na aplicação desses recursos, sob a
justa alegação de que torna-se indispensável uma boa dose de flexibilidade nas aplicações para
obter um maior índice de rendimento, sem prejuízo da liquidez das provisões.

Para a constituição das provisões técnicas são utilizados três referenciais, a saber:
a) Prémio retido;
b) Sinistros avisados e não avisados;
c) Capitais garantidos a pagar.
As provisões técnicas de prémios não ganhos e de Insuficiência de prémio têm como base de
cálculo
O prémio retido assim apurado:
(+) Prémio emitido (seguro e co-seguro aceito);
(–) prémio cancelado (seguro e co-seguro aceito);
(–) prémio restituído;
(–) prémio de co-seguro cedido;
(–) premium de resseguro cedido;
(=) premium retido.

2.5. Solvência
2.5.1. Conceito
Segundo silva (2012), Solvência é a capacidade da seguradora em honrar seus compromissos
futuros. Na prática, uma seguradora é considerada solvente quando o seu fluxo de receitas
futuras adicionado à margem de solvência (medida contabilmente pelo seu património líquido
ajustado) ultrapassar o fluxo de desembolsos futuros.

A margem de solvência é a disponibilidade líquida da sociedade, sendo chamada de “surplus to


policy holders” pelo mercado norte-americano.

Alguns aspectos devem ser considerados para que a operacionalização desse conceito aconteça:
a) Devem as receitas e despesa futuras considerar novos negócios ou apenas a renovação
daqueles já existentes?

 No primeiro caso, estaremos nos referindo à solvência dinâmica.


 No segundo caso, estaremos considerando a solvência com base na liquidação da
empresa, ou solvência estática.

b) A avaliação da solvência é um processo de natureza probabilística, uma vez que os


compromissos financeiros envolvidos estão sempre situados no futuro, sem que saibamos
precisamente seus valores e os prazos em que serão liquidados.
Além disso, o sinistro, uma das variáveis envolvidas no fluxo das despesas, é aleatório pela
própria natureza do mecanismo do seguro.

A resultante da diferença entre esses fluxos de receitas e de despesas, descontado o valor actual
do Património Líquido Ajustado – PLA (margem de solvência), dará uma indicação do grau de
solvência da empresa.

É comum denominar essa diferença entre os fluxos de “necessidade de margem” ou “margem de


solvência mínima”.

A margem de solvência expressada em termos absolutos não é suficiente para dar ideia do grau
de solvência da sociedade.

Geralmente, a referência a esta grandeza é feita através de uma variável associada ao volume de
operações da seguradora (geralmente anual), que incluem prémios ou sinistros.

Por essas características, a solvência é avaliada de forma não determinística, com instrumentos
desenvolvidos na ciência actuarial, que estuda a aleatoriedade do sinistro.

2.6. Probabilidade de Ruína


O dimensionamento da solvência (necessidade de margem) equivale a determinar qual o
montante do Património Líquido Ajustado – PLA que a seguradora deve dispor, em adição aos
valores representativos das provisões técnicas para ser considerada solvente, isto é, honrar os
seus compromissos futuros com elevada probabilidade.

A probabilidade contrária, de não solver os seus compromissos futuros, é denominada


“probabilidade de ruína”.

Assim, a insolvência se concretizará quando os sinistros retidos pela seguradora ultrapassarem os


prémios puros retidos e todo o seu activo líquido ajustado. Tendo em vista que nem todos os
activos têm liquidez imediata, é comum, na comunidade actuarial, que a insolvência seja
caracterizada quando a companhia compromete 50% ou até 25% do património líquido com
sinistros.

Para determinarmos a probabilidade de ruína, precisamos conhecer:


a) A distribuição de probabilidade dos sinistros retidos;
b) O quanto a seguradora pode comprometer do seu PLA (25%, 50%, etc.);
c) O volume esperado de prémio puro retido.

2.7. Factores Envolvidos na Preservação da Solvência


Sendo o risco a essência do seguro, patamares aceitáveis de lucratividade só podem ser atingidos
por seguradoras que possuam a habilidade de bem avaliar e operar os seus riscos,
compreendendo também a gestão administrativa e financeira, o que garantirá, por um lado, a
adequada remuneração dos accionistas, e, por outro, a solidez financeira exigida para honrar os
compromissos futuros derivados de seu portfólio de riscos. Dessa forma, podemos relacionar os
seguintes factores envolvidos na preservação da solvência:

2.8. Constituição das Provisões Técnicas


O correto dimensionamento das provisões técnicas é de fundamental importância na preservação
da solvência, e se divide em:

 Não comprometidas;
 Comprometidas.

As provisões técnicas não comprometidas atendem a riscos de eventos aleatórios futuros, nos
quais, ainda, não existe o comprometimento ou a obrigação da seguradora de indemnizar o
segurado, subdividindo-se em:

 Provisão de prémios não ganhos;


 Provisão de insuficiência de prémios;
 Provisão matemática;
 Fundo de garantia de retrocessão.

Na sua constituição, pressupõe-se que a carteira seja suficientemente grande, atendendo aos
preceitos da lei dos grandes números, de modo que não são consideradas as possíveis oscilações
dos riscos.

A margem de solvência, representada pelo património líquido da seguradora, é que cobrirá as


variabilidades dos riscos.
As provisões técnicas comprometidas destinam-se ao atendimento de eventos já ocorridos e
ainda não liquidados, havendo, portanto, a obrigação da seguradora de indemnizar,
compreendendo as seguintes provisões:

 Provisão de sinistros a liquidar;


 Provisão de sinistros ocorridos e não avisados;
 provisão de seguros vencidos.

A adequação da provisão de sinistros a liquidar que responde pelo montante de sinistros


avisados e ainda não liquidados deve ser constituída por meio de eficiente processo de regulação
de sinistros, pois, enquanto não se processa a regulação, deve ter seu valor estimado dentro de
critérios objectivos e consistentes.

A provisão para sinistros ocorridos e não avisados – IBNR será dimensionada actuarialmente,
em função do montante esperado de sinistros ocorridos em riscos assumidos na carteira e não
avisados até a data-base das demonstrações financeiras.

A estimativa deverá ser baseada na informação sobre a sinistralidade de períodos anteriores


completos, de no mínimo um ano, podendo ser feita por ramo ou grupo de ramos.

Na provisão de seguros vencidos que assegura o pagamento dos capitais garantidos a pagar, em
decorrência do vencimento do contrato no ramo vida, é necessário que o plano tenha por base
uma nota técnica actuarial com uma tarifação adequada, tendo em vista o futuro desembolso no
prazo fixado.

2.8.1. Gestão Financeira


A gestão financeira é um dos factores mais importantes na manutenção da solvência, visto que
engloba a gestão da cobertura das provisões técnicas e a gestão dos activos livres, representada
em parte pelo próprio património líquido.

Sua importância fica ainda mais evidente em regime de grande concorrência, como o que
estamos vivendo no actual momento do mercado segurador brasileiro, em que as seguradoras
trabalham com resultado operacional modesto, complementado pelo resultado financeiro,
algumas vezes irrelevante.
2.8.2. Gestão da Cobertura das Provisões Técnicas
A gestão da cobertura das provisões técnicas está ligada à gestão financeira do risco.
Considerando que as provisões técnicas estejam correctamente constituídas, estas devem ser
cobertas por investimentos que garantam segurança, rentabilidade e liquidez.

2.8.3. Duração dos Riscos


Os riscos de curta duração possuem uma variabilidade maior do que os de longa duração. É por
isso que o critério brasileiro de margem de solvência não contempla o ramo de vida individual
nem as operações de previdência privada aberta, na suposição de que, nos contratos de longa
duração, as oscilações negativas e positivas se compensem no tempo.

2.8.4. Gestão Administrativa


Desnecessário é destacar a importância de uma eficiente gestão dos custos administrativos. Cabe
ressaltar, entretanto, que o conhecimento desses custos é peça fundamental na fixação do preço
final do seguro, pois a seguradora precisa conhecer os seus custos administrativos de modo a
não comprometer suas operações.

A redução desses custos torna o produto da seguradora mais competitiva, massificando as suas
operações e tornando-a menos sujeita a oscilações de risco, isto é, mais solvente.

2.8.5. Gestão da Comercialização


Esse é um ponto extremamente complexo e delicado. O pagamento de comissões a níveis baixos
dificultará a massificação da carteira, por desinteresse da rede de comercialização em vender o
produto.

O pagamento de comissões elevadas também dificulta a massificação em função da consequente


elevação do prémio do seguro. Encontrar o ponto de equilíbrio é um desafio permanente para as
seguradoras, já que não é viável, sob o ponto de vista da solvência, pagar comissões elevadas
com prémios competitivos, comprometendo parte do prémio puro ou tarifário.

2.8.6. Gestão da Divisão do Risco


A divisão, diluição, pulverização ou transferência do risco é um instrumento que deve ser muito
bem gerenciado pela seguradora. Sua finalidade é reduzir a oscilação do montante de sinistros
na carteira, sendo esta variação proporcional à:

 Variação na quantidade de sinistros.


 Variação entre os valores dos sinistros da carteira.

Essa transferência de risco pode se processar através das operações de co-seguro ou de


resseguro. O co-seguro é um mecanismo útil, mas não suficiente para resolver,
simultaneamente, as variações citadas. Costuma ser eficiente somente na redução da variação
entre os valores dos sinistros da carteira.

Já o resseguro, com suas diversas modalidades de operação, pode ser eficaz nas duas vertentes,
baseado nos contratos de excedente de responsabilidade e excesso de danos.

2.8.7. Política de Aceitação


A seguradora deve definir as carteiras a serem operadas, e para cada carteira, quais os critérios a
serem implementados na selecção e na precificação dos riscos.

Os critérios de selecção de riscos devem ser implantados por meio de práticas de “underwriting”
na ponta de captação de negócios, visto que assim a seguradora melhora a qualidade dos seus
riscos, tornando-se mais solvente.

2.8.8.Tarifação
Conforme, Silva (2008), As tarifas devem ser elaboradas considerando:
 Sinistro esperado;
 Despesas de comercialização a serem pagas;
 Despesas administrativas esperadas;
 Lucro a ser atingido;
 Impostos a serem pagos;
 Custo esperado na divisão do risco;
 Resultado financeiro esperado;
 Oscilação do risco.
Vale destacar que a fixação adequada das tarifas, e consequentemente dos carregamentos de
segurança, pode vir a substituir a margem de solvência.

2.8.9. Capital Mínimo


A fixação de capitais mínimos para as operações de seguro é um importante instrumento de
preservação da solvência. O início das operações serve como balizamento da capacidade que a
seguradora tem de assumir novos riscos.

Com o decorrer das actividades, esse capital deve ser revisto continuamente, em função das
características dos riscos assumidos.

2.8.10. Volume de Riscos Assumidos


Segundo Silva (1999), A massificação da carteira é um factor primordial na estabilização do
risco, de forma que, quanto maior o número de riscos na carteira, menor a variação do sinistro
em torno do sinistro médio (lei dos grandes números), permitindo que a seguradora tenha a
capacidade de assumir riscos de forma ilimitada.

Acontece, porém, que apesar de haver uma redução relativa da variação em torno da média, com
o aumento da produção, essa variação em valores absolutos se torna cada vez maior, e pode
levar à insolvência.

2.8.11. Necessidade de Margem


É a reserva suplementar às provisões técnicas de que a seguradora deve dispor para suportar as
oscilações de risco das suas operações. Pode estar inserida no próprio património líquido,
bastando que este seja adequadamente composto, tendo em vista todos os outros factores
mencionados anteriormente, e possua um nível razoável de liquidez, (SILVA, 2008).

Observe-se que um aumento na necessidade de margem pode exigir um aumento de capital por
parte dos accionistas, levando a um aumento da margem de lucro embutida no prémio.

Assim sendo, a necessidade de margem óptima representa um compromisso entre segurança,


competitividade no negócio e expectativa de lucro dos accionistas.
A capacidade dos accionistas de aportar novo capital na empresa é um factor que, apesar de não
estar ligado directamente à operação, tem forte influência na preservação da solvência, por se
tratar de uma potencial margem de solvência adicional.

Matematicamente podemos calcular o seguinte:

Solvência Geral: Índice que mede a capacidade total da seguradora de cumprir obrigações
assumidas junto a terceiros, tanto a curto quanto a longo prazo.

Difere da liquidez geral, pois esta desconsidera o activo permanente em seu cálculo. Este índice
aponta quanto a empresa possui de activo para pagar cada real dos capitais tomados de terceiros,
ou seja, passivo exigível.

Ativo Total
SOLVÊNCIA GERAL=
Exigível Total

Exemplo: uma companhia de seguros dispõe de um activo total de 40219 contra o exigível de
31673. Calcule a solvência Geral desta companhia de seguros.

40.219
SOLVÊNCIA GERAL= =1,27
31.673

Conclusão: o quociente encontrado, muito próximo da unidade, indica que a empresa não
dispõe de capital próprio, porque o seu activo total está sendo financiado quase que totalmente
com recursos de terceiros, ou seja, passivo circulante e exigível a longo prazo.

Parte vital das actividades de uma companhia seguradora e estimar reservas técnicas, ou
provisões, para pagamentos futuros decorridos de sinistros pendentes ou a serem declarados. O
cálculo dessas reservas recebe atenção especial de gestores, accionistas, auditores, autoridades
fiscais e reguladores. O leitor que desejar conhecer melhor o mundo dos seguros, seus diferentes
tipos, particularidades das apólices e legislação específica poderá consultar, (MARTINS, 2008).

Segundo Gilberto (2012), Os sinistros pendentes são aqueles ocorridos no exercício corrente ou
em anos anteriores mas que ainda estão em aberto e gerarão necessidades de novos pagamentos
por parte da seguradora. Diz-se que esses sinistros ainda não foram regularizados ou finalizados.
Em geral, quando um sinistro ocorre, existe um hiato (em dias ou até mesmo anos) entre o
momento do acidente e a notificação a seguradora. Existe ainda outro hiato, chamado período de
tratamento, entre essa notificação e a regularização do sinistro, pois poderão se realizar análises
e perícias das situações em que o sinistro ocorreu, bem como poderá surgir a necessidade de
reabertura do processo de sinistro. Durante todo esse período a seguradora poderá ter despesas
financeiras.

3. Conclusão

Na pesquisa concluímos que O actuário é responsável por mensurar os riscos assumidos pelas
seguradoras, calculando as probabilidades associadas aos eventos e avaliando a magnitude dos
impactos decorrentes. A partir desses factores, ele estabelece o dimensionamento de prémios,
indemnizações, benefícios, provisões técnicas e a solvência de uma companhia.

Uma tarifação eficiente será portanto baseada nos riscos, de forma a desencorajar selecção
adversa, existindo no entanto dois obstáculos à realização da mesma, por parte das seguradoras:
Podem existir restrições na disponibilidade/capacidade de obtenção de dados adequados, que
permitam avaliar correctamente o risco de cada indivíduo e Podem não ser aprovados, por parte
dos reguladores e demais entidades governamentais, certos aspectos na construção de modelos
tarifários (como, por exemplo, a discriminação baseada em género), dependendo tais decisões
das percepções que os mesmos têm de eficiência e de equidade.

As Provisões Técnicas são parte fundamental da operação das seguradoras. Além de se


destinarem a garantir as suas operações, visam, por meio dos investimentos e bens oferecidos
para a sua cobertura, a assegurar as condições ideais de segurança, rentabilidade, liquidez e
solvência da seguradora. Solvência é a capacidade da seguradora em honrar seus compromissos
futuros. Na prática, uma seguradora é considerada solvente quando o seu fluxo de receitas
futuras adicionado à margem de solvência (medida contabilmente pelo seu património líquido
ajustado) ultrapassar o fluxo de desembolsos futuros. A avaliação da solvência é um processo de
natureza probabilística, uma vez que os compromissos financeiros envolvidos estão sempre
situados no futuro, sem que saibamos precisamente seus valores e os prazos em que serão
liquidados.

4. Referência bibliográfica

FERREIRA, Weber José. Colecção introdução à Ciência Actuarial. Rio de Janeiro, IRB, 4v.
1985. 795p.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008

GILBERTO, F. Manual Prático dos Seguros. Segunda Edição. Lisboa, Portugal: Lidel, 2012.

GUIMARÃES, Sérgio Rangel. Introdução à Actuária. Porto Alegre: Universidade Federal do


Rio Grande do Sul, 2007.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Maria de André, Metodologia de Trabalho Científico, 2ª


ed. São Paulo: Editora Atlas, 1992.

MARTINS, J. A Prática dos Seguros: como as seguradoras regularizam os sinistros. Lisboa,


Portugal: Quid Juris, 2008.

SILVA, Affonso Controles internos das seguradoras, Rio de Janeiro: Funenseg, 2008. 88 p.; 28
cm (Estudos Funenseg, n.18)

SILVA, Affonso. Contabilidade e análise económico-financeira de seguradoras. São Paulo:


Editora Atlas, 1999.

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